2. Introdução
• Os sinais vitais (SSVV) são indicadores das condições
de saúde do indivíduo revelando seu estado geral.
• A aferição dos SSVV é um método rápido e eficiente de
monitorar as condições de saúde de um paciente,
assim como identificar possíveis alterações;
4. Diretrizes para aferição de SSVV
• Conhecer a variação normal dos SSVV do paciente
avaliando-o individualmente;
• Conhecer a história clínica do paciente;
• Tentar controlar os fatores ambientais que possam
influenciar nos SSVV;
• Estabelecer a freqüência de aferição conforme
necessidade do paciente;
• Certificar-se da adequação dos equipamentos;
• Em situação de alteração, repetir a aferição, e até
solicitar a outro colega que o faça, caso haja dúvidas.
5. Rotinas para aferição de SSVV
• Na admissão do paciente;
• Na consulta ambulatorial;
• Sistemática conforme rotina do serviço ou necessidade
do paciente;
• Antes, durante e após procedimento cirúrgico ou
invasivo;
• Antes e após medicamentos que podem afetar as
condições cardiovasculares, respiratórias e de
temperatura;
• Sempre que o paciente manifestar sinais de alteração
ou queixa.
6. Temperatura
É a medida do calor do corpo, sendo o equilíbrio entre
o calor produzido e o calor perdido.
Valor normal do adulto: 36º a 37ºC.
7. Produção e perda de calor
O calor é produzido como produto do metabolismo. O
metabolismo basal consiste no consumo de energia
pelo corpo em repouso.
A Taxa de metabolismo basal baseia-se no consumo
de O2, execução de esforço físico e fatores hormonais.
O Hipotálamo é o nosso termostato, percebendo as
alterações da temperatura e mantendo o equilíbrio
entre produção e perda de calor.
8. Mecanismos de perda de calor
1. Evaporação: perda de calor pela perda de água;
2. Condução: por contato direto com superfícies frias;
3. Radiação: por meio de radiação para superfícies frias
distantes;
4. Convecção: por meio de corrente de ar frio ou
encanado;
9. Funções da pele na regulação da
temperatura
1. Isolamento térmico;
2. Termostato pela constricção e dilatação dos vasos da
pele;
3. Sensor: receptores de frio e calor da pele fornecem
informações ao hipotálamo que desencadeia tremor,
transpiração ou vasoconstricção.
10. Fatores que interferem na
temperatura
1. Idade: Rn e crianças são mais instáveis.;
2. Exercícios: aumentam o metabolismo;
3. Hormônios: mulheres > variação que homens;
menstruação, ovulação e climatério promovem
variações;
4. Estresse: aumentam o metabolismo;
5. Ambiente;
6. Ingesta de líquidos.
11. Locais para aferição da
temperatura
1. T. Axilar: 36º à 36,8º C;
2. T. Inguinal: 36º à 36,8º C;
3. T. oral: 36,2º à 37º C;
4. T. Retal: 36,4º à 37,2 Cº (termômetro mais resistente);
Valores flexíveis com variações pequenas na literatura.
12. Termos utilizados
1. Hipotermia: < 35º C;
2. Normotermia (afebril): 36º à 37º C;
3. Febrícula: 37,1º à 37,4º C;
4. Estado febril: 37,5º à 37,9º C;
5. Febre: 38º à 39º C;
6. Hipertermia ou pirexia: 39,1º à 40º C;
7. Hiperpirexia: > 40º C.
13. Finalidades da aferição de
temperatura
1. Verificar o equilíbrio entre produção e perda de calor;
2. Indicar atividade metabólica;
3. Auxiliar no diagnóstico e tratamento;
4. Acompanhar a evolução e estado geral do paciente.
14. Técnica de aferição de
temperatura
Material necessário:
• Termômetro de coluna de mercúrio (preferência) ou
digital;
• Relógio de ponteiro;
• Algodão;
• Álcool 70%;
• Papel e caneta.
