O documento discute os impactos da pandemia de Covid-19 no mercado global e brasileiro de milho. A queda nos preços internacionais do petróleo reduz a demanda por etanol nos EUA, maior produtor mundial, pressionando os preços do milho. No Brasil, os preços internos atingiram recordes, mas já caem em abril, enquanto as exportações recuam 53% em 2020. A safra recorde projetada para os EUA em 2020/2021 pode elevar excedentes e pressionar ainda mais os preços globais
Bases para uma a Estratégia de Longo Prazo do Brasil para a China
Impactos Covid agronegócio e preços milho
1. Report Diário: impactos do Covid-19 no
agronegócio brasileiro
Milho: como a pandemia afeta os preços no
mercado global e no Brasil?
Overview 17/04/2020
Consolidado: 20h05
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➢ O dólar à vista fechou a sexta-feira em baixa de 0,39%, cotado a R$ 5,2359.
➢ Porém, o dólar acumulou ganho na última semana, marcada pela divulgação de
dados em todo o mundo que destacaram a profundidade da recessão global.
➢ A China divulgou a primeira contração trimestral de seu PIB desde 1992.
➢ O número se seguiu a dados bastante negativos na semana nos Estados Unidos.
➢ Os países são as duas maiores economias do mundo e os relatórios foram
divulgados na mesma semana que o FMI previu que a economia global sofrerá em
2020 a maior contração desde a década de 1930.
➢ Na última semana, o dólar subiu 2,85% e, em 2020, a moeda norte-americana
acumula valorização de 30,48%.
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OVERVIEW 17/04/2020: INDICADORES
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➢ Petróleo Brent teve leve alta de 0,93%, para US$ 28,08 o barril, mas acumulando
uma baixa de 10,8% na última semana, em meio aos desdobramentos sobre o
impacto da Covid-19 na demanda global.
➢ O acordo firmado pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados
(Opep+), que prevê corte de 9,7 milhões de barris por dia (bpd) na produção da
commodity, não estabilizou as cotações, que mostram sequência de volatilidade.
➢ Enquanto as medidas de contenção da Covid-19 permanecerem em vigor, os
preços do petróleo permanecerão baixos.
➢ Mesmo que governos decidam comprar petróleo, em uma tentativa de equilibrar os
desvios entre oferta e demanda, os preços não voltarão a níveis altos.
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OVERVIEW 17/04/2020: INDICADORES
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➢ Ibovespa fechou em alta de 1,51%, para 78.990 pontos.
➢ Após ganho de 11,71% na semana anterior, que havia sido o maior desde março de
2016, o Ibovespa teve alta mais tímida na última semana, de 1,68% no período.
➢ No ano, o Ibovespa ainda acumula uma baixa de 31,70%.
➢ Apesar da leve progressão, o Ibovespa encadeou a segunda semana de ganhos.
➢ Alguns pontos são recorrentes: a dificuldade de o índice se manter além dos 80 mil
pontos; a moderação da volatilidade após o que se viu em fevereiro e março; a
correlação com Nova York e ativos como o petróleo; e a atenção dividida entre o
noticiário médico, dados econômicos globais e os ruídos políticos que chegam de
Brasília – uma combinação que limita o potencial de recuperação das ações.
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OVERVIEW 17/04/2020: INDICADORES
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MILHO: CENÁRIOS DE CURTO PRAZO
➔ Preços internos atingiram níveis recordes, em decorrência dos baixos estoques de
passagem, quebras na safra de verão do Sul do Brasil e dólar em patamares recordes.
➔ No acumulado de 2020 (02/01 a 15/04), o contrato maio/2020 recuou 16,8% em Chicago,
enquanto o Indicador ESALQ/BM&F subiu 9,9% neste período.
➔ O preço interno do milho acumula uma forte alta de 46,1% nos últimos 12 meses, mas já
caiu 13,5% no acumulado deste mês de abril.
➔ No acumulado de 2020, as exportações brasileiras somaram 3,021 milhões de toneladas,
queda de 53,3% em relação ao mesmo período do ano passado.
➔ A queda das vendas externas em 2020 decorre do fato de os preços praticados no
interior estarem muito acima da paridade de exportação nos portos brasileiros.
ABRIL 2020
MILHO: EFEITOS DA COVID-19 SOBRE PREÇOS EXTERNOS E INTERNOS
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ABRIL 2020
MILHO; 1.135,5;
33%
TRIGO; 754,9;
22%
ARROZ; 499,3;
14%
SOJA; 350,1;
10%
CEVADA; 152,6;
4%
GIRASSOL; 68,1;
2%
SORGO;
58,7; 2%
DEMAIS; 444,8;
13%
GRÃOS: DISTRIBUIÇÃO DA DEMANDA GLOBAL EM 2019/2020 EM MILHÕES
DE TONELADAS E EM %
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ÍNDICE
MILHO: CENÁRIOS DE MÉDIO E LONGO PRAZO
➔ O milho é pressionado pela forte queda do petróleo, que reduz a competitividade do
etanol produzido nos EUA – o maior produtor global do biocombustível – que destina
mais de 40% da produção interna para etanol, além da estimativa de aumento de 8,2% da
área plantada nos EUA na safra 2020/2021.
➔ Além disso, a safra 2020/2021 dos EUA está estimada em um recorde de 392,7 milhões
de toneladas, o que deverá elevar expressivamente os excedentes de exportação no
segundo semestre de 2020.
➔ Se não ocorrerem quebras na 2ª safra de milho de 2020 no Brasil, haverá necessidade de
escoar produto para exportação e a tendência é de que as cotações internas se ajustem
à paridade de exportação, recuando para patamares bem inferiores aos atuais.
ABRIL 2020
MILHO: EFEITOS DA COVID-19 SOBRE PREÇOS EXTERNOS E INTERNOS
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ABRIL 2020
332,6
316,2 314,0
273,8
351,3 361,1
345,5
384,8 371,1 364,3
347,8
392,7
2009/2010
2010/2011
2011/2012
2012/2013
2013/2014
2014/2015
2015/2016
2016/2017
2017/2018
2018/2019
2019/2020
2020/2021
MILHO: PRODUÇÃO NOS ESTADOS UNIDOS - MILHÕES DE TONELADAS
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Fontes de Consultas
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Agências: Broadcast Agro, Reuters, Agência Brasil, Valor Econômico e Bloomberg
Cepea – Centro de Pesquisas Econômicas da Esalq/USP
MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis
CNA – Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária
ANEC – Associação Nacional dos Exportadores de Cereais
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
USDA – Departamento de Agricultura dos Estados Unidos
OMS – Organização Mundial da Saúde
ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis
Elaboração: COGO INTELIGÊNCIA EM AGRONEGÓCIO