3. 1. Introdução Conceitual a Piscicultura
A piscicultura é uma atividade zootécnica que visa o cultivo racional de
peixes, exercendo controle sobre o crescimento, a reprodução e alimentação
destes animais.
A produção mundial de pescado vem registrando um aumento
significativo, mas reconhece-se que, em muitas partes do mundo, os recursos
pesqueiros já foram explorados até a capacidade máxima ou estão sendo
explorados em excesso. Espera-se que a produção possa ser aumentada
mediante melhor utilização dos recursos da pesca interior e implantação da
aqüicultura.
O Brasil, por sua vez abriga a maior parte da Bacia Amazônica e quase
metade da Bacia do Paraná. Ambos os sistemas fluviais originam-se em
grandes altitudes, das rochas cristalinas do “Planalto Brasileiro Central”, da
era paleozóica e dos sedimentos da era mesozóica dos Andes, drenando, em
seu percurso até o Oceano Atlântico, extensos areais cobertos por florestas
tropicais de alto índice pluviométrico.
O rio Amazonas drena (segundo Geisler, Knöppel e Sioli, 1973) uma
área de 7.000.000 km2, despejando no oceano, a média anual de 200.000
m3 de água por segundo, o que corresponde a cerca de 1/6 a 1/5 de toda a
massa de água doce lançada no oceano. As terras baixas da Bacia Amazônica
cobrem cerca de 4.000.000 km2 dos quais 1% ou 40.000 km2 são cobertos
por massas d'água na estação na época das vazantes. Essa área pode
duplicar durante a estação das cheias (a extensão na época das cheias pode
ter sido subestimada pelos autores citados). Cerca de 40.000 km dos rios do
sistema fluvial amazônico são navegáveis.
A largura do rio Amazonas é estimada em 5 km, em média, no trecho
entre Manaus e o Oceano Atlântico. Na parte mais estreita, próximo a Óbidos,
onde toda a água flui em um só leito de rio o autor mediu, em 1957, 1980m.
O rio é, em sua maioria, subdividido por muitas ilhas de diferentes formas e
tamanhos, em diversos riachos interligados. A largura total desses afluentes,
em conjunto, pode ser de 5 km ou mais. Na estação das cheias, o rio pode
cobrir o fundo de todo o vale diluviano e atingir uma largura de 100 a 150
km em algumas faixas, por exemplo, na área de Maués, abaixo de Manaus.
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4. Tipos de Rios Amazônicos
Segundo os estudos básicos realizados por Sioli, a pesquisa no
Amazonas faz distinção entre 3 tipos de rios: rios de águas brancas, rios de
águas claras e rios de águas negras.
a) Rios de águas brancas: são os que nascem fora da Bacia Amazônica,
por exemplo, nos Andes e nas montanhas das Guianas ou da Venezuela, e o
Solimões, que é o próprio rio Amazonas. São carregados de material de
erosão, trazido de suas áreas de origem, que torna suas águas branco-
amareladas e opacas. Segundo Geisler, Knöppel e Sioli, 1973, essas águas
brancas transportam em média 300 mg/l de matéria em suspensão.
Certamente, grandes variações são possíveis no que diz respeito à origem,
estação, velocidade da corrente, turbulência etc. O pH das águas brancas é,
em média, próximo ao neutro (7), com tendência a uma leve acidez, porém
raramente abaixo de 6,5.
b) Rios de águas claras: podem ser considerados um caso especial do
grupo anterior. Nascem em terrenos cristalinos (por exemplo, o Planalto
Brasileiro Central) de granito e gnaisse, tendo um longo curso com pequena
declividade sobre rocha primitiva, onde a erosão é pequena. Assim como os
rios de águas brancas, eles penetram na Bacia Amazônica formando
cachoeiras, cascatas e corredeiras. Formam grandes lagos antes de entrar no
rio Amazonas, abaixo das quedas d'água. Esses “lagos
desembocaduras” (mouth lakes) têm águas transparentes onde se
desenvolve plâncton verde. Exemplos desse tipo de rio são o Tapajós e o
Xingú. As propriedades químicas dos rios de águas claras podem variar
consideravelmente (Geisler et al). O pH é quase neutro (6,5) nos “mouth
lakes” e ácido (5,2 – 5,8) no planalto cristalino. Os rios de águas brancas
podem adquirir, às vezes, águas claras na época seca, ocasião em que a
velocidade da corrente é reduzida, por exemplo, o rio Madeira.