15. Técnica de aferição de
temperatura axilar
1. Lavar as mãos;
2. Explicar o procedimento e posicionar paciente de forma
confortável;
3. Realizar desinfecção do termômetro com álcool 70%;
4. Promover descida da coluna de mercúrio até o bulbo;
5. Enxugar axila do paciente;
6. Colocar o bulbo do termômetro na prega axilar em contato
com a pele, apoiando o braço do paciente no tórax;
7. Manter o termômetro na axila por 5 minutos (fabricante);
16. Técnica de aferição de
temperatura axilar
8. Retirar termômetro pela haste;
9. Ler e anotar o valor;
10. Realizar nova desinfecção;
11. Guardar material;
12. Registrar o valor na folha de controles;
13. Tomar medidas cabíveis em situação de alteração,
registrando as mesma.
17. Pulso
O ritmo do pulso é uma medida indireta do débito
cardíaco.
Uma pulsação anormalmente baixa, rápida ou
irregular pode estar indicando a incapacidade
cardíaca em promover um débito adequado.
18. Fatores que podem influenciar a
freqüência da pulsação
• Exercícios
• Febre
• Dor
• Drogas (digitálicos, atropina)
• Hemorragias
• Postura
19. Avaliação do P/FC
• Freqüência:
– Conforme faixa etária:
• Rn: 100 – 160 bpm
• Criança: 80 – 120 bpm
• Adulto: 60 – 100 bpm
– Termos utilizados:
• Taquicardia: aumento da freqüência cardíaca
• Taquisfigmia: aumento da freqüência do pulso
• Bradicardia: diminuição da freqüência cardíaca
• Bradisfigmia: diminuição da freqüência do pulso
20. Avaliação do P/FC
• Ritmo:
– Rítmico: os batimentos obedecem a intervalos
regulares.
– Arrítmico: Batimentos com intervalos irregulares.
21. Avaliação do P/FC
• Intensidade:
A intensidade reflete o volume de sangue ejetado contra
a parede arterial em cada contração cardíaca.
– Cheio
– Filiforme
É preciso sensibilidade e prática..
22. Pulsos para aferição
• Temporal
• Carotídeo
• Apical (5º EIC à E, na linha mamilar) – foco mitral
• Axilar
• Braquial
• Radial
• Femoral
• Poplíteo
• Dorsal do pé - pedioso
23. Finalidades da aferição do pulso
• Verificar a ondulação exercida pela expansão
relaxamento das artérias resultantes dos batimentos
cardíacos;
• Avaliar freqüência do pulso – freqüência cardíaca;
• Avaliar ritmo;
• Avaliar volume;
• Avaliar condições hemodinâmicas do paciente.
24. Técnica de aferição de pulso
Material necessário:
• Relógio de ponteiro
• Papel
• Caneta
25. Técnica de aferição de pulso
1. Lavar as mãos;
2. Explicar o procedimento e posicionar paciente de forma
confortável;
3. Posicionar as polpas digitais dos dedos indicador e médio
sobre a artéria com suave compressão;
4. Contar as pulsações por um minuto;
5. Anotar o valor;
6. Registrar o valor na folha de controles;
7. Tomar medidas cabíveis em situação de alteração,
registrando as mesma.
26. Respiração - FR
Os adultos normalmente respiram num padrão
regular e ininterrupto de 16 à 20 incursões/minuto.
Ciclo respiratório:inspiração + expiração.
Na inspiração o diafragma se contrai e os órgãos
abdominais se movem para baixo e para frente,
permitindo a entrada de ar nos pulmões.
Na expiração o diafragma relaxa e os órgãos
abdominais voltam à posição original.
27. Respiração - FR
A avaliação da respiração baseia-se no
reconhecimento dos movimentos torácicos e
abdominais normais.
Na respiração regular não se usa músculos
acessórios: intercostais, pescoço, ombros.
28. Avaliação da Respiração
Não devemos permitir que o paciente perceba que
seus movimentos respiratórios estão sendo
avaliados, pois caso note ele pode alterar a
freqüência e amplitude dos mesmos.
Simular aferição do pulso no momento.
29. Valores de FR
• Rn: 40 a 60 inc/min.
• Lactente: 30 a 40 inc/min.
• Criança maior: 20 a 30 inc/min.
• Adulto: 16 a 20 inc/min.
