Este documento fornece informações sobre como ler projetos de obras, incluindo vistas, escalas, plantas de situação, cobertura, baixa, cortes e fachadas. Detalha os elementos que devem estar presentes nesses desenhos de acordo com as normas da Prefeitura de Belo Horizonte. Fornece também instruções sobre como conferir projetos aprovados na obra.
3.
VISTAS (ou projeções) de uma edificação
Referência na edificação: observador olhando para o edifício
Referência no lote: observador olhando para a rua (convenção mais usada PBH)
SEMPRE VERIFICAR CONTEXTO
4.
ESCALA
A necessidade do emprego da escala no desenho veio da necessidade de
representar objetos muito grandes em papeis pequenos. Nesses casos emprega-
se a escala de redução (escala mais utilizada no projeto arquitetônico).
Escalas exigidas para aprovação de projeto na PBH (Portaria SMARU 002/12 –
consulta no site da PBH – Regulação Urbana - Legislação):
- 1:50 para pelo menos 1 corte e fachadas
- 1:50 para plantas baixa;
- 1:100 para demais cortes, cobertura e gradil
- 1:250 para plantas de situação.
5.
Um desenho de uma planta baixa de uma residência representado na escala
1:50, significa que em cada 1 cm no papel equivale a 50 cm na medida real ou
0,5 m (medida real da residência). A medida real da residência será cinquenta
vezes maior que sua representação em planta.
Escala 1:50 – 1 cm na planta = 50 cm (0,5m) na medida real
Escala 1:100 – 1 cm na planta = 100 cm (1m) na medida real
6.
PLANTA DE SITUAÇÃO: representa a implantação da obra no terreno
**Situa o terreno e o empreendimento em seu contexto urbano (indica a
posição do terreno em relação aos terrenos e quadras vizinhas), curvas de nível,
logradouros, etc. Escala mínima 1:250.
7.
Nela constam: (Portaria SMARU 002/12)
- Representação do terreno CP (linha tracejada) e do terreno real (em linha
contínua) - apenas o eixo de divisa sem os muros - com todas dimensões cotadas;
- Situação de ocupação dos lotes vizinhos (vagos ou construídos, conforme o
local);
- Cotas dos afastamentos frontal, laterais e de fundos de todos os pavimentos -
sempre nas situações de CP e de real;
- Representação dos passeios de ambos os lados da via e da pista de rolamento,
com cotas dos passeios e da pista de rolamento.
- Níveis nos vértices do(s) lote(s). Os níveis indicados deverão ser em relação ao
nível do mar.
- Quando houver largura final de via, com previsão de recuo do alinhamento,
representar o alinhamento atual e o projetado e os eixos das vias, devidamente
cotados. O eixo da via situa-se no ponto médio da distância entre os
alinhamentos dos lotes.
13. Os elementos secionados pelo plano estarão em corte e serão desenhados com
linha contínua e grossa.
Os elementos abaixo do plano estarão em vista e serão desenhados com linha
contínua e fina
Os elementos acima do
plano estarão em
projeção e serão
desenhados com linha
tracejada e fina.
Elementos que estejam
atrás de outros também
deverão ser considerados
em projeção.
14.
15.
16.
17. As plantas baixas dos diversos níveis da edificação devem estar cotadas e
apresentadas na escala mínima de 1/50.
