Conferência SC 24 | Estratégias de diversificação de investimento em mídias d...
federal reserve
1. JORNALDA CIDADE“sem liberdade de criticar, não existe elogio sincero”. beaumarchais
Edição de hoje 66 páginas
FALE COM O JC: 3226.4800 REDAÇÃO: 3226.4824 / 3226.4826 COMERCIAL: 3226.4820 FAX: 3215.5009redacao@jornaldacidade.net
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ISSN 1981-8971
bAIXA:alta:
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04h47: 2.2
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Esportes
domingo Sergipe R$ 2,00 - Outros Estados R$ 2,50
Fechamento
desta edição
12h
MARÉS
Aracaju-SE, 26 e 27 de outubro de 2014 - Ano XLIII - Nº 12.695
O eleitor
volta hoje
ao caminho
das urnas para
escolher o novo
presidente da
República após
uma campanha
eleitoral dura,
difícil e pesada
para ambos os
candidatos. A2
ditorial
E
Cinco nomes despontam como os mais prováveis à corrida pela Presidência da Assembleia Legislativa, todos do PMDB e PSB. Os deputados
eleitos Luciano Bispo, Garibalde Mendonça e Zezinho Guimarães, os três do PMDB, e Gustinho Ribeiro e Jeferson Andrade, ambos do PSD,
assumem abertamente o interesse pela vaga. O governador disse que só começa a discutir o assunto após o 2º turno das eleições. A3
PMDB e PSD querem
o comando do Poder
Legislativo de Sergipe
Turismo
Valadares Filho
“O governo de João Alves é um atraso”. A3entrevista
Excesso de atividades
escolares causa estresse
aos estudantes
Cidades B1
Fábricade
lingerieem
Socorroexporta
paraIsrael.
$Mercado
tb
Diretas não! Esta semana,
o Pleno do TJ negou por
unanimidade eleições diretas
para presidente do Tribunal
de Justiça de Sergipe. A
proposta partiu da Associação
dos Magistrados (Amase).
Ivan ValençaEugênio Nascimento
Por trás dessa rivalidade entre os pró-
Aécio e os apoiadores de Dilma está uma
distribuição de renda mais generosa que
expõe o enfrentamento entre a classe
média tradicionalista e os mais pobres.
Quem vencerá? A5
colunasHoje nas
Sem medo de errar: o País nunca assistiu
a uma campanha com tantas baixarias
como esta, principalmente no segundo
turno, quando os mais calorosos instintos
afloraram. Agora isso tudo acabou e o
resultado virá logo mais. A5
ArAcAju, domingo
26 de outubro de 2014
da CidadeRevista
Jornal da Cidade • araCaJu, domingo 26.10.2014
laraaguiarcidade@gmail.comLara Aguiar
Jadilsonsimões
Coordenadora do Núcleo de Doenças
Transmissíveis da SES cita ações de
prevenção e combate à Sífilis Congênita.
PÁGINA 03
ENTREVISTA Veterinária desmistifica o processo de
castração de animais ao ressaltar os
benefícios da cirurgia de esterilização.
PÁGINA 09
MUNDO ANIMAL
Você sabia que os fotoprotetores orais são
extraídos de alimentos funcionais e que podem
ser consumidos sob orientação?
PÁGINA 04
NUTRIÇÃO
PÁGINA 06
A cura pelo
oxigênio:
especialista
explica
procedimento
que acontece
numa câmara
hiperbárica
Médico especialista
em medicina
hiperbárica fala
sobre a cura pelo
oxigênio.
municípiosNo Povoado Carapitanga, no Município de Brejo
Grande, a 137 quilômetros de Aracaju, os pescadores
cinquentões mantêm a prática de pegar peixes sem
varas, anzóis ou redes, mas usando apenas as mãos. A
velha arte tem conquistado pescadores mais novos.
O litoral norte paulista tem 180 praias, 420 cachoeiras, 110 trilhas e 138 mil hectares
de Mata Atlântica. Quer mais? O azul-piscina das praias que contrasta com o verde
da mata virgem é de encher os olhos e prender o visitante neste local paradisíaco. C4
Jorge Henrique
Divulgação
A arte dos pescadores
do Baixo São Francisco
A arte dos pescadores
do Baixo São FranciscoEm boa fase no São
Paulo, o meia Kaká fala
em entrevista sobre
seu retorno à seleção
brasileira com Dunga no
comando. B10
2. PeriscópioDa Editoria Política politica@jornaldacidade.net
Jornal da Cidade
carlos chagas
Editora Roteiro Ltda
CADERNO
aoPINIÃOAracaju domingo 26 e segunda 27 de outubro de 2014
Novo presidente
Justificativas para tudo
Repercussão
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..........................................................................................................
Eleitor volta ao
caminho das urnas
hoje para escolher
o novo presidente
da República
Superintendente
Evando Ferreira
Diretor Comercial
arnildo ricardo
Diretor de Redação
eugênio nascimento
Chefe de Reportagem
DILSON RAMOS
Máquina?
SURPRESA: O POVO MU-
DOU! Ou ACERTAMOS MAIS
UMA VEZ! - Uma dessas duas
afirmações como manchete ou
notícia de primeira página, com
as necessárias adaptações, serão
apresentadas segunda-feira pelos
principais jornais envolvidos com
os maiores institutos de pesquisa.
Ao contrário do primeiro turno,
quando mascararam o vexame
dos institutos, os matutinos não
terão outra alternativa senão
desmentir ou confirmar seu noti-
ciário anterior. Claro que sempre
justificando sua posição, dentro
daquela tradicional máxima de
terem sempre razão.
Depois do flagrante erro da
primeira votação na maioria
das eleições estaduais e até na
corrida presidencial, as empre-
sas empenhadas em decifrar as
tendências populares começa-
ram cautelosas na segunda. Há
quinze dias, Ibope e Datafolha
preferiram poupar-se. Saíram
com a previsão de empate técni-
co, com 51 para Aécio e 49 para
Dilma. Assim ficaram até esta se-
mana anterior à eleição, quando
inverteram os números, dando 6
e até 8 pontos de diferença para
Dilma. Não devem ser acusados
de manipulação, até prova em
contrário, mas fica difícil explicar
mudança tão ampla das tendên-
cias populares. São no mínimo 4
milhões de votos alterados. Será
que o eleitorado mudou mesmo
ou já se havia definido da forma
como se definirá? Ou será que...
No fundo está a precarieda-
de de substituir 143 milhões de
eleitores por no máximo 9 mil.
Fica difícil acertar, por mais que
metodologias esotéricas sejam
aplicadas.
Assim chegamos ao dia de
hoje, quando conheceremos a
verdadeira pesquisa.Tanto pode
vencer Dilma Rousseff, para ale-
gria dos dois maiores institutos,
quanto Aécio Neves, favorecido
pelas empresas menores. Do que
ninguém se espante, porém, será
da explicação de todos, obriga-
toriamente endossada pelos jor-
nalões: ou o povo mudou ou eles
acertaram...
De qualquer forma, prevale-
cerá aquela sábia lição árabe do
“Maktub”: estava escrito há mil
anos...
Deve tomar cuidado
Há quem se debruce de forma
inusitada nas consequências de
uma vitória de Dilma: o maior
prejudicado será o Lula. Mesmo
com os destemperos dos últimos
dias, quando aderiu por inteiro à
campanha da sucessora, agredin-
do virulentamente Aécio Neves,
o ex-presidente perderá espaço
no novo governo. A criatura
não deixará de inflar seu ego e
imaginar-se detentora de uma
liderança isolada e independen-
te. Poderá compor o seu próprio
ministério e traçar suas diretrizes
de governo sem a tutela do an-
tecessor. Quanto às eleições de
2018, estão bem longe.
Razão com o
conselheiro Acácio
Oportuno se torna lembrar o
Conselheiro Acácio, personagem
ímpar de Eça de Queirós, para
quem “o poder é muito pode-
roso”. No fundo de tudo está a
responsabilidade dos tucanos,
porque deles foi a iniciativa de
impor a reeleição. O resultado
pode estar próximo...
Ganho
A propaganda elei-
toral obrigatória no
rádio e na TV, que
terminou na última
sexta-feira represen-
tou para o governo
federal uma renúncia
fiscal de R$ 840 mi-
lhões. O valor é quan-
to o governo abrirá
mão em impostos
para compensar as
emissoras de televisão
e rádio pela destina-
ção de parte do seu
horário para a propa-
ganda política.
Dilma cá
Políticos de oposição
e situação ouvidos pela
coluna avaliam que a
presidente Dilma Rous-
seff (PT) derrota Aécio
Neves (PSDB) na dispu-
ta do voto, em Sergipe,
neste segundo turno.
No primeiro turno da
eleição, Dilma obteve
54,90% e Aécio 22,68%
dos votos válidos. Os tu-
canos acham Aécio terá
expressiva votação. Mas
os petistas avaliam que
Dilma terá dois de cada
três votos.
E agora?
Se a presidente Dil-
ma Rousseff conquis-
tar o segundo mandato
neste domingo, como
apontam todos os insti-
tutos de pesquisa mais
sérios, como vai ficar
aquele pessoal que disse
há menos de um mês
que já não aguenta mais
passar tanto tempo na
oposição? Na esfera fe-
deral o PT vai para 16
anos de poder e em Ser-
gipe a aliança PT, PMDB
e PSB pode chegar aos
primeiros 12 anos.
Presidência
Nas conversações
políticas com parla-
mentares de sua base
aliada, o governa-
dor reeleito Jackson
Barreto (PMDB) tem
dito àqueles que de-
sejam disputar o co-
mando da Assembleia
Legislativa que fiquem
à vontade. Por isso, os
nomes de candidatos já
são muitos: Garibalde
Mendonça, Jeferson
Andrade, Zezinho Gui-
marães e Luciano Bis-
po, entre outros.
Não culpa
O senador Eduardo Amorim (PSC) diz não culpar o prefeito João Alves Filho
(DEM) pelo resultado modesto que obteve na capital na disputa pelo Go-
verno do Estado. Ele obteve 99,1 mil votos, enquanto o governador reeleito
Jackson Barreto (PMDB) teve 134,7 mil votos.
Estranho que o senador
Eduardo Amorim
(PSC) fale agora em uso da
máquina do Estado para fa-
vorecer o governador Jackson
Barreto (PMDB) na última
campanha. Durante os três
meses da disputa, Amorim
quase nunca tratou do assun-
to – que inclusive seria crime
eleitoral. Não houve nenhuma
denúncia dele neste sentido.
Eliane 1
Encerrou ontem definitivamente
a campanha eleitoral deste ano. E em
Sergipe é unanimidade o destaque
para o trabalho da ex-primeira-dama
Eliane Aquino pela reeleição da presi-
dente Dilma Rousseff (PT) no Estado.
“Eliane saiu maior do que entrou no
processo”, avalia um governista. Na
primeira etapa da disputa, Aquino foi
a coordenadora estadual, função que
cedeu ao governador reeleito Jackson
Barreto (PMDB) no segundo turno.
Eliane 2
Tanto o governador Jackson
Barreto quanto a presidente Dilma
Rousseff agradeceram o trabalho de
Eliane Aquino. E durante o segundo
turno, ela não baixou a guarda e
continuou participando de todos os
atos em prol da reeleição da petista.
Para Eliane, também foi muito im-
portante envolver-se na campanha,
tanto que sempre disse que cumpria
assim uma missão delegada a ela
pelo ex-governador Marcelo Déda.
Apressadinho
Desde que o governador os deixou à vontade para encaminharem suas
campanhas até o momento final das negociações dentro da própria base,
Luciano Bispo (PMDB) mostra-se bastante apressado. Já conversou com os
14 aliados do governador e outros dois da oposição cujos nomes não revela.
Por causa disso, a caça ao voto deve ser ampliada nesta semana.
Aentrevista concedida
na quinta-feira pelo
governador Jackson
Barreto ao radialista George
Magalhães teve grande
repercussão em todo o Estado.
Ele cutucou os ex-governadores
João Alves, Albano Franco e
Valadares, além da senadora
Maria do Carmo, quando
lhes recomendou a adotarem
para si o caminho da
aposentadoria. Será que eles
vão seguir o conselho?
