1. SUBSECRETARIA DE VIGILÂNCIA E
PROTEÇÃO À SAÚDE
Andrea Oliveira Dias Temponi
CZFRB/DVA/SVEAST/Sub.VPS/SES-MG
Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais
VIGILÂNCIA DA PESTE BUBÔNICA - MG
Maio, 2013
2. Definição:
A peste é uma doença infecciosa aguda, transmitida principalmente por picada de
pulgas infectadas pela bactéria Yersinia pestis, que se manifesta sob três formas
clínicas principais:
Bubônica
Septicêmica
Pneumônica
Importância para saúde pública x Doença Enzoótica - Infecção de Roedores
Silvestres x outros mamíferos/animais de estimação x Rápida Propagação
Incluída no Regulamento Sanitário Internacional - 2005
Doença de Notificação Compulsória (Portaria Nº 104 de 25 Jan/2011)
3. Distribuição de Mundial dos casos e focos naturais de peste, 1970 – 2004.
Fonte: http://www.cdc.gov/ncidod/dvbid/plague/resources/plagueFactSheet.pdf
- A partir de 2005: média de 2.000 casos/ano
-Registro período 2004-2009: 12.503 casos
- Óbitos período: 843
-Taxa de Letalidade – 6,7%
- 62,5% dos casos RDC (WHO)
4. Últimos casos confirmados:
• África
RDC – 2005 a 2006
Argélia – 2003 (últimos casos em 1950)
Líbia – 2009 (>20 ANOS)
•Ásia
China – 2008 e 2009
•América
Peru – Agosto de 2010 (13 anos)
- Província de Ascope – Departamento de La Libertad
- 31 casos: 4 Pneumônica /25 Bubônica e 2 Septicêmica
- 1 morte: adolescente de 14 anos
- Confirmação em cães, gatos e porquinhos da índia
-Trujillo: Mercado de Hermelinda – jan/2013
EUA – Junho e Setembro de 2012
Cenário - Mundo
6. Cenário - Mundo
Caso 1 – Fonte: http://www.dailymail.co.uk/news/article-2175008/Man-narrowly-develops-BUBONIC-PLAGUE-narrowly-escapes-death-cat-
bite.html#ixzz210Z2D3PH
Caso 2 - Fonte: http://extra.globo.com/noticias/saude-e-ciencia/menina-de-7-anos-contrai-peste-negra-nos-estados-unidos-6013919.html
7. Foco Natural do Rio
de Janeiro:
Teresópolis
Foco Natural do Nordeste:
Polígono das Secas
Fonte: SVS/MS, 2008
Focos Naturais de Peste do Brasil
8. Até a dec. 70 – média de 20 a 100 casos/ano
Desde da dec. 90 – casos raros e esporádicos
•3 Casos confirmados/CE – 1990
• Bahia - 2000
• Pedra Branca/CE – 2005
Minas Gerais:
•1983 – 4 casos confirmados Coronel Murta e Rubelita
•1984 – 2 casos confirmados em Rubelita
• Focos Naturais ativos – Vigilância e Monitoramento de animais (roedores e
carnívoros)
Cenário - Brasil
9. Fonte: SISPeste/DVA/SVEAST/Sub.VPS/SES-MG
Pop. total exposta ao
risco: 319.028
(FONTE: IBGE – 2010)
Cenário da Peste Bubônica em MG:
Área Territorial – 3,7%
(Fonte: IBGE 20002)
Localidades Rurais
ativas: 2.275
(Fonte: SISLOC)
10. Objetivos do PCPeste
• Identificar o aumento de risco de transmissão para humanos
• Impedir a transmissão para humanos mediante controle dos
focos naturais
• Diagnóstico precoce de casos humanos
• Diminuir a letalidade da doença e a ocorrência de surtos
• Impedir a reintrodução da peste urbana através de portos e
aeroportos
11. Atividades PCPeste
•3 Laboratórios de Apoio
• Gestão de Pessoas: 4 equipes (19 Integrantes)
•Atividade de competência estadual
• Normatização das Ações de Vigilância e Controle (MS e NT 2010 e
2012):
-BA casos humanos e epizootia de roedores
-Monitoramento Animal
• Confirmação da circulação de Y.pestis (2002-2004 e 2007-2008 e
2011-2012) no Estado, subsidiando a necessidade da continuidade
(regular) das ações prioritárias preconizadas SVS/MS.
