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O LÚDICO NA ALFABETIZAÇÃO DOS DISLÉXÍCOS
OLIVEIRA, Mônica de Souza1
BONETTI, Carolina Peixoto Gontijo de Oliveira2
PEREIRA, Cássia Regina Dias3
RESUMO: O artigo faz parte de uma pesquisa bibliográfica, tem como objeto de
estudo a contribuição dos recursos lúdicos na alfabetização dos indivíduos que
possuem dislexia, na faixa etária da alfabetização infantil. Autores como Davis &
Braun (2004), e Snowling & Stackhouse (2004) abordam a dislexia de uma maneira
diferenciada, por esta razão foram selecionados para estudo. Os autores das obras
oferecem um amplo embasamento teórico, atribuindo um leque de possibilidades de
intervenções metodológicas que podem ser utilizados no planejamento de atividades
lúdicas a serem desenvolvidas com crianças que apresentam a dislexia. Grandes
nomes da psicologia, tais como Vygotsky, Piaget, Emília Ferrero entre outros,
abordam tamanha importância do uso de recursos lúdicos para o desenvolvimento
integral dos indivíduos sem nenhuma distinção. A metodologia lúdica oferece
diversos instrumentos para o desenvolvimento de atividades pedagógicas que
podem ajudar no trabalho de alfabetização das crianças que apresentas a dislexia.
Os recursos lúdicos quando bem utilizados favorecem a aprendizagem em todas as
áreas do conhecimento.
Palavras-chave: Aprendizagem, Dislexia, Recursos Lúdicos.
INTRODUÇÃO
A bibliografia sobre educação, tanto a estrangeira quanto a brasileira,
dedicam estudos sobre a aprendizagem de crianças que possuem algum distúrbio
que reflete diretamente em sua aprendizagem e em seu desenvolvimento pisco,
1Acadêmica bolsista do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência, estudante do curso
de Pedagogia na Universidade Estadual do Paraná – UNESPAR Campus de Paranavaí. E-mail:
monicadesouzaoliveira79@gmail.com.
2Graduada em Pedagogia , Mestranda em Ensino pela UNESPAR Campus Paranavaí. Atualmente é
supervisora do PIBID e docente das séries iniciais do Ensino Fundamental na Rede Municipal de
Ensino de Paranavaí. E-mail: carolina_p_gontijo@hotmail.com.
3 Professora doutora vinculada ao Colegiado de Pedagogia da UNESPAR campus de Paranavaí,
Coordenadora do subprojeto PIBID/CAPES/Pedagogia. E-mail
cassiareginadiaspereira@yahoo.com.br
intelectual e social. Esta pesquisa aborda a dislexia, não como um problema, mas
como uma questão diferenciada de aprendizagem.
Ter dislexia não faz de cada disléxico um gênio, mas é bom para a
autoestima de todos os disléxicos saberem que suas mentes
funcionam exatamente do mesmo modo que as mentes de grades
gênios. Também é importante saberem que o fato de terem um
problema com leitura, escrita, ortografia ou matemática não significa
que sejam burros ou idiotas. A mesma função mental que produz um
gênio pode também produzir esses problemas (DAVIS, 2004, p.31).
A dislexia como transtorno é geralmente abordada/relacionada como um
problema por interferir na escrita, na leitura e na ortografia da criança. A mesma
recebe a informação e não consegue processá-la da forma como o professor
espera. Ocorrem trocas de letras e palavras, esse sendo apenas um aspecto da
dislexia e não ela em si. Para quebrar esse paradigma que enxerga a dislexia
apenas como um transtorno e passar a vê-la como outro olhar é necessário um
estudo aprofundado e uma compreensão da mesma como algo que faz parte da
pessoa, que não pode ser tirada e sim que deve ser trabalhada para que não seja
um problema para o futuro do indivíduo, mas que seja uma peculiaridade que irá
fazer a diferença. A função mental que causa a dislexia é um dom, no mais
verdadeiro sentido da palavra: uma habilidade natural, um talento. É alguma coisa
especial que engrandece o indivíduo (DAVIS, 2004, p.31).
O fato de a pessoa ter problemas com a escrita, com a leitura, com a
ortografia ou outra coisa, não faz dela uma pessoa com menos potencial do um
sujeito que não apresenta nenhuma dessas peculiaridades, faz dela um alguém
singular, com os aspectos que não a diminuem, mas que aumentam sua
potencialidade.
Muitos dos grandes nomes que nossa história possui eram disléxicos, e
essa peculiaridade apenas centralizou e aumentou a singularidade de cada um em
determinadas áreas com as quais possuíam mais afinidade: na área da
invenção/cientistas temos Albert Einstein, Charles Darwin; artistas/escritores temos
Leonardo da Vinci, Agatha Christine; músicos/atores/diretores temos John Lennon,
Tom Cruise; empresários/esportistas temos Henry Ford, Jackie Stewart entre muitos
outros nomes em outras diversas áreas. Essa peculiaridade os tornou melhores no
que faziam, como já foi dito. A presença da dislexia não diminuiu as potencialidades
de cada um, e sim fizeram deles seres excepcionais.
Neste trabalho, pretenderemos explanar o tema dislexia com os seguintes
objetivos: compreender o distúrbio chamado dislexia como um dom; traçar um
panorama dos sinais da existência da dislexia em crianças; destacar as
consequências da falta de acompanhamento correto da dislexia, no processo de
alfabetização; e por fim apontar estratégias lúdicas de alfabetização de crianças dos
anos iniciais do ensino fundamental.
