SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 26
Micronutrientes: Cobre
LSO5905 – Fertilidade do solo
Prof. Dr Paulo Sergio Pavinato
Guilherme Lucio Martins
Marcos Ferreira Teixeira
Piracicaba – 2019
Introdução
• 8 micronutrientes essenciais:
• Importância atual devido:
Solos do cerrado são deficientes em
micronutrientes
Aumento de produtividade > remoção de
micronutrientes
Incorporação inadequada e/ou doses elevadas de
calcário
Aumento da utilização de NPK de alta concentração
Aprimoramento de ferramentas de análise foliar
Funções nas plantas
Estrutural
• Formação de
proteínas
• Mobilização de ferro
Constituinte/Ativador
Enzimas
• Oxidase
• Lacase
• Citocromo
• Plastocianina
Processos
• Fotossíntese
• Respiração
• Regulação hormonal
• Fixação do N
Funções nas plantas
Dinâmica do nutriente no solo
• Abundante em rochas ígneas
• Formas de ocorrência Cu+ , Cu2+ e metálica em
alguns minerais
• Pouco móvel no solo
• Fração orgânica (Ácidos húmicos e fúlvicos) atua
na complexação, auxiliando na mobilidade e
disponibilização.
• Nos solos, a concentração de cobre varia de 10
a 80 mg.kg-1, média de 30 mg.kg-1
Dinâmica do nutriente no solo
Micronutriente x Superfície inorgânica
- ---
-
-
---
----
-
-
-- -
+
+ +
+
+
+
+
+
+
++
+
+
+
+
+
+
+ +
+ +
+
+
++
• É Reversível
• Controlado pela difusão iônica
• É estequiométrico
• Seletividade de preferência
• Raio iônico
• Energia de hidratação
++
Dinâmica do nutriente no solo
Coloide
(Argila / MO)
Raiz
Difusão
Fluxo em massa
Interceptação radicular
Absorção: Contato íon x raiz
Elemento Processo de contato (%)
Interceptação
radicular
Fluxo de massa Difusão
B 3 97 0
Cu 15 5 80
Fe 40 10 50
Mn 15 5 80
Zn 20 20 60
Mo 5 95 0
Respostas das culturas
Processos que afetam a disponibilidade
• Íon da solução para a partículaSorção
• Íon da partícula para a soluçãoDessorção
• Fase independente
Precipitação e
dissolução
Fatores que afetam a disponibilidade
Textura
Matéria orgânica
pH do solo
Balanço de nutrientes
Textura
Solos argilosos são menos
propensos a apresentar
deficiências
Textura
Solos arenosos com pouca MO
podem apresentar deficiência
devido a perdas por lixiviação
Matéria orgânica
• Constante de estabilidade K:
• Indica a solubilidade e mobilidade dos micronutrientes metálicos em solos
• M: concentração em mol.L-1 do íon
• R: concentração em mol.L-1 da subs orgânica
• X: número de moles da partícula orgânica que combina-se
• MR: concentração em mol.L-1 do íon quelatizado
𝑀 + 𝑥𝑅 → 𝑀𝑅𝑥
𝐾 =
𝑀𝑅𝑥
(M)x
Poder de
formação:
Cu > Zn > Mn
Matéria orgânica
Quelatização Estabilização
Cu
Ac
fúlvicos
Ac
húmicos
Cu
M.O.
Cu
Complexo
Íons livres
Matéria orgânica
• Solos orgânicos são
mais prováveis de
apresentarem
deficiências
• A presença de outros
íons metalicos reduzem
a disponibilidade de
cobre, independente do
tipo de solo
pH
• Solubilidade dos íons
metálicos decrescem
com o aumento do pH
• Íons de Fe e Mn
decrescem a taxas
muito mais aceleradas
pH
• Aumento de pH: reações controlam a
solubilidade
• Redistribuição da fração trocável para a
fração ligada a matéria orgânica ou óxidos
• Prática eficiente contra toxidez
Solubilidade: Mn →
Zn → Fe → Cu
Balanço de nutrientes
• Altos níveis de N agravam os
sintomas de deficiência
• Acredita-se que o efeito fisiológico
do P afete a absorção
• Fe e Zn competem pelo mesmo
sítio de absorção
Extratores
Solução salina
• Acetato de
amônio
• Extração nos
pontos de troca
iônica do solo
Reagente
quelante
• DTPA e EDTA
• Melhores
correlações entre
teores no solo e
planta
Solução ácida
• Mehlich-1 e
HCl
• Pouco eficiente
para
micronutrientes
Mistura
Mehlich-3
Extrator para
macros e
micronutrientes
Fontes de cobre
Inorgânicas
• Solúveis
• Curto prazo
• Insolúveis
• Longo prazo
Quelatos
• Dissociam
pouco na
solução
• ↑ eficiência
• ↑ custo
Óxidos
silicatados (FTE)
• Solubilidade
por tamanho
de partícula
• Ajustável de
acordo com a
necessidade
Fontes de cobre
Fertilizante Garantia mínima de Cu Característica
Acetato de Cobre 23% Solúvel
Carbonato de Cobre 48% Insolúvel
Cloreto Cúprico 20% Solúvel
Formiato de Cobre 35% Solúvel
Nitrato de Cobre 22% Solúvel
Óxido Cúprico 70% Insolúvel
Óxido Cuproso 80% Insolúvel
Quelatos de Cobre 5% Solúvel
Silicatos de Cobre 1% Insolúvel
Sulfato de Cobre 24% Solúvel
Fontes de cobre autorizadas para comercialização e produção de fertilizantes no Brasil. Fonte: MAPA, IN nº 05.
Fontes de cobre
Fertilizantes foliares
Fungicidas
Quelatos de cobre
Sulfato de cobre
Nitrato de cobre
Escória de mineração
Óxido cúprico
Óxido cuproso
Formas de aplicação
Solo
• 0,5-2,0 kg.ha-1
• Grande efeito residual
• Dependente da textura
Foliar
• 15-30 g.ha-1
• Baixo efeito residual
• Alta eficiência e resposta rápida nas plantas
OBRIGADO!

