Jb news informativo nr. 1189

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informativo, sendo plena a responsabilidade de seus autores.
Saudações, Prezado Irmão!
Índice do JB News nr. 2.052 – Melbourne (Vic) - domingo, 15 de maio de 2016
Bloco 1 - Almanaque
Bloco 2 – IrNewton Agrella – Construtor Social (Editorial de domingo)
Bloco 3 - IrJoão Ivo Girardi – Abade Moreaux (Coluna do Irmão João Gira)
Bloco 4 - IrJosé Ronaldo Viega Alves – Iluminismo, Filosofia e a Maçonaria Especulativa ou .....
Bloco 5 - IrHercule Spoladore – Estados alterados da mente
Bloco 6 - IrJoão Anatalino Rodrigues – O Salmo 133 e a Cadeia da União
Bloco 7 - Destaques JB – com versos do Poeta e Irmão Sinval Santos da Silveira & outros informes.

JB News – Informativo nr. 2.052 – Melbourne (Vic.) domingo, 15 de maio de 2016 Pág. 2/36
 O Nosso Lado da Escada, para que os Maçons de todos os Ritos conheçam a
lenda de Hiram na íntegra, tal como apresentada pelas Lojas, nos primórdios da
Maçonaria!
 Bandeiras que contam histórias, sobre todas as que tremularam no Brasil desde
1500: as nacionais, as estaduais, as históricas e mais os brasões estaduais e
insígnias militares.
 Tudo tem razão de ser, porque as joias usadas nas Lojas maçônicas não
surgiram do nada. Como todos os símbolos maçônicos, têm origem e
significado!
Faça seu pedido: www.artedaleitura.com / www.atrolha.com
1 – ALMANAQUE
Hoje é o 136º dia do Calendário Gregoriano do ano de 2016– (Lua Quarto Crescente)
Faltam 230 dias para terminar este ano bissexto
Dia do Assitente Social e dia Internacional da Família
Se o Irmão não deseja receber mais o informativo ou alterou o seu endereço eletrônico,
POR FAVOR, comunique-nos pelo mesmo e-mail que recebeu a presente mensagem, para evitar
atropelos em nossas remesssas diárias. Obrigado.
Colabore conosco para evitar problemas na emissão de nossas mala direta diária.
LIVROS

2010 – Instituto Butantan
 1756 — Guerra dos Sete Anos: A guerra começa quando o Reino Unido declara guerra à França.
 1829 — O Sacerdócio é conferido a Joseph Smith Jr. por João Baptista, como crêem os santos dos
últimos dias.
 1935 — O Metrô de Moscou é aberto ao público.
 1974 — O general António de Spínola é nomeado Presidente da República portuguesa pela Junta de
Salvação Nacional.
 2010 — Um grande incêndio destrói um grande acervo de cobras, aranhas e escorpiões, entre outros
animais venenosos, no Laboratório de Répteis do Instituto Butantan.
 2012 — François Hollande toma posse como novo presidente da França.
1850 Decreto nr. 537, desta data, baixado pelo Governo Imperial aprovou o contrato entre os Príncipes
de Joinville e a Sociedade Colonizadora de Hamburgo, para a fundação, em Santa Catarina, de
uma colônia de terras dotais dos citados príncipes e que levou o nome de “Dona Francisca”.
1857 Lei provincial nr. 437, desta data, criou a freguesia de Bom Jesus da Pescaria Brava, no
município de Laguna.
1904 Circula em Florianópolis o primeiro número do jornal intitulado “O Martelo”, cuja duração não
foi além deste ano.
1962 Instalação do município de Monte Castelo, criado pela Lei nr. 818, de 23 de abril de 1962.
1922 Fundação da Grande Loja de Honduras.
1945 Acreditamos que o "Movimento Maçônico Restaurador", que culminou com uma reunião no Rio de
Janeiro no dia 15 de maio de 1945, na qual estiveram presente irmãos do Paraná, foi o incentivo que
precisavam para o reerguimento da Grande Loja do Paraná.
1957 Na A.:R.:L.:S.: ESTRELA DE BRASÍLIA Nº 1484, em 15 de maio de 1957, um dos construtores de
Brasília, o irmão Jofre Mozart Parada foi aclamado o primeiro Venerável Mestre da Loja. Como é
próprio dos humildes, quis declinar da honraria, até pelo seu envolvimento direto com as obras da Capital.
Era engenheiro da confiança pessoal de Juscelino e de Israel Pinheiro. E Dirceu Torres escreveu no
balaústre daquela sessão que “diante da firmeza dos presentes, na sua permanência, promete finalmente
cumprir com o seu dever maçônico."
1979 Fundação da Loja Fraternidade, Justiça e Trabalho, 26 de Balneário Camboriú - SC (GOSC)
1984 Regularização da Loja Acácia do Amazonas Nº 2228 Manaus - AM. (GOB/AM)
Eventos históricos - (Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki)
Aprofunde seu conhecimento clicando nas palavras sublinhadas
Fatos maçônicos do dia
(Fontes: “O Livro dos Dias” do Ir João Guilherme - 20ª edição e arquivo pessoal)
Fatos históricos de santa Catarina

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De Irmão para Irmão
As publicidades veiculadas nas edições diárias do JB News são cortesia deste informativo,
como apoio aos irmãos em suas atividades profissionais.
Valorize-os, caro leitor, preferindo o que está sendo anunciado.

Ir.`. Newton Agrella - Cim 199172
M I Gr 33
membro ativo da Loja Luiz Gama Nr. 0464
e Loja Estrela do Brasil nr. 3214
REAA - GOSP - GOB
newagrella@gmail.com
"CONSTRUTOR SOCIAL "
Impressiona-nos como a Ordem Maçônica é um elemento aglutinador e de convergência
social que tanto influi em suas atividade em vários locais do Brasil.
Senão vejamos como exemplo, Lojas que se reúnem aos finais de Semana - especialmente
ao final das Tardes de Sábado - e ao encerramento dos
Trabalhos segue-se, um Jantar, um encontro em que as famílias dos Irmãos
também participam para um congraçamento como forma de estreitar as relações pessoais
entre os próprios Irmãos.
Em torno das conversas mais descontraídas - nesse chamado "ágape" - é que
invariavelmente surgem as novas oportunidades em todos os sentidos: sejam elas
filantrópicas, culturais, profissionais e do próprio crescimento humano nessas ações
interpessoais.
São nessas ocasiões onde as relações humanas tornam-se ainda mais fraternas
e consistentes que novos projetos ganham corpo em prol não só da sociedade local, mas
sobretudo da própria Maçonaria.
É uma pena que esse tipo de atividade costuma ocorrer com maior frequência nas
menores cidades localizadas no Interior de nosso País.
Dificilmente encontramos Lojas que funcionem aos Sábados a tarde ensejando essa
possibilidade de uma extensão de relações mais substanciosas nos grandes centros do
País como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, e outras metrópoles brasileiras.
É compreensível que o próprio ritmo de vida dessas grandes cidades contribui para
dificultar esse tipo de coisa, posto que a própria locomoção e fatores como trânsito,
distâncias, e congestionamentos tornam-se muitas vezes fatores impeditivos.
Por razões como essas, que habitualmente se ouve que a Maçonaria praticada no Interior
do Brasil ou mesmo nas menores capitais tem uma força e um vigor muito mais latente que
o que se faz nas grandes cidades.
2 – Editorial de domingo – Construtor Social
Newton Agrella

Imagine por exemplo, ao final de um Sábado, quando os Irmãos tem a oportunidade de
continuarem juntos após a Sessão - sem a preocupação com o relógio - nas indefectíveis
rodinhas que se formam - poderem trocar ideias, impressões e abordar seus pontos de
vista, por exemplo sobre os inúmeros Artigos dos mais variados matizes que são veiculados
diariamente através do JB News - em que os Articulistas procuram sempre trazer ao leitor
temas que são de grande interesse para a comunidade maçônica, não só de cunho
Cultural, Ritualístico e Histórico, bem como de Comportamento, Arte, Música e
Poesia dentre tantas outras tendências que de um modo ou de outro dizem respeito as
nossas vidas. E claro como não, sobre outros temas como: Futebol, Política, Viagens
dentro outros - afinal de contas, essas são oportunidades que se abrem para que os Irmãos
possam interagir entre si, cada vez mais.
O exercício da discussão inteligente, em alto nível , sempre pautada pelo respeito e
sobriedade que devem ser marca e dever de um bom Maçom são fatores que tornam esse
convívio maior cada vezes mais edificante para aqueles que buscam a Virtude e o
Conhecimento pródigo como diretrizes para seu dia a dia.
Observe-se que quando muito, nas grandes cidades, o que ocorrem são eventuais
reuniões sociais, como um prosáico churrasco, ou um jantar, ou mesmo uma festa de
comemoração de aniversário de uma Loja... porém muito pouco, ou quase nada, para que a
"integração e interação social entre os Irmãos Maçons e famílias" tornem-se mais um
aditivo para a armassa com que se ligam as nossas Obras.
Talvez, valha a pena começar a pensar nessas possibilidades, sobretudo nas grandes
cidades do País onde há um grande números de Lojas, porém essa cultura é muito pouco
ou quase nada difundida.
É claro que a Maçonaria em si, se faz em Loja, obedecendo todo o seu aspecto esotério e
exotérico, porém é inquestionável que ela se estende e ganha corpo praticada em outros
ambientes com sua influência que se denota no campo político, artístico, pedagógico e
educacional - posto que o Maçom por si só - é antes de mais nada um "Construtor Social" -
e como tal é seu dever ampliar seu raio de atividades em prol de uma sociedade cada vez
melhor e mais integrada.
Fraternalmente
Ir.´. Newton Agrella

