O documento discute:
1) A asma como uma doença inflamatória crônica das vias aéreas caracterizada por episódios de obstrução bronquial;
2) Os principais fatores que desencadeiam crises asmáticas como alergenos, infecções virais e exercício físico;
3) Os principais medicamentos usados no tratamento da asma, incluindo broncodilatadores e corticoides.
2. Introdução
• Asma é uma enfermidade inflamatória cronica das vias aéreas que evolucionam em
forma de episódios recorrentes de obstrução bronquial, intercalado com períodos
assintomáticos mas ou menos prolongado.
• A asma é uma doença crónica caracterizada por episódios agudos de
broncoconstrição que se manifesta por tosse, falta de ar, aperto no peito, roncos e
sibilos
3.
4. Resulta de:
• Contracção do músculo liso das vias aéreas
• Espessamento da mucosa por edema e infiltração celular
(inflamação)
• Entupimento da luz das vias aéreas por tampões mucosos
espessos e viscosos (aumento da produção de muco)
5. • Os ataques estão relacionados com a exposição a alergenos, hiperactividade
brônquica por agentes irritantes e inflamação da mucosa
• Vários fármacos podem aliviar os sintomas da asma, mas nenhum deles pode
curar
• Os fármacos mais utilizados são os agonistas dos receptores 2 e os
glicocorticoides. Estes fármacos, quando administrados por via sistémica podem
provocar efeitos adversos graves
6. Epidemiologia
• Afecta 10% da população mundial.
• A OMS estima que haja cerca de 350 milhões de pessoas asmáticas em todo o
mundo.
• Cerca de 250.000 mortes por ano em todo o mundo
• A prevalência esta a aumentar em todo o mundo(urbanização)
• A mortalidade também esta a aumentar em todo o mundo.
7. Prevalência
• Afecta 12% das crianças
• 15% dos adultos;
• Aparece em qualquer idade, mas seu pico é aos 3 A.
• Na infância, os rapazes são acometidos duas vezes mais que as
meninas.
• Na idade adulta tem a mesma prevalência
8. Etiologia
• É multifactorial, sendo o resultado da interacção entre os factores
endógenos, factores ambientais e factores desencadeantes, que
provocam e mantém a inflamação brônquica e por consequência os
sintomas da doença.
10. Atopia
• Atopia é o principal fator de risco para a asma;
• Os indivíduos não atópicos têm um risco muito baixo de desenvolver asma.
• Os pacientes com asma geralmente sofrem de outras doenças atópicas,
rinite alérgica em particular, que podem ser encontrados em mais de 80%
dos pacientes com asma, e dermatite atópica (eczema).
11. DIAGNÓSTICO DA ASMA
• Basicamente pela história clínica
• Espirometria
• Raiox do tórax, nas exacerbações graves
12. DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS DA ASMA
• Doenças obstrutivas principalmente DPOC
• Síndromes de hiper ventilação
• Ataque de pânico
• Disfunção das cordas vocais
• Insuficiência cardíaca
• Tromboembolismo pulmonar
• Corpo estranho/ Tumor
• Tosse secundária aos IECAs
14. 3. Factores desencadeantes :
alergenos,
• infecções virais do tracto respiratório superior,
• exercício físico, ar frio,
• medicamentos ( B-bloqueador, asperina),
• stress e irritantes (sprays domésticos, vapores de tinta)
4. Factores emocionais
15. Classificação
• Asma atópica
• Asma intrísica ou não atópica ou idiossincrásica
• Asma induzida por drogas
• Asma ocupacional
16. Asma intrísica
• Em cerca de 10% dos pacientes asmáticos
• Tem teste de pele negativo a alérgenos inalantes comuns e normais as concentrações
séricas de IgE.
• Tem início tardio da asma (adulto), frequentemente têm tb pólipos nasais, e pode ser
sensível à aspirina.
• Geralmente têm a asma mais grave, persistente. Pouco se sabe sobre o mecanismo
17. Asma por medicamentos
• Acomete frequentemente os adultos,
• É importante o seu pronto reconhecimento, pois está associada a
maior morbilidade
• Pode se efectuar a dessensibilização destes doentes
18. Asma ocupacional
• Ocorre após exposição a compostos usados em processos industriais.
