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CARTAS NA HISTÓRIA: VINCULANDO ENSINO DE HISTÓRIA E
PRODUÇÃO TEXTUAL
Rafael da Silva Abreu¹
Auricélia Lopes Pereira²
SEE/PB; Supervisor Subprojeto PIBID/UEPB/História. abreurs@live.com¹
Professora Doutora do Departamento de História da UEPB; Coordenadora do Subprojeto PIBID/UEPB/História.
auricelialpereira@yahoo.com.br ²
Resumo
Neste trabalho, apresentamos um relato de experiência pedagógica, ocorrida neste ano letivo, na Escola
Estadual de Ensino Fundamental e Médio Solon de Lucena, na cidade de Campina Grande/PB. As atividades
aconteceram a partir de oficinas de produções textuais realizadas pelo Programa Institucional de Bolsa de
Iniciação à Docência (PIBID) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), subprojeto de História. Optamos
pelo gênero textual das cartas, acreditamos que seja um diferencial devido a sua capacidade de carregar
sensibilidades e subjetividades, além de contribuir para a leitura e escrita. Percebemos que as cartas, mesmo
em desuso, despertou o interesse na escrita dos educandos. Atividades interdisciplinares são importantes para
ampliar as discussões e criar uma rede de interações entre as disciplinas e promove uma educação mais
dinâmica e significativa. As oficinas foram realizadas, em sala de aula, em que realizamos as orientações
sobre a estrutura básica das cartas, para que, na sequência ocorressem, as produções escritas autorais, sendo
muito importante colocar o estudantes em uma posição protagonista na sua aprendizagem. Sua criatividade
foi explorada aliada ao conhecimento histórico aprendido. Partimos de uma premissa construtivista do
ensino-aprendizagem, na medida em que propomos produções autorais para os educandos com perfil
histórico. Aqui apresentamos e analisamos três cartas sobre os seguintes temas: Segunda Guerra Mundial,
Guerra de Canudos e Revolta da Vacina. Nelas, podemos perceber as diferentes representações e construções
narrativas, bem como sua relação com o contexto histórico. Estas oficinas, assim como a experiência do
PIBID, são momentos importantes para a formação dos bolsistas, de aprendizagem para o educando e de
uma constante autorreflexão da prática pedagógica do supervisor.
Palavras-chave: Ensino de História; Produção de Texto; Cartas.
Introdução
Neste artigo apresentamos o relato e discussões de uma experiência pedagógica, ocorrida em
2017, em turmas do Ensino Médio da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Solon de
Lucena, Campina Grande/PB. Tais atividades são oriundas de um programa, muito mais amplo: O
Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência1
(PIBID/UEPB), subprojeto de História,
coordenado pela professora Dra. Auricélia Lopes Pereira. O autor foi o supervisor do PIBID, da
1
Programa Federal que oferece bolsa a graduandos de Licenciatura, de cursos presenciais, para a realização de práticas
de Ensino na sala de aula. Buscando promover uma aproximação antecipada entre os estudantes e a sala de aula.
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Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) na referida escola, orientando e acompanhando as
intervenções, produções e atuações de uma equipe de 05 bolsistas do programa: Aline de Souza
Silva, Beatriz Dos Santos Batista, Diego Emmanuel Aquino Marinheiro, Olivia Maria Paulino
Belmino de Souza e Ruhama Souto Santana Figueiredo.
Neste período de supervisão, sentimos não apenas o compromisso de contribuir na formação
dos futuros docentes, mas um forte processo de autoavaliação da prática docente, pois verificamos a
diversidade das produções dos bolsistas: jogos pedagógicos, produção de texto, vídeos, paródias,
textos introdutórios, biografias, poemas, oficinas, cordéis, dentre tantos outros. Assim, destacou-se
o campo fértil que é a sala de aula e que a capacidade criativa do professor e do educando devem
ser cada vez mais provocadas e estimuladas. Buscamos edificar uma sala de aula mais dinâmica,
acreditando que assim contribuímos para a formação de cidadãos mais inventivos e críticos.
Partindo disso, uma das atividades pedagógicas que sempre nos cativou, por sua abrangência
de detalhes, foram as oficinas de cartas históricas. Momentos em que a criatividade se atrelou ao
domínio do contexto histórico para transformar a escrita em arte literária. Assim sendo, os
educandos deixam uma posição passiva na aprendizagem, para ocupar um patamar construtivista de
seu processo de aprendizagem, o protagonismo entra em cena.
Sendo assim, podemos perceber uma nítida aproximação com a Literatura, constituímos um
projeto interdisciplinar entre as disciplinas de História e Língua Portuguesa. Entendemos isso a
partir de Câmara: “[...] entendida em seu caráter político e transformador e não apenas como
recurso metodológico. Isto exige uma prática pedagógica coerente concretizando a articulação entre
teoria e prática.” (1999, p. 70). Assim, percebemos a importância de se trabalhar com a
interdisciplinaridade, ao produzirem as cartas, de forma inicial, os educandos terão que
compreender o conteúdo histórico para fazer um mergulho no contexto da época e, assim,
produzirem uma história que esteja inserida naquela temporalidade para, em seguida, se dedicarem
a arte da escrita.