1 DISLEXIA: DE UM MERO TRANSTORNO PARA UM INCRÍVEL
DOM
A dislexia seria melhor trabalhada se fosse deixado de lado o olhar taxativo
de “transtorno” e passasse a ser vista como algo que torna a pessoa um ser
excepcional, pois a criança mesmo com esse “probleminha” é capaz de realizar
coisas como qualquer outro. Essas crianças possuem inteligência adequada para
suas idades, porém não conseguem se expressar na fala ou na escrita, cada
indivíduo apresenta sua singularidade. Com a presença da dislexia, as
manifestações nunca são iguais de uma criança para outra.
A dislexia não afeta todos os indivíduos da mesma forma, em cada um as
manifestações ocorrem de forma diferente, e é a partir disso que nascem os mais
diversos nomes que nós nem imaginávamos que possuíam algum tipo de transtorno,
cada um deles focaram nas áreas das quais tinham mais afinidade, por exemplo,
para Albert Einstein foi no mundo da física e já para Walt Disney foi no mundo das
artes e para tantos outros foram no esporte, na literatura, na música e assim por
diante.
Davis (2004) em seu livro “O Dom da Dislexia”, acredita que por mais que a
dislexia não afete todas as pessoas da mesma forma, os indivíduos apresentam
oito características em comum que podemos chamá-las de habilidades, as quais
que se forem reprimidas, anuladas e/ou até mesmo destruídas, a dislexia vai se
tornar somente um transtorno e não poderá ser considerado um dom. Para o autor
essas características são: os disléxicos são capazes de utilizar seu dom mental
para alterar ou criar percepções; eles são altamente conscientes do meio
ambiente; possuem mais curiosidade do que a média; pensam principalmente em
imagens ao invés de palavras; são altamente instintivos e capazes de muitos
insights; eles pensam e percebem de forma multidimensional (conseguem utilizar
todos os sentidos); eles têm a capacidade de vivenciar o pensamento como
realidade; são incrivelmente capazes de criar imagens muito vívidas.
Para exemplificar o acima exposto, se faz necessário relembrarmos o aporte
teórico citado na introdução deste, em que são apontados vários intelectuais, e
esses estudiosos desenvolveram, em períodos históricos diferentes, habilidade em
diversas áreas como musica, artes cênicas, literatura, física, biologia, esportes e
indústria automotiva.
Essa peculiaridade deles os tornou o melhor no que faziam, como já foi dito.
A presença da dislexia não diminuiu as potencialidades de cada um, fizeram deles
seres excepcionais. Nas leituras e embasamento teórico recorremos a Ronald D.
DAVIS (1941-vivo atualmente), pois ele, além de ter autismo, também tem dislexia, e
somente aos 19 anos aprendeu a falar, e depois desenvolveu a escrita. Após isso,
buscou ajudar as pessoas que também possui dislexia, buscou métodos e formas
que ajudam no desenvolvimento saudável de cada indivíduo. Ele venceu a dislexia
e o fato de talvez ser incapaz.
Quando criança, eu tinha um problema chamado autismo. É como
uma superdislexia, só que com desorientações mais severas
desencadeadas por estímulos auditivos. Aos 12 anos, eu ainda não
havia aprendido o alfabeto. Até mesmo a “Cantiga do Alfabeto” não
era capaz de me fazer passar da letra G (...) Ao olhar para as letras,
eu jamais consegui que se mantivessem em sua posição correta.
Elas pareciam sempre estar de cabeça para baixo ou se invertendo
em imagens espelhadas ou aparecendo num lugar diferente (DAVIS,
2004, p.92).
É natural do ser humano se abater por algo que não pode vir a acontecer,
ou desanimar por conta de achar não ser capaz para realizar tal atividade. Sem
duvidas Ronald Davis passou por isso, porem ele não desistiu, foi além do que os
outros julgaram que iria. Então nada melhor falar da dislexia com um olhar de quem
agarrou os pontos negativos desse transtorno e os transformaram em escadaria
para chegar ao seu objetivo.
1.1 DISLEXIA, O QUE É?
Durante muito tempo o termo dislexia foi utilizado para designar vários
problemas de aprendizagem, e após um tempo, já com o objetivo de se obter
entendimento sólido desses distúrbios eles começaram a ser classificados e
subdivididos.
Na visão de senso comum uma pessoa ter dislexia significa ser boa em
criatividade e em muitas coisas, exceto na leitura a e na escrita.
A palavra DISLEXIA significa DIS – distúrbio e LEXIA- do latim,
leitura; e do grego, linguagem. Portanto, a dislexia além de ser uma
dificuldade específica na leitura e escrita, é uma dificuldade intrigante
do processo de aprendizado, que pode ser considerada um desafio
social, sendo que o conhecimento e esclarecimento sobre a mesma
podem propor uma revolução na educação, na escola e na prática
docente de muitos professores (POLESE ET AL, 2011, p.4).
Cientificamente em sua definição, a dislexia vai muito além do fato de ter
dificuldade na leitura e na escrita, no desmembramento das palavras e do
embaralhamento das letras e/ou sua distorção. A dislexia é um distúrbio genético e
neurobiológico que ocasiona uma desordem no caminho das informações recebidas.
O individuo ao perceber a informação pode até, em nível visual ter uma concepção
correta, porem essas informações ao serem encaminhadas e recebidas pelos seus
neurônios as mesmas chegam distorcidas.
1.2 COMO IDENTIFICAR A DISLEXIA?
Para se identificar algum tipo de transtorno não é de uma hora para outra,
vários fatores devem ser levados em consideração, se existe algum retardo mental,
desgaste emocional, a relação familiar, o histórico escolar, a vida da pessoa e a
relação consigo mesmo. Se esses aspectos estiverem do lado negativo, talvez seja
isso. Em sua maioria a dislexia descende do histórico familiar, mesmo que ainda,
cientificamente não haja estudos que comprovem que a mesma seja hereditária.
