O documento discute as formas de discriminação racial no Brasil, especialmente contra negros. Afirma que o racismo está enraizado na história e cultura brasileiras e afeta o cotidiano de muitas pessoas. Defende que combater o preconceito exige esforços coletivos na escola e na sociedade, por meio de iniciativas que valorizem a diversidade cultural e condenem todas as formas de discriminação.
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
Aaa corpo movimento
1. ATIVIDADE DE APERFEIÇOAMENTO ACADÊMICO
CORPO E MOVIMENTO
Existemváriasformasde discriminaçãoconhecidas,contudo,háduasmaneirasmais usuais de
se manifestarem: uma forma mais perceptível à primeira vista, que é reconhecida no
momento e de forma objetiva, porque decorre de preconceito enraizado e expresso muitas
vezes e de maneira inconsciente. Este modo é relativamente aceito pelo grupo. E a segunda
acontece de formaindireta,pormeiode algunsatosque não são imediatamentereconhecidos
e normalmente são tidos como inofensivos, mas que, após cometidos, surtem efeitos de
cunho negativo em determinados grupos de pessoas que, a partir de então, passam a sofrer
processos de exclusão ou serem estigmatizados.
"NoBrasil,a históriade seusconflitos e problemas envolveu bem mais do que a formação de
classessociaisdistintasporsuacondiçãomaterial. Nas origens da sociedade colonial, o nosso
país ficou marcado pela questão do racismo e, especificamente, pela exclusão dos negros.
Mais que uma simples herança de nosso passado, essa problemática racial toca o nosso dia a
dia de diferentes formas.”
(www.escolanova.com.br/RainerdeSouza).
Lutar contra o preconceitoé umadecisãoque precisaser encampada pela coletividade, não é
uma responsabilidade sóde quemé discriminado."Se aconstruçãoda auto-imagem do jovem
em nosso país prevê que o negro se sinta submisso e o branco, superior, sempre haverá
problemas para a sociedade como um todo", analisa a consultora educacional Isabel Santos,
do Centro de Estudo das Relações de Trabalho e Desigualdades, o Ceert. Para combater essa
triste realidade, a instituição está promovendo o prêmio Educar para a Igualdade Racial, que
valoriza iniciativas criativas, desenvolvidas dentro da escola, com o objetivo de promover a
pluralidade cultural e acabar com o racismo.
Ações que valorizem as diferentes etnias e culturas devem, sim, fazer parte do dia-a-dia de
todos os colégios. Mas isso não é tudo. É preciso que os alunos aprendam a repudiar todo e
qualquertipode discriminação,sejaela baseada em diferenças de cultura, raça, classe social,
nacionalidade,idade oupreferênciasexual,entre outrastantas."A Pluralidade Cultural é uma
área do conhecimento", lembra Conceição Aparecida de Jesus, uma das autoras dos
Parâmetros Curriculares Nacionais de 5ª a 8ª série, que têm um capítulo inteiro dedicado ao
tema.Pedagogae consultora,elaensinaaincluirotemano planejamento."Cultive ohábitode
ouvir as pessoas e desenvolva projetos pedagógicos com propostas que tenham por base
questões presentes no cotidiano das relações sociais." Quem adota essa prática com
estudantes que sofrem com o preconceito garante: a agitação da turma diminui, todos se
aproximam do professor e os mecanismos de ensino e aprendizagem são facilitados.
2. No Brasil, ser negro é tornar-se negro. O conhecimento dessas questões pode nos ajudar a
superaro medoe/oudesprezodasdiferençasraciaisaindapresentenaescola e na sociedade.
Entender essa complexidade é uma tarefa dos/as profissionais da educação. É tarefa de uma
escolaque se quercidadã e,por issomesmo,nãopode deixarde incluiraquestãoracial noseu
currículo e na sua prática (Gomes, 2001:89).
Sernegro ouser mestiçosignificaterumamaiorprobabilidadede ser recrutado para posições
sociaisinferiores.Isto,numaestruturasocial que jáé profundamente desigual. Então, no meu
entender,ovínculo entre raçae classe é exatamente esse: raça funciona como mecanismo de
seleçãosocial que determinaumamedidabastante intensa qual a posição que as pessoas vão
ocupar. (Hasembalg, 1991:46)