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Universidade Federal de Alagoas – UFAL
Comunicação Social – Jornalismo
Pedro Henrique do Rosário Correia
Estética
Maceió
2016
Rashomon – Akira Kurosawa
1950 – Drama
O estilo de narrativa de Kurosawa traz uma certa impaciência por desenvolver os
temas de uma forma devagar, não que isso seja um demérito, apenas me deixou impaciente
por demorar para amarrar as pontas e entregar ao espectador o motivo de todo aquela
discussão.
Os filmes do cinema oriental se assemelham muito na narrativa e na vestimenta, sem
fala dos ostu es passados o fil e, essas a a te ísti as le a Rapsódia e Agosto –
Também de Kurosawa –, O A o e P i ave a, Ve ão, Outo o, I ve o e... P i ave a ,
ambos de Kim Ki Duk.
Para a discussão, é importante entender que é levado em conta que a versão do
Lenhador é a mais verídica, ou pelo menos a que aborda melhor os temas propostos na
narrativa.
O filme aborda muito a questão da moral humana num contexto geral e apresenta a
desconstrução de conceitos pré-esta ele idos o o A Mulhe , O Ba dido e O Gue ei o .
A mulher supostamente deveria cair em desgraça, dentro dos conceitos sociais daquela época,
após ser estuprada, mas os relatos na história mostram o contrário: ou ela mata seu marido,
ou tenta ir embora com o bandido ou mente para se safar da situação. O Bandido deveria não
ter compaixão e não se apaixonar pela mulher que ele estuprou, mas ele não tem coragem de
lutar contra o guerreiro e se apaixona pela mulher, tenta até convencê-la que irá largar a vida
de bandido se ela se casar com ele. O Guerreiro deveria ser aquela figura corajosa e difícil de
ser enganado, porém é enganado logo no início da história e, assim como o Bandido, se mostra
extremamente despreparado para a luta – além do fato de que se recusa a lutar pela honra de
sua mulher quando é solto.
As críticas à moral humana são colocadas dentro do contexto de que o fato de esses
fatos serem uma surpresa revela que existem conceitos pré-estabelecidos, ou seja, A Mulher
deveria cair em desgraça, o Guerreiro deveria defender a honra da sua mulher a qualquer
custo – ou seja, lutar sem pestanejar ao ser solto – e o Bandido deveria matar sem pensar duas
vezes. Esses conceitos pressupõem que alguns dos rótulos são carregados com violência ou
com dependência – o aso da Mulhe . Essa viol ia eto a a ideia de u do ão e ue
cada indivíduo vive por si só, o que o camponês fala no fim do filme sobre o egoísmo e que
a ueles ue são ho estos ão o segue vive esse u do .
Dentro do conceito específico da Mulher está inserida ainda a questão do papel
feminino na sociedade: as mulheres nas sociedades orientais ainda hoje são muito submissas
aos homens por uma questão cultural. O a gá Lo o Solitá io a o da a fo a o o as
mulheres guerreiras eram vistas nos períodos feudais no Japão; eram mulheres marginais que
geralmente a família deserdava e passavam a vida ou se prostituindo ou trabalhando como
matadoras.
Dentro do filme a mulher passa uma visão de dependência muito forte: anda protegida
pelo seu a ido, t atada o o u se f ágil ue a ipula o suas lág i as e ue ão
consegue se defender sozinha.
A reação ao ver o filme é de um certo pessimismo por analisar que os rótulos da
sociedade são carregados com violência e que a mulher dentro da sociedade ainda é vista
como algo frágil e dependente – ainda que a história se passe no século XI a sociedade, mesmo
a ocidental, ainda se mostra muito machista e atrasada quando se trata das mulheres.
O filme é sensacional quando se leva em conta as dificuldades que Kurosawa teve na
produção – como um apoio financeiro de apenas 5 mil dólares – e como o desenvolvimento
dos temas se dá de uma forma aparentemente despreocupada. Apesar de ser, provavelmente,
a obra-prima de Kurosawa, a narrativa se torna extremamente cansativa, o que foi apontado
pela crítica na época.