Provocador
Mesmo depois de ter derrotado praticamente todos os líderes políticos de uma
vez, o governador Jackson Barreto (PMDB) não perde o costume da provocação
aos circunstanciais adversários. Esta semana ele disse que a inserção do seu
ex-aliado e ex-governador Albano Franco na Academia Sergipana de Letras,
é uma “piada”. Aproveitou para recomendar um psiquiatra ao senador
Eduardo Amorim, que foi seu aliado até pouco tempo, também.
explosão
Um caixa eletrônico da Caixa Econômica Federal (CEF) foi encontrado pela
Polícia Federal, neste sábado, parcialmente destruído, na região da Zona de
Expansão da capital, na Rodovia dos Náufragos, no Mosqueiro.
Posse
O presidente eleito
neste domingo vai to-
mar posse 67 dias após
o segundo turno das
eleições. Atualmente,
a posse do presidente
da República é no dia
1º de janeiro do ano
seguinte às eleições,
mas nem sempre foi
assim. Uma proposta
do senador José Sar-
ney (PMDB-AP), em
análise na Comissão de
Constituição e Justiça
(CCJ), a transfere para
10 de janeiro.
Descaso
Pelo interior do Es-
tado pipocam denún-
cias e reclamações de
trabalhadores contra
prefeitos que sequer
pagam os seus salários.
Em Riachão do Dantas,
por exemplo, alguns
servidores espalharam
faixas nas principais
ruas do município ape-
lando para que o prefei-
to Ivan Macêdo cuide
de pagar o que deve.
Em uma delas, lê-se
que “quem trabalha de
graça é escravo”.
C
onclui-se neste domingo o processo eleito-
ral brasileiro de 2014, agora para definir,
em segundo turno, o nome que vai gover-
nar o País pelos próximos quatro anos. A
definição será entre a presidente Dilma Rousseff,
candidata à reeleição, e o senador e ex-governador
de Minas Gerais, Aécio Neves.
Todas as pesquisas divulgadas nos últimos
dias – à exceção do Instituto Sensus, em parceria
com a revista IstoÉ – dão vitória à presidente Dil-
ma, inclusive com uma boa margem de votos. Os
oito pontos que ela pôs à frente do seu opositor
seriam impossíveis de tirar em meros dois ou três
dias de campanha.
A pesquisa do Sensus, toda-
via, põe Aécio à frente com uma
margem de seis pontos de di-
ferença. Como os institutos de
pesquisa foram o grande fiasco
no primeiro turno realizado no
último dia 5, o melhor é esperar
o resultado oficial, que começa
a ser divulgado a partir das
20h deste domingo, horário de
Brasília.
Se tiver que deixar a Presidência em 1º de ja-
neiro próximo, a presidente Dilma entregará a seu
sucessor um país carregado de problemas, alguns
deles que não existiam quando ela assumiu quatro
anos atrás. É o caso de uma inflação persistente,
que hoje já atinge quase sete pontos e está muito
longe da meta pré-estabelecida.
Durante toda a campanha foram expostas algu-
mas questões que deixaram o eleitorado ouriçado.
Por exemplo, o dinheiro gasto pelo país com a
construção do Porto de Mariel, em Cuba, e o perdão
de dívidas concedidas a outros países estrangeiros.
Essas questões chegaram aos debates realizados
entre os candidatos, mas as respostas de Dilma
foram um tanto quanto evasivas. O que estarre-
ceu a opinião pública, mesmo, pra valer, foram os
assaques contra aquela que é considerada a maior
empresa brasileira, a Petrobras.
Por oito anos, Paulo Roberto Costa, diretor de
Abastecimento da empresa até 2012, recebia em
torno de 3% das faturas pagas às grandes empresas
que serviam à Petrobras. É um butim muito alto,
que era dividido com partidos políticos e algumas
altas figuras da República.
Ele confessou o “assalto” através de delação
premiada que ainda está em andamento. Tentou-
-se atribuir a ele e ao doleiro
Alberto Yousseff a participação
nesta divisão do ex-presidente
do PSDB, o pernambucano
Sérgio Guerra, já morto, mas o
próprio delator disse que jamais
fez tal afirmação.
O mineiro Aécio Neves é o
contraponto à candidatura de
Dilma Rousseff. Neto do presi-
dente Tancredo Neves – que caiu
doente justamente no dia em que
tomaria posse, passando a chefia do governo ao se-
nador José Sarney –, Aécio tem feito uma brilhante
carreira política como governador de Minas, depu-
tado (até presidente da Câmara) e senador.
Arriscado a ficar fora do segundo turno pela can-
didatura de Marina Silva, a ex-senadora do Acre,
Aécio deu a volta por cima ao final do primeiro tur-
no. Liderou as pesquisas de intenção de votos até a
semana passada, quando se deixou ultrapassar pela
presidente Dilma, a partir da última segunda-feira.
Foi uma campanha dura, pesada, difícil para
ambos os candidatos. Resta agora ao eleitor esco-
lher aquele que lhe parece melhor.
3. Deputados na disputa pela Presidência da AL
politica@jornaldacidade.net
Jornal da Cidade
Editoria de políticaAracaju domingo 26 e segunda 27.10.2012
Política
Max Augusto
Da equipe JC
“O governo de João é um atraso para Aracaju”Divulgação
w JORNAL DA CIDADE - O governador
Jackson Barreto (PMDB) ficou
visivelmente irritado com a adesão dos
Valadares de apoiar a campanha de Aécio.
Que motivos levaram a essa adesão?
VALADARES FILHO – Na reunião da exe-
cutiva nacional, o senador Valadares, que
é membro, defendeu que o PSB deixasse
os Estados liberados para decidir. Fomos
voto vencido e como acontece em todas as
instâncias partidárias, quando a sua tese
é derrotada, acompanha-se a decisão da
maioria. Na reunião com as lideranças de
Sergipe, ficou decidido acompanhar a deci-
são nacional de apoio a Aécio e a liberação
dos prefeitos e lideranças, por conta das
especificidades locais.
w JC - Mas muitos prefeitos do PSB
estavam envolvidos na campanha
de Dilma. Eles foram liberados para
continuar apoiando a petista? Essa adesão
à candidatura foi só dos Valadares ou foi
do PSB como um todo?
VF - Foi o que decidimos, por conta das
especificidades de cada um município.
Agora, várias lideranças estão com Aécio
também, não somos apenas eu e o senador
Valadares. Posso citar como exemplo o de-
putado estadual eleito Luciano Pimentel,
e o prefeito de Pinhão, Eduardo Marques,
entre várias outras lideranças. Então, o que
foi decidido pelo PSB de Sergipe, como
falei na resposta anterior, foi o apoio da
executiva nacional, respeitando as particulari-
dades e a opção de cada filiado.
w JC - Caso Aécio ganhe a eleição, o senhor
e seu pai serão uma ponte para garantir
recursos a Sergipe?
VF - Isso é uma certeza. Independentemente
de quem for eleito, nós continuaremos na luta
para trazer recursos para Sergipe e ajudar o
nosso governador Jackson Barreto e seu vice
Belivaldo a fazerem um grande governo.
w JC - Uma possível vitória de Aécio fortalece
uma também possível candidatura sua à
Prefeitura de Aracaju?
VF - Saímos agora de uma eleição muito difícil,
onde fizemos uma campanha com respeito ao
eleitorado. É normal a imprensa começar a
especular sobre a próxima eleição, mas a nos-
sa preocupação agora é preparar ações para o
novo mandato de deputado federal. Foi uma
honra ser eleito pela terceira vez consecutiva
representante dos sergipanos. Mas tenho a
certeza que o resultado da eleição presidencial
não é diretamente ligado a uma possível can-
didatura a prefeito.
w JC - Há boatos de que o senhor já te-
ria conversado com o prefeito João Alves
Filho. Estaria sendo estudada uma
composição onde o senhor seria o vice de
João, que iria para a reeleição de prefeito
e depois tentaria o governo. Essa é uma
possibilidade?
VF - Nunca conversei política com o prefeito
João Alves e essa possibilidade não existe.
Além do mais, chegando a quase dois anos de
sua administração vemos que seus compro-
missos de campanha não foram cumpridos,
fazendo com que o seu governo seja um ver-
dadeiro atraso para Aracaju, assim como disse
que seria, quando combati a sua candidatura a
prefeito na eleição de 2012.
w JC - Durante vários anos o senhor e seu
pai apoiaram o governo Dilma. Caso ela saia
vitoriosa, pretendem retornar à base de apoio
ao PT?
VF - Vamos acompanhar a decisão da Execu-
tiva do PSB. Na minha opinião, o partido não
tem de estar preocupado em ser oposição ou
governo. O PSB deve ter uma posição, no Con-
gresso Nacional, sempre em favor dos brasilei-
ros, independentemente de quem seja o presi-
dente. O PSB não tem de estar preocupado em
ser governo ou oposição, principalmente neste
momento de transição que vive o partido,
com a perda do nosso maior líder, Eduardo
Campos.
w JC - O senhor acredita que o seu grupo
estará unido ao de Jackson na eleição
municipal de Aracaju? Essa união estaria
condicionada a um apoio ao seu nome
ou vocês podem apoiar outro candidato?
VF - Alguns setores tentam aproveitar o
apoio a Aécio para gerar uma briga. É
normal a divergência, como é mais nor-
mal ainda nossa união com Jackson, a
quem ajudamos muito na sua reeleição.
Ele reconhece isso e nós reconhecemos
a importância do seu governo. Quanto à
possível candidatura, se ela nem existe,
quanto mais falar em imposição. Aliás,
quem tenta impor candidatura acaba
isolado e a nossa aliança, liderada pelo
governador Jackson Barreto, terá, no mo-
mento adequado, a imensa responsabili-
dade de mudar o momento administrativo
que vive nossa capital.
w JC - Quais serão os maiores desafios
para a Câmara dos Deputados, nesta nova
legislatura? Quais são os seus planos para
os próximos quatro anos?
VF - Vamos continuar com as bandeiras
do esporte, da juventude, da educação, do
turismo e da inclusão social. Vamos tentar a
aprovação do nosso projeto nas comissões
e no plenário. A proposta vai beneficiar
milhares de estudantes, com o passe livre.
Chegou a hora de garantir esse direito para
os estudantes.
Para o deputado federal
Valadares Filho (PSB), o prefeito
João Alves Filho (DEM) não está
cumprindo os compromissos
assumidos durante a campanha
eleitoral. O deputado, que
disputou com João a Prefeitura
de Aracaju, afirmou ao
JORNAL DA CIDADE que o não
cumprimento dos compromissos
de campanha vem fazendo com
que o governo de João seja um
verdadeiro atraso a seguir.
para Aracaju. Valadares
Filho também falou que não
pretende impor candidaturas
para 2016,mas destacou
que seu grupo possui a
responsabilidade de mudar o
momento administrativo que
Aracaju vem passando. Ele
ainda comentou o apoio do
seu grupo ao presidenciável
Aécio Neves. Leia
VALADARES FILHOENTREVISTA
Novo líder
O capitão Samuel Barreto (PSL), deputado estadual reeleito no último dia 5,
manifestou interesse em ser o novo líder da bancada de oposição na Assembleia
Legislativa. É que o atual líder, deputado Venâncio Fonseca (PP), depois de 12 anos no
posto, confessou que a partir de 2015 quer propiciar essa oportunidade a outro colega.
Valter Lima
Da equipe JC
Até o momento, cinco no-
mes despontam como os mais
prováveis à corrida pela presi-
dência da Assembleia Legisla-
tiva. Os deputados estaduais
eleitos Luciano Bispo (PMDB),
Garibalde Mendonça (PMDB),
Zezinho Guimarães (PMDB),
Gustinho Ribeiro (PSD) e Jefer-
son Andrade (PSD) assumem
abertamente o interesse pela
vaga. Mas de igual modo, todos
defendem que seja lançada
uma candidatura de consenso
e aguardam o aval do governa-
dor Jackson Barreto (PMDB).
Passada a eleição deste
domingo, as conversas e dis-
cussões terão um encaminha-
mento mais objetivo, segundo
afirma o próprio JB. Ele disse
na última semana que os depu-
tados devem conversar entre
si e só depois procurá-lo. “Os
deputados têm que conversar
entre eles. Depois cada um irá
conversar comigo e dizer o que
está pensando e qual o grau de
apoio que têm dos demais co-
legas. Não cabe ao governador
nem a primeira palavra nem
a última sobre este assunto.