Os geneticistas do comportamento têm mostrado que há até 50% de
probabilidade de um menino se tornar disléxico se seu pai for
disléxico (cerca de 40% se sua mãe for afetada); a probabilidade de
uma menina desenvolver dislexia é um pouco menor (SNOWLING;
STACKHOUSE ET AL, 2004, p.13).
Mas isso não quer dizer que é certeza que irá afetar a criança, e devemos
sempre ter em mente que a dislexia afeta cada indivíduo de uma forma em singular.
A dislexia, de acordo com seu tipo, ainda sugere outras possíveis
dificuldades nos processos de construção do objeto escrito:
dificuldades fonológicas, dificuldades de percepção auditiva e de
processamento auditivo, dificuldades visuais e de processamento
visual, dificuldades de coordenação motora, dificuldades de memória
verbal de curto prazo (memória de fixação), dificuldades de
sequencialização (ordem temporal) (POLESE et al,, 2011, p.7).
Quando o caso é aquele em que a criança não provém de um histórico
familiar que tenha apresentado indivíduos com o transtorno, alguns aspectos podem
ser observados, tais como: a dificuldade na leitura, na escrita, em seu
desenvolvimento, em sua pronuncia e em seus reflexos, também pode ser
descoberta por meio de testes de desempenho.
2. A DISLEXIA E SUAS INFERÊNCIAS
A criança passa por muitas fases até chegar em seu amadurecimento. Durante
cada uma delas os fatores físicos e ambientais podem contribuir de forma positiva
ou negativa para o desenvolvimento cognitivo e a aprendizagem do individuo.
A criança passa por várias etapas na aquisição da linguagem. O
significado das palavras e a formação da consciência vão se dando
conforme a criança avança em idade e é estimulado de diferentes
formas, o que será importante para que mais tarde aconteça a
formação de novos e mais complexos conceitos. Ter o conhecimento
de tudo isso, implica também em ter discernimento pedagógico de
que a dislexia, mesmo sendo uma dificuldade, permite a
aprendizagem, assim como todas as crianças especiais e ‘normais’,
os disléxicos são aprendizes em potencial. O disléxico não deve ser
visto como um doente ou paciente, mas sim como um indivíduo
saudável que apresenta dificuldades na área da linguagem e
necessita de ajuda e tratamento diferenciado no período escolar para
que possa atingir os objetivos propostos para cada fase, respeitando
suas limitações” (POLESE ET AL,, 2011, p.7).
Qualquer ser humano ao tentar concretizar algo e falhar se frustra mesmo
este sabendo que deve se manter em pé e ser forte, imagine agora como fica a
cabeça de uma criança, que faz várias tentativas e não consegue êxito igual aos
demais colegas de seu grupo.
Segundo Davis (2004) quando os primeiros sinais da dislexia começam a
aparecer a criança disléxica começa a se sentir frustrada, isso lá por seus nove anos
de idade, começa a procurar soluções por conta própria e isso acaba transformando
uma dificuldade de leitura em um transtorno de aprendizagem, pois aliviam a
frustação temporariamente e mascara o real problema. O que infelizmente a criança
não sabe, mas essas soluções momentâneas, esses macetes e truques mentais só
estarão piorando a situação.
Da mesma forma que as características da dislexia se apresentam de
diferentes formas nos indivíduos, as dificuldades e as facilidades também se
manifestam de maneiras bem singulares.
No geral, segundo Davis (2004) o dom da dislexia é o dom do domínio, pois
o indivíduo que possui a dislexia ter a capacidade de controlar várias habilidades
melhor do que uma pessoa comum.
Se um indivíduo tem tendências neurológicas que tendem a desenvolver
dislexia, aos pais e profissionais não tem como retardar o processo. Cabe a eles
buscarem formas para se trabalhar sobre, sem afetar a criança de um modo
negativo. Devem procurar ao máximo desenvolver as capacidades potenciais de
cada criança.
3. A CONTRIBUIÇÃO DO LÚDICO NA ALFABETIZAÇÃO DOS DISLÉXICOS
A palavra “Lúdico” tem sua origem no Latim e significa “ludos” que remete
aos jogos e ao divertimento. Na aprendizagem o termo “recursos lúdico” se refere à
atividades que utilizem de jogos ou brincadeiras para a assimilação dos conteúdos
historicamente acumulados pela humanidade, em nível histórico, as crianças sempre
brincaram e nas escolas os recursos lúdicos são geralmente utilizados para
proporcionar uma quebra da rotina das crianças e que elas concebam o ato de
aprender à algo divertido.
Por meio das atividades lúdicas, a criança forma conceitos, seleciona
ideias, estabelece relações lógicas e, assim, segue se socializando.
Muitos seres vivos brincam: gatos, cachorros, ursos; mas somente os
seres humanos organizam brincadeiras em forma de jogos.
(SANTOS, 2011, p. 03)
As crianças com dislexia tendem a se dar melhor com imagens, uma vez
que eles ao terem os sentidos mais aguçados e serem mais curiosos que a média,
conseguem projetar para a realidade tudo o que os rodeia, pois possuem uma
percepção bem peculiar do ambiente. Com o lúdico a criança consegue fazer a
assimilação do mundo em que vive (mundo interior) com o mundo em que está
inserindo (mundo social).
