O documento discute as áreas de apoio no controle de infecção hospitalar, incluindo a Central de Material e Esterilização, lavanderia, unidade de alimentação e nutrição, e serviços de limpeza. Essas áreas fornecem suporte direto ou indireto para prevenir e tratar infecções durante a internação do paciente.
1. Ana Carolina Cristino Brito
Enfermeira/Especialista
Enfa. CCIH/COACH
Áreas de Apoio
CCIH
2. ÁREAS DE APOIO
Setores de apoio no controle de infecção
devem oferecer ações de suporte direto ou
indireto para suprir a maioria das
necessidades básicas e de apoio às ações
de prevenção, diagnóstico e terapêutica
durante a internação hospitalar do
paciente
3. ÁREAS DE APOIO
• CME
• Lavanderia
• Unidade de Alimentação e Nutrição
(UAN)
• Serviços de Limpeza
4. CME
Neste serviço os materiais são lavados,
preparados, acondicionados,
esterilizados e distribuídos para todas
as unidades
Central de Material e Esterilização
5. CME
Fluxo
Área suja
Recepção de artigos =>limpeza => lavagem =>separação
Área limpa
Área de preparo: análise e separação dos instrumentos,
montagem de caixas, pacotes, materiais especiais, etc.
Recepção de roupa limpa, separação e dobradura
Área de esterilização: método de esterilização,
montagem da carga, acompanhamento do processo e
desempenho do equipamento
Área de armazenamento: identificação dos artigos, data
de preparo e validade
Distribuição
6. Classificação dos materiais
Material crítico
Entra em contato com
vasos sanguíneos ou tecidos livres
de microorganismos
Ex: instrumental
Esterilização
Material semi-crítico
Entra em contato com
mucosa ou pele não
íntegra. Ex: inaladores
Desinfecção
Material não crítico
Entra em contato com
pele íntegra. Ex: comadre
Limpeza
7. CME
Uso de EPIs
- Imprescindível o uso correto dos EPIs para o
desenvolvimento das técnicas de limpeza,
desinfecção e esterilização
- São eles: aventais impermeáveis, luvas anti-
derrapantes de cano longo, óculos de proteção,
máscaras
8. LAVANDERIA
-- Characa 3º Séc. a.C. recomendava “purificação” de lençóis
e cobertores com vapor d’água e fumigações
– Semmelweis detectou surto relacionado à reutilização de
roupas sujas por diferentes pacientes, recomendando a
sua lavagem e cloração
– Florence verificou que as roupas dos doentes estavam tão
sujas que era necessário queimá-las. Organizou uma
lavanderia com o auxílio de engenheiros militares,
instalou caldeira e empregou as esposas dos soldados
para lavagem das roupas
9. LAVANDERIA
• O ser humano elimina de 3.000 a 60.000 bactérias por
minuto, que aderem às fibras dos tecidos podem ser
dispersar
• Estudos sobre o risco de transmissão de infecção pela
roupa foram relacionados à colonização e infecção de
recém-nascidos por Staphylococcus e Bacillus cereus e
infecções urinárias em pacientes com sondagem vesical
• Estes estudos não confirmaram a roupa como fonte de
infecção - microorganismos foram isolados com maior
freqüência nas mãos e em outros locais do hospital
10. LAVANDERIA
Roupa Suja como Fonte de Infecção
• Risco de contaminação do ambiente
– Agitação na remoção da roupa suja (forma
aerossóis)
– Extravasamento de líquidos devido ao
acondicionamento incorreto do hamper,
resistência e sobrecarga
– Transporte inadequado
– Barreira de contaminação
11. LAVANDERIA
Roupa Suja como Fonte de Infecção
• Risco de recontaminação da roupa limpa
– Via aérea devido ao efeito filtro da extratora
(evitado pela barreira de contaminação)
– Próprio pessoal que trabalha no setor (mãos sujas,
lesões de pele secretantes ou descamativas)
– Contato da roupa com o piso (umidade, sujidade)
– Armazenamento
12. LAVANDERIA
Roupa Suja como Fonte de Infecção
Área suja
– Maior risco de acidente: materiais pérfuro-
cortantes
– Classificação da roupa: risco para funcionário e
equipamento
– Paramentação
•Luvas e botas de borracha
•Avental impermeável
•Máscara e óculos
13. Reprocessamento da Roupa
• O processo de lavagem reduz até 90% da
contaminação da roupa
– Ação mecânica da água
– Temperatura
– Alteração do pH
– Alvejante (cloro, peróxido)
• Detergente
– Remoção da sujidade
– Propriedade germicida
14. Reprocessamento da Roupa
• Termo-desinfecção
– 60 graus mata
• 3 minutos - Gram negativos
• 7 minutos - Gram positivos
• Alvejamento
– Cloro 150 a 250 ppm
• Redução do pH
• Secagem / Passadoria / Calandragem
15. Medidas de Controle de Infecção
Relacionadas à Lavanderia
• As roupas contaminadas devem ser acondicionadas em
local adequado e em hampers resistentes,
impermeáveis e de cor diferente dos resíduos
• O recolhimento do local de uso deve ser feito de forma
a evitar agitação das peças (lençóis por exemplo) para
não ocorrer dispersão de microrganismos
– Proceder ao enrolamento ou dobrar a roupa suja
– Recolhimento próximo ao local de utilização
16. Medidas de Controle de Infecção
Relacionadas à Lavanderia
• A coleta de roupa suja deve ser freqüente, realizada por
funcionário exclusivo da área suja, e em carro específico
(lavado diariamente e quando necessário), com tampa,
sendo necessário utilizar luvas
• A área suja deve ter funcionários exclusivos, uniformes
