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ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO FUNDAMENTAL E
MÉDIO PROFESSOR JOSÉ SOARES DE CARAVALHO

LICENCIANDOS: Ana Lenita Pereira e Valdeci João da Silva.


  UNIVERSIDADE ESTADUAL
  DA PARAÍBA -
  PIBID/CH/UEPB
O ROMANCE ROMÂNTICO

ORIGENS

O romance e a burguesia

O romance, por relatar acontecimentos da vida comum
e cotidiana, e por dar vazão ao gosto burguês pela
fantasia e pela aventura, veio a ser o mais legítimo
veículo de expressão artística dessa classe.
O romance narra o presente, as coisas banais da vida e
do mundo, numa linguagem simples e direta.
O romance e o folhetim
Tanto na Europa quanto no Brasil, o romance surgiu sob a forma
de folhetim, publicação diária, em jornais, de capítulos de
determinada obra literária. Assim, ao mesmo tempo que
ampliava o público leitor de jornais, o folhetim ampliava o
público de literatura.

Inicialmente, os folhetins publicados no Brasil eram traduções
de obras estrangeiras de autores como Victor Hugo, Alexandre
Dumas, Walter Scott e outros.
O sucesso do folhetim europeu em jornais brasileiros
possibilitou o surgimento de vulgares adaptações. Até que, em
1844, sai à luz o romance A Moreninha, de Joaquim Manuel de
Macedo.
Ideologia dos folhetins
Ao escrever um folhetim, o artista submetia-se às exigências do
público e dos diretores de jornais. Além disso, os folhetins não
podiam criticar os valores da época, reivindicar o verdadeiro
humanismo, pois obrigatoriamente tinham que se sujeitar aos
valores ideológicos do público, constituindo-se assim numa arte
de evasão e alienação da realidade.
Estrutura do folhetim
1º HARMONIA = Felicidade = Ordenação social burguesa
2º DESARMONIA = Conflito = Desordem = Crise da sociedade
burguesa
3º HARMONIA FINAL = Estabelecimento da felicidade definitiva
da sociedade burguesa, com o triunfo de seus valores
Características da prosa romântica
Flash-back narrativo: volta no tempo para
explicar, por meio do passado, certas atitudes
das personagens no presente.
O amor como redenção: oposição entre os
valores da sociedade e o desejo de realização
amorosa dos amantes = o amor é visto como
único meio de o herói ou o vilão romântico se
redimirem e se “purificarem” = solução: em
muitas casos: a morte.
Idealização do herói: ser dotado de honra, de
idealismos e coragem = põe a própria vida em
risco para atender aos apelos do coração ou da
justiça = em algumas obras assume as feições
de “cavaleiro medieval”.
Idealização da mulher: são desprovidas de
opinião própria, são frágeis, dominadas pela
emoção, obedientes às determinações dos pais
e educadas para o casamento.
O ROMANCE ROMÂNTICO
AUTORES & OBRAS

Joaquim Manuel de Macedo [1820 - 1882]
Principal romance: A Moreninha [1844]
Relato sentimental da ligação entre dois
jovens, presos a uma promessa infantil:
Carolina e Augusto.
Importância da obra: desperta no público o
gosto pelo romance ambientado no Brasil.
José de Alencar [1829 - 1877]

Importância de sua obra: na concretização de
investidas pela liberação e autonomia da
literatura brasileira, abre caminho para que
outros autores possam expressar melhor a nossa
realidade.
Projeto nacionalista: revelar o Brasil em termos
geográficos e históricos e a tentativa de criar
uma língua brasileira.
José de Alencar

Romances urbanos: retratam a sociedade carioca da
época, principalmente suas camadas mais abastadas.
Compreendem desde textos estereotipadamente
românticos, como a mesma velha história do casal cujo
amor só se realiza após superados certos obstáculos, até
indícios de investigação psicológica por meio de
dramas morais causados pelo conflito entre as
convenções sociais e a sentimentalidade individual.
Estão nesse grupo: “Senhora” - “Lucíola” - “A pata da
gazela” - “A viuvinha”, entre outros.
Romances regionalistas: buscam construir um
painel de diversas regiões do Brasil: a ação se
desenvolve no pampa sulino (“O gaúcho”), no
interior do Rio de Janeiro (“O tronco do Ipê),
no de São Paulo (“Til”) ou no sertão cearense
(“O sertanejo”). O autor vê as regiões “de
fora”. Não está interessado em revelar o
essencial de um mundo diferenciado do litoral.
Romances regionalistas:
 Integra as regiões ao corpo de uma nação centralizada, sob o
 comando das elites imperiais.
 Resultado: literatura mítica, celebratória dos encantos
 regionais, porém insuficiente para descrever as peculiaridades e
 o atraso das províncias periféricas do país.



