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ESPONDILOARTROPATIAS
Victor Gabriel Bertoli
2018
DEFINIÇÃO
Espondiloartropatias
Espondilite Anquilosante
Artrite Psoriásica
Artrite Reativa (AR)
Artrites Enteropáticas
• Espectro de doenças da
reumatologia que envolvem
características clínicas,
radiológicas e laboratoriais
comuns.
– Dor inflamatória em esqueleto axial e
grandes articulações (principalmente
MMII)
– Sacroiliíte
– FR – (antigamente: soronegativas)
Rev Bras Reumatol, v. 47, n.4, p. 243-250, jul/ago, 2007
ABORDAGEM
DIAGNÓSTICA
ASAS 2009
ARTRITE REATIVA
DEFINIÇÃO
• Sd. de Reiter (1942): Triade pós-infecciosa composta por
ARTRITE, URETRITE e CONJUNTIVITE.
• Artrite Reativa (1969): “Uma artrite que se desenvolve antes,
durante ou depois de uma infecção bacteriana, na qual o MOO
não consegue ser recuperado da articulação”.
• Up to Date (2018)
– Artrite de padrão mono/oligoarticular, frequentemente envolvendo
extremidades inferiores, podendo se associar à dactilites e entesites.
– Gap de dias à semanas entre a Hx de infecção e o quadro de artrite.
EPIDEMIOLOGIA
• Rara
• ♀ = ♂
• 30 – 40/100.000 adultos
• Varia conforme a etiologia infecciosa
– Campylobacter, Salmonella e Shigella tem incidência de 9 - 12/1000 casos
– SARA associada à Chlamydia têm uma incidência de 3 – 8% (2016)
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
• Sinais e sintomas de infecção precedente;
• Sinais e sintomas musculoesqueléticos axiais ou periféricos;
• Sinais e sintomas extra-articulares.
• Infecções precedentes
– Normalmente ocorrem entre 7 – 28 dias antes da AR.
– Classicamente:
• DIARREIA representando a principal manifestação do TGI
• URETRITE representando a principal manifestação do SGU
– Patógenos associados
• TGI  Salmonella, Shigella, Yersinia, Campylobacter e
Clostridium
• TGU  Chlamydia trachomatis
• HIV*
• Outros  Escherichia, Ureaplasma, Mycoplasma,
streptococos...
ARTRITE
Tipicamente uma
oligoartrite assimetrica
que atinge
especialmente os MMII.
O derrame articular é
extensor e presente em
cerca de 50% dos
casos. O quadro se
resolve em até 6 meses
na maioria dos casos.
ENTESITE
“Inflamação das
inserções”. Apresentan-
se como lesões
hiperintensas em
região de inserção
ligamentar à T1.
Classicamente
acomente região de
sacroilíaca e
interósseos.
DACTILITE
• Manifestações extra-articulares
– Presentes tanto na fase aguda quanto crônica
– Oculares  CONJUNTIVITE, Uveíte, Episclerite e
Ceratite
– SGU  Disúria, Dor Pélvica, Uretrite, Cervicite,
Prostatite, Salpingooforite ou cistite
– TGI  Díarréia
• Achados laboratoriais
– Elevação de provas inflamatórias
– HLA-B27*
DIAGNÓSTICO
• Feito a partir do padrão clínico da doença e exclusão de outras
causas.
– Achados musculoesqueléticos característicos  OLIGOARTRITE
ASSIMÉTRICA EM MMII, DACTILITE, ENTENSITE ou DOR LOMBAR
INFLAMATÓRIA,
– Evidência de infecção extra-articular  DIARREIA e URETRITE;
– Poucas evidências de uma causa mais provável de oligoartrite,
monoartrite ou entesites.
DIAGNÓSTICO
• EXAME CLÍNICO: Derterminando a Hx de infecção;
• RX de articulações e enteses: Exculindo outras causas de artralgia;
• Se derrame articular: ARTROCENTESE com investigação do fluido
sinovial (leucócitos, cristais, gram, PCR);
• Se diarreia: Culura para Salmonella, Shigella, Campylobacter e
Yersinia;
• Ausência de sintomas TGI e SGU: Cultura de urina para Chlamydia.
