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Metamorfoses do
Trabalho e Automação
UMA ANÁLISE DOS PRINCIPAIS CONCEITOS DIVULGADOS POR ANDRÉ GORZ
PROF. MARCELA CARNEIRO
OUTUBRO DE 2023
A relação entre progressos tecnológicos e
a utilização do tempo
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margem.
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muito inferior ao preço que ela mesmo pode vendê-lo, para se
afastar o mínimo possível da dedicação ao trabalho. Classes
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diferente das classes sociais.
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Sobre o capitalismo industrial
O capitalismo industrial só pôde desenvolver-se a partir do
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todos os outros princípios de racionalidade, para submetê-los ao
seu único domínio.
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uma exigência da racionalização econômica, que requer a
submissão do vivo ao inerte.
Em ambos, técnica de dominação e imperativos de racionalização
estão inextricavelmente confundidos.
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cena de autoconhecimento de Robocop.
O trabalhador funcional e o consumidor
socializado
Persuadir os indivíduos de que os consumos que lhes são propostos
compensam os sacrifícios com os quais devem aquiescer para obtê-
los e que constituem um nicho de felicidade privada que permite
escapar da sorte comum.
A regulação pelo mercado substitui a coerção pela incitação e leva
à coincidência fundamental: O trabalhador funcional e o
consumidor socializado.
Valor de troca sempre superior ao valor de uso.
http://goo.gl/5CTmB7
A anti-utopia weberiana
A visão weberiana da sociedade-máquina totalmente burocratizada,
racionalizada, funcionalizada, na qual cada indivíduo funciona como
uma engrenagem, sem procurar compreender o sentido da tarefa parcial
que executa, tende a se realizar em uma versão cibernética, na qual o
doutrinamento e a militarização dão lugar aos cuidados personalizados
dos indivíduos pelas solícitas redes de informática.
A última metamorfose
O instrumento de trabalho sofre a última metamorfose, a máquina,
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Movido por um autômato que se move a si mesmo, composto de
órgãos mecânicos e intelectuais, de modo que os próprios
trabalhadores não são mais que seus membros conscientes.
A racionalização do trabalho
Uniformização das
Máquinas
Uniformização dos
Produtos
Uniformização dos
Trabalhadores
A ideologia dos “recursos humanos”
Prepara a instrumentalização – a colonização -, pela racionalidade
econômica das aspirações não-econômicas.
Um trabalho mais satisfatório e autônomo, graças a uma certa
recomposição das tarefas, com o repartir o trabalho entre colegas, variar
o ritmo da execução ao longo da jornada e controlar os próprios
resultados. Mais cooperação, menos absenteísmo e mais rendimento.
A gestão do conhecimento como
ideologia
A empresa como um lugar de aperfeiçoamento pessoal para seus assalariados.
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em contrapartida ao desemprego, a precariedade do emprego, a
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O núcleo estável do pessoal deve ter uma flexibilidade funcional, a mão de
obra periférica uma flexibilidade numérica.
Núcleo estável
Mão-de-Obra Periférica I
Mão-de-Obra Periférica II
Mão-de-Obra Externa I
Mão-de-Obra Externa II
A organização estrutural
dos trabalhadores
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competências;
Em longo prazo: Reciclagem, modificação do plano de carreira.
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Empregada a título permanente nos trabalhos de escritório, de
vigilância, de manutenção e no teste das instalações.
Não possui grandes qualificações, pode ser renovada, completada ou
substituída à vontade por recrutamento entre os desempregados.
Precariamente empregada, com frequência em tempo parcial.
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pode ajustar em resposta às flutuações de mercado.
Mão de obra periférica II
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moral do esforço individual
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supercompetitivo e o carreirismo:
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que se virem.
Uma ideologia por menos trabalho?
Nessas condições, os valores de solidariedade, de equidade e de
fraternidade pedem a divisão equitativa dos empregos e das riquezas
produzidas: Isto é, uma política de redução metódica, programada,
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possam ganhar sua vida trabalhando.
