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Práticas de ensino na formação inicial do professorado.
INFORME DE EXPERIÊNCIA
CULTURA DIGITAL NA CONTEMPORANEIDADE E A FORMAÇÃO INICIAL DE
PROFESSORES
DEBALD, Blasius Silvano.
blasius@ietalenttos.com.br
Faculdade União das Américas – UNIAMÉRICA/PR.
SILVA, Micael Alvino da.
micaelxp@gmail.com
Faculdade União das Américas – UNIAMÉRICA/PR.
DEBALD, Fátima Regina Bergonsi.
fatima@ietalenttos.com.br
Faculdade União das Américas – UNIAMÉRICA/PR.
Palavras-chave: formação inicial - professores - cultura digital - contemporaneidade –
inovação
O estudo é resultado de uma experiência realizada no curso de Pedagogia de uma
Instituição de Ensino Superior da cidade de Foz do Iguaçu/PR, no qual problematizamos
a cultura digital vigente na contemporaneidade e sua articulação com os processos de
formação inicial de professores. Entendemos que o espaço de aprendizagem que utiliza a
tecnologia nos cursos de licenciatura ainda é muito reduzido, e, em muitos casos, pela
falta de experiência dos professores e alunos. A falta de domínio tecnológico tem travado
a inovação no campo educacional, afastando o acadêmico das salas de aula. Assim, a
experiência que realizamos represente a aproximação dos acadêmicos com o mundo
digital e ao mesmo tempo abre espaço para a resignificação do currículo.
Para alterar o quadro de distanciamento entre as tecnologias e o currículo, defendemos
que precisa haver investimentos na formação dos formadores de novos professores. A
formação de professores tornou-se um desafio constante para as universidades e
faculdades, pois os cursos de licenciatura são cada vez menos procurados e o número
de diplomados reduz anualmente no Brasil. Para algumas áreas de conhecimento faltam
candidatos interessados, pois a carreira de professor não serve como motivação na
escolha do curso superior. É preciso repensar a formação de professores como um dos
desafios do século XXI, uma vez que para certas áreas do conhecimento não há
profissional formado com curso superior, prejudicando a formação do estudante que já é
precária em boa parte das escolas brasileiras.
Entendemos que alguns fatores contribuíram para o quadro de abandono da carreira
docente, entre os quais podemos citar a baixa remuneração, os atrativos da profissão e a
capacidade de adaptação ao contexto socioeconômico, uma vez que a maioria das
escolas está localizada em regiões de conflito, nas quais há índices elevados de
violência.
Aos que optam pelos cursos de formação de professores, normalmente vem de
condições familiares e econômicas de dificuldade, a formação básica foi deficitária e,
mesmo assim, vislumbram na licenciatura uma condição de ascensão social. Justifica-se,
pois os sacrifícios que se submetem para alcançar o diploma, prestar um concurso
público e ingressar na carreira.
Nem sempre a opção do curso superior está associada à escolha de uma carreira, mas
conforme o alcance do orçamento. É, portanto, oportuno propor uma reflexão sobre os
desafios e as perspectivas na formação de professores para o século XXI, uma vez que
há novos espaços para atuação e áreas em que pode trazer contribuições significativas
para o desenvolvimento profissional.
Ainda persiste um modelo autoritário de ação docente, baseado no controle disciplinar
bastante sistemático exercido pelo mestre sobre os alunos. Segundo Tardif e Lessard
(2009, p. 63) o professor no modelo tradicional é
o centro da atividade na classe. Ele é o sol do sistema pedagógico: as
ações dos alunos giram em torno dele, que impõe o ritmo dos exercícios,
das repetições, das tarefas, dos movimentos, etc. Em resumo, é o
mestre que assume o programa principal ou dominante da ação na
classe. Assim sendo, a ordem das interações depende
fundamentalmente de sua própria iniciativa e de sua capacidade de
impor respeito às regras da organização que o contrata.
A segunda década do século XXI trouxe um novo entendimento para o conceito “aula” e
de espaço de aprendizagem. As relações entre os indivíduos são permeadas por
conexões simultâneas e instantâneas. No entanto, a escola continua pensando o
processo ensino e aprendizagem na lógica jesuíta - exposição de conteúdos, reprodução,
memorização, provas e assim por diante. O currículo escolar ainda não incorporou as
palavras da vez, como conectividade – estar em rede; simultaneidade – estar em lugares
diferentes ao mesmo tempo; instantaneidade – o fato está disponível na rede quase no
mesmo momento em que ocorre.
Não é o ciberespaço, mas o espaço movente, híbrido formado pela relação entre o
espaço eletrônico e o espaço físico. Nas palavras de Lemos (2005) a sociedade do
século XXI é pensada na lógica pela qual fazer parte de comunidades, partilhar
interesses comuns, sem necessidade de presença física e a construção do “eu” virtual
que pode ser diferente do “eu” real são as marcas dessa nova articulação social,
quebrando com tradições e culturas milenares de convívio entre os indivíduos.
É um novo território informacional. Os veículos de comunicação de outrora, meramente
utilizados para passar informações assumem um caráter inovador no início do século
XXI, na medida em o uso de celulares nos permite a localização, identificando o espaço e
o tempo de suas locomoções, o cotidiano é um “artefato” que faz parte da vida
contemporânea e o conceito de distância pode significar prolongamento ou encurtamento
(LEMOS, 2007).
Outro exemplo que ilustra a “aceleração do tempo” é o entendimento de imagem que ao
final do século XX era estática, não representava movimento, representação de um
acontecimento e ideia de eterno. No entendimento de Lemos (2007) as fotos ou vídeos
não são produzidos para marcar a memória como um arquivo, para ficar no dispositivo,
imprimir e guardar em um álbum. O consumo se dá pela circulação na rede, o envio
rápido e imediato. Trata-se de circular e não memorizar, para reforçar laços sociais.
E a primeira década do século XXI representa o tempo presente, o agora e registra o
cotidiano. Percebemos que estamos em um período em que há democratização do uso,
produção e circulação das produções, temos o acesso facilitado aos meios digitais e a
marca de um novo tempo que são relações sociais virtuais. A vida comum transforma-se
em algo espetacular (atrai e prende o olhar) e ao mesmo tempo especular (reflete o olhar,
o espelho). O uso de tecnologias móveis já está associado diretamente a formas de
relação social informal (como ir ao café, encontrar amigos, ir ao cinema, ao shopping). Os
novos rituais, com as tecnologias móveis e as formas sociais que se baseiam nessa
mobilidade, estruturam-se em comportamentos sociais que são repetitivos e estabelecem
fronteiras e manutenção de laços sociais.
