2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
Epistemologia - Hipótese e Causalidade
1. Ciência e Tecnologia
Hipótese e Causalidade
Sob a Ótica Epistemológica
Siméia de Azevedo Santos
Epistemologia – Prof. Fabio Gallo
PUC-SP, 21 de agosto de 2017
2. Agenda
Discussão dos artigos do Prof. Dr. Onésimo Cardoso:
Ciência e Tecnologia – um enfoque epistemológico
Hipótese e Causalidade – uma abordagem epistemológica
Considerações Finais.
Resumo
Ciência e Tecnologia: Reflexão sobre a dimensão epistemológica que mostra
que todo avanço da Ciência Moderna teve como pressuposto o mecanicismo
e o determinismo, ou seja, por trás da prática científica está uma filosofia e
uma visão de mundo.
Hipótese e Causalidade: Análise da hipótese na pesquisa e problematização
da causalidade no âmbito das ciências naturais e sociais através de uma
abordagem epistemológica que implica buscar novas reflexões que superem
limites dominantes e ajudem na construção de novos enfoques que
possibilitem avanços de interpretação inclusive na Administração.
3. Reflexão Epistemológica
Deve servir à ciência e à técnica, em especial no ambiente
universitário, que tem o dever de lidar com o pensamento
construído e com o construir o novo.
Poderíamos até começar a analisar a questão a partir desse ato
pré-histórico do homem fazendo fogo, mas nessa época histórica
era impossível falar em ciência e tecnologia.
4. Ciência - É entendida a partir do que se denomina na
história do conhecimento de “Ciência Moderna”. Seus
grandes representantes: Galileu Galilei e Descartes.
Apesar de todo o avanço científico, vive a ironia de
não ter dado uma resposta científica para o sentido de
si própria.
Dificuldade epistemológica decorrente da condição
“existencial” da ciência como uma atividade humana,
social e cultural.
“...a tecnologia produzida pelas ciências
transforma a sociedade, mas também,
retroativamente, a sociedade tecnologizada
transforma a própria ciência” (Edgar Morin).
René Descartes
Galileu Galilei
5. Técnica- “mesmo a mais moderna é constituída de
bricolagem, reutilização e desvio. Não é possível utilizar
sem interpretar, metamorfosear” (Pierre Lévy).
Questões de “Interpretação” na indústria moderna.
Questão epistemológica permite compreender a atividade
científica como uma aventura sem limites, sem temor da
desordem, do acaso, do caos e da complexidade.
Situação Complexa >>> Procedimentos Complexos
“o objetivo do conhecimento (...) é diálogo
com o mistério do mundo” (Edgar Morin).
Pierre Lévy
6. Ciência Moderna
Desenvolvimento graças ao Renascimento e às determinantes
econômicas, políticas e sociais na Europa dos séc. XVI e XVII.
Associa-se progressivamente à técnica.
Matriz teórica
- Leis de Johannes Kepler (1571-1630)
- Método de René Descartes (1596-1650)
- Física de Galileu Galilei (1564-1642)
A partir desses princípios:
Síntese entre física terrestre e física celeste de Isaac Newton –
grande paradigma da história da ciência, baseado na Física e
Matemática.
Johannes Kepler
Isaac Newton
7. Ciência Moderna
Na obra “Crítica à Razão Prática” Immanuel Kant (1724-1804)
ilustra o fascínio exercido pela matriz teórica de Newton no
ocidente.
Racionalismo e Determinismo como chave para se chegar ao
conhecimento científico (herança desse pensamento até os dias de hoje).
Domínio absoluto da Matemática e da Física >>> Mecanicismo
Immanuel Kant
8. Ciência e Tecnologia
Visão mecanicista tornou-se uma abordagem
epistemológica, efeitos em todos os setores do
conhecimento.
Revolução Industrial – era da técnica, criação das máquinas
Ciência e Técnica – aliadas
Visão Positivista: utilização sistemática dos conceitos
quantitativos, evitando a abordagem da razão histórica.
Dependência entre as ciências:
Matemática > Física >Química >Biologia >Psicologia >Ciências Sociais
Enaltecimento do preciso, do quantificável.
9. Ciência e Tecnologia
Fins do séc. XIX - Friedrich Nietzsche (1841-1900) “... Um
mundo essencialmente mecânico seria um mundo totalmente
desprovido de sentido!”
A crise da física clássica e o surgimento da física moderna
- O Atomismo: Demócrito – Grécia Antiga
Leucipo: Escola Atomística “ tudo quanto existe é composto
de átomos agrupados em umas poucas espécies”.
- Durante séc. XIX ideia do átomo ganhou mais bases;
- Leis do eletromagnetismo: avanços na tecnologia, como
técnica radiofônica;
- Leis da Termodinâmica.
