SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 39
FÁRMACOS USADOS NO
TRATAMENTO DA ASMA
Farmacologia II B
II-ano, Curso de Enfermagem
Docente: Nito Sunde
Farmacêutico
Introdução
• Asma é uma enfermidade inflamatória cronica das vias aéreas que evolucionam em
forma de episódios recorrentes de obstrução bronquial, intercalado com períodos
assintomáticos mas ou menos prolongado.
• A asma é uma doença crónica caracterizada por episódios agudos de
broncoconstrição que se manifesta por tosse, falta de ar, aperto no peito, roncos e
sibilos
Resulta de:
• Contracção do músculo liso das vias aéreas
• Espessamento da mucosa por edema e infiltração celular
(inflamação)
• Entupimento da luz das vias aéreas por tampões mucosos
espessos e viscosos (aumento da produção de muco)
• Os ataques estão relacionados com a exposição a alergenos, hiperactividade
brônquica por agentes irritantes e inflamação da mucosa
• Vários fármacos podem aliviar os sintomas da asma, mas nenhum deles pode
curar
• Os fármacos mais utilizados são os agonistas dos receptores 2 e os
glicocorticoides. Estes fármacos, quando administrados por via sistémica podem
provocar efeitos adversos graves
Epidemiologia
• Afecta 10% da população mundial.
• A OMS estima que haja cerca de 350 milhões de pessoas asmáticas em todo o
mundo.
• Cerca de 250.000 mortes por ano em todo o mundo
• A prevalência esta a aumentar em todo o mundo(urbanização)
• A mortalidade também esta a aumentar em todo o mundo.
Prevalência
• Afecta 12% das crianças
• 15% dos adultos;
• Aparece em qualquer idade, mas seu pico é aos 3 A.
• Na infância, os rapazes são acometidos duas vezes mais que as
meninas.
• Na idade adulta tem a mesma prevalência
Etiologia
• É multifactorial, sendo o resultado da interacção entre os factores
endógenos, factores ambientais e factores desencadeantes, que
provocam e mantém a inflamação brônquica e por consequência os
sintomas da doença.
Etiologia
1. Factores endógenos:
• Predisposição genética,
• Atopia,
• Hiperreactividade das vias aéreas,
• Sexo e etnicidade?
Atopia
• Atopia é o principal fator de risco para a asma;
• Os indivíduos não atópicos têm um risco muito baixo de desenvolver asma.
• Os pacientes com asma geralmente sofrem de outras doenças atópicas,
rinite alérgica em particular, que podem ser encontrados em mais de 80%
dos pacientes com asma, e dermatite atópica (eczema).
DIAGNÓSTICO DA ASMA
• Basicamente pela história clínica
• Espirometria
• Raiox do tórax, nas exacerbações graves
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS DA ASMA
• Doenças obstrutivas principalmente DPOC
• Síndromes de hiper ventilação
• Ataque de pânico
• Disfunção das cordas vocais
• Insuficiência cardíaca
• Tromboembolismo pulmonar
• Corpo estranho/ Tumor
• Tosse secundária aos IECAs
2. Factores ambiências: alergenos domiciliares: ácaros, poeiras, animais, baratas, fungos,
mofo
• Alergenos Externos: pólen, fungos, poeiras;
• Sensibilizantes ocupacionais,
• fumador passivo; certos alimentos
• Infecções respiratórias, obesidade?, infecções virais precoces.
3. Factores desencadeantes :
alergenos,
• infecções virais do tracto respiratório superior,
• exercício físico, ar frio,
• medicamentos ( B-bloqueador, asperina),
• stress e irritantes (sprays domésticos, vapores de tinta)
4. Factores emocionais
Classificação
• Asma atópica
• Asma intrísica ou não atópica ou idiossincrásica
• Asma induzida por drogas
• Asma ocupacional
Asma intrísica
• Em cerca de 10% dos pacientes asmáticos
• Tem teste de pele negativo a alérgenos inalantes comuns e normais as concentrações
séricas de IgE.
• Tem início tardio da asma (adulto), frequentemente têm tb pólipos nasais, e pode ser
sensível à aspirina.
