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Cartas para Mikael: uma
história vivida em sala de
           aula.




                 Gisele de Oliveira Silva
                                SME/RJ
                 Rede Formad/Geppan
Acreditando em uma prática discursiva
como fenômeno de interlocução que
pretende potencializar a apropriação
da linguagem, o projeto em questão
apresenta possibilidades de leitura e
escrita possíveis de estenderem-se
para além dos muros da escola.
A escolha das cartas nesse projeto surgiu
com a necessidade de comunicação entre a
turma e um aluno que se mudou para o
estado do Pará. Isso no sentido de nos
aproximarmos de modos de vida diversos,
ampliar e aprofundar conhecimentos de
modo significativo e de uma rica produção
de sentidos.
A imprevisibilidade do cotidiano escolar se
  expressa em toda sua forma quando menos
                  esperamos.
 Alguns desses fatos são capazes de exprimir a
   cultura do diálogo reflexivo e de realizar
aproximações significativas no processo ensino
     aprendizagem da leitura e da escrita.
  As diferenças regionais desse nosso país tão
 imenso se apresentaram ali em minha sala de
aula através de uma simples pergunta: “-Tia, o
              que é um picolé?”
Depois das explicações e observação da
figura do picolé, Mikael desenhava e escrevia
sobre o mesmo em quase todas as suas
produções.
A partir desse momento comecei a pensar o
quanto seria interessante pesquisarmos
sobre a terra de origem de nosso amigo
Mikael, porém algumas demandas do dia a
dia impediram que eu levasse a proposta a
diante e decidi que a faria no inicio do ano
letivo de 2012, já que eu acompanharia a
turma.
No final do ano letivo de 2011, os tios de Mikael
me deram uma informação que mudaria um
pouco os rumos da idéia primeira que me
ocorreu. Ele voltaria para o Pará por solicitação
de sua mãe. Passado o impacto refleti que
mesmo distante, poderíamos homenagear e
aprender mais com a cultura paraense nos
correspondendo com ele através de cartas e o
quão enriquecedora poderia vir a ser essa
experiência. A idéia ficou guardada , mas não
esquecida
O trabalho com o gênero cartas pode
pressupor uma idéia a principio trivial,
porém no nosso caso esta é prenhe de
sentido, profundamente vinculado ao nosso
cotidiano, sendo um trabalho que muito
tem contribuído para a atividade
comunicativa do dia a dia
Preenchimento do envelope




             A concepção discursiva da
             alfabetização, está presente no uso
             social da escrita trazendo em si o
             porquê, o para quê e o para quem
             escrevemos.
Considerarmos que a alfabetização implica
leitura e escritura, enquanto momentos
discursivos, e que o processo de aquisição da
linguagem também se constrói numa
sucessão de momentos discursivos, de
interlocução e de interação (SMOLKA, 1996,
p. 29), buscamos fundamentar o presente
trabalho na proposta interacionista de
Vygotsky (1984), em que a aquisição se dá
no curso de interações discursivas
significativas entre os homens, como um
processo sócio histórico.
A escrita da primeira carta para Mikael foi realizada de
forma coletiva sendo um evento importante, uma escrita
que veio corroborar com a ideia de que um texto se
caracteriza pela sua singularidade e pelas vozes dos
sujeitos em questão.
Trata-se de uma situação de ensino que explicita
um contexto interativo, que envolve um universo
cultural com forte componente afetivo e de total
interesse dos envolvidos. Tal prática tem
fortalecido e desenvolvido o conhecimento e a
criatividade de todos. Experiências essas que
tem oferecido elementos valiosos para pensar
possibilidades outras de transformação da escola
e das práticas dialógicas atravessadas pelas
diferenças que se apresentam no cotidiano
escolar.
Daniel passando a limpo a
carta
Interação, comunicação, participação.
Acreditamos que a elaboração do gênero focalizado,
tem possibilitado a prática da escrita significativa, pois
que este gênero vem sendo utilizado como um espaço
lingüístico discursivo de reflexão sobre a língua,
contribuindo no aprimoramento do sentido discursivo
da. linguagem.
Conhecimento, troca.
Colaboração,união,significado




                                           Cultura e arte
Enquanto aguardamos a resposta da primeira carta enviada,
vamos aprendendo um pouco mais sobre a cultura paraense.
O fruto desse trabalho envolve uma prática educativa escolar
que ultrapassa o muro da escola, propõe uma alfabetização
dialógica, atenta as diferenças, o que vem ampliando a
possibilidade de relações com diferentes lógicas e culturas.




                                       A Dança do Treme
Durante esses meses de intensa interlocução,
mediação e aprimoramento de conhecimentos
nos valemos das palavras de Geraldi(2004), a
guisa de (in) conclusão : “Ensinar não é mais
transmitir e informar, ensinar é ensinar o
sujeito aprendente a construir respostas... Tomar
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movimento como inspiração, rejeitando a
permanência do mesmo e a fixidez mórbida do
passado.” Estamos nós aqui, no presente (re)
fazendo a cada dia uma nova história.
“As palavras sabem muito mais longe”
       Bartolomeu Campos de Queirós

                          Obrigada.