O desafio dos gestores da educação brasileira está em encontrar fórmulas para enfrentar
as dificuldades dos professores em relação ao uso das tecnologias nas suas práticas.
Uma decorrência dessa realidade é a pouca prática em sala de aula durante o curso
universitário e o acesso limitado a novas tecnologias. O contexto também não é favorável
à profissão docente que enfrenta desvalorização, com salários baixos e poucos
estudantes interessados em seguir na carreira.
Em relação ao contexto desfavorável o Diretor do Projeto do Milênio (Venezuela) e
Professor na Singularity University, fundada pela Nasa e pelo Google nos Estados
Unidos, José Cordeiro (2013) afirmou no XII Congresso do Ensino Privado, promovido
pelo Sindicato do Ensino Privado (Sinepe/RS), na capital gaúcha, que
as novas tecnologias estão ficando melhores, mais rápidas e mais
baratas. Isso permitirá um aumento na oferta de educação de forma mais
eficiente. O Life-Long Learning (projeto de educação contínua
desenvolvido na Finlândia) será uma tendência na medida em que as
pessoas vivem mais e de forma mais saudável. A educação será mais
importante e mais reconhecida, fazendo com que os educadores sejam
mais respeitados e melhor pagos. Contudo, como os professores são
"imigrantes digitais", enquanto os alunos são "nativos digitais", o papel
dos professores precisa mudar. Os professores do futuro serão mais
facilitadores do que professores tradicionais. Em espanhol, dizemos que
"o diabo sabe mais por ser mais experiente do que por ser o diabo", e
podemos dizer o mesmo dos professores: "os professores sabem mais
por serem mais experientes do que por serem professores" (CORDEIRO,
2013, p. 4).
“A tecnologia vai ajudar a melhorar a educação, mas não vai substituí-la”, continua
Cordeiro. Outros pontos precisam de melhorias como a remuneração, os investimentos
em formação continuada, a infraestrutura das escolas e das cidades. As novas
tecnologias ficarão cada vez mais rápidas e baratas não apenas para criar computadores,
mas também para construir escolas. As condições de vida também serão melhores, nas
quais professores e alunos terão maiores possibilidades de aprender e ensinar. Como o
cérebro humano é o "órgão da educação", entendê-lo e melhorá-lo conduzirá nossa
civilização para uma nova fase de desenvolvimento. O mundo vai mudar mais nos
próximos 20 anos do que nos últimos 200 anos (CORDEIRO, 2013, p. 5).
O breve contexto demonstrou que a maioria dos estudantes do Ensino Superior, durante
o curso de licenciatura, não tem contato e nem convive com o mundo tecnológico e,
portanto, enfrenta sérias dificuldades para utilizá-las em suas práticas pedagógicas
cotidianas. Os cursos de formação de professores ressentem-se de espaços para discutir
e aplicar os recursos tecnológicos. Essa realidade fez com que desenvolvêssemos um
projeto no qual os alunos tiveram que interagir com a tecnologia numa das disciplinas do
curso de Pedagogia de uma faculdade da cidade de Foz do Iguaçu/PR.
Para tanto, desenvolveu-se um ambiente virtual de aprendizagem, com base em
tecnologias livres, gratuitas e acessíveis para mediar à construção do conhecimento tanto
dos alunos regularmente matriculados na disciplina de Temáticas Regionais, integrante
do currículo de Pedagogia. A partir da disciplina ministrada regularmente no curso, no
primeiro semestre de 2013, tínhamos como finalidade oportunizar a qualquer pessoa
interessada, o acesso a um curso gratuito, acessível e de qualidade utilizando
tecnologias livres e gratuitas.
Mesmo sem uma plataforma para ministrar o curso, construímos um ambiente virtual de
aprendizagem simples que contivesse conteúdo, apresentação de slide e atividades. O
ambiente foi criado utilizando as seguintes tecnologias: Blogger (com template expansivo
para visualização em qualquer celular, computador ou tablet); Google Docs (textos
combinados com imagens); Google Drive (arquivos complementares compartilhados);
Google Formulário (para inscrição e atividades); YouTube (vídeos); e Prezi
(apresentações multimídia).
A disciplina foi divulgada a partir de fevereiro e abrimos a participação para outras
pessoas interessadas. Embora não houvesse divulgação institucional, tivéssemos a
participação de alguns professores, interessados em conhecer a metodologia que estava
sendo testada ou interessados na temática. O principal meio de divulgação foram às
mensagens circuladas entre os alunos, ex-alunos e colegas. O resultado foram 124
inscrições com destaque para alunos da Universidade Federal da Integração Latino-
Americana de diversas nacionalidades, interessados em compreender o processo
histórico da região.
No mundo em que há banda larga e tecnologia 3G na palma da mão, o desafio é mais
antigo do que parece: a formação. Discutindo o caso dos professores, em recente livro, a
única brasileira listada no Best Online Universities 2012, Martha Gabriel (2013, p. 110)
destaca:
Poderíamos, então, definir dois tipos de professores coexistentes na atualidade: o
professor-conteúdo (focado em informação) e o professor-interface (focado na
mediação, formação). O modelo de professor-conteúdo não se sustenta mais
neste novo cenário no qual o conteúdo disponível é praticamente inesgotável, mas
o professor não. As interfaces, por sua vez, são limitadas, mas nos proporcionam
acesso ao conteúdo ilimitado. Portanto, sugere-se que o professor-interface na
era digital seja mais apropriado que um professor-informação.
Defendemos a formação com qualidade nos cursos de licenciatura, pois somente com
professores qualificados poderemos inovar as práticas pedagógicas. Nas palavras de
Demo (2002) a qualidade da educação passa pela qualidade do professor. E docentes de
qualidade se constituem com formação continuada e pesquisa a partir de experiências
acumuladas ao longo de sua profissionalidade. E uma das formas encontradas pode ser
a aproximação do currículo com as tecnologias, dinamizando o espaço da sala de aula e
tornando a aprendizagem mais significativa. Tal postura romperá com a memorização e
reprodução de conhecimentos, muitas vezes abstratos e distantes da realidade. Esse
distanciamento do currículo em relação ao mundo chamou a atenção de Candau (2000,
p. 68) quando ao observar o cotidiano de diferentes escolas concluiu que
são homogêneos os rituais, os símbolos, a organização do espaço e do
tempo, as comemorações de datas cívicas, as festas, as experiências
corporais, etc. Mudam as culturas sociais de referência, mas a cultura da
escola parece gozar de uma capacidade de se autoconstruir
independentemente e sem interagir com esses universos. É possível
detectar um congelamento da cultura da escola que, na maioria dos casos,
a torna estranha a seus habitantes.