O Ir. João Ivo Girardi joaogira@terra.com.br da Loja
“Obreiros de Salomão” nr. 39 de Blumenau é autor do
“Vade-Mécum Maçônico – Do Meio-Dia à Meia-Noite”
Premiado com a Comenda do Mérito Cultural Maçônico
“Aquiles Garcia” 2016 da GLSC.
Escreve dominicalmente neste 3º. Bloco.
ABADE MOREAUX
(O tema desta semana escolhido pelo Irmão Girardi, acreditamos ser de desconhecimento da
maioria dos maçons. É sobre o Abade Moreaux, citado na 5ª Instrução de Aprendiz).
“Todo mundo tem medo do tempo;
mas o tempo tem medo das pirâmides”. (Prov. árabe).
1. Abade Moreaux: Théophile Moreaux (1867-1954), mais conhecido como Abade Moreaux,
foi um astrônomo e meterorologista francês.
Vida: Moreux nasceu em Argent-sur-Sauldre, Cher, França, em 20 de Novembro de 1867. Ele
criou o Observatório Bourges Bourges no seminário de St. Célestin em Bourges, onde ele era
professor de ciências e matemática. Ele observou aspectos da superfície da Lua e de Marte,
publicou mapas estelares e investigou a possibilidade de vida em outros planetas e luas. Ele era
crítico da teoria de Percival Lowell sobre a existência de vida inteligente em Marte. O Abade
morreu em Bourges, em 13 de Julho de 1954.
Trabalhos: Alguns dos trabalhos do Abade Moreux: D'oú venons-nous?; - L'alchimie
moderne; - Un dia en la luna; - Méthode simple pour prévoir le temps; - La vie sur Mars; - Le ciel
et l'univers; - Origine et formation des mondes; - La science mystérieuse des pharaons.
A Ciência Misteriosa dos Faraós: Sua mais famosa obra, A Ciência Misteriosa dos Faraós (La
Science Mystérieuse des Pharaons), trata do mistério sobre o conhecimento avançado do Antigo
Egito. Observando as dimensões e outras medidas das pirâmides egípcias, Moreux demonstrou que
o povo egípcio soube precisar a densidade da Terra, a duração do dia e do ano e, até mesmo, a
distância entre a Terra e o Sol.
Homenagem: Uma cratera de impacto em Marte foi batizada em sua homenagem. (Wikipédia).
2. O astrônomo francês: O Abade Thomas Moreaux, defendia a proposta que a grande Pirâmide
não foi usada somente como túmulo, mas, como uma câmara para a preservação de instrumentos
científicos, e, de padrões de pesos e medidas. No lugar do sarcófago há uma laje de granito, que
serve evidentemente como um padrão de medida. O comprimento da laje é de dez milionésimos da
3 – Coluna do Irmão João Gira ( Abade Moreaux )
João Ivo Girardi

distância entre um dos polos ao centro da terra. Esta distância invariável, somente foi determinada
recentemente por cientistas modernos, é à base do sistema métrico.
3. Livro: A Ciência Misteriosa dos Faraós:
O livro de Thomas Moreaux, A Ciência Misteriosa dos Faraós só pode ser encontrado em
livrarias sebo é obra rara, de difícil e cara aquisição. Foi editada em vários idiomas e, para a
Maçonaria, é referência, científica, mística, e metafísica. Sumário: Cap. I - O Segredo da Esfinge;
Cap. II - As revelações numéricas da grande pirâmide; Cap. III - As revelações geodésicas da
grande pirâmide; Cap. IV - Revelações astronômicas da grande pirâmide; Cap. V - Através da
ciência antiga; Cap. VI - A óptica dos antigos; Cap. VII - À luz das estrelas; Cap. VIII -
Tradições filosóficas e históricas; Cap. IX - As tradições científicas; Cap. X - Ciência e
cosmogonia; Informações Adicionais: Ano: 1955; Editora: Progresso; 11ª Edição;
Tradutor: Freire Gouveia; Páginas: 231; Coleção: Enigma da História e da Natureza.
5. As Revelações de Quéops, a Grande Pirâmide: O Abade Moreaux foi um sacerdote
astrônomo que se interessou pela arqueologia. Segundo ele, a razão foi que as tábuas astronômicas
dos povos mais remotos esclarecem muitos problemas relativos à história mais longínqua. Ele
explica que os eclipses não duvidosos registrados pelos sábios da China não têm mais de 4400
anos. Quéops tem perto de 150 metros de altura e uma base de cinco hectares; pesa 6 milhões de
toneladas e a riqueza do Egito - no ano em o Abade Moreaux escreveu o livro não seria suficiente
para pagar os operários encarregados de demoli-la. Para construí-la, criou-se um enorme viaduto
de 925 metros de extensão e 19 de largura, feito de pedras polidas e ornado com figuras de animais
como narrou o historiador grego Heródoto (II, 124). Alguns blocos têm 10 metros de extensão.
Um deles supera os 170 metros cúbicos e pesa mais de 470 toneladas. Não se consegue passar o
fio de uma faca entre pedra e pedra, de tal maneira estão bem encaixadas sem
usar cimento algum. As pirâmides serviram de túmulos para faraós e magnatas.
Mas, a de Quéops é intrigante. Certamente jamais houve nela múmia alguma.
Os nomes câmara do rei, câmara da rainha no caso de Quéops são fantasiosos.
Não há inscrições funerárias como nas outras. No local onde deveria haver um
sarcófago, na câmara do rei, só há uma bacia de pedra admiravelmente
entalhada. O Abade Moreaux sublinha: a Grande Pirâmide não é um túmulo.
Então, com qual finalidade foi construída? Mistério.
Posicionamento Geográfico: Coordenadas do Nilo: Durante a expedição de
Napoleão, a missão científica que o acompanhava fez a triangulação do Egito, e usou a Grande
Pirâmide como ponto de referência. Então, constatou que a prolongação das diagonais dela encerra
perfeitamente o delta do Nilo e que a linha Norte-Sul que passa por seu topo divide o delta em dois
setores rigorosamente iguais.
Pontos cardeais: Todas as pirâmides deviam ter seus lados voltados para os pontos cardeais.
Mas, com exceção de Quéops, elas estão mal orientadas. Para não errar é preciso vencer sérias
dificuldades, porque a bússola aponta para o Polo magnético e não para o Polo geográfico. A
estrela Polar indica muito imperfeitamente a posição do Polo, porque a Terra tem um movimento
oscilatório que modifica a posição aparente da abóbada celeste. O famoso astrônomo Tycho Brahe
(1546-1601), errou em 18 minutos de arco a orientação do célebre Observatório de Urianenbourg.
Mas a Grande Pirâmide apresenta um erro mínimo, como se seus arquitetos conhecessem o que
milênios depois, a ciência estabeleceria com ingentes sacrifícios.

O meridiano terrestre: Hoje se utiliza o meridiano de Greenwich para dividir a Terra, iniciar os
horários e os dias. Porém o meridiano ideal é o da Grande Pirâmide. Porque é o que atravessa
mais continente e o mínimo de mares. Aliás, ele é exclusivamente oceânico a partir do estreito de
Behring e, coisa mais extraordinária ainda, se se calcula exatamente a extensão de terras que o
homem pode habitar, verifica-se que o famoso meridiano as divide em duas partes rigorosamente
iguais. Como os construtores da Grande Pirâmide teriam podido mensurar a Terra toda?
O paralelo mais terrestre: Puxemos um paralelo pelo grau 30º latitude Norte. O que
constatamos? Esse círculo traçado em volta do planeta abarca a maior extensão continental. Ora,
é precisamente sobre esse paralelo que foi construída a Grande Pirâmide. O Abade Moreaux
mostra ainda mais, Quéops não está exatamente no paralelo 30º Norte, mas no paralelo 29º 58' 51'
N. E, de fato, quem olha o polo celeste desde essa posição o vê como se estivesse exatamente no
paralelo 30º N. A causa desta distorção é a refração atmosférica. Porém, este fenômeno só foi
descoberto milênios depois. Entretanto, os construtores da Pirâmide agiram como se soubessem
dele.
Na ordem geométrica: Heródoto conta que os sacerdotes egípcios lhe ensinaram que as
proporções entre o lado da base e a altura, eram tais que o quadrado construído com base na
altura vertical igualava exatamente a superfície de cada uma de suas faces triangulares. Esta
referência, segundo o sacerdote astrônomo, prova que desde sempre Quéops foi calculada para
materializar, para dizer assim, noções numéricas e relações matemáticas dignas de serem
conservadas.
A quadratura do círculo e o número PI: É uma velha preocupação descobrir por cálculos
geométrico-matemáticos as proporções de uma figura que tenha a mesma superfície de uma figura
diversa. Por exemplo, quanto mede os lados de um quadrado que tem a mesma superfície de um
triângulo dado. A dificuldade era imensa quando se tentava passar de uma figura retangular a outra
circular, pois requer o número Pi (3,141592653…) que custou muitíssimo definir. Mas encontra-se
o número Pi na Grande Pirâmide dividindo o perímetro da base por duas vezes a altura. Este
resultado não é acidental, pois os ângulos dos lados foram modificados para produzir esse número.
Quer dizer, conclui esta parte, o Abade Moreaux, este monumento único no mundo é bem a
consagração material de um valor importante que para obtê-lo o espírito humano empreendeu
esforços inimagináveis. Mas as revelações de Quéops não ficam por aqui. Elas até são muito mais
incríveis. (Fonte: http://cienciaconfirmaigreja).
MAÇONARIA
1. A Herança Egípcia na Maçonaria: José Castellani num estudo intitulado, A Herança Egípcia
na Maçonaria, depois de dar uma pincelada sobre a história antiga do Egito, assim prossegue:
Esses rápidos traços históricos mostram uma civilização evoluída, propensa a obras
monumentais - não só as Pirâmides, mas também os templos e monumentos funerários de Tebas,
Carnac e do Vale dos Reis - mas totalmente dominada pela classe religiosa e pela propensão da
magia. Devido a isso, é discutível a contribuição egípcia no terreno científico e intelectual,
embora alguns eruditos de boa-fé e muitos pseudocientistas tenham acreditado perceber, na
construção das pirâmides, as provas de conhecimenos geométricos e astronômicos
extraordinários. Na realidade, nenhuma verdadeira ciência poderia ter sido concebida por tais
espíritos demasiadamente religiosos e empíricos, como, de resto, aconteceu em todo o Oriente
antigo, permanecendo com os gregos o galardão de terem chegado à ciência pura, teórica e
desinteressada, pela total desvinculação das práticas de magia e das pressões de uma sociedade
teocrática. Em relação à Maçonaria, autores ocultistas ou mistificadores, tomam, como base de

suas teorias, a Grande Pirâmide, indo contra a conclusão histórica de que ela seria um
monumento funerário e afirmando que a sua finalidade era abrigar membros de ordens inciáticas
secretas. A Grande Pirâmide, esse enorme monumento de pedras superpostas, tem, na
realidade, muito pouco espaço vazio...
Castellani dá continuidade descrevendo as câmaras, as suas utilidades e funções até chegar ao
seguinte: Todavia, aqueles que querem fazer crer que a Grande Pirâmide era usada para a
prática de Ritos iniciáticos (Leadbeater, Paul Brunton e outros), aproveitam-se do fato do
sarcófago da Câmara do Rei encontrar-se vazio e de não existirem as inscrições encontradas em
outros túmulos, para contrariar e contestar a finalidade fúnebre da construção. E mais: Em
relação à Maçonaria, há autores que defendem sua origem egípcia, dizendo que as práticas
hebraicas, hoje presentes em alguns Ritos Maçônicos, foram transmitidas aos hebreus por Moisés,
que teria sido iniciado nos Mistérios Egípcios. É provável que Moisés, criado por família nobre,
depois de ter sido achado boiando, dentro de um cesto, no rio, tenha tido contato com a classe
sacerdotal, aprendendo os rudimentos dos Ritos mágicos do clero egípcio; todavia, sendo
estrangeiro, é pouco provável que tenha se aprofundado nesses Ritos, pois os sacerdotes não
permitiriam como não permitiram a outros estrangeiros, como Platão, Pitágoras, Apuleio e
Heródoto, que só tiveram acesso à parte mais superficial dos Ritos, os Mistérios Menores.
E concluindo o pensamento de Castellani: São poucas as influências da antiga civilização
egípcia na Maçonaria atual - foi a partir do século XVIII que os símbolos alusivos às antigas
civilizações foram sendo introduzidos - podendo ser citadas (...) As colunas do pórtico do templo,
que embora baseadas naquelas existentes no templo de Salomão, são egípcias. (...) A abóbada
estrelada, encontrada em muitos Templos Maçônicos, tem origem na arte templária do antigo
Egito. (...) A lenda de Osíris (o Sol) e de Ísis (a Lua) devem ser consideradas como precursora da
lenda de Hiram ensinada no terceiro Grau Maçônico.
2. Forjicações Históricas: (...) O homem tem uma tendência generalizada, e quanto mais inculto
mais acentuada ela se manifesta, de pôr sua fé e suas esperanças exatamente naquela alternativa
de verdade que não pode ser objeto de confirmação empírica, desde que contenha algum
componente de mistério e venha de encontro aos seus desejos inconscientes. (...) As grandes e
mais conhecidas pirâmides do Egito, as de Quéops, Quéfren e Miquerinos, sempre tiveram, pelos
ficcionistas de plantão, sua edificação atribuída a seres extraterrenos, únicos e possíveis
responsáveis, segundo eles, pela excepcional perfeição das medidas e da orientação astronômica
desses monumentos, que não poderiam jamais ser construídos pelos incultos habitantes do Egito.
Na realidade, essas pirâmides, como as outras centenas espalhadas margem esquerda do rio Nilo,
não passam de um virtual e bem ordenado amontoado de pedras retangulares, tendo alguns
recintos internos em que o trabalho em pedra foi mais aperfeiçoado. Na verdade, essas três
pirâmides nem bem niveladas elas estão. (Ambrósio Peters). Nota: Forjicar: Hist. Falsificação de
um documento de interesse histórico.
3. Lendas e Fantasias: Muitas lendas e fantasias se teceram em torno das Pirâmides. Diz-se que
Napoleão afirmou que as pedras das três Pirâmides dariam para cercar toda a França de muralhas.
Heródoto afirmou que a Pirâmide de Quéops tinha um lago e uma ilha subterrânea. Outros
compararam o monumento com várias catedrais que pudessem caber dentro dela. Um livro do
Abade Moreaux, muito lido pelos maçons, acabou sendo desmentido, a propósito. Fato é que as
verificações deste século desmoralizaram muitas lendas sobre as Pirâmides. O turismo hodierno
fez o resto. (Theobaldo Varoli Filho, no livro Curso de Maçonaria Simbólica).

