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COVID–19 x IMPACTOS NO
AGRONEGÓCIO BRASILEIRO
Overview 26/03/2020
Consolidado: 19h52
PÁGINA 2
OMS: 526.044 casos de Covid-19 em 175 países e 23.709 mortes.
Brasil contabiliza 2.915 casos, com 77 mortes: letalidade de 2,6%.
O dólar à vista fechou o dia em baixa de 0,75%, cotado a R$ 4,9957, rompendo o
suporte de R$ 5, no menor patamar em duas semanas.
Petróleo (Brent) sofreu forte baixa de 7,71%, para 22,60/barril – após três dias
consecutivos de altas, a pressão veio das preocupações sobre o impacto do
Covid-19 na demanda global, com aumento da oferta e impasse entre Arábia e
Rússia.
Ibovespa fechou em alta de 3,67%, para 77.709 pontos – em alta pela 3ª sessão
seguida, após avanço de 7,50% no dia anterior (25/03) e de 9,69% na terça-feira
(24/03), seguindo o desempenho positivo nas bolsas da Europa e dos EUA.
OVERVIEW 26/03/2020: CENÁRIO INTERNACIONAL
ÍNDICE
PÁGINA 3
As bolsas da Europa fecharam em alta nesta quinta-feira (26/03), em dia de grande
volatilidade e expectativa por novos anúncios de medidas para ajudar a economia e
diminuir os impactos da pandemia de Covid-19.
O grupo das 20 maiores economias do mundo (G20) divulgou comunicado de
reunião virtual, reafirmando o comprometimento das nações em fazer “o que for
necessário” para superar a crise.
As bolsas da Europa seguiram a alta dos mercados acionários em Nova York,
reagindo à aprovação do pacote trilionário de ajuda financeira no Senado e às
declarações do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, que sinalizou a
possibilidade de ampliar o apoio à economia.
OVERVIEW 26/03/2020: CENÁRIO INTERNACIONAL
ÍNDICE
PÁGINA 4
A FAO (Agência das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) alerta para o
risco de tensões no sistema alimentar mundial no rastro do Covid-19.
As perturbações podem aparecer na cadeia alimentar a partir de abril/maio.
Também poderá ocorrer queda no consumo de carnes na esteira da pandemia.
Os impactos do coronavírus na produção de alimentos e na agricultura vão ocorrer
na medida em que os casos da pandemia aumentam no mundo e o confinamento e
outras restrições são adotadas para frear a propagação do vírus.
Atualmente, as interrupções são mínimas, porque os abastecimentos de alimentos
têm sido adequados e os mercados continuaram estáveis.
Os estoques mundiais de grãos são elevados em nível global.
OVERVIEW 26/03/2020: RISCOS GLOBAIS DA CADEIA DE ALIMENTOS
ÍNDICE
PÁGINA 5
Para a FAO, é provável uma menor produção de alimentos básicos de valor elevado,
como frutas e legumes, mas ainda não se constata perturbações nesse segmento.
O problema fundamental poderá acontecer na logística, mas a situação deverá ser
diferente para distintos tipos de commodities.
Para os grãos, as reservas são suficientes e a colheita global é muito boa, não
havendo problema em termos de disponibilidade de alimentos.
Mas dificuldades podem ocorrer na parte da logística, na medida em que cadeias de
distribuição podem ser afetadas pelo lockdown.
Para os produtos perecíveis, parte da produção pode ser afetada pela redução na
oferta de mão-de-obra e o lockdown afeta o fluxo de trabalhadores temporários.
OVERVIEW 26/03/2020: RISCOS GLOBAIS DA CADEIA DE ALIMENTOS
ÍNDICE
PÁGINA 6
Quanto à demanda, a crise atual deverá gerar uma recessão e isso deve se refletir na
demanda, podendo afetar os preços, levando-os à baixas no futuro próximo.
A expectativa de queda na produção e no consumo agrícola decorre do fato de que
as pessoas estão comprando menos e muitos não estão produzindo.
É possível que ocorram problemas de escassez de alimentos, especialmente de
frutas e vegetais, porque são mais trabalhosos e mais afetados pela logística.
Para os grãos, a queda no crescimento econômico mundial, como resultado do
coronavírus, poderá afetar negativamente a demanda e, portanto, os preços.
A FAO estima uma queda maior do consumo de carnes, com problemas logísticos
está afetando o segmento, já muito fechado por causa de quarentena.
OVERVIEW 26/03/2020: RISCOS GLOBAIS DA CADEIA DE ALIMENTOS
ÍNDICE
PÁGINA 7
Em segundo lugar, no segmento de carnes, há o problema de informação.
Tem havido muita especulação de que o coronavírus tenha se originado de animais
para humanos e, embora não haja nenhuma evidência científica, a especulação
levou consumidores a temerem comer carnes.
Em terceiro lugar, a recessão deverá reduzir a demanda e isso pressionará os preços
das carnes para baixo.
A safra global de grãos 2019/2020 está estimada em 2,175 bilhões de toneladas,
com estoques finais de 608 milhões de toneladas – um nível bastante seguro, que
equivale a 27,7% do consumo mundial, estimado em 2,192 bilhões de toneladas, o
que sugere que não deve haver desabastecimento de grãos em nível global.