c) Rios de águas negras: são distróficas ou de húmus, originando-se em
sua maior parte das florestas virgens. Têm também grande transparência,
mas apresentam água de coloração marrom devido a substâncias de húmus
coloidal. O rio Negro é o melhor exemplo conhecido. Nesse rio, o nível de pH
é muito abaixo de 5,5; próximo a cidade de Manaus, é de cerca de 4,5 e, nos
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5. pequenos tributários, até 3 (índices do INPA). Esses níveis são fatais para
muitos organismos aquáticos. À primeira vista, as águas negras parecem
completamente sem vida. Não existe plâncton verde nem qualquer espécie
de alga, embora aumente a proliferação de bactérias. Observa-se algumas
vezes zooplâncton de crustáceos, que poderia nutrir-se de bactérias,
diretamente de húmus coloidal ou mesmo de matéria orgânica diluída.
Ocasionalmente encontram-se peixes isolados, mas isso parece ser, apenas,
raras exceções de espécies possivelmente alcalifóbicas.
Segundo Sioli (1973), foram identificadas para a Bacia Amazônica cerca
de 2.000 espécies de peixes.
Na fauna pesqueira, encontramos todos os tipos de adaptação
biológica a condições ecológicas, com grande e pequeno espectro de
tolerância.
Muitas espécies de peixes do Amazonas migram isoladamente ou em
pequenos ou grandes cardumes (fato que recebe o nome local de
“piracema”), para desovar ou alimentar-se, ou sem razões aparentes. As
migrações notáveis dos cardumes dirigem-se rio acima e ocorrem
principalmente quando há elevação das águas. Os cardumes de “piracema”
são compostos de muitas espécies de tamanho semelhante.
Quando as águas baixam, grandes quantidades de peixes ficam
aprisionadas nos lagos fechados de várzea. Quando os lagos secam, os
peixes ficam mais concentrados, tornando-se assim presa fácil de aves,
jacarés, tartarugas, piranhas e outros predadores. Finalmente, morrem às
toneladas, quando os lagos secam completamente. Essas perdas podem ser
superiores ao total das capturas atuais.
Nesse cenário, a piscicultura apresenta-se como alternativa de grande
viabilidade para suprir a demanda de proteína animal e diminuir a pressão da
pesca predatória sobre os estoques naturais. A piscicultura poderá garantir a
segurança alimentar das populações amazônicas e contribuir com as políticas
governamentais para restabelecer os estoques naturais de peixes.
2. Biologia dos Peixes Cultiváveis
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7. Um peixe é um animal aquático Pecilotérmico (temperatura corpórea
equilibrada com o ambiente) e as principais adaptações a este meio de vida
são o corpo fusiforme, brânquias com que respira o oxigênio dissolvido na
água, os membros transformados em Nadadeiras e, na sua maior parte, o
corpo coberto de escamas (na maioria da espécies).
Os peixes (28.500 espécies catalogadas na FishBase) são, na maior
parte das vezes, divididos nos seguintes grupos:
Peixes ósseos (Osteichthyes, com mais 22.000 espécies) à qual
pertencem o Pacu, Tucunaré, Camorim, Gurijuba, em geral, todos os peixes
com o esqueleto ósseo;
Peixes cartilaginosos (Chondrichthyes, mais de 800 espécies) à qual
pertencem os tubarões e as raias;
Para a piscicultura, trataremos apenas dos peixes ósseos, sendo esses
os peixe utilizados para piscicultura.
Principais Estruturas Anatômicas dos Peixes Cultiváveis
Brânquias: são os órgãos da respiração, ou seja, é nelas que ocorrem as
trocas gasosas entre o sangue ou linfa dos seus portadores e a água.
Rastros Branquiais: estruturas ósseas ou cartilaginosas, responsável por
impedir a perda de partículas de alimento com a passagem a água pelas
brânquias, operando como um filtro. O tamanho e quantidade destas, ma
maioria das vezes esta associado aos hábitos alimentares do peixe.
Bexiga Natatória: tem função hidrostática, equilibrando a densidade do
peixe com a água do ambiente, favorecendo sua flutuação e natação, em
alguns peixes a bexiga natatória pode assumir as funções de um pulmão,
permitindo que o animal retire o ar da atmosfera.
Anatomia do Sistema Digestivo
O trato gastrointestinal ou digestivo é o tubo que vai da boca ao ânus
e pelo qual passam os alimentos. Pode ser subdividido em cavidade bucal ou
Oro-branquial, intestino anterior (esôfago e estômago), intestino médio
(intestino propriamente dito) e intestino posterior (reto). Os vários tecidos e
órgãos relacionados a ele estão envolvidos com a apreensão, mastigação e
deglutição, seguidas da digestão e absorção dos nutrientes, como também
com a excreção.
