O documento descreve os diferentes estágios históricos do desenvolvimento do mediunismo e do surgimento do Espiritismo, incluindo o mediunismo primitivo, o culto dos ancestrais, o mediunismo oracular e bíblico. Também discute figuras importantes como Swedenborg, Irving, Andrew Jackson Davis e as Irmãs Fox, cujas experiências mediúnicas levaram ao desenvolvimento do Espiritismo moderno através dos estudos do professor Hippolyte Léon Denizard Rivail, também conhecido como Allan Kardec.
O surgimento do Espiritismo e seus principais precursores
1. Aula 1
O surgimento do Espiritismo
“A educação,
se bem
compreendida é a
chave do progresso
moral”.
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2. Mediunismo Primitivo
É a designação da mediunidade em sua expressão
natural; constitui a fase prática, experimental da
mediunidade. O primeiro fato a ser identificado nessa
fase é a captação de uma força misteriosa que imanta
objetos e coisas, podendo atuar sobre as criaturas
humanas. O homem primitivo ainda não desenvolveu
suficientemente seu psiquismo e interpreta todas as
coisas de modo rudimentar, sem razão.
Ex.:
litolatria ou adoração de pedras, rochas e relevos do
solo;
fitolatria ou adoração vegetal, de plantas, flores,
árvores e bosques;
zoolatria ou adoração de animais;
mitologia propriamente dita, com a sua forma clássica
de politeísmo. 2http://kardequiando.blogspot.com.br
3. Culto dos Ancestrais
Caracteriza-se pela
fusão da experiência
e da imaginação com
desenvolvimento do
seu psiquismo
estruturando o
progresso do
mediunismo. Dessa
fusão surge a
mitologia popular,
impregnada de magia
e prática do culto dos
ancestrais.
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4. Mediunismo Oracular
Nesta fase surgem os deuses representando as forças da
natureza, porém personalizadas, demonstrando maior
capacidade de abstração do homem, com formulação de juízo
ético e moral, começando a romper os liames da organização
social para descobrir-se no processo de tornar-se indivíduo. A
representação dessa fase são os oráculos, lugares sagrados
procurados por todos, pois representavam uma força
sobrenatural, transmitida a eles pela pitonisa ou o próprio
oráculo. Nessa fase ainda não há individualização mediúnica,
caracterizando-se como fase de transição para o culto
individual dos Espíritos.
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5. Mediunismo Biblíco
Resultante da natural evolução do
homem tribal, o homem gregário já
visualiza sua individualização. O poder
do raciocínio o elevou à condição de
senhor da sociedade e da natureza,
conseguindo se impor ao invés de se
submeter. Descobre sua capacidade,
seu talento para manobrar as
circunstâncias com maior habilidade.
Surgem as individualidades dos sábios,
dos místicos, profetas; caracteriza-se
pela aceitação do monoteísmo,
acentuação dos atributos éticos,
estabelecimento de ligações diretas do
Deus individual com o indivíduo humano,
no caso o profeta, que representa o
médium que rompeu o gregarismo
psíquico, arvorou-se em senhor de si
mesmo, passou a responder
pessoalmente pelos seus
pronunciamentos mediúnicos.
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6. Mediunidade Positiva
Fase em que não mais estamos no
plano místico e misterioso do
mediunismo, mas no plano científico,
racional da mediunidade; o homem
tornou-se capaz de servir de
intermediário entre seres espirituais e
carnais, ambos da mesma natureza
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8. Sueco, vidente, mas também um gênio científico e
tecnológico de seu tempo. Graduou-se em Engenharia
de Minas e também era profundo conhecedor da Bíblia,
teólogo, autoridade em Mineração, Metalurgia,
Engenharia Militar, Astronomia, Física, Zoologia,
Anatomia, Economia, Política e Finanças.
Desde criança, Swedenborg já manifestava sinais de
uma mediunidade de elevado potencial. Com notável
clarividência, certa noite, em um jantar em Gothenburg,
percebeu e narrou fielmente, para mais de 16
testemunhas, um grande incêndio que ocorria a cerca
de 400 km de distância, em Estocolmo, na casa de seu
vizinho.
Descreveu com nitidez a vida espiritual, além do
fenômeno da exteriorização do ectoplasma, que definiu
como
“(...) uma espécie de vapor que se exalava dos poros
de meu corpo. Era um vapor aquoso muito visível e
caia no chão, sobre o tapete”.
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10. Ministro da Igreja da Escócia (presbiteriana), Edward
Irving nasceu em Annan.
Foi na Inglaterra que fatos mediúnicos marcantes o
fizeram conhecido. De personalidade vibrante,
carismático e com um porte físico avantajado, possuía
grande eloquência. O brilhantismo de suas pregações
logo conquistou um grande numero de adeptos, motivo
que o fez ser transferido para a igreja escocesa de
Regent Square, em Londres.
Em 1831 surgiu em sua comunidade um surto de
manifestações mediúnicas de xenoglossia, quando fiéis
começaram a falar em línguas estranhas. Algumas
pessoas entravam em convulsão e se pronunciavam
em latim, com voz cavernosa, e em outras línguas
desconhecidas.
Posteriormente começaram a aparecer possessões por
entidades inferiores, o que levou ao fim das
manifestações psíquicas na comunidade.
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12. Também conhecido como o profeta da nova revelação,
nasceu em Blooming Grove, às margens do Rio Hudson,
Nova York (EUA).
De família de poucos recursos materiais e intelectuais,
possuía apenas a educação primaria. Desde a infância,
porém, manifestou a clarividência e a clariaudiência.
