2. Não há definição objectiva, mas a poesia
é, a expressão de sentimentos, emocões
sentidas pelo poeta em relação àquilo que o
rodeia ou pelo que toma como tema, revelado
numa forma escrita, cuja sonoridade e
estrutura, muitas vezes se assemelha a um
cântico, a um apelo, etc.
3. Analisando-a no plano fónico, a poesia não
é uma linguagem comum que serve somente
para significar. Consegue criar um conjunto de
sons agradáveis e melodiosos através da
rima, do ritmo e de várias figuras de estilo
como a repetição que é frequentemente
utilizada.
4.
5. A poesia lírica nasceu na Grécia acompanhada
de instrumentos musicais, como a lira e a
flauta, nos versos de Safo e Alceu.
Safo, nascida na ilha de Lesbos, de família
aristocrática, foi a primeira voz individual no
lirismo, e sua poesia, nos séculos VII – VI a.C., era
dirigida para outras mulheres.
A lírica grega influenciou a poesia lírica
romana, que floresceu sob a égide da proteção
das artes, através do imperador Augusto.
6. Entre os séculos XI e XVIII, floresceu no Sul
da França a poesia provençal, ainda ligada à
música, mas com a valorização da melopéia,
característica relacionada à significação das
palavras, através do som e do ritmo por elas
produzidos. O Classicismo português
desabrocha na era da razão, dividida entre a
emoção e a contensão de um “eu lírico” que
se preocupa com o saber, o engenho e a arte.
7. Após a Revolução Francesa, emerge do seio uma
sociedade burguesa, o conceito de autoria, e com ele a
evasão romântica, o individualismo e a exacerbação da
subjetividade. O poeta romântico atribui à poesia, a
expressão do “eu” mergulhado em subjetividade e, é
em Baudelaire que poesia se associa à
inteligência, abrindo caminho para a estética do
grotesco.
A partir do Simbolismo, o sujeito lírico moderno
consciente de que o mundo poético dista do mundo
real, liberta o “eu” aprisionado pela lógica, e a poesia
torna-se libertária, através da escolhas feitas pelo
sujeito lírico.
8. A poesia lírica moderna expande as
possibilidades criativas, ganha consciência
crítica, sob o olhar do sujeito lírico que
subverte as normas, os velhos temas e as
antigas ideologias.