O documento discute o absenteísmo no trabalho, definindo o termo e classificando seus tipos. Apresenta objetivos de um projeto piloto para controlar o absenteísmo médico e discute causas que não são médicas, como o clima organizacional. Também aborda a importância da qualidade de vida no trabalho para reduzir o absenteísmo.

1. Rio de Janeiro, 11/05/2016

2.  De acordo com Ferreira (1999) a palavra “absenteísmo” é originária do
francês (absentéisme) e significa falta de assiduidade ao trabalho ou a
outras obrigações sociais. Inicialmente a palavra “absentismo” era utilizada
para designar os proprietários rurais que abandonavam o campo para viver
na cidade. No período da revolução industrial, este termo passou a ser
aplicado aos trabalhadores que faltavam ao serviço (ROCHA, 1981).
 Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), (1991)
absenteísmo é considerado como “o período de ausência laboral que se
aceita como atribuível a uma incapacidade do indivíduo, exceção feita para
aquela derivada de gravidez normal ou prisão”.

3. OBJETIVOS DO TRABALHO:
OBJETIVOS DO TRABALHO::
1. Apresentar todos os fatores relacionados ao absenteísmo mostrando a
importância do mapeamento deles internamente na empresa para que se
possam programar ações corretivas eficazes na redução e controle das
causas com ele relacionadas
2. Iniciar um projeto piloto de controle de absenteísmo de causa médica a
partir de Julho de 2015 na regional RJ com previsão de término da
primeira etapa do estudo em Dezembro do corrente ano. Após registro
desses dados e sua análise, iniciar no próximo ano ações corretivas.
3. Manter seguimento do registro de dados mensalmente com estreita
observação de novas variantes que possam surgir durante a
monitorização dos atestados médicos

4. CONSIDERAÇÕES GERAIS::
 Absenteísmo tem uma etiologia multifatorial. Mostrando que existem faltas ao trabalho de
causa não médica que devem ser conhecidas para que ocorra a correção adequada do
problema .
 São os seguintes custos para empresa associados com o absenteísmo:
1. perda de produtividade do trabalhador ausente
2. horas extraordinárias para outros empregados
3. diminuição da produtividade total dos empregados
4. custos incorridos para garantir ajuda temporária
5. possível perda de negócios ou clientes insatisfeitos
6. ações regressivas da Previdência Social quando o afastamento for por doença
ocupacional ou acidente de trabalho –conforme art 120 e 121 da lei 8213/91
 Perdas para os trabalhadores: de benefícios oferecidos pela empresa (caso ele seja
afastado para Previdência social),atraso no tempo da aposentadoria (afastamentos para
Previdência Social),sobrecarga para os companheiros de trabalho, férias proporcionais as
faltas apresentadas durante o ano, perda de bônus salarial por não cumprimento de meta..

5. CLASSIFICAÇÃO DO ABSENTEÍSMO::
 Quick; Lapertosa (1982) classificam o absenteísmo em voluntário, compulsório, legal,
por patologia profissional e por doença, que serão descritas a seguir:
1. Absenteísmo voluntário: refere-se à ausência do funcionário por motivos
particulares não justificados por doença e sem amparo legal.
2. Absenteísmo compulsório: corresponde à ausência ao trabalho mesmo que
o trabalhador não deseje (por suspensão, por prisão ou outro motivo que o
impeça de chegar ao trabalho).
3. Absenteísmo legal: envolve as faltas ao serviço amparado por lei ou também
chamado de faltas justificadas como: licença maternidade e paternidade,
morte, doação de sangue, serviço militar entre outras.
4. Absenteísmo por patologia profissional: diz respeito às faltas por doenças
profissionais ou ausências por acidentes de trabalho.
5. Absenteísmo por doença: são consideradas aqui, todas as ausências por
doença ou procedimento médico.

6. CLASSIFICAÇÃO DO ABSENTEÍSMO::
 Culp (1992), considera que o absenteísmo pode ser classificado em dois tipos:
1. causas intrínsecas ao trabalho ou controláveis que refletem na satisfação do trabalhador
2. causas extrínsecas ao trabalho ou não controláveis, decorrentes de fatores ambientais e
as causas de personalidade.

7. CAUSAS QUE NÃO SÃO MÉDICAS E QUE LEVAM AO ABSENTEÍSMO:
ESTILO DE LIDERANÇA (EIXO HORIZONTAL) X CLIMA ORGANIZACIONAL (EIXO VERTICAL)
0%
20%
40%
60%
80%
100%
AUTORITARIO DEMOCRATICO LIBERAL
25%
11% 0%
75%
81%
67%
0% 8%
33%
ÓTIMO
BOM
RUIM

8. CAUSAS QUE NÃO SÃO MÉDICAS E QUE ABSENTEÍSMO:
ABSENTEÍSMO POR DOENÇA (EIXO VERTICAL) X CLIMA ORGANIZACIONAL (EIXO
HORIZONTAL)
0%
20%
40%
60%
80%
100%
RUIM BOM ÓTIMO
40%
56%
80%
60% 42%
20%
0% 3% 0%
2 VEZES
1 VEZ
NENHUMA

9. CAUSAS QUE NÃO SÃO MÉDICAS E QUE LEVAM AO ABSENTEÍSMO:
CONSEQUÊNCIAS DO CLIMA ORGANIZACIONAL
FAVORÁVEIS
1. Comprometimento
2. Eficácia
3. Motivação
4. Interesse
5. Alto Desempenho
6. Qualidade de Produtos e Serviços
7. Entusiasmo.
DESFAVORÁVEIS
1. Rotatividade
2. Absenteísmo
3. Queda de Produtividade
4. Desperdícios
5. Desinteresse
6. Desmotivação
7. Greves
8. Sabotagem.

