O documento descreve a evolução da mediunidade ao longo da história da humanidade, desde os períodos pré-históricos até os tempos modernos. A mediunidade é apresentada como uma faculdade que acompanha a humanidade desde os primórdios, tendo se manifestado de diferentes formas em cada período cultural e horizonte alcançado pela sociedade. O documento destaca exemplos históricos de mediunidade em diferentes épocas e culturas, como entre os egípcios, hebreus, gregos e romanos antigos, e a codificação da d
2.
A faculdade mediúnica, acompanha a vida
humana, pois desde que o homem existe, os
Espíritos estão prontos a se comunicar com
ele.
Um estudo da mediunidade através dos
tempos exige uma ampla pesquisa no sentido
de RESGATAR as contribuições dadas pelo
homem da caverna, pelas pitonisas, pelas
bruxas e pelos médiuns em cada etapa do
desenvolvimento da sociedade.
Introdução
3. PERÍODOSda HISTÓRIA
Pré-História – Antes de 3.500 a.C. – Invenção Escrita
Idade Antiga – 3.500 a.C. a 476 d.C.
- Fim do Império Romano do Ocidente
Idade Média – 476 d.C. a 1.453 d.C. – Fim... do Oriente-T.Const.
Idade Moderna – 1.453 d.C. a 1.789 d.C.- Rev. Francesa
Idade Contemporânea – 1.789 d.C. ...
4.
Retratados por J. H. Pires em O
Espírito e o Tempo.
Situando a mediunidade em
termos dos horizontes
alcançados pela humanidade -
em cada etapa de seu
desenvolvimento, valendo-se das
pesquisas científicas de
Bozzano, John Murphy e outros.
Horizontes Culturais
5.
Pré-história
Nas comunidades
primitivas, em remotas
eras da humanidade, as
práticas ritualísticas
envolvendo a adoração
dos antepassados são
um inegável indício do
contato com espíritos
6.
Horizonte Tribal
Imperava o mediunismo primitivo. O mediunismo, na expressão
de Emmanuel, designa a mediunidade em sua expressão
natural.
São as relações naturais entre o clã e o Totem dentro do
Totemismo. Falam de uma força misteriosa que impregna ou
imanta objetos e coisas, podendo atuar sobre as criaturas
humanas.
São as forças conhecidas pelos nomes polinésicos de "mana" e
"orenda". "Essa força primitiva corresponde ao ectoplasma de
Richet, a força ou substância mediúnica das experiências
metapsíquicas, cuja ação foi estudada cientificamente por
Crawford, professor de mecânica da Universidade Real de
Belfast, na Irlanda". (Pires, 1979, p. 19)
7.
Código dos Vedas [Índia] , o mais
antigo código religioso que se
tem notícia, onde se encontra o
registro da existência dos
espíritos:
“Os espíritos dos antepassados,
no estado invisível, acompanham
certos brâmanes, convidados
para cerimônia em
comemoração dos mortos, sob
uma forma aérea; seguem-nos e
tomam lugar ao seu lado quando
eles se assentam”.
6000 a 4000 A.C
8.
O animismo e culto aos
ancestrais. Nessas primeiras
formas sedentárias de vida social,
o animismo tribal desenvolve-se
no nível da racionalização,
principalmente através da
concepção fetichista da Terra-
mãe e Céu-Pai, que mais tarde dá
origem à mitologia egípcia: Osíris,
Deus pai, que fecunda Ísis, deusa
terra, gerando o filho Hórus.
Horizonte Agrícola
9.
Os Egípcios acreditavam numa vida
para além da morte, pela
conservação dos corpos de seus
mortos através da mumificação. Os
sacerdotes do antigo Egito eram
tidos como pessoas sobrenaturais,
em face de seus dons mediúnicos.
O sacerdote Amenophis, preferido
do faraó Ramsés II, era médium de
efeitos físicos, existem relatos
sobre as sessões de materialização
que já eram realizadas naquela
época.
3100 a 100 A.C
10.
Nenhum povo da Antiguidade deixou
mais registros mediúnicos que os
hebreus, legando inumeráveis
narrativas que deram origem à Bíblia.
A tão propagada proibição de Moisés
à evocação dos espíritos é uma das
maiores confirmações sobre a
existência da mediunidade.
3100 a 100 A.C
11.
Um caso de escrita direta é relatado por
Daniel (5:5), ao afirmar que, “por ocasião
em que se realizava um banquete
oferecido pelo rei Balthazar (filho de
Nabucodonosor), ao qual compareceram
mais de mil pessoas da corte, no
momento em que bebiam vinho e
louvavam os deuses, apareceram uns
dedos de mão de homem e escreviam
defronte ao candeeiro, na caiadura da
parede do palácio real; e o rei via os
movimentos da mão que escrevia”.
3100 a 100 A.C
12.
O mediunismo oracular.