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Preparo do Solo e Plantio do Milho
Preparo do Solo e Plantio do MilhoPreparo do Solo e Plantio do Milho
Preparo do Solo e Plantio do MilhoGeagra UFG
 
Análise de solos
Análise de solosAnálise de solos
Análise de solosmvezzone
 
Corretores da acidez superficial do solo
Corretores da acidez superficial do solo Corretores da acidez superficial do solo
Corretores da acidez superficial do solo Geagra UFG
 
MORFOLOGIA E FISIOLOGIA DO ALGODOEIRO
MORFOLOGIA E FISIOLOGIA DO ALGODOEIROMORFOLOGIA E FISIOLOGIA DO ALGODOEIRO
MORFOLOGIA E FISIOLOGIA DO ALGODOEIROGeagra UFG
 
Importância dos adubos e dos nutrientes
Importância dos adubos e dos nutrientesImportância dos adubos e dos nutrientes
Importância dos adubos e dos nutrientesLeandro Araujo
 
Aula de nutrição mineral
Aula de nutrição mineralAula de nutrição mineral
Aula de nutrição mineralBruno Rodrigues
 
Qual a diferença entre fertilidade do solo e nutrição da planta josé laerc...
Qual a diferença entre fertilidade do solo e nutrição da planta    josé laerc...Qual a diferença entre fertilidade do solo e nutrição da planta    josé laerc...
Qual a diferença entre fertilidade do solo e nutrição da planta josé laerc...Revista Cafeicultura
 
Nutrição e adubação do milho
Nutrição e adubação do milhoNutrição e adubação do milho
Nutrição e adubação do milhoGeagra UFG
 
Fenologia e fisiologia da cultura do milho
Fenologia e fisiologia da cultura do milhoFenologia e fisiologia da cultura do milho
Fenologia e fisiologia da cultura do milhoGeagra UFG
 
Preparação do solo, uso de corretivos e tecnologias de aplicação.
Preparação do solo,  uso de corretivos e tecnologias de aplicação.Preparação do solo,  uso de corretivos e tecnologias de aplicação.
Preparação do solo, uso de corretivos e tecnologias de aplicação.AM Placas Ltda. Placas
 
Manejo Integrado de Doenças de Plantas
Manejo Integrado de Doenças de PlantasManejo Integrado de Doenças de Plantas
Manejo Integrado de Doenças de PlantasAgriculturaSustentavel
 