Essa questão da Presidência da
Assembleia está aberta. Vamos
dialogar e respeitar o interesse
dos deputados. Após a eleição
do segundo turno conversare-
mos”, disse.
Em conversa com o JORNAL
DA CIDADE, Jeferson disse que
“não tem discussão ainda” sobre
a presidência. “Tudo especula-
ção”, frisou ele. “Não tem emba-
samento ainda não. Vai se definir
nessa semana. Após a eleição da
presidente Dilma, vou conversar
com o governador. Pode ter cer-
teza que o bloco vai lançar um
nome só. No final a gente vai
sentar e chegar a um nome de
consenso”, disse.
Da mesma forma, Gustinho
Ribeiro afirmou que já está
“dialogando com diversos de-
putados, mas ainda é cedo para
uma definição”. “Vamos avan-
çar essas conversas a partir
dessa semana”, ressaltou. Para
ele, o importante é que o bloco
governista esteja unido e lance
o futuro presidente da Assem-
bleia Legislativa. “A disputa é
legítima, natural. O importante
é que nosso agrupamento saia
unido e façamos o presidente
do nosso bloco. Isso é total-
mente possível, temos ampla
maioria”, defendeu.
Nome que até o momento é
visto como um dos favoritos, o
deputado eleito Luciano Bispo
diz que já conversou com o
governador e ele “mandou tra-
balhar e agir para ver na frente
o que vai dar”. “O tratamento
na Assembleia será o mesmo
para todos os deputados. Ga-
ranto empenho, trabalho com
o compromisso assumido.
Não fico em cima do muro”,
afirmou Bispo, anteontem, em
entrevista ao radialista George
Magalhães. Através do seu
perfil no Facebook, ele já fala
como candidato ao cargo. “Na
presidência, trabalharei para
a valorização da Alese e todos
os deputados independente de
serem situação ou oposição,
sem nenhuma objeção, serão
tratados por igual”, publicou.
Esta semana,Garibalde
também falou sobre o assunto.
Disse que irá trabalhar para
conquistar o voto dos pares,
mas frisou que tem “convicção
que o nome deve representar
um consenso da base”. “Já
participei de várias eleições
da mesa, chegando inclusive a
presidi-la. Tenho experiência,
estou no meu quinto mandato
e só fiz amigos na Assembleia
Legislativa”, afirmou.
Zezinho defende que o seu
partido faça o presidente da As-
sembleia, por ter eleito a maior
bancada, e defende que o nome
seja fiel ao projeto. Ele diz que
sempre esteve ao lado do gover-
nador e destaca que ajudou a JB
a obter votação expressiva em
seus redutos eleitorais.
“Agora é decisão do gover-
nador indicar o nome para a
Presidência da Assembleia.
Espero que seja correspondido
em função do desempenho
eleitoral de quem realmente
sempre foi fiel ao projeto”, dis-
se Zezinho à imprensa.
PSD ou PMDB?
Para os deputados do PSD
Gustinho e Jeferson, embo-
ra o PMDB seja o partido com
maior número de eleitos, isso
não significa dizer que a legen-
da deva ficar com o comando
da Casa Legislativa Estadual.
Ambos foram uníssonos ao di-
zer à reportagem que o partido
do governador já ocupa o maior
espaço dentro da estrutura de
poder. “O PMDB já tem o Go-
verno do Estado, é bom dividir
para equilibrar as forças, mas
ressalto que o que queremos é
ser ouvidos”, explicou Jeferson.
“De forma republicana e
legítima vamos conversar com
nossos aliados. O PSD foi um
dos partidos que mais cresceu
nesta eleição. Os três deputa-
dos eleitos obtiveram mais de
30 mil votos cada um. O PSD
tem o respaldo das ruas. O
governador, com certeza, vai
ouvir as vozes das ruas e vai
encontrar um entendimento”,
disse Gustinho.
Luciano Bispo (PMDB) Gustinho Ribeiro (PSD)Garibalde Mendonça (PMDB) Jeferson Andrade (PSD)
Fotos Arquivo JC
Zezinho Guimarães (PMDB)
Maria Odília/Alese
Cinco nomes estão entre os mais cotados e confirmam: querem a presidência da instituição
4. Política Jornal da CidadeA-4 Aracaju, domingo 26 e segunda-feira 27 de outubro de 2014
Foi ruim, mas foi bom
da Agência Estado
DORA kRAMER Dilma e Aécio mantêm as
acusaçõesnoúltimodebate
Candidatosrespondemaindecisoserepetemironiasdeoutrosencontros
São Paulo, (AE) - Foi bom, mas foi ruim. Ou vice-versa. O lado
bom: o interesse, engajamento, entusiasmo do eleitorado,
volta de comícios, despertar de setores recolhidos ao silêncio
nos últimos tempos e a competição acirrada que demonstra a
inexistência de hegemonia de uma só força política no País. Há
polarização, o que é bem melhor que unanimidade. Há vigor, o
que é bem melhor que a apatia.
O lado ruim: a rudeza recorrente e crescente na maneira de as
pessoas se relacionarem com os fatos, as ideias, as divergências;
a vulgaridade na linguagem, a incapacidade de formular
raciocínios, a substituição do argumento pela agressão, enfim, a
completa ausência de compostura que chegou ao auge na eleição
que hoje se encerra em clima de esgotamento e hostilidade.
Decorrente, a meu ver, da noção de que na política -
notadamente quando o poder está em disputa - tudo é permitido.
Inclusive a revogação da norma de que respeito é bom e todo
mundo gosta. Política, assim, deixado de ser a arte de conciliar,
influenciar e construir consensos mediante o convencimento para
se transformar numa espécie de arena de leões onde a lógica do
jogo é matar ou morrer.
Não se trata aqui de tecer considerações sobre a tão
falada divisão do País e suas supostas consequências. A partir
de amanhã, ganhe quem ganhar, nada de extraordinário vai
acontecer em decorrência dessa exacerbação. O Brasil não entrará
em guerra civil, a vida vai continuar. Passado o estresse pós-
eleitoral os ânimos vão se acomodar e o eleito, ou eleita, terá de
dar conta do repuxo que vem pela frente.
Se quiser, o (a) presidente, poderá também tomar para
si a tarefa de conduzir o País a um processo de reabilitação
civilizatória no campo das relações políticas. Até para que não se
perca esse momento de entusiasmo e que o esgotamento com o
excesso de agressividade não se transforme em distanciamento e
desinteresse da população.
Sem um bom pavimento social, não será possível chegar à tão
desejada reforma política. Pelo simples e conhecido fato de que
na mão de suas excelências, sem a participação da sociedade, a
coisa não anda a contento. Agora, como falar em atuação política
se as pessoas confundem isso com o exercício da hostilidade
absolutamente gratuita?
O debate tanto foi estéril entre os candidatos quanto
tem sido improdutivo entre os partidários de um e de outro.
Hoje, qualquer auditório onde se reúnam plateias adversárias
ninguém deixa ninguém falar e terminam todos reduzidos a
“coxinhas” e “petralhas”.
Francamente, nós jovens quando começamos a nos dividir
logo após o fim da ditadura fazíamos bem melhor. Mesmo
no vazio da ausência do inimigo comum, as discussões não
se limitavam às trocas de adjetivos nem se precisava recorrer
aos palavrões para manifestar veemência. Para isso há muitas
palavras à disposição na língua portuguesa.
Quando a coisa começou a degringolar? Nessa altura não muda
nada lembrar quem começou a guerra, uma vez que o ambiente é
de chumbo trocado. Apenas para retomar o fio da meada em nome
da clareza dos fatos: aquele ensaio de “fora FHC”, em boa hora
desestimulado pela direção do PT, foi o primeiro sinal.
Tudo pareceu se acalmar na vestimenta do “Lulinha paz
e amor” e depois na transição civilizada do sociólogo para o
governo do ex-operário. Praticamente no dia seguinte o novo
presidente retomou o tom da prática sindicalista da vida inteira
ao carimbar a gestão do antecessor como “herança maldita”
e submeter o embate político ao conceito de que o lugar da
oposição é o gueto e seu destino, o aniquilamento.
Todo contraditório deveria ser castigado com desaforos e
desqualificações, enquanto os submissos eram agraciados com
toda a proteção; por mais desqualificadas que fossem suas ações.
Uma receita que não poderia dar certo. Até porque um dia
haveria reação.
Guilherme FiuzA
jornalista, escritor e colunista do jornal O Globo (25/10/2014)
Ignorantes do bem
A nova elite vermelha não protagonizou casos
de corrupção. Ela criou, sob a propaganda da bon-
dade, um sistema de corrupção.
O Sudeste decidirá a eleição presidencial mais
disputada da história recente. E o Rio de Janeiro
poderá ser o fiel da balança. O fator decisivo para
esse resultado será a famosa tradição carioca de ser
oposição — que ultimamente tem se transformado
em oposição a favor.
Os ânimos estão exaltados, mas é o destino
do país que está sendo decidido palmo a palmo.
Demarcada a fronteira da estupidez, ninguém pre-
cisa se envergonhar de ser aguerrido. E ninguém
precisa se envergonhar do voto que escolher. A
não ser que esse voto esteja baseado em premissas
hipócritas. Aí é o caso de se envergonhar.
Boa parte do eleitorado carioca resolveu fazer
poesia numa hora dessas. Na falta de miragem
nova, muita gente boa embarcou na toada de que
a disputa entre Dilma e Aécio é um confronto
esquerda x direita — a esquerda sendo o bem, e a
direita o mal, claro. Muitos repetem até que é uma
espécie de reedição do embate Lula x Collor. Só
três hipóteses podem explicar a defesa dessa tese:
distração, ignorância ou desonestidade.
Em1989,oBrasiltinhasuaprimeiraeleiçãodireta
para presidente depois da ditadura. Collor era identi-
ficado com as elites que sustentaram o regime militar.
O voto contra Collor, portanto, era um voto contra o
autoritarismo.Oqueascriançasdobalneárionãoque-
rem perceber é que esse filme passou há um quarto de
século. E o autoritarismo mudou de lugar.
Arrancado do poder por corrupção, Collor hoje
apoia Dilma. Mas isso é o de menos (por incrível
que pareça). Dilma e todo o PT apoiam, desinibi-
damente, os condenados pelo escândalo do men-
salão. É como se os presidentes das associações de
medicina apoiassem Roger Abdelmassih, o devora-
dor de gestantes. Dilma Rousseff, a candidata do
bem contra o mal, apoia pelo menos meia dúzia
de governos autoritários na América do Sul e no
Oriente Médio, oferecendo-lhes até colaboração
econômica — com o dinheiro dos progressistas
que votam no PT contra o autoritarismo. Quando
Mahmoud Ahmadinejad massacrou manifestantes
de oposição, Lula socorreu o ditador iraniano de-
clarando que aquilo era normal, como “briga entre
flamenguistas e vascaínos”.
Os progressistas com alma de oposição têm todo
o direito de votar em Dilma. Só não fica bem fingirem
que estão votando contra as elites reacionárias e au-
toritárias, sentindo-se humanos e sensíveis. O que há
de mais reacionário, autoritário, insensível e desuma-
no no país hoje é o assalto ao Estado brasileiro. Não
só o do mensalão, mas o da fraude que o governo
Dilma instituiu na contabilidade pública: maquiagem
dos balanços para esconder déficits e gastar mais —
com uma máquina sem precedentes que acomoda os
companheiros e simpatizantes.
Quem são hoje, 25 de outubro de 2014, as elites
que se organizam para sugar o que é do povo? Não,
meu caro progressista do bem, não dá mais para
você olhar no espelho e dizer que é a “direita con-
servadora” — ou qualquer desses apelidos feios para
quem não usa a estrelinha vermelha. A elite egoísta
e predadora hoje é essa que você ajudou a vitaminar,
achando que estava votando num livro de García-
-Marquez, numa canção de Chico Buarque ou num
poema de Neruda. Traficaram o seu romantismo,
caro eleitor de esquerda, e o transformaram na maior
indústria parasitária que este país já viu.
O doleiro acaba de revelar que Dilma e Lula
sabiam do esquema de saque à Petrobras. O que
você fará diante disso, caro progressista do bem?
Colocará para tocar um disco de Mercedes Sosa?
