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Comunicação Social – Jornalismo
Pedro Henrique do Rosário Correia
Estética
Maceió
2016
Dogville – Lars Von Trier
Drama – 2003
O sentimento ao longo do filme é um misto entre indignação e desesperança. Ao passo
ue e A ossado Goda d julga ue existe u a po ta de o dade a al a hu a a, Vo
Trier aborda a natureza humana de uma forma crua: não existe nada além de maldade
maquiada de bondade na alma humana. Ainda que o homem pense que faz algo de bom para
o convívio social, no fundo ele é um animal selvagem.
O filme lembra outros filmes do diretor que abordam a forma como suas heroínas são
alt atadas até o li ite: O das do Desti o e p i ipal e te Da ça do No Es u o . Pela
forma de inovação a a o dage de La s u e io se pa edes ão existe algo ue o
espectador lembre ao ver o filme a não ser espetáculos em teatro por necessitar de uma
coordenação contínua dos atores.
O filme aborda o como nós enquanto sociedade somos (ainda) animais, mesmo sem
percebermos. A moralidade é uma linha tênue que separa a humanidade da bestialidade e
essa li ha é o sta te e te i efi ie te o aso de Dogville . Apesa de La s Vo T ie te ,
primeira vista, um pensamento pessimista, após refletir sobre o assunto, ele se mostra um
realista: temos exemplos claros onde o homem ultrapassa a linha e volta à bestialidade como
quando tratamos de espancamentos.
Os exemplos se mostram presentes sempre que a figura de numa autoridade não é
presente ou tem difícil acesso a uma determinada população – ou quando os indivíduos não
se i po ta o essa figu a de auto idade. No aso de Dogville ão existe u a figu a de
autoridade para decidir a respeito dessa questão, além do fato de que o acesso à vila pela
polícia é difícil por se tratar de uma vila em meio às montanhas.
A partir do momento que as pessoas começam a exigir mais de Grace e que os
estupros começam a ocorrer, a forma como Lars desenvolve a narrativa por meio das trocas de
frames são incríveis. O diretor consegue passar ao espectador o que é esperado com o fato de
não existir cenário mesmo que esta pessoa não entende de cinema e não consiga captar
elementos visuais: Von Trier demonstra que, apesar de todos ali saberem dos abusos sofridos
por Grace, ninguém se importa.
Quatro aspectos ao final do filme são importantes: o primeiro deles é o fato de que a
protagonista é acorrentada a um sino e a um peso. A forma como a terra-sem-lei é colocada
em prática é escandalosa; as pessoas acorrentam outro ser humano pelo pescoço sem
nenhum motivo aparente. Inicialmente Grace ficaria escondida na Vila, mas se ela quisesse ir
embora, qual seria o problema? Além disso, ela não apresentava perigo nenhum para aquela
sociedade, acorrenta-la só deixa claro o sentimento de posse que as pessoas sentiam por ela.
O segundo aspecto é o fato de a personagem ficar gradativamente mais cansada ao
longo do filme – e isso é mérito da atuação impecável de Nicole Kidman. A indiferença que ela
começa a ter em relação a tudo é o que faz o pensamento dela a respeito da natureza humana
mudar.
O terceiro aspecto é o fato de que Tom, o personagem que deveria ser o mais íntegro
da vila, se mostra igual aos outros. A fala de Grace para ele demonstra a indiferença dela a
respeito deste fato – o que deveria ser uma surpresa – reforçando o que foi tratado na
abordagem do segundo aspecto: a forma como a personagem passa a encarar a natureza
humana se transforma para a desesperança.
O quarto e último aspecto é a conversa que Grace tem com o pai. Seu pai tenta
esclarecer que as pessoas não são passíveis de perdão, todos sabem exatamente o que estão
fazendo e merecem responder por seus atos. O pensamento da personagem já havia mudado
a respeito disso, o que chama atenção é a forma como ela vai aceitando ao longo da conversa
que seu pensamento havia mudado e que ela, no fundo, sabe que o pai está certo.
Suas últimas ações demonstram como o diretor aborda a natureza humana de uma
forma realista/pessimista quando ele diz para matar os filhos de Vera na frente dela e parar se
ela não chorar. Um ponto importante no filme é o fato de as atuações serem impecáveis,
justamente nesse aspecto essa fala da personagem remete à cena que Vera estoura os
bonecos de porcelana de Grace no chão e diz que se ao segundo boneco ela não estiver
chorando, os outros serão poupados.
Nos aspectos técnicos, Lars Von Trier demonstra uma evolução na forma de direção. A
ualidade da fotog afia é g ita te e te elho ue Da ça do No Es u o . Algu as e as
têm o ISO estourado e deixam a fotografia granulada, mas é algo perdoável por se tratar de
um filme gravado dentro de um único set.
O fil e é óti o, talvez u top 3 do di eto po i ú e os otivos: a i ovação, o
roteiro, o argumento, as atuações, a fotografia, enfim, tudo no filme conversa entre si e fica
(bem) acima da média.