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8. Há uma estreita relação de interdependência entre a nutrição, o habitat
e a organização do sistema digestivo, a qual se manifesta especialmente por
adaptações e modificações. Essas são variações morfológicas provocadas
pela ação de fatores do ambiente sobre o organismo, podendo ser de caráter
permanente, produzidas na evolução filogenética, como no caso das
adaptações, ou de caráter temporário, produzidas no ciclo ontogenético do
indivíduo (desenvolvimento do indivíduo desde a fecundação até a
maturidade reprodutiva), chamadas de modificações. Portanto, a dieta é um
dos principais fatores que confere aos órgãos do sistema digestivo
características funcionais, anatômicas e morfométricas próprias para cada
regime alimentar.
Apesar da grande diversidade das estruturas de alimentação e de digestão
dos peixes, algumas generalizações são possíveis. Os peixes podem ser
divididos, basicamente, em três grandes categorias, de acordo com o tipo de
alimento consumido:
• Os herbívoros ingerem itens de origem vegetal - a maioria se
alimenta de poucas espécies de plantas e, freqüentemente, possuem
estruturas de mastigação especializadas, obtendo o máximo valor
nutricional através da completa trituração do alimento (p. ex.: piava,
piau, piavuçu, pacu-peva);
• Os onívoros se alimentam de itens de origem animal e vegetal -
possuem uma dieta mista e estruturas pouco especializadas.
Freqüentemente consomem pequenos invertebrados, plantas e frutos
(p. ex.: lambari, piraputanga, pacu,tambaqui, tambacu, tilápia, tuvira);
• Os carnívoros ingerem sobretudo itens de origem animal - se
alimentam de invertebrados de maior tamanho e outros peixes,
podendo se especializar em algum tipo em particular. Essas
preferências podem mudar com a disponibilidade sazonal dos
alimentos (p. ex.: tucunaré, dourado, pintado, salmão, cachorra,
piranha, traíra).
Os peixes que se alimentam de plâncton, lama ou detritos (uma
mistura de sedimento, matéria orgânica em decomposição e bactérias) não
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9. podem ser facilmente classificados como herbívoros ou carnívoros, devido a
diversidade da origem dos organismos, sendo classificados como
planctófagos (p. ex.: tamboatá), iliófagos ou detritívoros (p. ex.: curimbatá,
acari).
Herbívoros, onívoros e carnívoros podem ser encontrados na mesma
família. Logo, parece que as estruturas do sistema digestivo são altamente
adaptáveis e facilmente modificáveis, pelo menos em termos
evolutivos. Outro aspecto geral é que o comprimento do intestino está
correlacionado com a dieta. Os herbívoros possuem um maior comprimento
relativo do intestino (CRI), que leva em consideração o comprimento do
intestino médio e do reto, que os carnívoros. De modo geral nos carnívoros o
CRI varia de 0,2 a 2,5, nos onívoros entre 0,6 e 8,0 e nos herbívoros de 0,8 a
15,0.
3. Sistemas aquaculturais:
Tipos de piscicultura
Extensiva
É aquela praticada em reservatórios, lagos, lagoas e açudes que não
foram construídos para o cultivo de peixes, mas para outra finalidade, a
exemplo de bebedouro de animais, geração de energia elétrica etc.. Este tipo
de piscicultura apresenta os menores índices de produtividade uma vez que
a alimentação dos peixes depende da produção natural dos corpos d'água.
A taxa de estocagem utilizada é de um peixe para cada 10 m2.
Semi-intensiva
É a criação de peixes praticada em aguada disponível na propriedade,
geralmente viveiro de barragem, e que o homem contribui com alguns
melhoramentos a exemplo do enriquecimento da água com adubações -
orgânicas ou inorgânicas, visando aumentar a quantidade de alimentos
naturais - fitoplâncton e zooplâncton, e com a oferta aos peixes de
subprodutos disponíveis na propriedade tais como mandioca, milho, frutas,
verduras, etc.
A taxa de estocagem utilizada é de 3 a 5 peixes por m2.
Intensiva
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10. Essa criação é realizada em viveiros projetados especialmente com o
fim de se criar peixes. Os viveiros possuem sistema de abastecimento e
escoamento controlados e são povoados com peixes de valor comercial, a
taxa de estocagem é programada como manda uma criação comercial de
alta produtividade e, para aumentar o crescimento dos peixes usa-se, além
da fertilização, a ração balanceada. Para a criação ser economicamente
viável, a ração deve proporcionar elevada conversão alimentar capaz de
promover um crescimento rápido, e o peixe, por sua vez, deve alcançar alto
valor de mercado.