Ou fechará os olhos e ficará repetindo para si mes-
mo que casos de corrupção existem em todos os
governos? Não, meu caro, a nova elite vermelha não
protagonizou casos de corrupção. Ela criou, sob a
propaganda da bondade, um sistema de corrupção.
O mensalão foi montado dentro do Palácio do
Planalto pelo principal ministro de Estado, fazendo
uma transfusão de dinheiro público para o partido
do presidente. O tesoureiro desse partido, conde-
nado e preso, foi sucedido por outro tesoureiro
que está no centro do escândalo do petrolão. Esse
outro, João Vaccari Neto, é o homem forte da cam-
panha de Dilma Rousseff. Será que o doleiro ainda
precisa lhe dizer, prezado e orgulhoso eleitor de es-
querda, que todos os seus heróis sabiam de tudo?
Ou mais claramente: que eles arranjaram um jeito
esperto de transformar a política em meio de vida?
São 12 anos de erosão nas contas públicas, o
que qualquer economista sério atesta. Gastança
sem critério (ou com os critérios acima descritos)
que travam o crescimento e geram inflação. Tra-
duzindo: empobrecimento. O país resiste com seu
fôlego próprio, mas não há programa assistencial
que compense: todos perderão.
OPTestátomandoprovidências:somecomosin-
dicadores que fazem mal à sua propaganda — como
acaba de fazer com os dados do Ipea sobre a miséria.
É a mesma tecnologia da contabilidade criativa. Uma
usina de versões, que faz a presidente da República
atolar em sua própria fala ao vivo. Um vexame, caro
eleitor do bem, um show de impostura.
Exija respeito pela sua escolha na urna. Mas
procure um jeito honesto de se orgulhar dela.
Zuenir Ventura
Jornalista e colunista do jornal O Globo (25/10/2014)
Como será o amanhã?
O mundo não vai acabar se Dilma for reeleita, e
nem Aécio, se eleito, vai acabar com o que foi feito
de bom. Portanto, esqueçam o que disseram um do
outro nas últimas semanas.
Como no lindo samba-enredo da União da Ilha
do Governador, também estamos incertos quanto
ao nosso futuro imediato. Só sabemos que, como
em outro belo samba, este de Chico Buarque, “ama-
nhã há de ser outro dia” — para uns, de esperança
e comemoração; para outros, de tristeza e até de
ódio, em um país que, ao que tudo indica, estará
partido ao meio e tomado por problemas de difícil
solução. Ganhe quem ganhar, não vai ser fácil curar
as feridas abertas por uma campanha dilacerante.
Os candidatos se machucaram, se desqualificaram,
se desconstruíram com uma ferocidade poucas ve-
zes vista, e a intolerância transbordou para as ruas,
contaminando relações pessoais e desfazendo ou
abalando velhas amizades.
Os cínicos dirão que em política é assim mes-
mo: o inimigo de agora é o amigo de daqui a pouco
e vice-versa, como provam alguns dos aliados atu-
ais, que foram desafetos inconciliáveis em eleições
passadas. Porém, para os que não fazem parte do
jogo político, apenas observam e torcem, a cicatri-
zação é mais demorada. O consolo em todo caso é
que o mundo não vai acabar se Dilma for reeleita, e
nem Aécio, se eleito, vai acabar com o que foi feito
de bom. Portanto, esqueçam o que eles disseram
um do outro nessas últimas semanas.
Eu não queria estar no lugar de quem irá enfren-
tar aquele Brasil de que pouco se falou nos debates:
o da grave crise. Acho que um lado precisará do
outro, seja quem prometeu conservar mudando
ou quem disse que mudaria conservando o que foi
mudado. O cenário descrito pelos economistas é
desanimador — retração da indústria, baixa taxa de
investimentos, crescimento da inflação, juros altos,
aumento nas tarifas e muito escândalo — e vai exigir
medidas severas e indigestas. Palavras como refor-
ma, ajuste, reajuste vão estar na ordem do dia, e
temo que elas sejam o eufemismo de “austeridade”,
que infelicitou países como Portugal recentemente.
Quem passou por lá pôde ver o que essa política
produziu de cortes em pensões e aposentadorias, em
elevação de impostos e de desemprego.
Estou escrevendo sem ter visto o último debate
dos presidenciáveis, sem saber, portanto, se esses
temas foram finalmente abordados. Assisti, porém,
ao dos candidatos ao governo do Estado, e tomara
que Dilma e Aécio não tenham repetido Pezão e
Crivella, que romperam o pacto de não agressão
com trocas de gentilezas do tipo “testa de ferro”,
“mentiroso”, “puxa-saco”. Será que é de campa-
nhas eleitorais assim que o Rio e o Brasil precisam?
Como no samba, “responda quem puder”.
Opinião
B
RASÍLIA, (AG/G1) - Os
presidenciáveis Dilma
Rousseff (PT) e Aécio
Neves (PSDB) participaram
na noite de sexta-feira (24)
na TV Globo do último deba-
te antes do segundo turno da
eleição. Além das perguntas
entre si, os candidatos res-
ponderam a questões do dia
a dia formuladas por eleito-
res indecisos. Nas respostas,
ambos mantiveram a troca de
acusações e ironias de outros
debates. O G1 acompanhou
o debate em tempo real e o
transmitiu ao vivo.
O debate começou às
22h08 e durou uma hora e
50 minutos. Terminou pouco
antes da meia-noite, horário
limite permitido pela Lei
Eleitoral.
Foram quatro blocos: o
primeiro e o terceiro tiveram
perguntas entre os candida-
tos; no segundo e no quarto,
Dilma e Aécio responderam
a questões de eleitores in-
Lavagemderoupasujanaretafinaldacampanha
SÃO PAULO, (O Estado de
S.Paulo) -Veja quais foram as
palavras e termos que tucanos
e petistas usaram e abusaram
durante o 2º turno da campa-
nha presidencial.
Pedir “mais amor, por fa-
vor” não funciona em época de
campanha eleitoral. O pedido
jorrou aos borbotões, em vão,
nas redes sociais contra a troca
de impropérios entre os dois
candidatos que disputam a Pre-
sidência neste 2.º turno.
Não só Aécio e Dilma
lavaram roupa suja nesta
reta final da eleição, com
xingamentos mútuos des-
concertantes, mas também
os ex-presidentes Fernando
Henrique Cardoso e Luiz Iná-
cio Lula da Silva trouxeram à
tona desqualificações típicas
de porta de escola, como
“filhinho de papai” e “men-
tiroso”. O ex-governador de
São Paulo Alberto Goldman
usou um termo de novela das
oito, “canalha”, em séria rea-
ção contra a associação que
fizera Lula entre a campanha
tucana e o nazismo.
Baile do risca-faca
Tanta troca de adjetivos
publicamente custou caro,
com peças de rádio e trechos
de propaganda de TV retirados
do ar pelo Tribunal Superior
Eleitoral para evitar o “baile do
risca-faca”, como definiu o pre-
sidente da Corte, Dias Toffoli.
De gratuito, aliás, o horário
eleitoral não tem nada. Segun-
do explica o ministro Tarcisio
Vieira de Carvalho Neto, do
TSE, a legislação prevê o paga-
mento às emissoras por meio
de renúncia fiscal. Em 2014,
diz Neto, a estimativa é de uma
renúncia de R$ 839,5 milhões.
O “leviana” do candidato
tucano contra a adversária pe-
tista provocou reações das mais
inflamadas. O “playboyzinho
da Caixa” postado no Facebook
de Dilma direcionado a Aécio
também deixou mágoas. “Mo-
leque” e “filhinho de papai”
não foram fáceis de suportar
por parte do tucano, princi-
palmente porque o autor do
rótulo, Lula, declarou há pouco
tempo, de cima de um palan-
que no norte do País, amizade
ao ex-governador de Minas
Gerais.
O preferido de Dilma
Dilma demonstrou prefe-
rência por um adjetivo,
“estarrecedor”, mas talvez o
tenha de abandonar porque
“estarrecedores são os depoi-
mentos de Paulo Roberto Cos-
ta”, como rebateu o tucano em
um evento no Rio, a respeito
dos relatos sobre um esquema
de corrupção por parte do ex-
-diretor da Petrobras.
“Fantasmas do passado” e
“monstros do presente” travam
verdadeiro combate a favor do
“terrorismo golpista”.
decisos selecionados pelo
instituto de pesquisa Ibope,
que estavam no auditório
e foram escolhidos por sor-
teio pelo mediador William
Bonner. No quarto bloco, os
candidatos também fizeram
as considerações finais.
Por sorteio, Aécio abriu o
primeiro bloco, Dilma, o segun-
do, Aécio, o terceiro, e Dilma,
o quarto. Nas considerações
finais, em ordem também de-
finida por sorteio, Dilma falou
primeiro, e Aécio depois.
Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) travam a última batalha na TV antes das eleições deste domingo
TV Globo
5. EspecialJornal da Cidade A-5Aracaju, domingo 26 e segunda-feira 27 de outubro de 2014
Valeu tudo nesta eleição
EugênioNascimentoeugenionascimento@jornaldacidade.net
Ivan Valençacolunão E-mail: ivan@infonet.com.br
PONTO FINAL
Eleição de hoje é
uma disputa entre as
classes média e pobre
Enquanto isso, no território livre da Internet
*** A Biblioteca Pública Epifâneo Doria
patrocina nesta sexta que bate à porta
um Sarau do Terror, com leitura e
contação de histórias, com a temática
de suspense e terror. Vai das 17h às
20h30 daquele dia.
*** Dois dias antes, 29, quarta-feira, o
Palácio-Museu Olímpio Campos realiza
mais uma sessão para homenagear
personalidades sergipanas. Este
mês serão homenageados Manoel
D´Almeida Filho e João Firmino Cabral.
O coordenador da mesa é o advogado
José Rivadalvio Lima. Os debatedores
serão José Paulino da Silva, Jackson da
Silva Lima e Antonio Saracura.
*** Por conta do feriado dedicado ao
Dia do Servidor Público, o Rotary Club
Aracaju-Norte não realiza amanhã seu
tradicional almoço. Fica para a próxima
segunda-feira.
*** “Eu tenho enormes diferenças
com Sukita, mas se ele quiser se filiar
ao meu partido, o PSD, eu não serei
obstáculo. Nem sequer falo com ele, mas
não farei objeções”. As palavras são do
deputado Jefferson Andrade.
*** A querida Maria Franco lança na
sexta-feira próxima o seu livro “Vida
VIP”, no espaço Sonia Lima Loft, na
Atalaia. A compra de um exemplar
do livro dará direito a um cupom,
para o sorteio de vários prêmios,
entre eles uma viagem com direito
a acompanhante. Vai ser uma noite
agradável, no convívio com o melhor da
sociedade sergipana.
*** A Associação Comercial e
Empresarial de Sergipe realiza o seu
próximo Almoço Com Empresários
com o comandante da Polícia Militar,
Maurício Yunes. Será no dia 13 de
novembro.
*** Há muitos aecistas garantindo que o
candidato tucano ganha as eleições. Não
é isso que as últimas pesquisas dizem.
*** Seja como for, almejamos que
os leitores deste Colunão voltem às
urnas escolhendo seu candidato com
consciência.
Afinal, chegou o grande dia. Deste domingo não escapa: o futuro
presidente da República será escolhido por aqueles dentre as
143 milhões de pessoas aptas a exercer o voto e que comparece-
rem às urnas. Dificilmente essa escolha não recairá sobre a Sra.
Dilma Rousseff, atual presidente, candidata à reeleição. Sorry,
mas a oposição, tão bem exercida pelo PSDB, vai passar mais
quatro anos ao rés do chão, fazendo exatamente isso... oposi-
ção. Pode-se dizer, sem medo de errar, que o país nunca assistiu
a uma campanha com tantas baixarias como esta. No primeiro
turno, as baixarias não foram tão acentuadas, mas no segundo
turno os mais calorosos instintos afloraram e, se não houve xin-
gamentos nos programas eleitorais gratuitos, isto se deu porque
a legislação não permite. Chutes e caneladas abaixo da cintura
ainda não são permitidos, mas a coisa ficou feia. Principalmente
nas redes sociais. O presidente Lula caprichou nas acusações e
afrontas pessoais nos comícios onde participou. O candidato da
oposição, Sr. Aécio Neves, era tratado como filhinho de papai,
além de, por várias vezes, ocorrerem sugestões danosas a sua
imagem, pelo uso de drogas proibidas. Ficou feia a coisa. A
presidente Dilma sentiu-se ofendida porque foi taxada de levia-
na – “Eu sou avó, mãe, mulher, presidente da República. Não
sou leviana”. E ela esperava o quê? Tratamento reverencial, se
do outro lado só vinha porrada? Bom, tudo isso terminou neste
sábado. Neste domingo é o dia da pesquisa que vale, aquela na
qual o zé povinho põe sua opção na urna. O que tinha de ser
feito já o foi. Agora é hora de colher o fruto do que foi plantado.