CRITÉRIOS PARA
ARTRITES REATIVAS
1996
Rev Bras Reumatol, v. 47, n.4, p. 243-250, jul/ago, 2007
DDX
• Monoartrites  traumática, séptica, gotosa e Doença de Lyme;
• Diarréia + artrite  DII, Doença Behçet, Doença Celíaca, Doença
de Whipple;
• Sintomas GU + artrite  Infecção Gonocócica Disseminada, BCG
• Entesites  Espondiloartropatias;
• Artrite pós-estreptocócica  Febre Reumática pós Faringite
Estreptocócica.
TRATAMENTO
• Para fase aguda  AINE (sem diferença de eficácia);
• Oligoartrite/ Entesopatia persistentes  Prednisona;
• Monoartrite persistente  Triancinolona IA
• Para fase crônica  Sulfasalazina e MTX
– Anti-TNF’s: Infliximab e Etanercepte
• ATB (se presença de infecção ativa)
– Salmonella, Shigella e Campylobacter: Ciprofloxacino ou SMX/TMP
– Chlamidia: Tetraciclina ou Doxaciclina
• O uso de forma crônica na doença é controverso.
Rev Bras Reumatol, v. 47, n.4, p. 243-250, jul/ago, 2007
ARTRITE ENTEROPÁTICA
DEFINIÇÃO
• Manifestação extra intestinal das doenças do TGI
– DII (Doença de Crhon e RCU)
– Doença Celíaca
– Doença de Whipple
– Colite Pseudomembranosa
– Pós derivações intestinais
• Resulta de um distúrbio da barreira intestinal que cursa com
translocação de patógenos e células linfoides (MALT) para a
região sinovial.
EPIDEMIOLOGIA
• Doença de Crohn e RCU são as principais patologias do TGI que
cursam com artropatias.
– 6 – 46% ARTRITE
– 1 – 26% ESPONDILITE
• Outras manifestações concomitantes da DII aumentam o risco da
condição
– Eritema Nodoso, Pioderma Gangrenoso, Estomatite, Uveíte...
• Até 2/3 dos pacientes com espondiloartrites apresentam uma
inflamação subclínica do intestino documentado à endoscopia.
QUADRO CLÍNICO
• O quadro pode ter apresentação periférica, axial ou mista.
• Artrite Periférica
– Tipo I  Não erosiva, aguda, oligoarticular, ocorre mais precocemente na
DII, os sintomas são paralelos a atividade da doença e acomete
principalmente joelhos.
– Tipo 2  Não erosiva, persistente (flares longos), poliarticular e acomete
principalmente MCF, MTF, pulsos e IFP. Sintomas não tem relação com a
atividade da doença
QUADRO CLÍNICO
• Sacroiliíte e Espondilite
– Dor lombar inflamatória, redução da flexão espinhal e expansão torácica.
• Entesites e Dactilites
DIAGNÓSTICO
• Suspeita clínica  Paciente com Dx prévio de DII que apresenta
dor e edema em uma ou mais articulações.
• VHS e PCR  frequentemente aumentados devido à atividade da
doença de base.
• Artrocentese  Está indicada em caso de mono ou oligoartrite.
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS
• Outras complicações articulares da DII
– Artrite infecciosa
– Eritema nodoso
– Osteonecrose
– Osteopatia Hipertrófica
• Outras doenças que cursam com acometimento articular e TGI
– Artrite Reativa
– Doença de Behçet
– Doença de Whipple
TRATAMENTO
• AINE (possibilidade de exulceração e sgto intestinal)
• CTC em dose baixa  Prednisona 5-10 mg/dia
• Casos recorrentes
– 5-ASA  Mesalazina e Sulfasalazina
– MTX e Azatioprina
– Infliximab e Adalimumabe
Rev Bras Reumatol, v. 47, n.4, p. 243-250, jul/ago, 2007
REFERÊNCIAS
• DAVID, T. Yu; ASTRID VAN TUBERGEN, M. D. Reactive arthritis. UpToDate®.
• INMAN, Robert D. Clinical manifestations and diagnosis of arthritis associated with
inflammatory bowel disease and other gastrointestinal diseases. UpToDate®.
• SAMPAIO-BARROS, Percival Degrava et al. Consenso Brasileiro de Espondiloartropatias:
outras espondiloartropatias diagnóstico e tratamento-primeira revisão. Revista Brasileira
de Reumatologia, 2007.
• SIEPER, J. et al. The Assessment of SpondyloArthritis international Society (ASAS)
handbook: a guide to assess spondyloarthritis. Annals of the rheumatic diseases, v. 68, n.
