Crítica produzida para a matéria de "Estética" do curso de Comunicação Social - Jornalismo da Universidade Federal de Alagoas.
Obra: Violência Gratuita
ANÁLISE DO FILME OS INCOMPREENDIDOS DE FRANÇOIS TRUFFAUT PARA O VESTIBULAR UE...
Violência Gratuita - análise do filme de Haneke
1. Universidade Federal de Alagoas – UFAL
Comunicação Social – Jornalismo
Pedro Henrique do Rosário Correia
Estética
Maceió
2016
2. Violência Gratuita – Michael Haneke
1997 – Terror/Drama/Suspense
A sensação durante todo o filme é de aflição. Haneke consegue passar uma imagem
tão crua para o espectador que nós passamos o filme todo pensando que tudo aquilo pode
acontecer normalmente fora da ficção – e acontece –, tanto que ao fim do filme a fala de um
dos dois vilões si tetiza isso dize do ue a fi ç o eal .
A questão de tratar como ficção um absurdo que nós sabemos que pode acontecer
e ete aos fil es de Gaspa No o o I eve sível , Into The Void e LOVE . T ata do-se
da fotografia e da fo a o o a a ativa se dese volve, o fil e le a uito a s ie True
Detective : a e a após a o te da ia ça ap ese ta u pla o se u ia ue du a v ios
minutos com uma narrativa densa e demorada; a fotografia apresenta uma coloração
característica dos a os 90, o ue ta a o te e o True Detective pela p eo upaç o do
diretor Cary Joji Fukunaga de deixar claro ao espectador a ambientação temporal da série.
O di eto o he ido po t ata de t a sto os e pe ve sões: A P ofesso a De Pia o
trata de t a sto os pa afíli os, A Fita B a a de t a sto o de o duta e e Viol ia
G atuita Ha eke a o da a uest o da psi opatia de u a fo a ge al o ue diz espeito ao
que o forma o transtorno do psicopata e o que o psicopata faz dentro da sociedade. Um dos
diálogos aborda a questão da formação da personalidade do psicopata, especificamente sobre
p o le as fa ilia es, so e u dos pe so age s suposta e te te i os e i s d ogados,
u pai al óolat a e u a e dege e ada ou de a os os vilões serem supostamente
viciados em drogas.
Ainda que estes fatos não sejam verídicos dentro do enredo do filme, ele nos remete à
reflexão de que a sociedade inevitavelmente cria psicopatas, não só estes, mas crianças e
adolescentes com transtornos de conduta ou pessoas com ansiedade, depressão, TOC, etc.
Quanto tratamos do assunto das ações destas pessoas dentro da sociedade, ou seja, fazer o
outro se sentir ameaçado, não demonstrar remorso, culpa ou compaixão, percebe-se uma
posição preocupada do diretor com relação aos rumos que a sociedade vem tomando, a
reflexão que fica é: a que ponto o ser humano pode chegar? Do que nós, em geral, somos
capazes de fazer? A criança no filme teria matado o homem se a arma estivesse carregada; se
os pe so age s o pudesse ue a a ua ta pa ede u a e de fa ília te ia atado
um homem.
A banalização do mal, da vida humana, da morte e da violência se mostra de uma
forma necessária para a sobrevivência, mas não exclui o fato de que é algo que vai contra o
nosso conceito de sociedade, é algo que se agarra apenas ao instinto animal dentro do ser
humano.
No fim a reação é de preocupação com os rumos da sociedade, assim como foi com os
filmes de Gaspar Noé e a série dirigida por Cary Joji Fukunaga: sempre que nós somos expostos
à violência – tanto na ficção quanto fora dela – nós nos espantamos, lembramos que o ser
hu a o uitas vezes guiado pelo seu i sti to a i al e ia o ue ha ado de u do
o . E aspe tos t i os o fil e óti o: os ovi e tos de e a, a olo aç o, a
ambientação e a narrativa foram entregues de uma forma completa se relacionarmos todos
estes aspectos aos conceitos tratados – visto que a psicopatia é algo dentro da nossa
realidade, o filme deveria se aproximar ao máximo do que se tem como possível, visualmente
fala do, apesa de existi e ex eções o o a ue a da ua ta pa ede . Na uest o da
3. representação do transtorno, assim como nos filmes do mesmo diretor, citados
anteriormente, Haneke consegue desenvolver o tema como nenhum diretor na atualidade
consegue – o ex eç o de La s Vo T ie e Ni fo a ía a e O das do Desti o o de Vo
Trier consegue ser tão preciso quanto Haneke em colocar em pauta uma representação
realista do que é um transtorno mental – e os atores escolhidos são pessoas já conhecidas por
entregarem representações perfeitas dentro do circuito alemão – como Ulrich Mühe de A
Vida Dos Out os e Susanne Lothar de A Fita B a a .
Direção (mixagem de som, movimentos de câmera e coloração): 8.5/10
Direção de Fotografia: 8.0/10
Atuações: 9.0/10
Efeitos Visuais: 6.0/10
Roteiro: 9/10
Nota geral: 8,1/10