Romances históricos e indianistas:
Procuram reconstruir episódios históricos ou ambientar
fatos fictícios em épocas passadas, em busca de uma
interpretação das origens da nossa nacionalidade.
Objetivo: representar poeticamente, isto é, miticamente, as
nossas origens e a nossa formação como povo.
Romances históricos e indianistas:
  Resultado: “triunfo da imaginação e da
  fantasia” - desejo ideológico de mostrar um
  Brasil glorioso, positivo, com problemas
  que nunca ultrapassam a dimensão pessoal
  dos personagens.
  SERTANISTAS - ROMÂNTICOS
O regionalismo de Alencar abriu uma rica veia para o
surgimento de escritores menores, todos eles sertanistas
ou regionalistas, ou seja em revelar o Brasil não
litorâneo, não-europeu, o Brasil rural.
O ponto de partida dessa literatura geralmente é o
ufanismo, e neste sentido as manifestações
sertanistas dificilmente adquirem maior
autenticidade poética ou documental.


Há uma intenção realista, inclusive, mas é um
realismo que se detém em exterioridade:
descrições da natureza, um ou outro acento
linguístico particular da região, os costumes.

Todavia esta busca de realismo é prejudicada na
construção dos personagens, que obedecem aos
esquemas românticos do folhetim.
BERNARDO GUIMARÃES
Principais obras: O seminarista e a Escrava Isaura.
Características da obra: Inserida no regionalismo romântico
iniciado por Alencar – Estrutura de folhetim- Valorização do
passado – Utilização de uma linguagem oral – Tentativa
abolicionista(A Escrava Isaura)


 VISCONDE DE TAUNAY
 Principais Obras: Inocência e A retirada da Laguna
 Características da obra: precisão de detalhes e da paisagem
 sertaneja- Estrutura romântica e acessórios realistas – Equilíbrio
 entre ficção e realidade bruta do sertão, linguagem culta e
 linguagem regional.
FRANKLIN TÁVORA
Principais obras: O cabeleira e o Matuto.
Características da obra: valorização do
regional – Projeto de uma “literatura do Norte”
– Oscilação entre romantismo e o realismo –
Análise do cangaço: oscilação ente análise
objetiva e o recurso idealizante (O Cabeleira).
O ROMANCE DE COSTUMES -MANUEL
ANTÔNIO DE ALMEIDA
- Único romance – Memórias de um sargento de
Milícias
NARRATIVA DE COSTUMES: Os hábitos, a moda,
o folclore, a religiosidade das classes populares do
século XIX – desmascaramento moral da sociedade.
O verdadeiro romance de costumes do
Romantismo brasileiro, pois abandona a
visão da burguesia para retratar o povo
em toda a sua simplicidade.



O romance é o documento de uma época, descrita
com malícia, humor e sátira: o período de D. João
VI no Brasil. Personagens caricaturizados –
Acontecimentos que desmentem as aparências das
pessoas – situações cômicas – ausência de tragédia
humana.