A experiência demonstrou que os cursos de formação de professores não preparam seus
alunos para utilizar as tecnologias em suas práticas pedagógicas. Há um distanciamento
entre o currículo e a inovação tecnológica. O curso no qual realizamos a experiência é
muito tradicional, reforçando uma cultura de formação conteudista.
Os profissionais da educação acabam se acomodando no método tradicional por estarem
acostumados a trabalhar em sala de aula dessa forma, bem mais cômoda e que exige
menos do docente. A mudança exigirá do docente inovação e reflexões sobre os
conteúdos abordados, rompendo o entendimento que se tem da aula. A descentralidade
da aula – atualmente o docente é o centro – tornará o aluno mais participativo, crítico e
independente, sendo uma “ameaça” diante do modelo tradicional. A mudança no campo
profissional docente exige romper com conceitos e práticas enraizadas por vários anos
de exercício. Para Nóvoa (2013, p. 15)
o trabalho centrado na pessoa do professor e na sua experiência é
particularmente relevante nos períodos de crise e de mudança, pois uma
das fontes mais importantes de 'stress' é o sentimento de que não se
dominam as situações e os contextos de intervenção profissional.
As dificuldades encontradas em sala de aula estão vinculadas com a questão de não
saber aliar a teoria com a prática. As causas para tal problema são encontradas em
cursos de formação de professores, devido à organização curricular e, em alguns casos,
a falta de experiência dos docentes que formam novos professores. Entendemos que os
alunos dos cursos de formação de professores precisam acompanhar as mudanças
sociais, pois os alunos convivem e utilizam muitas das inovações. A sociedade se
modifica conforme o passar dos anos e parece que os professores e a escola pararam no
tempo.
O cenário educacional brasileiro é propício para implantação de mudanças. Circulam
notícias de que um novo Ensino Médio está sendo gestado, rompendo com a
organização disciplinar para um interdisciplinar. Em alguns cursos superiores novas
metodologias de ensino estão sendo experimentadas. E na educação básica, muitos
docentes buscam modificar as práticas pedagógicas para que a criança e o jovem
possam ter mais gosto pela aprendizagem.
Ainda é tímido o movimento que oportuniza a partilha de metodologias inovadoras no
Brasil. Ações isoladas dão conta de discutir inovação, tecnologia e novas metodologias,
mas sem encontrar eco suficiente para serem assumidas como eventos necessários à
melhoria da prática pedagógica. Esse quase ostracismo faz com que os professores, em
suas ações isoladas, tentem, de alguma forma, sair do “seu quadrado” para mostrar que
o ensino livresco e expositivo está com os dias contados.
Os esforços na formação inicial de professores são no sentido de romper com alguns
paradigmas que, na visão de Zeichner (1983, p.3), fornecem “uma matriz de crenças e
pressupostos acerca da natureza e propósitos da escola, do ensino, dos professores e de
sua formação, que dão características específicas à formação de professores.” Zabalza
(2004, p.144) complementa afirmando que “o exercício da profissão docente requer uma
sólida formação, não apenas nos conteúdos científicos próprios da disciplina, como
também nos aspectos correspondentes a sua didática e ao encaminhamento das
diversas variáveis que caracterizam a docência.” Entende também que para a formação
de bons professores requer-se dupla competência, a saber, “a competência científica,
como conhecedores fidedignos do âmbito cientifico ensinado, e a competência
pedagógica, como pessoas comprometidas com a formação e com a aprendizagem de
seus estudantes.”
A formação docente implica buscar o sucesso da aprendizagem do aluno. Para isso,
recomenda-se partir da realidade do aluno para que a produção de conhecimento tenha
significado. Nesse sentido, oferecer processos metodológicos que envolvam o aprender a
aprender e a produção do conhecimento com espírito crítico e autônomo. Esses
processos metodológicos, necessariamente, precisam contemplar o novo cenário
tecnológico disponível, oportunizando seu acesso à informação e sua utilização na
construção das aprendizagens. Os recursos tecnológicos quando bem utilizados a
serviço da aprendizagem são possibilidades didáticas e formativas que podem fazer a
diferença na formação do futuro professor. Assim, uma prática pedagógica inovadora
inclui propostas que desenvolvem e utilizam as tecnologias da informação e da
comunicação no sentido de ampliar os recursos de aprendizagem.
A formação do futuro professor em cursos de licenciatura exige uma postura ousada com
dose de criatividade. Devem ser provocativas no sentido de impactar na formação,
gerando mudanças que influenciarão a prática pedagógica. Para tanto, as propostas para
formação do licenciado devem ser construídas com eles, e não para eles. Só assim serão
os protagonistas e sujeitos de seu processo formativo.
Durante a disciplina tivemos três momentos avaliativos. Todas em duplas e com todo tipo
de consulta permitida: ao material, ao colega, ao Google. Elaboramos uma pergunta
diferente para cada dupla, que deveria produzir uma dissertação sobre o tema. Após
corrigir as avaliações, entregamos e conversamos sobre os resultados com cada dupla.
Acostumados a guardar a avaliação, tiveram que argumentar sobre o que pensavam na
hora de escrever. Nenhum erro encontrado deixou de ser analisado na mediação entre
professores e alunos.
A mediação da aprendizagem poderá ser fundamental para os avanços no processo
educativo. Significará um passo importante para a inovação, uma vez que a preocupação
não é com notas, mas com a aprendizagem. Para Hoffmann (2003), a mediação contribui
para o amadurecimento e entendimento dos conhecimentos construídos. Nos cursos de
formação de professores é fundamental que haja mediação para que os acadêmicos
possam vivenciar e aprender com os erros. Afinal, Zabalza (2004, p.111) afirmou que
“ensinar é uma tarefa complexa na medida em que exige um conhecimento consistente
acerca da disciplina ou das suas atividades, acerca da maneira como os estudantes
aprendem [...].”
A disciplina de certa forma proporcionou vivências variadas de aprendizagem. Cada
passo foi acompanhado e teve retorno. Para tanto, criamos dois canais para debates, nos
quais os participantes poderiam fazer comentários ou postar via e-mail as suas
considerações. Os comentários foram ativados e programados para serem feitos a cada
página, mediante dúvidas dos alunos. A maior parte das dúvidas foi encaminhada por e-
mail. Todos os comentários e e-mails foram respondidos em menos de 12 horas.