Nutrição e adubação do algodoeiro
Nutrição e adubação do algodoeiroNutrição e adubação do algodoeiro
Nutrição e adubação do algodoeiroGeagra UFG
 
Aula 04 preparo do solo
Aula 04   preparo do soloAula 04   preparo do solo
Aula 04 preparo do soloWillian Passos
 
Nutrição mineral de plantas. O metabolismo do nitrogênio. Parte 2.1 O Enxof...
Nutrição mineral de plantas. O metabolismo do nitrogênio. Parte 2.1   O Enxof...Nutrição mineral de plantas. O metabolismo do nitrogênio. Parte 2.1   O Enxof...
Nutrição mineral de plantas. O metabolismo do nitrogênio. Parte 2.1 O Enxof...Tiago Firmino Boaventura de Oliveira
 

Mais procurados (20)

Adubação
AdubaçãoAdubação
Adubação
 
Preparo do Solo e Plantio do Milho
Preparo do Solo e Plantio do MilhoPreparo do Solo e Plantio do Milho
Preparo do Solo e Plantio do Milho
 
Análise de solos
Análise de solosAnálise de solos
Análise de solos
 
Calagem
CalagemCalagem
Calagem
 
Corretores da acidez superficial do solo
Corretores da acidez superficial do solo Corretores da acidez superficial do solo
Corretores da acidez superficial do solo
 
MORFOLOGIA E FISIOLOGIA DO ALGODOEIRO
MORFOLOGIA E FISIOLOGIA DO ALGODOEIROMORFOLOGIA E FISIOLOGIA DO ALGODOEIRO
MORFOLOGIA E FISIOLOGIA DO ALGODOEIRO
 
Fertilidade do Solo
Fertilidade do SoloFertilidade do Solo
Fertilidade do Solo
 
Importância dos adubos e dos nutrientes
Importância dos adubos e dos nutrientesImportância dos adubos e dos nutrientes
Importância dos adubos e dos nutrientes
 
Aula de nutrição mineral
Aula de nutrição mineralAula de nutrição mineral
Aula de nutrição mineral
 
Qual a diferença entre fertilidade do solo e nutrição da planta josé laerc...
Qual a diferença entre fertilidade do solo e nutrição da planta    josé laerc...Qual a diferença entre fertilidade do solo e nutrição da planta    josé laerc...
Qual a diferença entre fertilidade do solo e nutrição da planta josé laerc...
 
Potassio k.
Potassio k.Potassio k.
Potassio k.
 
Nutrição e adubação do milho
Nutrição e adubação do milhoNutrição e adubação do milho
Nutrição e adubação do milho
 
Fenologia e fisiologia da cultura do milho
Fenologia e fisiologia da cultura do milhoFenologia e fisiologia da cultura do milho
Fenologia e fisiologia da cultura do milho
 
Preparação do solo, uso de corretivos e tecnologias de aplicação.
Preparação do solo,  uso de corretivos e tecnologias de aplicação.Preparação do solo,  uso de corretivos e tecnologias de aplicação.
Preparação do solo, uso de corretivos e tecnologias de aplicação.
 
Métodos de pastejo
Métodos de pastejoMétodos de pastejo
Métodos de pastejo
 
Manejo Integrado de Doenças de Plantas
Manejo Integrado de Doenças de PlantasManejo Integrado de Doenças de Plantas
Manejo Integrado de Doenças de Plantas
 
Nutrição e adubação do algodoeiro
Nutrição e adubação do algodoeiroNutrição e adubação do algodoeiro
Nutrição e adubação do algodoeiro
 
Aula 04 preparo do solo
Aula 04   preparo do soloAula 04   preparo do solo
Aula 04 preparo do solo
 
Nutrição mineral de plantas. O metabolismo do nitrogênio. Parte 2.1 O Enxof...
Nutrição mineral de plantas. O metabolismo do nitrogênio. Parte 2.1   O Enxof...Nutrição mineral de plantas. O metabolismo do nitrogênio. Parte 2.1   O Enxof...
Nutrição mineral de plantas. O metabolismo do nitrogênio. Parte 2.1 O Enxof...
 