Na sexta-feira, as pesquisas já apontavam Dilma Rousseff como
vencedora do pleito. É conferir a partir das 20h de hoje.
Secretariado
Vazado de dentro do Palácio
de Despachos: o governador Jack-
son Barreto só deverá pensar no
secretariado e até formular convi-
tes quando a reforma administra-
tiva do Estado estiver concluída.
Como até hoje o seu foco foi a ree-
leição de Dilma para a Presidência
da República, Jackson não tratou
deste assunto com ninguém, nem
mesmo com amigos mais próxi-
mos ou o pessoal ligado ao PMDB.
Sintomático
O senador Antônio Carlos Va-
ladares prevê que Aécio Neves de-
verá ser o próximo presidente da
República. Valadares, pé quente,
especialista em eleições e sempre
vitorioso nos pleitos em que foi
candidato, com raríssima exceção
(Prefeitura de Aracaju), enxer-
gando longe, pessoal e explicita-
mente está apoiando Aécio Neves,
embora as demais lideranças do
PSB em Sergipe estejam com Dil-
ma. Divergência calculada, mas o
que importa é ter apostado suas
fichas no candidato da oposição.
Sintomático, não? O problema é
que as últimas pesquisas do Ibope
e do Datafolha apontam Dilma
como vencedora. E agora?
Assembleia
Acredita-seque,jáapartirdesta
semana, ou no máximo na primeira
semana de novembro, o governa-
dor Jackson Barreto vai voltar suas
vistas à sucessão na Assembleia.
Dentre os mais diversos candida-
tos, surge mais um, que seria do
sr. Luciano Pimentel, marinheiro
de primeira viagem na Assembleia
Legislativa. Mas o escriba aqui con-
tinua apostando no nome do depu-
tado Garibaldi. É um nome limpo,
muito querido entre seus pares e já
está na sua quinta legislatura sem
nunca ter sido presidente da Casa.
Centro de Saúde
O número de atendimentos fei-
tos pelo Centro Médico e Odontoló-
gico do Tribunal de Contas do Esta-
do de Sergipe (TCE/SE) confirma a
sua efetividade. Funcionando dia-
riamentedas7hàs18h,oCentrode
Saúde atendeu, só em 2014, cerca
de 10 mil pessoas, entre colabora-
dores e seus dependentes legais. O
Centro de Saúde existe desde 1989
e segue o modelo de outras institui-
ções locais e nacionais, como outros
Tribunais de Contas, Tribunais de
Justiça e Assembleias Legislativas,
realizando, além de atendimentos,
perícias médicas.
Elogios
Impressionou a rasgação de seda entre os deputados Venâncio
Fonseca, líder da oposição, e Francisco Gualberto, ainda líder do
governo. Venâncio fazia um discurso que parecia ser de despedida
da liderança da oposição e foi aparteado por Gualberto, que reco-
nheceu nele um dos maiores parlamentares da Assembleia. “Sou
adversário, até ideológico, dele, mas não posso deixar de reconhe-
cer o seu belo trabalho aqui na Assembleia”, disse Gualberto. Em
troca, Venâncio devolveu os elogios. O interessante é que Venâncio
foi o 10º colocado na sua coligação, mesma posição conseguida por
Gualberto dentro do seu próprio aglomerado político. Agora, sobre
a cabeça de Gualberto está a ameaça de ficar de fora da próxima
Legislatura, se o ex-prefeito Sukita conseguir validar seu passapor-
te para o Legislativo.
Criançasabandonadas
É crescente a ocupação de calçadas,
sinaleiras e outros pontos específicos
da cidade por homens e mulheres com
faixa etária inferior à maioridade. Muitas
das vezes eles são vítimas provenien-
tes de famílias destruídas pelos vícios,
brigas conjugais, abandono, violências
diversas em seus lares e outros proble-
mas que acabam levando esses jovens
à marginalidade, ao uso de drogas, ao
analfabetismo, transformando-se em
um pária no mundo. Essas crianças
por não terem qualquer perspectiva de
melhorias em suas vidas, pelo fato de
não possuírem casa, família, condições
financeiras viáveis, assistência assídua
dos órgãos governamentais, veem na
rua a única opção de sua sobrevivência.
Esses seres que observamos no nosso dia
a dia, excluídos do resto da sociedade,
nascem como quaisquer outras crianças:
alegres, detentoras de grandes sonhos,
enfim, com vontade de serem alguém
no mundo. Apesar de não possuírem o
mínimo de dignidade, de assistência e de
direito, conseguem sobreviver e trilhar
um caminho longínquo de mais tristeza
do que alegria. É incerto o futuro desses
meninos e meninas, uma vez que suas
necessidades essenciais não lhe estão
garantidas na prática, apesar de serem
um direito legal de conformidade com
o Estatuto da Criança. Pensar em solu-
cionar essa problemática não é apenas
ter vontade de assim fazer. É necessário
que todos, governo, igrejas, entidades de
classes e a população em geral, na prá-
tica, arregacem de fato as mangas com
o objetivo de amenizar tão angustiante
problema. (Abrahão Crispim Filho)
Conjunto
Além de Aracaju, o ministro das
Cidades, Gilberto Occhi, esteve em
Estância esta semana para assinar
contrato visando à construção de 458
casas formando o conjunto Recanto
Verde II, localizado no Bairro Walter
Cardoso Costa, no município. É um
investimento de R$ 29.387.752,52. O
Governo do Estado vai entrar com uma
contrapartida de R$ 3.281.752,52. Na
ocasião, o governador Jackson Barreto
comprometeu-se em entregar o conjun-
to devidamente pavimentado, além de
saneamento, drenagem, abastecimento
de água e eletrificação. A prefeitura
local vai se responsabilizar pela constru-
ção de praças, creche, posto médico etc.
Santa Maria
Uma nova ação será desenvolvida
no Bairro Santa Maria para estimular o
empreendedorismo local e a eficiência
energética. O Sebrae e a Energisa as-
sinaram acordo de cooperação técnica
que tem como objetivo dinamizar a
economia do Bairro Santa Maria por meio de
uma estratégia integrada de atendimento e ar-
ticulação de parcerias. A proposta do acordo é
gerar inclusão produtiva na região por meio da
formalização das atividades econômicas e criar
um ambiente favorável aos pequenos negócios a
partir da articulação de parceiros que já atuam
no bairro. A meta das duas entidades é bene-
ficiar 3.700 empreendedores até 2016. “Que-
remos ampliar o atendimento com excelência
aos pequenos negócios por meio da assistência
técnica focada em gestão, inovação, acesso a
novos mercados e a serviços financeiros”, desta-
ca o superintendente do Sebrae em Sergipe, Sr.
Lauro Vasconcelos
***
Aliás, por falar em Lauro Vasconcelos, a sua
possível substituição na Superintendência do
Sebrae já é tema de conversas por aí afora. É
um cargo muito ambicionado, principalmente
por políticos. É preciso, porém, levar em conta
que nos últimos quatro anos o órgão passou a
atuar fora do foco político, mas junto aos pe-
quenos e micro empresários, com boas ações
que colaboraram para o desenvolvimento do
Estado.
Imortalidade
Com 31 votos favoráveis, perfazendo 81%
do eleitorado, o ex-governador Albano Franco,
na última segunda-feira, foi eleito para a cadei-
ra número 3 da Academia Sergipana de Letras,
que teve como último ocupante o poeta Santo
Souza. Essa massiva aprovação, próxima da
unanimidade, atesta o pleno reconhecimento
dos 31 membros da ASL pela expressiva con-
tribuição que o novel acadêmico deu às ativi-
dades culturais e educativas em nosso Estado,
quer como governador criando a Secretaria
de Cultura, cujo primeiro secretário foi o in-
telectual e pesquisador Luiz Antônio Barreto,
concluindo 80% das obras do Teatro Tobias
Barreto, destinando verba para a restauração e
modernização da sede da ASL, quer como pre-
sidente da Confederação Nacional da Indústria,
patrocinando o Colóquio Antero de Quental,
reunindo intelectuais do Brasil e de Portugal,
em Aracaju e Lisboa, sob a coordenação de Luiz
Antonio Barreto, ou como presidente da Funda-
ção Augusto Franco, quando publicou as obras
completas de Tobias Barreto, em dez volumes,
e a Obra Escolhida do poeta Santo Souza, entre
outros títulos de escritores sergipanos.
Em 2013, o dr. Albano publicou “Minha Tra-
jetória na Confederação Nacional das Indústrias.
Contra a Recessão e pelo Desenvolvimento”, que
narra sua passagem de 14 anos pela CNI, quando
foi um ator nacionalmente importante numa fase
de grandes turbulências econômicas e políticas
na vida brasileira. Além de Aracaju, este livro foi
lançado com sucesso em Brasília e São Paulo e
deverá ser em outras capitais.
Enfim, sem ocupar cargos públicos e vivendo
na planície como um cidadão comum, Albano
Franco, como candidato de consenso, é o novo
imortal da Academia Sergipana de Letras pelos
seus relevantes serviços prestados a Sergipe e à
cultura sergipana.
Licenciamento
Em palestra no Almoço com Empresá-
rios, na Acese, na última sexta-feira, o se-
cretário municipal do Meio Ambiente, Sr.
Eduardo Matos, disse que desde o último
dia 10 todo licenciamento ambiental na
capital sergipana deixa o âmbito do Estado
e é decidido pelo município. Anunciou a
emissão de uma lei modificando o licen-
ciamento ambiental para os próximos dias.
A nova lei vai simplificar o licenciamento
e tirar etapas desnecessárias do caminho
dos interessados. Por fim, anunciou que a
partir de fevereiro de 2015 todo o licencia-
mento será feito on-line.
Por trás dessa rivalidade ferrenha nas ruas e nas redes sociais
entre os apoiadores de Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves
(PSDB) há outros interesses em jogo. Não se trata de bate-boca
politiqueiro do dia a dia. A classe média tradicionalista sempre
teve ao seu dispor a máquina do Estado para ocupar os cargos
comissionados (CCs) e de direção (CDs). Esses cargos estiveram
à disposição dela e de seus filhos desde o período do império.
Os personagens mudaram com a chegada do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) ao poder, com quem veio também uma
política mais generosa de distribuição de renda, beneficiando
os mais pobres com Bolsa Família, Farmácia do Trabalhador do
Brasil e até mesmo as cotas raciais ou sociais nas universidades
públicas federais. A classe média deixou de ser o eixo central das
prioridades e isso lhe causou prejuízos financeiros, fazendo até
com que invadisse as manifestações estudantis por transporte
coletivo mais barato e de qualidade em todo o Brasil, iniciadas
em junho de 2013, dando o tom de protesto mais radical
contra os governantes estaduais e federal. Os políticos da
oposição comentam com muita frequência que já não suportam
mais ficar fora do poder. No Brasil, já são 12 anos de governos
petistas (Lula e Dilma) e em Sergipe oito anos entre o petista
Marcelo Déda e o peemedebista Jackson Barreto, que foi
recentemente reeleito. Então, esse contexto exposto deixa claro
que a disputa eleitoral que hoje se encerra é um enfrentamento
entre as classes média, que apoia Aécio Neves (PSDB) e quer
pegar de volta as benesses do poder, e a pobre (não mais
miserável), que está com o projeto de reeleição da presidente
Dilma Rousseff, para preservar os direitos recentemente
conquistados. Quem vencerá?