Suppl 2, p. ii1-ii44, 2009.
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ARTRITE REATIVA E ARTRITE ENTEROPÁTICA

  • 2. DEFINIÇÃO Espondiloartropatias Espondilite Anquilosante Artrite Psoriásica Artrite Reativa (AR) Artrites Enteropáticas • Espectro de doenças da reumatologia que envolvem características clínicas, radiológicas e laboratoriais comuns. – Dor inflamatória em esqueleto axial e grandes articulações (principalmente MMII) – Sacroiliíte – FR – (antigamente: soronegativas) Rev Bras Reumatol, v. 47, n.4, p. 243-250, jul/ago, 2007
  • 5. DEFINIÇÃO • Sd. de Reiter (1942): Triade pós-infecciosa composta por ARTRITE, URETRITE e CONJUNTIVITE. • Artrite Reativa (1969): “Uma artrite que se desenvolve antes, durante ou depois de uma infecção bacteriana, na qual o MOO não consegue ser recuperado da articulação”. • Up to Date (2018) – Artrite de padrão mono/oligoarticular, frequentemente envolvendo extremidades inferiores, podendo se associar à dactilites e entesites. – Gap de dias à semanas entre a Hx de infecção e o quadro de artrite.
  • 6. EPIDEMIOLOGIA • Rara • ♀ = ♂ • 30 – 40/100.000 adultos • Varia conforme a etiologia infecciosa – Campylobacter, Salmonella e Shigella tem incidência de 9 - 12/1000 casos – SARA associada à Chlamydia têm uma incidência de 3 – 8% (2016)
  • 7. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Sinais e sintomas de infecção precedente; • Sinais e sintomas musculoesqueléticos axiais ou periféricos; • Sinais e sintomas extra-articulares.
  • 8. • Infecções precedentes – Normalmente ocorrem entre 7 – 28 dias antes da AR. – Classicamente: • DIARREIA representando a principal manifestação do TGI • URETRITE representando a principal manifestação do SGU – Patógenos associados • TGI  Salmonella, Shigella, Yersinia, Campylobacter e Clostridium • TGU  Chlamydia trachomatis • HIV* • Outros  Escherichia, Ureaplasma, Mycoplasma, streptococos...
  • 9. ARTRITE Tipicamente uma oligoartrite assimetrica que atinge especialmente os MMII. O derrame articular é extensor e presente em cerca de 50% dos casos. O quadro se resolve em até 6 meses na maioria dos casos.
  • 10. ENTESITE “Inflamação das inserções”. Apresentan- se como lesões hiperintensas em região de inserção ligamentar à T1. Classicamente acomente região de sacroilíaca e interósseos.
  • 12. • Manifestações extra-articulares – Presentes tanto na fase aguda quanto crônica – Oculares  CONJUNTIVITE, Uveíte, Episclerite e Ceratite – SGU  Disúria, Dor Pélvica, Uretrite, Cervicite, Prostatite, Salpingooforite ou cistite – TGI  Díarréia
  • 13. • Achados laboratoriais – Elevação de provas inflamatórias – HLA-B27*
  • 14. DIAGNÓSTICO • Feito a partir do padrão clínico da doença e exclusão de outras causas. – Achados musculoesqueléticos característicos  OLIGOARTRITE ASSIMÉTRICA EM MMII, DACTILITE, ENTENSITE ou DOR LOMBAR INFLAMATÓRIA, – Evidência de infecção extra-articular  DIARREIA e URETRITE; – Poucas evidências de uma causa mais provável de oligoartrite, monoartrite ou entesites.
  • 15. DIAGNÓSTICO • EXAME CLÍNICO: Derterminando a Hx de infecção; • RX de articulações e enteses: Exculindo outras causas de artralgia; • Se derrame articular: ARTROCENTESE com investigação do fluido sinovial (leucócitos, cristais, gram, PCR); • Se diarreia: Culura para Salmonella, Shigella, Campylobacter e Yersinia; • Ausência de sintomas TGI e SGU: Cultura de urina para Chlamydia.