Nutrição vegetal
Nutrição vegetalNutrição vegetal
Nutrição vegetal
 

Semelhante a Cobre: Funções, dinâmica no solo e fontes para culturas

Fertilidade e manejo do uso do solo de cerrado
Fertilidade e manejo do uso do solo de cerradoFertilidade e manejo do uso do solo de cerrado
Fertilidade e manejo do uso do solo de cerradoMarília Gomes
 
ADUBAÇÃO ORGÂNICA aula.ppt
ADUBAÇÃO ORGÂNICA aula.pptADUBAÇÃO ORGÂNICA aula.ppt
ADUBAÇÃO ORGÂNICA aula.pptMarceloFernando23
 
SLIDE DINÂMICA DOS NUTRIENTES OF.pptx
SLIDE DINÂMICA DOS NUTRIENTES OF.pptxSLIDE DINÂMICA DOS NUTRIENTES OF.pptx
SLIDE DINÂMICA DOS NUTRIENTES OF.pptxGeagra UFG
 
LSO_526 8 Aula Fertilizantes com enxofre e micronutrientes.pdf
LSO_526  8 Aula Fertilizantes com enxofre e micronutrientes.pdfLSO_526  8 Aula Fertilizantes com enxofre e micronutrientes.pdf
LSO_526 8 Aula Fertilizantes com enxofre e micronutrientes.pdfthalessattolo3
 
calcio, magnesio e enxofre - 1.pptx
calcio, magnesio e enxofre - 1.pptxcalcio, magnesio e enxofre - 1.pptx
calcio, magnesio e enxofre - 1.pptxThatyBastos1
 
Qualidade e paramentros -
Qualidade e paramentros - Qualidade e paramentros -
Qualidade e paramentros - Jean Leão
 
Apresentação Molibdênio (Mo)
Apresentação Molibdênio (Mo)Apresentação Molibdênio (Mo)
Apresentação Molibdênio (Mo)Rebeca Queiroz
 
Microbiologia do Solo - Processos Microbianos no Solo
Microbiologia do Solo - Processos Microbianos no SoloMicrobiologia do Solo - Processos Microbianos no Solo
Microbiologia do Solo - Processos Microbianos no SoloMICROBIOLOGIA-CSL-UFSJ
 
4a Parte do Curso de Fertirrigação, Matéria Orgânica Solofértil-2017 (1).pdf
4a Parte do Curso de Fertirrigação, Matéria Orgânica Solofértil-2017 (1).pdf4a Parte do Curso de Fertirrigação, Matéria Orgânica Solofértil-2017 (1).pdf
4a Parte do Curso de Fertirrigação, Matéria Orgânica Solofértil-2017 (1).pdfpaulo882111
 
Microbiologia do Solo.pptx
Microbiologia do Solo.pptxMicrobiologia do Solo.pptx
Microbiologia do Solo.pptxJordanaCastro2
 

Semelhante a Cobre: Funções, dinâmica no solo e fontes para culturas (20)

Fertilidade e manejo do uso do solo de cerrado
Fertilidade e manejo do uso do solo de cerradoFertilidade e manejo do uso do solo de cerrado
Fertilidade e manejo do uso do solo de cerrado
 
ADUBAÇÃO ORGÂNICA aula.ppt
ADUBAÇÃO ORGÂNICA aula.pptADUBAÇÃO ORGÂNICA aula.ppt
ADUBAÇÃO ORGÂNICA aula.ppt
 
SLIDE DINÂMICA DOS NUTRIENTES OF.pptx
SLIDE DINÂMICA DOS NUTRIENTES OF.pptxSLIDE DINÂMICA DOS NUTRIENTES OF.pptx
SLIDE DINÂMICA DOS NUTRIENTES OF.pptx
 
LSO_526 8 Aula Fertilizantes com enxofre e micronutrientes.pdf
LSO_526  8 Aula Fertilizantes com enxofre e micronutrientes.pdfLSO_526  8 Aula Fertilizantes com enxofre e micronutrientes.pdf
LSO_526 8 Aula Fertilizantes com enxofre e micronutrientes.pdf
 
K
KK
K
 
calcio, magnesio e enxofre - 1.pptx
calcio, magnesio e enxofre - 1.pptxcalcio, magnesio e enxofre - 1.pptx
calcio, magnesio e enxofre - 1.pptx
 