Os parâmetros ligados à qualidade da água nos viveiros devem ser
monitorados através de equipamentos próprios. Considerando a taxa de
estocagem a ser utilizada, necessário se torna a renovação periódica -
geralmente à noite - da água do viveiro ou a utilização de aeradores para
elevar o nível de oxigênio dissolvido.
A produção estimada é de 10.000 a 15.000 kg de peixe por hectare/
ano.
Superintensiva
É a criação de peixes realizada em ambientes confinados _ tanques-
rede, fabricados de materiais não perecíveis onde uma única espécie de
peixe é cultivada em alta densidade de povoamento. Os peixes são
alimentados somente com ração balanceada, preferencialmente na forma
extrusada.
Os tanques-rede são utilizados em lagos, grandes reservatórios e em
rios de pequeno fluxo. As águas desses locais devem ser livres de poluição e
bem oxigenadas.
Os tanques-rede de volume inferior a 5m³ são os mais recomendáveis
por permitirem troca de água mais eficiente.
Neste tipo de piscicultura cultiva-se peixes de alto valor de mercado, a
exemplo da tilápia, não podendo contar com os alimentos naturais da água.
O Brasil, com mais de 5 milhões de hectares de águas represadas,
surge como o maior potencial do mundo para esse sistema de cultivo de
peixes em água doce.
Para tilápia, a produção estimada varia de 60 a 120 kg/m³.
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11. 4. Instalação de Tanque e Viveiros;
A escolha do local
A seleção das áreas para a implantação dos viveiros deve considerar
diversos aspectos que exercem efeito direto sobre os custos de implantação
e de operação e, portanto, sobre o sucesso econômico do empreendimento.
Alguns destes aspectos são aqui reunidos:
A topografia da área: terrenos planos ou com suave declive (não
superior a 2m de desnível a cada 100m de distância, ou 2%) possibilitam um
melhor aproveitamento da área e a redução nos custos de construção dos
viveiros.
O tipo de solo: solos argilosos e de baixa permeabilidade permitem a
construção de diques mais estáveis, sendo, portanto, os mais favoráveis à
construção dos viveiros. Solos arenosos ou com grande quantidade de
cascalho geralmente apresentam alta infiltração, demandando um maior uso
de água. Esses solos também são pouco estáveis e mais susceptíveis à
erosão.
A qualidade e a disponibilidade de água: as áreas eleitas devem dispor
de fontes de água de boa qualidade, sem contaminação por poluentes e em
quantidade mínima para abastecer a demanda da piscicultura. A quantidade
de água necessária depende da área dos viveiros, das taxas de infiltração e
evaporação, da renovação de água exigida no manejo da produção e do uso
de estratégias de reaproveitamento da água, dentre muitos outros fatores. A
vazão requerida está por volta de 10 litros por segundo por hectare de área
inundada, suficiente para compensar as perdas pela evaporação e
infiltração, e também para renovações de água, quando forem necessárias.
O sistema de abastecimento deve ser individual evitando passar a água de
um viveiro para outro.
A compatibilidade do clima: o clima deve ser compatível com as
exigências das espécies que serão produzidas. Muitas pisciculturas convivem
com os riscos de perdas de peixes durante o inverno. Outros parâmetros
climáticos, como o foto-período e o regime das chuvas, também são
decisivos na reprodução de muitos peixes.
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12. Restrições ambientais: devem ser observadas as restrições quanto ao
desmatamento e à preservação das áreas de proteção ambiental e das matas
ciliares. Também devem ser observadas as restrições no uso dos recursos
hídricos, principalmente quanto ao volume de água que pode ser captado e
ao lançamento da água de drenagem dos viveiros nos corpos d’água
naturais. Assim, é fundamental conhecer as regulamentações federais,
estaduais e municipais quanto ao uso dos recursos naturais e os
procedimentos para a obtenção das licenças ambientais do empreendimento.
A infra-estrutura básica: as condições das estradas, a disponibilidade
de energia, a proximidade dos aeroportos e portos, dentre outras facilidades
em infra-estrutura, são fatores decisivos na seleção dos locais.