• Geralmente têm a asma mais grave, persistente. Pouco se sabe sobre o mecanismo
Asma por medicamentos
• Acomete frequentemente os adultos,
• É importante o seu pronto reconhecimento, pois está associada a
maior morbilidade
• Pode se efectuar a dessensibilização destes doentes
Asma ocupacional
• Ocorre após exposição a compostos usados em processos industriais.
• A bronco constrição pode resultar do trabalho ou exposição a sais
metálicos, poeiras de madeira ou vegetal, produtos químicos industriais
e plástico, poeiras de animais , entre outros.
Classificação do asmático
• Intermitente
• Persistente leve
• Persistente moderado
• Persistente grave
Classificação do asmático
1. Asma Intermitente:
Sintomas menos de uma vez por semana; crises de curta duração (leves); sintomas noturnos
esporádicos (não mais do que duas vezes ao mês); provas de função pulmonar normal no
período entre as crises.
2. Asma Persistente Leve:
Presença de sintomas pelo menos uma vez por semana, porém, menos de uma vez ao dia;
presença de sintomas noturnos mais de duas vezes ao mês,porém, menos de uma vez por
semana; provas de função pulmonar normal no período entre as crises.
Classificação do asmático
3. Asma Persistente Moderada:
sintomas diários; as crises podem afetar as atividades diárias e o sono; presença de sintomas noturnos pelo menos
uma vez por semana; provas de função pulmonar: pico do fluxo expiratório (PFE) ou volume expiratório forçado
no primeiro segundo (VEF) >60% e <
80% do esperado.
4. Asma Persistente Grave:
sintomas diários; crises frequentes; sintomas noturnos frequentes; provas de função pulmonar: pico do fluxo
expiratório (PFE) ou volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF) > 60% do esperado
Intermitente Persistente leve Persistente
moderada
Persistente grave
Sintomas:falta de
ar, tosse, pieira
< 1 vez/semana >1 vez/semana e
<1 vez/dia
Diários mas
não contínuos
Diários contínuos
Actividades Em geral normais
Falta ocasional ao w
ou escola
Limitação p grandes
esforços Faltas
ocasionais ao w
Prejudicadas. Algu
mas faltas ao w.
Sintomas com
exercício moderado
Limitação diária
Falta frequente ao w.
Sintomas com
exercícios leves
Crises* Ocasionais (leves )
Controlados c Brd
Sem ida ao sur
Pouca frequentes
Alguns requerendo
corticoides
Frequentes. Ida ao sur,
uso de corticoi des
sistemicos ou
internamentos
Frequentes-graves
Uso de corticoides
sistemicos,internament
os. Risco vida
Sintomas noc
turnos**
Raros
<2 vezes/mes
Ocasionais
>2 vezes/mes e
<1vez/semana
Comuns
>1 vez/semana
Quase diários
>2 vezes/semana
Broncodilatado
p alívio
<1vez/semana <2 vezes/semana >2 vezes/semana e <2
vezes/dia
>2 vezes/dia
PFE ou VEF1 Pré-bd>80% previsto Pré-bd>80% ou
previsto
Pré-bd entre 60% e
80% previsto
Pré-bd<60% previsto
Tipos de crise
1. Crise ligeira
Apresenta dispnéia à marcha (a andar);
Tolera posição de decúbito (posição de quem está deitado);
Apresenta um discurso quase normal; consciente; normalmente calmo ;
Não apresenta habitualmente tiragem respiratória;
A frequência respiratória está habitualmente normal, podendo estar ligeiramente
elevada;
A frequência cardíaca está habitualmente abaixo dos 100/mi.
Apresenta sibilos (ruídos feitos ao respirar que indicam obstrução parcial dos
brônquios) moderados.
2. Crise moderada
Apresenta dispnéia a falar;
Adota a posição de sentado;
Fala com frases curtas;
Está consciente mas ansioso;
Apresenta tiragem respiratória;
A frequência respiratória encontra-se elevada;
A frequência cardíaca encontra-se entre 100 e 120/min;
Apresenta sibilos evidentes;
3. Crise grave
Apresenta dispnéia em repouso;
Encontra-se inclinado para a frente;
Encontra-se ansioso ou até agitado;
Apresenta tiragem respiratória;
A frequência respiratória é superior a 30/min;