Novo secretariado será definido
e revelado somente em dezembro
O governador reeleito de Sergipe, Jackson Barreto (PMDB),
não pretende dar asas à imaginação daqueles mais interessados em
saber quem vai ter cargos na sua nova gestão, que começa em 1º
de janeiro de 2015. Antes de discutir nomes, ele deseja definir uma
reforma na estrutura administrativa para que seja possível enxugar
a máquina e lhe dar mais velocidade de atuação. A reforma deve
entrar em debate interno no governo no decorrer de novembro
próximo. JB quer reduzir o número de secretarias (hoje são mais de
20) promovendo extinção ou fusão. Nomes para ocupar as pastas
que sobreviverão somente entram na pauta em dezembro, quando
também entra em discussão como deverá ser o novo governo, que
ele deseja que seja amplamente popular, participativo e realizador.
Mas JB tem noção de que 2015 será um ano de dificuldades
financeiras para os governantes brasileiros de todas as esferas.
Presidência da Alese movimenta deputados
A disputa pela Presidência da Assembleia Legislativa
movimenta os deputados que estão de olho naquele que é o
terceiro cargo mais prestigiado e de grande visibilidade pública
em Sergipe, perdendo apenas para o Governo e a Prefeitura
de Aracaju. Já demonstram interesse pelo cargo os deputados
peemedebistas Garibalde Mendonça, Zezinho Guimarães
e Luciano Bispo e os sociais democratas, do PSD, Jeferson
Andrade e Gustinho Ribeiro. Não se trata de uma disputa
banal, como podem pensar os incautos. Por trás dela está o
gerenciamento de um orçamento de algo em torno de R$ 240
milhões, uma forte estrutura de gabinete, com muitos cargos
para agradar aos amigos e até mesmo facilitar a reeleição do
mandatário e ainda o direito a substituir o governador quando
ele e o seu vice estão em viagem ou em casos de doença
(funciona como uma espécie de segundo vice-governador
na estrutura de poder). É isso que move esse desejo de ser o
comandante dos 23 outros parlamentares.
Zezinho quer o Banese – Os comentários que circulam nos
meios políticos dão conta de que o deputado estadual Zezinho
Guimarães (PMDB) não teria muito interesse em comandar a
Assembleia Legislativa. Ele estaria disponibilizando o nome para
negociar a Presidência do Banese.
JB simpatiza com Luciano – Embora não tenha assumido
qualquer posição favorável a candidatos à Presidência da
Assembleia, há comentários no bloco governista de que o
deputado Luciano Bispo (PMDB) passou a ser um dos nomes
preferidos pelo governador Jackson Barreto. Além de ser um
aliado fiel, conta a favor de Luciano o fato de ser inimigo
político dos irmãos Edvan e Eduardo Amorim (PSC) e da
deputada Maria Mendonça, em Itabaiana.
Expulso do PSB, Sukita procura novo partido
“Eu e Sukita nos reunimos e conversamos sobre política
entre outros assuntos, mas não tratamos de filiação. Tenho
muito respeito a Sukita, mas não faria esse convite a ele ou
a qualquer outra pessoa sem consultar antes a militância
e a executiva de meu partido”. O comentário foi feito pelo
presidente do diretório estadual do PT, o deputado federal
Rogério Carvalho. Também consultado sobre o assunto, o
dirigente do PSD, o deputado Jeferson Andrade, faz exigências
para receber Sukita em seu partido, em respeito aos estatutos
e disciplina. Embora tenha saído das urnas com mais de 30 mil
votos, Sukita é um político problemático, pois gera confusões
internas por onde passa, fala o que bem quer e entende, é
indisciplinado e exibicionista. Os donos das agremiações
políticas não gostam de concorrência.
Canindé sem dinheiro – O Município de Canindé de São
Francisco, que tinha a segunda prefeitura mais endinheirada de
Sergipe, perdendo apenas para Aracaju, entrou em fase de crise.
A crise foi gerada pela queda no ICMS da venda de energia
elétrica e também pelo inchaço da máquina administrativa e
alguns elevados salários de servidores privilegiados. Na verdade,
o pivô da crise é o comércio de energia elétrica. Em alguns
casos, o Governo Federal reduziu o ICMS para o consumo e
isso se refletiu em Canindé, Piranhas (AL) e Paulo Afonso (BA),
municípios que têm usinas hidrelétricas ligadas ao sistema
Chesf. A estatal vendeu em 2012 cerca de R$ 980 milhões em
energia elétrica e agora vende R$ 230 milhões e a arrecadação
de Canindé caiu de R$ 120 milhões/ano para R$ 90 milhões.
Pesquisas de armação – As pesquisas Datafolha e Ibope são
avaliadas pelos políticos e analistas como as mais sérias do Brasil.
Ninguém dá muita atenção ou leva a sério os números do Sensus,
que divulga seus números na revista IstoÉ.
6. Nunca houve uma eleição como esta. O drama da
morte de Eduardo Campos, as reviravoltas vividas
por Marina, as oscilações das intenções de voto em
Aécio que caíram, subiram, passaram a presidente
Dilma e diminuíram na reta final. Pareceu thriller,
filme de ação e era só um país votando, como sempre
acontece a cada quatro anos. Uma grande democracia
vivendo seu momento de escolha.
Poderia ter sido bom, mas o país sai com sequelas
da eleição. Não pelo resultado, mas pelo processo.
A polarização em um segundo turno é normal e tem
como consequência a formação de dois grupos com
musculatura para assumir os papéis definidos pelo
eleitor: um governará legitimado pelas urnas e ao outro
será entregue o papel de oposição, fundamental em
qualquer democracia.
Houve, infelizmente, pouco espaço para discutir
propostas e ideias. E o país precisava deste debate. Vive
uma grave crise econômica, um crescente passivo no
setor elétrico e sua maior empresa está sangrando em
praça pública. Mas a presidente não apresentou suas
ideias de como enfrentar a crise, negou sua existência e
todas as propostas feitas pelos candidatos de oposição
foram distorcidas na publicidade oficial. O Banco
Central independente viraria falta de comida para o
povo; a derrubada da inflação elevaria o desemprego;
a redução do papel dos bancos públicos seria o fim de
programas habitacionais. A presidente Dilma não quis
falar sério sobre economia e sua campanha impediu
qualquer tentativa de procurar saídas para os reais
problemas do país.
Os métodos do marketing da presidente Dilma
foram eficientes do ponto de vista eleitoral, tanto que
ela chega hoje no lugar de favorita, mas enfraqueceram
a democracia. A estratégia do marqueteiro João
Santana foi a de fazer ataques violentos e sistemáticos a
tal ponto que ao oponente só restasse se defender.
Marina teve que explicar que não era um novo
Collor, que não acabaria com o Bolsa Família, que
não entregaria o país aos banqueiros, entre outras
barbaridades. Aécio teve que enfrentar estas e outras
acusações descabidas e ataques à sua vida pessoal. Em
1989, Collor dizia que Lula planejava desapropriar
a poupança das famílias. Agora, o governo disse que
Marina e Aécio acabariam com o Bolsa Família.
Não houve o cenário previsto pelo marqueteiro
João Santana: o de Dilma flanar no Olimpo enquanto
os “anões” se atracariam. Os oponentes cresceram,
fizeram alianças e a presidente teve que baixar o nível
da campanha a um ponto que só se assemelha – de
novo – ao que ocorreu em 1989, em que as insinuações
ou ataques diretos à vida pessoal desestabilizaram Lula
no último debate.
O país retrocedeu na qualidade das políticas
sociais. O sonho das últimas décadas era acabar com
o assistencialismo e a prática obsoleta de apresentar
políticas sociais como benemerência dos governantes.
Os programas voltados para os pobres passaram a ser
direitos do cidadão.
Esse avanço foi desfeito. Em um debate, a
presidente Dilma bateu no peito e disse “a minha Bolsa
Família”. O dinheiro é dos contribuintes, a escolha de
reduzir a pobreza e a miséria foi da sociedade brasileira
e a tecnologia do programa foi desenvolvida pelo país.
O caminho era o de dar certeza aos pobres que eles têm
direito à rede de assistência social e às transferências
de renda. Nesta eleição, eleitores beneficiários da
política foram clara e diretamente chantageados de
perder o benefício caso votassem na oposição. Em que
isso se diferencia daquela velha política dos coronéis
que imperou nos grotões e nas vilas dos confins? Em
nada! Em um eventual segundo mandato de Dilma
Rousseff nada salva o Bolsa Família da degradação
assistencialista.
O TSE se omitiu nesse vale-tudo e termina a eleição
menor do que começou. Falou tarde e fez acusação
genérica sobre o baixo nível. O percentual de brancos
e nulos cresceu, após
um período em que
estava em queda.
Mais relevante: foi
desperdiçado o tempo
para debater o futuro,
que reserva desafios
cada vez mais difíceis
para o Brasil.
Seja qual for o
resultado da eleição
haverá muito trabalho
a fazer para limpar
o lixo eleitoral,
consertar os estragos,
impedir os retrocessos
e preparar o país para
avançar em direção ao
futuro nos próximos
anos.
MÍRIAMLEITÃOagência GLOBO - Alvaro Gribel e Marcelo Loureiro (interinos) miriamleitao@oglobo.com.br
Debate impedido
Jornal da CidadeA-6 Aracaju, domingo 26 e segunda-feira 27 de outubro de 2014 Economia
Os pontos-chave
1Foi uma campanha
eletrizante, com
eventos dramáticos, e
reviravoltas. Poderia ter
sido boa.
2A presidente não quis
falar sério sobre a
economia e sua campanha
impediu que os oponentes
o fizessem.
3Eleitores foram
chantageados: se
votassem na oposição
perderiam direitos e
benefícios sociais.
04 15 18 51 55
Concurso - 3622 - 24/10/2014Concurso - 1646 - 22/10/2014
L O T E R I A S
Concurso - 1497 - 22/10/2014
LOTOMANIA
Concurso - 1122 - 22/10/2014
LOTOFÁCIL
Concurso - 1327 - 24/10/2014
DUPLA SENA
19 23 34 40 41 58
19 24 30 33 41 50
08 14 35 41 44 47
09 15 19 21 26 30 44 49 50 51 54 56 63 69 76 81 83 91 93 00
MEGA-SENA QUINA
02 03 07 10 11
12 13 14 16 19
20 21 23 24 25
Fontes: FGV/IBGE/BANCO CENTRAL/FIPE/SEFAZ/SE
SALÁRIO MÍNIMO
Janeiro - R$ 724,00
Comercial
Compra Ve n d a
R$ 2,462..........................R$ 2,463
Paralelo
Compra Venda
R$ 2,50 ..............................R$ 2,63
Turismo
C o m p r a Ve n d a
R$ 2,447..........................R$ 2,609
DÓLAR
Imposto de renda na fonte
Indicadores
incc
Ano 2013
Janeiro............................................0,38.
Fevereiro..........................................0,80.
Março.............................................0,28
Abril...............................................0,84
Maio..............................................1,24
Junho.............................................1,96
Julho..............................................0,73
Agosto...........................................0,31
Índice acumulado nos
últimos 12 meses.........................7,7682
Setembro
Dia24......0,5888%
Dia25......0,6235%
Dia26......0,6089%
Dia27......0,6121%
Dia28......0,5760%
Dia29......0,5760%
Dia30......______%
Dia31......______%
Outubro
Dia01......0,5877%
Dia02......0,5983%
Dia03......0,5853%
Dia04......0,5943%
Dia05......0,5627%
Dia06..... 0,5251%
Dia07......0,5535%
Dia08......0,6117%
Dia09......0,5883%
Dia10......0,5901%
Dia11......0,5857%
Dia12......0,5519%
Dia13......0,5400%
Dia14......0,5690%
Dia15......0,5963%
Dia16......0,6000%
Dia17......0,5796%
Dia18......0,5943%
Dia19......0,5602%
Dia20......0,5493%
Dia21......0,5690%
Dia22......0,6083%
Dia23......0,5975%
Dia24......0,5942%
Dia25......0,6131%
Dia26......0,5707%
Dia27......0,5267%
Dia28......0,5552%
Dia29......______%
Dia30......______%
Novembro
Dia01......0,6043%
Dia02......0,5932%
Dia03......0,5640%
Dia04......0,5719%
Dia05......0,6021%
Dia06......0,6420%
Dia07......0,6413%
Dia08......0,6043%
Dia09..... 0,5876%
Dia10......0,5634%
Dia11......0,5545%
Dia12......0,5828%
Dia13......0,6404%
Dia14......0,6396%
Dia15......0,6421%
Dia16......0,6024%
Dia17......0,5629%
Dia18......0,5672%
Dia19......0,5971%
Dia20......0,6327%
Dia21......0,6087%
Dia22......0,6072%
Dia23......0,5936%
POUPANÇA
INSS - assalariados,
domésticos e
trabalhadores avulsos
Contribuição - Aliquota
Até 1.247,70............................................8.00%
De 1.247,71 até 2.079,50.........................9,00%
De 2.079,51 até 4.159,00......................11,00%
Fonte Alíquota Dedução
Até R$1.787,77........................isento...........0.......