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  • 1. ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO PROFESSOR JOSÉ SOARES DE CARAVALHO LICENCIANDOS: Ana Lenita Pereira e Valdeci João da Silva. UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA - PIBID/CH/UEPB
  • 2. O ROMANCE ROMÂNTICO ORIGENS O romance e a burguesia O romance, por relatar acontecimentos da vida comum e cotidiana, e por dar vazão ao gosto burguês pela fantasia e pela aventura, veio a ser o mais legítimo veículo de expressão artística dessa classe. O romance narra o presente, as coisas banais da vida e do mundo, numa linguagem simples e direta.
  • 3. O romance e o folhetim Tanto na Europa quanto no Brasil, o romance surgiu sob a forma de folhetim, publicação diária, em jornais, de capítulos de determinada obra literária. Assim, ao mesmo tempo que ampliava o público leitor de jornais, o folhetim ampliava o público de literatura. Inicialmente, os folhetins publicados no Brasil eram traduções de obras estrangeiras de autores como Victor Hugo, Alexandre Dumas, Walter Scott e outros. O sucesso do folhetim europeu em jornais brasileiros possibilitou o surgimento de vulgares adaptações. Até que, em 1844, sai à luz o romance A Moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo.
  • 4. Ideologia dos folhetins Ao escrever um folhetim, o artista submetia-se às exigências do público e dos diretores de jornais. Além disso, os folhetins não podiam criticar os valores da época, reivindicar o verdadeiro humanismo, pois obrigatoriamente tinham que se sujeitar aos valores ideológicos do público, constituindo-se assim numa arte de evasão e alienação da realidade. Estrutura do folhetim 1º HARMONIA = Felicidade = Ordenação social burguesa 2º DESARMONIA = Conflito = Desordem = Crise da sociedade burguesa 3º HARMONIA FINAL = Estabelecimento da felicidade definitiva da sociedade burguesa, com o triunfo de seus valores
  • 5. Características da prosa romântica Flash-back narrativo: volta no tempo para explicar, por meio do passado, certas atitudes das personagens no presente. O amor como redenção: oposição entre os valores da sociedade e o desejo de realização amorosa dos amantes = o amor é visto como único meio de o herói ou o vilão romântico se redimirem e se “purificarem” = solução: em muitas casos: a morte.
  • 6. Idealização do herói: ser dotado de honra, de idealismos e coragem = põe a própria vida em risco para atender aos apelos do coração ou da justiça = em algumas obras assume as feições de “cavaleiro medieval”. Idealização da mulher: são desprovidas de opinião própria, são frágeis, dominadas pela emoção, obedientes às determinações dos pais e educadas para o casamento.
  • 7. O ROMANCE ROMÂNTICO AUTORES & OBRAS Joaquim Manuel de Macedo [1820 - 1882] Principal romance: A Moreninha [1844] Relato sentimental da ligação entre dois jovens, presos a uma promessa infantil: Carolina e Augusto. Importância da obra: desperta no público o gosto pelo romance ambientado no Brasil.
  • 8. José de Alencar [1829 - 1877] Importância de sua obra: na concretização de investidas pela liberação e autonomia da literatura brasileira, abre caminho para que outros autores possam expressar melhor a nossa realidade. Projeto nacionalista: revelar o Brasil em termos geográficos e históricos e a tentativa de criar uma língua brasileira.
  • 9. José de Alencar Romances urbanos: retratam a sociedade carioca da época, principalmente suas camadas mais abastadas. Compreendem desde textos estereotipadamente românticos, como a mesma velha história do casal cujo amor só se realiza após superados certos obstáculos, até indícios de investigação psicológica por meio de dramas morais causados pelo conflito entre as convenções sociais e a sentimentalidade individual. Estão nesse grupo: “Senhora” - “Lucíola” - “A pata da gazela” - “A viuvinha”, entre outros.
  • 10. Romances regionalistas: buscam construir um painel de diversas regiões do Brasil: a ação se desenvolve no pampa sulino (“O gaúcho”), no interior do Rio de Janeiro (“O tronco do Ipê), no de São Paulo (“Til”) ou no sertão cearense (“O sertanejo”). O autor vê as regiões “de fora”. Não está interessado em revelar o essencial de um mundo diferenciado do litoral.
  • 11. Romances regionalistas: Integra as regiões ao corpo de uma nação centralizada, sob o comando das elites imperiais. Resultado: literatura mítica, celebratória dos encantos regionais, porém insuficiente para descrever as peculiaridades e o atraso das províncias periféricas do país. Romances históricos e indianistas: Procuram reconstruir episódios históricos ou ambientar fatos fictícios em épocas passadas, em busca de uma interpretação das origens da nossa nacionalidade. Objetivo: representar poeticamente, isto é, miticamente, as nossas origens e a nossa formação como povo.
  • 12. Romances históricos e indianistas: Resultado: “triunfo da imaginação e da fantasia” - desejo ideológico de mostrar um Brasil glorioso, positivo, com problemas que nunca ultrapassam a dimensão pessoal dos personagens. SERTANISTAS - ROMÂNTICOS O regionalismo de Alencar abriu uma rica veia para o surgimento de escritores menores, todos eles sertanistas ou regionalistas, ou seja em revelar o Brasil não litorâneo, não-europeu, o Brasil rural.
  • 13. O ponto de partida dessa literatura geralmente é o ufanismo, e neste sentido as manifestações sertanistas dificilmente adquirem maior autenticidade poética ou documental. Há uma intenção realista, inclusive, mas é um realismo que se detém em exterioridade: descrições da natureza, um ou outro acento linguístico particular da região, os costumes. Todavia esta busca de realismo é prejudicada na construção dos personagens, que obedecem aos esquemas românticos do folhetim.
  • 14. BERNARDO GUIMARÃES Principais obras: O seminarista e a Escrava Isaura. Características da obra: Inserida no regionalismo romântico iniciado por Alencar – Estrutura de folhetim- Valorização do passado – Utilização de uma linguagem oral – Tentativa abolicionista(A Escrava Isaura) VISCONDE DE TAUNAY Principais Obras: Inocência e A retirada da Laguna Características da obra: precisão de detalhes e da paisagem sertaneja- Estrutura romântica e acessórios realistas – Equilíbrio entre ficção e realidade bruta do sertão, linguagem culta e linguagem regional.
  • 15. FRANKLIN TÁVORA Principais obras: O cabeleira e o Matuto. Características da obra: valorização do regional – Projeto de uma “literatura do Norte” – Oscilação entre romantismo e o realismo – Análise do cangaço: oscilação ente análise objetiva e o recurso idealizante (O Cabeleira).
  • 16. O ROMANCE DE COSTUMES -MANUEL ANTÔNIO DE ALMEIDA - Único romance – Memórias de um sargento de Milícias NARRATIVA DE COSTUMES: Os hábitos, a moda, o folclore, a religiosidade das classes populares do século XIX – desmascaramento moral da sociedade.
  • 17. O verdadeiro romance de costumes do Romantismo brasileiro, pois abandona a visão da burguesia para retratar o povo em toda a sua simplicidade. O romance é o documento de uma época, descrita com malícia, humor e sátira: o período de D. João VI no Brasil. Personagens caricaturizados – Acontecimentos que desmentem as aparências das pessoas – situações cômicas – ausência de tragédia humana.