Nelas constam (Portaria SMARU 002/12):
- Níveis de implantação da edificação e suas variações;
- Legenda de portas e janelas ou indicação de suas dimensões em planta;
- Indicação do uso dos compartimentos e numeração das unidades autônomas;
- Linhas de corte;
- Em rampas: cotas e indicação dos níveis de início e fim, sentido e inclinação;
- Área permeável devidamente cotada e hachurada e indicação de cotas e volume
da caixa de captação, se houver;
- Nos pavimentos de acesso de pedestres, indicação dos níveis do terreno natural
nos pontos em que as extremidades da edificação tocam a divisa e respectivo
nível-médio para terrenos em aclive;
- Nos pavimentos onde houver área de estacionamento, indicação de todas as
vagas, presas ou livres, numeradas e cotadas;
18. Nos pavimentos de acesso são indicados:
- Projeto do passeio, já atendendo ao Código de Posturas Municipal,
- Largura(s) total(is) do passeio; inclinações longitudinal e transversal do passeio;
indicação da inclinação longitudinal existente da pista de rolamento;
- Indicação e dimensões da faixa livre de pedestres e da faixa de mobiliário
urbano; indicação de todos os postes, placas, suporte fixo de lixo e qualquer
outro mobiliário urbano existente;
- Indicação das espécies de árvores existentes, a serem plantadas, suprimidas ou
transplantadas, quando for o caso. A indicação das árvores no passeio não é alvo
de análise do projeto arquitetônico, porém é condição para a Baixa de
Construção;
- Indicação, com todas as dimensões, dos rebaixos no meio-fio para acesso de
veículos, caso existam;
- Indicação, com todas as dimensões, das áreas vegetadas, caso existam;
- Representação dos degraus, caso existam, com suas dimensões de piso e
espelho.
19. CORTE
Plano vertical que divide a edificação em duas partes, seja no sentido
longitudinal, seja no sentido transversal.
A função básica de um corte é complementar as informações da planta baixa,
principalmente no que se refere às alturas dos componentes da edificação.
Normalmente os cortes passam por janelas e portas e outros elementos
importantes como, por exemplo, as escadas, elevadores, desníveis e a caixa
d'água.
20. São apresentados pelo menos dois cortes, um longitudinal e outro transversal.
Pelo menos um deles deve estar na escala de 1/50 (outros podem ser
apresentados na escala 1/100). Neles constam (Portaria SMARU 002/12):
- Perfil natural do terreno em cada corte, exceto em caso de levantamento;
- Pé-direito do(s) pavimento(s) e o(s) nível(eis);
- Altura(s) da edificação (H);
- Nível(eis) de referência e altura(s) máxima(s) na(s) divisa(s), no real e no CP;
- Nível(eis) de referência para o cálculo de H’s;
21.
22.
23.
24.
25.
26. FACHADAS:
Representam a configuração externa (planos externos) da obra indicando seus
principais elementos, em especial esquadrias.
Deve ser apresentada uma fachada para cada logradouro público lindeiro ao
terreno na escala mínima de 1/50, constando, pelo menos:
- projeção do greide da via e pelo menos uma referência de nível.
32. INDICAÇÃO DE FACHADA
Indica a fachada que foi desenhada. O triângulo deve apontar
perpendicularmente ao plano considerado para se desenhar a vista.
33. LEGENDA DOS AMBIENTES
Podem informar, para cada ambiente de uma planta baixa ou corte, o nome do
ambiente, área e nível de implantação
34. NOME E ESCALA DO DESENHO
Organizam os desenhos na prancha identificando-os e indicando a escala usada
37. SELOS PBH
(Portaria SMARU 002/12)
Todos os desenhos devem ter o selo padrão, localizado no canto inferior direito
da prancha, para possibilitar o agrupamento e a fácil localização dos dados
básicos do projeto.
São definidos dois modelos de selo:
I. um completo, para a primeira folha;
II. outro simplificado, para as folhas subsequentes, quando houver.
38. CARIMBO APROVAÇÃO
Campo 01 - Área reservada para preenchimento da PBH;
Campo 02 - Área reservada para preenchimento da PBH;
Campo 03 - Nome do logradouro (conforme informação
básica do lote); Campo 04 - Código do logradouro
(conforme informação básica do lote); Campo 05 - C.V.