andrea11
12. Slide 11
andrea11 As principais atividades e a estrutura referente a vigilância de campo
andrea.dias; 27/05/2013
13. Paciente que apresentar quadro agudo de febre em área
pertencente a um foco natural de peste, que evolua com adenite
(“sintomático ganglionar”)
Paciente proveniente de área com ocorrências de peste pneumônica
(1 a 10 dias) que apresente febre e/ou manifestações clínicas da
doença, especialmente sintomatologia respiratória.
Definição de Caso Suspeito:
14. Notificação – Portaria Nº 104, de 25 de Janeiro de 2011
ANEXO II – Ítem III:
Doença, morte ou evidência de animais com
agente etiológico que podem acarretar a
ocorrência de doença em humanos:
6 - Roedores Silvestres:
Peste: Roedores silvestres mortos em
áreas de focos naturais de peste
ANEXO I e II - Lista de Notificação
Compulsória Imediata – LNCI
Notificar às Secretarias Estaduais e
Municipais de Saúde (SES e SMS) em, no
máximo, 24 horas a partir da suspeita inicial,
Registrar no Sinan no prazo máximo de 7
dias, a partir da data de notificação.
A -20.9
15. Peste Humana: Bubônica
• Sintomas Clínicos: febre alta (39ºC – 40ºC), calafrios, mal-estar, abatimento,
dores no corpo, vômitos, pulso acelerado, calafrios e linfadenite regional dolorosa/
bubões.
• Transmissibilidade: Não é transmitida de pessoa a pessoa, exceto contato
com bubões supurados
• Obs.: O retardo no diagnóstico e o não tratamento imediato da peste bubônica
pode determinar nas formas septicêmica e pneumônica.
• P.I – 2 a 6 dias
Formas Clínicas
16. Peste Humana: Pneumônica
Período de incubação – 2 a 3 dias
• Principais sintomas:
• Calafrio
• Febre alta (39 a 41,5ºC)
• Hipotensão
• Astenia
• Arritimia
•Arrepios de frio
•Dor de cabeça
•Pulso Rápido
•Tosse Freqüente
•Transmissibilidade: início da
expectoração até persistência dos bacilos
no TR.
Formas Clínicas
Pode ser secundária a peste bubônica ou
septicêmica
17. Peste Humana: Septicêmica
•Pulso rápido
• Hipotensão arterial
• Prostração
• Dispinéia
• Febre alta (até 42º C ou mais)
• Estado geral grave – acometimento da pele, rins
cérebro, meninges
• Dificuldade na fala
• Hemorragias difusas: TOXEMIA PROFUNDA
•Equimoses na pele e mucosas
• Necrose dos membros
• Coma e morte
Formas Clínicas
18. 1º) Notificar Imediatamente:
Condutas Caso Suspeito
Investigação Epidemiológica :
Coordenadoria de Vigilância Ambiental (SES-MG)
Telefone – 3916-0382
E-mail - zoonoses@saude.mg.gov.br
DISQUE EPIDEMIOLOGIA – 155 (População em Geral)
CIEVS – MG:
Telefones: (31) 97446983 e (31) 3235-5981
E-mail: notifica.se@saude.mg.gov.br
19. Condutas Caso Suspeito
Investigação Epidemiológica :
2º) SMS procede investigação epidemiológica em até 48 hs após
notificação (FICHA SINAN – A 20-9) apoiado pela URS
3º ) Proceder a hospitalização e Isolamento do paciente (lista de hospitais
com CTI )
4º) Avaliação Clínica: Coleta de dados e exames clínicos
Investigação dos antecedentes epidemiológicos: Início de Sintomas e
deslocamento.