6. Aprendizes e Companheiros são submetidos a intenso esforço intelectual no estudo das
instruções eivadas de conceitos pseudo-filosóficos, ocultistas e esotéricos, tão fragmentados, que
os leva quase ao desânimo, quando não, ao descaso. Referências bibliográficas para estudo como a
obra moderna do sábio francês Abade Moreaux, versado no estudo das pirâmides, obra que só
pode ser encontrada se o interessado tiver condições financeiras (deve tratar-se seguramente de
uma raridade) e tempo para prospectar em sebos, aqui ou no estrangeiro; ou ainda as Sete Artes e
Ciências, na verdade o Catálogo Medieval das Sete Artes Liberais: nas disciplinas Matemáticas o
Quadrivium e o Trivium: Gramática, Dialética, Retórica. Francamente! Isto era para constar apenas
nos Antigos Deveres medievais. (Do livro: História da Franco-Maçonaria, Valton Sergio von
Tempsky-Silka).
7. Rituais: (...) Todos os povos da Antiguidade fizeram uso emblemático e simbólico dos números
e das fórmulas e, em geral, do número e da medida. A obra moderna de um sábio francês, o
Abade Moreaux, - Ciência Misteriosa dos Faraós - no-lo consta de um modo absoluto, provando
as evidências que as dimensões, orientação e forma das Pirâmides obedeceram a razões
poderosíssimas, pois que elas encerram, além de outras verdades (provavelmente ainda não
encontradas, a direção do meridiano Terrestre, o valor entre a circunferência e seu raio, a
medida de peso racional (libra inglesa) etc. e, até, a distância aproximada da Terra ao Sol. Todos
os povos da Antiguidade tiveram um sistema numérico, ligado intimamente à religião e ao culto.
(Ritual de Aprendiz - GLSC).
Finalizando: Este livro escrito em 1923, foi e é utilizado pelos defensores do Criacionismo para
justificarem sua teoria. Cito um trecho dos defensores dessa Teologia: ...Mas, eis que os estudos de
um sacerdote astrônomo, (Abade Moreaux) comparando a Ciência Misteriosa dos Faraós com os
dados da teologia e da História Sagrada, mostra que os antiquíssimos monumentos do Egito são
obras de um povo de altíssimos conhecimentos que só poderiam vir de Adão. Por mais essa razão
a humanidade não pode ter origem em algum símio. Mas sim do homem que teve o conhecimento
mais completo da natureza - Adão - confirmando a teologia de São Tomás de Aquino. (JIG).

O Ir.·. José Ronaldo Viega Alves*
escreve aos domingos.
ILUMINISMO, FILOSOFIA E A MAÇONARIA ESPECULATIVA OU
MODERNA. AMBRÓSIO PETERS: A DIFERENÇA ENTRE
MAÇONARIA OPERATIVA E ESPECULATIVA. MAÇOM
ESPECULATIVO É UM TERMO CORRETO? E O QUE SIGNIFICA?
*Irmão José Ronaldo Viega Alves
ronaldoviega@hotmail.com
Loja Saldanha Marinho, “A Fraterna”
Oriente de S. do Livramento – RS.
.
“Desde o século quatorze existe na Inglaterra registro púbico de
companhias de pedreiros ou maçons e maçons livres. Inglaterra e França
são berços da Maçonaria especulativa hodierna. Seus criadores
aproveitaram-se da estrutura de funcionamento disciplinada, ordeira e
fechada das antigas guildas para estabelecer o ambiente próprio ao
debate de temas profundos das ciências e da sociedade. Foi no século
das luzes que grande pensadores reuniram-se para planejar a transição
ao mundo moderno, sendo-lhes creditada a filosofia e a construção da
modernidade. Eram homens, em sua maioria radicais e corajosos,
opunham-se a mesmice liderada por ignorantes e extremistas religiosos
que vedavam e dificultavam o desenvolvimento das ciências e do livre
comércio. Estes grandes pensadores extirparam as raízes da cultura
europeia principalmente com relação ao que na época era considerado
sagrado, mágico. Aqueles cientistas e filósofos criaram a Maçonaria para
obter um fórum de debate para suas ideias e as foram registrando numa
grande obra literária, por isso ficaram conhecidos como os
enciclopedistas. Seus escritos foram distribuídos pela Europa e
Américas, muitos adquiriram assinatura para receber estas publicações
as quais eram devoradas avidamente e influenciaram a sociedade, dando-
lhe o contorno que hoje se vê. Absolutismo, Monarquia e hierarquia foram
secularizados, aflorou uma sociedade laica. Com os debates protegidos
da perseguição religiosa e velados por juramentos, seus registros
cifrados em linguagem simbólica e outros métodos de criptografia, os
fóruns de debate da sociedade foram se desenvolvendo até adquirir sua
forma na Maçonaria especulativa que herdamos.” (Trecho do artigo “Onde
começou a Maçonaria, foi no Egito?”, de autoria do Irmão Charles Evaldo
Boller)
4 – ILUMINISMO, FILOSOFIA E A MAÇONARIA ESPECULATIVA OU MODERNA.
AMBRÓSIO PETERS: A DIFERENÇA ENTRE MAÇONARIA OPERATIVA E
ESPECULATIVA. MAÇOM ESPECULATIVO É UM TERMO CORRETO? E O QUE
SIGNIFICA? - José Ronaldo Viega Alves

INTRODUÇÃO
Do primeiro motivo
Ao deparar-me com um artigo intitulado “Das trevas para a luz”, da autoria de Carlos
Florêncio, na revista FILOSOFIA, e ao ler sua resenha logo após o título, tive a nítida impressão de que
estava lendo um trecho de um artigo maçônico, ou até mesmo de uma peça de arquitetura. O mesmo
dizia assim:
“O Iluminismo surgiu com a promessa de oferecer aos homens as luzes da emancipação. Nosso
principal desafio, agora, é superar os desvios cometidos após o advento dessa doutrina filosófica,
saber lidar com a própria liberdade e construir uma sociedade mais justa e fraterna.”
Como um grande leitor, não poderia ignorar o que representou a importância desse
movimento ou período da história do mundo que ficou conhecido como Iluminismo, ainda que, sem
nunca ter me aprofundado no assunto. Um pouco de conhecimento, digo, pelo fato de que não lembro
muito do que se falou sobre Iluminismo no colégio durante as aulas de História, outro pouco, por
intermédio das leituras, no entanto, nunca específicas. E das leituras sobre a história da Maçonaria,
várias vezes me deparei com passagens que faziam menção às influências que ela recebeu, onde,
entre elas, o Iluminismo.
Dos outros motivos
Sempre que o assunto gire em torno das influências que a Maçonaria recebeu ao longo
da sua história, ou sobre os objetivos da nossa Ordem ou da missão que compete ao Maçom, e
renovemos nossa confiança e nossa crença de que a Ordem Maçônica foi, é e continuará sendo,
aquela organização que reúne em seu seio, homens conscientes, capazes, virtuosos, generosos e
leais em torno de uma causa maior que é levar o esclarecimento que é luz, porque fundamental,
embasado em união, em amor ao próximo, em liberdade, igualdade e fraternidade, numa mensagem
que possa contemplar, paulatinamente, todos os membros da nossa humanidade, e que daí resulte um
dia, o futuro melhor, aquele que essa mesma humanidade sempre sonhou, e que essa emancipação
possa ser comemorada por ter transcorrido, sobretudo, progressiva e pacífica...
Sempre almejando a nossa evolução por via dos ensinamentos que a Maçonaria nos
proporciona, desejando ir mais além, assimilando esses conhecimentos à medida que avancemos nos
Graus, assim como, exercitando as nossas virtudes, com o tempo estaremos nos capacitando, mais e
melhor, para nos dedicarmos ao progresso esse do qual possa desfrutar toda a humanidade, e no qual
a razão sempre prevaleça...
Sempre que reflitamos sobre tudo isso, é certo que iremos perceber em nosso meio, em
nossos objetivos, a nítida influência dos ideais iluministas, pois, em determinados momentos da
história, a vontade de progresso, de desenvolvimento intelectual, de melhoria do homem, de libertação
das redes lançadas pelo radicalismo religioso, que podava todas as outras formas de pensamento que
não a sua, que cerceavam a liberdade como bem maior do ser humano, encontraram na Maçonaria o
ambiente apropriado para desenvolver novas ideias e novos rumos para a humanidade. Filósofos,
homens de ciência, livres-pensadores, religiosos dissidentes, nobres liberais, membros da burguesia,
enfim, representantes da sociedade como um todo, se uniram para combater o obscurantismo que
reinara por séculos. A Maçonaria também vinha mudando passando por um período de transição, e a
presença dos “aceitos” cada vez se fazia maior. Os ventos do Iluminismo já vinham soprando e as
ideias que espalhavam já começavam a ser assimiladas e a partir daí a ser propagadas por meio das
lojas Maçônicas.
Um século de mudanças, que por via das ideias provindas dos iluministas e colocadas em
prática, recebeu o epíteto de “Século das Luzes” (1650-1750). Buscando transformações em nome da
liberdade, em todos os sentidos, onde podemos englobar liberdade de expressão, de imprensa, de
comércio, e outros tipos mais, com a secularização da sociedade, havia nascido então um movimento
disposto a dar fim às Instituições que detinham o domínio total de tudo e de todos: a Igreja Católica e o
Estado Absolutista. Com esse pano de fundo, alguns anos depois, tinha início oficial a Maçonaria
Especulativa.
As origens do movimento que foi chamado de Iluminismo, as suas influências na
Maçonaria, as mudanças que provocou para a humanidade, e alguns dos nomes que fizeram tudo isso
acontecer, é o que vamos ver durante o desenvolvimento deste trabalho, além de, procurar entender o