De R$1.787,78aR$2.679,29...7,5%.....R$134,08.
DeR$2.679,30aR$3.572,43...15%......R$335,03.
De R$3.572,44 a R$4.463,81..22,5%...R$602,96.
A partir de R$4.463,81 ...........27,5%...R$826,15.
Dedução por dependentes..........................R$179,71
Outubro
Dia07............................0,8716%
Dia08.............................0,8746%
Dia09.............................0,8479%
Dia10............................0,8236%
Dia11............................0,8046%
Dia12............................0,8430%
Dia13............................0,8607%
Dia14.............................0,8699%
Dia15............................0,8724%
Dia16............................0,8727%
Dia17............................0,8727%
Dia18............................0,8374%
Dia19.............................0,8774%
Dia20............................0,9331%
Dia21............................0,8890%
Dia22.............................0,8775%
Dia23............................0,8538%
Outubro
Dia07............................0,1406%
Dia08.............................0,1083%
Dia09.............................0,0872%
Dia10.............................0,0631%
Dia11............................0,0542%
Dia12............................0,0824%
Dia13............................0,1397%
Dia14............................0,1389%
Dia15............................0,1414%
Dia16............................0,1019%
Dia17............................0,0626%
Dia18............................0,0669%
Dia19.............................0,0966%
Dia20............................0,1320%
Dia21.............................0,1082%
Dia22.............................0,1067%
Dia23.............................0,0931%
Salário Família
Até R$646,55...................R$33,16............01-Filho
De R$646,56 a R$971,78 ..........R$23,36....01-Filho
tbf
tr
Como a economia do
Nordeste descolou da crise
nos últimos três anosRicardo Lacerda
Professor do Departamento
de Economia da UFS e Assessor
Econômico do Governo de Sergipe
O
principal êxito da política
econômica nesses seis
anos em que já se estende
a crise financeira internacional
foi manter a geração de emprego
formal e o crescimento da renda
do brasileiro, mesmo diante de
um quadro externo muito des-
favorável.
A economia mundial saiu dos
trilhos em setembro de 2008 e
desde então os seguidos ensaios
de retomada do crescimento não
têm se mostrado sustentáveis.
Depois de uma recuperação im-
portante, entre o final de 2009
e primeiro semestre de 2011, a
expansão do nível de atividade
tornou-se anêmica nas econo-
mias avançadas, contaminando
as possibilidades de crescimento
dos chamados mercados emer-
gentes, Brasil inclusive, que en-
frentam em 2014 o quarto ano
de crescimento modesto.
Se as medidas de estímulo
adotadas foram exitosas em en-
frentar as adversidades externas
com um mínimo de penalização
para população, a atividade in-
dustrial vem sendo fortemente
afetada desde o primeiro mo-
mento da crise, com agravamen-
to nos últimos meses.
Descolamentos
Dois movimentos chamam
atenção na comparação en-
tre as trajetórias da produção
industrial e do nível geral de
atividade nos últimos anos: o
primeiro é o descolamento entre
a evolução do PIB e da produção
industrial, indicando que é a
expansão das atividades de ser-
viços, impulsionadas pelo incre-
mento do emprego e da renda,
que vem permitindo a economia
apresentar crescimento, mesmo
que modesto; o segundo desco-
lamento que chama atenção diz
respeito às diferentes trajetórias
da evolução do nível de ativida-
de entre as regiões ricas e as re-
giões mais pobres nesse período
de contaminação do crescimento
nacional pelo agravamento do
cenário externo.
Curiosamente, os dois desco-
lamentos não são duas faces de
um mesmo processo, ou, caso
sejam, há uma larga defasagem
temporal entre eles.
Nos últimos doze meses (até
agosto), a economia da região
Nordeste cresceu 3,3%. No mes-
mo período, a economia do
Sudeste manteve-se estagnada,
oscilou -0,1%, e a média do Bra-
sil cresceu 0,9%, segundo o Ín-
dice de Atividade Econômica do
Banco Central (IBC-BR e IBC-R).
A geração de emprego formal
nos doze meses encerrados em
setembro também apresentou
intensidade muito diferencia-
da: alcançou 2,5% na região
Nordeste e 0,8% no Sudeste e
a média no Brasil foi de 1,46%,
dados do Caged.
Mas o descolamento do rit-
mo de atividade da economia
do Nordeste em relação à tra-
jetória da média do país e o da
atividade industrial do nível de
atividade econômica geral são
bem anteriores aos últimos doze
meses, eles remetem ao impacto
direto dos dois momentos da
crise mundial sobre a economia
brasileira.
O Gráfico apresentado é
elucidativo sobre os momentos
em que se dão esse dois descola-
mentos. Estão representados os
resultados acumulados em doze
meses do ìndice de Atividade do
Banco Central (IBC), nas linhas
descontínuas, e a Produção Físi-
ca da Indústria, nas linhas contí-
nuas, do Brasil, do Nordeste e do
Estado de São Paulo entre o final
de 2003 e agosto de 2014.
Descolamento industrial
No período anterior à defla-
gração da crise financeira
internacional, em setembro de
2008, as curvas das trajetórias
da produção industrial e do ní-
vel de atividade se apresentam
quase sobrepostas, com exceção
da produção física da indústria
do Nordeste que evoluía mais
devagar. As curvas de cresci-
mento do índice de atividade e
da produção industrial do Brasil
apresentam trajetória bem apro-
ximadas e asssim como as curvas
de crescimento do nível de ativi-
dade das economias do Nordeste
e de São Paulo.
O descolamento do nível de
produção industrial foi simul-
tâneo à deflagração da crise
internacional em setembro de
2008. Desde então, o nível de
produção industrial estagnou,
com oscilações, enquanto o
crescimento do poder de com-
pra da população assegurou a
continuidade da expansão do
setor de serviços e da média das
atividades econômicas.
O descolamento do Nordeste
O segundo movimento a
chamar atenção é posterior no
tempo. Tanto no mergulho na
crise ao final de 2008 quanto
na retomada, cerca de um ano
depois, o nível de atividade da
economia do Nordeste e da
economia de São Paulo não des-
colaram, pelo menos até meados
de 2011, enquanto a média da
economia brasileira seguiu um
pouco abaixo, mas não muito
distante (ver linhas descontínuas
no Gráfico).
O descolamento de fato da
economia do Nordeste em rela-
ção às trajetórias de São Paulo e
da média do Brasil veio ocorrer
a partir do segundo semestre de
2011, quando a deterioração da
situação econômica na Europa
empurrou o mundo para o se-
gundo estágio da crise e findou
comprometendo as possibilida-
des de crescimento da economia
brasileira.
Desde então a evolução da
atividade da economia do Nor-
deste se diferenciou muito da
economia de São Paulo e da
média do Brasil. Cabe investigar
melhor as razões.
Antecipo que respostas fá-
ceis, em geral de natureza
preconceituosa, não dão conta
de explicar o desempenho
diferencial da economia da
região. Não é suficiente atribuir
a explicação a um peso maior
do setor público e menor do
setor industrial na economia da
região. Tais explicações não se
sustentam. A minha hipótese é
de que o ciclo virtuoso que se
instalou na economia da região
no período anterior, com a for-
mação de um amplo mercado
de trabalho e de consumo,
emitiu efeitos multiplicadores
de segunda ordem que assegu-
raram a manutenção do cresci-
mento mais elevado da região
nesse período, mesmo quando
o quadro geral da economia
brasileira se deteriorou.
(Artigos anteriores estão postados
em http://cenariosdesenvolvi-
mento.blogspot.com/)
Fonte: IBC-BR e IBC-R do Banco Central do Brasil. Pesquisa Industrial Mensal, do IBGE. *Foram
selecionados os resultados em doze meses que finalizam os trimestres e o resultado de agosto de
2014, também em doze meses.
7. EsplanadaPor leandro mazzini
Jornal da Cidade A-7
Com Equipe DF, SP e Nordeste
www.colunaesplanada.com.br
LM Comunicação
Coluna Esplanada
contato@colunaesplanada.com.br
Caixa Postal 1980 – CEP 70254-970 – Brasília-DF
(61) 30342192 / (61) 99993339 / (61) 78137537
Brasil/Opinião Aracaju, domingo 26 e segunda-feira 27 de outubro de 2014
Clóvis Barbosa
Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de Sergipe
Ensaio sobre a hipocrisia
Paraosbancos,Aécioestá
eleitoeeconomiamelhora
Arquivo JC
Bisturi no diploma
As condenações por erro médico aumentaram estupendos
180% nos últimos anos. Segundo dados da Anadem
(Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética), existem
mais de 150 mil processos sobre direito de saúde parados
na Justiça. Há em torno de 600 mil ações tramitando sobre
o assunto em diversas varas do país.
Pelo jaleco - A Anadem defende profissionais
denunciados há 16 anos. Segundo a entidade, a falta de
peritos para auxiliar juízes em casos de alta complexidade
é principal causa da morosidade. Em 2013 o CNJ aprovou
a Resolução 43 que recomenda tribunais a criarem varas
especializadas em saúde para acelerar análise dos processos.
Capacitação - A Anadem promove curso de perícia
médica em Belo Horizonte, de 27 a 29 de novembro, para
capacitar médicos a atuarem como auxiliares da Justiça.
Porto Alegre sediou aulas entre 9 e 11 de outubro.
Divulgação
Facebook, uma data atrás. O cidadão
posta uma foto com os ex-presidentes da
República, Lula, Collor e Sarney. Abaixo
das fotos, a frase: “Três ladrões deste país”.
Entra um interlocutor na página e afirma:
“Está faltando um ladrão aí”. “- Quem?”,
pergunta o dono do perfil que postou as
fotos. “– Você, que é professor da universi-
dade, dedicação exclusiva, e só dá uma aula
por semana”, respondeu o visitante. Pron-
to, a partir daí a baixaria tomou conta do
diálogo, patrocinada pelo professor, que
não se conformava em ser desmascarado
publicamente. Quem acompanhou as elei-
ções pela mídia e pelas redes sociais teve
a oportunidade de observar disparates ja-
mais vistos na história do debate eleitoral,
onde o ódio foi disseminado, a mentira
institucionalizada e a cultura do medo
consagrada. O pior de tudo é que um can-
cro se espalha em todas as classes sociais,
onde a corrupção, a peta, o logro, a mole-
cagem, se tornam cada vez mais a regra,
enquanto a decência se transforma na ex-
ceção. Uma fauna obscurantista toma con-
ta dos espaços, manipulando informações
sempre em benefício dos seus privilégios.
Corrupção é coisa dos outros, nós somos
anjos. Eu estou tendo cada vez mais uma
visão pessimista sobre a natureza humana.
E começo a acreditar que está muito difícil
restaurar a moralidade. Esta semana me
deparei com um processo no Tribunal de
Contas de Sergipe que me deixou estarre-
cido pela forma como o dinheiro do erário
se evapora em certos setores do serviço
público. Havia determinado, no início do
ano, na qualidade de Conselheiro daquela
Corte, que fosse feita uma inspeção nas
instituições gestoras da saúde do Estado e
do município de Aracaju, tanto na área de
pessoal, como nos contratos. Recebi o pri-
meiro resultado, que teve como ambiente
auditado a Fundação Hospitalar de Saúde,
que abrange a administração do Hospital
de Urgência de Sergipe, o HUSE, também
conhecido como Hospital João Alves Filho,
a Maternidade Nossa Senhora de Lourdes,
o Serviço de Atendimento Móvel de Ur-
gência (SAMU 192), os hospitais regionais
de Nossa Senhora da Glória, Estância,
Propriá, Lagarto, Nossa Senhora do So-
corro, os hospitais locais de Tobias Barreto
e Neópolis, além da Unidade de Pronto
Atendimento de Boquim (UPA).