OVERVIEW 26/03/2020: RISCOS GLOBAIS DA CADEIA DE ALIMENTOS
ÍNDICE
PÁGINA 8
Opostamente à visão da FAO, o cenário mais provável neste momento é de que as
interrupções no comércio e a implementação de restrições às exportações por
causa do Covid-19 podem levar à aceleração dos preços globais dos alimentos.
Ao longo de 2020, a tendência é que os consumidores continuem comprando nos
supermercados para estocar alimentos em casa, enquanto os governos devem
continuar aumentando os estoques, antecipando a demanda de alimentos em 2020
e sustentando os preços de grãos, oleaginosas, carnes e outros produtos básicos.
Países com segurança alimentar mais baixa, como os do Oriente Médio, China,
Japão e Coreia do Sul ou países com moedas enfraquecidas, como Indonésia e
Índia, estariam mais expostos a um aumento na inflação dos preços dos alimentos.
OVERVIEW 26/03/2020: RISCOS GLOBAIS DA CADEIA DE ALIMENTOS
ÍNDICE
PÁGINA 9
De cada R$ 100 anunciados pelo governo para o enfrentamento da pandemia, R$ 60
não saíram do papel porque o governo não encaminhou as propostas ou o
Congresso ainda não votou os projetos de lei que estão sendo usados para acelerar
as ações, incluindo as para ampliar a rede de proteção à população de baixa renda.
Do pacote de R$ 308,9 bilhões, 63% (R$ 195,5 bilhões) não passaram do anúncio e
não chegaram na ponta que mais precisa.
As propostas emperradas totalizam R$ 103,3 bilhões em medidas que sequer foram
editadas pelo governo e R$ 82,2 bilhões em ações que não foram enviadas ao
Congresso, mas estão sendo incorporadas em projetos que já estavam em
tramitação.
ÍNDICE
OVERVIEW 26/03/2020: MEDIDAS DO GOVERNO EMPERRADAS
PÁGINA 10
Até agora, as medidas efetivamente implementadas ficaram concentradas nas
empresas, como a flexibilização das regras trabalhistas, oferta de crédito barato,
suspensão do pagamento de tributos e auxílio a Estados e municípios.
A demora do governo para agir está fazendo com que o Congresso se antecipe, a
fim de agilizar a concessão de uma renda mínima aos mais afetados, como a
inclusão de auxílio de R$ 500 (maior dos que os R$ 200 oferecidos pelo governo e
que não foram ainda implementados) a trabalhadores sem carteira assinada.
O atraso do Ministério da Economia em efetivar por meios legais o que já foi
anunciado está associado à burocracia orçamentária, que ainda permanece mesmo
com a aprovação do decreto de calamidade pública.
ÍNDICE
OVERVIEW 26/03/2020: MEDIDAS DO GOVERNO EMPERRADAS
PÁGINA 11
Os problemas de gestão ficaram mais evidentes e levaram ao erro na edição da
Medida Provisória trabalhista, cuja permissão para suspensão dos contratos por até
4 meses sem compensação aos trabalhadores foi revogada por Bolsonaro.
Os problemas de gestão estão muito mais relacionados ao processo decisório,
devido ao gigantismo da máquina do ministério da Economia, do que a ausência do
ministro da Economia, Paulo Guedes, de Brasília – que optou em despachar do RJ.
O erro na primeira MP trabalhista também impõe uma demora adicional, já que
agora os técnicos estão redobrando cuidados, artigo por artigo, o novo texto que
criará os benefícios para quem tiver redução de jornada e salário ou suspensão de
contrato durante a crise: o governo prevê pagar R$ 36 bilhões nesses auxílios.
ÍNDICE
OVERVIEW 26/03/2020: MEDIDAS DO GOVERNO EMPERRADAS
PÁGINA 12
Entre as medidas não enviadas também está o repasse de R$ 21,5 bilhões do Fundo
PIS/Pasep para o FGTS com o objetivo de viabilizar novos saques do fundo.
O governo ainda não informou quem seria contemplado.
Até medidas anunciadas há duas semanas, como a redução por 3 meses de 50% da
alíquota dos tributos do Sistema S, somando R$ 2,2 bilhões, não saíram.
O governo liberou mais de R$ 3,4 bilhões em crédito extraordinário para os
ministérios da Ciência e Tecnologia, Relações Exteriores, Defesa e da Cidadania.
Desse total, R$ 3 bilhões são direcionados para a ampliação do Bolsa Família.
O governo está muito lento em relação aos outros países, embora tenha os
instrumentos necessários e o Congresso esteja disposto a ajudar.