Dos 124 alunos inscritos, 31 concluíram o curso e foram certificados pela Faculdade em
agosto de 2013. O blog Breve História da Tríplice Fronteira teve mais de 21.400 acessos
em menos de três meses. O tema do curso demandou a elaboração de conteúdos novos.
Foram aproximadamente 120 páginas, combinadas com dezenas de imagens e vídeos.
Trata-se um material inédito sobre história de Foz do Iguaçu e região da Tríplice
Fronteira.
O uso de tecnologias livres despertou a atenção de diversos alunos e professores que
participaram do projeto. Para comentar um pouco as tecnologias utilizadas, criamos o
blog Tecnologia Livre para Professores (http://teclpp.blogspot.com.br/). Dentre as
postagens realizadas recebeu destaque o vídeo “corrigindo 164 questões de 41 alunos
em menos de cinco minutos”. O objetivo do vídeo foi mostrar a metodologia utilizada para
corrigir as mais de 5 mil respostas (em média) enviadas pelos estudantes da graduação e
do curso.
Sobre avaliar utilizando tecnologias, algumas escolas estaduais têm solicitado palestras
para seus programas de formação de professores, previstas para ocorrerem na primeira
quinzena de novembro. No mês de maio, a Rede Paranaense de Comunicação, afiliada
da Rede Globo, entrou em contato para gravar uma entrevista sobre a história da região
central de Foz do Iguaçu. Em setembro, a Fundação Cultural entrou em contato
solicitando palestra para a Feira Internacional do Livro, tratando do centenário da
emancipação política de Foz do Iguaçu.
A partir de 2013, a faculdade iniciou a implantação de um novo modelo pedagógico e
participamos do Programa de qualificação docente: novas estruturas metodológicas na
docência universitária que utiliza as tecnologias no planejamento e execução das aulas,
aproximando o acadêmico da cultura digital.
O que consideramos significativo na experiência foi o resultado de desmitificar o uso das
tecnologias no campo educacional. Não é necessário ser um especialista em tecnologia
para inovar nas aulas. Muito do que foi produzido pelos alunos demonstrou que basta ter
criatividade que as tecnologias auxiliarão a materializar as ideias. A familiarização e o uso
das tecnologias tornou-se mais constante após o curso e os participantes relataram que
se sentiram mais a vontade com “as máquinas” e que não são tão difíceis de serem
dominadas.
A experiência também demonstrou que os cursos de formação de professores exploram
de forma tímida o uso das tecnologias. No máximo encontraremos nas matrizes
curriculares uma disciplina de tecnologias, mas como uma prática que perpassa o curso e
materializa como um conteúdo essencial, não foi possível de ser diagnosticado. Com isso
se percebeu que a concepção de aula que prevalece é a tradicional, na qual o professor
expõe conhecimentos, os alunos se apropriam e num momento é cobrado numa prova. E
essa tendência tende a ser reproduzida pelo jovem professor no início do exercício
profissional.
Cabe aos cursos de formação de professores repensarem suas práticas nessa segunda
década do século XXI, pois as rápidas transformações que ocorrem na sociedade não
são incorporadas no processo de formação do licenciado. Isso faz com que ao chegar ao
mercado de trabalho não tenha condições de lidar com situações nas quais os alunos
dominam plenamente, mas que o professor iniciante tem dificuldades. Referimo-nos às
tecnologias que como a própria experiência apurou aproximou os acadêmicos, rompendo
com medos e receios. Se os cursos de formação de professores estendessem a
experiência de forma contínua durante o processo formativo, certamente teríamos
professores melhor preparados para trabalhar com as tecnologias.
Entendemos que o primeiro passo foi dado. Rompemos com os “fantasmas” que
assombravam os estudantes dos cursos de formação de professores. Agora, mais
familiarizados, já tentam voos mais duradouros e no seu planejamento para o estágio,
fazem ensaios de como poderiam contemplar as tecnologias nas atividades que
desenvolverão com as crianças. Esse fato, por si só, nos encoraja a continuar apostando
na experiência e pretendemos como um exercício de continuidade oferecer mais cursos
nessa modalidade para continuar discutindo e aprendendo com as inovações
tecnológicas.
Finalmente, a cultura digital que é uma realidade na atual sociedade não pode ser
negligenciada pela escola e nem pelo processo formador de novos professores.
Precisamos ousar um pouco mais se quisermos modificar as práticas pedagógicas. E
isso será alcançado com professores qualificados e com experiência trabalhando nos
cursos de licenciatura para dar confiança e credibilidade no desenvolvimento profissional.
Assim, inovaremos e construiremos uma educação mais próxims das atuais gerações e
auxiliaremos na orientação do uso das tecnologias de forma educativa.
REFERÊNCIAS
CANDAU, V. M. Cotidiano Escolar e Cultura(s): encontro e desencontros. In: CANDAU,
V. M. (Org.). Reinventar a Escola. Petrópolis-RJ: Vozes, 2000, p. 61 a 78
CORDEIRO, José. A Maestria do Professor na Arquitetura da Aprendizagem. In:
RAVAZZOLO, Ângela. A tecnologia vai melhorar a educação, mas não substituí-la,
defende professor da Universidade do Futuro. Zero Hora, Porto Alegre-RS, Geral, 17 jul.
2013.
DEMO, Pedro. Professor e seu direito de estudar. In: SHIGUNOV NETO, Alexandre;
MACIEL, Lizete Shizue Bomura (Orgs.). Reflexões sobre a formação de professores.
Campinas: Papirus, 2002. (Coleção Magistério: Formação e Trabalho Pedagógico)
GABRIEL, Martha. Educ@r: a (r)evolução digital na educação. São Paulo: Saraiva, 2013.
HOFFMANN, Jussara M. L. Avaliação mediadora: uma prática em construção da pré-
escola à universidade. Porto Alegre, Mediação, 2003.
LEMOS, André. Ciber-Cultura-Remix. Seminário Sentidos e Processos. São Paulo, Itaú
Cultural, ago. 2005.
LEMOS, André. Comunicação e práticas sociais no espaço urbano: as características dos
Dispositivos Híbridos Móveis de Conexão Multirredes (DHMCM). Revista Comunicação,
Mídia e Consumo, n. 10, ESPM, São Paulo, 2007.
NÓVOA, António. Formação de professores e profissão docente. Disponível em:
http://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/4758/1/FPPD_A_Novoa.pdf. Acesso em: 10 jul.
2013.
TARDIF, M.; LESSARD, C. O trabalho docente: elementos para uma teoria da docência
como profissão de interações humanas. Tradução de João Batista Kreuch. 5. ed.