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sua tela... A espessura do mundo é abolida, o trabalho como
atividade material é abolido, resta apenas uma atividade
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sensíveis, o vivido, do pensar originário desprezado. O trabalho
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ninguém, só números que perseguem números em silêncio, sem
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Metamorfoses do Trabalho e a Busca por Novos Sentidos

  • 1. Metamorfoses do Trabalho e Automação UMA ANÁLISE DOS PRINCIPAIS CONCEITOS DIVULGADOS POR ANDRÉ GORZ PROF. MARCELA CARNEIRO OUTUBRO DE 2023
  • 2. A relação entre progressos tecnológicos e a utilização do tempo Os progressos tecnológicos levantam questões quanto ao conteúdo e o sentido do tempo disponível. Atividades de lazer possuem uma racionalidade inversa às atividades econômicas. Não são produtoras, mas consumidoras do tempo disponível. As categorias da racionalidade instrumental - eficácia, rendimento e desempenho -, são inaplicáveis às atividades de lazer. Ver “A vida acelerada do capitalismo digital”.
  • 3. Uma sociedade mais dividida Repartição desigual das economias de tempo de trabalho. Minoria com mais exigências de tempo de trabalho, maiores rendimentos e poderes econômicos. Maioria expulsa das atividades econômicas ou mantidos em sua margem. Uma elite profissional que compra tempos disponíveis a um preço muito inferior ao preço que ela mesmo pode vendê-lo, para se afastar o mínimo possível da dedicação ao trabalho. Classes hiperativas.
  • 4. O ressurgimento da classe servil A desigual repartição do trabalho da esfera econômica e a desigual repartição do tempo levam a uma estratificação da sociedade diferente das classes sociais. Renasce uma classe servil, mão de obra precária, de tempo parcial ou paga por tarefa. O fim da utopia industrialista: Liberação da penúria, da injustiça e do mal-estar. É preciso mudar de utopia.
  • 5. Sobre o capitalismo industrial O capitalismo industrial só pôde desenvolver-se a partir do momento em que a racionalidade econômica emancipou-se de todos os outros princípios de racionalidade, para submetê-los ao seu único domínio.
  • 6. A submissão do vivo ao inerte A eliminação do fator humano, a substituição do trabalho vivo é uma exigência da racionalização econômica, que requer a submissão do vivo ao inerte. Em ambos, técnica de dominação e imperativos de racionalização estão inextricavelmente confundidos. Ver a metáfora do homem-máquina exteriormente dominado na cena de autoconhecimento de Robocop.
  • 7. O trabalhador funcional e o consumidor socializado Persuadir os indivíduos de que os consumos que lhes são propostos compensam os sacrifícios com os quais devem aquiescer para obtê- los e que constituem um nicho de felicidade privada que permite escapar da sorte comum. A regulação pelo mercado substitui a coerção pela incitação e leva à coincidência fundamental: O trabalhador funcional e o consumidor socializado. Valor de troca sempre superior ao valor de uso.
  • 9. A anti-utopia weberiana A visão weberiana da sociedade-máquina totalmente burocratizada, racionalizada, funcionalizada, na qual cada indivíduo funciona como uma engrenagem, sem procurar compreender o sentido da tarefa parcial que executa, tende a se realizar em uma versão cibernética, na qual o doutrinamento e a militarização dão lugar aos cuidados personalizados dos indivíduos pelas solícitas redes de informática.
  • 10. A última metamorfose O instrumento de trabalho sofre a última metamorfose, a máquina, ou melhor, o sistema automático de maquinaria. Movido por um autômato que se move a si mesmo, composto de órgãos mecânicos e intelectuais, de modo que os próprios trabalhadores não são mais que seus membros conscientes.