A frequência cardíaca é superior a 120/min;
Apresenta sibilos muito evidentes;
Tipos de crise
4. Crise com paragem respiratória iminente
Apresenta-se sonolento ou em estado de confusão;
Apresenta bradicardia (diminuição do número normal das contrações cardíacas);
Apresenta silêncio respiratório;
• *Pacientes com crises pouco frequentes, mas que coloquem a vida em risco,
devem ser classificados como portadores de asma persistente grave Ex.;
• Com antecedente de asma quase fatal, com necessidade de encubação e
ventilação mecânica.
• **Despertar nocturno regular com pieira ou tosse é um sintoma grave.
COMO DIFERENCIAR ASMA DA DPOC
Asma DPOC
Início na infância, mas pode haver um grande período
assintomático, com reinício após 40
Início após os 40 anos de idade
Antecedente da atopia: presentes com frequência Antecedentes de atopia : ausentes ou presentes
História familiar de asma ou outras atopias: presente com
frequência
História familiar de asma ou atopia: ausentes ou presentes
História de tabagismo ou exposição prolongada a partículas
inaladas: presente ou ausente
História de tabagismo ou exposição prolongada apartículas
inaladas: presente
Desaparecimento dos sintomas com o ratamento adequado Diminuição variável dos sintomas com o tratamento
Espirometria normal nas intercrises ou com distúrbio
obstrutivo com acentuada reversibilidade
Espirometria com distúrbio obstrutivo com pouca ou
nenhuma reversibilidade
TRATAMENTO DA ASMA BRÔNQUICA
• O objectivo do tratamento da asma é obter e manter o controle das
manifestações clínicas da doença por períodos prolongados.
Isto é :
Redução da incapacidade pulmonar e
Redução de morbi-mortalidade, para tal é necessário:
Para tal é necessário
• Alcançar e manter o controle dos sintomas,
• Manter a actividade física normal, incluindo a possibilidade de executar exercícios
físicos,
• Prevenir exacerbações,
• Evitar efeitos adversos das medicações
• Prevenir a mortalidade por asma.
Para atingir estes objectivos são necessários
quatro componentes:
• Desenvolver a parceria médico/doente
• Identificar e reduzir a exposição a factores de risco
• Avaliar, tratar e monitorizar a asma
• Controlar as crises de asma.
• Os doentes com asma moderada a grave devem ser aconselhados a
tomar a vacina contra a gripe.
• O doente que tem crise com o exercício físico é educado a usar um
agonista-B2 inalado de curta duração antes do exercício físico.
Tratamento farmacológico
• São divididos em duas categorias:
Medicação de alívio rápido:
Agonistas beta adrenérgicos ( salbutamol)
Metilxantinas (aminofilina), e
Anticolinérgicos( brometo de ipatrópium).
Tratamento farmacológico
Medicação que previne ou reverte a inflamação(controle a longo
prazo):
Glicocorticoides,
Inibidores e antagonistas dos receptores dos leucotrienos
(montelukast and zafirlukast)e
Agentes estabilizantes do mastócito(cromoglicato de sódio)
Terapia Anti-IgE
• Omalizumab é um anticorpo que neutraliza e bloqueio IgE circulante,e
portanto, inibe a reações mediadas por IgE.
• Este tratamento tem mostrado que reduz o número de exacerbações
em pacientes com asma grave e pode melhorar o controle da asma.
caro
Imunoterapia
• Imunoterapia específica utilizando extratos injetados de pólen ou
ácaros da poeira doméstica não tem sido muito eficaz no controle da
asma e pode causar anafilaxia.
• Não é recomendado na maioria das diretrizes de tratamento de asma
por causa da falta de evidência de eficácia clínica
Perguntas
• O que é a asma?
• O que desencadeia a exacerbação asmática (crise asmática)?
• Como tratar a asma?
• TPC. Efeitos colaterais da medicação utilizada
Bibliografia
• Harrison , princípios de medicina, 1° volume;
• Up to date;
• Manual para tratamento e prevenção da asma “Global Initiative
for asthma”.
Asma

