Este documento discute a possibilidade de ensinar matemática de forma interdisciplinar com arte para melhorar a compreensão dos alunos. As autoras descrevem uma atividade onde os alunos ampliaram obras de arte usando proporcionalidade e operações matemáticas. Os alunos desenvolveram melhor compreensão quando a matemática foi ensinada de forma prática e criativa através da arte. As autoras argumentam que abordagens interdisciplinares deveriam ser parte da formação inicial de professores.
POSSIBILIDADES DE PRÁTICAS ASSOCIADAS PARA OS PROFESSORES PRINCIPIANTES
1. II Congreso Internacional
sobre profesorado
principiante e inserción
profesional a la docencia
El acompañamiento a los docentes noveles:
prácticas y concepciones
Buenos Aires, del 24 al 26 de febrero de 2010
2. II Congreso Internacional sobre profesorado principiante e inserción profesional a la docencia
Piccoli, Gláucia Celina Tarouco - Bonini, Margarete 2
Eje temático: Prácticas de acompañamiento a los docentes principiantes
ENSAYO
POSSIBILIDADES DE PRÁTICAS ASSOCIADAS
PARA OS PROFESSORES PRINCIPIANTES
Piccoli, Gláucia Celina Tarouco
CPF:61387100025
glauciapiccoli@hotmail.com
Escola Municipal Santa Irene
Bonini, Margarete
CPF: 50573594015
margarethvazbilharva@hotmail.com
Escola Municipal Francisco Caruccio
Palavras-chave: sala de aula - práticas associadas - conceitos abstratos.
Resumo
Esse ensaio tem como um dos propósitos, pensar sobre as dificuldades de
compreensão de alguns conteúdos matemáticos, partindo de algumas situações
vivenciadas em nossa prática docente, onde percebemos os alunos com alguns
equívocos sobre conceitos matemáticos. Há algum tempo observamos que os alunos –
de um modo em geral – quando colocados frente a frente com atividades que requeiram
certo grau de abstração, costumam estagnar perante esse tipo de atividade. E, também
observamos essa situação quando experienciamos atividades com cunho interdisciplinar
entre a matemática e as artes plásticas. Uma grande dificuldade se mostrou na
interpretação de trabalhos com escalas e na realização de relações de proporção, por
exemplo, como interpretar o homem de Vetruvio? A razão áurea, a seqüência de
Fibonacci, dentre outros temas. Isto nos pareceu ser resultante da forma desconectada
como algumas áreas do conhecimento são tratadas nas instituições escolares de um
modo em geral. Diante dessa situação e em busca de caminhos, passamos a pensar e
discutir sobre a maneira como a Matemática e a Educação Artística são apresentadas
aos alunos; muitas vezes são fechadas em si e, acreditamos que a possibilidade de
trabalharmos de forma associada com outras áreas do conhecimento, conduziria a uma
melhor compreensão dos conteúdos e, essa deveria estar presente na formação inicial
dos professores principiantes, pois muitos estes não são preparados para lidar com
essas situações na sala de aula. Com esse pensamento realizamos algumas práticas,
que apresentaram resultados positivos e que pretendemos socializar com os futuros
professores.
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AS POSSIBILIDADES DA INTERSECÇÃO ENTRE ARTE E MATEMÁTICA
Este trabalho é fruto de uma pesquisa que teve como objetivo principal investigar
a possibilidade de se detectar as dificuldades que os alunos encontram em associar os
conceitos matemáticos a outras áreas do conhecimento.
Esse ensaio tem como um dos propósitos, pensar sobre as dificuldades de
compreensão de alguns conteúdos matemáticos, partindo de algumas situações
vivenciadas em nossa prática docente, onde percebemos os alunos com alguns
equívocos sobre conceitos matemáticos. Há algum tempo observamos que os alunos –
de um modo em geral – quando colocados frente a frente com atividades que requeiram
certo grau de abstração, costumam estagnar perante esse tipo de atividade. E, também
observamos essa situação quando experienciamos atividades com cunho interdisciplinar
entre a matemática e as artes plásticas.
Concordamos com D’Ambrosio quando ele diz que um dos aspectos fundamentais
de interpretar é a maneira de ver a matemática e educação. Pois a disciplina matemática
é uma estratégia desenvolvida pela espécie humana ao longo de sua história para
explicar, para entender, para manejar e conviver com a realidade sensível, perceptível, e
com o seu imaginário, dentro de um contexto natural e cultural.