30. Fatores que podem alterar a FR
• Idade;
• Doenças crônicas pulmonares;
• Estresse;
• Sexo (homem > capacidade pulmonar que a mulher);
• Posição;
• Drogas (narcóticos);
• Exercícios.
33. Termos utilizados nas variações
respiratórias
• Eupnéia: FR normal .
• Dispnéia: aumento do esforço, respiração difícil.
• Apnéia: interrupção dos movimentos respiratórios.
• Bradipnéia: FR anormalmente lenta e regular.
• Taquipnéia: FR anormalmente rápida e regular.
• Hiperpnéia: Aumento da FR e amplitude.
• Ortopnéia: melhor padrão respiratório sentado.
• Respiração de Cheyne-stokes: ritmo regular com
alternância de apnéia e hipreventilação.
• Respiração de Kussmaul: ritmo regular e profundo.
Característico de cetoacidose diabética.
• Respiração de Biot: apnéia por 30 seg.
34. Termos utilizados nas variações
respiratórias
• Respiração de Cheyne-stokes: ritmo regular com
alternância de apnéia e hipreventilação.
• Respiração de Kussmaul: ritmo regular e profundo.
Característico de cetoacidose diabética.
35. Finalidades da avaliação da
respiração
• Avaliar a FR (nº de incursões/min.);
• Avaliar o ritmo (regularidade dos ciclos);
• Avaliar a profundidade (expansão e movimento da
parede torácica);
• Avaliar os sons emitidos durante os ciclos – ruídos
(estridor – traquéia/laringe).
36. Técnica de aferição de FR
Material necessário:
• Relógio de ponteiro
• Papel
• Caneta
37. Técnica de aferição de FR
1. Lavar as mãos;
2. Explicar o procedimento e posicionar paciente de forma
confortável;
3. Simular a aferição do pulso;
4. Contar a FR por um minuto observando os movimentos
torácicos e abdominais (1 ciclo =1 insp. + 1 exp.);
5. Anotar o valor;
6. Registrar o valor na folha de controles;
7. Tomar medidas cabíveis em situação de alteração,
registrando as mesma.
38. Pressão Arterial
É a medida da força do sangue bombeado pelo coração
contra as paredes das artérias. É medida em mmHg,
pois a PA indica o ponto até o qual a pressão pode
elevar coluna de mercúrio.
O pico de pressão máxima se dá na sístole (VE bombeia
sangue para a aorta) – PA sistólica.
A pressão mínima exercida ocorre na diástole
(relaxamento dos ventrículos) – P diastólica.
39. Pressão Arterial
A PA sistólica é registrada antes da diastólica:
120 / 80 mmHg.
PAS PAD
40. Pressão Arterial
A PA reflete as inter-relações entre os vários fatores
hemodinâmicos: DC, RVP, volume sanguíneo,
viscosidade sanguínea, elasticidade das artérias.
A pressão sanguínea é o produto do DC X RVP:
PS = DC X RVP
Qualquer alteração destes fatores alteram a PA.
42. Fatores que podem alterar a PA
• Hemorragias
• Aumento da PIC
• Dor
• IRC
• Anestesia geral
• Idade: crianças > adulto
• Ansiedade, estresse
• Drogas
• Hormônios.
43. Variações de PA
• Normotensão
• Hipertensão
• Hipotensão
• Pressão convergente: PAS e PAD próximas
• Pressão divergente: PAS e PAD distantes
44. Regras para aferição de PA
• Verificar se o paciente ingeriu alimentos (álcool, café) ou
realizou exercícios físicos a menos de 30 min.;
• Verificar calibração do aparelho:
– Esfigmomanômetro: manômetro, manguito, válvula de liberação
de ar.
– Tipos: Aneróide (portátil)
Mercúrio (mais preciso);
• Verificar o tamanho adequado do manguito:2/3 do
membro. A bolsa de borracha deve ser 80% da
circunferência do membro;
• Testar estetoscópio:
– receptores auriculares e biauriculares, tubo, receptor do tórax
(campânula + diafragma);
• Solicitar silêncio ao paciente na aferição.