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Mais procurados (20)

Asma
AsmaAsma
Asma
 
DPOC
DPOCDPOC
DPOC
 
Apresentação asma
Apresentação asmaApresentação asma
Apresentação asma
 
Aula de espirometria e revisão de fisiologia
Aula de espirometria e revisão de fisiologiaAula de espirometria e revisão de fisiologia
Aula de espirometria e revisão de fisiologia
 
Doenças respiratórias
Doenças respiratóriasDoenças respiratórias
Doenças respiratórias
 
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica - DPOC
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica - DPOCDoença Pulmonar Obstrutiva Crônica - DPOC
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica - DPOC
 
Enfisema Pulmonar
Enfisema PulmonarEnfisema Pulmonar
Enfisema Pulmonar
 
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
Doença Pulmonar Obstrutiva CrônicaDoença Pulmonar Obstrutiva Crônica
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
 
Pneumonia
Pneumonia Pneumonia
Pneumonia
 
Cinesioterapia respiratória e espirometria de incentivo
Cinesioterapia respiratória e espirometria de incentivoCinesioterapia respiratória e espirometria de incentivo
Cinesioterapia respiratória e espirometria de incentivo
 
DPOC
DPOCDPOC
DPOC
 
Doenças respiratorias
Doenças respiratoriasDoenças respiratorias
Doenças respiratorias
 
Aula de tosse
Aula de tosseAula de tosse
Aula de tosse
 
Asma
AsmaAsma
Asma
 
PES 3.6 Rinite Alérgica
PES 3.6 Rinite AlérgicaPES 3.6 Rinite Alérgica
PES 3.6 Rinite Alérgica
 
Pneumonia
PneumoniaPneumonia
Pneumonia
 
Pneumonias Conceito Classificações Fisiopatologia Manifestações Clínicas Diag...
Pneumonias Conceito Classificações Fisiopatologia Manifestações Clínicas Diag...Pneumonias Conceito Classificações Fisiopatologia Manifestações Clínicas Diag...
Pneumonias Conceito Classificações Fisiopatologia Manifestações Clínicas Diag...
 
Asma Brônquica
Asma BrônquicaAsma Brônquica
Asma Brônquica
 
ASMA - Aula residência Pediatria Santa Casa
ASMA - Aula residência Pediatria Santa CasaASMA - Aula residência Pediatria Santa Casa
ASMA - Aula residência Pediatria Santa Casa
 
Bronquite[1]
Bronquite[1]Bronquite[1]
Bronquite[1]
 

Semelhante a Asma

Semelhante a Asma (20)

DoençAs RespiratóRias
DoençAs RespiratóRiasDoençAs RespiratóRias
DoençAs RespiratóRias
 
DoençAs RespiratóRias
DoençAs RespiratóRiasDoençAs RespiratóRias
DoençAs RespiratóRias
 
DPOC - Doenca Pulmonar Obstrutiva Cronica
DPOC - Doenca Pulmonar Obstrutiva CronicaDPOC - Doenca Pulmonar Obstrutiva Cronica
DPOC - Doenca Pulmonar Obstrutiva Cronica
 
Asma
AsmaAsma
Asma
 
Asma CiêNcias
Asma   CiêNciasAsma   CiêNcias
Asma CiêNcias
 
CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO CLIENTE COM DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS 3.pptx
CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO CLIENTE COM DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS 3.pptxCUIDADOS DE ENFERMAGEM AO CLIENTE COM DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS 3.pptx
CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO CLIENTE COM DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS 3.pptx
 
Nocoes sobre a asma
Nocoes sobre a asmaNocoes sobre a asma
Nocoes sobre a asma
 
Asma
AsmaAsma
Asma
 
aula-de-asma-7c2ba-alunos.ppt
aula-de-asma-7c2ba-alunos.pptaula-de-asma-7c2ba-alunos.ppt
aula-de-asma-7c2ba-alunos.ppt
 
Tosse 1
Tosse 1 Tosse 1
Tosse 1
 
ASMA.pptx
ASMA.pptxASMA.pptx
ASMA.pptx
 
ASMA.pptx
ASMA.pptxASMA.pptx
ASMA.pptx
 
Resumo ivas, asma, pac, bva
Resumo ivas, asma, pac, bvaResumo ivas, asma, pac, bva
Resumo ivas, asma, pac, bva
 
5.doc
5.doc5.doc
5.doc
 
Aula 07 doenças obstrutivas asma v1
Aula 07   doenças obstrutivas asma v1Aula 07   doenças obstrutivas asma v1
Aula 07 doenças obstrutivas asma v1
 
352969709-ASMA-pptx.pptx
352969709-ASMA-pptx.pptx352969709-ASMA-pptx.pptx
352969709-ASMA-pptx.pptx
 
Asma em pediatria
Asma em pediatriaAsma em pediatria
Asma em pediatria
 
Doenças respiratórias
Doenças respiratóriasDoenças respiratórias
Doenças respiratórias
 