Petrópolis-RJ: Vozes, 2009.
ZABALZA, Miguel. O ensino universitário: seu cenário e seus protagonistas. Porto Alegre:
Artmed, 2004.
ZEICHNER, K. A. Formação Reflexiva de Professores: Ideias e Práticas. Lisboa: Educa,
1993.

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CULTURA DIGITAL NA CONTEMPORANEIDADE E A FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES

  • 1. Práticas de ensino na formação inicial do professorado. INFORME DE EXPERIÊNCIA CULTURA DIGITAL NA CONTEMPORANEIDADE E A FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES DEBALD, Blasius Silvano. blasius@ietalenttos.com.br Faculdade União das Américas – UNIAMÉRICA/PR. SILVA, Micael Alvino da. micaelxp@gmail.com Faculdade União das Américas – UNIAMÉRICA/PR. DEBALD, Fátima Regina Bergonsi. fatima@ietalenttos.com.br Faculdade União das Américas – UNIAMÉRICA/PR. Palavras-chave: formação inicial - professores - cultura digital - contemporaneidade – inovação O estudo é resultado de uma experiência realizada no curso de Pedagogia de uma Instituição de Ensino Superior da cidade de Foz do Iguaçu/PR, no qual problematizamos a cultura digital vigente na contemporaneidade e sua articulação com os processos de formação inicial de professores. Entendemos que o espaço de aprendizagem que utiliza a tecnologia nos cursos de licenciatura ainda é muito reduzido, e, em muitos casos, pela falta de experiência dos professores e alunos. A falta de domínio tecnológico tem travado a inovação no campo educacional, afastando o acadêmico das salas de aula. Assim, a experiência que realizamos represente a aproximação dos acadêmicos com o mundo digital e ao mesmo tempo abre espaço para a resignificação do currículo. Para alterar o quadro de distanciamento entre as tecnologias e o currículo, defendemos que precisa haver investimentos na formação dos formadores de novos professores. A formação de professores tornou-se um desafio constante para as universidades e faculdades, pois os cursos de licenciatura são cada vez menos procurados e o número de diplomados reduz anualmente no Brasil. Para algumas áreas de conhecimento faltam candidatos interessados, pois a carreira de professor não serve como motivação na escolha do curso superior. É preciso repensar a formação de professores como um dos desafios do século XXI, uma vez que para certas áreas do conhecimento não há profissional formado com curso superior, prejudicando a formação do estudante que já é precária em boa parte das escolas brasileiras.
  • 2. Entendemos que alguns fatores contribuíram para o quadro de abandono da carreira docente, entre os quais podemos citar a baixa remuneração, os atrativos da profissão e a capacidade de adaptação ao contexto socioeconômico, uma vez que a maioria das escolas está localizada em regiões de conflito, nas quais há índices elevados de violência. Aos que optam pelos cursos de formação de professores, normalmente vem de condições familiares e econômicas de dificuldade, a formação básica foi deficitária e, mesmo assim, vislumbram na licenciatura uma condição de ascensão social. Justifica-se, pois os sacrifícios que se submetem para alcançar o diploma, prestar um concurso público e ingressar na carreira. Nem sempre a opção do curso superior está associada à escolha de uma carreira, mas conforme o alcance do orçamento. É, portanto, oportuno propor uma reflexão sobre os desafios e as perspectivas na formação de professores para o século XXI, uma vez que há novos espaços para atuação e áreas em que pode trazer contribuições significativas para o desenvolvimento profissional. Ainda persiste um modelo autoritário de ação docente, baseado no controle disciplinar bastante sistemático exercido pelo mestre sobre os alunos. Segundo Tardif e Lessard (2009, p. 63) o professor no modelo tradicional é o centro da atividade na classe. Ele é o sol do sistema pedagógico: as ações dos alunos giram em torno dele, que impõe o ritmo dos exercícios, das repetições, das tarefas, dos movimentos, etc. Em resumo, é o mestre que assume o programa principal ou dominante da ação na classe. Assim sendo, a ordem das interações depende fundamentalmente de sua própria iniciativa e de sua capacidade de impor respeito às regras da organização que o contrata. A segunda década do século XXI trouxe um novo entendimento para o conceito “aula” e de espaço de aprendizagem. As relações entre os indivíduos são permeadas por conexões simultâneas e instantâneas. No entanto, a escola continua pensando o processo ensino e aprendizagem na lógica jesuíta - exposição de conteúdos, reprodução, memorização, provas e assim por diante. O currículo escolar ainda não incorporou as palavras da vez, como conectividade – estar em rede; simultaneidade – estar em lugares diferentes ao mesmo tempo; instantaneidade – o fato está disponível na rede quase no mesmo momento em que ocorre. Não é o ciberespaço, mas o espaço movente, híbrido formado pela relação entre o espaço eletrônico e o espaço físico. Nas palavras de Lemos (2005) a sociedade do século XXI é pensada na lógica pela qual fazer parte de comunidades, partilhar interesses comuns, sem necessidade de presença física e a construção do “eu” virtual que pode ser diferente do “eu” real são as marcas dessa nova articulação social, quebrando com tradições e culturas milenares de convívio entre os indivíduos. É um novo território informacional. Os veículos de comunicação de outrora, meramente utilizados para passar informações assumem um caráter inovador no início do século XXI, na medida em o uso de celulares nos permite a localização, identificando o espaço e
  • 3. o tempo de suas locomoções, o cotidiano é um “artefato” que faz parte da vida contemporânea e o conceito de distância pode significar prolongamento ou encurtamento (LEMOS, 2007). Outro exemplo que ilustra a “aceleração do tempo” é o entendimento de imagem que ao final do século XX era estática, não representava movimento, representação de um acontecimento e ideia de eterno. No entendimento de Lemos (2007) as fotos ou vídeos não são produzidos para marcar a memória como um arquivo, para ficar no dispositivo, imprimir e guardar em um álbum. O consumo se dá pela circulação na rede, o envio rápido e imediato. Trata-se de circular e não memorizar, para reforçar laços sociais. E a primeira década do século XXI representa o tempo presente, o agora e registra o cotidiano. Percebemos que estamos em um período em que há democratização do uso, produção e circulação das produções, temos o acesso facilitado aos meios digitais e a marca de um novo tempo que são relações sociais virtuais. A vida comum transforma-se em algo espetacular (atrai e prende o olhar) e ao mesmo tempo especular (reflete o olhar, o espelho). O uso de tecnologias móveis já está associado diretamente a formas de relação social informal (como ir ao café, encontrar amigos, ir ao cinema, ao shopping). Os novos rituais, com as tecnologias móveis e as formas sociais que se baseiam nessa mobilidade, estruturam-se em comportamentos sociais que são repetitivos e estabelecem fronteiras e manutenção de laços sociais. O desafio dos gestores da educação brasileira está em encontrar fórmulas para enfrentar as dificuldades dos professores em relação ao uso das tecnologias nas suas práticas. Uma decorrência dessa realidade é a pouca prática em sala de aula durante o curso universitário e o acesso limitado a novas tecnologias. O contexto também não é favorável à profissão docente que enfrenta desvalorização, com salários baixos e poucos estudantes interessados em seguir na carreira. Em relação ao contexto desfavorável o Diretor do Projeto do Milênio (Venezuela) e Professor na Singularity University, fundada pela Nasa e pelo Google nos Estados Unidos, José Cordeiro (2013) afirmou no XII Congresso do Ensino Privado, promovido pelo Sindicato do Ensino Privado (Sinepe/RS), na capital gaúcha, que as novas tecnologias estão ficando melhores, mais rápidas e mais baratas. Isso permitirá um aumento na oferta de educação de forma mais eficiente. O Life-Long Learning (projeto de educação contínua desenvolvido na Finlândia) será uma tendência na medida em que as pessoas vivem mais e de forma mais saudável. A educação será mais importante e mais reconhecida, fazendo com que os educadores sejam mais respeitados e melhor pagos. Contudo, como os professores são "imigrantes digitais", enquanto os alunos são "nativos digitais", o papel dos professores precisa mudar. Os professores do futuro serão mais facilitadores do que professores tradicionais. Em espanhol, dizemos que "o diabo sabe mais por ser mais experiente do que por ser o diabo", e podemos dizer o mesmo dos professores: "os professores sabem mais por serem mais experientes do que por serem professores" (CORDEIRO, 2013, p. 4).