O oráculo é às vezes a própria
divindade, outras vezes a
resposta dada às consultas, o
santuário ou templo, o médium
que atende aos consulentes, ou
o local de consultas. Embora
haja o médium, o oráculo, ou
pitonisa, as mensagens são
dadas de forma impessoal.
Horizonte Civilizado
13.
Mateus 17, 1- 9: Seis dias depois, Jesus
tomou consigo Pedro, os irmãos Tiago e
João, e os levou a um lugar à parte, sobre
uma alta montanha. E se transfigurou
diante deles: o seu rosto brilhou como o
sol, e as suas roupas ficaram brancas
como a luz. Nisso lhes apareceram
Moisés e Elias, conversando com Jesus...
uma nuvem luminosa os cobriu com sua
sombra, e da nuvem saiu uma voz que
dizia: "Este é o meu Filho amado, que
muito me agrada. Escutem o que ele
diz."... Ao descerem da montanha, Jesus
ordenou-lhes: "Não contem a ninguém
essa visão, até que o Filho do Homem
tenha ressuscitado dos mortos".
0 a 100 D.C
14.
1Cor 12,1.4-11: “Sobre os dons do Espírito, irmãos, não
quero que vocês fiquem na ignorância”. Existem dons
diferentes, mas o Espírito é o mesmo; diferentes
serviços, mas o Senhor é o mesmo; diferentes modos
de agir, mas é o mesmo Deus que realiza tudo em
todos. Cada um recebe o dom de manifestar o Espírito
para a utilidade de todos. A um, o Espírito dá a palavra
de sabedoria; a outro, a palavra de ciência segundo o
mesmo Espírito; a outro, o mesmo Espírito dá a fé; a
outro ainda, o único e mesmo Espírito concede o dom
das curas; a outro, o poder de fazer milagres; a outro, a
profecia; a outro, o discernimento dos espíritos; a outro,
o dom de falar em línguas; a outro ainda, o dom de as
interpretar. Mas é o único e mesmo Espírito quem
realiza tudo isso, distribuindo os seus dons a cada um,
conforme ele quer.
0 a 100 D.C
Paulo de Tarso
15.
O apóstolo João mostra a
possibilidade de
comunicação entre os dois
mundos, porém nos alerta
para a qualidade dessa
comunicação: “Não creiais
em todos os espíritos, mas
provai se os espíritos são
de Deus”.(1Jo 4,1).
João Evangelista
0 a 100 D.C
16.
Mediunismo bíblico. Esse horizonte
caracteriza-se pelo mundo da
individualização. O profeta apresenta-se
como indivíduo social, mediúnico e
espiritual. Assim, dado o avanço de sua
liberdade, surgem também os excessos e
abusos que caracterizam o indivíduo
grego-romano e o profeta hebraico.
Horizonte Bíblico
17.
Joana d'Arc (1412-1431), desde
pequena escutava vozes. Orientada
pelas “vozes do céu”, assume a missão
de libertar sua pátria do jugo inglês. Em
9 de maio de 1920, cerca de 500 anos
depois de sua morte, Joana d'Arc foi
definitivamente reabilitada, sendo
canonizada pelo papa Bento XV – era a
Santa Joanad'Arc.
100 a 2012 D.C
18.
Em História do Espiritismo, Conan Doyle
documenta boa parte da evolução da
mediunidade, lembrando que embora se
considere a data de 31/03/1848 como o
marco inicial, os fatos espíritas existiram
desde todos os tempos. A sua narrativa
começa, assim, por volta de 1740, quando
Swedenborg tornou-se famoso pela vidência
a distância.
A seguir, escreve sobre Edward Irving, Andrew
Jackson Davis (o profeta da nova revelação),
o episódio de Hydesville, a carreira das Irmãs
Fox, as primeiras manifestações na América,
a aurora na Inglaterra, as pesquisas de Sir
William Crookes etc.
Invasão Organizada
19.
Emanuel Swedenborg, possuía várias
habilidades mediúnicas e numa destas
ocasiões num jantar em Hindenburg,
ele relatou um incêndio na casa de um
vizinho a 405 km de onde estavam.
Duas horas depois, ele exclamou, com
alívio, que o fogo tinha parado a três
portas da sua casa. Dois dias mais
tarde, relatórios confirmaram cada
declaração que ele tinha feito a ponto
de coincidir com exatidão quanto à
hora do ocorrido.
100 a 2012 D.C
20.
100 a 2012 D.C
Materialização e
Levitação
Clarividência no
diagnóstico de
doenças
Escrita automática,
levitação, voz direta e
escrita direta
21.
Em meados do século XIX, mais precisamente
no mês de março de 1848, aconteceram, no
pequeno povoado de Hydesville, nos Estados
Unidos da América do Norte, os primeiros
fenômenos espíritas dos tempos modernos, os
quaispassaram a ser considerados como sendo
o marco inicial da Doutrina Espírita.