0326 asma - Marion
0326 asma - Marion0326 asma - Marion
0326 asma - Marion
 
03 Afecções Do Sistema Respiratório.pdf
03 Afecções Do Sistema Respiratório.pdf03 Afecções Do Sistema Respiratório.pdf
03 Afecções Do Sistema Respiratório.pdf
 

Último

Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdfManual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdfFidelManuel1
 
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...DL assessoria 31
 
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaUso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaFrente da Saúde
 
88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptxLEANDROSPANHOL1
 
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptxcuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptxMarcosRicardoLeite
 
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptxAPRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptxSESMTPLDF
 
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudávelSaúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudávelVernica931312
 
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptaula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptDaiana Moreira
 
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesTerapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesFrente da Saúde
 

Último (9)

Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdfManual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
 
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
 
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaUso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
 
88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx
 
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptxcuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
 
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptxAPRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
 
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudávelSaúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
 
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptaula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
 
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesTerapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
 

Asma

  • 1. FÁRMACOS USADOS NO TRATAMENTO DA ASMA Farmacologia II B II-ano, Curso de Enfermagem Docente: Nito Sunde Farmacêutico
  • 2. Introdução • Asma é uma enfermidade inflamatória cronica das vias aéreas que evolucionam em forma de episódios recorrentes de obstrução bronquial, intercalado com períodos assintomáticos mas ou menos prolongado. • A asma é uma doença crónica caracterizada por episódios agudos de broncoconstrição que se manifesta por tosse, falta de ar, aperto no peito, roncos e sibilos
  • 3.
  • 4. Resulta de: • Contracção do músculo liso das vias aéreas • Espessamento da mucosa por edema e infiltração celular (inflamação) • Entupimento da luz das vias aéreas por tampões mucosos espessos e viscosos (aumento da produção de muco)
  • 5. • Os ataques estão relacionados com a exposição a alergenos, hiperactividade brônquica por agentes irritantes e inflamação da mucosa • Vários fármacos podem aliviar os sintomas da asma, mas nenhum deles pode curar • Os fármacos mais utilizados são os agonistas dos receptores 2 e os glicocorticoides. Estes fármacos, quando administrados por via sistémica podem provocar efeitos adversos graves
  • 6. Epidemiologia • Afecta 10% da população mundial. • A OMS estima que haja cerca de 350 milhões de pessoas asmáticas em todo o mundo. • Cerca de 250.000 mortes por ano em todo o mundo • A prevalência esta a aumentar em todo o mundo(urbanização) • A mortalidade também esta a aumentar em todo o mundo.
  • 7. Prevalência • Afecta 12% das crianças • 15% dos adultos; • Aparece em qualquer idade, mas seu pico é aos 3 A. • Na infância, os rapazes são acometidos duas vezes mais que as meninas. • Na idade adulta tem a mesma prevalência
  • 8. Etiologia • É multifactorial, sendo o resultado da interacção entre os factores endógenos, factores ambientais e factores desencadeantes, que provocam e mantém a inflamação brônquica e por consequência os sintomas da doença.
  • 9. Etiologia 1. Factores endógenos: • Predisposição genética, • Atopia, • Hiperreactividade das vias aéreas, • Sexo e etnicidade?
  • 10. Atopia • Atopia é o principal fator de risco para a asma; • Os indivíduos não atópicos têm um risco muito baixo de desenvolver asma. • Os pacientes com asma geralmente sofrem de outras doenças atópicas, rinite alérgica em particular, que podem ser encontrados em mais de 80% dos pacientes com asma, e dermatite atópica (eczema).