específicos e utilizar EPI
• Os produtos para o reprocessamento da roupa devem
ser aprovados pela CCIH
17. Medidas de Controle de Infecção
Relacionadas à Lavanderia
• Transportar a roupa suja separada da roupa
limpa
Carrinhos identificados, fechados, laváveis e
distintos
• Se o serviço é terceirizado, realizar visitas para
verificar as condições de reprocessamento da
roupa, além do transporte, produtos e processos
18. Unidade de Alimentação e
Nutrição (UAN)
• Fornecer alimentação adequada às necessidades
nutricionais do paciente
• OMS: 60% das doenças de origem alimentar decorrem
de falhas no processamento, envolvendo
microrganismos e parasitas patogênicos
19. • Alimentos crus com contaminação inicial (aves, carnes,
arroz e outros grãos, peixes e crustáceos)
• Pessoas infectadas (patologias respiratórias, de pele,
diarréia) que toquem alimentos que não sejam cozidos ou
aquecidos inadequadamente
• Contaminação cruzada entre alimentos crus e cozidos
• Limpeza e/ou desinfecção inadequada de equipamentos
(fatiadores, moedores, tábuas de cortar, facas,
recipientes)
Unidade de Alimentação e Nutrição
Principais Fatores que Favorecem a Contaminação dos
Alimentos
20. • Tempo e/ou temperatura inadequada durante o
reaquecimento de alimentos previamente cozidos
• Características intrínsecas dos alimentos
– composição (alimento para os microorganismos)
– disponibilidade de água (alimentos salgados, açúcar)
– presença de substâncias germicidas (conservantes,
antibióticos,etc)
Unidade de Alimentação e Nutrição
Principais Fatores que Favorecem a Contaminação dos
Alimentos
21. Principais Medidas de Controle
de Contaminação dos Alimentos
• Área física
– Manter boas condições de higiene
– Manter áreas e utensílios separados para a
manipulação de alimentos crus e cozidos
– Sanitização de superfícies (piso, bancadas e mesas)
com hipoclorito de sódio (250 ppm)
– Limpeza dos carrinhos térmicos e de transporte
diariamente com detergente líquido
22. • Aquisição de gêneros
– Selecionar fornecedores
– Realizar visitas periódicas
– Verificar registros e fiscalização dos órgãos oficiais
Principais Medidas de Controle
de Contaminação dos Alimentos
23. • Recebimento de gêneros
– Avaliar se estão em condições de consumo
– Higiene e temperatura do veículo de transporte
• Congelados: -15º C
• Resfriados: 6 a 10º C
• Refeições transportadas: + de 65º C
– Embalagens
• registros, prazo de validade, procedência, integridade,
consistência (vácuo), ferrugens e deformidade
– Recipientes adequados (transferir para recipientes o setor)
• polietileno, aço inox
• não utilizar caixas de papelão ou de madeira para
armazenamento
• balança: exclusiva e limpa
Principais Medidas de Controle de
Contaminação dos Alimentos
24. • Uso de EPI que devem ser utilizados de acordo
com a atividade a ser realizada (coleta de
resíduos, limpeza de abrigos e carros, limpeza
terminal, etc)
• Desprezar a água suja sempre que necessário e
em local apropriado
• Manter o expurgo/DML limpo e organizado
Serviço de Limpeza
Principais Medidas de Controle de
Contaminação
25. • Realizar coleta de resíduos com freqüência
• Coletar os resíduos em carros específicos, com tampa
• Limpeza diária dos abrigos, carros de coleta de resíduos e
dos carros de limpeza
• Transportar adequadamente os sacos de lixo: não
encostar no corpo, não arrastar, não “ lançar” no carro e
nem no abrigo
• Verificação de fluxos de transporte: alimentos, roupa,
resíduos, medicamentos, pacientes, etc
Serviço de Limpeza
Principais Medidas de Controle de
Contaminação
26. • Carpetes
- A presença de carpetes pode aumentar até 4
vezes o conteúdo microbiológico na superfície do
piso, porém não há evidências científicas de que
aumentem o risco de IH nas unidades de
internação
- Dificuldade na limpeza e na aplicação de
produtos, portanto, recomenda-se que sejam
restritos no máximo, às áreas não críticas
Serviço de Limpeza
Situações Especiais
27. • Cortinas
- Devem ser evitadas onde são atendidos pacientes
- As cortinas comuns, acumulam sujeira e pó facilmente
dispersos pelo movimento de abertura e fechamento -
difíceis de limpar
- Não optar por cortinas de tecido
Serviço de Limpeza
Situações Especiais
28. • Plantas e flores
• Presença de potenciais patógenos na água dos vasos e
possibilidade de crescimento de microrganismos
• Também podem provocar atração de insetos – contudo não
há estudos que relacionem IH com estes adornos
• Recomenda-se restrição de locais onde se permita vasos de
flores e de plantas e freqüência na troca dos vasos
• Os vasos devem ser manipulados com luvas de procedimento
e a água descartada no expurgo
Serviço de Limpeza
Situações Especiais
29. • Água e Filtros
-- Limpeza e desinfecção periódica dos reservatórios de
água a cada 6 meses – lavar e aplicar cloro
– Limpeza, retrolavagens periódicas e troca dos filtros
de torneiras
– Controle da potabilidade da água: contagem de
colônias e físico-química
– Observar sinais de danos na impermeabilização dos
reservatórios
Serviço de Limpeza
Situações Especiais