• A bronco constrição pode resultar do trabalho ou exposição a sais
metálicos, poeiras de madeira ou vegetal, produtos químicos industriais
e plástico, poeiras de animais , entre outros.
20. Classificação do asmático
1. Asma Intermitente:
Sintomas menos de uma vez por semana; crises de curta duração (leves); sintomas noturnos
esporádicos (não mais do que duas vezes ao mês); provas de função pulmonar normal no
período entre as crises.
2. Asma Persistente Leve:
Presença de sintomas pelo menos uma vez por semana, porém, menos de uma vez ao dia;
presença de sintomas noturnos mais de duas vezes ao mês,porém, menos de uma vez por
semana; provas de função pulmonar normal no período entre as crises.
21. Classificação do asmático
3. Asma Persistente Moderada:
sintomas diários; as crises podem afetar as atividades diárias e o sono; presença de sintomas noturnos pelo menos
uma vez por semana; provas de função pulmonar: pico do fluxo expiratório (PFE) ou volume expiratório forçado
no primeiro segundo (VEF) >60% e <
80% do esperado.
4. Asma Persistente Grave:
sintomas diários; crises frequentes; sintomas noturnos frequentes; provas de função pulmonar: pico do fluxo
expiratório (PFE) ou volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF) > 60% do esperado
22. Intermitente Persistente leve Persistente
moderada
Persistente grave
Sintomas:falta de
ar, tosse, pieira
< 1 vez/semana >1 vez/semana e
<1 vez/dia
Diários mas
não contínuos
Diários contínuos
Actividades Em geral normais
Falta ocasional ao w
ou escola
Limitação p grandes
esforços Faltas
ocasionais ao w
Prejudicadas. Algu
mas faltas ao w.
Sintomas com
exercício moderado
Limitação diária
Falta frequente ao w.
Sintomas com
exercícios leves
Crises* Ocasionais (leves )
Controlados c Brd
Sem ida ao sur
Pouca frequentes
Alguns requerendo
corticoides
Frequentes. Ida ao sur,
uso de corticoi des
sistemicos ou
internamentos
Frequentes-graves
Uso de corticoides
sistemicos,internament
os. Risco vida
Sintomas noc
turnos**
Raros
<2 vezes/mes
Ocasionais
>2 vezes/mes e
<1vez/semana
Comuns
>1 vez/semana
Quase diários
>2 vezes/semana
Broncodilatado
p alívio
<1vez/semana <2 vezes/semana >2 vezes/semana e <2
vezes/dia
>2 vezes/dia
PFE ou VEF1 Pré-bd>80% previsto Pré-bd>80% ou
previsto
Pré-bd entre 60% e
80% previsto
Pré-bd<60% previsto
23. Tipos de crise
1. Crise ligeira
Apresenta dispnéia à marcha (a andar);
Tolera posição de decúbito (posição de quem está deitado);
Apresenta um discurso quase normal; consciente; normalmente calmo ;
Não apresenta habitualmente tiragem respiratória;
A frequência respiratória está habitualmente normal, podendo estar ligeiramente
elevada;
A frequência cardíaca está habitualmente abaixo dos 100/mi.
Apresenta sibilos (ruídos feitos ao respirar que indicam obstrução parcial dos
brônquios) moderados.
24. 2. Crise moderada
Apresenta dispnéia a falar;
Adota a posição de sentado;
Fala com frases curtas;
Está consciente mas ansioso;
Apresenta tiragem respiratória;
A frequência respiratória encontra-se elevada;
A frequência cardíaca encontra-se entre 100 e 120/min;
Apresenta sibilos evidentes;
25. 3. Crise grave
Apresenta dispnéia em repouso;
Encontra-se inclinado para a frente;
Encontra-se ansioso ou até agitado;
Apresenta tiragem respiratória;
A frequência respiratória é superior a 30/min;
A frequência cardíaca é superior a 120/min;
Apresenta sibilos muito evidentes;
26. Tipos de crise
4. Crise com paragem respiratória iminente
Apresenta-se sonolento ou em estado de confusão;
Apresenta bradicardia (diminuição do número normal das contrações cardíacas);
Apresenta silêncio respiratório;
27. • *Pacientes com crises pouco frequentes, mas que coloquem a vida em risco,
devem ser classificados como portadores de asma persistente grave Ex.;
• Com antecedente de asma quase fatal, com necessidade de encubação e
ventilação mecânica.