Friedrich Nietzsche
Átomo
Eletromagnetismo
10. Relatividade e Física Quântica
Albert Einstein (1879-1955): pensamento para a
construção da física moderna. Para ele o universo é
concebido como um todo dinâmico e inseparável que
sempre inclui o observador.
Max Planck (1858-1974): ‘Constante de Planck’ –
irradiação não contínua dos átomos de carbono.
E nos dias de hoje, o homem realiza a clonagem e
desenvolve a nanotecnologia que rearranja os átomos
em máquinas moleculares para realização de diversas
atividades, como para a área da saúde.
Albert Einstein
Max Planck
11. Teoria do Caos
“Pequenas causas poderiam gerar grandes
efeitos” (James Gleick).
“... O lado irregular da natureza –
descontínuo e errático – constitui sempre
camadas, ou pior, monstruosidades para a
ciência”. (James Gleick).
Engenharia Genética
- Biologia Molecular
- Código Genético – DNA
- Consciência como resultante dos
processos neurobiológicos.
- Homem = Interações atômico-
moleculares.
A crise da Tecnologia
- Visão mecanicista e determinista
responsável pelo avanço tecnológico
ainda se faz presente na produção
científica atual.
- Conquistas da Telerrobótica e
Automação, tecnodemocracia, mas...
- Novos problemas sem resposta.
12. Hipóteses e Causalidades
Epistemologia inserida no âmbito da filosofia é o campo que torna
possível interrogar a ciência no seu todo, nas suas manifestações e na
suas crises de sentido e legitimidade.
Todavia essa “invasão” é incômoda, mas não há disciplina “científica”
que dê conta da problemática do conhecimento científico.
Compreender as implicações e a complexidade do uso da hipótese e sua
relação com a causalidade exige procedimentos também complexos que
possam buscar muito mais que certezas para se trabalhar com
dificuldades, contradições e ambiguidades, sem cair na tentação da
procura pela verdade plena.
13. Hipóteses e Causalidades
Hipótese: explicação provisória das causas de um
fenômeno, estabelecendo sua primordial função que seria
orientar o pesquisador na direção da causa possível.
Causalidade:
- Entendida como categoria (vínculo causal), ou
- Como princípio (mesma causa produz o mesmo efeito)
- Ainda, entendida como uma doutrina determinista
controlada expressa na ideia de que tudo tem uma
causa.
David Hume: causalidade é uma ideia forjada pela
imaginação humana. David Hume
14. Hipóteses e Causalidades
Proposições a respeito da ‘causalidade’ e questionamento das ‘hipóteses’
- Henri Poincaré (1854-1912): post hoc, ergo propter hoc
propter hoc, ergo post hoc
Pierre Simon Laplace
Robert Hooke
Augusto Comte
Henri Poincaré
15. Hipóteses e Causalidades
- Babbie: “nada é provado cientificamente. Hipóteses explicações, teorias
ou palpites podem escapar de tentativas de desconfirmação, mas
nenhuma pode ser provada de modo absoluto”.
- Prigogine: “os pesquisadores não são indivíduos observando o mundo
com base em nada, mas participantes de um universo cultural e
linguístico no qual se inserem os seus projetos individuais e coletivos.”
Ilya Prigogine
16. Ciências Naturais x Ciências Sociais
- Processo lógico indutivo e dedutivo;
- Distorções de ordem epistemológica:
“As leis referentes ao comportamento humano e social são mais
complexas do que as do mundo físico e não tem muito a ver com
as grandezas quantitativas”.
- Mario Bunge: “nenhuma teoria isolada, por bem sucedida que
seja, poderia nos forçar a renunciar à causalidade, que é a
chave da explicação científica”.
- Lei de oferta e procura no âmbito da Economia.
17. Considerações Finais
- Importância da incerteza e do indeterminismo para a produção de
novos conhecimentos
- Enriquecimento dos diferentes campos da ciência trabalhando em
conjunto, como um sistema complexo e interconectado
- John Horgan: “Ciência pura ou fundamental chegou a seu fim,
descobertas principais já realizadas e só restou meros detalhes para
futuras gerações de cientistas”. Será isso mesmo?
- Ilya Prigogine: na verdade estamos no “começo de uma nova
aventura”
- Crítica em relação a delimitação de uma verdade absoluta baseada
na própria visão de mundo.
18. Considerações Finais
- Hannah Arendt (1906-1975): o homem não pode ter a
pretensão de acreditar que é possível descobrir, de forma
cabal, o segredo de um mundo “que precedeu a nossa própria
chegada e sobreviverá a nossa partida”
Reflexão final: o mito de Sísifo
O que precisa ser feito de diferente para um
desfecho satisfatório?
Sem mudança de ação não há
novo resultado!