3. Flagelos Coletivos
• A dolorosa ocorrência destes eventos, causando a morte
de quase cem pessoas, traz novamente, de forma mais
intensa e angustiosa a pergunta:
• por quê? por que acontecem essas tragédias coletivas?
• Outras indagações acorrem à mente: por que alguns
foram salvos, desistindo da viagem ou chegando
atrasados ao aeroporto?
• Por que alguns foram poupados e outros receberam o
impacto da queda do avião em suas casas ou na rua?
4. • Somente o Espiritismo tem as respostas lógicas,
profundas e claras que explicam, esclarecem e,
por via de conseqüência, consolam os corações
humanos.
• Para a imensa maioria das criaturas essas provas
coletivas constituem um enigma insolúvel pois
desconhecem os mecanismos da Justiça Divina,
que traz no seu âmago a lei de causa e efeito.
5. • Ante tragédias como essa mais recente, ou como
outras de triste memória: enfim, diante desses
dramáticos episódios a fé arrefece, torna-se vacilante
e, não raro, surge a revolta, o desespero, a descrença.
• Menciona-se que Deus castiga violentamente ou que
pouco se importa com os sofrimentos da Humanidade.
Chega-se ao ponto de comparar-se o Criador a um pai
terreno e, nesse confronto, este sair ganhando pois
zela pelos seus filhos e quer o melhor para eles,
enquanto que Deus...
6. • O Codificador do Espiritismo interrogou os
Espíritos Superiores quanto às provas coletivas,
no item intitulado Flagelos Destruidores,
conforme vemos em "O Livro dos Espíritos", nas
questões 737 a 741.
7. Vamos buscar as Repostas
• Espiritismo vos faz conhecer; podemos aplicar, sem medo
de errar, as leis que regem a família, a nação, as raças, o
conjunto de habitantes dos mundos, que são
individualidades coletivas. As faltas dos indivíduos, as da
família, as da nação, e cada uma, qualquer que seja o seu
caráter, se expiam em virtude da mesma lei.
• O carrasco expia para com a sua vítima, seja achando-se em
sua presença no espaço, seja vivendo em contato com ela
numa ou várias existências sucessivas, até à reparação de
todo o mal cometido, Ocorre o mesmo quando se trata de
crimes cometidos solidariamente, por um certo número; as
expiações são solidárias, o que não aniquila a expiação
simultânea das faltas individuais.
8. Individuo, Família e Cidadão
• Em todo homem há três caracteres: o do indivíduo, do ser em
si mesmo: o de membro de família, e, enfim, o de cidadão;
sob cada uma dessas três faces pode ser criminoso ou
virtuoso, quer dizer, pode ser virtuoso como pai de família, ao
mesmo tempo que criminoso como cidadão, e
reciprocamente; daí as situações especiais que lhe são dadas
em suas existências sucessivas.
• Salvo exceção, pode-se admitir como regra geral que todos
aqueles que têm uma tarefa comum reunidos numa
existência, já viveram juntos para trabalharem pelo mesmo
resultado, e se acharão reunidos ainda no futuro, até que
tenham alcançado o objetivo, quer dizer, expiado o passado,
ou cumprido a missão aceita.
9. Justiça das Provas
• A justiça das provas que não resultam de atos da vida presente, porque
já vos foi dito que é a quitação de dívidas do passado; por que não
ocorreria o mesmo com as provas coletivas?
• Dissemos que as infelicidades gerais atingem o inocente como o
culpado; mas sabeis que o inocente de hoje pode ter sido o culpado de
ontem?
• Que tenha sido atingido individualmente ou coletivamente, é que o
mereceu. E, depois, como dissemos, há faltas do indivíduo e do
cidadão; a expiação de umas não livra da expiação das outras, porque é
necessário que toda dívida seja paga até o último centavo.
• As virtudes da vida privada não são as da vida pública; um, que é
excelente cidadão, pode ser muito mau pai de família, e outro, que é
bom pai de família, probo e honesto em seus negócios, pode ser um
mau cidadão, ter soprado o fogo da discórdia, oprimido o fraco,
manchado as mãos em crimes de lesa-sociedade.
10. • São essas faltas coletivas que são expiadas
coletivamente pelos indivíduos que para elas
concorreram, os quais se reencontram para
sofrerem juntos a pena de talião, ou ter a ocasião
de repararem o mal que fizeram, provando o seu
devotamento à coisa pública, socorrendo e
assistindo aqueles que outrora maltrataram.
