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O Romance Urbano
Professora Luciane Aparecida de Souza
O Romance Urbano: retrato da vida na corte
O romance urbano, também conhecido como romance da cidade ficou marcado por tentar retratar e criticar os
costumes da sociedade carioca em 1830. Teve como primeira obra O filho do Pescador, de 1843, Teixeira e Sousa,
no entanto, seu valor é apenas histórico, a obra de maior valor dessa tendência foi A moreninha de Joaquim
Manoel de Macedo.
Outro autor de destaque foi José de Alencar com os romances Senhora, Lucíola, e Diva. Memórias de um Sargento
de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida é considerado por alguns romance urbano. Os romances urbanos criam
um público leitor ávido e fiel.
O romance urbano também conhecido como romance de costumes tem como principal característica a
preocupação na ilustração de paixões, comportamento e interesses da classe social da época em foco. Os
romances urbanos se caracterizam também pela presença do herói e da heroína, que apaixonados precisam quase
sempre superar obstáculos para viverem felizes. Outra principal característica é que trouxeram uma nova forma de
entretenimento a leitura de romances
O Projeto Literário do Romance Urbano
OS AGENTES DO DISCURSO: O contexto de produção da literatura romântica, ao
profissionalizar a condição dos escritores, estimula a criação literária porque, como eles
dependem da venda de seus textos, passam a escrever mais.
O ROMANCE URBANO E O PÚBLICO: Devido às elevadas taxas de analfabetismo da
população brasileira, o número de leitores na primeira metade do século XIX não era grande. O
censo de 1872 estima que somente 18,6% da população livre e 15,7% dos escravos sabiam ler e
escrever.
Uma Sociedade em Formação
IDENTIDADE E DEMOCRATIZAÇÃO CULTURAL: O Romance Urbano, por
meio da divulgação de perfis, espaços e comportamentos reconhecidos, também
investe na construção de uma Identidade Nacional.
ALinguagem do RomanceUrbano: ASedução do Leitor
O ENTRELAÇAMENTO DA REALIDADE COM A FICÇÃO: Um segundo recurso narrativo
sobressai na estrutura desses romances: as referências a elementos que o leitor possa
reconhecer no mundo real. Assim, os autores fazem com que suas personagens passeiam por
locais públicos familiares aos leitores da corte.
O amor segundo Joaquim Manuel de Macedo
Joaquim Manuel de Macedo ou Macedinho, como era
conhecido, conquistou um público leitor fiel por produzir,
em grande quantidade, texto marcado por uma certa
ingenuidade narrativa e muito bom humor.
São temáticas comuns às suas obras: namoro difícil ou
impossível, presença de jovens casadoiras e
estudantes, mistérios de identidade de personagens e
identificação final, conflito entre dever e paixão,
alguma comicidade, espécie de documento de
costumes da época. A linguagem é simples, com tramas
fáceis, amor e mistério culminando com um final feliz.
Publicações:
A Moreninha (1844),
O moço loiro (1845),
A luneta mágica (1869),
Mulheres de mantilha (1871).
A Moreninha (1844)
• Romance urbano que retrata a sociedade carioca do século XIX;
• Apresenta: idealização (valorização da mulher), nacionalismo;
• A Moreninha é um exemplo de Metalinguagem, pois é um romance
supostamente escrito por um de seus personagens. A
metalinguagem é caracterizada pela propriedade que a língua tem
de falar sobre si mesma e de mesclar o que existe na ficção com a
realidade.
Joséde Alencar: Um crítico dos costumes
José de Alencar foi quem deu ao romance urbano uma forma mais bem
acabada. De modo um pouco diferente dos outros escritores desse
período, Alencar prioriza as relações humanas, estudadas em função do
ambiente em que se encontram as personagens.
As características principais de suas obras são:
-final feliz ou ideal;
-prevalência do amor verdadeiro;
-protagonistas femininas (que refletem um "ideal de feminilidade");
-retrato das relações familiares;
-ambiente doméstico;
-casamentos;
-questões financeiras (heranças, dotes, títulos, falências...);
Manuel Antônio de Almeida: A estética da malandragem
Um cenário um pouco diferente dos romances de Macedo e Alencar
surgirá das mãos de Manuel Antônio de Almeida. O Rio de Janeiro que
aparece nas páginas de Memórias de um sargento de milícias não é o
da elite burguesa, mas o das camadas mais baixas de população.
•Autor de apenas Memórias de um sargento de milícias (1852-53);
•É considerado por muitos um precursor do Realismo;
•Características da obra:
-Situa o leitor no tempo e no espaço;
-Não idealiza os personagens, mostrando-os como eles realmente são ao
leitor: tipos humanos que compõem um determinado grupo social;
-Apresenta ao leitor os costumes da época;
-Dá ao texto um tom cômico.
-Sua narrativa inclui atributos humanos conhecidos como sentimentos
universais, isto é, sentimentos que todo ser humano pode ter, como amor,
ódio, saudade, tristeza, etc.
Memórias de um Sargento de Milícias (1852-
53)
• O romance é uma obra inovadora para sua época pois rompe com
o retrato exclusivo da vida e dos hábitos da aristocracia para
retratar o ambiente e a linguagem do povo em sua simplicidade,
mas sem deixar de tratar os costumes da corte que tanto
alegravam a população.
