Este documento descreve um projeto de intervenção realizado com alunos do 8o ano da Escola Estadual 25 de Outubro em Arenápolis, MT, que teve como objetivo contribuir para o desenvolvimento da leitura, interpretação e escrita dos alunos por meio da aproximação com a literatura produzida em Mato Grosso. O projeto utilizou círculos de leitura, pesquisa sobre a história local e elaboração de narrativas. Os resultados mostraram avanços significativos na aprendizagem, interação, le
Literatura MT: Círculos leitura desenvolvem alunos
1. Anais Vol. 8(2017): Jornada Científica da Unemat, Cáceres/MT, Brasil, 23-26 Outubro 2017, Pró-reitoria de Pesqueisa e
Pós Graduação, Pró-reitoria de Ensino de Graduação, Pró-reitoria de Extensão e Cultura e Pró-reitoria de Assuntos
Estudantis, Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT.
VOLTOLINI, M. A. R. D. S.; HUNHOFF, P. D. E. D. LITERATURA DE MATO GROSSO: UMA EXPERIÊNCIA COM CÍRCULOS DE LEITURA In: 8ª
Jornada Científica da Unemat, 8ª. (JC), 2017, Cáceres/MT. Anais... Cáceres/MT: Pró-reitoria de Pesqueisa e Pós Graduação, Pró-reitoria
de Ensino de Graduação, Pró-reitoria de Extensão e Cultura e Pró-reitoria de Assuntos Estudantis, 2017. Vol. 8(2017).
LITERATURA DE MATO GROSSO: UMA EXPERIÊNCIA COM CÍRCULOS DE LEITURA
Autor(a): MARIA APARECIDA RODRIGUES DE SOUSA VOLTOLINI¹
Instituição: UNEMAT
Orientador(a): PROF. DRª ELIZETE DALL´COMUNE HUNHOFF .²
maria.rod.tga@unemat.br¹
elizetedh@unemat.br²
RESUMO: Neste trabalho apresentamos parte de um projeto de intervenção do Programa de
Mestrado em Letras- Profletras no qual propusemos aos alunos do 8º. Ano, da Escola Estadual 25
de Outubro da cidade de Arenápolis/MT, refletirem sobre a leitura de livros literários produzidos em
Mato Grosso. O objetivo do nosso projeto foi contribuir para o desenvolvimento do potencial de
leitura, interpretação e escrita proporcionando uma aproximação com a literatura produzida no
estado.Os trabalhos ocorreram por meio de círculos de leitura com auxílio de monitoria, de
pesquisa sobre a história de Mato grosso, da cidade de Arenápolis-MT e escritores, e com a
elaboração escrita de narrativas; seminário, roda de conversa. Na parte material utilizamos:
Computadores, internet, data show, ferramentas tecnológicas, quadro, livros literários (físicos e
digitais) e vários espaços da escola e fora dela.Embora as atividades com os educandos já tenham
sido encerradas, todo o material obtido está em fase de análise e avaliação. Podemos adiantar que
os nossos alunos tiveram a oportunidade de estar em contato com a literatura produzida em Mato
Grosso, além de conhecerem melhor a história do município onde vivem.Portanto apesar de ainda
não estar totalmente concluído o trabalhos com relação aos dados, podemos dizer que os
resultados foram satisfatórios, presenciamos em nossos alunos ao longo do projeto significativo
avanço com relação a aprendizagem, interação, leitura e escrita.REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICASCOSSON, Rildo. Círculos de leitura e letramento literário. São Paulo: Contexto,
2014.COSSON, Rildo. Letramento Literário: teoria e prática. 1ª Edição. São Paulo: Contexto,
2007.SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. Porto Alegre: Editora Artmed, 1998.ZILBERMAN, Regina.
Estética da recepção e história literária. São Paulo: Ática, 1989.
Palavras-chave: LEITURA, ESCRITA, NARRATIVAS.
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2. Neste trabalho apresentamos parte de um projeto de
intervenção do Programa de Mestrado em Letras- Profletras no
qual propusemos aos alunos do 8º. Ano, da Escola Estadual 25
de Outubro da cidade de Arenápolis/MT, refletirem sobre a
leitura de livros literários produzidos em Mato Grosso. Os
trabalhos ocorreram por meio de círculos de leitura, de pesquisa
sobre a história da cidade de Arenápolis-MT, e com a elaboração
escrita de narrativas. Assim, visamos, além de contribuir para o
desenvolvimento do potencial de interpretação e de
argumentação dos discentes, elencar dados para a nossa
dissertação.
Vimos que a escola tem no texto literário um recurso
importante para o aperfeiçoamento da leitura dos educandos,
pois, esta pode contribuir para o desenvolvimento criativo e
reflexivo destes. A literatura trabalha com o ser e para o ser e,
no fazer pedagógico, podemos usá-la em todas as instâncias,
seja de leitura ou de escrita, enfim, em tudo o que envolver o uso
de exercício da linguagem.
Entendemos que a leitura e a escrita deveriam se completar
no processo de construção do conhecimento e não como muitos
currículos escolares as apresentam, separadamente. Em
consonância com Solé (1998, p.33), entendemos que “[...] o
problema do ensino da leitura na escola não se situa no nível do
método, mas na própria conceitualização do que é leitura, da
forma que é avaliada pelas equipes de professores, do papel que
ocupa no Projeto Curricular da Escola”. Para que a leitura se
efetive é preciso que haja mudanças significativas em grande
parte das escolas, também é preciso analisar os aspectos
ligados à compreensão e às estratégias que facilitam a aquisição
da mesma.