• O que é incompreensível, inconciliável com a
justiça de Deus, sem a preexistência da alma, se
torna claro e lógico pelo conhecimento dessa lei.
11. • A solidariedade, que é o verdadeiro laço social, não
está, pois, só para o presente; ela se estende no
passado e no futuro, uma vez que as mesmas
individualidades se encontraram, se reencontram e
se encontrarão para subirem juntas a escala do
progresso, prestando-se concurso mútuo.
• Eis o que o Espiritismo faz compreender pela
equitativa lei da reencarnação e a continuidade das
relações entre os mesmos seres.
Clélie DUPLANTIER.
12. Vida Publica e Privada
• A distinção que estabelece entre a
responsabilidade das faltas individuais ou
coletivas, as da vida privada e da vida pública,
dá a razão de certos fatos ainda pouco
compreendidos, e mostra, de maneira mais
precisa, a solidariedade que liga os seres uns
aos outros, e as gerações entre si.
13. • Assim, freqüentemente, renascem na mesma família, ou pelo
menos os membros de uma mesma família renascem juntos
para nela constituírem uma nova, numa outra posição social, a
fim de estreitarem os seus laços de afeição, ou repararem os
seus erros recíprocos.
• Pelas considerações de uma ordem mais geral,
freqüentemente, se renasce no mesmo meio, na mesma
nação, na mesma raça, seja por simpatia, seja para continuar,
com os elementos já elaborados, os estudos que se fizeram, se
aperfeiçoar, prosseguir os trabalhos começados, que a
brevidade da vida, ou as circunstâncias, não permitiram
terminar.
14. Diferença entre Povos
• Essa reencarnação no mesmo meio é a causa
do caráter distintivo de povos e de raças; tudo
melhorando, os indivíduos conservam a
nuança primitiva, até que o progresso os haja
transformado completamente.
15. Do Mal sai o Bem
• …Mas dessas convulsões sociais sai sempre
uma melhora; os Espíritos se esclarecem pela
experiência; a infelicidade é o estímulo que os
impele a procurar um remédio para o mal;
eles refletem na erraticidade, tomam novas
resoluções, e quando retornam, fazem melhor.
É assim que se realiza o progresso, de geração
em geração.
16. • Não se pode duvidar de que haja famílias, cidades,
nações, raças culpadas porque, dominadas pelos
instintos do orgulho, do egoísmo, da ambição, da
cupidez, caminham em má senda e fazem
coletivamente o que um indivíduo faz
isoladamente; uma família se enriquece às
expensas de uma outra família; um povo subjuga
um outro povo, e leva-lhe a desolação e a ruína;
uma raça quer aniquilar uma outra raça. Eis por
que há famílias, povos e raças sobre os quais cai a
pena de talião.
17. • As convulsões sociais são as revoltas dos Espíritos
encarnados contra o mal que os oprime, o indício de
suas aspirações com relação a esse mesmo reino de
justiça do qual têm sede, sem, todavia, se darem uma
conta bem nítida do que querem e dos meios para a
isso chegar; é por que se movimentam, se agitam,
destroem a torto e a direito, criam sistemas, propõem
remédios mais ou menos utópicos, cometem mesmo
mil injustiças, supostamente pelo espírito de justiça,
esperando que desse movimento sairá talvez alguma
coisa. Mais tarde, definirão melhor as suas aspirações,
e o caminho se lhes clareará.
18. • A Humanidade se compõe de personalidades que constituem
as existências individuais, e de gerações que constituem as
existências coletivas. Ambas caminham para o progresso, por
fases variadas de provas que são, assim, individuais para as
pessoas e coletivas para as gerações. Do mesmo modo que,
para o encarnado, cada existência é um passo à frente, cada
geração marca uma etapa de progresso para o conjunto; é
esse progresso do conjunto que é irresistivel, e arrasta as
massas ao mesmo tempo que modifica e transforma em
instrumento de regeneração os erros e os preconceitos de um
passado chamado a desaparecer. Ora, como as gerações são
compostas de indivíduos que já viveram nas gerações
precedentes, o progresso das gerações é, assim, a resultante
do progresso dos indivíduos.