O ser humano nasce e cresce com a necessidade de brincar, pois o
brincar é uma das atividades mais importantes na vida dos
indivíduos. Por meio dessa ação, ele tanto desenvolve suas
potencialidades, como também trabalha com suas limitações, com as
237 habilidades sociais, afetivas, cognitivas e físicas. O brincar é
ainda uma forma de expressão e comunicação consigo, com o outro
e com o meio. A brincadeira é considerada uma atividade universal
que assume características peculiares no contexto social, histórico e
cultural (GUSSO & SCHUARTZ, 2005. p. 236-237).
A criança carece do brincar, pois é por meio desse processo que começa
os primeiros passos para seu desenvolvimento. A primeira escola que a criança tem
contato é com a escola do brincar, onde ela elabora conceitos, começa a
compreender a realidade, começa a interagir com o mundo. Todos nós já nos
deparamos com brincadeiras infantis que reproduzem a realidade dos adultos, uma
prova disso são os brinquedos à venda.
A brincadeira é uma linguagem infantil que mantém um vínculo
essencial com aquilo que é o ‘não-brincar’. Se a brincadeira é uma
ação que ocorre no plano da imaginação isto implica que aquele que
brinca tenha o domínio da linguagem simbólica. Isto quer dizer que é
preciso haver consciência da diferença existente entre a brincadeira
e a realidade imediata que lhe forneceu conteúdo para realizar-se.
Nesse sentido, para brincar é preciso apropriar-se de elementos da
realidade imediata de tal forma a atribuir-lhes novos significados.
Essa peculiaridade da brincadeira ocorre por meio da articulação
entre a imaginação e a imitação da realidade. Toda brincadeira é
uma imitação transformada, no plano das emoções e das ideias, de
uma realidade anteriormente vivenciada (BRASIL, 1998, p. 27) .
Diante das questões que envolvem o diagnóstico e a busca por metodologias
que melhor se ajustem às necessidades de alfabetização das crianças disléxicas,
cabe aos professores e pedagogos elaborarem o planejamento de atividades que
envolvam situações de ludicidade com o objetivo de oferecer uma diversidade de
oportunidade de aprendizagem nas aulas.
O professor deve organizar suas atividades para que sejam
significativas para o aluno. Deve criar condições para um trabalho em
grupo ou individual, facilitando seu desenvolvimento. Pois, é no
lúdico que a criança tem a oportunidade de vivenciar regras, normas,
transformar, recriar, aprender de acordo com suas necessidades,
desenvolver seu raciocínio e sua linguagem (TAVARES & PINTO,
2010. p. 232).
O professor deve se abrir à novas experiências, devem fazer uso de sua
criatividade e no meio acadêmico estar sempre a procura da inovação, não ira ser
fácil, mas o professor e/ou pedagogo podem fazer readaptações em jogos e/ou
atividades já conhecidas para a realidade que os cercam.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo sobre o assunto ainda está em andamento, até o presente momento
as considerações que podem ser dadas é que a dislexia realmente causa
dificuldades na leitura e na escrita por se tratarem de códigos estipulados pela
humanidade para se comunicar, porém, com ajuda, as crianças disléxicas não
desenvolverão dificuldades na aprendizagem.
As crianças dislexias desenvolvem mais curiosidade que as demais, por isso
tendem a querer aprender. A questão é que ao se depararem com certa dificuldade
elas podem se recuar ou tentar dar conta do problema sozinha. Essa facilidade que
a criança tem ao querem aprender tem que ser bem trabalhada e explorada para se
tornar um resultado positivo, utilizando os símbolos (letras e números), mas também
utilizar imagens, fazer uso frequente de recursos visuais.
Os recursos lúdicos não podem ficar de fora. Na maioria dos casos por não
se tratarem de recursos com símbolos, esses tendem a ser mais aceitos pelas
crianças disléxicas, e aos poucos, familiarizar as crianças aos símbolos introduzindo
jogos com mais informações. Isso sempre com um adulto do lado supervisionando e
orientando, pois, não adianta dar, por exemplo, um jogo de caça palavras ou um
jogo de cruzadinha a uma criança e esperar que ela retire do processo que será
realizado uma concepção de alguns sinônimos e/ou antônimos dessas palavras em
questão, ou até então que elas depois de descoberta as palavras do jogo
classifique-as em classes gramaticais.
Dentro da sala de aula, a orientação é fundamental para que haja uma
aprendizagem significativa.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Referencial Curricular Nacional para a educação infantil: Volume I -
Introdução. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação
Fundamental. Brasília: MEC/ SEF, 1998.
DAVIS, Ronald D & BRAUN, Eldon M. O Dom da Dislexia. O Novo Método
Revolucionário de Correção da Dislexia e de outros Transtornos de aprendizagem.
Tradução de Ana Lima e Garcia Badaró Massad. Rio de Janeiro: Rocco, 2004.
GUSSO, Sandra de Fátima Krüger & SCHUARTZ, Maria Antônia. A Criança e o
Lúdico: a importância do “brincar”. Disponível em:<
http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2005/anaisEvento/documentos/com/TC
CI057.pdf> Acesso em: 29 maio 2016.
SANTOS, Josuel Oliveira dos. O Lúdico na educação Infantil. Maceió, 2011.
Disponível em:< http://br.monografias.com/trabalhos3/ludico-educacao-infantil/ludico-
educacao-infantil2.shtml> Acesso em: 09 de out. 2016.
SNOWLING, Margaret J; STSCKHOUSE, Joy, et al. Dislexia, fala e linguagem.
São Paulo: Santos Livraria Editora, 2004.
TAVARES, Helenice Maria & PINTO, Cibele Lemes. O Lúdico na aprendizagem:
Apreender a aprender. Revista da Católica, Uberlândia, v. 2, n. 3, p. 226-235, 2010.