“Os estudos de textos literários têm assim como objetivo não apenas desenvolver „o gosto
pela leitura‟ entre os alunos, mas também fornecer condições de análises mais profundas para o
estabelecimento de relações entre o conteúdo e a forma” (BITTENCOURT, 2011, p. 340). Ao
optarmos por um gênero literário, devemos elucidar o seu perfil e caraterísticas, a carta vai além de
uma exposição de conteúdos, são embebecidas com sensibilidades e subjetividade. A intenção é
despertar estes elementos na escrita dos educandos, criando uma dinâmica e complexidade.
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Estas atividades textuais são de grande importância no cenário educacional nacional, haja
vista que um dos grandes problemas enfrentados na educação básica brasileira é o baixo rendimento
em leitura e escrita crítica. Visto que, segundo último Pisa (Programa Internacional de Avaliação de
Alunos), dos 65 países avaliados o Brasil ficou em 55° lugar no ranking de leitura (CAPUCHINHO,
2014). Dessa forma, percebemos necessidade, planejamento e execução de
projetos/atividades/oficinas que visem combater esta problemática que assola a base da formação
educacional e cidadã. A história pode ser uma disciplina aliada no combate ao baixo rendimento em
leitura e escrita dos educandos.
Pensando, a partir disso, decidimos pela elaboração de algumas oficinas que colocassem os
alunos em uma posição de protagonismo, nada melhor do que pensá-los como autores. Diante disso,
acreditamos na escrita de cartas como uma ferramenta para inseri-los na rotina da escrita e leitura,
para serem realizadas a partir de contextos históricos específicos. Assim, após os estudos sobre
determinado tema histórico foi solicitado que os educandos produzissem cartas como se tivessem
vivido naquela época.
Partimos do pressuposto de que as cartas compõem o campo dos escritos autobiográficos,
dessa forma, são escritas de si em que o autor as impregna com artefatos culturais. Nesse caso,
podemos analisar como o contexto histórico foi apreendido, assim como a forma de exposição
optada pelo educando, ou seja, sua construção narrativa com fins históricos, além da compreensão
das suas atitudes e representações do passado. (MALATIAN, 2012)
Segundo Teresa Malatian: “As cartas expressavam a vida privada segundo regras de boas
maneiras e apresentavam uma imagem de si controladoras da espontaneidade e da revelação da
intimidade. Nelas um jogo sutil se estabelece entre o público e o privado” (2012, p. 197), o que
interessa é perceber o processo de construção dessas redes de intimidade atreladas a construção do
contexto histórico, promover uma escrita que almeje outra temporalidade e entender o as escolhas
políticas e sociais feitas. Tendo importância de cunho pedagógico, planejada para diagnosticar,
construir e avaliar o processo de aprendizagem a partir de uma escrita autoral e criativa.
Metodologia
De forma inicial o conteúdo será trabalhado em sala de aula pelo docente, utilizando-se de
aula expositiva, exercícios e pesquisas. O objetivo dessas aulas é criar um ambiente propício ao
debate e participação discente, fazendo com que eles despertem um interesse e promovam um
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mergulho no contexto histórico que esta sendo estudado. Partindo dessa ideia, incentivaremos a
realização de pesquisas e que os educandos tenham uma melhor participação no andamento dessas
aulas.
Na sequencia, os educandos serão provocados a produzirem cartas, a partir de personagens
fictícios, ou seja, buscamos inseri-los como autores e protagonistas do projeto. Ao ser proposto a
carta na sala de aula, eles receberão orientação e poderão tirar dúvidas, nesse momento eles
contaram com o apoio e orientações dos bolsistas do PIBID e do professor regente da turma.
Informações básica da estrutura da carta (Data, local, remetente e destinatário) são frisadas como
essenciais. A partir desse momento, os mesmo já serão convidados e iniciarem a produção escrita
ainda em sala de aula.
Acreditamos ser necessário um maior tempo para reflexão e produção das cartas que, dessa
forma, serão concluídas em casa, pelos estudantes. Assim, ocorrerá uma apresentação em sala de
aula sobre a produção escrita de cada estudante, nesse momento compartilhamos experiências e
damos sugestões de aperfeiçoamento para a escrita de cada uma deles.
Partimos assim, de uma atividade pedagógica que visa colocar o estudante numa posição de
protagonismo, ao passo que construíram suas produções textuais de com perfil histórico. Sendo importante
atribuir esse papel de autonomia no processo de aprendizagem, em que esperamos que contribua para sua
análise crítica da história e a sociedade contemporânea.