  • 11. DIAGNÓSTICO DA ASMA • Basicamente pela história clínica • Espirometria • Raiox do tórax, nas exacerbações graves
  • 12. DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS DA ASMA • Doenças obstrutivas principalmente DPOC • Síndromes de hiper ventilação • Ataque de pânico • Disfunção das cordas vocais • Insuficiência cardíaca • Tromboembolismo pulmonar • Corpo estranho/ Tumor • Tosse secundária aos IECAs
  • 13. 2. Factores ambiências: alergenos domiciliares: ácaros, poeiras, animais, baratas, fungos, mofo • Alergenos Externos: pólen, fungos, poeiras; • Sensibilizantes ocupacionais, • fumador passivo; certos alimentos • Infecções respiratórias, obesidade?, infecções virais precoces.
  • 14. 3. Factores desencadeantes : alergenos, • infecções virais do tracto respiratório superior, • exercício físico, ar frio, • medicamentos ( B-bloqueador, asperina), • stress e irritantes (sprays domésticos, vapores de tinta) 4. Factores emocionais
  • 15. Classificação • Asma atópica • Asma intrísica ou não atópica ou idiossincrásica • Asma induzida por drogas • Asma ocupacional
  • 16. Asma intrísica • Em cerca de 10% dos pacientes asmáticos • Tem teste de pele negativo a alérgenos inalantes comuns e normais as concentrações séricas de IgE. • Tem início tardio da asma (adulto), frequentemente têm tb pólipos nasais, e pode ser sensível à aspirina. • Geralmente têm a asma mais grave, persistente. Pouco se sabe sobre o mecanismo
  • 17. Asma por medicamentos • Acomete frequentemente os adultos, • É importante o seu pronto reconhecimento, pois está associada a maior morbilidade • Pode se efectuar a dessensibilização destes doentes
  • 18. Asma ocupacional • Ocorre após exposição a compostos usados em processos industriais. • A bronco constrição pode resultar do trabalho ou exposição a sais metálicos, poeiras de madeira ou vegetal, produtos químicos industriais e plástico, poeiras de animais , entre outros.
  • 19. Classificação do asmático • Intermitente • Persistente leve • Persistente moderado • Persistente grave
  • 20. Classificação do asmático 1. Asma Intermitente: Sintomas menos de uma vez por semana; crises de curta duração (leves); sintomas noturnos esporádicos (não mais do que duas vezes ao mês); provas de função pulmonar normal no período entre as crises. 2. Asma Persistente Leve: Presença de sintomas pelo menos uma vez por semana, porém, menos de uma vez ao dia; presença de sintomas noturnos mais de duas vezes ao mês,porém, menos de uma vez por semana; provas de função pulmonar normal no período entre as crises.
  • 21. Classificação do asmático 3. Asma Persistente Moderada: sintomas diários; as crises podem afetar as atividades diárias e o sono; presença de sintomas noturnos pelo menos uma vez por semana; provas de função pulmonar: pico do fluxo expiratório (PFE) ou volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF) >60% e < 80% do esperado. 4. Asma Persistente Grave: sintomas diários; crises frequentes; sintomas noturnos frequentes; provas de função pulmonar: pico do fluxo expiratório (PFE) ou volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF) > 60% do esperado
  • 22. Intermitente Persistente leve Persistente moderada Persistente grave Sintomas:falta de ar, tosse, pieira < 1 vez/semana >1 vez/semana e <1 vez/dia Diários mas não contínuos Diários contínuos Actividades Em geral normais Falta ocasional ao w ou escola Limitação p grandes esforços Faltas ocasionais ao w Prejudicadas. Algu mas faltas ao w. Sintomas com exercício moderado Limitação diária Falta frequente ao w. Sintomas com exercícios leves Crises* Ocasionais (leves ) Controlados c Brd Sem ida ao sur Pouca frequentes Alguns requerendo corticoides Frequentes. Ida ao sur, uso de corticoi des sistemicos ou internamentos Frequentes-graves Uso de corticoides sistemicos,internament os. Risco vida Sintomas noc turnos** Raros <2 vezes/mes Ocasionais >2 vezes/mes e <1vez/semana Comuns >1 vez/semana Quase diários >2 vezes/semana Broncodilatado p alívio <1vez/semana <2 vezes/semana >2 vezes/semana e <2 vezes/dia >2 vezes/dia PFE ou VEF1 Pré-bd>80% previsto Pré-bd>80% ou previsto Pré-bd entre 60% e 80% previsto Pré-bd<60% previsto
  • 23. Tipos de crise 1. Crise ligeira Apresenta dispnéia à marcha (a andar); Tolera posição de decúbito (posição de quem está deitado); Apresenta um discurso quase normal; consciente; normalmente calmo ; Não apresenta habitualmente tiragem respiratória; A frequência respiratória está habitualmente normal, podendo estar ligeiramente elevada; A frequência cardíaca está habitualmente abaixo dos 100/mi. Apresenta sibilos (ruídos feitos ao respirar que indicam obstrução parcial dos brônquios) moderados.