Entendemos que faz-se necessário trabalhar com a
literatura nas escolas oferecendo momentos em que os alunos
reflitam sobre a sua condição pessoal, e para isso o professor
precisa aprender a aprender. Para Zilberman. (1989, p. 24), “[...]
ao professor cabe o detonar das múltiplas visões que cada
Anais Vol. 8(2017): Jornada Científica da Unemat, Cáceres/MT, Brasil, 23-26 Outubro 2017, Pró-reitoria de Pesqueisa e
Pós Graduação, Pró-reitoria de Ensino de Graduação, Pró-reitoria de Extensão e Cultura e Pró-reitoria de Assuntos
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3. criação literária sugere, enfatizando as variadas interpretações
pessoais”. E, são essas variadas interpretações que propomos
oportunizar a nossos alunos.
Por entendermos que a leitura é um ato social, escolhemos
o círculo de leitura para trabalhar com nossos alunos. Segundo
Cosson (2014, p.139), “[...] ao lerem juntos, os participantes do
grupo tornam explícito o caráter social da interpretação dos
textos e podem se apropriar do repertório e manipular seus
elementos com um grau maior de consciência ...” Depois porque
a leitura em grupo estreita os laços sociais, reforça identidades
e a solidariedade entre as pessoas.
Assim, a escola, mais do que focar no objetivo de o aluno
ler melhor, precisa se preocupar com o sentido que essa leitura
terá na sua formação. E mais, ao propor a leitura literária, é
necessário que o educador se preocupe tanto com as
especificidades do texto literário quanto com a relação texto-
leitor, aspectos fundamentais para seduzir o estudante,
aproximando-o da literatura e instrumentalizando-o para que
venha a ser um leitor proficiente.
Nesse sentido, procuramos enfatizar mais a oralidade, a
leitura e a escrita. Para trabalharmos a proposta do projeto com
os educandos, utilizamos um semestre e algumas aulas no
contraturno. Este foi desenvolvido em três etapas:
Na primeira etapa trabalhamos a motivação, procuramos
cativar os alunos a gostarem de ler e ansiarem para colocar em
prática o que aprenderam. Trouxemos um poeta para palestrar
sobre sua experiência com a literatura.
Na segunda etapa apresentamos a Literatura Brasileira
produzida em Mato Grosso por alguns escritores. Trabalhamos
o livro do escritor Ivens Scaff “A Fábula do Quase Frito” em
círculo de leitura para exemplificar seu funcionamento, para
depois trabalhar com os círculos menores.
Foram formados quatro círculos e cada um com um
monitor, cada círculo recebeu um livro da literatura de Mato
Grosso. Os círculos se reuniam ora em aula, ora no contraturno,
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4. na escola ou fora dela. Após a leitura, apresentaram seminários,
utilizando ferramentas tecnológicas, tal como slides em Power
Point. Os seminários foram apresentados, e nestes priorizou-se
o domínio da linguagem culta e observamos que os discentes
souberam usar a tecnologia, assim como conhecimento sobre a
literatura estudada.
Na terceira etapa, trouxemos um historiador local para
discorrer sobre a história do município. Os alunos ouviram
muitas narrativas de ex-garimpeiros e de moradores antigos da
cidade, e posteriormente recontaram-nas para a turma em uma
“Noite literária”, na escola. Cada círculo escolheu uma história
para escrever. Após as narrativas terem sido escritas e digitadas
foram feitos cinco e-books, que era o produto final do projeto,
estes estão publicados na plataforma ISSUU. Fizemos um livreto
intitulado “Histórias e Causos de Arenápolis” contendo as cinco
narrativas escolhidas pela turma. Estes foram-lhes entregues no
dia 14 de julho de 2017, em uma noite que chamamos de “Noite
de Lançamento”, que contou com a presença dos pais e da
comunidade escolar.
Embora as atividades com os educandos já tenham sido
encerradas, todo o material obtido está em fase de análise e
avaliação, para posterior divulgação dos possíveis resultados
obtidos. Porém, podemos adiantar que os nossos alunos tiveram
a oportunidade de estar em contato com a literatura produzida
em Mato Grosso, além de conhecerem melhor a história do
município onde vivem. Entenderam os elementos de uma
narrativa, usaram efetivamente elementos de coesão e
coerência, ou seja, a gramática em uso e interagiram com a
língua de maneira livre para criar, e falar, pois, os círculos de
leitura proporcionaram a interação entre eles, desenvolvendo
assim a oralidade em muitos que eram extremamente tímidos.
Com nossa constante orientação, sentiram-se motivados a
escreverem. Segundo relatos de alguns professores da turma,
com este projeto, eles notaram significativa mudança no
comportamento da classe.
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5. Portanto, embora os trabalhos não estejam finalizados
totalmente, com relação aos dados, as mudanças ocorridas na
aprendizagem dos alunos ao longo do projeto, mostram-se
gratificantes: vê-los na noite de lançamento a mostrarem o fruto
de seu trabalho para seus pais foi entusiástico. Acreditamos que
é assim que se faz a mudança na educação, fazendo o aluno
acreditar que ele é capaz.
REFERÊNCIAS
COSSON, Rildo. Círculos de leitura e letramento literário.
São Paulo: Contexto, 2014.
COSSON, Rildo. Letramento Literário: teoria e prática. 1ª
Edição. São Paulo: Contexto, 2007.
SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. Porto Alegre: Editora
Artmed, 1998.
ZILBERMAN, Regina. Estética da recepção e história
literária. São Paulo: Ática, 1989.
Anais Vol. 8(2017): Jornada Científica da Unemat, Cáceres/MT, Brasil, 23-26 Outubro 2017, Pró-reitoria de Pesqueisa e
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