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Apresentação diálogos 1

  • 1. Cartas para Mikael: uma história vivida em sala de aula. Gisele de Oliveira Silva SME/RJ Rede Formad/Geppan
  • 2. Acreditando em uma prática discursiva como fenômeno de interlocução que pretende potencializar a apropriação da linguagem, o projeto em questão apresenta possibilidades de leitura e escrita possíveis de estenderem-se para além dos muros da escola.
  • 3. A escolha das cartas nesse projeto surgiu com a necessidade de comunicação entre a turma e um aluno que se mudou para o estado do Pará. Isso no sentido de nos aproximarmos de modos de vida diversos, ampliar e aprofundar conhecimentos de modo significativo e de uma rica produção de sentidos.
  • 4. A imprevisibilidade do cotidiano escolar se expressa em toda sua forma quando menos esperamos. Alguns desses fatos são capazes de exprimir a cultura do diálogo reflexivo e de realizar aproximações significativas no processo ensino aprendizagem da leitura e da escrita. As diferenças regionais desse nosso país tão imenso se apresentaram ali em minha sala de aula através de uma simples pergunta: “-Tia, o que é um picolé?”
  • 5. Depois das explicações e observação da figura do picolé, Mikael desenhava e escrevia sobre o mesmo em quase todas as suas produções.
  • 6. A partir desse momento comecei a pensar o quanto seria interessante pesquisarmos sobre a terra de origem de nosso amigo Mikael, porém algumas demandas do dia a dia impediram que eu levasse a proposta a diante e decidi que a faria no inicio do ano letivo de 2012, já que eu acompanharia a turma.
  • 7. No final do ano letivo de 2011, os tios de Mikael me deram uma informação que mudaria um pouco os rumos da idéia primeira que me ocorreu. Ele voltaria para o Pará por solicitação de sua mãe. Passado o impacto refleti que mesmo distante, poderíamos homenagear e aprender mais com a cultura paraense nos correspondendo com ele através de cartas e o quão enriquecedora poderia vir a ser essa experiência. A idéia ficou guardada , mas não esquecida
  • 8. O trabalho com o gênero cartas pode pressupor uma idéia a principio trivial, porém no nosso caso esta é prenhe de sentido, profundamente vinculado ao nosso cotidiano, sendo um trabalho que muito tem contribuído para a atividade comunicativa do dia a dia
  • 9. Preenchimento do envelope A concepção discursiva da alfabetização, está presente no uso social da escrita trazendo em si o porquê, o para quê e o para quem escrevemos.
  • 10. Considerarmos que a alfabetização implica leitura e escritura, enquanto momentos discursivos, e que o processo de aquisição da linguagem também se constrói numa sucessão de momentos discursivos, de interlocução e de interação (SMOLKA, 1996, p. 29), buscamos fundamentar o presente trabalho na proposta interacionista de Vygotsky (1984), em que a aquisição se dá no curso de interações discursivas significativas entre os homens, como um processo sócio histórico.
  • 11. A escrita da primeira carta para Mikael foi realizada de forma coletiva sendo um evento importante, uma escrita que veio corroborar com a ideia de que um texto se caracteriza pela sua singularidade e pelas vozes dos sujeitos em questão.
  • 12. Trata-se de uma situação de ensino que explicita um contexto interativo, que envolve um universo cultural com forte componente afetivo e de total interesse dos envolvidos. Tal prática tem fortalecido e desenvolvido o conhecimento e a criatividade de todos. Experiências essas que tem oferecido elementos valiosos para pensar possibilidades outras de transformação da escola e das práticas dialógicas atravessadas pelas diferenças que se apresentam no cotidiano escolar.
  • 13. Daniel passando a limpo a carta
  • 14. Interação, comunicação, participação. Acreditamos que a elaboração do gênero focalizado, tem possibilitado a prática da escrita significativa, pois que este gênero vem sendo utilizado como um espaço lingüístico discursivo de reflexão sobre a língua, contribuindo no aprimoramento do sentido discursivo da. linguagem.
  • 16. Enquanto aguardamos a resposta da primeira carta enviada, vamos aprendendo um pouco mais sobre a cultura paraense. O fruto desse trabalho envolve uma prática educativa escolar que ultrapassa o muro da escola, propõe uma alfabetização dialógica, atenta as diferenças, o que vem ampliando a possibilidade de relações com diferentes lógicas e culturas. A Dança do Treme
  • 17. Durante esses meses de intensa interlocução, mediação e aprimoramento de conhecimentos nos valemos das palavras de Geraldi(2004), a guisa de (in) conclusão : “Ensinar não é mais transmitir e informar, ensinar é ensinar o sujeito aprendente a construir respostas... Tomar a aula como acontecimento é eleger o fluxo do movimento como inspiração, rejeitando a permanência do mesmo e a fixidez mórbida do passado.” Estamos nós aqui, no presente (re) fazendo a cada dia uma nova história.
  • 18. “As palavras sabem muito mais longe” Bartolomeu Campos de Queirós Obrigada.