A Fundação Hospitalar de Saúde
(FHS), vinculada à Secretaria de Estado
da Saúde (SES), tem como finalidade
exclusiva, no âmbito do Sistema Único
de Saúde – SUS, prestar serviços de
saúde em todos os níveis de assistência
hospitalar, tudo em consonância com a
Lei Estadual nº 6.347, de 2008. Vale aqui
compreender o papel do SUS. O Sistema
Único de Saúde (SUS) é um dos maiores
sistemas públicos de saúde do mundo.
Ele abrange desde o simples atendi-
mento ambulatorial até o transplante
de órgãos, garantindo acesso integral,
universal e gratuito para toda a popula-
ção do país. Amparado por um conceito
ampliado de saúde, o SUS foi criado, em
1988, pela Constituição Federal Brasilei-
ra, para ser o sistema de saúde dos mais
de 180 milhões de brasileiros. Antes do
SUS, a assistência à saúde cobria 40% da
população brasileira por meio do setor
privado e do fundo contributivo da pre-
vidência social (INAMPS) assegurado,
tão somente, aos empregados formais.
O restante da população (60%) depen-
dia da filantropia. O SUS vem sendo
implantado como um processo social em
permanente construção. Para oferecer
a cobertura universal da assistência à
saúde, depara-se com o desafio do seu
financiamento. O mais comum é a insu-
ficiência dos recursos financeiros para se
construir um sistema público universal.
É verdade que se gasta pouco em saúde
frente à demanda. Todavia, também, se
gasta mal. O acerto da escolha em tratar,
inicialmente, das despesas de pessoal
fica patenteado no seguinte quadro: No
ano de 2013, a folha de pagamento da
FHS foi de R$ 463 milhões, entre a folha
propriamente dita, e os serviços de ter-
ceiros pessoa física e jurídica. A despesa
total com pessoal representa 83,15% da
receita da fundação advinda da trans-
ferência do Fundo Estadual de Saúde.
Em 2013, o Fundo Estadual repassou
o montante de R$ 557 milhões para a
FHS, que é integrante da Administração
Pública Indireta do Poder Executivo do
Estado de Sergipe, dotada de personali-
dade jurídica de direito privado, sem fins
lucrativos, de interesse coletivo e utili-
dade pública, com autonomia gerencial,
patrimonial, orçamentária e financeira,
quadro de pessoal próprio e prazo de
duração indeterminado.
A primeira irregularidade encontrada
foi a ocupação de cargos públicos sem a sua
respectiva criação, ou seja, quantitativo de
pessoal superior ao aprovado. Do que foi
apurado pela equipe técnica, o Edital nº 1 –
SEAD/SES/SE – FHS, de 10 de outubro de
2008, era para o preenchimento de 2.765
vagas, conforme deliberação do Conselho
Curador da Fundação Hospitalar. Sem que
tivesse sido apresentada nova deliberação
do Conselho Curador, para equacionar a
necessidade do serviço, foram preenchidas
4.275 vagas. Significa dizer, portanto, que,
em tese, há 1.510 provimentos irregulares
em cargos públicos. A segunda irregulari-
dade constatada foi a acumulação ilegal
de cargos públicos. A Constituição Federal
estabelece que é vedada a acumulação
remunerada de cargos públicos, exceto,
quando houver compatibilidade de ho-
rários. A nossa Carta Magna só admite a
acumulação de um cargo de professor com
outro técnico ou científico, ou a de dois car-
gos ou empregos privativos de profissionais
de saúde, com profissões regulamentadas.
E arremata que a proibição de acumular
estende-se a empregos e funções e abrange
autarquias, fundações, empresas públicas,
sociedades de economia mista, suas subsi-
diárias, e sociedades controladas, direta ou
indiretamente, pelo poder público. A partir
do cruzamento das informações constantes
entre a folha de pagamento da FHS com
o Cadastro Nacional de Estabelecimento
de Saúde (CNES) e os dados do SISAP/
Auditor/TCE, foram identificados 1.340
servidores em potencial descumprimento
do mandamento constitucional. A terceira
irregularidade encontrada foi a de servi-
dores da FHS (efetivos ou contratados por
tempo determinado) prestando serviços
para a própria Fundação Hospitalar de
Saúde através das Pessoas Jurídicas, como
SAMED, COOPERCADIO e COOPANEST.
Verificou-se, neste caso, uma evidente
violação ao princípio constitucional da mo-
ralidade administrativa, pois o pressuposto
lógico da contratação de pessoa jurídica é a
ausência ou deficiência de profissionais no
quadro pessoal da FHS. Ora, se a Fundação
pode contratar jornada de trabalho entre
doze e trinta e seis horas semanais, é juri-
dicamente imoral remunerar um servidor
próprio por meio de empresa interposta.
A quarta irregularidade apontada con-
sistiu no pagamento excessivo de horas
extraordinárias em manifesta violação ao
princípio da eficiência administrativa. A
flexibilização na contratação de jornada
de trabalho permite o adequado dimen-
sionamento do serviço com o quadro de
pessoal, sobretudo com a contratação
por tempo determinado. Na contramão
da eficiência administrativa, há trinta e
um servidores com duplo vínculo na FHS
e recebendo horas extraordinárias em
ambos. A quinta irregularidade foi a iden-
tificação de remuneração acima do teto
constitucional. A Constituição dispõe que,
para o caso em tela, a remuneração e o
subsídio dos ocupantes de cargos, funções
e empregos públicos da administração
direta, autárquica e fundacional, percebi-
dos cumulativamente ou não, incluídas as
vantagens pessoais ou de qualquer outra
natureza, não poderão exceder o subsídio
mensal, em espécie, do Governador, no
âmbito do Poder Executivo. Por fim, a
sexta e última irregularidade foi a ilega-
lidade do pagamento da gratificação “sa-
lário variável” para servidores cedidos da
Fundação Hospitalar de Saúde, sem que
esta gratificação tivesse sido incorporada
ao vencimento dos servidores. Inserido
no contexto de que cabe aos Tribunais de
Contas a fiscalização da efetiva e regular
aplicação dos recursos públicos em be-
nefício da sociedade, e diante de tantas
irregularidades, fui obrigado a tomar al-
gumas medidas que foram aprovadas pelo
Pleno da Corte à unanimidade. Lincoln
dizia que se pode enganar a todos por
algum tempo; se pode enganar alguns por
todo o tempo; mas não se pode enganar a
todos todo o tempo. Isso me faz lembrar
a estória de Procusto. Diz a mitologia que
um monstro chamado Procusto tinha um
leito de ferro, onde deitava suas vítimas.
Se a vítima fosse maior do que o leito,
Procusto amputava o excesso, nos braços
ou nas pernas; se menor, ele esticava-a até
alcançar o tamanho do leito, levando-a à
morte. Teseu executou Procusto, deitan-
do-o transversalmente no próprio leito e
decapitando as sobras. Eram muitas. Eis o
impasse. Quem se acha dono do tamanho
dos outros e do tamanho do povo acaba
correndo o risco de perder braços e per-
nas. E, quem sabe, até a cabeça.
Post Scriptum. Marcelo Déda
Recebi de Alberto Magalhães,
funcionário público estadual de
Sergipe, o seguinte e-mail que
compartilho com os leitores: “Há
alguns dias estive no gabinete
do conselheiro Clóvis Barbosa de
Melo e pude avistar, a lhe fazer
companhia, uma foto do então
governador Marcelo Déda, que
me impregnou de rara emoção.
Na fotografia, feita em momento
de descontração, em ambiente
doméstico, ele estava vestido com
uma camiseta comum, de cor cla-
ra, cabelos meio desalinhados e
um sorriso feliz. A sua expressão
era de alegria, vitalidade, paz...
uma flor no auge do seu desabro-
char. Essa exuberante imagem, se
sobrepondo àquela que nos foi
apresentada pela mídia, nos seus
últimos dias, me trouxe ao pensa-
mento, num segundo, muitas ou-
tras imagens de sua pessoa antes
de seu padecimento. Ao ver a vida
pujante e a beleza dos já descritos
sentimentos expressos em sua
face foi impossível não me como-
ver intimamente e não encher os
olhos de ternura e de um misto
de alegria, tristeza e irresignação.
Esse momentâneo desencontro de
sentimentos se deu em virtude da
despedida precoce de alguém que
ainda tinha mais para nos ofere-
cer e para ser retribuído. Aquela
imagem me remeteu ao Marcelo
Déda cidadão consciente do seu
chamado, do pai e esposo zelosos,
do militante engajado, do amigo
sincero, do apreciador do chopi-
nho e da MPB. Daquele homem tão
aparentemente comum, mas herói
social, que acreditou na possibili-
dade de um mundo melhor para
todos e que foi fazer a sua parte
e contribuir para tal. Que, num
embate final, venceu. Porque não
passou nem passará para nós, o
povo sergipano”.
(Clóvis Barbosa escreve aos domingos,
quinzenalmente).
Os bancos não perdem dinheiro. Ganham muito, todos os
minutos. Daí o real e imediato interesse por indicações
precisas de quem será o presidente do Brasil a partir desta noite,
e que rumo a economia em recessão pode tomar – liberal ou sob
intervenção do Estado. Para tanto, encomendaram pesquisas
não registradas, e não divulgadas, cujos resultados saíram
na sexta à noite. Ao contrário do que divulgam os grandes
institutos, Aécio Neves (PSDB) será eleito hoje presidente do
Brasil, com 5% de vantagem sobre a presidente Dilma. Por isso
as bolsas e ações se valorizaram na sexta.
Trackings bancários - Na pesquisa do Itaú, deu Aécio
53% contra 47% de Dilma. Para o HSBC o tucano tem 54% e
Dilma 46%. E a sondagem encomendada pelo BTG Pactual deu
52,5% x 46,8%.
Efeito na bolsa - A eventual eleição de Aécio hoje terá efeito
imediato na Bolsa de SP na segunda. É tido como liberal e contra
a intervenção do Estado na economia. E o capital do exterior vem.
Mas... - Pesquisas não são as donas da verdade e do voto,
apenas um ‘retrato do momento’, como repetem os políticos. E
é fato. A conferir se desta vez acertam.
É o Poder - Mal começou a transição em São Luís e o
governador eleito Flávio Dino sofre pressão de todos os
lados – inclusive de adversários – para a montagem de seu
secretariado.
Jatinho$ - Lula tem voado no jatinho da Odebrecht e do
BTG Pactual. O jatinho de Aécio... A dica: é de um banqueiro
aliado do Rio. E também freta de uma empresa de SP.
Tira-prova - O TSE vai colaborar para esquentar ânimos
entre os eleitores de ambos os candidatos. O resultado oficial
atrasará por meia hora logo à noite. Mas calma, aos que
suspeitam de tramoias. É por causa do horário de verão. O
Acre está a três horas de Brasília pelo fuso
Arlan vive
Um jornal paraguaio divulgou na quinta em manchete,
com foto do jovem, prova de que o brasileiro Arlan Fick está
vivo. Filho de fazendeiros, ele foi sequestrado há oito meses
no País vizinho, o resgate de US$ 550 mil pagos mas a
vítima não apareceu.
Genérico - O EPP – Exército do Povo Paraguaio – um
genérico das FARC, mantém o rapaz. Arlan completou
18 anos no cativeiro. A milícia copia métodos dos
colomobianos. Os dois líderes do EPP vivem asilados no
Brasil, concessão do ex-presidente Lula.
Novela parlamentar - A Coluna vai preservar o nome
da excelência diante do drama familiar. Um federal eleito em
Pernambuco decidiu dar um pulinho na casa da melhor amiga
da esposa para comemorar. Quando voltou ao lar, suas malas já
estavam prontas para a mudança (provavelmente para Brasília,
antecipadamente). Passou a morar num flat.
‘Comendador’ - Muito esperto, o parlamentar abonado
aproveitou para levar ‘outras malas’ com sobras de campanha e
deixou a matriarca chupando dedo.
Matança - É espantoso o número de jornalistas e parentes
vítimas da violência na América Latina. A esposa do repórter
Gerson Cuba foi assassinada a tiros sexta passada quando
tentou defender o marido, que apanhava de dois homens
encapuzados, em Pichanaki, no Peru.
Ponto Final - Acabou o circo.