Direção (mixagem de som, movimentos de câmera e coloração): 9/10
Direção de Fotografia: 7/10
Atuações: 7/10
Efeitos Visuais: 5/10
Roteiro: 8,5/10
Nota geral: 7,3/10

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  • 2. Rashomon – Akira Kurosawa 1950 – Drama O estilo de narrativa de Kurosawa traz uma certa impaciência por desenvolver os temas de uma forma devagar, não que isso seja um demérito, apenas me deixou impaciente por demorar para amarrar as pontas e entregar ao espectador o motivo de todo aquela discussão. Os filmes do cinema oriental se assemelham muito na narrativa e na vestimenta, sem fala dos ostu es passados o fil e, essas a a te ísti as le a Rapsódia e Agosto – Também de Kurosawa –, O A o e P i ave a, Ve ão, Outo o, I ve o e... P i ave a , ambos de Kim Ki Duk. Para a discussão, é importante entender que é levado em conta que a versão do Lenhador é a mais verídica, ou pelo menos a que aborda melhor os temas propostos na narrativa. O filme aborda muito a questão da moral humana num contexto geral e apresenta a desconstrução de conceitos pré-esta ele idos o o A Mulhe , O Ba dido e O Gue ei o . A mulher supostamente deveria cair em desgraça, dentro dos conceitos sociais daquela época, após ser estuprada, mas os relatos na história mostram o contrário: ou ela mata seu marido, ou tenta ir embora com o bandido ou mente para se safar da situação. O Bandido deveria não ter compaixão e não se apaixonar pela mulher que ele estuprou, mas ele não tem coragem de lutar contra o guerreiro e se apaixona pela mulher, tenta até convencê-la que irá largar a vida de bandido se ela se casar com ele. O Guerreiro deveria ser aquela figura corajosa e difícil de ser enganado, porém é enganado logo no início da história e, assim como o Bandido, se mostra extremamente despreparado para a luta – além do fato de que se recusa a lutar pela honra de sua mulher quando é solto. As críticas à moral humana são colocadas dentro do contexto de que o fato de esses fatos serem uma surpresa revela que existem conceitos pré-estabelecidos, ou seja, A Mulher deveria cair em desgraça, o Guerreiro deveria defender a honra da sua mulher a qualquer custo – ou seja, lutar sem pestanejar ao ser solto – e o Bandido deveria matar sem pensar duas vezes. Esses conceitos pressupõem que alguns dos rótulos são carregados com violência ou com dependência – o aso da Mulhe . Essa viol ia eto a a ideia de u do ão e ue cada indivíduo vive por si só, o que o camponês fala no fim do filme sobre o egoísmo e que a ueles ue são ho estos ão o segue vive esse u do . Dentro do conceito específico da Mulher está inserida ainda a questão do papel feminino na sociedade: as mulheres nas sociedades orientais ainda hoje são muito submissas aos homens por uma questão cultural. O a gá Lo o Solitá io a o da a fo a o o as mulheres guerreiras eram vistas nos períodos feudais no Japão; eram mulheres marginais que geralmente a família deserdava e passavam a vida ou se prostituindo ou trabalhando como matadoras. Dentro do filme a mulher passa uma visão de dependência muito forte: anda protegida pelo seu a ido, t atada o o u se f ágil ue a ipula o suas lág i as e ue ão consegue se defender sozinha. A reação ao ver o filme é de um certo pessimismo por analisar que os rótulos da sociedade são carregados com violência e que a mulher dentro da sociedade ainda é vista
  • 3. como algo frágil e dependente – ainda que a história se passe no século XI a sociedade, mesmo a ocidental, ainda se mostra muito machista e atrasada quando se trata das mulheres. O filme é sensacional quando se leva em conta as dificuldades que Kurosawa teve na produção – como um apoio financeiro de apenas 5 mil dólares – e como o desenvolvimento dos temas se dá de uma forma aparentemente despreocupada. Apesar de ser, provavelmente, a obra-prima de Kurosawa, a narrativa se torna extremamente cansativa, o que foi apontado pela crítica na época. Direção (mixagem de som, movimentos de câmera e coloração): 9/10 Direção de Fotografia: 7/10 Atuações: 7/10 Efeitos Visuais: 5/10 Roteiro: 8,5/10 Nota geral: 7,3/10