1 3 ii
1 3 ii1 3 ii
1 3 ii
 
Apresentação manganês
Apresentação manganêsApresentação manganês
Apresentação manganês
 
Qualidade e paramentros -
Qualidade e paramentros - Qualidade e paramentros -
Qualidade e paramentros -
 
Apresentação Molibdênio (Mo)
Apresentação Molibdênio (Mo)Apresentação Molibdênio (Mo)
Apresentação Molibdênio (Mo)
 
Reserva mineral do solo
Reserva mineral do soloReserva mineral do solo
Reserva mineral do solo
 
Fertilidade do solo potássio
Fertilidade do solo   potássioFertilidade do solo   potássio
Fertilidade do solo potássio
 
Microbiologia do Solo - Processos Microbianos no Solo
Microbiologia do Solo - Processos Microbianos no SoloMicrobiologia do Solo - Processos Microbianos no Solo
Microbiologia do Solo - Processos Microbianos no Solo
 
4a Parte do Curso de Fertirrigação, Matéria Orgânica Solofértil-2017 (1).pdf
4a Parte do Curso de Fertirrigação, Matéria Orgânica Solofértil-2017 (1).pdf4a Parte do Curso de Fertirrigação, Matéria Orgânica Solofértil-2017 (1).pdf
4a Parte do Curso de Fertirrigação, Matéria Orgânica Solofértil-2017 (1).pdf
 
Microbiologia do Solo.pptx
Microbiologia do Solo.pptxMicrobiologia do Solo.pptx
Microbiologia do Solo.pptx
 
caracterizacao da agua.ppt
caracterizacao da agua.pptcaracterizacao da agua.ppt
caracterizacao da agua.ppt
 
-Adubacao-de-Pastagem.ppt
-Adubacao-de-Pastagem.ppt-Adubacao-de-Pastagem.ppt
-Adubacao-de-Pastagem.ppt
 