  • 4. “A tecnologia vai ajudar a melhorar a educação, mas não vai substituí-la”, continua Cordeiro. Outros pontos precisam de melhorias como a remuneração, os investimentos em formação continuada, a infraestrutura das escolas e das cidades. As novas tecnologias ficarão cada vez mais rápidas e baratas não apenas para criar computadores, mas também para construir escolas. As condições de vida também serão melhores, nas quais professores e alunos terão maiores possibilidades de aprender e ensinar. Como o cérebro humano é o "órgão da educação", entendê-lo e melhorá-lo conduzirá nossa civilização para uma nova fase de desenvolvimento. O mundo vai mudar mais nos próximos 20 anos do que nos últimos 200 anos (CORDEIRO, 2013, p. 5). O breve contexto demonstrou que a maioria dos estudantes do Ensino Superior, durante o curso de licenciatura, não tem contato e nem convive com o mundo tecnológico e, portanto, enfrenta sérias dificuldades para utilizá-las em suas práticas pedagógicas cotidianas. Os cursos de formação de professores ressentem-se de espaços para discutir e aplicar os recursos tecnológicos. Essa realidade fez com que desenvolvêssemos um projeto no qual os alunos tiveram que interagir com a tecnologia numa das disciplinas do curso de Pedagogia de uma faculdade da cidade de Foz do Iguaçu/PR. Para tanto, desenvolveu-se um ambiente virtual de aprendizagem, com base em tecnologias livres, gratuitas e acessíveis para mediar à construção do conhecimento tanto dos alunos regularmente matriculados na disciplina de Temáticas Regionais, integrante do currículo de Pedagogia. A partir da disciplina ministrada regularmente no curso, no primeiro semestre de 2013, tínhamos como finalidade oportunizar a qualquer pessoa interessada, o acesso a um curso gratuito, acessível e de qualidade utilizando tecnologias livres e gratuitas. Mesmo sem uma plataforma para ministrar o curso, construímos um ambiente virtual de aprendizagem simples que contivesse conteúdo, apresentação de slide e atividades. O ambiente foi criado utilizando as seguintes tecnologias: Blogger (com template expansivo para visualização em qualquer celular, computador ou tablet); Google Docs (textos combinados com imagens); Google Drive (arquivos complementares compartilhados); Google Formulário (para inscrição e atividades); YouTube (vídeos); e Prezi (apresentações multimídia). A disciplina foi divulgada a partir de fevereiro e abrimos a participação para outras pessoas interessadas. Embora não houvesse divulgação institucional, tivéssemos a participação de alguns professores, interessados em conhecer a metodologia que estava sendo testada ou interessados na temática. O principal meio de divulgação foram às mensagens circuladas entre os alunos, ex-alunos e colegas. O resultado foram 124 inscrições com destaque para alunos da Universidade Federal da Integração Latino- Americana de diversas nacionalidades, interessados em compreender o processo histórico da região. No mundo em que há banda larga e tecnologia 3G na palma da mão, o desafio é mais antigo do que parece: a formação. Discutindo o caso dos professores, em recente livro, a única brasileira listada no Best Online Universities 2012, Martha Gabriel (2013, p. 110) destaca:
  • 5. Poderíamos, então, definir dois tipos de professores coexistentes na atualidade: o professor-conteúdo (focado em informação) e o professor-interface (focado na mediação, formação). O modelo de professor-conteúdo não se sustenta mais neste novo cenário no qual o conteúdo disponível é praticamente inesgotável, mas o professor não. As interfaces, por sua vez, são limitadas, mas nos proporcionam acesso ao conteúdo ilimitado. Portanto, sugere-se que o professor-interface na era digital seja mais apropriado que um professor-informação. Defendemos a formação com qualidade nos cursos de licenciatura, pois somente com professores qualificados poderemos inovar as práticas pedagógicas. Nas palavras de Demo (2002) a qualidade da educação passa pela qualidade do professor. E docentes de qualidade se constituem com formação continuada e pesquisa a partir de experiências acumuladas ao longo de sua profissionalidade. E uma das formas encontradas pode ser a aproximação do currículo com as tecnologias, dinamizando o espaço da sala de aula e tornando a aprendizagem mais significativa. Tal postura romperá com a memorização e reprodução de conhecimentos, muitas vezes abstratos e distantes da realidade. Esse distanciamento do currículo em relação ao mundo chamou a atenção de Candau (2000, p. 68) quando ao observar o cotidiano de diferentes escolas concluiu que são homogêneos os rituais, os símbolos, a organização do espaço e do tempo, as comemorações de datas cívicas, as festas, as experiências corporais, etc. Mudam as culturas sociais de referência, mas a cultura da escola parece gozar de uma capacidade de se autoconstruir independentemente e sem interagir com esses universos. É possível detectar um congelamento da cultura da escola que, na maioria dos casos, a torna estranha a seus habitantes. A experiência demonstrou que os cursos de formação de professores não preparam seus alunos para utilizar as tecnologias em suas práticas pedagógicas. Há um distanciamento entre o currículo e a inovação tecnológica. O curso no qual realizamos a experiência é muito tradicional, reforçando uma cultura de formação conteudista. Os profissionais da educação acabam se acomodando no método tradicional por estarem acostumados a trabalhar em sala de aula dessa forma, bem mais cômoda e que exige menos do docente. A mudança exigirá do docente inovação e reflexões sobre os conteúdos abordados, rompendo o entendimento que se tem da aula. A descentralidade da aula – atualmente o docente é o centro – tornará o aluno mais participativo, crítico e independente, sendo uma “ameaça” diante do modelo tradicional. A mudança no campo profissional docente exige romper com conceitos e práticas enraizadas por vários anos de exercício. Para Nóvoa (2013, p. 15) o trabalho centrado na pessoa do professor e na sua experiência é particularmente relevante nos períodos de crise e de mudança, pois uma das fontes mais importantes de 'stress' é o sentimento de que não se dominam as situações e os contextos de intervenção profissional. As dificuldades encontradas em sala de aula estão vinculadas com a questão de não saber aliar a teoria com a prática. As causas para tal problema são encontradas em cursos de formação de professores, devido à organização curricular e, em alguns casos,