que significa na mais fiel acepção do termo, ser maçom e ser especulativo. Estes os reais objetivos
deste trabalho que ora começa.
UMA IDEIA GERAL SOBRE O ILUMINISMO A PARTIR DAS SUAS ORIGENS
O século XVIII ficou marcado como sendo um século onde ocorreram muitas mudanças,
mas, de certa forma na Europa, elas já vinham acontecendo ainda que num ritmo mais lento a partir do
século anterior.
Havia uma verdadeira urgência de transformações naquele mundo de então, onde o
absolutismo dos reis, ou tudo girando em torno da ideia de que o rei e o poder que representava eram
sagrados, a ponto de ser aceita também o pensamento decorrente de que a sua vontade era o espelho
da vontade divina. Além desse aspecto, havia também o clero com seu poder paralelo, e que até
extrapolava, onde a Igreja se fazia mostrar com longos e muitos tentáculos, interferindo e em toda e
qualquer liberdade que não fosse a permitida por ela.
O Iluminismo visava combater essa estagnação, esse tradicionalismo, e promover uma
nova ordem política e social. Sendo assim, a democracia e o liberalismo se viram valorizados pelos
filósofos e economistas da época, que se intitularam propagadores da luz e do conhecimento.
Os pais do Iluminismo, podemos dizer assim, entre outros tantos, foram John Locke,
René Descartes, Voltaire, Rousseau, Diderot, e como podemos ver, todos eles, passaram para a
posteridade como grandes nomes da Filosofia.
O Iluminismo influenciou a Revolução Francesa, onde o lema ‘Liberdade, Igualdade e
Fraternidade’, depois acabou servindo de bandeira a outros movimentos sociais pelo mundo afora.
O Irmão José Cardoso de Azevedo Neto, no trabalho que intitulou “Iluminismo” expõe
sobre os ideais iluministas, da seguinte forma:
“Os pensadores que defendiam estes ideias acreditavam que o pensamento racional deveria ser
levado adiante substituindo as crenças religiosas e o misticismo, que, segundo eles, bloqueavam a
evolução do homem. O homem deveria ser o centro e passar a buscar respostas para as questões
que, até então, eram justificadas somente pela fé. (...) Para os filósofos iluministas, o homem era
naturalmente bom, porém, era corrompido pela sociedade com o passar do tempo. Eles acreditavam
que se todos fizessem parte de uma sociedade justa, com direitos iguais a todos, a felicidade comum
seria alcançada. Por esta razão, eles eram contra as imposições de caráter religioso, contra as práticas
mercantilistas, contrários ao absolutismo do rei, além dos privilégios dados à nobreza e ao clero.”
E com o intuito de reforçar melhor ainda, sobre o fato do pensamento dos iluministas ter
influído nas mudanças que acabaram chegando à Maçonaria e principalmente na Maçonaria que a
partir de 1717 passou a ser chamada de Especulativa, vejamos o que diz o “Vade-Mécum Maçônico”
do Irmão João Ivo Girardi:
“ILUMINISMO: (Lat. iluminare, de lúmen: luz) 1. O Iluminismo tem origem no Renascimento, o primeiro
grande momento de construção de uma cultura burguesa, na qual a razão e a ciência são as bases
para o entendimento do mundo. O desenvolvimento do capitalismo nos sécs. XVII e XVIII foi
acompanhado pela crescente ascensão social da burguesia e sua tomada de consciência como classe
social. Paralelamente, o racionalismo imperava na Europa, transmitindo a confiança de que a razão era
o principal instrumento do homem para enfrentar os desafios da vida e equacionar os problemas que o
rodeavam. O despertar da revolução industrial e o sucesso da ciência em campos como a física,a
química e a matemática inspiravam filósofos de todas as partes. Surge, então, um novo mito, a ideia de
progresso. Havia a crença de que a razão, a ciência e a tecnologia tinham condições de impulsionar o
trem da história numa marcha contínua em direção à verdade e à melhoria da vida humana. Aos
poucos vai se desenvolvendo um pensamento que culminaria no movimento cultural do séc. XVIII
denominado Iluminismo ou Filosofia das Luzes. Podemos dizer que na primeira metade do séc. XVIII
o centro filosófica da Europa esteve na Inglaterra, em meados do século se desloca para a França, em
fins do século para a Alemanha. Os filósofos deste período começaram a se rebelar contra o velho
autoritarismo, propunham, baseado em Descartes, a reconstrução de tudo debaixo para cima, isto não
se tardou a se voltar também contra o poder da Igreja, do rei e da aristocracia. Deste pensamento
nasceu a Revolução francesa em 1789. À semelhança dos humanistas da antiguidade, como Sócrates
e os estoicos, a maioria dos filósofos do Iluminismo tinham uma crença inabalável na razão humana.
Isto era algo tão evidente que muitos chamam o período de iluminismo, principalmente o francês, de
Racionalismo. Assim os filósofos iluministas consideravam sua tarefa de criar um alicerce moral, a ética

e a religião que estivesse em sintonia com a razão imutável do homem. Dizia-se que era chegado o
momento de iluminar as amplas camadas da população, ou seja, esclarecê-las. Esta seria a condição
‘sine qua non’ de uma sociedade melhor; e só quando a razão e o conhecimento se tivessem fundido
entre todos é que a humanidade faria progressos. Era apenas uma questão de tempo para que
desaparecesse a irracionalidade e a ignorância e surgisse uma humanidade, esclarecida. Para os
iluministas, Deus está na natureza e no homem, que pode descobri-lo por meio da razão, dispensando
a Igreja. Afirma que as leis naturais regulam as relações sociais e considera os homens naturalmente
bons e iguais entre si – quem os corrompe é a sociedade. Cabe, portanto, transformá-lo e garantir a
todos liberdade de expressão e culto, igualdade perante a lei e defesa contra o arbítrio. Este
pensamento dominou a Europa Ocidental até a poucas décadas. Hoje não estamos assim tão
convencidos de que o progresso do conhecimento leva necessariamente a melhores condições de
vida. Mas essa crítica da civilização já tinha sido feita pelos próprios filósofos do Iluminismo. No que se
refere à religião, a maioria dos filósofos iluministas achava irracional imaginar um mundo sem Deus.
Para eles, o mundo era racional demais para ser encarado de outra forma. A questão de saber se o
homem possuía uma alma imortal também era mais uma questão da razão do que da fé. Queria libertar
o cristianismo dos muitos dogmas e princípios religiosos irracionais que, ao longo da história da Igreja,
tinham sido amalgamados à simplicidade dos ensinamentos de Jesus. Muitos professavam o chamado
deísmo. Entende-se por deísmo uma concepção segundo a qual Deus criou o mundo em tempos de
há muito passados, mas nunca se revelou a ele desde então. Desse modo, Deus é visto como um ser
superior, que só se revela ao homem através da natureza e de suas leis.”
COMENTÁRIOS:
Como pudemos perceber, e de conformidade com outros movimentos surgidos naquele
mesmo período, há também, uma parcela de utopia embutida na totalidade dos ideais iluministas, e
que, como ficou claro no texto acima, com a passagem e a chegada dos tempos modernos, se
dissipou.
Além daqueles filósofos que já haviam sido citados em primeira instância, outros podem
ser somados pela sua importância também, a exemplo de Montesquieu, Hume, Leibnitz, Wolff e Kant.
Não entraremos nos detalhes das contribuições de cada um, sob pena de tornar o trabalho muito
extenso. A filosofia e os filósofos, num trabalho sobre um assunto versando sobre o Iluminismo, está
implícita, e saber dos detalhes sobre a participação de cada um dos filósofos citados ou da sua obra,
deixaremos a cargo da curiosidade de cada um dos Irmãos leitores deste. Sem ser reducionista, e sem
querer fazer apologia da Filosofia, cada um poderá saber da importância de cada um desses filósofos
buscando saber.
Então, com um lema como “Sapere aude”, o que significa “Ouse saber”, ou ainda “Tenha
coragem para fazer uso da sua própria razão”, com uma nata de pensadores e filósofos, e tendo da
sua essência em ideias muito influído no pensamento maçônico, particularmente na Maçonaria
Especulativa, a pergunta que não quer calar é: “O que torna o Maçom um Especulativo, um iluminista,
um livre-pensador, epítetos com os quais nos intitulamos?”
AS ORIGENS DA MAÇONARIA ESPECULATIVA
Transcrevemos um trecho do artigo do Irmão Pedro Erguy que vem demonstrar uma
certeza em relação às influências do Iluminismo sobre os primórdios da Maçonaria Especulativa:
“Foi durante o Iluminismo que em terra fértil foi plantada a semente da Maçonaria Especulativa ou
Moderna. Tal como a expressão ‘Operativa’, o objetivo de uma Maçonaria, agora em extinção, que
buscava organizar e proteger os interesses dos trabalhadores, ‘Especulativa ’estava revelando os fins
da Maçonaria nascente que enveredava pelos caminhos do entender a vida e vivê-la bem e reconhecer
a íntima ligação do humano com a natureza e ajudar o homem a ter uma vida digna e feliz. Os homens
seriam os maestros de uma orquestra chamada existência. A Maçonaria Especulativa assim é
conhecida hoje.
O Iluminismo doravante inspiraria as bases da filosofia maçônica iluminando o Maçom e
ensinando-o a melhorar o mundo, sendo útil a si mesmo e aos seres humanos sem exceções.“