(Classificação Viária): poderá ser - REG para ligação
regional, ART para arterial, COL para coletora e LOC para
local (conforme informação básica do lote); Campo 06 -
L.O.V.P.D (Largura Oficial da Via no Plano Diretor -
conforme informação básica do lote); Campo 07 - L.F.V.
(Largura Final da Via - conforme informação básica caso
haja previsão de alargamento); Campo 08 - P.U.
(Permissividade de uso - conforme informação básica);
Campo 09 - Cadastro da planta CP (conforme
informação básica do lote); Campo 10 - Área do Terreno
(conforme informação básica do lote, mesmo que no
local a área seja diferente); Campo 11 - Setor (conforme
informação básica do lote, quando houver); Campo 12 -
Quadra (conforme informação básica do lote); Campo
13 - Área de Diretriz Especial (ADE), quando houver
(conforme informação
39. básica do lote); Campo 14 - Zoneamento (conforme
informação básica do lote); Campo 15 – Operação
Urbana, quando houver, e quantas estiverem grafadas
nas Informações Básicas; Campo 16- Áreas de Especial
Interesse Social, quando houver, e conforme grafado nas
Informações Básicas; Campo 17 - Identificação - campo
destinado ao nome do projeto, quando houver
(exemplo: Hospital João XXIII); Campo 18 ao 22 - Bairro,
regional, Lote, zona e quarteirão (conforme informação
básica do lote); Campo 23 - Índice cadastral do IPTU;
Campo 24 - Título do Projeto: Projeto Inicial,
Modificação com Acréscimo, Modificação sem
Acréscimo, Modificação com Decréscimo,
Levantamento, Levantamento do Acréscimo ou
Levantamento com Projeto de Acréscimo; Campo 25 -
Tipo de Uso (residencial, não residencial ou misto);
Campo 26 – Indicar o Grupo ao qual pertence a atividade
pretendida disponível nas tabelas de atividades da lei
40. do projeto; Campo 29 - Nome e assinatura do proprietário, CPF ou CNPJ (conforme registro de imóveis.
Caso haja vários proprietários, indicar o nome de um deles e outros, outro, outra ou outras - conforme o
caso. A identificação e assinatura dos demais devem estar acima do carimbo, na área de notas na
primeira prancha); Campo 30 - Nome e assinatura do responsável técnico pelo projeto, bem como a
identidade profissional conforme registro no CREA ou no CAU; Campo 31 - Numeração das folhas;
Campo 32 - Nome do arquivo: campo de utilização pessoal; Campo 33 - Tipo do arquivo: no caso da
SMARU será sempre ARQ, referente ao projeto arquitetônico.
O exame do projeto de edificação ocorrerá com base nos documentos
apresentados e levará em conta apenas a análise dos parâmetros que afetam a
paisagem urbana e a qualidade de vida da coletividade.
A aprovação do Projeto de Edificação para emissão do Alvará de Construção
restringe-se apenas ao projeto arquitetônico de edificação. Os projetos
complementares, como projeto hidráulico-sanitário, elétrico, luminotécnico, de
instalações de comunicação, de instalação de ar condicionado, de prevenção e
combate a incêndio, estrutural e de impermeabilização não são apresentados e
nem aprovados pela Prefeitura Municipal de Belo Horizonte- PBH. (art. 14, do
Decreto 13.842/10).
41. Para conferência de projeto aprovado deve-se observar se nas plantas há
CARIMBO DE APROVAÇÃO ASSINADO E DATADO pelo examinador do projeto
(arquiteto ou engenheiro da SMARU).
FIQUE ATENTO - Para conferência de projeto na obra:
- Localize-se adequadamente nas plantas e cortes em relação ao lote e à
edificação;
- Situe-se observando as circulações verticais;
- Tenha mais atenção às dimensões mínimas indicadas;
- Atente-se às modificações relacionadas principalmente aos parâmetros
urbanísticos:
Área permeável;
Acréscimos de área;
Vagas de estacionamento;
Afastamentos;
Alturas na divisa etc