• **Despertar nocturno regular com pieira ou tosse é um sintoma grave.
28. COMO DIFERENCIAR ASMA DA DPOC
Asma DPOC
Início na infância, mas pode haver um grande período
assintomático, com reinício após 40
Início após os 40 anos de idade
Antecedente da atopia: presentes com frequência Antecedentes de atopia : ausentes ou presentes
História familiar de asma ou outras atopias: presente com
frequência
História familiar de asma ou atopia: ausentes ou presentes
História de tabagismo ou exposição prolongada a partículas
inaladas: presente ou ausente
História de tabagismo ou exposição prolongada apartículas
inaladas: presente
Desaparecimento dos sintomas com o ratamento adequado Diminuição variável dos sintomas com o tratamento
Espirometria normal nas intercrises ou com distúrbio
obstrutivo com acentuada reversibilidade
Espirometria com distúrbio obstrutivo com pouca ou
nenhuma reversibilidade
29. TRATAMENTO DA ASMA BRÔNQUICA
• O objectivo do tratamento da asma é obter e manter o controle das
manifestações clínicas da doença por períodos prolongados.
Isto é :
Redução da incapacidade pulmonar e
Redução de morbi-mortalidade, para tal é necessário:
30. Para tal é necessário
• Alcançar e manter o controle dos sintomas,
• Manter a actividade física normal, incluindo a possibilidade de executar exercícios
físicos,
• Prevenir exacerbações,
• Evitar efeitos adversos das medicações
• Prevenir a mortalidade por asma.
31. Para atingir estes objectivos são necessários
quatro componentes:
• Desenvolver a parceria médico/doente
• Identificar e reduzir a exposição a factores de risco
• Avaliar, tratar e monitorizar a asma
• Controlar as crises de asma.
32. • Os doentes com asma moderada a grave devem ser aconselhados a
tomar a vacina contra a gripe.
• O doente que tem crise com o exercício físico é educado a usar um
agonista-B2 inalado de curta duração antes do exercício físico.
33. Tratamento farmacológico
• São divididos em duas categorias:
Medicação de alívio rápido:
Agonistas beta adrenérgicos ( salbutamol)
Metilxantinas (aminofilina), e
Anticolinérgicos( brometo de ipatrópium).
34. Tratamento farmacológico
Medicação que previne ou reverte a inflamação(controle a longo
prazo):
Glicocorticoides,
Inibidores e antagonistas dos receptores dos leucotrienos
(montelukast and zafirlukast)e
Agentes estabilizantes do mastócito(cromoglicato de sódio)
35. Terapia Anti-IgE
• Omalizumab é um anticorpo que neutraliza e bloqueio IgE circulante,e
portanto, inibe a reações mediadas por IgE.
• Este tratamento tem mostrado que reduz o número de exacerbações
em pacientes com asma grave e pode melhorar o controle da asma.
caro
36. Imunoterapia
• Imunoterapia específica utilizando extratos injetados de pólen ou
ácaros da poeira doméstica não tem sido muito eficaz no controle da
asma e pode causar anafilaxia.
• Não é recomendado na maioria das diretrizes de tratamento de asma
por causa da falta de evidência de eficácia clínica
37. Perguntas
• O que é a asma?
• O que desencadeia a exacerbação asmática (crise asmática)?
• Como tratar a asma?
• TPC. Efeitos colaterais da medicação utilizada
38. Bibliografia
• Harrison , princípios de medicina, 1° volume;
• Up to date;
• Manual para tratamento e prevenção da asma “Global Initiative
for asthma”.