A disponibilidade de mão-de-obra, insumos e serviços: deve ser
considerada a facilidade de recrutamento de mão-de-obra temporária; a
conveniência na aquisição dos insumos básicos (ração, alevinos, corretivos e
fertilizantes, entre outros) e a oferta de serviços de apoio (terraplanagem;
manutenção de veículos e outros equipamentos; instalação e manutenção de
redes elétricas, galpões e outras estruturas; transporte de cargas; confecção
de embalagens; dentre outros).
O acesso ao mercado consumidor: a proximidade e o acesso a vários
mercados são fatores decisivos na seleção dos locais. Um adequado
posicionamento logístico permite reduzir o custo de transporte dos produtos,
diversificar os mercados e reduzir os riscos de comercialização, melhorando
a competitividade do empreendimento.
Terreno ideal para construção de tanques
Dimensões - Geralmente são de formato retangular, com o
comprimento igual a 3 vezes a largura e profundidade de até 2 metros. O
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13. nível de água deve ficar entre 1,20 e 1,80 metros, respectivamente parte
rasa e funda, podendo ser mais profundo em regiões mais frias. Na
piscicultura doméstica os viveiros variam de 100 a 500 metros quadrados. Já
na comercial podem variar de 1.000 a 5.000 metros quadrados.
Esvaziamento - É necessário que cada viveiro tenha um sistema que
permita fazer a drenagem e renovação de água quando for preciso. O fundo
do viveiro deve ser bem plano e limpo, com declive de 1 a 0,5% em direção
ao local de escoamento, que deve estar localizado no lado oposto da entrada
de abastecimento de água. Os viveiros menores podem utilizar o sistema
com cotovelos móveis de canos de PVC, já em viveiros maiores o ideal é o
sistema de monge.
Dreno com joelhos de PVC
Dreno com monge
Sistema de drenagem deve estar no lado oposto da entrada de
água
Inclinação dos taludes
A inclinação dos taludes (na parte interna e externa dos viveiros) deve
ser definida de acordo com os seguintes fatores:
• A durabilidade que se espera dos diques. Quanto mais suave for a
inclinação do talude interno (talude exposto à água), menor será o efeito
erosivo das ondas sobre o dique e, conseqüentemente, maior será a
durabilidade do viveiro. Em viveiros com até 5.000m2, os taludes internos
podem ter uma inclinação mínima de 1:2,5. Em viveiros maiores, a inclinação
mínima deve ser de 1:3. Uma inclinação de 1:2,5 ou 1:3,0 indica que, para
cada metro de altura do dique, o talude interno se projeta, respectivamente,
2,5 ou 3,0 metros em direção ao centro do viveiro
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14. • A manutenção dos diques. Os taludes externos dos viveiros geralmente são
protegidos com cobertura vegetal (grama) que deve ser roçada
periodicamente. Se a roçada for mecanizada, a inclinação do talude deve ser
de pelo menos 1:3,5. No caso da roçada manual, os taludes externos podem
ser mais íngremes (1:2 ou 1:1,5).
• A textura do solo. Quanto maior o percentual de argila no solo (solos mais
plásticos e com maior limite líquido), maior será a sua capilaridade
(capacidade de conduzir a água em seus poros). Desta forma, tanto a largura
do topo do dique, como a inclinação do talude externo do viveiro deve ser
suficiente para que não ocorra afloramento de água no talude externo (Figura
2). De uma maneira geral, em solos muito argilosos a inclinação do talude
externo deve ser de 1:2,5 ou mais suave. Em solos com maior equilíbrio entre
argila e areia (solos de média plasticidade e médio limite líquido), a
inclinação do talude externo pode ser projetada a partir de 1:1,5.
• A facilidade de despesca. Em viveiros com taludes internos muito íngremes
tanto as colheitas manuais como mecanizadas são dificultadas. A tração da
rede faz a linha de chumbo levantar na região de encontro do talude com o
fundo do viveiro, principalmente quando as redes são puxadas por tratores
(colheita mecanizada). O arraste manual também é prejudicado com a
dificuldade dos trabalhadores em andar sobre os taludes íngremes.
Diques com a mesma altura e largura de crista, porém com taludes de
diferentes inclinações (1:1, 1:2 e 1:3). Observe que a suavização do talude
aumenta o volume de terra no corpo do dique e o percentual de áreas mais
rasas no viveiro. Também aumenta a área da borda livre (BL), exigindo maior
atenção quanto à proteção desta área com grama. Note as linhas de
capilaridade (linhas amarelas – solo plástico com alto teor de argila; linhas
azuis – solo moderadamente plástico, com um maior percentual de areia). Os
diques construídos com solos muito plásticos devem apresentar uma
inclinação mais suave nos taludes externos (acima de 1:2,5) para não ocorrer
drenagem da água infiltrada sobre o talude. Já nos solos de plasticidade
moderada, a inclinação pode ser mais acentuada. A movimentação de terra
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15. e o custo de construção ficam maiores quanto mais suave for a inclinação
dos taludes. Viveiros com taludes muito suaves também podem apresentar
problemas com o estabelecimento de algas e plantas aquáticas nas áreas
próximas as suas margens.