Nutrição mineral
Nutrição mineralNutrição mineral
Nutrição mineral
 
Fertirrigação 1
Fertirrigação 1Fertirrigação 1
Fertirrigação 1
 
Psa resumo
Psa resumoPsa resumo
Psa resumo
 

Cobre: Funções, dinâmica no solo e fontes para culturas

  • 1. Micronutrientes: Cobre LSO5905 – Fertilidade do solo Prof. Dr Paulo Sergio Pavinato Guilherme Lucio Martins Marcos Ferreira Teixeira Piracicaba – 2019
  • 2. Introdução • 8 micronutrientes essenciais: • Importância atual devido: Solos do cerrado são deficientes em micronutrientes Aumento de produtividade > remoção de micronutrientes Incorporação inadequada e/ou doses elevadas de calcário Aumento da utilização de NPK de alta concentração Aprimoramento de ferramentas de análise foliar
  • 3. Funções nas plantas Estrutural • Formação de proteínas • Mobilização de ferro Constituinte/Ativador Enzimas • Oxidase • Lacase • Citocromo • Plastocianina Processos • Fotossíntese • Respiração • Regulação hormonal • Fixação do N
  • 5. Dinâmica do nutriente no solo • Abundante em rochas ígneas • Formas de ocorrência Cu+ , Cu2+ e metálica em alguns minerais • Pouco móvel no solo • Fração orgânica (Ácidos húmicos e fúlvicos) atua na complexação, auxiliando na mobilidade e disponibilização. • Nos solos, a concentração de cobre varia de 10 a 80 mg.kg-1, média de 30 mg.kg-1
  • 6. Dinâmica do nutriente no solo Micronutriente x Superfície inorgânica - --- - - --- ---- - - -- - + + + + + + + + + ++ + + + + + + + + + + + + ++ • É Reversível • Controlado pela difusão iônica • É estequiométrico • Seletividade de preferência • Raio iônico • Energia de hidratação ++
  • 7. Dinâmica do nutriente no solo Coloide (Argila / MO) Raiz Difusão Fluxo em massa Interceptação radicular
  • 8. Absorção: Contato íon x raiz Elemento Processo de contato (%) Interceptação radicular Fluxo de massa Difusão B 3 97 0 Cu 15 5 80 Fe 40 10 50 Mn 15 5 80 Zn 20 20 60 Mo 5 95 0
  • 10. Processos que afetam a disponibilidade • Íon da solução para a partículaSorção • Íon da partícula para a soluçãoDessorção • Fase independente Precipitação e dissolução
  • 11. Fatores que afetam a disponibilidade Textura Matéria orgânica pH do solo Balanço de nutrientes
  • 12. Textura Solos argilosos são menos propensos a apresentar deficiências
  • 13. Textura Solos arenosos com pouca MO podem apresentar deficiência devido a perdas por lixiviação
  • 14. Matéria orgânica • Constante de estabilidade K: • Indica a solubilidade e mobilidade dos micronutrientes metálicos em solos • M: concentração em mol.L-1 do íon • R: concentração em mol.L-1 da subs orgânica • X: número de moles da partícula orgânica que combina-se • MR: concentração em mol.L-1 do íon quelatizado 𝑀 + 𝑥𝑅 → 𝑀𝑅𝑥 𝐾 = 𝑀𝑅𝑥 (M)x Poder de formação: Cu > Zn > Mn
  • 16. Matéria orgânica • Solos orgânicos são mais prováveis de apresentarem deficiências • A presença de outros íons metalicos reduzem a disponibilidade de cobre, independente do tipo de solo
  • 17.
  • 18. pH • Solubilidade dos íons metálicos decrescem com o aumento do pH • Íons de Fe e Mn decrescem a taxas muito mais aceleradas
  • 19. pH • Aumento de pH: reações controlam a solubilidade • Redistribuição da fração trocável para a fração ligada a matéria orgânica ou óxidos • Prática eficiente contra toxidez Solubilidade: Mn → Zn → Fe → Cu
  • 20. Balanço de nutrientes • Altos níveis de N agravam os sintomas de deficiência • Acredita-se que o efeito fisiológico do P afete a absorção • Fe e Zn competem pelo mesmo sítio de absorção
  • 21. Extratores Solução salina • Acetato de amônio • Extração nos pontos de troca iônica do solo Reagente quelante • DTPA e EDTA • Melhores correlações entre teores no solo e planta Solução ácida • Mehlich-1 e HCl • Pouco eficiente para micronutrientes Mistura Mehlich-3 Extrator para macros e micronutrientes
  • 22. Fontes de cobre Inorgânicas • Solúveis • Curto prazo • Insolúveis • Longo prazo Quelatos • Dissociam pouco na solução • ↑ eficiência • ↑ custo Óxidos silicatados (FTE) • Solubilidade por tamanho de partícula • Ajustável de acordo com a necessidade
  • 23. Fontes de cobre Fertilizante Garantia mínima de Cu Característica Acetato de Cobre 23% Solúvel Carbonato de Cobre 48% Insolúvel Cloreto Cúprico 20% Solúvel Formiato de Cobre 35% Solúvel Nitrato de Cobre 22% Solúvel Óxido Cúprico 70% Insolúvel Óxido Cuproso 80% Insolúvel Quelatos de Cobre 5% Solúvel Silicatos de Cobre 1% Insolúvel Sulfato de Cobre 24% Solúvel Fontes de cobre autorizadas para comercialização e produção de fertilizantes no Brasil. Fonte: MAPA, IN nº 05.
  • 24. Fontes de cobre Fertilizantes foliares Fungicidas Quelatos de cobre Sulfato de cobre Nitrato de cobre Escória de mineração Óxido cúprico Óxido cuproso
  • 25. Formas de aplicação Solo • 0,5-2,0 kg.ha-1 • Grande efeito residual • Dependente da textura Foliar • 15-30 g.ha-1 • Baixo efeito residual • Alta eficiência e resposta rápida nas plantas