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O Romance Urbano e a Sociedade Carioca do Século XIX

  • 1. O Romance Urbano Professora Luciane Aparecida de Souza
  • 2. O Romance Urbano: retrato da vida na corte O romance urbano, também conhecido como romance da cidade ficou marcado por tentar retratar e criticar os costumes da sociedade carioca em 1830. Teve como primeira obra O filho do Pescador, de 1843, Teixeira e Sousa, no entanto, seu valor é apenas histórico, a obra de maior valor dessa tendência foi A moreninha de Joaquim Manoel de Macedo. Outro autor de destaque foi José de Alencar com os romances Senhora, Lucíola, e Diva. Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida é considerado por alguns romance urbano. Os romances urbanos criam um público leitor ávido e fiel. O romance urbano também conhecido como romance de costumes tem como principal característica a preocupação na ilustração de paixões, comportamento e interesses da classe social da época em foco. Os romances urbanos se caracterizam também pela presença do herói e da heroína, que apaixonados precisam quase sempre superar obstáculos para viverem felizes. Outra principal característica é que trouxeram uma nova forma de entretenimento a leitura de romances
  • 3. O Projeto Literário do Romance Urbano OS AGENTES DO DISCURSO: O contexto de produção da literatura romântica, ao profissionalizar a condição dos escritores, estimula a criação literária porque, como eles dependem da venda de seus textos, passam a escrever mais. O ROMANCE URBANO E O PÚBLICO: Devido às elevadas taxas de analfabetismo da população brasileira, o número de leitores na primeira metade do século XIX não era grande. O censo de 1872 estima que somente 18,6% da população livre e 15,7% dos escravos sabiam ler e escrever.
  • 4. Uma Sociedade em Formação IDENTIDADE E DEMOCRATIZAÇÃO CULTURAL: O Romance Urbano, por meio da divulgação de perfis, espaços e comportamentos reconhecidos, também investe na construção de uma Identidade Nacional.
  • 5. ALinguagem do RomanceUrbano: ASedução do Leitor O ENTRELAÇAMENTO DA REALIDADE COM A FICÇÃO: Um segundo recurso narrativo sobressai na estrutura desses romances: as referências a elementos que o leitor possa reconhecer no mundo real. Assim, os autores fazem com que suas personagens passeiam por locais públicos familiares aos leitores da corte.
  • 6. O amor segundo Joaquim Manuel de Macedo Joaquim Manuel de Macedo ou Macedinho, como era conhecido, conquistou um público leitor fiel por produzir, em grande quantidade, texto marcado por uma certa ingenuidade narrativa e muito bom humor. São temáticas comuns às suas obras: namoro difícil ou impossível, presença de jovens casadoiras e estudantes, mistérios de identidade de personagens e identificação final, conflito entre dever e paixão, alguma comicidade, espécie de documento de costumes da época. A linguagem é simples, com tramas fáceis, amor e mistério culminando com um final feliz.
  • 7. Publicações: A Moreninha (1844), O moço loiro (1845), A luneta mágica (1869), Mulheres de mantilha (1871).
  • 8. A Moreninha (1844) • Romance urbano que retrata a sociedade carioca do século XIX; • Apresenta: idealização (valorização da mulher), nacionalismo; • A Moreninha é um exemplo de Metalinguagem, pois é um romance supostamente escrito por um de seus personagens. A metalinguagem é caracterizada pela propriedade que a língua tem de falar sobre si mesma e de mesclar o que existe na ficção com a realidade.
  • 9. Joséde Alencar: Um crítico dos costumes José de Alencar foi quem deu ao romance urbano uma forma mais bem acabada. De modo um pouco diferente dos outros escritores desse período, Alencar prioriza as relações humanas, estudadas em função do ambiente em que se encontram as personagens. As características principais de suas obras são: -final feliz ou ideal; -prevalência do amor verdadeiro; -protagonistas femininas (que refletem um "ideal de feminilidade"); -retrato das relações familiares; -ambiente doméstico; -casamentos; -questões financeiras (heranças, dotes, títulos, falências...);
  • 10.
  • 11. Manuel Antônio de Almeida: A estética da malandragem Um cenário um pouco diferente dos romances de Macedo e Alencar surgirá das mãos de Manuel Antônio de Almeida. O Rio de Janeiro que aparece nas páginas de Memórias de um sargento de milícias não é o da elite burguesa, mas o das camadas mais baixas de população. •Autor de apenas Memórias de um sargento de milícias (1852-53); •É considerado por muitos um precursor do Realismo; •Características da obra: -Situa o leitor no tempo e no espaço; -Não idealiza os personagens, mostrando-os como eles realmente são ao leitor: tipos humanos que compõem um determinado grupo social; -Apresenta ao leitor os costumes da época; -Dá ao texto um tom cômico. -Sua narrativa inclui atributos humanos conhecidos como sentimentos universais, isto é, sentimentos que todo ser humano pode ter, como amor, ódio, saudade, tristeza, etc.
  • 12. Memórias de um Sargento de Milícias (1852- 53) • O romance é uma obra inovadora para sua época pois rompe com o retrato exclusivo da vida e dos hábitos da aristocracia para retratar o ambiente e a linguagem do povo em sua simplicidade, mas sem deixar de tratar os costumes da corte que tanto alegravam a população.