Resultados e Discussão
Antes que as oficinas fossem iniciadas foi necessário um planejamento e de um momento de
interação com os alunos para apresentar a proposta das oficinas. Os alunos foram norteados sobre
como a oficina iria funcionar e, em seguida, a produção das cartas teve início. Neste artigo, optamos
por trazer o fragmento de três cartas para serem analisadas e discutidas. A primeira delas a partir de
uma temática da História Geral e as duas últimas de História do Brasil:
Querida, Anette. Por meio desta carta quero comunicar-lhe que estou em
Òswiecim, na Polônia. Não fiques preocupada, estou bem. Estarei de volta em
alguns meses e voltarei com a vitória. Tenho trabalhado muito. Esses judeus são
fracos e imundos. Temos que extermina-los o mais rápido possível, essa raça
inferior nos levará ao fim se continuarem vivos. Peço-lhes que guarda mais esse
segredo, mas sim! Já estamos construindo câmaras de gás [...] (Amanda2
)
2
Os nomes dos educandos são fictícios para resguardar sua identidade.
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Neste trecho podemos perceber que a estudante optou por escrever uma carta como soldado
do exército alemão, durante a Segunda Guerra Mundial, essa escolha é, logicamente, intencional e
acreditamos que seu desejo era retratar o holocausto. Por isso, a motivação por esse personagem;
além disso, é perceptível o domínio do conteúdo, a mesma tomou cuidado de inserir o sigilo sobre
as câmaras de gás na narrativa, haja vista que isso não era de domínio público a época.
Observando os detalhes constatamos o cuidado em inserir o nome de uma cidade que
realmente existe na Polônia, o que necessitou de pesquisa, e também os nomes dos personagens. A
sensibilidade é retratada na escrita, o homem que, de uma forma tenta acalentar a esposa. Isso vai
muito de encontro a fala de Malatian sobre esse gênero literário: “Conhecer o contexto e, sobretudo,
unir as duas pontas da correspondência – a ativa e a passiva – entre os dois indivíduos permitem a
construção de um quadro analítico rico” (2012, p. 204), ou seja, enaltecer o vínculo e edificar uma
história são características fundamentais e tais elementos estiveram presentes na construção da
escrita da estudante.
Maria Heloísa,
Bela esposa! Por meio dessa carta estou a lhe dar notícias de minha pessoa, com
mais de cinco anos no exército, finalmente fui convocado para deter um conflito e
então nos encaminhamos a vir ao local. Antes do começo da ocupação, confesso,
me bateu uma angustia, imaginei em Canudos uma enorme carnificina, homens
tombando, sangue jorrando e o pior ao vivo. Naquele lugar as pessoas só
procuravam seus direitos, a situação era precária devido às secas, à fome, pobreza e
a grande violência social [...] e os problemas, por não se conformar com os
latifúndios da região [...] Ao sair daqui irei diretamente para casa, até lá espero que
me aguarde.
Atenciosamente,
Alex Ferreira.
Bahia, 06 de outubro de 1897. (Carla)
Já esta carta fez parte da oficina sobre a Guerra de Canudos. A estudante retrata as
condições de vida dos sertanejos, no contexto da Guerra de Canudos, além das intempéries
climáticas havia os problemas com os grandes latifúndios que prejudicavam o convívio e a
sobrevivência. Além do mais, podemos observar que a questão social, que envolveu a revolta, foi
retratada, demonstrando conhecer o contexto histórico ao ponto de vinculá-lo aos grandes
latifúndios.
Contudo, o que nos chama a atenção foi a escolha de Carla para o personagem da carta, um
soldado arrependido. Podemos perceber, pela escrita da mesma, que ela tomou um posicionamento
histórico favorável aos moradores de Canudos ao ponto de criar um relato que defendia essa
população a partir do seu algoz, agora arrependido. Para compreender isso, recorremos a Sandra
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Pesavento, “a história Cultural se torna, assim, uma representação que resgata representações, que
se incubem de construir uma representação sobre o já representado.” (PESAVENTO, 2006, p.43). A
apropriação, das representações da Guerra, feita por Carla despertou uma sensibilidade de lamento e
arrependimento pelo acontecimento histórico, que podemos deduzir que desejaria que os soldados
da época também do tivessem e, por isso, o arrependimento do soldado e não uma exaltação de sua
vitória.