ÍNDICE
OVERVIEW 26/03/2020: MEDIDAS DO GOVERNO EMPERRADAS
PÁGINA 13
Soja (mai/20) baixa de 0,14% a US$ 8,80/bushel – forte aumento da área nos EUA
Milho (mai/20) alta de 0,07% a US$ 3,48/bushel – demanda pelo grão dos EUA
Algodão (mai/20) alta de 1,24% a 52,78 cents – forte baixa do preço do petróleo
Café (mai/20) baixa de 4,08% a 124,65 cents – correção técnica após fortes altas
Açúcar (mai/20) baixa de 0,70% a 11,33 cents – realização de lucros
AGRONEGÓCIO: COTAÇÕES EXTERNAS E INTERNAS – 26/03/2020
ÍNDICE
Soja (Paranaguá): tendência altista – R$ 98,55/saca 60 Kg (-1,14%)
Milho (São Paulo): tendência altista – R$ 59,21/saca 60 Kg (-0,47%)
Café (Minas Gerais): tendência altista – R$ 582,00/saca 60 Kg (-1,33%)
Açúcar (São Paulo): tendência de estabilidade – R$ 77,14/saca 50 Kg (+0,46%)
Boi (São Paulo): tendência de estabilidade – R$ 201,85/arroba (+1,18%)
14
PÁGINA 14
ÍNDICE
15
PÁGINA 15
ÍNDICE
maio | 2018
PÁGINA 16
CULTURA EVOLUÇÃO DOS PREÇOS NO MERCADO DOMÉSTICO
VARIAÇÃO ÚLTIMOS 30 DIAS VARIAÇÃO ÚLTIMOS 12 MESES
SOJA +13,1% +29,4%
MILHO +14,5% +52,0%
ARROZ +4,7% +31,7%
TRIGO +15,9% +25,4%
FEIJÃO +57,1% -30,8%
ALGODÃO +1,5% -0,6%
CAFÉ +20,8% +46,1%
AÇÚCAR -4,8% +14,1%
DÓLAR +15,2% +30,0%
PÁGINA 17
De acordo com pesquisa da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), após
o abastecimento mais intenso da população na semana de 15 de março, o
movimento se normalizou desde de 22 de março.
O movimento deve continuar normalizado nos próximos dias.
Os supermercados são, por lei, atividade essencial da economia e não irão fechar, e
eles continuarão abastecidos e preparados para a demanda dos brasileiros.
Toda a cadeia de abastecimento está funcionando normalmente, em plena
atividade: indústria, logística, varejo.
Os consumidores podem ficar tranquilos e fazer suas compras como o habitual, não
há necessidade de estocar itens.
AGRONEGÓCIO BRASILEIRO: MOVIMENTOS DOS PREÇOS NO BRASIL
ÍNDICE
PÁGINA 18
O que pode acontecer pontualmente é uma questão de reposição, apenas a falta de
alguns produtos relacionados à prevenção direta do Covid-19, por conta do aumento
da demanda, com destaque para o álcool gel.
Está ocorrendo uma migração da demanda no food service para o varejo.
A razão para essa migração é a quarentena em muitas cidades em virtude da crise
do novo coronavírus: restaurantes e bares estão fechados e consumidores têm
procurado fazer estoques de produtos.
A menor dependência do food service permite que as empresas facilmente migrem
a produção que seria destinada a essa canal para o varejo.
Também há um aumento da demanda por alimentos enlatados no mercado.
AGRONEGÓCIO BRASILEIRO: MOVIMENTOS DOS PREÇOS NO BRASIL
ÍNDICE
PÁGINA 19
Carnes: os valores dos contratos futuros do boi gordo na B3 já retornaram aos
patamares semelhantes ao praticados antes do movimento de alta no fim de 2019.
Até o dia 13 deste mês, os valores desses contratos ainda indicavam que os preços
continuariam elevados ao longo de 2020, ainda que abaixo dos preços praticados no
fim de novembro.
No entanto, esses preços retornaram a patamares similares aos anteriores ao
choque no dia 17 de março, repercutindo o grau de incerteza atual no mercado
financeiro e, também, o impacto esperado da pandemia sobre a demanda.
Os preços do boi gordo, do suíno vivo e do frango acumularam em 2019, elevações
de 40,5%, 53,6% e 18,3%, respectivamente.
AGRONEGÓCIO BRASILEIRO: MOVIMENTOS DOS PREÇOS NO BRASIL
ÍNDICE
PÁGINA 20
ÍNDICE
PÁGINA 21
O momento e a intensidade do choque no preço de carnes – que refletiu em grande
medida efeitos do surto da Peste Suína Africana (PSA) na China – estão entre os
fatores mais relevantes para entender esses desvios nas projeções de curto prazo.
Como o choque se mostrou concentrado no quarto trimestre de 2019, as
estimativas de seu efeito sobre a inflação de 2020 foram revisadas para baixo.
Entretanto, as carnes ainda acumulam fortes ganhos no mercado brasileiro.
Nos últimos 30 dias, o preço médio do boi gordo acumula uma alta de 2,4%, o do
frango vivo, de 0,9%, e o do suíno vivo, de 5,9%.
Mesmo com recuos no 1º trimestre de 2020, nos últimos 12 meses, o preço médio
do boi gordo subiu 32,1%, o do suíno vivo, 44,3%, e o do frango vivo, apenas 0,6%.
AGRONEGÓCIO BRASILEIRO: MOVIMENTOS DOS PREÇOS NO BRASIL
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PÁGINA 22
ÍNDICE
PÁGINA 23
Frango: a demanda por carne de frango nesse período de recolhimento da
população vem impulsionando os preços e a maior procura é por congelados.
