Questão comentada de concurso público de odontologia que fala da reação do complexo dentino-pulpar a um fator agressor (químico, mecânico, microbiano ou térmico).
Anatomicamente, um dente é dividido em quatro estruturas: o esmalte, a dentina, a polpa e o cemento. Cada uma destas estruturas reage de uma forma diferente diante de um fator agressor, que pode ser térmico, químico, microbiano e até mecânico.
Apesar da sua solidez e resistência, um dente não é uma estrutura completamente inerte, visto que vários processos ocorrem principalmente na polpa e na dentina, quando o elemento dental é posto a frente de um fator agressor.
Como você já deve suspeitar, o principal fator agressor a que os dentes estão expostos é a cárie. As bactérias da cárie possuem grande capacidade de sobreviver no meio bucal e de se aderir ao elemento dental, enquanto produzem ácidos que corroem os tecidos mineralizados até que a polpa seja atingida.
A ação das bactérias da cárie sobre os dentes inicia no tecido mais externo, o esmalte. Este tecido é bastante mineralizado e, por isso, a produção ácida pelas bactérias da cárie não causa danos ao tecido pulpar e nem dor.
Os problemas iniciam quando a cárie atinge a dentina. A dentina é um tecido menos mineralizado que o esmalte e que é rico em túbulos. Estes túbulos servem de abrigo para os microorganismos da cárie, ao mesmo tempo que permitem que os metabolitos destas bactérias cheguem até o tecido pulpar.
Diante disto, o dente entra em “modo de defesa” e odontoblastos injetam ions cálcio nos túbulos dentinários na tentativa de impedir a passagem de bactérias e seus metabolitos até a polpa. Este processo é conhecido como esclerose dentinária.
Além disso, caso a cárie não seja removida e continue crescendo, se tem a formação de dentina terciária, também conhecida como patológica ou reacional. A dentina terciária é secretada rapidamente e de forma desorganizada, sendo mais uma tentativa de proteção ao tecido pulpar.
Todos estes mecanismos de defesa atrasam os danos à polpa, no entanto em frente a uma agressão, em mais uma tentativa de se proteger, a polpa desencadeia uma resposta imune, que resulta em um processo inflamatório. A inflamação se reflete na forma de vasodilatação e edema.
Com o aumento de tamanho do tecido pulpar devido ao edema, se tem um aumento da pressão no interior da câmara pulpar do elemento dental e isto é refletido na forma de dor.
Neste artigo, você encontrou um resumo de como o complexo dentino-pulpar reage frente a uma agressão. Vale lembrar que para este texto a cárie foi usada como exemplo, mas os outros tipos de estímulos também podem desencadear uma resposta inflamatória da polpa.
Resposta do Complexo Dentino-Pulpar a Agentes Agressores - Concurso Odontologia - Questão 02.pdf
1. Questão 02.
Dentista – Itapevi (SP) – 2019 – VUNESP.
A cárie é a causa mais comum de agressão ao complexo dentinopulpar e, como resposta
biológica a estímulo bacteriano, a dentina e a polpa criam diferentes mecanismos, entre os
quais destacam-se:
A) Aumento de permeabilidade dentinária e formação de dentina secundária
B) Aumento de permeabilidade dentinária e resposta imune
C) Redução de permeabilidade cementária e formação de dentina terciária
D) Redução de permeabilidade dentinária e resposta imune
E) Redução de permeabilidade cementária e formação de dentina secundária
RESPOSTA COMENTADA.
Anatomicamente, um dente é dividido em quatro estruturas: o esmalte, a dentina, a polpa e o
cemento. Cada uma destas estruturas reage de uma forma diferente diante de um fator
agressor, que pode ser térmico, químico, microbiano e até mecânico.
Apesar da sua solidez e resistência, um dente não é uma estrutura completamente inerte,
visto que vários processos ocorrem principalmente na polpa e na dentina, quando o elemento
dental é posto a frente de um fator agressor.
Como você já deve suspeitar, o principal fator agressor a que os dentes estão expostos é a
cárie. As bactérias da cárie possuem grande capacidade de sobreviver no meio bucal e de se
aderir ao elemento dental, enquanto produzem ácidos que corroem os tecidos mineralizados
até que a polpa seja atingida.
A ação das bactérias da cárie sobre os dentes inicia no tecido mais externo, o esmalte. Este
tecido é bastante mineralizado e, por isso, a produção ácida pelas bactérias da cárie não causa
danos ao tecido pulpar e nem dor.
Os problemas iniciam quando a cárie atinge a dentina. A dentina é um tecido menos
mineralizado que o esmalte e que é rico em túbulos. Estes túbulos servem de abrigo para os
microorganismos da cárie, ao mesmo tempo que permitem que os metabolitos destas
bactérias cheguem até o tecido pulpar.
2. Diante disto, o dente entra em “modo de defesa” e odontoblastos injetam ions cálcio nos
túbulos dentinários na tentativa de impedir a passagem de bactérias e seus metabolitos até a
polpa. Este processo é conhecido como esclerose dentinária.
Além disso, caso a cárie não seja removida e continue crescendo, se tem a formação de
dentina terciária, também conhecida como patológica ou reacional. A dentina terciária é
secretada rapidamente e de forma desorganizada, sendo mais uma tentativa de proteção ao
tecido pulpar.
Todos estes mecanismos de defesa atrasam os danos à polpa, no entanto em frente a uma
agressão, em mais uma tentativa de se proteger, a polpa desencadeia uma resposta imune,
que resulta em um processo inflamatório. A inflamação se reflete na forma de vasodilatação e
edema.
Com o aumento de tamanho do tecido pulpar devido ao edema, se tem um aumento da
pressão no interior da câmara pulpar do elemento dental e isto é refletido na forma de dor.
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Neste artigo, você encontrou um resumo de como o complexo dentino-pulpar reage frente a
uma agressão. Vale lembrar que para este texto a cárie foi usada como exemplo, mas os
outros tipos de estímulos também podem desencadear uma resposta inflamatória da polpa.
RESPOSTA CORRETA: Letra D
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