Por fim, tivemos outra oficina com tema a Revolta da Vacina, outro conflito de caráter
nacional, selecionamos a carta de um aluno. Observe o trecho a seguir:
Ao senhor Rodrigues Alves,
Caro, Presidente venho expor a situação que tem colocado o povo, pois acredito
que não vê, ou finge isso muito bem, sou letrado e bem convicto do que acredito e
sei que essa situação constrangedora é deplorável que está impondo ao povo do Rio
de Janeiro não pode ser aceita, como quer que todos aceitem pessoas entrarem em
suas casas à qualquer momento e apliquem nelas algo que nunca ouviram falar
sobre? Como quer que em meio ao caos que a cidade do Rio de Janeiro se encontra
pessoas confiem em estranhos? Que furtam sua privacidade em suas próprias casas
[...] Talvez esteja pensando que sou mais um dos revoltosos, talvez seja, mas não
porque não concorde com as vacinas, até acho que pode ser uma solução para todas
essas danças. No entanto, o que não sou a favor é o modo como acham para
„convencer‟ a população a „aderir‟. (Carlos)
Carlos apresentou o contexto da época, ou seja, os problemas envolvidos com a falta de
conscientização da população sobre o que era a vacina. Porém, outro aspecto importante foi
ressaltado: o autoritarismo do Estado, que se materializou de forma muito forte na época, que
acabou por se refletir em violência sobre a população que resistiu.
Entretanto, o que mais se destaca na escrita dessa carta é a repreensão que o estudante
realiza no presidente da república, que chega a lembrar um pai repreendendo o filho, normalmente
ninguém se dirige a uma autoridade da nação dessa forma. O que ocorreu, semelhante à carta de
Carla, foi que ele se inseriu no personagem, neste trecho “bem convicto do que acredito”, é a própria
subjetividade inserida na escrita. Sua perspectiva histórica estava tão fechada que proporcionou essa grande
reclamação apresentada na narrativa.
Nessas escritas, escolhas representacionais do passado foram feitas, sendo interessante
observar as apropriações “plurais” escolhidas pelos educandos que “sempre inventam, deslocam,
subverte”, sendo assim, diferentes “formas de inscrição, de transmissão e de recepção”
(CHARTIER, 2002, p.259). Enquanto professores nos cabem tentar entender os processos de
apropriações históricas dos estudantes e, assim, conheceremos sua perspectiva histórica, bojo
cultural e visão de mundo.
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Conclusão
A partir do que foi apresentado, percebemos que trabalhar a partir da produção de cartas é
pertinente para o desenvolvimento da escrita. Ao longo das atividades foi perceptível uma evolução
na ortografia, na construção da narrativa, os relatos ficcionais foram sendo aperfeiçoados e as
histórias se tornaram mais complexas. Os alunos externaram que acabam por aprender mais ao se
colocarem no contexto da época para construir narrativas, assim a perspectiva de uma história
decorada se perde. Já que a compreensão do contexto histórico é fundamental para a formação
crítica do estudante. Além disso, o rendimento dos estudantes melhorou, as produções de cartas
foram consideradas parte da avaliação.
Por outro lado, ao se trabalhar com conteúdos de guerras e revoltas pudemos ter uma noção
melhor sobre o grande pesar e lamentos da humanidade. Os direitos humanos sempre foram
destacados como fundamentais para a construção da sociedade humana e levar isso para a sala de
aula é gratificante sempre. As atividades acabam por firmarem raízes no nosso processo de ensino e
serão levados para as próximas turmas e nos anos seguintes. Chamou-nos a atenção para promover
um ensino de história crítico e abrangente, buscando contestar uma visão bilateral da história. É
preciso promover uma problematização sobre a história, uma visão fechada e irrestrita nem sempre
é positiva.
O PIBID traz experiências únicas para seus integrantes, a contribuição para a formação dos
futuros professores é ampla e possibilita um esforço para repensar a prática docente, afim de
proporcionar uma dinamização das aulas e realizar um ensino-aprendizagem significativo. O
supervisor realiza constantes feedbacks das aulas, em uma buscar por alcançar os estudantes e,
assim, se encontrar enquanto professor.
Referências
BITTENCOURT, Circe M. F. Ensino de História: fundamentos e métodos. 4 ed. São Paulo:
Cortez, 2011.
BECKER, F. O que é construtivismo. São Paulo: FDE, n.20, 1993.
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CÂMARA, Maria Lúcia Botelho. Interdisciplinaridade e formação de professores na UCG:
uma experiência em construção. Brasília: UnB-FE, 1999.
CAPUCHINHO, Cristiane. Escola tem de mudar para reduzir desigualdades sociais, indica
Unesco. 2014. Disponível em: http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/2014-11-27/escola-tem-de-
mudar-para-reduzir-desigualdades-sociais-indica-unesco.html. Acesso em 07 abr 2016.
CHARTIER, Roger. À beira da falésia: a história entre certezas e inquietudes. Trad. Patrícia
Chittoni Ramos. Porto Alegre: Ed. Universidade / UFRGS, 2002.
MALATIAN, Teresa. Narrador, registro e arquivo. In. PINSKY, C. B; LUCA, T. R. (orgs). O
historiador e suas fontes. São Paulo: Contexto, 2012, p. 195 – 222.