Direção (mixagem de som, movimentos de câmera e coloração): 9/10
Direção de Fotografia: 9/10
Atuações: 10/10
Efeitos Visuais: 8/10
Roteiro: 10/10
Nota geral: 9,2/10

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  • 1. Universidade Federal de Alagoas – UFAL Comunicação Social – Jornalismo Pedro Henrique do Rosário Correia Estética Maceió 2016
  • 2. Dogville – Lars Von Trier Drama – 2003 O sentimento ao longo do filme é um misto entre indignação e desesperança. Ao passo ue e A ossado Goda d julga ue existe u a po ta de o dade a al a hu a a, Vo Trier aborda a natureza humana de uma forma crua: não existe nada além de maldade maquiada de bondade na alma humana. Ainda que o homem pense que faz algo de bom para o convívio social, no fundo ele é um animal selvagem. O filme lembra outros filmes do diretor que abordam a forma como suas heroínas são alt atadas até o li ite: O das do Desti o e p i ipal e te Da ça do No Es u o . Pela forma de inovação a a o dage de La s u e io se pa edes ão existe algo ue o espectador lembre ao ver o filme a não ser espetáculos em teatro por necessitar de uma coordenação contínua dos atores. O filme aborda o como nós enquanto sociedade somos (ainda) animais, mesmo sem percebermos. A moralidade é uma linha tênue que separa a humanidade da bestialidade e essa li ha é o sta te e te i efi ie te o aso de Dogville . Apesa de La s Vo T ie te , primeira vista, um pensamento pessimista, após refletir sobre o assunto, ele se mostra um realista: temos exemplos claros onde o homem ultrapassa a linha e volta à bestialidade como quando tratamos de espancamentos. Os exemplos se mostram presentes sempre que a figura de numa autoridade não é presente ou tem difícil acesso a uma determinada população – ou quando os indivíduos não se i po ta o essa figu a de auto idade. No aso de Dogville ão existe u a figu a de autoridade para decidir a respeito dessa questão, além do fato de que o acesso à vila pela polícia é difícil por se tratar de uma vila em meio às montanhas. A partir do momento que as pessoas começam a exigir mais de Grace e que os estupros começam a ocorrer, a forma como Lars desenvolve a narrativa por meio das trocas de frames são incríveis. O diretor consegue passar ao espectador o que é esperado com o fato de não existir cenário mesmo que esta pessoa não entende de cinema e não consiga captar elementos visuais: Von Trier demonstra que, apesar de todos ali saberem dos abusos sofridos por Grace, ninguém se importa. Quatro aspectos ao final do filme são importantes: o primeiro deles é o fato de que a protagonista é acorrentada a um sino e a um peso. A forma como a terra-sem-lei é colocada em prática é escandalosa; as pessoas acorrentam outro ser humano pelo pescoço sem nenhum motivo aparente. Inicialmente Grace ficaria escondida na Vila, mas se ela quisesse ir embora, qual seria o problema? Além disso, ela não apresentava perigo nenhum para aquela sociedade, acorrenta-la só deixa claro o sentimento de posse que as pessoas sentiam por ela. O segundo aspecto é o fato de a personagem ficar gradativamente mais cansada ao longo do filme – e isso é mérito da atuação impecável de Nicole Kidman. A indiferença que ela começa a ter em relação a tudo é o que faz o pensamento dela a respeito da natureza humana mudar. O terceiro aspecto é o fato de que Tom, o personagem que deveria ser o mais íntegro da vila, se mostra igual aos outros. A fala de Grace para ele demonstra a indiferença dela a respeito deste fato – o que deveria ser uma surpresa – reforçando o que foi tratado na
  • 3. abordagem do segundo aspecto: a forma como a personagem passa a encarar a natureza humana se transforma para a desesperança. O quarto e último aspecto é a conversa que Grace tem com o pai. Seu pai tenta esclarecer que as pessoas não são passíveis de perdão, todos sabem exatamente o que estão fazendo e merecem responder por seus atos. O pensamento da personagem já havia mudado a respeito disso, o que chama atenção é a forma como ela vai aceitando ao longo da conversa que seu pensamento havia mudado e que ela, no fundo, sabe que o pai está certo. Suas últimas ações demonstram como o diretor aborda a natureza humana de uma forma realista/pessimista quando ele diz para matar os filhos de Vera na frente dela e parar se ela não chorar. Um ponto importante no filme é o fato de as atuações serem impecáveis, justamente nesse aspecto essa fala da personagem remete à cena que Vera estoura os bonecos de porcelana de Grace no chão e diz que se ao segundo boneco ela não estiver chorando, os outros serão poupados. Nos aspectos técnicos, Lars Von Trier demonstra uma evolução na forma de direção. A ualidade da fotog afia é g ita te e te elho ue Da ça do No Es u o . Algu as e as têm o ISO estourado e deixam a fotografia granulada, mas é algo perdoável por se tratar de um filme gravado dentro de um único set. O fil e é óti o, talvez u top 3 do di eto po i ú e os otivos: a i ovação, o roteiro, o argumento, as atuações, a fotografia, enfim, tudo no filme conversa entre si e fica (bem) acima da média. Direção (mixagem de som, movimentos de câmera e coloração): 9/10 Direção de Fotografia: 9/10 Atuações: 10/10 Efeitos Visuais: 8/10 Roteiro: 10/10 Nota geral: 9,2/10