Hydesville era um pequeno povoado típico do
Estado de New York e, quando da ocorrência
desses fenômenos, contava com um pequeno
número de casas de madeira, do tipo mais
simples. Numa dessas cabanas, habitava a
família de John D. Fox, de religião metodista,
composta dos pais e vários filhos, dentre
outros Margareth, de quatorze anos, Kate de
onze anos, além de Leah, que residia noutra
cidade.
100 a 2012 D.C
22.
100 a 2012 D.C
A família Fox passou a morar nessa casa no dia 11 de
dezembro de 1847. Algum tempo após essa mudança, seus
ocupantes começaram a ouvir arranhões, ruídos insólitos e
pancadas, vibradas no forro da sala,no assoalho, nas
paredes e nos móveis, os quais passaram a constituir
verdadeira preocupação para aquela humilde família. Irmãs
Fox Na noite de 31 de março de 1848, descobriuse um meio
de entrar em contato com a entidade espiritual que
produzia os fenômenos.
A filha menor do casal, Kate, disse, batendo palmas: “Sr. Pé
Rachado, faça o que eu faço.” De forma imediata,
repetiram-se as palmadas. Quando ela parou, o som
também parou em seguida. Em face daquela resposta,
Margareth, então, disse, brincando: “Agora faça exatamente
como eu. Conte um, dois, três, quatro, e bateu palmas”. O
que ela havia solicitado foi repetido com incrível exatidão.
Kate, adiantando-se, disse, na sua simplicidade infantil: “Oh!
Mamãe! Eu já sei o que é. Amanhã é primeiro de abril e
alguém quer nos pregar uma mentira”..
24.
Em 18.04.1857, Hippolyte Léon Denizard Rivail,
com o pseudônimo de Allan Kardec, publica a
obra a primeira obra da codificação, dando
início ao Espiritismo “moderno”. Seguindo o
critério do Controle Universal do Ensino dos
Espíritos Kardec codifica toda a doutrina, dando-
lhe corpo com as seguintes obras:
O Livro dos Espíritos (1857); – O que é o
Espiritismo (1859);
O Livro dos Médiuns (1861);
O Evangelho Seg. o Espiritismo (1864);
O Céu e o Inferno (1865);
A Gênese (1868);
Revista Espírita (1858 a 1869).
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25.
A mediunidade positiva. É nessa fase que
se observa uma transcendência humana. A
mediunidade torna-se um fato de
observação e de estudo de todos os que se
interessarem pelo problema.
Observe que na Idade Média, o fenômeno
mediúnico de possessão é sempre tomado
como manifestação demoníaca ou
sagrada. O homem, não tendo atingido o
horizonte espiritual, não pode conceber
que o Espírito comunicante seja da sua
mesma natureza.
Horizonte Espirítual
28.
Kardec explica, em A Gênese, capítulo
primeiro, porque o Espiritismo só poderia
surgir em meados do século dezenove, depois
de longa fermentação dos princípios cristãos
da Idade Média e do desenvolvimento das
ciências na Renascença.
Escreveu: "O Espiritismo, tendo por objeto o
estudo de um dos elementos constitutivos do
Universo, toca forçosamente na maioria das
ciências. Só poderia, pois, aparecer, depois da
elaboração delas. Nasceu pela força mesma
das coisas, pela impossibilidade de tudo
explicar-se apenas pelas leis da matéria."
Horizonte Espirítual
29.
De acordo com o Espírito Emmanuel, "Os médiuns, em sua generalidade,
não são missionários na acepção comum do termo; são almas que
fracassaram desastradamente, que contrariaram, sobremaneira, o curso
das leis divinas, e que resgatam, sob o peso de severos compromissos e
ilimitadas responsabilidades, o passado obscuro e delituoso. O seu
pretérito, muitas vezes, se encontra enodoado de graves deslizes e de erros
clamorosos.
Quase sempre são Espíritos que tombaram dos cumes sociais, pelos
abusos do poder, da autoridade, da fortuna e da inteligência, e que
regressam ao orbe terráqueo para se sacrificarem em favor do grande
número de almas que desviaram das sendas luminosas da fé, da caridade
e da virtude. São almas arrependidas que procuram arrebanhar todas as
felicidades que perderam, reorganizando, com sacrifícios, tudo quanto
esfacelaram nos seus instantes de criminosas arbitrariedades e de
condenável insânia". (Xavier, 1981, p. 66 e 67).
Futuro Mediunidade
30.
É por essa razão que todo o médium deve exercitar a
humildade e o desprendimento, pois sendo intermediário do
mundo espiritual, não pode conceber-se como um grande
missionário porque, se lhe foi dada essa ferramenta de
trabalho, é para que use em favor do próximo e não para o seu
próprio benefício.
Futuro Mediunidade