  • 6. a falta de experiência dos docentes que formam novos professores. Entendemos que os alunos dos cursos de formação de professores precisam acompanhar as mudanças sociais, pois os alunos convivem e utilizam muitas das inovações. A sociedade se modifica conforme o passar dos anos e parece que os professores e a escola pararam no tempo. O cenário educacional brasileiro é propício para implantação de mudanças. Circulam notícias de que um novo Ensino Médio está sendo gestado, rompendo com a organização disciplinar para um interdisciplinar. Em alguns cursos superiores novas metodologias de ensino estão sendo experimentadas. E na educação básica, muitos docentes buscam modificar as práticas pedagógicas para que a criança e o jovem possam ter mais gosto pela aprendizagem. Ainda é tímido o movimento que oportuniza a partilha de metodologias inovadoras no Brasil. Ações isoladas dão conta de discutir inovação, tecnologia e novas metodologias, mas sem encontrar eco suficiente para serem assumidas como eventos necessários à melhoria da prática pedagógica. Esse quase ostracismo faz com que os professores, em suas ações isoladas, tentem, de alguma forma, sair do “seu quadrado” para mostrar que o ensino livresco e expositivo está com os dias contados. Os esforços na formação inicial de professores são no sentido de romper com alguns paradigmas que, na visão de Zeichner (1983, p.3), fornecem “uma matriz de crenças e pressupostos acerca da natureza e propósitos da escola, do ensino, dos professores e de sua formação, que dão características específicas à formação de professores.” Zabalza (2004, p.144) complementa afirmando que “o exercício da profissão docente requer uma sólida formação, não apenas nos conteúdos científicos próprios da disciplina, como também nos aspectos correspondentes a sua didática e ao encaminhamento das diversas variáveis que caracterizam a docência.” Entende também que para a formação de bons professores requer-se dupla competência, a saber, “a competência científica, como conhecedores fidedignos do âmbito cientifico ensinado, e a competência pedagógica, como pessoas comprometidas com a formação e com a aprendizagem de seus estudantes.” A formação docente implica buscar o sucesso da aprendizagem do aluno. Para isso, recomenda-se partir da realidade do aluno para que a produção de conhecimento tenha significado. Nesse sentido, oferecer processos metodológicos que envolvam o aprender a aprender e a produção do conhecimento com espírito crítico e autônomo. Esses processos metodológicos, necessariamente, precisam contemplar o novo cenário tecnológico disponível, oportunizando seu acesso à informação e sua utilização na construção das aprendizagens. Os recursos tecnológicos quando bem utilizados a serviço da aprendizagem são possibilidades didáticas e formativas que podem fazer a diferença na formação do futuro professor. Assim, uma prática pedagógica inovadora inclui propostas que desenvolvem e utilizam as tecnologias da informação e da comunicação no sentido de ampliar os recursos de aprendizagem. A formação do futuro professor em cursos de licenciatura exige uma postura ousada com dose de criatividade. Devem ser provocativas no sentido de impactar na formação, gerando mudanças que influenciarão a prática pedagógica. Para tanto, as propostas para
  • 7. formação do licenciado devem ser construídas com eles, e não para eles. Só assim serão os protagonistas e sujeitos de seu processo formativo. Durante a disciplina tivemos três momentos avaliativos. Todas em duplas e com todo tipo de consulta permitida: ao material, ao colega, ao Google. Elaboramos uma pergunta diferente para cada dupla, que deveria produzir uma dissertação sobre o tema. Após corrigir as avaliações, entregamos e conversamos sobre os resultados com cada dupla. Acostumados a guardar a avaliação, tiveram que argumentar sobre o que pensavam na hora de escrever. Nenhum erro encontrado deixou de ser analisado na mediação entre professores e alunos. A mediação da aprendizagem poderá ser fundamental para os avanços no processo educativo. Significará um passo importante para a inovação, uma vez que a preocupação não é com notas, mas com a aprendizagem. Para Hoffmann (2003), a mediação contribui para o amadurecimento e entendimento dos conhecimentos construídos. Nos cursos de formação de professores é fundamental que haja mediação para que os acadêmicos possam vivenciar e aprender com os erros. Afinal, Zabalza (2004, p.111) afirmou que “ensinar é uma tarefa complexa na medida em que exige um conhecimento consistente acerca da disciplina ou das suas atividades, acerca da maneira como os estudantes aprendem [...].” A disciplina de certa forma proporcionou vivências variadas de aprendizagem. Cada passo foi acompanhado e teve retorno. Para tanto, criamos dois canais para debates, nos quais os participantes poderiam fazer comentários ou postar via e-mail as suas considerações. Os comentários foram ativados e programados para serem feitos a cada página, mediante dúvidas dos alunos. A maior parte das dúvidas foi encaminhada por e- mail. Todos os comentários e e-mails foram respondidos em menos de 12 horas. Dos 124 alunos inscritos, 31 concluíram o curso e foram certificados pela Faculdade em agosto de 2013. O blog Breve História da Tríplice Fronteira teve mais de 21.400 acessos em menos de três meses. O tema do curso demandou a elaboração de conteúdos novos. Foram aproximadamente 120 páginas, combinadas com dezenas de imagens e vídeos. Trata-se um material inédito sobre história de Foz do Iguaçu e região da Tríplice Fronteira. O uso de tecnologias livres despertou a atenção de diversos alunos e professores que participaram do projeto. Para comentar um pouco as tecnologias utilizadas, criamos o blog Tecnologia Livre para Professores (http://teclpp.blogspot.com.br/). Dentre as postagens realizadas recebeu destaque o vídeo “corrigindo 164 questões de 41 alunos em menos de cinco minutos”. O objetivo do vídeo foi mostrar a metodologia utilizada para corrigir as mais de 5 mil respostas (em média) enviadas pelos estudantes da graduação e do curso. Sobre avaliar utilizando tecnologias, algumas escolas estaduais têm solicitado palestras para seus programas de formação de professores, previstas para ocorrerem na primeira quinzena de novembro. No mês de maio, a Rede Paranaense de Comunicação, afiliada da Rede Globo, entrou em contato para gravar uma entrevista sobre a história da região central de Foz do Iguaçu. Em setembro, a Fundação Cultural entrou em contato