No atacado de São Paulo, o frango inteiro congelado se valorizou 4,0% nos últimos
sete dias, sendo negociado a R$ 4,69/Kg, enquanto a alta no preço do frango
resfriado foi de 1,8%, no mesmo período, para R$ 4,62/Kg.
Em Minas Gerais, o frango congelado atingiu R$ 4,99/Kg, elevação de 3,4% nos
últimos sete dias, enquanto o resfriado subiu 3,0%, cotado a R$ 5,02/Kg.
No mercado de cortes e miúdos do atacado em São Paulo, a maior valorização no
período foi do peito congelado, de 5,5%, a R$ 5,54/Kg, e da coxa com sobrecoxa,
também congelada, comercializada a R$ 5,42/Kg, com alta de 4,5% em sete dias.
AGRONEGÓCIO BRASILEIRO: MOVIMENTOS DOS PREÇOS NO BRASIL
ÍNDICE
PÁGINA 24
ÍNDICE
PÁGINA 25
ÍNDICE
PÁGINA 26
Suíno: com as recomendações de distanciamento social e decretos municipais e
estaduais de quarentenas, têm diminuído a demanda de restaurantes, escolas,
hotéis e outros serviços de alimentação pela carne suína.
No atacado, em São Paulo, a carcaça especial registra desvalorização de 2,6% nos
últimos sete dias, cotada a R$ 8,55/Kg, enquanto a carcaça comum apresenta queda
de 0,7% no mesmo período, a R$ 8,24 por Kg.
Dentre os principais cortes de suínos negociados no atacado, a paleta desossada
sofreu desvalorização mais forte, de 3,4% em sete dias, com média de R$ 11,66/Kg.
Neste mesmo período, os preços do suíno vivo recuaram 2,3% em Santa Catarina,
2,1% em São Paulo, 0,7% no Rio Grande do Sul e 6,5% em Minas Gerais.
AGRONEGÓCIO BRASILEIRO: MOVIMENTOS DOS PREÇOS NO BRASIL
ÍNDICE
PÁGINA 27
ÍNDICE
PÁGINA 28
ÍNDICE
PÁGINA 29
Frutas, legumes e verduras: devido às recomendações de isolamento social e
quarentena, o segmento de FLV têm enfrentado demanda bastante reduzida ao
longo desta semana, tanto no varejo quanto nas áreas produtoras.
Sem grande giro de vendas no comércio, os compradores estão receosos em
manter os pedidos no campo, já que sobras de mercadorias podem causar perdas.
Outro problema relatado pelos agentes é o frete: além da redução nos pedidos,
alguns produtores que ainda precisam atender clientes estão com dificuldades em
escoar sua produção aos centros consumidores por falta de transporte, como está
ocorrendo nas regiões de Caçador (SC) e Venda Nova do Imigrante (ES), áreas
tradicionalmente produtoras de tomate.
AGRONEGÓCIO BRASILEIRO: MOVIMENTOS DOS PREÇOS NO BRASIL
ÍNDICE
PÁGINA 30
Em pelo menos 22 Estados brasileiros, governadores e prefeitos já tomaram
medidas de isolamento contra o coronavírus, como o fechamento de divisas,
bloqueios em estradas e rios, e suspensão do transporte de passageiros.
Em vários Estados, prefeituras decidiram isolar cidades por conta própria, instalando
barreiras físicas ou sanitárias em seus acessos.
São Paulo não fechou as divisas com outros Estados, mas, no dia 25 de março,
havia uma barreira no trecho urbano de Itararé, na divisa com o Paraná.
O governo de Minas Gerais proibiu ônibus e vans de passageiros de atravessar as
divisas estaduais e o Espírito Santo suspendeu por tempo indeterminado a
circulação do trem que liga Vitória (ES) a Belo Horizonte (MG).
AGRONEGÓCIO BRASILEIRO: SITUAÇÃO DA LOGÍSTICA
ÍNDICE
PÁGINA 31
As quebras no milho de verão (1ª safra) e na soja do Sul do Brasil, com maior
intensidade no Rio Grande do Sul, não serão suficientes para impedir o País de obter
uma colheita recorde de grãos na atual temporada.
A projeção para a safra brasileira de grãos 2019/2020 é de colheita recorde de 253,7
milhões de toneladas, 4,9% acima da anterior (241,8 milhões de toneladas).
Esse aumento decorre da forte recuperação da safra nacional de soja (+7,9%),
aumento da área e da produção na 2ª safra de milho e do incremento de 2,3% na
área total a ser plantada em 2019/2020.
O resultado final da atual safra ainda dependerá do desempenho da produtividade
da 2ª safra de milho e da safra de inverno, em especial da cultura do trigo.