ASSOCIAR: ambiente: silvestre ou residência - peridomicílio/área
pestígena/LPI, BA de outros casos suspeitos, verificar possível acesso de
roedores
20. Hospital Eduardo de Menezes:
Casos suspeitos de peste pneumônica
Pacientes regulados
(Rua Doutor Cristiano Rezende, nº 2213, Bairro Bom Sucesso)
Telefone – 3328 -5000
Hospital Infantil João Paulo II
(Av. Alameda Ezequiel Dias, 345, Bairro Santa Efigênia)
Telefone – 3239-9000
Hospital de Referência para agravo
Inusitados
21. 5º) Exames Laboratoriais
Ideal - Coleta de Material (antes do início do tratamento)
Exames específicos e inespecíficos (Hemograma, Perfil hepático,
Rx, etc)
Obs.: Enviar amostras acompanhadas pela FI de Caso Humano de Peste
ao Laboratório de referência: FUNED
Investigação Epidemiológica :
22. Sorologia (HA e HI): Coleta Pareada
Período da coleta: 1º dia da investigação/ durante atendimento
2º Coleta: 10 a 15 dias após (Titulação 4x>)
Sorologia Única com título de AC´s > 1/128
- Conservação: Tubo de poliestireno de tampa rosqueada ou tubo de vidro
Bacteriologia:
Coletar no 1º dia da investigação/ durante atendimento
Forma Clínica/Material:
Bubônica – Suco de bubão e sangue
Pneumônica: sangue e escarro
Meníngea: Líquor e sangue
- Conservação: meio Cary-Blair
Coleta, Conservação e Envio de Amostra:
23. FUNED/MG:
Roedores, cães e gatos: Soro
Casos Humanos: Soro
(Rua Conde Pereira Carneiro, 80 -Gameleira -Belo Horizonte/MG – CEP:
30.510-010)
Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães:
Casos Humanos: suco de bubão
Roedores: carcaças, fêmur e baço
(Av. Professor Moraes Rego, s/nº, Recife/PE – CEP: 50.670-420)
Laboratórios de Referência
24. • Tratamento imediatos dos casos suspeitos : Não aguardar confirmação
laboratorial
• Hipótese clínica-epidemiológica bem fundamentada
• BA de outros casos suspeitos (extensão da transmissão) – Avaliar coleta de
material dos contatos
• Quimioprofilaxia: Comunicantes/contatos
• Quarentena e Vigilância – Durante 6 dias dos contatos expostos ao
contágio
Medidas de Controle
(Tratamento Imediato):
25. Droga de eleição Aminoglicosídeos (F.Bubônica e pneumônica*):
A-Estreptomicina – 1g ou 30 mg/Kg/dia de 12/12 horas, IM, máx. de 2g/dia por 10 dias).
B- Gentamicina - Maior facilidade de dispensação
Adultos: 5mg/Kg/dia IM ou IV de 8/8 hs por 10 dias
Crianças: 7,5mg/Kg/dia IM ou IV de 8/8 hs por 10 dias
*******************************************************************************
Tetraciclinas (casos não complicados – F. Bubônica):
A- Doxiciclina 100 mg 12/12 hs - Excelente opção
B- Tetraciclinas - pode causar náuseas e vômitos
Adultos: 500mg VO de 6/6 hs por 10 dias
Crianças: 25-50mg VO de 8/8 hs por 10 dias
*******************************************************************************
Cloranfenicol (F. Pneumônica e Septicêmica – Casos Graves):
A- Cloranfenicol 50-100mg/Kg/dia IV ou VO de 6/6 hs por 10 dias – Administrar dose máxima em casos
com meningite
Tratamento Imediato:
26. Sulfamidas – (drogas de 2ª opção )
Indicado para contatos (QUIMIOPROFILAXIA) de pacientes com peste pneumônica ou
contatos com pulgas
A- Sufadiazina:
Dose: 2-3g por dia (dividida em 4 ou 6 tomadas por 6 dias)
B- Trimetropim-sulfametoxazol
Suspensão: 40mg+8mg 12/12 hs por 10 dias
Comprimidos: 400mg + 80 mg 12/12 hs por 10 dias
Tratamento – Proteção de
Contatos:
27. “Fazer vigilância é estar preparado para
enfrentar um exército que talvez nunca
ataque”
Jarbas Barbosa
Palestra CSBMT