O MAÇOM, OS IDEAIS ILUMINISTAS E A FILOSOFIA
Um primeiro comentário e as primeiras perguntas
Voltamos ao texto do Irmão Pedro Erguy, “O Iluminismo Maçônico”, de onde
transcrevemos mais alguns parágrafos, onde fica nítida a afinação com alguns dos motivos que
ensejaram a feitura do trabalho este que está sendo desenvolvido, ou seja, se a filosofia, se o pensar,
se o questionar estariam ligados às suas raízes, à herança do Maçom especulativo, e porque isso não
parece ter tanta importância assim? Aliás, se muitos Maçons fariam questão até de suprimir o Período
de Instrução, se o Maçom estuda pouco, quase não lê também em sua maioria, conforme rezam as
estatísticas, se há Graus onde praticamente inexistem as Instruções, enfim, não seria demais
perguntar, seria? O que significa ser especulativo? Há uma ligação Maçonaria Especulativa e Filosofia?
Para que servem os Graus Filosóficos?
O Irmão Pedro Erguy e um comentário seu acerca dos graus filosóficos
Vejamos o que o Irmão Pedro Erguy observou e comentou:
“Depois dos Graus 1,2 e 3, todos os outros Graus são chamados de Filosóficos. O que os Irmãos leram
nesta meditação pode ter causado surpresa em alguns, mas é seguramente uma realidade na
Maçonaria. Esta ênfase dada à influência da filosofia particularmente sob a luz da corrente iluminista é
real e verdadeira em nossa Instituição.
Que resposta o Irmão daria se lhe fosse perguntado por que todos os demais Graus são
chamados de Filosóficos?
Nós responderíamos que o meio mais eficiente na preparação do Maçom para construir
Templos à Virtude é o do ensinamento filosófico. Não fosse assim, por que então não foram chamados
de Graus científicos, ou matemáticos, ou sociais, ou políticos ou simplesmente especulativos? A
resposta é que foram assim chamados porque eles deveriam ser Filosóficos, certo?
Há Irmãos com excelente bagagem de conhecimento maçônico que afirmam que, na
prática, do Grau 4 em diante muito pouco se aborda sobre assuntos filosóficos. Se assim for e parece
que realmente é assim, não seria porque existe um número insuficiente de Irmãos versados em
filosofia ou porque esta ciência é um tanto difícil de entender e assim não são muitos que a entendem?
Pode até ser mais cômodo não mexer com filosofia, mas o que realmente queriam os antigos Maçons é
que fossem para um real crescimento do saber os Graus Filosóficos. Acham sinceramente que esta
conclusão está errada?
Não pode ser menos que isso e é importante que declaremos isso, é um dever. O
Iluminismo está em nós e poucos se dão conta disso, ele é um grande inspirador dos momentos
maçônicos. Vamos pensar com clareza e lógica sobre isso, como Maçons. Não há nenhuma
provocação no que estamos propondo, o que desejamos é alertar para uma atividade que parece estar
na contramão da construção. É um convite veemente à meditação. Não somos espantalhos ou ovelhas
de rebanho que não sabem procurar as razões das coisas. A luz nos aproximará cada vez mais da
verdade.
Se é definitivo que jamais alcançaremos a verdade absoluta, também é definitivo que a
nossa razão pode nos aproximar dela, em algum lugar ela está.”
E outro comentário:
Bem, eu digo que concordo em gênero, número e grau com o Irmão Pedro Erguy, e não
acho que a sua conclusão possa estar errada, pois, essas coisas são bem fáceis de constatar.
Quando nos deparamos com definições do tipo da que vem a seguir, de autoria do Irmão
Octacílio Schuller Sobrinho sobre a Maçonaria onde ele diz que a “Maçonaria é uma ESCOLA DO
CONHECIMENTO e nada mais. Não é nunca foi e nunca será religião. Não é, nunca foi e nunca será
um partido político. Não é, nunca foi e nunca será uma instituição econômico-financeira.”, também
concordamos com esse Irmão, mas, na realidade sabemos que a coisa não é bem ao pé da letra.
Por outro lado, a exemplo também do Irmão José Geraldo de Lucena Soares, há mais
Irmãos que veem a Maçonaria da forma que o adjetivo especulativo induz a supô-la, e ele escreveu em
seu artigo intitulado “O Iluminismo e a Maçonaria”:
“Mas de todas as influências iluministas na Ordem Maçônica, a que mais se destaca é seu
Departamento Especulativo. Introduziu-se o estudo profundo filosófico, simbólico, esotérico, metafísico,
espiritual e histórico, além de outros ramos do conhecimento humano.”

O IRMÃO AMBRÓSIO PETERS: A DEFINIÇÃO CLARA DO QUE SIGNIFICA SER UM MAÇOM
ESPECULATIVO
Um desses livros fundamentais, do meu ponto de vista, para ser lido e relido:
“MAÇONARIA – História e Filosofia”, do sábio Irmão Ambrósio Peters, pois, ele consegue deixar
cristalina a diferença da Maçonaria Operativa e a Maçonaria Especulativa, assim como, sobre a missão
do Maçom especulativo. O trecho a seguir é cabal para tal entendimento:
“Os maçons operativos eram os construtores medievais que se associavam em guildas para melhor
defender os seus interesses classistas e estavam estreitamente ligadas ao sistema religioso. As
primeiras guildas surgiram na Inglaterra no final do século IX e início do século X.
Os maçons especulativos eram cidadãos livres, com uma nova mentalidade social que a
partir do século XVI começaram a ocupar o espaço deixado vago pelos maçons operativos, que se
desestruturavam. Empunhavam a bandeira de uma nova fraternidade, não mais alicerçada
exclusivamente em princípios religiosos, mas livremente nascida da compreensão e a solidariedade
humana.
A diferença fundamental é, pois, que o maçom especulativo não é simplesmente um
maçom operativo que deixou de trabalhar no seu ofício e aprimorou o seu espírito. Foram as lojas
operativas que se transformaram em lojas especulativas pela substituição progressiva dos membros
operativos por membros especulativos. (...)
Se assim não fosse, e se a Maçonaria Especulativa tivesse simplesmente abandonado os
ideais classistas da maçonaria Operativa ao assumir as suas lojas, se teria transformado em uma
sociedade sem objetivos, e nenhuma sociedade pode evoluir e prosperar sem propósitos definidos. O
rápido crescimento da Maçonaria especulativa no século XVII demonstra que ela tinha propósitos
definidos (...).
Ser maçom especulativo significa ser observador, perceber os princípios morais
subjacentes aos símbolos e aplicá-los na construção de relacionamentos humanos confiáveis,
sinceros e leais, e, através do estudo e da observação, tentar aprender a melhor forma de
construir uma harmoniosa e perfeita fraternidade.
O que os maçons especulativos fazem ultrapassa os limites de suas Lojas. O maior
trabalho de um mestre maçom moderno é aplicar de maneira prática e correta a sabedoria moral
que se espera tenha adquirido durante sua vida maçônica. Ele vai à loja para especular, estudar
e aprender e volta ao mundo para trabalhar e aplicar o que aprendeu. O mestre maçom
especulativo não é mais um construtor material como o eram os mestres maçons operativos.
Ele será antes de tudo um homem moralmente sadio em busca da luz da verdade, dedicado à
construção do edifício moral da humanidade.” (Grifo meu!)
A MAÇONARIA DOS ACEITOS OU ESPECULATIVA NA VISÃO DO IRMÃO JOSÉ CASTELLANI
O Irmão José Castellani também se debruçou sobre o tema envolvendo as origens da
maçonaria Especulativa aquelas suas observações sempre pertinentes e fundamentadas. Do seu livro
“Dicionário de Termos Maçônicos”, reproduzimos alguns trechos que constam no verbete
“MAÇONARIA DOS ACEITOS, ou ESPECULATIVA:
“(...) Essa progressiva transformação iniciou-se no século XVI e, já no século XVII, os maçons aceitos
suplantavam, em número, os Maçons Operativos e originando, então, a Maçonaria dos Aceitos (que
eram aceitos, sem, todavia, serem ligados à arte da construção), ou Maçonaria Especulativa (termo
não muito correto, pois especulativo é relativo à especulação, ao teórico e desprovido de aplicações
práticas, coisa que já era feita pelo operativos, como, por exemplo, em relação à religião).
(...) As grandes figuras intelectuais da época procuravam a Franco-Maçonaria, tornando-se aceitos, por
três motivos principais:
1 – A Franco-Maçonaria oferecia uma forma lícita de associação, tão rara, na época;
2 – A natureza destra associação, os seus privilégios, a proteção de pessoas influentes e a livre
manifestação dos conhecimentos, sempre tão cerceados pelo dogmatismo medieval, seduziam a
mente científica e crítica dos intelectuais, que desejavam aumentar o seu conhecimento e expor os
seus pensamentos, sem despertar suspeitas e perseguições;
3 – A Franco-Maçonaria era o único ofício não arraigado a um local, mantendo, todavia, elos entre as
cidades e entre os países, protegendo e acolhendo os Irmãos em viagem e proporcionando, portanto,
aos estudiosos, o intercâmbio de conhecimentos e de ideias.

Isto fez com que a Maçonaria fosse colocada na vanguarda, não só do renascimento
cultural e científico, mas também das lutas pelas grandes reformas sociais, através de suas
participação nos grandes movimento libertários da humanidade, de sua presença nos conflitos de
ideias e de sua decisiva intervenção na solução dos grandes problemas internacionais. Não sendo
órgão de nenhum partido político, ou agrupamento social, ela firmou o seu propósito de estudar e
impulsionar todos os problemas referentes à vida humana, com a finalidade de assegurar a paz, a
justiça e a fraternidade entre todos os homens e povos, sem distinção de raça, cor, religião, ou
nacionalidade.”
CONCLUSÃO
O fato da Maçonaria Especulativa ou Moderna, ter recebido em seu nascedouro as
influências dos ideais iluministas, e ter absorvido a essência da sua filosofia, fez com que ela desse um
grande salto evolutivo. Isso deixou evidente aos seus membros que através da vontade de saber, da
reflexão sobre o aprendizado e do uso da razão conseguiremos as mudanças que o mundo requer,
sendo que tudo isso se faz muito presente no cabedal aquele de conhecimentos que a Instituição
Maçônica coloca à nossa disposição via simbolismo, história, ritualística, além das filosofias todas das
quais ela absorveu o melhor, e que devemos estudar.
O Maçom poderia repensar mais seguidamente, sobre a questão do significado dessa
herança toda, e da importância que o estudo assim vai assumir durante toda a sua trajetória maçônica.
Não se falou aqui em nenhum momento que um Maçom deve ser candidato a filósofo, ou que para
levar o nome de especulativo deveria ser mais teórico, mas, que ele herdou, a partir do momento que a
Maçonaria passou a ser Especulativa, um comprometimento com o pensar, com o ousar saber, ter uma
base mais sólida, extraída daquilo com que a filosofia contribuiu de melhor para o progresso e a
evolução do homem, e que a Maçonaria tem a compartilhar com ele, o pensar e refletir são palavras
chaves, e ajudam bastante em nossa formação de Homem-Maçom, portanto, meus Irmãos, ousemos e
amemos saber.
Consultas Bibliográficas:
Internet:
“Iluminismo” – Trabalho de autoria do Irmão José Cardoso de Azevedo Neto. Disponível em:
lojafilhosda luz139.com.br/.../
“Onde começou a Maçonaria, foi no Egito? – Artigo de autoria do Irmão Charles Evaldo Boller.
Disponível em: segredomaconico.blogspot.com/.../
Revistas:
UNIVERSO MAÇÔNICO, nº 8, 2009: “O Iluminismo e a Maçonaria”- Artigo do Irmão José Geraldo de
Lucena Soares
Livros:
CADERNOS DE PESQUISAS 26 - Editora Maçônica “A Trolha” Ltda. 1ª Edição – 2014: “O Iluminismo
Maçônico” – Artigo de autoria do Irmão Pedro A. Erguy
CASTELLANI , José. “Dicionário de Termos Maçônicos” – Editora Maçônica “A Trolha” Ltda. 2ª Edição -
1995
GIRARDI, João Ivo. “Do Meio-Dia à Meia-Noite Vade-Mécum Maçônico” – Nova Letra Gráfica e
Editora ltda. 2ª Edição – 2008
PETERS, Ambrósio. “MAÇONARIA – História e Filosofia” – Academia Paranaense de Letras
Maçônicas e Grande Oriente do Estado do Paraná – 2ª Edição - 1999