SITUAÇÃO DA SAFRA DE GRÃOS NO BRASIL
ÍNDICE
PÁGINA 32
Fontes de Consultas
ÍNDICE
Agências: Broadcast Agro, Reuters, Agência Brasil, Valor Econômico e Bloomberg
Cepea – Centro de Pesquisas Econômicas da Esalq/USP
MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis
ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
USDA – Departamento de Agricultura dos Estados Unidos
OMS – Organização Mundial da Saúde
ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis
Elaboração: COGO INTELIGÊNCIA EM AGRONEGÓCIO
+55 51 32481117
+55 51 999867666
consultoria@carloscogo.com.br
www.carloscogo.com.br
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Covid-19 e os impactos no agro brasileiro - Cogo - 26/03

  • 1. COVID–19 x IMPACTOS NO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO Overview 26/03/2020 Consolidado: 19h52
  • 2. PÁGINA 2 OMS: 526.044 casos de Covid-19 em 175 países e 23.709 mortes. Brasil contabiliza 2.915 casos, com 77 mortes: letalidade de 2,6%. O dólar à vista fechou o dia em baixa de 0,75%, cotado a R$ 4,9957, rompendo o suporte de R$ 5, no menor patamar em duas semanas. Petróleo (Brent) sofreu forte baixa de 7,71%, para 22,60/barril – após três dias consecutivos de altas, a pressão veio das preocupações sobre o impacto do Covid-19 na demanda global, com aumento da oferta e impasse entre Arábia e Rússia. Ibovespa fechou em alta de 3,67%, para 77.709 pontos – em alta pela 3ª sessão seguida, após avanço de 7,50% no dia anterior (25/03) e de 9,69% na terça-feira (24/03), seguindo o desempenho positivo nas bolsas da Europa e dos EUA. OVERVIEW 26/03/2020: CENÁRIO INTERNACIONAL ÍNDICE
  • 3. PÁGINA 3 As bolsas da Europa fecharam em alta nesta quinta-feira (26/03), em dia de grande volatilidade e expectativa por novos anúncios de medidas para ajudar a economia e diminuir os impactos da pandemia de Covid-19. O grupo das 20 maiores economias do mundo (G20) divulgou comunicado de reunião virtual, reafirmando o comprometimento das nações em fazer “o que for necessário” para superar a crise. As bolsas da Europa seguiram a alta dos mercados acionários em Nova York, reagindo à aprovação do pacote trilionário de ajuda financeira no Senado e às declarações do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, que sinalizou a possibilidade de ampliar o apoio à economia. OVERVIEW 26/03/2020: CENÁRIO INTERNACIONAL ÍNDICE
  • 4. PÁGINA 4 A FAO (Agência das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) alerta para o risco de tensões no sistema alimentar mundial no rastro do Covid-19. As perturbações podem aparecer na cadeia alimentar a partir de abril/maio. Também poderá ocorrer queda no consumo de carnes na esteira da pandemia. Os impactos do coronavírus na produção de alimentos e na agricultura vão ocorrer na medida em que os casos da pandemia aumentam no mundo e o confinamento e outras restrições são adotadas para frear a propagação do vírus. Atualmente, as interrupções são mínimas, porque os abastecimentos de alimentos têm sido adequados e os mercados continuaram estáveis. Os estoques mundiais de grãos são elevados em nível global. OVERVIEW 26/03/2020: RISCOS GLOBAIS DA CADEIA DE ALIMENTOS ÍNDICE
  • 5. PÁGINA 5 Para a FAO, é provável uma menor produção de alimentos básicos de valor elevado, como frutas e legumes, mas ainda não se constata perturbações nesse segmento. O problema fundamental poderá acontecer na logística, mas a situação deverá ser diferente para distintos tipos de commodities. Para os grãos, as reservas são suficientes e a colheita global é muito boa, não havendo problema em termos de disponibilidade de alimentos. Mas dificuldades podem ocorrer na parte da logística, na medida em que cadeias de distribuição podem ser afetadas pelo lockdown. Para os produtos perecíveis, parte da produção pode ser afetada pela redução na oferta de mão-de-obra e o lockdown afeta o fluxo de trabalhadores temporários. OVERVIEW 26/03/2020: RISCOS GLOBAIS DA CADEIA DE ALIMENTOS ÍNDICE
  • 6. PÁGINA 6 Quanto à demanda, a crise atual deverá gerar uma recessão e isso deve se refletir na demanda, podendo afetar os preços, levando-os à baixas no futuro próximo. A expectativa de queda na produção e no consumo agrícola decorre do fato de que as pessoas estão comprando menos e muitos não estão produzindo. É possível que ocorram problemas de escassez de alimentos, especialmente de frutas e vegetais, porque são mais trabalhosos e mais afetados pela logística. Para os grãos, a queda no crescimento econômico mundial, como resultado do coronavírus, poderá afetar negativamente a demanda e, portanto, os preços. A FAO estima uma queda maior do consumo de carnes, com problemas logísticos está afetando o segmento, já muito fechado por causa de quarentena. OVERVIEW 26/03/2020: RISCOS GLOBAIS DA CADEIA DE ALIMENTOS ÍNDICE