  • 11. A racionalização do trabalho Uniformização das Máquinas Uniformização dos Produtos Uniformização dos Trabalhadores
  • 12. A ideologia dos “recursos humanos” Prepara a instrumentalização – a colonização -, pela racionalidade econômica das aspirações não-econômicas. Um trabalho mais satisfatório e autônomo, graças a uma certa recomposição das tarefas, com o repartir o trabalho entre colegas, variar o ritmo da execução ao longo da jornada e controlar os próprios resultados. Mais cooperação, menos absenteísmo e mais rendimento.
  • 13. A gestão do conhecimento como ideologia A empresa como um lugar de aperfeiçoamento pessoal para seus assalariados. Mais máquinas, menos empregados, uma elite com privilégios corporativos em contrapartida ao desemprego, a precariedade do emprego, a desqualificação e a insegurança da grande maioria. O núcleo estável do pessoal deve ter uma flexibilidade funcional, a mão de obra periférica uma flexibilidade numérica.
  • 14. Núcleo estável Mão-de-Obra Periférica I Mão-de-Obra Periférica II Mão-de-Obra Externa I Mão-de-Obra Externa II A organização estrutural dos trabalhadores
  • 15. Núcleo estável Aceitação da mobilidade profissional. Em curto prazo: Mudança de posto e acréscimo das competências; Em longo prazo: Reciclagem, modificação do plano de carreira. Qualificação doméstica que a firma garante, completa e estende.
  • 16. Mão de obra periférica I Empregada a título permanente nos trabalhos de escritório, de vigilância, de manutenção e no teste das instalações. Não possui grandes qualificações, pode ser renovada, completada ou substituída à vontade por recrutamento entre os desempregados.
  • 17. Precariamente empregada, com frequência em tempo parcial. Trabalhadores provisórios, temporários, número que a emprsa pode ajustar em resposta às flutuações de mercado. Mão de obra periférica II
  • 18. Pessoal altamente qualificado: Suporte de informática, especialista em finanças etc. Mão de obra externa I
  • 19. Pessoal sem nenhuma qualificação especial: Limpeza, transporte, alimentação etc. Mão-de-Obra flutuante, ocasional, de inúmeros subcontratados. Mão de obra externa II
  • 20. Uma ideologia corrompida do trabalho A ideologia do trabalho duro e a moral do esforço individual acobertam um egoísmo supercompetitivo e o carreirismo: Os melhores vencem e os outros que se virem.
  • 21. Uma ideologia por menos trabalho? Nessas condições, os valores de solidariedade, de equidade e de fraternidade pedem a divisão equitativa dos empregos e das riquezas produzidas: Isto é, uma política de redução metódica, programada, massiva da duração do trabalho, sem respectiva perda de renda. Todo mundo deve poder trabalhar menos para que todos possam ganhar sua vida trabalhando.
  • 22. A perda de sentido do trabalho Quando o trabalhador é mediado por números em seu teclado e sua tela... A espessura do mundo é abolida, o trabalho como atividade material é abolido, resta apenas uma atividade puramente intelectual ou, melhor, mental. Triunfo da matematização da natureza. A realidade aprendida é despojada de todas as qualidades sensíveis, o vivido, do pensar originário desprezado. O trabalho desapareceu porque a vida retirou-se do universo. Não há mais ninguém, só números que perseguem números em silêncio, sem discussão, porque insensíveis, mudos.
  • 23. A cultura técnica é incultura de tudo o que não é técnico. Aprender a trabalhar é desaprender a encontrar e mesmo a buscar um sentido às relações não instrumentais com o meio ambiente e os outros. A perda de sentido do trabalho
  • 24. Ponha o trabalho em seu devido lugar O tempo da vida não precisa mais ser gerido em função do tempo do trabalho; é o trabalho que deve encontrar seu lugar, um lugar subordinado, em um projeto de vida. A qualidade de vida depende da intensidade das trocas afetivas e culturais, das relações fundadas na amizade, no amor, na fraternidade, na ajuda mútua, e não na intensidade das relações mercantis.