A França no final do século 18 ainda era majoritariamente agrária, com 20 milhões de habitantes vivendo no campo. A sociedade era dividida em três estamentos, com o clero e nobreza detendo privilégios e o terceiro estado (98% da população) arcando com a maior parte dos impostos. O terceiro estado lutava por igualdade e maior participação política, em oposição ao absolutismo monárquico que beneficiava a elite.
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Texto Introdutório - A frança antes da revolução
1. Universidade Estadual da Paraíba (UEPB)
Centro de Educação (CEDUC)
Departamento de História
Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID/CAPES)
EEEMP Elpídio de Almeida
Série: 2º
Turno: Tarde
Professor Supervisor: Eriberto Souto
Bolsistas: Maria Emília, Milena Xavier, Natalia Santos, Natália Correia e Thais Costa.
A FRANÇA ANTES DA REVOLUÇÃO.
A França era ainda um país agrário em fins do século XVIII. De seus 23 milhões
de habitantes, cerca de 20 milhões viviam no campo. Embora o capitalismo já tivesse
começado a provocar mudanças em sua estrutura, sua organização social ainda estava
baseada em estamentos, à semelhança da Idade Média. Mas, como efeito da penetração
do capitalismo, já se percebia certa mobilidade social.
O clero, com 120 mil religiosos, dividia-se em alto clero (bispos e abades com
nível de nobreza) e baixo clero (padres e vigários de baixa condição); era o primeiro
estado. A nobreza constituía o segundo estado. Com 350 mil membros estavam
divididos em três subgrupos. A nobreza palaciana vivia em pensões reais e usufruía de
cargos públicos. A nobreza provincial vivia no campo. Havia ainda a nobreza de toga,
constituída de pessoas oriundas da burguesia, que haviam comprado seus cargos e
títulos de nobreza.
O terceiro estado compreendia 98% da população. Era formado por diversos
subgrupos que já começavam a se constituir em classes sociais. No topo, a alta
burguesia era composta por banqueiros, financistas e grandes empresários. A média
2. burguesia era formada por profissionais liberais, médicos, dentistas, professores,
advogados e outros. Na pequena burguesia estavam os artesãos mais ricos, lojistas,
pequenos comerciantes.
A parte mais baixa do terceiro estado composta de um conjunto heterogêneo de
grupos sociais, formado por artesãos, aprendizes e proletários. Outro setor do terceiro
estado era o da população rural, onde se encontravam os servos ainda em condição
feudal (uns 4 milhões), e os camponeses livres e semilivres.Dessa forma, no interior do
terceiro estado existiam grupos sociais que lutavam entre si (operários contra
capitalistas, por exemplos).
O terceiro estado arcava com o peso de impostos e contribuições para o rei, o clero
e a nobreza. Os outros dois estados não pagavam tributos e ainda viviam à custa do
dinheiro público. Nessas condições, a principal reivindicação do terceiro estado era a
abolição dos privilégios e a instauração da igualdade civil.
No plano político, o terceiro estado lutava por maior participação nas decisões do
Estado e por igualdade de tratamento em relação à nobreza e ao clero. Essas pretensões
se chocavam com o absolutismo monárquico. O rei monopolizava a administração,
concedia privilégios, esbanjava luxo, controlava tribunais e condenava os opositores à
prisão na odiada fortaleza da Bastilha.
A cobrança dos impostos era feita por particulares, já que a máquina do Estado
mostrava-se ineficiente. Para obter grandes lucros, os arrecadadores exploravam ao
máximo os contribuintes do terceiro estado. Só os gastos da corte e da nobreza que
viviam em Versalhes representavam 10% das despesas de toda França, peso que recaia
sobre os ombros do povo. O déficit do orçamento era enorme. Na época da revolução, a
dívida externa chegava a 5 bilhões de libras, enquanto o dinheiro em circulação não
passava de 2,5 bilhões de libras.Os filósofos iluministas denunciavam a situação.
Formavam-se clubes para ler seus livros .