45. Tipos de aferição de PA
• Não invasiva
– Estetoscópio + esfigmomanômetro
• Invasiva
– Catéter arterial + circuito de pressão + monitor
46. Artérias mais utilizadas na
aferição de PA
• Membros superiores (MMSS):
– Braquial e radial
• Membros inferiores (MMII):
– Poplítea e dorsal do pé (pedioso)
48. Finalidades da aferição de PA
• Avaliar as condições de pressão do sistema
cardiovascular;
• Auxiliar no diagnóstico e tratamento;
• Acompanhar a evolução do paciente.
49. Técnica de aferição de PA
Material necessário:
• Estetoscópio;
• Esfigmomanômetro;
• Álcool 70% e algodão;
• Papel e caneta.
50. Técnica de aferição de PA
1. Lavar as mãos;
2. Explicar o procedimento ao paciente;
3. Deixar o paciente descansar por 5 a 10 minutos em
ambiente calmo, com temperatura agradável;
4. Localizar a artéria braquial por palpação;
5. Colocar o manguito firmemente cerca de 2 cm a 3 cm
acima da fossa antecubital, centralizando a bolsa de
borracha sobre a artéria braquial. Usar manguito de
tamanho adequado (bolsa da borracha com largura =
40% de comprimento e 80% da circunferência do braço);
51. Técnica de aferição de PA
6. Manter o braço do paciente na altura do coração;
7. Posicionar os olhos no mesmo nível da coluna de
mercúrio ou do mostrador do manômetro aneróide;
8. Palpar o pulso radial e inflar o manguito até seu
desaparecimento (será acrescentado 30 mmHg a este
valor), para a estimativa do nível da pressão sistólica,
desinflar rapidamente e aguardar de 15 a 30 segundos
antes de inflar novamente;
9. Colocar o estetoscópio nos ouvidos, com a curvatura
voltada para a frente;
10. Posicionar a campânula do estetoscópio suavemente
sobre a artéria braquial, na fossa antecubital, evitando
compressão excessiva;
11. Solicitar ao paciente que não fale durante o
procedimento de medição;
52. Técnica de aferição de PA
12. Inflar rapidamente, de 10 mmHg em 10 mmHg, até o
nível estimado da pressão arterial (30 mmHg acima da
PAS verificada do método palpatório);
13. Proceder à deflação, com velocidade constante inicial de
2 mmHg a 4 mmHg/seg., evitando congestão venosa e
desconforto para o paciente;
14. Determinar a pressão sistólica no momento do
aparecimento do primeiro som (fase I de Korotkoff), que
se intensifica com o aumento da velocidade de deflação;
15. Determinar a pressão diastólica no desaparecimento do
som (fase V de Korotkoff). Auscultar cerca de 20 mmHg
a 30 mmHg abaixo do último som para confirmar seu
desaparecimento e depois proceder à deflação rápida e
completa. Quando os batimentos persistirem até o nível
zero, determinar a pressão diastólica no abafamento dos
sons (fase IV de Korotkoff);
53. Técnica de aferição de PA
16. Registrar os valores das pressões sistólica e diastólica,
complementando com a posição do paciente, o tamanho
do manguito e o braço em que foi feita a mensuração.
Deverá ser registrado sempre o valor da pressão obtido
na escala do manômetro, que varia de 2 mmHg em 2
mmHg, evitando-se arredondamentos;
17. Esperar 1 a 2 minutos antes de realizar novas medidas;
18. O paciente deve ser informado sobre os valores da
pressão arterial e a possível necessidade de
acompanhamento;
19. Tomar medidas cabíveis em situação de alteração,
registrando as mesma.
54. Referências
1. BARROS, ALBA et al. Anamnese e exame físico: avaliação
diagnóstica de enfermagem no adulto. Porto Alegre: Artmed,
2002.
2. BRUNNER; SUDDARTH. Moderna Prática de Enfermagem. Rio
de Janeiro: Interamericana,2000.
3. POSSO, Maria Belén S. Semiologia e Semiotécnica de
Enfermagem. São Paulo: Atheneu, 1999.
4. POTER; PERRY. Fundamentos de Enfermagem: conceitos,
processos e prática. 4ª ed.Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2000.