  • 7. PÁGINA 7 Em segundo lugar, no segmento de carnes, há o problema de informação. Tem havido muita especulação de que o coronavírus tenha se originado de animais para humanos e, embora não haja nenhuma evidência científica, a especulação levou consumidores a temerem comer carnes. Em terceiro lugar, a recessão deverá reduzir a demanda e isso pressionará os preços das carnes para baixo. A safra global de grãos 2019/2020 está estimada em 2,175 bilhões de toneladas, com estoques finais de 608 milhões de toneladas – um nível bastante seguro, que equivale a 27,7% do consumo mundial, estimado em 2,192 bilhões de toneladas, o que sugere que não deve haver desabastecimento de grãos em nível global. OVERVIEW 26/03/2020: RISCOS GLOBAIS DA CADEIA DE ALIMENTOS ÍNDICE
  • 8. PÁGINA 8 Opostamente à visão da FAO, o cenário mais provável neste momento é de que as interrupções no comércio e a implementação de restrições às exportações por causa do Covid-19 podem levar à aceleração dos preços globais dos alimentos. Ao longo de 2020, a tendência é que os consumidores continuem comprando nos supermercados para estocar alimentos em casa, enquanto os governos devem continuar aumentando os estoques, antecipando a demanda de alimentos em 2020 e sustentando os preços de grãos, oleaginosas, carnes e outros produtos básicos. Países com segurança alimentar mais baixa, como os do Oriente Médio, China, Japão e Coreia do Sul ou países com moedas enfraquecidas, como Indonésia e Índia, estariam mais expostos a um aumento na inflação dos preços dos alimentos. OVERVIEW 26/03/2020: RISCOS GLOBAIS DA CADEIA DE ALIMENTOS ÍNDICE
  • 9. PÁGINA 9 De cada R$ 100 anunciados pelo governo para o enfrentamento da pandemia, R$ 60 não saíram do papel porque o governo não encaminhou as propostas ou o Congresso ainda não votou os projetos de lei que estão sendo usados para acelerar as ações, incluindo as para ampliar a rede de proteção à população de baixa renda. Do pacote de R$ 308,9 bilhões, 63% (R$ 195,5 bilhões) não passaram do anúncio e não chegaram na ponta que mais precisa. As propostas emperradas totalizam R$ 103,3 bilhões em medidas que sequer foram editadas pelo governo e R$ 82,2 bilhões em ações que não foram enviadas ao Congresso, mas estão sendo incorporadas em projetos que já estavam em tramitação. ÍNDICE OVERVIEW 26/03/2020: MEDIDAS DO GOVERNO EMPERRADAS
  • 10. PÁGINA 10 Até agora, as medidas efetivamente implementadas ficaram concentradas nas empresas, como a flexibilização das regras trabalhistas, oferta de crédito barato, suspensão do pagamento de tributos e auxílio a Estados e municípios. A demora do governo para agir está fazendo com que o Congresso se antecipe, a fim de agilizar a concessão de uma renda mínima aos mais afetados, como a inclusão de auxílio de R$ 500 (maior dos que os R$ 200 oferecidos pelo governo e que não foram ainda implementados) a trabalhadores sem carteira assinada. O atraso do Ministério da Economia em efetivar por meios legais o que já foi anunciado está associado à burocracia orçamentária, que ainda permanece mesmo com a aprovação do decreto de calamidade pública. ÍNDICE OVERVIEW 26/03/2020: MEDIDAS DO GOVERNO EMPERRADAS
  • 11. PÁGINA 11 Os problemas de gestão ficaram mais evidentes e levaram ao erro na edição da Medida Provisória trabalhista, cuja permissão para suspensão dos contratos por até 4 meses sem compensação aos trabalhadores foi revogada por Bolsonaro. Os problemas de gestão estão muito mais relacionados ao processo decisório, devido ao gigantismo da máquina do ministério da Economia, do que a ausência do ministro da Economia, Paulo Guedes, de Brasília – que optou em despachar do RJ. O erro na primeira MP trabalhista também impõe uma demora adicional, já que agora os técnicos estão redobrando cuidados, artigo por artigo, o novo texto que criará os benefícios para quem tiver redução de jornada e salário ou suspensão de contrato durante a crise: o governo prevê pagar R$ 36 bilhões nesses auxílios. ÍNDICE OVERVIEW 26/03/2020: MEDIDAS DO GOVERNO EMPERRADAS