O Ir Hercule Spoladore –
Loja de Pesquisas Maçônicas “Brasil”-
Londrina – PR – escreve aos domingos
hercule_spolad@sercomtel.com.br
Estados alterados da mente
Em 1975 na cidade de Londrina, ocorreu um fato inusitado durante uma Iniciação, quando
foram iniciados onze profanos, em uma Loja que trabalha no Rito Escocês Antigo e Aceito.
O Irmão encarregado de comprar na farmácia, o liquido amargo a ser ingerido numa
determinada fase do processo iniciatório pelos neófitos, solicitou ao funcionário da farmácia,
tintura de boldo.
Entretanto, como o recipiente estava no armário ao lado de outra droga cujo nome também
começava por “b” foi-lhe vendido por engano, tintura de beladona.
Da planta denominada por Lineu “Atropa belladona” são extraídos dois alcalóides: a
atropina e a escopolamina. As preparações galênicas da beladona já eram conhecidas pelos
envenenadores profissionais da Idade Média. Ela produzia uma intoxicação prolongada e estranha.
O nome de Atropa vinha de Parcas, que era um significado que cortava o fio da vida, e belladona
significava uma mulher bonita. As mulheres usavam uma decocção da planta para instilar nos
olhos e esta causava dilatação das pupilas, visando com isto, para parecerem mais bonitas,
entretanto, a visão ficava perturbada até passar o efeito dilatador.
Este alcaloide tem ação praticamente em todo o organismo. A dose mortal, felizmente, é
muito grande e estimada em 100 mg para os adultos e 10 mg para as crianças.
Quando ingerido em doses muito acima das doses terapêuticas, pois o alcaloide em doses
mínimas é um remédio muito usado como antiespasmódico e também para dilatação das pupilas
pelos oftalmologistas, os sintomas surgem logo após a administração da substância.
A boca torna-se seca e ardente. A fala e a deglutição tornam-se difíceis. A visão torna-se
embaçada. Há uma fotofobia acentuada, poderá aparecer erupção cutânea, especialmente na face e
pescoço. Eleva-se a temperatura corporal, podendo atingir até 42º graus. O pulso torna-se fraco, a
pressão sanguínea eleva-se e aparece taquicardia. O paciente torna-se agitado, excitado e confuso.
Aparece a incoordenação motora, as vezes os paciente vomitam. O comportamento sugere
uma psicose orgânica aguda. A memória fica prejudicada. São comuns as alucinações,
especialmente as visuais. Este estado permanece por muitas horas e as vezes até por vários dias.
Só quando a intoxicação é muito grave é que surgem a depressão e o colapso respiratório. Quando
isso acontece a pressão cai e a respiração torna-se inadequada e ocorre a morte por insuficiência
respiratória, após um período de paralisia e coma.
Ficou claro que uma paciente intoxicado por beladona tem perturbação da fala, da visão,
tem alucinações, com consequentes alterações da própria consciência.
Entrevistamos longamente um destes onze Irmãos, que viveram esta estranha experiência, a
qual por sinal só não foi catastrófica por uma questão de concentração do alcaloide.
5 –Estados alterados da mente
Hercule Spoladore

O Irmão entrevistado refere que apesar de ter ficado com a mente alterada por três dias
recorda-se de quase tudo. Foi internado num hospital sob cuidados médicos constantes e mesmo
assim após ter tido alta hospitalar teve problemas de concentração, pernas fracas e esquecimento
por quase dois meses(sic)
Este Irmão além de gnóstico é da linha espiritualista e dentro das suas concepções
metafísicas, refere que logo após ingerir a bebida amarga, sentiu que sua mente se abriu de tal
forma que, apesar da venda “viu” inúmeros espectros de Irmãos “desencarnados” (sic). Sentiu a
seguir uma “moleza muito grande no corpo”. Refere que ficou muito assustado e chamou seu
“Pentagrama Esotérico”(sic), mas este não funcionou. Sentia-se, mal, muito estranho e ao mesmo
tempo revoltado porque achou que tinha sido enganado.
O tempo foi passando e os Irmãos que estavam dirigindo Iniciação não perceberam até
aquelas alturas que os iniciandos estavam no limite de uma intoxicação que poderiam ter graves
conseqüências.
A cerimônia continuou.
O nosso entrevistado, ficou agitado quando viu o caixão. Não conseguiu ficar até o final.
Tornou-se agressivo. Agrediu alguns Irmãos que o levaram para a sua residência. Refere ter
tomado atitudes pouco recomendáveis, que não vale a pena descreve-las.
A beladona causa em alguns pacientes um estado mental que chega a hilaridade. Um dos
“iniciados”, no banquete solicitou a palavra e no microfone não conseguia articular uma frase
sequer, emitindo grunhidos que causaram risos.
Um Irmão médico, por sinal o Venerável, suspeitou da bebida e pediu para ver o recipiente
da bebida amarga e lá estava escrito “tintura de beladona”. Ai foram tomadas as medidas
necessárias.
Todos os Irmãos ficaram intoxicados, uns mais outros menos de acordo com quantidade de
bebida ingerida. Todos foram atendidos por médicos e dois ficaram internados.
Fazemos questão de frisar que nenhum dos onze Irmãos deixou de freqüentar a Loja. Parece
que todos entenderam que houve um acidente.
Este Irmãos tiveram portanto, uma Iniciação bem diferente da tradicional que estamos
acostumados a assistir, apesar da ritualística ter sido a mesma.
Eles sofreram uma alteração da mente muito profunda sendo que alguns ainda estiveram
sob a ação da beladona por mais alguns dias.
Não resta dúvidas que esta alteração de consciência foi induzida por uma ação
medicamentosa.
Fala-se que nos antigos mistérios das antigas sociedades iniciáticas onde os futuros adeptos
eram obrigados a ingerir bebidas antes da sua iniciação. Não resta a menor dúvidas que eram
alucinógenas. Entre estas sociedades, destacamos os mistérios de Eleusis onde se prestava culto a
uma deusa da vegetação, Deméter.
O mundo a partir da década de 1950 passou a conhecer as atividades de minorias que
começaram a utilizar alucinógenos de origem química ou vegetal com a finalidade de expandir
suas mentes achando assim que estavam atravessando os limites, transpondo as barreiras do “Eu
insulado” ou ilhado tentando, tentando por este caminho a conhecer outras verdades.
O LSD( ácido lisérgico), os cogumelos alucinógenos, a mescalina, e ayaushasca são de
composição química diferente, mas produzem basicamente o mesmo efeito.
Estes produtos provocam uma alucinação cerebral chamada por alguns de “visionária”
devido as visões características que ocasionam. As pessoas que usam estas substâncias apresentam
uma expansão da mente e este caminho alucinado, paralelo, fantástico é percorrido de tal forma
que os seus usuários questionam tudo sobre a existência, criando para si outros valores morais e

espirituais, acreditando assim estar buscando respostas mais positivas para seus desencontros
existenciais.
A mesma experiência que estes alucinógenos causam, poderá ser encontrada por outros
meios. A hipnose na fase sonambúlica é um deles. Os métodos orientais como a ioga, a qual
através de exercícios complexos de concentração também pode conseguir a expansão da mente.
Seus monges se retiram da vida comum, desligando-se completamente dos afazeres mundanos em
mosteiros onde através da concentração e das praticas espirituais acreditam chegar a um diferente
estado da mente.
Também se consegue resultados semelhantes através da mortificação física, ou então pelo
jejum. A Igreja Católica tem inúmeros santos que através do jejum e da oração chegaram a este
êxtase mental. Para a Ciência é alucinação.
Muito embora a explicação científica refere que nestes estados devido a modificação do
metabolismo pela falta de alimentos, a produção de endorfinas e o aumento do bióxido de carbono
no cérebro, possam levar o indivíduo a uma alteração mental caracterizado como expansão da
mente.
Todavia, a experiência relatada por pessoas que passaram por este processo parecem
transcender às explicações da Ciência.
Aqui entram em confronto a Fé e a Ciência.
A endorfina é uma substância semelhante a morfina, mas é origem endógena, isto é,
produzida pelo próprio organismo, que em situações especiais causam insensibilidade à dor, além
de uma euforia interna muito grande, podendo chagar a uma alucinóse.
Como vimos para se chegar até estas expansões da mente, não será obrigatório o uso de
alucinógenos. Através de uma disciplina muito rígida, exercícios mentais, introspecção, meditação
o indivíduo poderá ter experiências as mais diferentes possíveis, bem como chegar ao seu
autoconhecimento se for este seu desejo, a sua meta ou então se envolver com outras buscas
mentais.
Segundo um usuário do LSD, as primeiras experiências com a droga são
deslumbrantes. Após ingeri-la começam a se fazer sentir seus efeitos, tem-se a sensação de
alternância de frio e calor, as cores dos objetos tornam-se cada vez mais intensas e audição torna-
se muito aguçada. Parece que na tela da mente são projetadas como se fora num cinema todas as
crenças, valores político sociais, e religiosos, lembranças boas e más. Nesta fase o indivíduo acha
tudo muito estranho e absurdo com seu senso critico funcionando em outra realidade e acha que
todos aqueles valores que passaram pela mente são totalmente ridículos.
Neste estágio as visões e imagens são extremamente lindas. Sente a libertação do seu
Superego e a entrada triunfal na Consciência Coletiva.
Todavia, com o uso continuo da droga estas experiências começam a não ser tão agradáveis
assim. Os mergulhos no Inconsciente começam a ser obscuros e incompreensíveis. Começa a ter
dificuldades para retornar ao seu Consciente. Alguns ficam entre o ser individual e o coletivo. É
provável que muitos casos de suicídio, sob o efeito do ácido lisérgico, ocorram neste estágio.
Nestas alturas será difícil o usuário parar com a droga. Ele terá a necessidade existencial de viver
com ela.
Estas drogas alucinógenas são no momento perigosíssimas. Poderá a Ciência um dia
produzi-las de tal forma que a sua ação será bastante controlada e dirigida, sem causarem efeitos
colaterais físicos e mentais e nem dependência.
Fala-se que ainda descobrirão a pílula da inteligência. É no momento uma possibilidade
fantástica, mas já foram realizadas experiências em laboratório.
O maior problema é exatamente na toxicidade das drogas usadas. Ainda num futuro mais
próximo do que imaginamos serão fabricados medicamentos maravilhosos que aumentarão a
capacidade mental dos homens, sem danos aos mesmos.