  • 24. 2. Crise moderada Apresenta dispnéia a falar; Adota a posição de sentado; Fala com frases curtas; Está consciente mas ansioso; Apresenta tiragem respiratória; A frequência respiratória encontra-se elevada; A frequência cardíaca encontra-se entre 100 e 120/min; Apresenta sibilos evidentes;
  • 25. 3. Crise grave Apresenta dispnéia em repouso; Encontra-se inclinado para a frente; Encontra-se ansioso ou até agitado; Apresenta tiragem respiratória; A frequência respiratória é superior a 30/min; A frequência cardíaca é superior a 120/min; Apresenta sibilos muito evidentes;
  • 26. Tipos de crise 4. Crise com paragem respiratória iminente Apresenta-se sonolento ou em estado de confusão; Apresenta bradicardia (diminuição do número normal das contrações cardíacas); Apresenta silêncio respiratório;
  • 27. • *Pacientes com crises pouco frequentes, mas que coloquem a vida em risco, devem ser classificados como portadores de asma persistente grave Ex.; • Com antecedente de asma quase fatal, com necessidade de encubação e ventilação mecânica. • **Despertar nocturno regular com pieira ou tosse é um sintoma grave.
  • 28. COMO DIFERENCIAR ASMA DA DPOC Asma DPOC Início na infância, mas pode haver um grande período assintomático, com reinício após 40 Início após os 40 anos de idade Antecedente da atopia: presentes com frequência Antecedentes de atopia : ausentes ou presentes História familiar de asma ou outras atopias: presente com frequência História familiar de asma ou atopia: ausentes ou presentes História de tabagismo ou exposição prolongada a partículas inaladas: presente ou ausente História de tabagismo ou exposição prolongada apartículas inaladas: presente Desaparecimento dos sintomas com o ratamento adequado Diminuição variável dos sintomas com o tratamento Espirometria normal nas intercrises ou com distúrbio obstrutivo com acentuada reversibilidade Espirometria com distúrbio obstrutivo com pouca ou nenhuma reversibilidade
  • 29. TRATAMENTO DA ASMA BRÔNQUICA • O objectivo do tratamento da asma é obter e manter o controle das manifestações clínicas da doença por períodos prolongados. Isto é : Redução da incapacidade pulmonar e Redução de morbi-mortalidade, para tal é necessário:
  • 30. Para tal é necessário • Alcançar e manter o controle dos sintomas, • Manter a actividade física normal, incluindo a possibilidade de executar exercícios físicos, • Prevenir exacerbações, • Evitar efeitos adversos das medicações • Prevenir a mortalidade por asma.
  • 31. Para atingir estes objectivos são necessários quatro componentes: • Desenvolver a parceria médico/doente • Identificar e reduzir a exposição a factores de risco • Avaliar, tratar e monitorizar a asma • Controlar as crises de asma.
  • 32. • Os doentes com asma moderada a grave devem ser aconselhados a tomar a vacina contra a gripe. • O doente que tem crise com o exercício físico é educado a usar um agonista-B2 inalado de curta duração antes do exercício físico.
  • 33. Tratamento farmacológico • São divididos em duas categorias: Medicação de alívio rápido: Agonistas beta adrenérgicos ( salbutamol) Metilxantinas (aminofilina), e Anticolinérgicos( brometo de ipatrópium).
  • 34. Tratamento farmacológico Medicação que previne ou reverte a inflamação(controle a longo prazo): Glicocorticoides, Inibidores e antagonistas dos receptores dos leucotrienos (montelukast and zafirlukast)e Agentes estabilizantes do mastócito(cromoglicato de sódio)
  • 35. Terapia Anti-IgE • Omalizumab é um anticorpo que neutraliza e bloqueio IgE circulante,e portanto, inibe a reações mediadas por IgE. • Este tratamento tem mostrado que reduz o número de exacerbações em pacientes com asma grave e pode melhorar o controle da asma. caro
  • 36. Imunoterapia • Imunoterapia específica utilizando extratos injetados de pólen ou ácaros da poeira doméstica não tem sido muito eficaz no controle da asma e pode causar anafilaxia. • Não é recomendado na maioria das diretrizes de tratamento de asma por causa da falta de evidência de eficácia clínica
  • 37. Perguntas • O que é a asma? • O que desencadeia a exacerbação asmática (crise asmática)? • Como tratar a asma? • TPC. Efeitos colaterais da medicação utilizada
  • 38. Bibliografia • Harrison , princípios de medicina, 1° volume; • Up to date; • Manual para tratamento e prevenção da asma “Global Initiative for asthma”.