  • 12. PÁGINA 12 Entre as medidas não enviadas também está o repasse de R$ 21,5 bilhões do Fundo PIS/Pasep para o FGTS com o objetivo de viabilizar novos saques do fundo. O governo ainda não informou quem seria contemplado. Até medidas anunciadas há duas semanas, como a redução por 3 meses de 50% da alíquota dos tributos do Sistema S, somando R$ 2,2 bilhões, não saíram. O governo liberou mais de R$ 3,4 bilhões em crédito extraordinário para os ministérios da Ciência e Tecnologia, Relações Exteriores, Defesa e da Cidadania. Desse total, R$ 3 bilhões são direcionados para a ampliação do Bolsa Família. O governo está muito lento em relação aos outros países, embora tenha os instrumentos necessários e o Congresso esteja disposto a ajudar. ÍNDICE OVERVIEW 26/03/2020: MEDIDAS DO GOVERNO EMPERRADAS
  • 13. PÁGINA 13 Soja (mai/20) baixa de 0,14% a US$ 8,80/bushel – forte aumento da área nos EUA Milho (mai/20) alta de 0,07% a US$ 3,48/bushel – demanda pelo grão dos EUA Algodão (mai/20) alta de 1,24% a 52,78 cents – forte baixa do preço do petróleo Café (mai/20) baixa de 4,08% a 124,65 cents – correção técnica após fortes altas Açúcar (mai/20) baixa de 0,70% a 11,33 cents – realização de lucros AGRONEGÓCIO: COTAÇÕES EXTERNAS E INTERNAS – 26/03/2020 ÍNDICE Soja (Paranaguá): tendência altista – R$ 98,55/saca 60 Kg (-1,14%) Milho (São Paulo): tendência altista – R$ 59,21/saca 60 Kg (-0,47%) Café (Minas Gerais): tendência altista – R$ 582,00/saca 60 Kg (-1,33%) Açúcar (São Paulo): tendência de estabilidade – R$ 77,14/saca 50 Kg (+0,46%) Boi (São Paulo): tendência de estabilidade – R$ 201,85/arroba (+1,18%)
  • 16. maio | 2018 PÁGINA 16 CULTURA EVOLUÇÃO DOS PREÇOS NO MERCADO DOMÉSTICO VARIAÇÃO ÚLTIMOS 30 DIAS VARIAÇÃO ÚLTIMOS 12 MESES SOJA +13,1% +29,4% MILHO +14,5% +52,0% ARROZ +4,7% +31,7% TRIGO +15,9% +25,4% FEIJÃO +57,1% -30,8% ALGODÃO +1,5% -0,6% CAFÉ +20,8% +46,1% AÇÚCAR -4,8% +14,1% DÓLAR +15,2% +30,0%
  • 17. PÁGINA 17 De acordo com pesquisa da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), após o abastecimento mais intenso da população na semana de 15 de março, o movimento se normalizou desde de 22 de março. O movimento deve continuar normalizado nos próximos dias. Os supermercados são, por lei, atividade essencial da economia e não irão fechar, e eles continuarão abastecidos e preparados para a demanda dos brasileiros. Toda a cadeia de abastecimento está funcionando normalmente, em plena atividade: indústria, logística, varejo. Os consumidores podem ficar tranquilos e fazer suas compras como o habitual, não há necessidade de estocar itens. AGRONEGÓCIO BRASILEIRO: MOVIMENTOS DOS PREÇOS NO BRASIL ÍNDICE
  • 18. PÁGINA 18 O que pode acontecer pontualmente é uma questão de reposição, apenas a falta de alguns produtos relacionados à prevenção direta do Covid-19, por conta do aumento da demanda, com destaque para o álcool gel. Está ocorrendo uma migração da demanda no food service para o varejo. A razão para essa migração é a quarentena em muitas cidades em virtude da crise do novo coronavírus: restaurantes e bares estão fechados e consumidores têm procurado fazer estoques de produtos. A menor dependência do food service permite que as empresas facilmente migrem a produção que seria destinada a essa canal para o varejo. Também há um aumento da demanda por alimentos enlatados no mercado. AGRONEGÓCIO BRASILEIRO: MOVIMENTOS DOS PREÇOS NO BRASIL ÍNDICE
  • 19. PÁGINA 19 Carnes: os valores dos contratos futuros do boi gordo na B3 já retornaram aos patamares semelhantes ao praticados antes do movimento de alta no fim de 2019. Até o dia 13 deste mês, os valores desses contratos ainda indicavam que os preços continuariam elevados ao longo de 2020, ainda que abaixo dos preços praticados no fim de novembro. No entanto, esses preços retornaram a patamares similares aos anteriores ao choque no dia 17 de março, repercutindo o grau de incerteza atual no mercado financeiro e, também, o impacto esperado da pandemia sobre a demanda. Os preços do boi gordo, do suíno vivo e do frango acumularam em 2019, elevações de 40,5%, 53,6% e 18,3%, respectivamente. AGRONEGÓCIO BRASILEIRO: MOVIMENTOS DOS PREÇOS NO BRASIL ÍNDICE
  • 21. PÁGINA 21 O momento e a intensidade do choque no preço de carnes – que refletiu em grande medida efeitos do surto da Peste Suína Africana (PSA) na China – estão entre os fatores mais relevantes para entender esses desvios nas projeções de curto prazo. Como o choque se mostrou concentrado no quarto trimestre de 2019, as estimativas de seu efeito sobre a inflação de 2020 foram revisadas para baixo. Entretanto, as carnes ainda acumulam fortes ganhos no mercado brasileiro. Nos últimos 30 dias, o preço médio do boi gordo acumula uma alta de 2,4%, o do frango vivo, de 0,9%, e o do suíno vivo, de 5,9%. Mesmo com recuos no 1º trimestre de 2020, nos últimos 12 meses, o preço médio do boi gordo subiu 32,1%, o do suíno vivo, 44,3%, e o do frango vivo, apenas 0,6%. AGRONEGÓCIO BRASILEIRO: MOVIMENTOS DOS PREÇOS NO BRASIL ÍNDICE