Notas do Editor

  1. Plastocianina: enzima da cadeia transportadora de elétrons da clorofila Transporte de elétrons na fotossíntese Respiração mitocondrial Respostas ao estresse oxidativo Metabolismo da parede celular Sinalização hormonal participação em muitos processos fisiológicos, como fotossíntese, respiração, distribuição de carboidratos, redução e fixação de nitrogênio, metabolismo de proteínas e da parede celular; b) influência na permeabilidade dos vasos do xilema à água; c) controle da produção de DNA e RNA e reprodução das plantas, produção de sementes e pólen fertil; d) mecanismos de resistência a doenças, principalmente fúngicas
  2. Plastocianina: enzima da cadeia transportadora de elétrons da clorofila Transporte de elétrons na fotossíntese Respiração mitocondrial Respostas ao estresse oxidativo Metabolismo da parede celular Sinalização hormonal
  3. São mais expressivos no café, cana-de-açúcar, soja, hortaliças e citros
  4. A disponibilidade de metais no solo são controladas por 3 processos: Sorção do íon da solução para a partícula do solo Dessorção do íon da partícula de solo para a solução Precipitação e dissolução do metal como uma fase independente (Sposito, 1989; Sparks, 2003).
  5. Balanço de nutrientes: altos níveis de N agravam a deficiência, P, Fe e Zn reduzem a absorção de Cu
  6. Argilosos: ions de Cu se ligam aos oxidos
  7. Arenosos: pouca cargas negativas para os ions se ligarem As cargas negativas da MO conseguem reter o elemento no solo A presença de outros íons metalicos reduzem a disponibilidade de Cu, independente do tipo de solo
  8. Característica mais importante na ligação entre MO e íons metálicos M: ion metálico R: subs organica X: numero de mols da particula organica q se combina com o ion metalico O Cu é o element que mais interage com a materia organica
  9. Acidos humicos, fulvicos, e huminas são responsaveis por formar complexos com Fe, Mn, Cu e Zn Podem diminuir a solubilidade na formação de complexos com ácidos húmicos Podem aumentar a disponibilidade na complexação com ácidos fúlvicos
  10. O Cu é o ion que mais interage com os compostos organicos do solo, essas ligações são tão estaveis que a maioria das deficiencias são em solos organicos
  11. Maior disponibilidade ocorre em pH de 5,0 a 6,5 Aumento de pH diminui a disponibilidade dos cátions metálicos (Fe, Cu, Mn, Zn e Co), por conta do aumento da CTC (maior fixação) e precipitação de cátions em solução, na forma de hidróxidos insolúveis
  12. Aumento de pH: o elemento é dependente de reações que controlam a solubilidade do ion A calagem serve de pratica eficiente para o controle da toxidez (controla a solubilidade de Fe, element antagonista a absorção de Cu) Na aplicação de biossolidos (ricos em Cu, Zn, Fe e Mn) ocorre redistribuição da fração trocavel para a fração organica A solubilidade do Cu é menor do que para outros elementos divalentes Cu: Cu2+ + 2H-solo <-> Cu-solo + 2H+
  13. Balanço de nutrientes: altos níveis de N agravam a deficiência, P, Fe e Zn reduzem a absorção de Cu N: excess de N causa deficiencia de Cu (necrose na ponta das folhas novas) P: inibição não competitiva
  14. Soluções salinas: acetato de amônio (1 mol.L-1) pH 7,0 Reagentes quelantes: DTPA (Método oficial de SP / Melhores correlações entre teores no solo e na planta) Solução ácida: mehlich-1 (Vantagem: mesmo extrator que o P / Desvantagem: pouco eficiente para micronutrientes) Mehlich-3 mistura de ácidos, sais e quelante – extrator de P, K, Ca, Mg, Mn, Fe, Cu, Zn e B No Brasil é utilizado o DTPA, extrator Mehlich ou HCl
  15. Fritted Trace Elements (FTE) Fontes inorgânicas: sulfatos, cloretos e nitratos são solúveis em agua; óxidos, carbonatos e fosfatos são insolúveis em agua Quelatos: agente quelatizante + Cu; dissociam pouco na solução (alta eficiência agronômica), porem possuem um alto custo óxidos silicatados (fritas – FTE): fusão de silicatos ou fosfatos com micronutrientes; solubilidade controlada pelo tamanho da partícula Principais fontes são o sulfato de cobre, oxido cuproso, oxicloreto de cobre, nitrato de cobre e hidróxido de cobre
  16. Aplicações via solo: grande efeito residual; 0,5-2,0 kg/há; podem ser aplicados junto com a recomendação de macronutrientes Aplicação foliar: baixo efeito residual, alta eficiência, resposta rápida das plantas; via adubos foliares ou via aplicação de defensivos (15-30 g/há) Tratamento de sementes, fungicidas que contem Cu, estercos Pouca mobilidade em solos argilosos