Uma grande dificuldade se mostrou na interpretação de trabalhos com escalas e
na realização de relações de proporção, por exemplo, como interpretar o homem de
Vetruvio? A razão áurea, a seqüência de Fibonacci, dentre outros temas. Isto nos
pareceu ser resultante da forma desconectada como algumas áreas do conhecimento
são tratadas nas instituições escolares de um modo em geral.
Segundo D’Ambrosio a educação hoje é vista como uma estratégia de estimulo ao
desenvolvimento individual e coletivo gerada por grupos culturais, com a finalidade de se
manterem como tal e de avançarem na satisfação de necessidades de sobrevivência.
Diante dessa situação e em busca de caminhos, passamos a pensar e discutir
sobre a maneira como a Matemática e a Educação Artística são apresentadas aos
alunos; muitas vezes são fechadas em si e, acreditamos que a possibilidade de
trabalharmos de forma associada com outras áreas do conhecimento, conduziria a uma
melhor compreensão dos conteúdos e, essa deveria estar presente na formação inicial
dos professores principiantes, pois muitos estes não são preparados para lidar com
essas situações na sala de aula. Com esse pensamento realizamos algumas práticas,
que apresentaram resultados positivos e que pretendemos socializar com os futuros
professores.
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Após o período de comparações entre as dificuldades encontradas no campo da
matemática e as aulas de artes, viemos pensar que, um conteúdo matemático trabalho
paralelamente nas duas disciplinas, acaba por conduzir o melhor entendimento, daí a
necessidades de se fazer um planejamento onde as duas áreas se unissem e
desenvolvesse proposta com esse fim.
Acreditamos em uma educação mais abrangente, formadora de um individuo com
sua percepção mais desenvolvida, não apenas enfatizando a parte intelectual e sim esta
juntamente com o sensível, humano, onde o mesmo é visto e educado integralmente.
Esta nossa visão acaba por ser embasada, segunda Barbosa (1999, p. 45)
“a arte não é apenas básica, mas fundamental na educação de um país que se
desenvolve(...) Não é possível uma educação intelectual, formal ou informal, sem arte,
porque é impossível o desenvolvido integral da inteligência sem o desenvolvimento do
pensamento divergente, do pensamento visual, e do conhecimento representacional que
caracterizam a arte. Se pretendemos uma educação não apenas intelectual, mas
principalmente humanizadora, a necessidade da arte é ainda mais crucial para desenvolver
a percepção e a imaginação, para capturar para capturar a realidade circundante e
desenvolver a capacidade criadora necessária a modificação da realidade.”
Podemos afirmar que a arte, através da imaginação e da intuição é um
instrumento valioso para construção do conhecimento, não só da matemática como para
a educação em geral.
Partindo desse pressuposto passamos a elaborar nosso plano de ação que tinha
como objetivo sanar as dificuldades básicas com relação a matemática tais como as
quatro operações ( soma, subtração, multiplicação e divisão), bem como noção de
proporcionalidade, espaço e unidade de medidas simples, como o uso da régua.
Planejamos então começar pelo trabalho desenvolvido na aula de arte. A proposta era
um trabalho um grupo. Os alunos escolheriam uma obra de arte e iriam ampliá-la pelo
método de quadriculas. Após quadriculas a obra, esta seria dividida em quatro partes,
sendo cada parte destinada a um grupo que ira ampliar o desenho. No final da ampliação
feita pelos quatro grupos, as quartas partes deveriam estar se encaixando perfeitamente.
Para isso, todos deveriam estar ampliando na mesma escala, obedecendo a
proporcionalidade.
Cada grupo era composto por quatro alunos faziam a quarta parte da ampliação e
esta era dividida em quatro novamente para que cada aluno pudesse trabalhar
igualmente.
Durante esse processo os alunos estariam trabalhando diretamente com a
matemática, uma vez que, estariam multiplicando as medidas para o processo de
ampliação e dividindo medidas para que cada aluno tivesse a mesma medida para
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trabalhar. Necessitariam também do domínio de uso da régua, pois essetrabalho só
poderia ser feito com o auxilio da mesma.
Além do entrosamento das duas disciplinas tínhamos como objetivo a integração
e cooperação entre os grupos, porque embora estivessem trabalhando separados,
necessitavam da integração para poderem fazer o fechamento, pois cada grupo estava
com uma parte da obra era única.