  • 16. CRITÉRIOS PARA ARTRITES REATIVAS 1996 Rev Bras Reumatol, v. 47, n.4, p. 243-250, jul/ago, 2007
  • 17. DDX • Monoartrites  traumática, séptica, gotosa e Doença de Lyme; • Diarréia + artrite  DII, Doença Behçet, Doença Celíaca, Doença de Whipple; • Sintomas GU + artrite  Infecção Gonocócica Disseminada, BCG • Entesites  Espondiloartropatias; • Artrite pós-estreptocócica  Febre Reumática pós Faringite Estreptocócica.
  • 18. TRATAMENTO • Para fase aguda  AINE (sem diferença de eficácia); • Oligoartrite/ Entesopatia persistentes  Prednisona; • Monoartrite persistente  Triancinolona IA • Para fase crônica  Sulfasalazina e MTX – Anti-TNF’s: Infliximab e Etanercepte • ATB (se presença de infecção ativa) – Salmonella, Shigella e Campylobacter: Ciprofloxacino ou SMX/TMP – Chlamidia: Tetraciclina ou Doxaciclina • O uso de forma crônica na doença é controverso. Rev Bras Reumatol, v. 47, n.4, p. 243-250, jul/ago, 2007
  • 19.
  • 21. DEFINIÇÃO • Manifestação extra intestinal das doenças do TGI – DII (Doença de Crhon e RCU) – Doença Celíaca – Doença de Whipple – Colite Pseudomembranosa – Pós derivações intestinais • Resulta de um distúrbio da barreira intestinal que cursa com translocação de patógenos e células linfoides (MALT) para a região sinovial.
  • 22. EPIDEMIOLOGIA • Doença de Crohn e RCU são as principais patologias do TGI que cursam com artropatias. – 6 – 46% ARTRITE – 1 – 26% ESPONDILITE • Outras manifestações concomitantes da DII aumentam o risco da condição – Eritema Nodoso, Pioderma Gangrenoso, Estomatite, Uveíte... • Até 2/3 dos pacientes com espondiloartrites apresentam uma inflamação subclínica do intestino documentado à endoscopia.
  • 23. QUADRO CLÍNICO • O quadro pode ter apresentação periférica, axial ou mista. • Artrite Periférica – Tipo I  Não erosiva, aguda, oligoarticular, ocorre mais precocemente na DII, os sintomas são paralelos a atividade da doença e acomete principalmente joelhos. – Tipo 2  Não erosiva, persistente (flares longos), poliarticular e acomete principalmente MCF, MTF, pulsos e IFP. Sintomas não tem relação com a atividade da doença
  • 24. QUADRO CLÍNICO • Sacroiliíte e Espondilite – Dor lombar inflamatória, redução da flexão espinhal e expansão torácica. • Entesites e Dactilites
  • 25. DIAGNÓSTICO • Suspeita clínica  Paciente com Dx prévio de DII que apresenta dor e edema em uma ou mais articulações. • VHS e PCR  frequentemente aumentados devido à atividade da doença de base. • Artrocentese  Está indicada em caso de mono ou oligoartrite.
  • 26. DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS • Outras complicações articulares da DII – Artrite infecciosa – Eritema nodoso – Osteonecrose – Osteopatia Hipertrófica • Outras doenças que cursam com acometimento articular e TGI – Artrite Reativa – Doença de Behçet – Doença de Whipple
  • 27. TRATAMENTO • AINE (possibilidade de exulceração e sgto intestinal) • CTC em dose baixa  Prednisona 5-10 mg/dia • Casos recorrentes – 5-ASA  Mesalazina e Sulfasalazina – MTX e Azatioprina – Infliximab e Adalimumabe Rev Bras Reumatol, v. 47, n.4, p. 243-250, jul/ago, 2007
  • 28. REFERÊNCIAS • DAVID, T. Yu; ASTRID VAN TUBERGEN, M. D. Reactive arthritis. UpToDate®. • INMAN, Robert D. Clinical manifestations and diagnosis of arthritis associated with inflammatory bowel disease and other gastrointestinal diseases. UpToDate®. • SAMPAIO-BARROS, Percival Degrava et al. Consenso Brasileiro de Espondiloartropatias: outras espondiloartropatias diagnóstico e tratamento-primeira revisão. Revista Brasileira de Reumatologia, 2007. • SIEPER, J. et al. The Assessment of SpondyloArthritis international Society (ASAS) handbook: a guide to assess spondyloarthritis. Annals of the rheumatic diseases, v. 68, n. Suppl 2, p. ii1-ii44, 2009.