Em transe magnético, o corpo humano era como que
transparente para Davis, o que lhe dava oportunidade de
fazer diagnósticos precisos de pessoas doentes. Também
magnetizado, com 19 anos de idade, ditou varias
comunicações mediúnicas, entre as quais, sua grande obra
“The Principles of Nature, Her Divine Revelation, and a Voice
to Makind”. Ainda em estado mediúnico, trouxe
comunicações em hebraico e demonstrou enormes
conhecimentos de Geologia, Arqueologia, Historia, Mitologia,
origem das Línguas e de fatos bíblicos.
O aparecimento do Espiritismo foi previsto por ele em “Os
Princípios da Natureza” (1847), onde diz: ”É verdade que os
Espíritos se comunicam entre si, quando um está no
corpo e outro em esferas mais altas - e, também, quando
uma pessoa em seu corpo é inconsciente do influxo e,
assim, não pode se convencer do fato. Não levará muito
tempo para que essa verdade se apresente como viva
demonstração”. 12http://kardequiando.blogspot.com.br
14. Golpes produzidos por um Espírito desencarnado em
uma humilde casa no Vilarejo de Hydesville, Estado de
Nova Iorque (EUA) deram origem ao que,
posteriormente, foi chamado de Moderno
Espiritualismo.
No centro dos acontecimentos, encontramos Margaret
(1833-1893), Kate (1837-1892) e Leah (1814-189o)
Fox, médiuns de efeitos físicos.
Em dezembro de 1847, a família Fox, composta por pai
e mãe metodistas e duas filhas, Margaret então com 14
anos e Kate, de 10 anos, alugou a casinha modesta e
já com fama de mal-assombrada. Leah, a época,
morava em Rochester, onde ensinava música.
Em meados de marco de 1848, certos ruídos
começaram a acontecer na casa dos Fox e foram
Crescendo em intensidade. Por vezes, eram batidas,
em outras, sons como o de arrastar de móveis. Na
noite de 31 de marco, os fenômenos se intensificaram
de modo que o barulho se tomou mais alto e numa
frequência mais acentuada.
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16. Na América do Norte foi desenvolvido o
método da comunicação com os Espíritos
usando-se o alfabeto. Falava-se o alfabeto e
se pedia ao Espírito para indicar, por batidas
ou pancadas, as letras que compunham as
desejadas palavras.
No final de 1850, surgiu uma nova maneira
de comunicação - bastava, simplesmente
que os médiuns se colocassem ao redor de
uma mesa sentados, em cima da qual
punham as mãos. Erguendo um de seus pés,
a mesa daria uma pancada toda vez que
fosse proferida a letra que servisse ao
Espírito comunicante para completar
palavras e frases. Esse processo, apesar de
muito lento, produzia excelentes resultados;
foi o início das mesas girantes ou falantes.
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17. Opinião do prof. Rivail
No fim de 1854, o Prof.
Hippolyte Léon Denizard
Rivail, expressou sua
opinião sobre tais
manifestações:
“Só acreditarei quando o
vir e quando me
provarem que uma
mesa tem cérebro para
pensar nervos para
sentir e que se possa
tornar sonâmbula. Até
Ia, permita que eu não
veja no caso mais do
que um conto para
fazer-nos dormir em pé”.
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18. Rivail era um homem de ciência e não
se dava a credulidade gratuita, sem
análises racionais. A incredulidade
inicial, contudo, foi vencida. Na
primeira vez que presenciou o
fenômeno das mesas girantes, em
maio de 1855, afirmou: “Entrevi,
naquelas aparentes futilidades, no
passatempo que faziam daqueles
fenômenos, qualquer coisa de
sério, como que a revelação de
uma nova lei, que tomei a mim
estudar a fundo”.
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19. A continuidade dos estudos permitiu a Rivail
aplicar nesta nova ciência o método
experimental. Percebeu, nas primeiras
observações, que os Espíritos, por serem os
homens desencarnados, eram limitados como
nós e também sujeitos a enganos.
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20. Codificação: é um processo, um
artifício, uma maneira, um modo ou uma
forma utilizada e originada pela criatividade
humana para identificar itens, materiais,
objetos, ideias entre outras coisas
semelhantes.
Esse processo é organizado com base em
uma prévia classificação dos itens em
categorias (que são escolhidas por
conveniência ou necessidade) e é formado a
partir de duas únicas dimensões: numérica
e/ou alfabética. Agrupam-se os números e/ou
letras em séries de conjuntos que irão
identificar um determinado item.
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21. Esse pensamento o levou a estruturar o trabalho
da Codificação de maneira metódica; utilizava-se
de inúmeros médiuns para realizar a comparação
e a fusão de todas as respostas coordenadas,
classificadas e outras vezes refeitas.
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22. Esse trabalho
resultou na primeira
edição de O Livro
dos Espíritos, em 18
de abril 1857. A obra
foi lançada sob a
autoria de Allan
Kardec, pseudônimo
que fora revelado
pelo Espírito Zéfiro,
nome utilizado em
uma das
encarnações
anteriores, na qual
Rivail era um
sacerdote druida. 22http://kardequiando.blogspot.com.br
23. Bibliografia
Pires, J. Herculano – O Espirito e o
Tempo
Doyle, A.C. - A História do Espiritismo.
Kardec, Allan – O Livro dos Espíritos
KARDEC, A. - ObrasPóstumas- 2ª
parte, p.265
idem, p.267
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