PESAVENTO, Sandra Jatahy. História & História Cultural. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.

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  • 1. (83) 3322.3222 contato@enid.com.br www.enid.com.br CARTAS NA HISTÓRIA: VINCULANDO ENSINO DE HISTÓRIA E PRODUÇÃO TEXTUAL Rafael da Silva Abreu¹ Auricélia Lopes Pereira² SEE/PB; Supervisor Subprojeto PIBID/UEPB/História. abreurs@live.com¹ Professora Doutora do Departamento de História da UEPB; Coordenadora do Subprojeto PIBID/UEPB/História. auricelialpereira@yahoo.com.br ² Resumo Neste trabalho, apresentamos um relato de experiência pedagógica, ocorrida neste ano letivo, na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Solon de Lucena, na cidade de Campina Grande/PB. As atividades aconteceram a partir de oficinas de produções textuais realizadas pelo Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), subprojeto de História. Optamos pelo gênero textual das cartas, acreditamos que seja um diferencial devido a sua capacidade de carregar sensibilidades e subjetividades, além de contribuir para a leitura e escrita. Percebemos que as cartas, mesmo em desuso, despertou o interesse na escrita dos educandos. Atividades interdisciplinares são importantes para ampliar as discussões e criar uma rede de interações entre as disciplinas e promove uma educação mais dinâmica e significativa. As oficinas foram realizadas, em sala de aula, em que realizamos as orientações sobre a estrutura básica das cartas, para que, na sequência ocorressem, as produções escritas autorais, sendo muito importante colocar o estudantes em uma posição protagonista na sua aprendizagem. Sua criatividade foi explorada aliada ao conhecimento histórico aprendido. Partimos de uma premissa construtivista do ensino-aprendizagem, na medida em que propomos produções autorais para os educandos com perfil histórico. Aqui apresentamos e analisamos três cartas sobre os seguintes temas: Segunda Guerra Mundial, Guerra de Canudos e Revolta da Vacina. Nelas, podemos perceber as diferentes representações e construções narrativas, bem como sua relação com o contexto histórico. Estas oficinas, assim como a experiência do PIBID, são momentos importantes para a formação dos bolsistas, de aprendizagem para o educando e de uma constante autorreflexão da prática pedagógica do supervisor. Palavras-chave: Ensino de História; Produção de Texto; Cartas. Introdução Neste artigo apresentamos o relato e discussões de uma experiência pedagógica, ocorrida em 2017, em turmas do Ensino Médio da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Solon de Lucena, Campina Grande/PB. Tais atividades são oriundas de um programa, muito mais amplo: O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência1 (PIBID/UEPB), subprojeto de História, coordenado pela professora Dra. Auricélia Lopes Pereira. O autor foi o supervisor do PIBID, da 1 Programa Federal que oferece bolsa a graduandos de Licenciatura, de cursos presenciais, para a realização de práticas de Ensino na sala de aula. Buscando promover uma aproximação antecipada entre os estudantes e a sala de aula.
  • 2. (83) 3322.3222 contato@enid.com.br www.enid.com.br Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) na referida escola, orientando e acompanhando as intervenções, produções e atuações de uma equipe de 05 bolsistas do programa: Aline de Souza Silva, Beatriz Dos Santos Batista, Diego Emmanuel Aquino Marinheiro, Olivia Maria Paulino Belmino de Souza e Ruhama Souto Santana Figueiredo. Neste período de supervisão, sentimos não apenas o compromisso de contribuir na formação dos futuros docentes, mas um forte processo de autoavaliação da prática docente, pois verificamos a diversidade das produções dos bolsistas: jogos pedagógicos, produção de texto, vídeos, paródias, textos introdutórios, biografias, poemas, oficinas, cordéis, dentre tantos outros. Assim, destacou-se o campo fértil que é a sala de aula e que a capacidade criativa do professor e do educando devem ser cada vez mais provocadas e estimuladas. Buscamos edificar uma sala de aula mais dinâmica, acreditando que assim contribuímos para a formação de cidadãos mais inventivos e críticos. Partindo disso, uma das atividades pedagógicas que sempre nos cativou, por sua abrangência de detalhes, foram as oficinas de cartas históricas. Momentos em que a criatividade se atrelou ao domínio do contexto histórico para transformar a escrita em arte literária. Assim sendo, os educandos deixam uma posição passiva na aprendizagem, para ocupar um patamar construtivista de seu processo de aprendizagem, o protagonismo entra em cena. Sendo assim, podemos perceber uma nítida aproximação com a Literatura, constituímos um projeto interdisciplinar entre as disciplinas de História e Língua Portuguesa. Entendemos isso a partir de Câmara: “[...] entendida em seu caráter político e transformador e não apenas como recurso metodológico. Isto exige uma prática pedagógica coerente concretizando a articulação entre teoria e prática.” (1999, p. 70). Assim, percebemos a importância de se trabalhar com a interdisciplinaridade, ao produzirem as cartas, de forma inicial, os educandos terão que compreender o conteúdo histórico para fazer um mergulho no contexto da época e, assim, produzirem uma história que esteja inserida naquela temporalidade para, em seguida, se dedicarem a arte da escrita. “Os estudos de textos literários têm assim como objetivo não apenas desenvolver „o gosto pela leitura‟ entre os alunos, mas também fornecer condições de análises mais profundas para o estabelecimento de relações entre o conteúdo e a forma” (BITTENCOURT, 2011, p. 340). Ao optarmos por um gênero literário, devemos elucidar o seu perfil e caraterísticas, a carta vai além de uma exposição de conteúdos, são embebecidas com sensibilidades e subjetividade. A intenção é despertar estes elementos na escrita dos educandos, criando uma dinâmica e complexidade.