  • 23. PÁGINA 23 Frango: a demanda por carne de frango nesse período de recolhimento da população vem impulsionando os preços e a maior procura é por congelados. No atacado de São Paulo, o frango inteiro congelado se valorizou 4,0% nos últimos sete dias, sendo negociado a R$ 4,69/Kg, enquanto a alta no preço do frango resfriado foi de 1,8%, no mesmo período, para R$ 4,62/Kg. Em Minas Gerais, o frango congelado atingiu R$ 4,99/Kg, elevação de 3,4% nos últimos sete dias, enquanto o resfriado subiu 3,0%, cotado a R$ 5,02/Kg. No mercado de cortes e miúdos do atacado em São Paulo, a maior valorização no período foi do peito congelado, de 5,5%, a R$ 5,54/Kg, e da coxa com sobrecoxa, também congelada, comercializada a R$ 5,42/Kg, com alta de 4,5% em sete dias. AGRONEGÓCIO BRASILEIRO: MOVIMENTOS DOS PREÇOS NO BRASIL ÍNDICE
  • 26. PÁGINA 26 Suíno: com as recomendações de distanciamento social e decretos municipais e estaduais de quarentenas, têm diminuído a demanda de restaurantes, escolas, hotéis e outros serviços de alimentação pela carne suína. No atacado, em São Paulo, a carcaça especial registra desvalorização de 2,6% nos últimos sete dias, cotada a R$ 8,55/Kg, enquanto a carcaça comum apresenta queda de 0,7% no mesmo período, a R$ 8,24 por Kg. Dentre os principais cortes de suínos negociados no atacado, a paleta desossada sofreu desvalorização mais forte, de 3,4% em sete dias, com média de R$ 11,66/Kg. Neste mesmo período, os preços do suíno vivo recuaram 2,3% em Santa Catarina, 2,1% em São Paulo, 0,7% no Rio Grande do Sul e 6,5% em Minas Gerais. AGRONEGÓCIO BRASILEIRO: MOVIMENTOS DOS PREÇOS NO BRASIL ÍNDICE
  • 29. PÁGINA 29 Frutas, legumes e verduras: devido às recomendações de isolamento social e quarentena, o segmento de FLV têm enfrentado demanda bastante reduzida ao longo desta semana, tanto no varejo quanto nas áreas produtoras. Sem grande giro de vendas no comércio, os compradores estão receosos em manter os pedidos no campo, já que sobras de mercadorias podem causar perdas. Outro problema relatado pelos agentes é o frete: além da redução nos pedidos, alguns produtores que ainda precisam atender clientes estão com dificuldades em escoar sua produção aos centros consumidores por falta de transporte, como está ocorrendo nas regiões de Caçador (SC) e Venda Nova do Imigrante (ES), áreas tradicionalmente produtoras de tomate. AGRONEGÓCIO BRASILEIRO: MOVIMENTOS DOS PREÇOS NO BRASIL ÍNDICE
  • 30. PÁGINA 30 Em pelo menos 22 Estados brasileiros, governadores e prefeitos já tomaram medidas de isolamento contra o coronavírus, como o fechamento de divisas, bloqueios em estradas e rios, e suspensão do transporte de passageiros. Em vários Estados, prefeituras decidiram isolar cidades por conta própria, instalando barreiras físicas ou sanitárias em seus acessos. São Paulo não fechou as divisas com outros Estados, mas, no dia 25 de março, havia uma barreira no trecho urbano de Itararé, na divisa com o Paraná. O governo de Minas Gerais proibiu ônibus e vans de passageiros de atravessar as divisas estaduais e o Espírito Santo suspendeu por tempo indeterminado a circulação do trem que liga Vitória (ES) a Belo Horizonte (MG). AGRONEGÓCIO BRASILEIRO: SITUAÇÃO DA LOGÍSTICA ÍNDICE
  • 31. PÁGINA 31 As quebras no milho de verão (1ª safra) e na soja do Sul do Brasil, com maior intensidade no Rio Grande do Sul, não serão suficientes para impedir o País de obter uma colheita recorde de grãos na atual temporada. A projeção para a safra brasileira de grãos 2019/2020 é de colheita recorde de 253,7 milhões de toneladas, 4,9% acima da anterior (241,8 milhões de toneladas). Esse aumento decorre da forte recuperação da safra nacional de soja (+7,9%), aumento da área e da produção na 2ª safra de milho e do incremento de 2,3% na área total a ser plantada em 2019/2020. O resultado final da atual safra ainda dependerá do desempenho da produtividade da 2ª safra de milho e da safra de inverno, em especial da cultura do trigo. SITUAÇÃO DA SAFRA DE GRÃOS NO BRASIL ÍNDICE
  • 32. PÁGINA 32 Fontes de Consultas ÍNDICE Agências: Broadcast Agro, Reuters, Agência Brasil, Valor Econômico e Bloomberg Cepea – Centro de Pesquisas Econômicas da Esalq/USP MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística USDA – Departamento de Agricultura dos Estados Unidos OMS – Organização Mundial da Saúde ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis Elaboração: COGO INTELIGÊNCIA EM AGRONEGÓCIO
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