POLESE; Caila Lanfrediet al. Dislexia: Um novo Olhar. Revista de Educação do
Ideau. V. 6 – N° 13. Janeiro-Julho, 2011.

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Recursos lúdicos na alfabetização de disléxicos

  • 1. O LÚDICO NA ALFABETIZAÇÃO DOS DISLÉXÍCOS OLIVEIRA, Mônica de Souza1 BONETTI, Carolina Peixoto Gontijo de Oliveira2 PEREIRA, Cássia Regina Dias3 RESUMO: O artigo faz parte de uma pesquisa bibliográfica, tem como objeto de estudo a contribuição dos recursos lúdicos na alfabetização dos indivíduos que possuem dislexia, na faixa etária da alfabetização infantil. Autores como Davis & Braun (2004), e Snowling & Stackhouse (2004) abordam a dislexia de uma maneira diferenciada, por esta razão foram selecionados para estudo. Os autores das obras oferecem um amplo embasamento teórico, atribuindo um leque de possibilidades de intervenções metodológicas que podem ser utilizados no planejamento de atividades lúdicas a serem desenvolvidas com crianças que apresentam a dislexia. Grandes nomes da psicologia, tais como Vygotsky, Piaget, Emília Ferrero entre outros, abordam tamanha importância do uso de recursos lúdicos para o desenvolvimento integral dos indivíduos sem nenhuma distinção. A metodologia lúdica oferece diversos instrumentos para o desenvolvimento de atividades pedagógicas que podem ajudar no trabalho de alfabetização das crianças que apresentas a dislexia. Os recursos lúdicos quando bem utilizados favorecem a aprendizagem em todas as áreas do conhecimento. Palavras-chave: Aprendizagem, Dislexia, Recursos Lúdicos. INTRODUÇÃO A bibliografia sobre educação, tanto a estrangeira quanto a brasileira, dedicam estudos sobre a aprendizagem de crianças que possuem algum distúrbio que reflete diretamente em sua aprendizagem e em seu desenvolvimento pisco, 1Acadêmica bolsista do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência, estudante do curso de Pedagogia na Universidade Estadual do Paraná – UNESPAR Campus de Paranavaí. E-mail: monicadesouzaoliveira79@gmail.com. 2Graduada em Pedagogia , Mestranda em Ensino pela UNESPAR Campus Paranavaí. Atualmente é supervisora do PIBID e docente das séries iniciais do Ensino Fundamental na Rede Municipal de Ensino de Paranavaí. E-mail: carolina_p_gontijo@hotmail.com. 3 Professora doutora vinculada ao Colegiado de Pedagogia da UNESPAR campus de Paranavaí, Coordenadora do subprojeto PIBID/CAPES/Pedagogia. E-mail cassiareginadiaspereira@yahoo.com.br
  • 2. intelectual e social. Esta pesquisa aborda a dislexia, não como um problema, mas como uma questão diferenciada de aprendizagem. Ter dislexia não faz de cada disléxico um gênio, mas é bom para a autoestima de todos os disléxicos saberem que suas mentes funcionam exatamente do mesmo modo que as mentes de grades gênios. Também é importante saberem que o fato de terem um problema com leitura, escrita, ortografia ou matemática não significa que sejam burros ou idiotas. A mesma função mental que produz um gênio pode também produzir esses problemas (DAVIS, 2004, p.31). A dislexia como transtorno é geralmente abordada/relacionada como um problema por interferir na escrita, na leitura e na ortografia da criança. A mesma recebe a informação e não consegue processá-la da forma como o professor espera. Ocorrem trocas de letras e palavras, esse sendo apenas um aspecto da dislexia e não ela em si. Para quebrar esse paradigma que enxerga a dislexia apenas como um transtorno e passar a vê-la como outro olhar é necessário um estudo aprofundado e uma compreensão da mesma como algo que faz parte da pessoa, que não pode ser tirada e sim que deve ser trabalhada para que não seja um problema para o futuro do indivíduo, mas que seja uma peculiaridade que irá fazer a diferença. A função mental que causa a dislexia é um dom, no mais verdadeiro sentido da palavra: uma habilidade natural, um talento. É alguma coisa especial que engrandece o indivíduo (DAVIS, 2004, p.31). O fato de a pessoa ter problemas com a escrita, com a leitura, com a ortografia ou outra coisa, não faz dela uma pessoa com menos potencial do um sujeito que não apresenta nenhuma dessas peculiaridades, faz dela um alguém singular, com os aspectos que não a diminuem, mas que aumentam sua potencialidade. Muitos dos grandes nomes que nossa história possui eram disléxicos, e essa peculiaridade apenas centralizou e aumentou a singularidade de cada um em determinadas áreas com as quais possuíam mais afinidade: na área da invenção/cientistas temos Albert Einstein, Charles Darwin; artistas/escritores temos Leonardo da Vinci, Agatha Christine; músicos/atores/diretores temos John Lennon, Tom Cruise; empresários/esportistas temos Henry Ford, Jackie Stewart entre muitos outros nomes em outras diversas áreas. Essa peculiaridade os tornou melhores no