  • 3. (83) 3322.3222 contato@enid.com.br www.enid.com.br Estas atividades textuais são de grande importância no cenário educacional nacional, haja vista que um dos grandes problemas enfrentados na educação básica brasileira é o baixo rendimento em leitura e escrita crítica. Visto que, segundo último Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), dos 65 países avaliados o Brasil ficou em 55° lugar no ranking de leitura (CAPUCHINHO, 2014). Dessa forma, percebemos necessidade, planejamento e execução de projetos/atividades/oficinas que visem combater esta problemática que assola a base da formação educacional e cidadã. A história pode ser uma disciplina aliada no combate ao baixo rendimento em leitura e escrita dos educandos. Pensando, a partir disso, decidimos pela elaboração de algumas oficinas que colocassem os alunos em uma posição de protagonismo, nada melhor do que pensá-los como autores. Diante disso, acreditamos na escrita de cartas como uma ferramenta para inseri-los na rotina da escrita e leitura, para serem realizadas a partir de contextos históricos específicos. Assim, após os estudos sobre determinado tema histórico foi solicitado que os educandos produzissem cartas como se tivessem vivido naquela época. Partimos do pressuposto de que as cartas compõem o campo dos escritos autobiográficos, dessa forma, são escritas de si em que o autor as impregna com artefatos culturais. Nesse caso, podemos analisar como o contexto histórico foi apreendido, assim como a forma de exposição optada pelo educando, ou seja, sua construção narrativa com fins históricos, além da compreensão das suas atitudes e representações do passado. (MALATIAN, 2012) Segundo Teresa Malatian: “As cartas expressavam a vida privada segundo regras de boas maneiras e apresentavam uma imagem de si controladoras da espontaneidade e da revelação da intimidade. Nelas um jogo sutil se estabelece entre o público e o privado” (2012, p. 197), o que interessa é perceber o processo de construção dessas redes de intimidade atreladas a construção do contexto histórico, promover uma escrita que almeje outra temporalidade e entender o as escolhas políticas e sociais feitas. Tendo importância de cunho pedagógico, planejada para diagnosticar, construir e avaliar o processo de aprendizagem a partir de uma escrita autoral e criativa. Metodologia De forma inicial o conteúdo será trabalhado em sala de aula pelo docente, utilizando-se de aula expositiva, exercícios e pesquisas. O objetivo dessas aulas é criar um ambiente propício ao debate e participação discente, fazendo com que eles despertem um interesse e promovam um
  • 4. (83) 3322.3222 contato@enid.com.br www.enid.com.br mergulho no contexto histórico que esta sendo estudado. Partindo dessa ideia, incentivaremos a realização de pesquisas e que os educandos tenham uma melhor participação no andamento dessas aulas. Na sequencia, os educandos serão provocados a produzirem cartas, a partir de personagens fictícios, ou seja, buscamos inseri-los como autores e protagonistas do projeto. Ao ser proposto a carta na sala de aula, eles receberão orientação e poderão tirar dúvidas, nesse momento eles contaram com o apoio e orientações dos bolsistas do PIBID e do professor regente da turma. Informações básica da estrutura da carta (Data, local, remetente e destinatário) são frisadas como essenciais. A partir desse momento, os mesmo já serão convidados e iniciarem a produção escrita ainda em sala de aula. Acreditamos ser necessário um maior tempo para reflexão e produção das cartas que, dessa forma, serão concluídas em casa, pelos estudantes. Assim, ocorrerá uma apresentação em sala de aula sobre a produção escrita de cada estudante, nesse momento compartilhamos experiências e damos sugestões de aperfeiçoamento para a escrita de cada uma deles. Partimos assim, de uma atividade pedagógica que visa colocar o estudante numa posição de protagonismo, ao passo que construíram suas produções textuais de com perfil histórico. Sendo importante atribuir esse papel de autonomia no processo de aprendizagem, em que esperamos que contribua para sua análise crítica da história e a sociedade contemporânea. Resultados e Discussão Antes que as oficinas fossem iniciadas foi necessário um planejamento e de um momento de interação com os alunos para apresentar a proposta das oficinas. Os alunos foram norteados sobre como a oficina iria funcionar e, em seguida, a produção das cartas teve início. Neste artigo, optamos por trazer o fragmento de três cartas para serem analisadas e discutidas. A primeira delas a partir de uma temática da História Geral e as duas últimas de História do Brasil: Querida, Anette. Por meio desta carta quero comunicar-lhe que estou em Òswiecim, na Polônia. Não fiques preocupada, estou bem. Estarei de volta em alguns meses e voltarei com a vitória. Tenho trabalhado muito. Esses judeus são fracos e imundos. Temos que extermina-los o mais rápido possível, essa raça inferior nos levará ao fim se continuarem vivos. Peço-lhes que guarda mais esse segredo, mas sim! Já estamos construindo câmaras de gás [...] (Amanda2 ) 2 Os nomes dos educandos são fictícios para resguardar sua identidade.