  • 8. solicitando palestra para a Feira Internacional do Livro, tratando do centenário da emancipação política de Foz do Iguaçu. A partir de 2013, a faculdade iniciou a implantação de um novo modelo pedagógico e participamos do Programa de qualificação docente: novas estruturas metodológicas na docência universitária que utiliza as tecnologias no planejamento e execução das aulas, aproximando o acadêmico da cultura digital. O que consideramos significativo na experiência foi o resultado de desmitificar o uso das tecnologias no campo educacional. Não é necessário ser um especialista em tecnologia para inovar nas aulas. Muito do que foi produzido pelos alunos demonstrou que basta ter criatividade que as tecnologias auxiliarão a materializar as ideias. A familiarização e o uso das tecnologias tornou-se mais constante após o curso e os participantes relataram que se sentiram mais a vontade com “as máquinas” e que não são tão difíceis de serem dominadas. A experiência também demonstrou que os cursos de formação de professores exploram de forma tímida o uso das tecnologias. No máximo encontraremos nas matrizes curriculares uma disciplina de tecnologias, mas como uma prática que perpassa o curso e materializa como um conteúdo essencial, não foi possível de ser diagnosticado. Com isso se percebeu que a concepção de aula que prevalece é a tradicional, na qual o professor expõe conhecimentos, os alunos se apropriam e num momento é cobrado numa prova. E essa tendência tende a ser reproduzida pelo jovem professor no início do exercício profissional. Cabe aos cursos de formação de professores repensarem suas práticas nessa segunda década do século XXI, pois as rápidas transformações que ocorrem na sociedade não são incorporadas no processo de formação do licenciado. Isso faz com que ao chegar ao mercado de trabalho não tenha condições de lidar com situações nas quais os alunos dominam plenamente, mas que o professor iniciante tem dificuldades. Referimo-nos às tecnologias que como a própria experiência apurou aproximou os acadêmicos, rompendo com medos e receios. Se os cursos de formação de professores estendessem a experiência de forma contínua durante o processo formativo, certamente teríamos professores melhor preparados para trabalhar com as tecnologias. Entendemos que o primeiro passo foi dado. Rompemos com os “fantasmas” que assombravam os estudantes dos cursos de formação de professores. Agora, mais familiarizados, já tentam voos mais duradouros e no seu planejamento para o estágio, fazem ensaios de como poderiam contemplar as tecnologias nas atividades que desenvolverão com as crianças. Esse fato, por si só, nos encoraja a continuar apostando na experiência e pretendemos como um exercício de continuidade oferecer mais cursos nessa modalidade para continuar discutindo e aprendendo com as inovações tecnológicas. Finalmente, a cultura digital que é uma realidade na atual sociedade não pode ser negligenciada pela escola e nem pelo processo formador de novos professores. Precisamos ousar um pouco mais se quisermos modificar as práticas pedagógicas. E isso será alcançado com professores qualificados e com experiência trabalhando nos
  • 9. cursos de licenciatura para dar confiança e credibilidade no desenvolvimento profissional. Assim, inovaremos e construiremos uma educação mais próxims das atuais gerações e auxiliaremos na orientação do uso das tecnologias de forma educativa. REFERÊNCIAS CANDAU, V. M. Cotidiano Escolar e Cultura(s): encontro e desencontros. In: CANDAU, V. M. (Org.). Reinventar a Escola. Petrópolis-RJ: Vozes, 2000, p. 61 a 78 CORDEIRO, José. A Maestria do Professor na Arquitetura da Aprendizagem. In: RAVAZZOLO, Ângela. A tecnologia vai melhorar a educação, mas não substituí-la, defende professor da Universidade do Futuro. Zero Hora, Porto Alegre-RS, Geral, 17 jul. 2013. DEMO, Pedro. Professor e seu direito de estudar. In: SHIGUNOV NETO, Alexandre; MACIEL, Lizete Shizue Bomura (Orgs.). Reflexões sobre a formação de professores. Campinas: Papirus, 2002. (Coleção Magistério: Formação e Trabalho Pedagógico) GABRIEL, Martha. Educ@r: a (r)evolução digital na educação. São Paulo: Saraiva, 2013. HOFFMANN, Jussara M. L. Avaliação mediadora: uma prática em construção da pré- escola à universidade. Porto Alegre, Mediação, 2003. LEMOS, André. Ciber-Cultura-Remix. Seminário Sentidos e Processos. São Paulo, Itaú Cultural, ago. 2005. LEMOS, André. Comunicação e práticas sociais no espaço urbano: as características dos Dispositivos Híbridos Móveis de Conexão Multirredes (DHMCM). Revista Comunicação, Mídia e Consumo, n. 10, ESPM, São Paulo, 2007. NÓVOA, António. Formação de professores e profissão docente. Disponível em: http://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/4758/1/FPPD_A_Novoa.pdf. Acesso em: 10 jul. 2013. TARDIF, M.; LESSARD, C. O trabalho docente: elementos para uma teoria da docência como profissão de interações humanas. Tradução de João Batista Kreuch. 5. ed. Petrópolis-RJ: Vozes, 2009. ZABALZA, Miguel. O ensino universitário: seu cenário e seus protagonistas. Porto Alegre: Artmed, 2004. ZEICHNER, K. A. Formação Reflexiva de Professores: Ideias e Práticas. Lisboa: Educa, 1993.