  • 3. que faziam, como já foi dito. A presença da dislexia não diminuiu as potencialidades de cada um, e sim fizeram deles seres excepcionais. Neste trabalho, pretenderemos explanar o tema dislexia com os seguintes objetivos: compreender o distúrbio chamado dislexia como um dom; traçar um panorama dos sinais da existência da dislexia em crianças; destacar as consequências da falta de acompanhamento correto da dislexia, no processo de alfabetização; e por fim apontar estratégias lúdicas de alfabetização de crianças dos anos iniciais do ensino fundamental. 1 DISLEXIA: DE UM MERO TRANSTORNO PARA UM INCRÍVEL DOM A dislexia seria melhor trabalhada se fosse deixado de lado o olhar taxativo de “transtorno” e passasse a ser vista como algo que torna a pessoa um ser excepcional, pois a criança mesmo com esse “probleminha” é capaz de realizar coisas como qualquer outro. Essas crianças possuem inteligência adequada para suas idades, porém não conseguem se expressar na fala ou na escrita, cada indivíduo apresenta sua singularidade. Com a presença da dislexia, as manifestações nunca são iguais de uma criança para outra. A dislexia não afeta todos os indivíduos da mesma forma, em cada um as manifestações ocorrem de forma diferente, e é a partir disso que nascem os mais diversos nomes que nós nem imaginávamos que possuíam algum tipo de transtorno, cada um deles focaram nas áreas das quais tinham mais afinidade, por exemplo, para Albert Einstein foi no mundo da física e já para Walt Disney foi no mundo das artes e para tantos outros foram no esporte, na literatura, na música e assim por diante. Davis (2004) em seu livro “O Dom da Dislexia”, acredita que por mais que a dislexia não afete todas as pessoas da mesma forma, os indivíduos apresentam oito características em comum que podemos chamá-las de habilidades, as quais que se forem reprimidas, anuladas e/ou até mesmo destruídas, a dislexia vai se tornar somente um transtorno e não poderá ser considerado um dom. Para o autor
  • 4. essas características são: os disléxicos são capazes de utilizar seu dom mental para alterar ou criar percepções; eles são altamente conscientes do meio ambiente; possuem mais curiosidade do que a média; pensam principalmente em imagens ao invés de palavras; são altamente instintivos e capazes de muitos insights; eles pensam e percebem de forma multidimensional (conseguem utilizar todos os sentidos); eles têm a capacidade de vivenciar o pensamento como realidade; são incrivelmente capazes de criar imagens muito vívidas. Para exemplificar o acima exposto, se faz necessário relembrarmos o aporte teórico citado na introdução deste, em que são apontados vários intelectuais, e esses estudiosos desenvolveram, em períodos históricos diferentes, habilidade em diversas áreas como musica, artes cênicas, literatura, física, biologia, esportes e indústria automotiva. Essa peculiaridade deles os tornou o melhor no que faziam, como já foi dito. A presença da dislexia não diminuiu as potencialidades de cada um, fizeram deles seres excepcionais. Nas leituras e embasamento teórico recorremos a Ronald D. DAVIS (1941-vivo atualmente), pois ele, além de ter autismo, também tem dislexia, e somente aos 19 anos aprendeu a falar, e depois desenvolveu a escrita. Após isso, buscou ajudar as pessoas que também possui dislexia, buscou métodos e formas que ajudam no desenvolvimento saudável de cada indivíduo. Ele venceu a dislexia e o fato de talvez ser incapaz. Quando criança, eu tinha um problema chamado autismo. É como uma superdislexia, só que com desorientações mais severas desencadeadas por estímulos auditivos. Aos 12 anos, eu ainda não havia aprendido o alfabeto. Até mesmo a “Cantiga do Alfabeto” não era capaz de me fazer passar da letra G (...) Ao olhar para as letras, eu jamais consegui que se mantivessem em sua posição correta. Elas pareciam sempre estar de cabeça para baixo ou se invertendo em imagens espelhadas ou aparecendo num lugar diferente (DAVIS, 2004, p.92). É natural do ser humano se abater por algo que não pode vir a acontecer, ou desanimar por conta de achar não ser capaz para realizar tal atividade. Sem duvidas Ronald Davis passou por isso, porem ele não desistiu, foi além do que os outros julgaram que iria. Então nada melhor falar da dislexia com um olhar de quem
  • 5. agarrou os pontos negativos desse transtorno e os transformaram em escadaria para chegar ao seu objetivo. 1.1 DISLEXIA, O QUE É? Durante muito tempo o termo dislexia foi utilizado para designar vários problemas de aprendizagem, e após um tempo, já com o objetivo de se obter entendimento sólido desses distúrbios eles começaram a ser classificados e subdivididos. Na visão de senso comum uma pessoa ter dislexia significa ser boa em criatividade e em muitas coisas, exceto na leitura a e na escrita. A palavra DISLEXIA significa DIS – distúrbio e LEXIA- do latim, leitura; e do grego, linguagem. Portanto, a dislexia além de ser uma dificuldade específica na leitura e escrita, é uma dificuldade intrigante do processo de aprendizado, que pode ser considerada um desafio social, sendo que o conhecimento e esclarecimento sobre a mesma podem propor uma revolução na educação, na escola e na prática docente de muitos professores (POLESE ET AL, 2011, p.4). Cientificamente em sua definição, a dislexia vai muito além do fato de ter dificuldade na leitura e na escrita, no desmembramento das palavras e do embaralhamento das letras e/ou sua distorção. A dislexia é um distúrbio genético e neurobiológico que ocasiona uma desordem no caminho das informações recebidas. O individuo ao perceber a informação pode até, em nível visual ter uma concepção correta, porem essas informações ao serem encaminhadas e recebidas pelos seus neurônios as mesmas chegam distorcidas. 