  • 5. (83) 3322.3222 contato@enid.com.br www.enid.com.br Neste trecho podemos perceber que a estudante optou por escrever uma carta como soldado do exército alemão, durante a Segunda Guerra Mundial, essa escolha é, logicamente, intencional e acreditamos que seu desejo era retratar o holocausto. Por isso, a motivação por esse personagem; além disso, é perceptível o domínio do conteúdo, a mesma tomou cuidado de inserir o sigilo sobre as câmaras de gás na narrativa, haja vista que isso não era de domínio público a época. Observando os detalhes constatamos o cuidado em inserir o nome de uma cidade que realmente existe na Polônia, o que necessitou de pesquisa, e também os nomes dos personagens. A sensibilidade é retratada na escrita, o homem que, de uma forma tenta acalentar a esposa. Isso vai muito de encontro a fala de Malatian sobre esse gênero literário: “Conhecer o contexto e, sobretudo, unir as duas pontas da correspondência – a ativa e a passiva – entre os dois indivíduos permitem a construção de um quadro analítico rico” (2012, p. 204), ou seja, enaltecer o vínculo e edificar uma história são características fundamentais e tais elementos estiveram presentes na construção da escrita da estudante. Maria Heloísa, Bela esposa! Por meio dessa carta estou a lhe dar notícias de minha pessoa, com mais de cinco anos no exército, finalmente fui convocado para deter um conflito e então nos encaminhamos a vir ao local. Antes do começo da ocupação, confesso, me bateu uma angustia, imaginei em Canudos uma enorme carnificina, homens tombando, sangue jorrando e o pior ao vivo. Naquele lugar as pessoas só procuravam seus direitos, a situação era precária devido às secas, à fome, pobreza e a grande violência social [...] e os problemas, por não se conformar com os latifúndios da região [...] Ao sair daqui irei diretamente para casa, até lá espero que me aguarde. Atenciosamente, Alex Ferreira. Bahia, 06 de outubro de 1897. (Carla) Já esta carta fez parte da oficina sobre a Guerra de Canudos. A estudante retrata as condições de vida dos sertanejos, no contexto da Guerra de Canudos, além das intempéries climáticas havia os problemas com os grandes latifúndios que prejudicavam o convívio e a sobrevivência. Além do mais, podemos observar que a questão social, que envolveu a revolta, foi retratada, demonstrando conhecer o contexto histórico ao ponto de vinculá-lo aos grandes latifúndios. Contudo, o que nos chama a atenção foi a escolha de Carla para o personagem da carta, um soldado arrependido. Podemos perceber, pela escrita da mesma, que ela tomou um posicionamento histórico favorável aos moradores de Canudos ao ponto de criar um relato que defendia essa população a partir do seu algoz, agora arrependido. Para compreender isso, recorremos a Sandra
  • 6. (83) 3322.3222 contato@enid.com.br www.enid.com.br Pesavento, “a história Cultural se torna, assim, uma representação que resgata representações, que se incubem de construir uma representação sobre o já representado.” (PESAVENTO, 2006, p.43). A apropriação, das representações da Guerra, feita por Carla despertou uma sensibilidade de lamento e arrependimento pelo acontecimento histórico, que podemos deduzir que desejaria que os soldados da época também do tivessem e, por isso, o arrependimento do soldado e não uma exaltação de sua vitória. Por fim, tivemos outra oficina com tema a Revolta da Vacina, outro conflito de caráter nacional, selecionamos a carta de um aluno. Observe o trecho a seguir: Ao senhor Rodrigues Alves, Caro, Presidente venho expor a situação que tem colocado o povo, pois acredito que não vê, ou finge isso muito bem, sou letrado e bem convicto do que acredito e sei que essa situação constrangedora é deplorável que está impondo ao povo do Rio de Janeiro não pode ser aceita, como quer que todos aceitem pessoas entrarem em suas casas à qualquer momento e apliquem nelas algo que nunca ouviram falar sobre? Como quer que em meio ao caos que a cidade do Rio de Janeiro se encontra pessoas confiem em estranhos? Que furtam sua privacidade em suas próprias casas [...] Talvez esteja pensando que sou mais um dos revoltosos, talvez seja, mas não porque não concorde com as vacinas, até acho que pode ser uma solução para todas essas danças. No entanto, o que não sou a favor é o modo como acham para „convencer‟ a população a „aderir‟. (Carlos) Carlos apresentou o contexto da época, ou seja, os problemas envolvidos com a falta de conscientização da população sobre o que era a vacina. Porém, outro aspecto importante foi ressaltado: o autoritarismo do Estado, que se materializou de forma muito forte na época, que acabou por se refletir em violência sobre a população que resistiu. Entretanto, o que mais se destaca na escrita dessa carta é a repreensão que o estudante realiza no presidente da república, que chega a lembrar um pai repreendendo o filho, normalmente ninguém se dirige a uma autoridade da nação dessa forma. O que ocorreu, semelhante à carta de Carla, foi que ele se inseriu no personagem, neste trecho “bem convicto do que acredito”, é a própria subjetividade inserida na escrita. Sua perspectiva histórica estava tão fechada que proporcionou essa grande reclamação apresentada na narrativa. Nessas escritas, escolhas representacionais do passado foram feitas, sendo interessante observar as apropriações “plurais” escolhidas pelos educandos que “sempre inventam, deslocam, subverte”, sendo assim, diferentes “formas de inscrição, de transmissão e de recepção” (CHARTIER, 2002, p.259). Enquanto professores nos cabem tentar entender os processos de apropriações históricas dos estudantes e, assim, conheceremos sua perspectiva histórica, bojo cultural e visão de mundo.
  • 7. (83) 3322.3222 contato@enid.com.br www.enid.com.br Conclusão A partir do que foi apresentado, percebemos que trabalhar a partir da produção de cartas é pertinente para o desenvolvimento da escrita. Ao longo das atividades foi perceptível uma evolução na ortografia, na construção da narrativa, os relatos ficcionais foram sendo aperfeiçoados e as histórias se tornaram mais complexas. Os alunos externaram que acabam por aprender mais ao se colocarem no contexto da época para construir narrativas, assim a perspectiva de uma história decorada se perde. Já que a compreensão do contexto histórico é fundamental para a formação crítica do estudante. Além disso, o rendimento dos estudantes melhorou, as produções de cartas foram consideradas parte da avaliação. Por outro lado, ao se trabalhar com conteúdos de guerras e revoltas pudemos ter uma noção melhor sobre o grande pesar e lamentos da humanidade. Os direitos humanos sempre foram destacados como fundamentais para a construção da sociedade humana e levar isso para a sala de aula é gratificante sempre. As atividades acabam por firmarem raízes no nosso processo de ensino e serão levados para as próximas turmas e nos anos seguintes. Chamou-nos a atenção para promover um ensino de história crítico e abrangente, buscando contestar uma visão bilateral da história. É preciso promover uma problematização sobre a história, uma visão fechada e irrestrita nem sempre é positiva. O PIBID traz experiências únicas para seus integrantes, a contribuição para a formação dos futuros professores é ampla e possibilita um esforço para repensar a prática docente, afim de proporcionar uma dinamização das aulas e realizar um ensino-aprendizagem significativo. O supervisor realiza constantes feedbacks das aulas, em uma buscar por alcançar os estudantes e, assim, se encontrar enquanto professor. Referências BITTENCOURT, Circe M. F. Ensino de História: fundamentos e métodos. 4 ed. São Paulo: Cortez, 2011. BECKER, F. O que é construtivismo. São Paulo: FDE, n.20, 1993.
  • 8. (83) 3322.3222 contato@enid.com.br www.enid.com.br CÂMARA, Maria Lúcia Botelho. Interdisciplinaridade e formação de professores na UCG: uma experiência em construção. Brasília: UnB-FE, 1999. CAPUCHINHO, Cristiane. Escola tem de mudar para reduzir desigualdades sociais, indica Unesco. 2014. Disponível em: http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/2014-11-27/escola-tem-de- mudar-para-reduzir-desigualdades-sociais-indica-unesco.html. Acesso em 07 abr 2016. CHARTIER, Roger. À beira da falésia: a história entre certezas e inquietudes. Trad. Patrícia Chittoni Ramos. Porto Alegre: Ed. Universidade / UFRGS, 2002. MALATIAN, Teresa. Narrador, registro e arquivo. In. PINSKY, C. B; LUCA, T. R. (orgs). O historiador e suas fontes. São Paulo: Contexto, 2012, p. 195 – 222. PESAVENTO, Sandra Jatahy. História & História Cultural. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.