O pisoteio e os escorregões sobre os taludes pouco a pouco danificam as
paredes laterais dos viveiros. Além disso, os taludes internos estão expostos
à ação erosiva das ondas. Portanto, é recomendável que os taludes internos
tenham inclinação igual ou mais suave que 1:2. Em solos com mais areia
(menor plasticidade e agregação de partículas), a inclinação dos taludes
internos deve ser ainda de 1:3 a 1:3,5.
Largura do topo dos diques
Os diques dos viveiros devem permitir o tráfego de veículos o ano todo
e sob quaisquer condições de tempo, de forma a evitar atraso nas rotinas
diárias de alimentação, colheitas e transferências de peixes. A largura
mínima do topo dos diques deve ser de 4m, de forma a possibilitar o tráfego
de tratores com implementos acoplados para as atividades rotineiras (roçada
da área, alimentação dos peixes, transferências de peixes, dentre outras). Se
for necessário o tráfego de caminhões, a largura mínima deve ser de 5m. A
largura dos diques deve ser ajustada de acordo com o tamanho dos
viveiros. Em viveiros maiores as ondas apresentam uma maior ação
erosiva sobre os taludes. Desse modo, para viveiros maiores que 2 hectares
(20.000m2) é recomendável que a largura dos diques seja aumentada em
0,5m para cada hectare a mais de área do viveiro. Por exemplo, para um
viveiro de 4 hectares, a largura mínima do dique que receberá o tráfego de
caminhões deverá ser de 7 metros. Com isso, o viveiro poderá ser operado
entre 6 a 8 anos, até que seja necessário fazer a primeira manutenção
(reforma) dos diques. Nas esquinas entre os viveiros, a largura dos diques
deve ser aumentada, deixando espaço suficiente para que os veículos
consigam executar as curvas ou as manobras de retorno.
Uma maneira de se ter bom acesso aos viveiros e reduzir o volume de
diques é estabelecer no projeto os diques principais, que serão mais largos
(geralmente com 6 a 8 metros) e que possibilitarão o tráfego de veículos de
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16. maior porte e mais pesados, como os caminhões de transporte de peixe vivo.
Nos diques secundários, com 4 a 5 metros de largura, poderão trafegar
caminhonetes, tratores com implementos e carretas e veículos
convencionais, que darão suporte às atividades rotineiras.
Em pisciculturas pequenas o trabalho de produção é quase sempre
manual. Assim, não há a necessidade de construir diques com 4,0 ou 5,0m
de crista. Isso resultaria num desperdício muito grande de área. O ideal é
tentar manter uma relação de 75% entre a área de lâmina d’água e a área
total disponível para a construção dos viveiros. No entanto, diques muito
estreitos são rapidamente destruídos pela ação erosiva de ondas, de alguns
peixes e do pisoteio dos funcionários durante as colheitas, exigindo reparos
muito mais freqüentes.
Os diques devem ser bem cascalhados, de forma a impedir o
aparecimento de buracos e atoleiros, além de dar resistência ao mesmo e
uma maior segurança no tráfego de veículos. Em pisciculturas pequenas,
onde as operações são manuais, o topo dos diques geralmente é gramado.
Calagem
Com a obra pronta deve-se fazer uma calagem espalhando calcário ou
cal por todo o fundo e laterais do viveiro. É realizada com a finalidade de
corrigir o índice de acidez (pH) da água, melhorando a produtividade do
viveiro. O melhor valor do pH para piscicultura está entre 6 e 9, sendo o ideal
entre 7 e 8.
Operação de calagem
De uma maneira geral, em terras ácidas utiliza-se um dos produtos
abaixo, nas quantidades recomendadas:
• Cal Virgem 100 a 130g/m2 (1.000 a 1.300Kg/ha)
• Cal Hidratada 130 a 200g/m2 (1.300 a 2.000Kg/ha)
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17. • Calcário 200 a 300g/m2 (2.000 a 3.000Kg/ha)
Adubação:
A adubação nos viveiros têm a mesma finalidade da que é feita na
agricultura. Quando se aduba a água, há um maior crescimento do plâncton,
que é o conjunto de pequenos vegetais (fitoplâncton) e pequenos animais
(zooplâncton) dos quais os peixes se alimentam. Dessa forma, as adubações
possibilitam o aumento na disponibilidade de alimentos naturais para os
peixes.