Sabemos que nosso Superego bloqueia, trava, os desejos instintivos do nosso Inconsciente.
A liberação deste entrave, isto é, quando conseguimos furar esta muralha, é um dos caminhos para
que se entre num estado chamado despertar da mente ou ainda alteração ou expansão da mente.
Preferimos esta ultima denominação. O indivíduo nesta situação se sentirá em outro lugar em
outra realidade. Ocorrerá uma verdadeira abertura entre o Consciente e o Inconsciente, tornando-
se o senhor de sua consciência.
Esta exaltação interior se inicia com um relaxamento mental que vai se aprofundando a
através de uma conexão com seu Inconsciente vivenciará uma outra realidade.
Como seria gratificante se o neófito no dia de sua Iniciação maçônica estivesse preparado
para percorre-la neste estado mental. Será que a Maçonaria do futuro não será assim?
Ainda meio atônito o Homem atual se vê envolvido e perdido através de uma série de
avanços científicos, Biociência, Genética Molecular. Internet, exploração do cosmo etc. que o
deixam vislumbrado ante estes extraordinários descobrimentos sem saber o que fazer.
A Neurociência, com auxilio da Matemática e da Computação tenta, ainda com pouco
sucesso responder como funciona o cérebro humano. Talvez seja um dos problemas até maior que
a própria criação do universo, cuja resposta o Homem aguarda ansiosamente. Ele quer saber a
todo custo a natureza da mente humana.
Aldous Huxley afirma “ A consciência normal é um estado de espírito muito útil, e na
maioria das ocasiões indispensável, mas não é de modo algum a única forma de consciência, nem
a melhor em todas as circunstâncias. Quando transcende o “Eu” comum é possível aumentar a
visão e olhar mais profundamente no inimaginável milagre da existência”
Estas descobertas que por certo virão, farão com que a consciência, a cognição e as
operações mentais se tornem mais conhecidas. Haverá sem dúvida nas próximas décadas uma
radical mudança de paradigmas e do comportamento humano.
O que sabe hoje sobre o cérebro humano é bastante em relação ao que se sabia há oitenta
anos atrás, todavia é praticamente nada em relação aos mistérios e segredos que ele encerra.
Em 1924, quando o cientista alemão Hans Berger pesquisava um paranormal descobriu que
o cérebro emitia ondas elétricas, as quais ele denominou de ondas Alpha e ainda percebeu e que
vibravam de 8 a 12 vezes por segundo. Cada vibração foi denominada hertz
Em 1935 foram descobertas as ondas Delta de 1 a 3 hertz por segundo.
Em 1943 foram descobertas as ondas Téta de 4 a 7 hertz por segundo.
Com relação as ondas Beta, estas são as ondas normais do ser humano em estado de vigília,
em estado de consciência alerta, vivendo o seu dia a dia rindo, conversando, raciocinando,
preocupando-se. Estas ondas tem o comprimento de 20 a 22 hertz.
Quando o cérebro emite ondas Alpha o indivíduo está bastante relaxado, tranqüilo, porem
dotado de uma energia e bem mais alerta que em estado Beta. Predomina o pensamento lógico e
intelectual O estado mental é elevado.
As ondas Delta se manifestam no nosso sono normal.
As ondas Téta podem ser encontradas no sono profundo ou quando o indivíduo está em
meditação, em hipnose na fase sonambúlica, o mesmo quando está em coma.
Quando o cérebro está nesta situação, ou seja, emitindo onda Téta, excluindo-se quando
estiver em coma, com a imaginação estimulada ao máximo, ele vislumbrará ricas imagens oriunda
do Inconsciente.
Em 1952 o Dr. Wilder Penfield descobriu que a córtex cerebral podia ser estimulada por uma
descarga elétrica e com isso produzir o despertar de memória, lembranças bem como outras experiências
mentais em pacientes conscientes. Esta ação mental repetia-se da mesma maneira toda vez que se
estimulava o mesmo local.
Um renomado cirurgião americano, Roger W. Sperry, quando tratava cirurgicamente pacientes
epilépticos, começou a proceder a separação cirúrgica dos dois hemisférios cerebrais. Acompanhando
estes casos no pós-operatório ele percebeu que o hemisfério esquerdo é analítico, sequencial e racional,

enquanto que o hemisfério direito é sintético totalizador e intuitivo. O esquerdo é mais agressivo e
comanda o sistema motor, é considerado como o grande comunicador cerebral porque nele está o centro
da fala e também tem o centro da lógica da matemática da leitura escrita e do raciocínio. Já o direito é
incapaz de comunicar experiências de percepção ou de consciência. O hemisfério esquerdo controla o
lado direito corpo e o hemisfério direito controla o lado esquerdo do corpo, ele tem a percepção da
profundidade criatividade, consciência musical e intuição.
Desde então as pesquisas em torno do cérebro, avançaram muito. Atualmente estão através da
tomografia por emissão de pósitrons(PET)
estão fazendo um mapeamento tridimensional e total do cérebro, e estão usando a espectroscopia para o
estudo dos paranormais.
Ao preconizarmos um estado especial mental para o profano no dia de sua Iniciação na Ordem,
sabemos que ela é apenas uma entrada numa nova casa. Será apenas o inicio. Mas a necessidade de se
tornar este dia muito especial, com repercussões em toda a sua futura vida maçônica é importante. E o
neófito deverá tão somente neste dia perceber que existe dentro de si um duplo EU.
Ele teria que ser bem preparado previamente para este dia, mas não é. O candidato caminhará
praticamente sozinho, sem ter a mínima noção do que se passará com ele. Muitos detalhes, noções e
conceitos deveriam ser revelados sem se revelar os segredos, evidentemente. Nem sempre a Iniciação é
bem executada. Existe venerável que não sabe ler corretamente, e grande parte dos veneráveis com os
Irmãos que tomarão parte nas cerimônias não treinam.
Tentando analisar como serão as Iniciações no futuro, digamos daqui há um século, ficamos
especulando.
Será que os avanços científicos em especial a Internet, a Neurociência, as psicodrogas sem efeitos
secundários que aumentarão a capacidade mental não mudarão totalmente a Iniciação tal qual a
conhecemos?
Sabemos que nosso cérebro utiliza apenas 0,8% da sua capacidade total.
Evidentemente esta porcentagem será aumentada num tempo menor que preconizamos
anteriormente, para 20% a 40% pois o avanço da ciência e da tecnologia está numa rapidez que o próprio
Homem não está se apercebendo.
É claro que a Maçonaria também mudará. Ela já está muito mudada.Talvez se conserve a essência
da Iniciação. A tão falada Tradição se julgarmos com isenção de tendências, veremos que não é a mesma
de outrora, visto que a tecnologia alterou a forma de conduzirmos as cerimônias. E também houve a
alteração do pensamento humano, com mudança de comportamento, pois hoje temos outros modelos,
outros paradigmas.
Ainda acreditamos que o caminho para a Iniciação no futuro será se provocando a expansão da
mente do candidato seja por qualquer método que a Ciência descobrir, sem danos físicos ou mentais e
não interferindo na personalidade do neófito.
Bibliografia
CASTILLA, Alicia “Santo Daime – Fanatismo e Lavagem Cerebral
Imago Editora Ltda. Rio de Janeiro, 1995
GOODMAN-GILMAM “As bases terapêuticas da Farmacologia”
Livraria Editora Guanabara Koogan – Rio de Janeiro, 1958
PATTEN, John “ Diagnóstico Diferencial em Neurologia”
Editora Santuário - São Paulo, 1985
PAUWELS, Louis, BERGIER Jacques “ O Planeta das Possibilidades
Impossíveis - Perspectivas para o Terceiro Milênio
Edições Melhoramentos São Paulo,1972
SPOLADORE, Hercule “Os doze trabalhos maçônicos do Hercule”
Editora “A Trolha’, Londrina – 1991
Revistas Médicas Cientificas - Revista Planeta n.º 36 e 37

O Irmão João Anatalino Rodrigues
escreve aos domingos
jjnatal@gmail.com -
www.joaoanatalino.recantodasletras.com.br
O Salmo 133 e a
Cadeia da União
Todo maçom está familiarizado com a expressão “Escada de Jacó”. Na tradição da Arte Real
ela simboliza a própria Maçonaria enquanto escola de ensinamento moral e designa a escalada
iniciática do iniciado pelos graus do catecismo maçônico, que começa na sua iniciação, como
Aprendiz, mas nunca termina, em sua própria vida terrena. Isso porque, embora o Irmão possa
galgar todos os graus previstos no rito da Loja á qual ele se filiou, não é a sua elevação ao último
grau que julga se ele, de fato, absorveu o ensinamento maçônico e subiu, com méritos, a “Escada
de Jacó”, mas sim a prática desses ensinamentos na sua vida diária.
Isso se explica pelo fato de a Maçonaria estar centrada em três fundamentos básicos que lhe dão
suporte e fundamento. O primeiro é a idéia que está no núcleo central da sua própria existência
como instituto cultural. Essa ideia é a de que uma ordem social perfeita só pode alcançada quando
há pessoas com espíritos adequadamente preparados para implantá-la e, principalmente, para
defendê-la e preservá-la.
Essa ideia só pode ser realizada através da união entre as pessoas mais preparadas e
comprometidas com a ordem social. É uma união que se faz “interpares” e que se realiza através
da estratégia da Confraria. Essa é a razão de a Loja Simbólica, dedicada ao Aprendiz, ser aberta
com a invocação ao Salmo 133: “Como é bom e agradável viverem Irmãos em harmonia. É como
o óleo precioso, que unge a cabeça de Aarão, do qual escorrem gotas para sua barba, e daí para
suas vestes. É como o orvalho do Hermon, que vem cair sobre as montanhas do Tsión, como
bênçãos ordenadas pelo Eterno. Sejam elas perpetuadas em sua vida”.1
Isso quer dizer que todos os maçons são iguais e entre eles deve reinar a harmonia. Por isso, a
virtude da Confraria, que se traduz na congregação dos Irmãos reunidos em Loja se realiza no
simbolismo desse salmo, que consagra a união fraternal.
1
Texto conforme a Bíblia Hebraica, traduzida Por David Gorodovits e Jairo Fridlin- Editora e Livraria Sefer Ltda. São Paulo,
2015. Para uma interpretação mais pormenorizada do simbolismo do salmo 133, ver a nossa obra “ O Tesouro Arcano”,
publicada pela Editora Madras, 2013.
6 – O Salmo 133 e a Cadeia da União
João Anatalino Rodrigues

O segundo fundamento é a prática que resulta da aplicação da idéia de união. Essa prática
concita os membros da Confraria maçônica a viver e servir a sociedade, como se esta fosse a sua
própria família. Aqui está implícita a virtude da Fraternidade, que é outra divisa consagrada pela
Ordem. É esse espírito fraterno, simbolizado no próprio ambiente gerado pela Loja que resulta em
uma egrégora, captando e distribuindo entre os Irmãos a energia que ali circula. Daí a oração
final, de encerramento das seções, fechando a Loja Simbólica.2
─ Ó Gra .·. Arq .·. do Univ.·., fonte fecunda de Luz, de Felicidade e Virtude, os OObr.·. da Arte
Real, congregados neste Augusto Templo, cedendo aos movimentos de seus corações, Te rendem
mil graças e reconhecem que a Ti é devido todo bem que fizeram.
─ Continua a nos prodigalizar os Teus benefícios e a aumentar a nossa força, enriquecendo as
nossas CCl.·. com OObr.·. úteis e dedicados.
─ Concede-nos o auxílio das Tuas Luzes e dirige os nossos trabalhos á perfeição. Concede que
a Paz, a Harmonia e a Concórdia sejam a tríplice argamassa com que se ligam as nossas obras.3
E por fim a instituição, que é a própria organização conhecida como Maçonaria, pessoa jurídica
organizada a nível internacional, que congrega milhões de cidadãos em todas as partes do mundo,
irmanados por uma promessa, um código de conduta, uma tradição mística e um ideal comum,
que é a defesa da Liberdade, da Igualdade entre as pessoas e a Fraternidade entre os povos do
mundo. Essa proposta está consagrada nas palavras finais de encerramento dos trabalhos da Loja
Simbólica, através da pergunta feita pelo Venerável Mestre ao Primeiro Vigilante e da
consequente resposta deste:
─ VEN.·. Para que nos reunimos aqui?
─ 1º VIG .·. Para combater o despotismo, a ignorância, os preconceitos e os erros. Para
glorificar a Verdade e a Justiça. Para promover o bem-estar da Pátria e da Humanidade,
levantando Templos á Virtude e cavando masmorras ao vício.4
Essa é disposição que também encontramos no estudo e na prática da Cabala. Como diz Ma.
MacGregor Mathers, no preâmbulo da Kabbalah Revelada, de Von Rosenroth: “Grande
importância é dada ao ideal de fraternidade. A potência da fraternidade sempre foi um fato
essencial em uma ordem oculta, separada do seu ideal altruísta; há também o espiritual e o
físico. Qualquer ramo na harmonia de um círculo permitirá a entrada de uma força oposta. Um
espiritualista experiente testemunhará a favor da verdade desta afirmação.”5
Quer dizer: tanto na Cabala, quanto na Maçonaria, é a força da egregóra que leva o grupo á
consecução do seu objetivo. O processo assim o exige, pois como já anteriormente declarado, a lei
que rege a formação do universo é a Lei da União.6
Essa tradição tem fundamento na Bíblia. Em Êxodo, 28, 1:2, encontramos a informação que
Moisés consagrou o Tabernáculo na forma como o Grande Arquiteto do Universo lhe havia
ordenado, santificando depois a Aarão e seus filhos como primeiros Sumos Sacerdotes de Israel.
Depois espargiu sobre a cabeça de Aarão o óleo precioso, que escorreu para suas vestes, descendo
ate ás orlas do seu vestido. Assim, na sagração do Tabernáculo e na unção do seu sacerdote,
consumou-se a União que doravante deveria existir entre Jeová e seu povo, União essa que seria
2
Egrégoros, do grego “egrêgorein” são esferas de energia, emanadas dos pensamentos emitidos pelos indivíduos agrupados
e ligados mentalmente por um objetivo comum. Aqui o termo é usado como símbolo de corrente energética.
3
Cf. Ritual do Aprendiz.
4
Idem, Ritual do Aprendiz.
5
A Kabbalah Revelada- Ed. Madras, 2004
6
Por isso o simbolismo da “Cadeia da União”, renovada a cada seis meses, através da transmissão da palavra semestral.