Foi um trabalho a principio demorado, mas gradualmente, via-se o aluno
pensando questionando e solucionando problemas, o que era o objetivo constante tanto
na matemática como nas artes, o desenvolvimento do pensamento, a busca da solução
dos problemas através do conhecimento adquirido e esse processo, graças aos esforços
e ao interesse de professores de áreas distintas começou a dar-se inicio.
Quando começaram a ver que o resultado era satisfatório, que o desenho estava
muito próximo do original e dentro da proporcionalidade, parece que começaram a
compreender e acreditar na matemática como ferramenta para outras atividades, que até
então não haviam relacionado com tal conhecimento. Quando esse processo se dá é
possível perceber claramente a diferença de quando a aprendizagem causa prazer e
como ela se torna significativa para quem aprende, pois ele acontece de forma teórica e
prática ao mesmo tempo.
Além de ser uma disciplina que está cada vez mais presente nos diversos campos
da atividade humana – desde as ações mais banais da vida cotidiana às mais complexas
elaboradas das ciências – a matemática ajuda a estruturar o pensamento lógico e o
raciocínio dedutivo. Essa disciplina contribui para o desenvolvimento de processos de
pensamento e aquisição de atividades cuja atividades e alcance trancedem o âmbito da
própria matemática, podendo formar no aluno a capacidade de resolver problemas
genuínos, gerando hábitos de investigação, proporcionando confiança e
despreendimento para analisae e enfrentar situações novas propriciando a formação de
uma visão ampla e cientifica da realidade a percepção da beleza e da harmonnia, o
desenvolvimento da criatividade e de outras capacidades pessoais ( PCN p. 25)
Voltando ao relato da proposta desenvolvida, procuramos eleger obras barrocas e
renascentistas para a reprodução, com a intenção de ativar, junto ao estudo do período
renascentista a influencia da matemática nesse período onde o artista cria a geometria
projetiva quando através das noções de perspectiva o artista desenvolve a técnica de
projetar na tela plana figuras e ambientes em três dimensões.
Ao Visualizar imagens desses dois períodos o aluno é capaz de perceber essa
mudança de representação, o que prepara terreno para mais adiante convidarmos a
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desenvolver estudos de perspectiva e noções de bidimencionalidade e
tridimensionalidade.
Se dedicarmos a desenvolver uma atividade de ensino na linha da
interdisciplinaridade e mergulharmos nessa proposta com certeza vamos descobrir vários
caminhos que poderão levar ao aluno e a sala de aula um leque de possibilidades para a
compreensão da matemática por meio da arte. Esse é um caminho que permite muitas
investigações e possibilidades de trabalho no campo educacional.
Quando pensamos em trabalhar a matemática e arte juntamente também se
buscava levar o aluno á pratica, à produção onde esse encontrasse significado e
criatividade, espaço onde pudesse desenvolver o pensamento lavando o aluno a
participar ativamente do processo de seu conhecimento, uma educação mais significativa
e dialógica como propõe Paulo Freire (1977 p. 9) “ A educação é comunicação, é dialogo,
na medida em que não é transferida de saber, mas um encontro de sujeitos interlocutores
que buscam a significação dos significados”.
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Bibliografia
• BECKER, Fernando, FRANCO, Sérgio Roberto K. Org. Revisitando Piaget. Porto
Alegre: Mediação, 1998.
• D’AMBROSIO, Ubiratan. Educação matemática: Da teoria a prática. Campinas,
SP: Papirus 1996.
• FAINGUELERNT, Estela Kaufman, Nunes, Kátia Regina Aston. Fazendo Arte com
a matemática. Porto Alegre: Artmed, 2006.
• GAUTHIER, Clermont, MARTNEAU, Stéphane, DESBIENS, Jean-François,
MALO, Annie, SIMARD, Denis. Por uma Teoria da Pedagogia: Pesquisas
Contemporâneas sobre o Saber Docente. Trad. PEREIRA Francisco. Ijui. Ed.
UNIJUI, 1998.
• SILVA, Dinorá Fraga da, Souza, Nádia Geisa Silveira de, Interdisciplinidade na
sala de aula: uma experiência pedagógica nas 3º e 4º séries do primeiro
grau.Porto Alegre: Editora da Universidade/UFRGS, 1995.