Microorganismos aquáticos (plânctons)
*Orgânica - Deve ser a principal, os adubos de melhor qualidade são os
estercos de aves e suínos, sendo também utilizados os estercos de bovinos e
de outros animais. Podem ser utilizadas as fezes frescas ou curtidas, mas o
resultado do esterco curtido é superior. *Química - Deve ser apenas
complementar, o nutriente principal para aumentar a produção de peixes é o
fósforo, que quando combinado com o nitrogênio mostra melhores resultados
do que sozinho.
A adubação inicial é feita após a calagem e junto com o enchimento de
água do viveiro, observando as seguintes dosagens:
ORGÂNICA:
Esterco de Bovinos - 300g/m2 (3.000Kg/ha) ou Esterco de Suínos e
Aves - 150g/m2 (1.500Kg/ha)
QUÍMICA FOSFATADA:
Superfosfato Simples - 7,5g/m2 (75Kg/ha) ou Superfosfato Triplo - 2,5g/
m2 (25Kg/ha)
QUÍMICA NITROGENADA:
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18. Sulfato de Amônio - 13g/m2 (130Kg/ha) ou Uréia - 6,5g/m2 (65Kg/ha)
Geralmente as adubações de manutenção devem ser realizadas de 15 em 15
dias com a metade da dose da adubação inicial. Para determinar se a
quantidade e a freqüência das adubações está correta, é necessário controlar
a transparência da água (quantidade de plâncton) através do disco de Secchi
ou da própria mão. A transparência ideal está na faixa de 20 a 30cm, quando
estiver abaixo de 20cm suspender a adubação até voltar aos níveis normais,
se estiver acima de 30cm deve continuar com a adubação para manter a
transparência na faixa ideal. A adubação excessiva faz com que a produção
de plâncton cresça muito, diminuindo o oxigênio dissolvido na água durante
o período noturno, afetando diretamente os peixes e podendo causar alta
mortalidade.
Utilização do disco de Secchi
5. Povoamento dos Viveiros, Densidades de Estocagem e Manejo da
Produção.
Povoamento
Recomenda-se que os alevinos (filhotes de peixe) sejam adquiridos
apenas de fornecedores idôneos, com pelo menos 3 a 5 cm de comprimento,
quando estão mais desenvolvidos e resistentes. Geralmente o transporte
deve ocorrer nas horas mais frescas do dia, sendo feito em sacos plásticos de
60 litros, com um terço de água e o restante completado com oxigênio puro.
Cada embalagem desta possui a capacidade para transportar de 500 a 1.000
alevinos, por até 16 a 18 horas.
Antes de soltar os alevinos, os sacos têm que ficar flutuando no viveiro
por 10 a 20 minutos, a fim de que a diferença de temperatura entre a água
do saco e a do viveiro seja a menor possível, evitando choques térmicos.
Após esse período a embalagem pode ser aberta, fazendo com que um pouco
de água do viveiro entre no seu interior, e os alevinos saiam lentamente
possibilitando uma melhor adaptação as novas condições.
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19. Adaptação Térmica Liberação lenta
O povoamento deve ocorrer de 7 a 10 dias depois das adubações e
enchimento com água dos viveiros, isso para permitir um bom
desenvolvimento do plâncton, fazendo com que os alevinos encontrem uma
quantidade adequada de alimentos naturais, e também para evitar o
aparecimento de larvas de insetos que podem se alimentar ou
causar danos aos alevinos. Para um melhor crescimento dos alevinos,
além da alimentação natural, pode ser utilizada uma alimentação artificial à
base de ração farelada finamente triturada com cerca de 35 a 40% de
porteína bruta e 3.000 a 3.500kcal/kg de energia metabolizável, na
quantidade diária de 7 a 10% do peso total estimado dos alevinos. A ração
deve ser espalhada ainda seca por toda a margem do viveiro de 3 a 4 vezes
ao dia.
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20. Existe um sistema que utiliza pequenos viveiros de recria (berçários)
com área variando de 4 a 5% da área dos viveiros de engorda, nos quais os
alevinos permanecem por 30 a 40 dias. Nesses pequenos viveiros a
proporção utilizada é de 20 a 25 alevinos por metro quadrado, possibilitando
um melhor controle na disponibilidade de alimentos e a prevenção de
ataques de predadores, com isso garantindo uma maior taxa de
sobrevivência. Os predadores de alevinos mais comuns são: os insetos
(barata dágua, larvas de libélula), as aves (bem-te-vi, mergulhão), e os
peixes carnívoros (traíra).