1.2 COMO IDENTIFICAR A DISLEXIA? Para se identificar algum tipo de transtorno não é de uma hora para outra, vários fatores devem ser levados em consideração, se existe algum retardo mental, desgaste emocional, a relação familiar, o histórico escolar, a vida da pessoa e a relação consigo mesmo. Se esses aspectos estiverem do lado negativo, talvez seja isso. Em sua maioria a dislexia descende do histórico familiar, mesmo que ainda, cientificamente não haja estudos que comprovem que a mesma seja hereditária. Os geneticistas do comportamento têm mostrado que há até 50% de probabilidade de um menino se tornar disléxico se seu pai for disléxico (cerca de 40% se sua mãe for afetada); a probabilidade de
  • 6. uma menina desenvolver dislexia é um pouco menor (SNOWLING; STACKHOUSE ET AL, 2004, p.13). Mas isso não quer dizer que é certeza que irá afetar a criança, e devemos sempre ter em mente que a dislexia afeta cada indivíduo de uma forma em singular. A dislexia, de acordo com seu tipo, ainda sugere outras possíveis dificuldades nos processos de construção do objeto escrito: dificuldades fonológicas, dificuldades de percepção auditiva e de processamento auditivo, dificuldades visuais e de processamento visual, dificuldades de coordenação motora, dificuldades de memória verbal de curto prazo (memória de fixação), dificuldades de sequencialização (ordem temporal) (POLESE et al,, 2011, p.7). Quando o caso é aquele em que a criança não provém de um histórico familiar que tenha apresentado indivíduos com o transtorno, alguns aspectos podem ser observados, tais como: a dificuldade na leitura, na escrita, em seu desenvolvimento, em sua pronuncia e em seus reflexos, também pode ser descoberta por meio de testes de desempenho. 2. A DISLEXIA E SUAS INFERÊNCIAS A criança passa por muitas fases até chegar em seu amadurecimento. Durante cada uma delas os fatores físicos e ambientais podem contribuir de forma positiva ou negativa para o desenvolvimento cognitivo e a aprendizagem do individuo. A criança passa por várias etapas na aquisição da linguagem. O significado das palavras e a formação da consciência vão se dando conforme a criança avança em idade e é estimulado de diferentes formas, o que será importante para que mais tarde aconteça a formação de novos e mais complexos conceitos. Ter o conhecimento de tudo isso, implica também em ter discernimento pedagógico de que a dislexia, mesmo sendo uma dificuldade, permite a aprendizagem, assim como todas as crianças especiais e ‘normais’, os disléxicos são aprendizes em potencial. O disléxico não deve ser visto como um doente ou paciente, mas sim como um indivíduo saudável que apresenta dificuldades na área da linguagem e necessita de ajuda e tratamento diferenciado no período escolar para que possa atingir os objetivos propostos para cada fase, respeitando suas limitações” (POLESE ET AL,, 2011, p.7). Qualquer ser humano ao tentar concretizar algo e falhar se frustra mesmo este sabendo que deve se manter em pé e ser forte, imagine agora como fica a
  • 7. cabeça de uma criança, que faz várias tentativas e não consegue êxito igual aos demais colegas de seu grupo. Segundo Davis (2004) quando os primeiros sinais da dislexia começam a aparecer a criança disléxica começa a se sentir frustrada, isso lá por seus nove anos de idade, começa a procurar soluções por conta própria e isso acaba transformando uma dificuldade de leitura em um transtorno de aprendizagem, pois aliviam a frustação temporariamente e mascara o real problema. O que infelizmente a criança não sabe, mas essas soluções momentâneas, esses macetes e truques mentais só estarão piorando a situação. Da mesma forma que as características da dislexia se apresentam de diferentes formas nos indivíduos, as dificuldades e as facilidades também se manifestam de maneiras bem singulares. No geral, segundo Davis (2004) o dom da dislexia é o dom do domínio, pois o indivíduo que possui a dislexia ter a capacidade de controlar várias habilidades melhor do que uma pessoa comum. Se um indivíduo tem tendências neurológicas que tendem a desenvolver dislexia, aos pais e profissionais não tem como retardar o processo. Cabe a eles buscarem formas para se trabalhar sobre, sem afetar a criança de um modo negativo. Devem procurar ao máximo desenvolver as capacidades potenciais de cada criança. 3. A CONTRIBUIÇÃO DO LÚDICO NA ALFABETIZAÇÃO DOS DISLÉXICOS A palavra “Lúdico” tem sua origem no Latim e significa “ludos” que remete aos jogos e ao divertimento. Na aprendizagem o termo “recursos lúdico” se refere à atividades que utilizem de jogos ou brincadeiras para a assimilação dos conteúdos historicamente acumulados pela humanidade, em nível histórico, as crianças sempre brincaram e nas escolas os recursos lúdicos são geralmente utilizados para proporcionar uma quebra da rotina das crianças e que elas concebam o ato de aprender à algo divertido.