10. LIMITES DO ABSENTEÍSMO:
Fonte: Instituto Nacional de Seguridade
Social

11. IMPACTO FINANCEIRO SOBRE OS TRABALHADORES, SOBRE A EMPRESA E A
SOCIEDADE

13. Criar uma rotina de entrega dos atestados e divulgá-la na
empresa
Elaborar planilhas controles que façam gerenciamento dos dados
estatísticos imputados
Analisar os CID’s dos atestados médicos recebidos para
adoção de ações preventivas

14. Aplicar fórmulas para mensurar o impacto do absenteísmo
sobre a empresa
Analisar os indicadores de saúde da população assistida para
poder fazer uma prospecção de adoecimento dessa população

15. Atestado deve ser entregue no
serviço médico da empresa
em 48 horas a partir da data
de sua emissão
Os únicos profissionais
habilitados para emitir
atestado: médicos e dentistas
Atestados médicos com CID
Assinatura e carimbo do
médico legível no atestado,
assim como o
nome completo do paciente
Atestados com mais de 5 dias
de abono- os funcionários
devem comparecer ao serviço
médico da empresa .
Essa rotina deve fazer parte da política da empresa e precisa ser apresentadas na integração de novos
colaboradores, junto com os objetivos principais da prestação de serviço da área de Medicina Ocupacional.

16. As taxas utilizadas para estatística mensal são:
 TAXA DE FREQÜÊNCIA:
número de licenças no período / número de empregados no mesmo período por
período compreende-se um mês ou um ano, etc....
pode ser calculada para : todas as licenças (separar em grupos até 15 dias mais de 15
dias), acidentes do trabalho, doenças ocupacionais.
 TAXA DE DURAÇÃO OU DE GRAVIDADE:
número de dias perdidos por licenças no período / número médio de empregados no
mesmo período, por período compreende-se um mês ou um ano,etc....
pode ser calculada para : todas as licenças (separar em grupos até 15 dias , mais de
15 dias), acidentes do trabalho,doenças ocupacionais.
 PROPORÇÃO DE TEMPO PERDIDO:
número de dias de trabalho perdidos por licenças no período / número de dias
programados de trabalho no mesmo período,por período compreende-se um mês ou
um ano,etc....
pode ser calculada para : todas as licenças (separar em grupos até 15 dias , mais de
15 dias), acidentes do trabalho,doenças ocupacionais.

17. RECURSO QUE REDUZ O
ABSENTEÍSMO
IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA DE
QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

18. PROGRAMA DE QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO :
 Reduz o estresse
 Melhora a motivação das pessoas
 Os funcionários se sentem acolhidos e prestigiados
 Estimula a adoção de um estilo de vida saudável
 Integração dos funcionários uns com os outros
 Faz com que o clima organizacional da empresa seja mais
agradável

19. AÇÕES DE QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO :
 Palestras educativas
 Criação de folders informativos de prevenção de doenças
 Artigos médicos sucintos mensais na intranet
 Estimula a adoção de um estilo de vida saudável: estímulo a
prática esportiva: uso das dependências da academia, fazer
um clube de corrida na praia ou voley
 Cartazes educativos espalhados em setores de grande
circulação na empresa
 Estímulo ao controle de peso e educação alimentar
 Campanhas sobre temas médicos em parceria com o posto
de saúde: vacinação , controle da PA e medição do açúcar
“in company”
 Motivar a procura do especialista de forma precoce nos
casos sintomáticos sem diagnóstico

20. AÇÕES PARA DIMINUIÇÃO DE ABSENTEÍSMO QUE NÃO TEM ETIOLOGIA
MÉDICA
 Analisar a organização do trabalho e identificar pontos que precisam ser corrigidos
 Ouvir o cliente interno na sugestão de melhorias do processo
 Melhorar o nível de conhecimento técnico e engajamento do trabalhador
 Conscientizar as pessoas de sua parcela de responsabilidade
 Na medida do possível investir em novos recursos técnicos que melhore as condições
de trabalho
 Aprimorar e desenvolver conceitos modernos de gestão de pessoas
 Aumentar a comunicação entre as áreas de trabalho para que ocorra sinergismo de
ações integradas e complementares
 Diminuir a sobrecarga de trabalho por meio do processo de parceria
 Evitar na medida do possível a multifuncionalidade e os desvios de função
 Prepara melhor as lideranças para gerirem pessoas
 Número de funcionários deve ser compatível com a demanda solicitada
 Serviço médico e Segurança do Trabalho pró-ativos, fazendo antecipação de risco no
local de trabalho com foco em prevenção
 Ergonomia adequada para realização do trabalho

21. PRESUPOSTOS INICIAIS:
 O controle do absenteísmo extrapola o sentido de vigilância rigorosa que o serviço
médico deve ter sobre os atestados que são apresentados. A correção definitiva deste
desvio exige um trabalho de parceria de diversos setores da empresa, com
comprometimento da alta direção, e por meio do sinergismo de ações integradas e
complementares, passa a ser em última instância responsabilidade de todos
 A empresa não pode ficar insensível aos problemas gerados pelo absenteísmo
 A identificação das não conformidades que levam ao absenteísmo devem provocar
ações corretivas que visem a melhora da qualidade de vida no trabalho