sacramentada toda vez que o povo eleito se reunisse em Assembleia. Nesse cerimonial, presidido
por Moisés no deserto, aconteceu, pois, a instituição da Loja israelita, com todo o sentido
simbólico que ela representa.
A Cabala explica esse simbolismo da seguinte forma: a barba do Macroprosopo (Deus
manifestado como realidade física) simboliza o fluxo de energia que nasce na primeira sefiroth e
percorre toda a Árvore da Vida (símbolo do universo), unificando a totalidade das realidades
existentes no mundo. Como se sabe, a Árvore Sefirótica, desenho mágico-filosófico com a qual os
cabalistas explicam a formação do mundo é uma representação simbólica do universo como
realidade macro e projeta o seu reflexo no homem como realidade micro.
Por outro lado, sabemos que a palavra barba, em hebraico se escreve Hachad. Por aplicação da
técnica chamada gematria essa palavra, quando decomposta em suas letras, tem valor numérico
igual a 13. (A=1, CH=8, d=4 = 13). Esses valores correspondem às partes da barba do
Macroprosopo, também chamado de Andrógino Superior ou Vasto Semblante, imagem usada
pelos cabalistas para designar a Energia Divina que se espalha pelo espaço cósmico, gerando a
realidade que nós conhecemos como Universo. Na Siphra Dtzeniovtha, (O Livro do Mistério
Oculto, Bíblia cabalista), se diz que “da barba, menciona-se que não é feita nem criada. Esta é o
ornamento do todo. Ela procede dos ouvidos e tem o aspecto de uma circunferência que se
expande constantemente pelo espaço aberto, enquanto seus caracóis sobem e descem. Está
dividida em treze partes que pendem com treze adornos.” 7
Nesse estranho e enigmático texto os mestres cabalistas querem dizer que a
barba do Macroprosopo é a energia que unifica o total existente no Cosmo,
fazendo dessa totalidade dispersa uma unidade, ou seja, um Universo. Sendo a
energia que unifica ela é a argamassa que dá liga ao mundo para que ele se
torne um organismo único. É o símbolo da União. Para os judeus, a invocação
desse salmo designava o espirito de unidade e fraternidade que devia imperar
entre o povo de Deus. Essa Irmandade era simbolizada pela Barba de Aarão,
cujo corpo era tido como uma imagem da Árvore da Vida, no qual o fluxo da
energia divina percorria desde a cabeça (a séfiroth Kether) até a orla dos seus
vestidos, ou seja, os pés, representados pela sefiroth Malkuth.
Assim, o Salmo 133, na verdade, é um simbolismo que está centrado em um segredo arcano de
extraordinário significado e a Maçonaria, ao adotá-lo na abertura de suas Lojas não está apenas
contemplando a idéia da Fraternidade pura e simples, mas realizando o objetivo cósmico de
integração total de todas as emanações da energia divina. Trata-se, na verdade, de um mantra
poderoso, uma âncora fundamental para o aliciamento da energia cósmica necessária para a
formação da egrégora maçônica.
Que os Irmãos, ao ouvirem o Orador pronunciá-lo na abertura de suas reuniões tenham em
mente essa informação, para melhor aproveitamento espiritual dessa invocação.
7
A Kabbalah Revalada, citado, pg. 89. Fonte:Wikipédia Fundation

(as letras em vermelho significam que a Loja completou
ou está completando aniversário)
GOB/SC –
http://www.gob-sc.org.br/gobsc
Data Loja Oriente
04.05.1956 Acácia do Continente - 2014 Florianópolis
04.05.1956 Lauro Müller - 1694 Florianópolis
05.05.2001 Luz do Vale - 3370 (30/06/2010) Gaspar
06.05.1997 Comte. Lara Ribas - 3055 Florianópolis
08.05.1996 Zohar - 2948 Florianópolis
10.05.1995 Orvalho do Hermon - 2859 Brusque
13.05.1999 Libertação - 3228 São José
13.05.2000 União e Prosperidade - 3316 Florianópolis
15.05.2000 Fraternidade Barravelhense - 3314 Barra Velha
19.05.2001 União da Ilha - 3372 Florianópolis
19.05.2004 Costa Esmeralda - 3595 Itapema
20.05.1951 Acácia do Sul - 1346 Videira
20.05.2011 Harmonia e Fidelidade - 4129 Itapema
21.05.1998 Perfeição Biguaçu - 3156 Florianópolis
22.05.1998 Acad. Bruno Carlini - 3176 Baln. Camboriú
25.05.1902 Ordem e Trabalho - 0787 Florianópolis
28.05.1998 Obreiros de Trento - 3161 Rio dos Cedros
28.05.2008 A Caminho da Luz - 3925 Joinville
30.05.1997 Hiram - 3059 Mafra
30.05.2005 Phoenix - 3662 Baln. Camboriú
30.05.2008 Estrela Mística - 3929 Itajaí
31.05.2004 Luiz Alberto Pacenko - 3621 Florianópolis
Lojas Aniversariantes de Santa Catarina
Mês de maio
7 – Destaques (Resenha Final)

GLSC -
http://www.mrglsc.org.br
Data Nome Oriente
04.05.1956 Lauro Muller nr. 07 Florianópolis
04.05.1992 Arte Real Palhocence nr. 51 Palhoça
07.05.1967 Obreiros de São João nr. 13 São Bento do Sul
08.05.1987 Phoenix nr. 46 Lages
09.05.1994 Acácia Pomerana nr. 60 Pomerode
09.05.2006 João Cândido Moreira nr. 87 São Francisco do Sul
10.05.2001 Eduardo Teixeira II nr. 80 Camboriú
11.05.1886 Luz Serrana nr. 12 Lages
12.05.1977 Fraternidade Timboense nr. 19 Timbó
23.05.2000 Luz do Planalto nr. 76 São Bento do Sul
27.05.1998 Luz, Paz e Fraternidade nr. 71 Indaial
27.05.1983 União Indaialense nr. 36 Indaial
GOSC
https://www.gosc.org.br
Data Loja Oriente
03/05/1982 Templários do Vale Indaial
07/05/2001 Artífices da Sabedoria Pomerode
09/05/2011 Luz e Verdade Blumenau
11/05/1982 Acácia do Sul Tubarão
13/05/1979 Milênio da Paz Chapecó
13/05/1999 Fraternidade Universal Florianópolis
15/05/1979 Justiça e Trabalho Balneário Camboriú
16/05/2008 Cavaleiros do Oriente Biguaçu
20/05/1996 Manoel Galdino Vieira Florianópolis
23/05/2013 Triângulo União Fraterna Florianópolis
25/05/1902 Ordem e Trabalho Florianópolis
26/05/2002 Colunas do Vinhedo Urussanga
30/05/1990 Obreiros da Luz Lages
30/05/2000 Lázaro Gonçalves de Lima São José
30/05/2012 Luz e Sabedoria Joinville

O maior edifício do hemisfério Sul
está em Melbourne: 88 andares
Eureka Tower é um arranha-céu de quase 300 metros de altura (975 pés), localizado no Southbank,
em Melbourne, Victoria, Austrália, ao lado do Rio Yarra.
Sua construção começou em agosto de 2002 e foi concluída em 1º de Junho de 2006. A praça foi
concluída em Junho de 2006 e o edifício foi inaugurado oficialmente em 11 de outubro de 2006.
Foi a mais elevada torre residencial do mundo, ultrapassado somente por Oceano Heights e a Torre
HHHR em Dubai. Até dezembro de 2013, foi o mais alto edifício residencial do mundo.
Especificações
 556 apartamentos [7]
 13 elevadores que viajam até 9 m / s [1]
 52.000 m 2
de janelas
 3680 escadas
 110 mil toneladas de concreto
 5000 toneladas de aço reforçado
 Edifício pesa 200.000 toneladas
Os Pisos 82 a 87, comercializado como Níveis Summit, conter apenas um apartamento por andar. Os
andares mais altos da torre abrigam um deck de observação (no 88º andar), O restaurante panorâmico

fica no andar acima (nível 89), com sala de comunicações e varanda (90) e tanques de água (90 e
91). Um sistema de bombas de água se move constantemente entre os dois tanques de 300.000 litros
para neutralizar as oscilações induzidas pelo vento.
A plataforma de observação (Eureka Skydeck 88) ocupa todo o 88º andar da Torre Eureka e é o mais
alto ponto de vista do público em um edifício no hemisfério sul a 285 m (935 pés). Ele foi aberto à
visitação pública em 15 de maio de 2007, exatamente há oito anos atrás. Para visita-lo é cobrada uma
taxa de entrada com regras e algumas restrições.
O edifício apresenta trinta visores que ajudam os visitantes a identificar inúmeros marcos significativos
em torno de todas as partes de Melbourne, juntamente com vários binóculos livres. Há uma pequena
área fora chamado de "The Terrace", que se fecha quando em os ventos são fortes. Há também um
cubo de vidro chamado 'The Edge' , que se estende desde o edifício para pendurar sobre a borda da
torre e adicionar à experiência de visualização, não sendo recomendado para qualquer pessoa.
Em 10 de Janeiro de 2005,foi proposta a adição de uma torre mastro de observação com mais 53,8
m. A proposta está atualmente estudos perante a comissão de planejamento local. Este mastro seria
uma estrutura significativa, utilizado para fornecer uma escalada aventura para a ponta da cúpula.
Uma nova proposta está sendo anunciada para que a empresa veja a a possibilidade de construir uma
"passarela" que levaria ousadas pessoas até 350 metros de altura. A estrutura proposta pode incluir
também uma torre de comunicações.
Um cubo de vidro que se projeta 3 m (10 pés) para fora do edifício com os visitantes. Quando se entra,
o vidro é opaco. Uma vez totalmente estendido ao longo da borda do edifício,, o vidro se torna claro.
Isto também não é aconselhável para qualquer pessoa.

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