  • 8. Por meio das atividades lúdicas, a criança forma conceitos, seleciona ideias, estabelece relações lógicas e, assim, segue se socializando. Muitos seres vivos brincam: gatos, cachorros, ursos; mas somente os seres humanos organizam brincadeiras em forma de jogos. (SANTOS, 2011, p. 03) As crianças com dislexia tendem a se dar melhor com imagens, uma vez que eles ao terem os sentidos mais aguçados e serem mais curiosos que a média, conseguem projetar para a realidade tudo o que os rodeia, pois possuem uma percepção bem peculiar do ambiente. Com o lúdico a criança consegue fazer a assimilação do mundo em que vive (mundo interior) com o mundo em que está inserindo (mundo social). O ser humano nasce e cresce com a necessidade de brincar, pois o brincar é uma das atividades mais importantes na vida dos indivíduos. Por meio dessa ação, ele tanto desenvolve suas potencialidades, como também trabalha com suas limitações, com as 237 habilidades sociais, afetivas, cognitivas e físicas. O brincar é ainda uma forma de expressão e comunicação consigo, com o outro e com o meio. A brincadeira é considerada uma atividade universal que assume características peculiares no contexto social, histórico e cultural (GUSSO & SCHUARTZ, 2005. p. 236-237). A criança carece do brincar, pois é por meio desse processo que começa os primeiros passos para seu desenvolvimento. A primeira escola que a criança tem contato é com a escola do brincar, onde ela elabora conceitos, começa a compreender a realidade, começa a interagir com o mundo. Todos nós já nos deparamos com brincadeiras infantis que reproduzem a realidade dos adultos, uma prova disso são os brinquedos à venda. A brincadeira é uma linguagem infantil que mantém um vínculo essencial com aquilo que é o ‘não-brincar’. Se a brincadeira é uma ação que ocorre no plano da imaginação isto implica que aquele que brinca tenha o domínio da linguagem simbólica. Isto quer dizer que é preciso haver consciência da diferença existente entre a brincadeira e a realidade imediata que lhe forneceu conteúdo para realizar-se. Nesse sentido, para brincar é preciso apropriar-se de elementos da realidade imediata de tal forma a atribuir-lhes novos significados. Essa peculiaridade da brincadeira ocorre por meio da articulação entre a imaginação e a imitação da realidade. Toda brincadeira é uma imitação transformada, no plano das emoções e das ideias, de uma realidade anteriormente vivenciada (BRASIL, 1998, p. 27) . Diante das questões que envolvem o diagnóstico e a busca por metodologias que melhor se ajustem às necessidades de alfabetização das crianças disléxicas,
  • 9. cabe aos professores e pedagogos elaborarem o planejamento de atividades que envolvam situações de ludicidade com o objetivo de oferecer uma diversidade de oportunidade de aprendizagem nas aulas. O professor deve organizar suas atividades para que sejam significativas para o aluno. Deve criar condições para um trabalho em grupo ou individual, facilitando seu desenvolvimento. Pois, é no lúdico que a criança tem a oportunidade de vivenciar regras, normas, transformar, recriar, aprender de acordo com suas necessidades, desenvolver seu raciocínio e sua linguagem (TAVARES & PINTO, 2010. p. 232). O professor deve se abrir à novas experiências, devem fazer uso de sua criatividade e no meio acadêmico estar sempre a procura da inovação, não ira ser fácil, mas o professor e/ou pedagogo podem fazer readaptações em jogos e/ou atividades já conhecidas para a realidade que os cercam. CONSIDERAÇÕES FINAIS O estudo sobre o assunto ainda está em andamento, até o presente momento as considerações que podem ser dadas é que a dislexia realmente causa dificuldades na leitura e na escrita por se tratarem de códigos estipulados pela humanidade para se comunicar, porém, com ajuda, as crianças disléxicas não desenvolverão dificuldades na aprendizagem. As crianças dislexias desenvolvem mais curiosidade que as demais, por isso tendem a querer aprender. A questão é que ao se depararem com certa dificuldade elas podem se recuar ou tentar dar conta do problema sozinha. Essa facilidade que a criança tem ao querem aprender tem que ser bem trabalhada e explorada para se tornar um resultado positivo, utilizando os símbolos (letras e números), mas também utilizar imagens, fazer uso frequente de recursos visuais. Os recursos lúdicos não podem ficar de fora. Na maioria dos casos por não se tratarem de recursos com símbolos, esses tendem a ser mais aceitos pelas crianças disléxicas, e aos poucos, familiarizar as crianças aos símbolos introduzindo jogos com mais informações. Isso sempre com um adulto do lado supervisionando e orientando, pois, não adianta dar, por exemplo, um jogo de caça palavras ou um
  • 10. jogo de cruzadinha a uma criança e esperar que ela retire do processo que será realizado uma concepção de alguns sinônimos e/ou antônimos dessas palavras em questão, ou até então que elas depois de descoberta as palavras do jogo classifique-as em classes gramaticais. Dentro da sala de aula, a orientação é fundamental para que haja uma aprendizagem significativa. REFERÊNCIAS BRASIL. Referencial Curricular Nacional para a educação infantil: Volume I - Introdução. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/ SEF, 1998. DAVIS, Ronald D & BRAUN, Eldon M. O Dom da Dislexia. O Novo Método Revolucionário de Correção da Dislexia e de outros Transtornos de aprendizagem. Tradução de Ana Lima e Garcia Badaró Massad. Rio de Janeiro: Rocco, 2004. GUSSO, Sandra de Fátima Krüger & SCHUARTZ, Maria Antônia. A Criança e o Lúdico: a importância do “brincar”. Disponível em:< http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2005/anaisEvento/documentos/com/TC CI057.pdf> Acesso em: 29 maio 2016. SANTOS, Josuel Oliveira dos. O Lúdico na educação Infantil. Maceió, 2011. Disponível em:< http://br.monografias.com/trabalhos3/ludico-educacao-infantil/ludico- educacao-infantil2.shtml> Acesso em: 09 de out. 2016. SNOWLING, Margaret J; STSCKHOUSE, Joy, et al. Dislexia, fala e linguagem. São Paulo: Santos Livraria Editora, 2004. TAVARES, Helenice Maria & PINTO, Cibele Lemes. O Lúdico na aprendizagem: Apreender a aprender. Revista da Católica, Uberlândia, v. 2, n. 3, p. 226-235, 2010. POLESE; Caila Lanfrediet al. Dislexia: Um novo Olhar. Revista de Educação do Ideau. V. 6 – N° 13. Janeiro-Julho, 2011.