Quando se pensa em adquirir os alevinos sempre surge a questão:
comprar ou produzir? Como a produção de alevinos em muitos casos é mais
trabalhosa, uma vez que são poucas as espécies de peixe que desovam
naturalmente em viveiros, havendo a necessidade de aplicação de
tecnologias próprias para a reprodução artificial, é mais indicado aos
pequenos piscicultores e aos iniciantes a opção pela compra dos alevinos.
Taxa de Estocagem nos Viveiros
O número de alevinos adequado para se povoar um viveiro depende de
diversos fatores dentre os quais destacamos os mais importantes:
• A boa qualidade do solo e da água
• Disponibilidade de adubo orgânico e inorgânico
• Disponibilidade de subprodutos na propriedade e de recurso para aquisição
de ração
• Tipo de cultivo adotado considerando a produção final que deseja o
piscicultor obter com seus peixes.
A densidade de povoamento dos peixes normalmente ocorre de acordo com
o tipo de cultivo.
Cultivo extensivo - 1 peixe para cada 10m2;
Cultivo semi-intensivo - 5 peixes para cada 10m2;
Cultivo intensivo - 1 a 3 peixes por metro quadrado.
Criação de peixe em Tanque-Rede
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21. Uma das modalidades de cultivo de peixes em alta densidade de
estocagem é o sistema de tanques-rede ou gaiolas. Trata-se de uma criação
intensiva cujo resultado final é uma alta produtividade.
Em geral são estruturas retangulares que flutuam na água e confinam
peixes em seu interior. Esse equipamento é constituído basicamente por
flutuadores (galões, bombonas, bambu, isopor, canos de PVC, etc.) que
sustentam submersos na água redes de náilon, plásticos perfurados, arames
galvanizados revestidos com PVC ou ainda telas rígidas.
O formato retangular permite uma melhor passagem e renovação de
água dentro das gaiolas, removendo os dejetos produzidos pelos peixes.
Além disso, os tanques-rede devem ser cobertos para prevenir a ação
de predadores, furtos e oferecer sombreamento que impede a incidência de
raios UV e diminuir a visão dos peixes, reduzindo o estresse e melhorando o
sistema imunológico desses animais.
Recomenda-se utilizar tanques-rede de até 10 m3 pois facilita o manejo
e é mais vantajoso do ponto de vista produtivo e econômico pela maior
facilidade de renovação da água. Essas estruturas poderão ser colocadas em
represas que possuam profundidade mínima de 3 metros.
A tecnologia permite produzir em média 300 kg/m3/ano, resultados
obtidos principalmente com o cultivo de tilápias, pacus e pintados.
Alguns criadores utilizam curimbatás e cascudos também dentro
dessas gaiolas a fim de efetuarem a limpeza das malhas, local onde fixam-se
os vegetais (algas) que dificultam a renovação de água. Vale salientar que
nesse tipo de cultivo há uma dependência exclusiva de alimento artificial
(ração).
Manejo dos peixes nos viveiros
A produtividade de um viveiro de peixe depende basicamente das
técnicas de cultivo empregadas, das espécies criadas, da disponibilidade e
qualidade da água, das condições de solo, assim como do maior ou menor
grau de dedicação do produtor ao cultivo.
Tipos de cultivo
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22. A capacidade de suporte de um viveiro depende da qualidade da água
e do teor de oxigênio dissolvido que ela contém.
Monocultivo
Neste sistema somente uma única espécie é criada. No Brasil, este tipo
de sistema na maioria das vezes, apenas é praticado onde não existe oferta
de alevinos de diferentes espécies uma vez que as fontes de alimentos
existentes no viveiro ficam subtilizadas por não fazerem parte do hábito
alimentar da espécie cultivada
Policultivo
Praticada quando mais de duas espécies de peixes com hábito
alimentar diferente são cultivadas no mesmo viveiro, explorando melhor as
fontes de alimento existentes.
Neste tipo de sistema deve-se estabelecer a densidade de estocagem
dos viveiros e a proporção relativa ideais das espécies - principal ou
secundária - a serem neles criadas buscando uma maior produtividade.
6. Características Físico-Quimicas da Água e seu Manejo da
Produção;
As características físicas e químicas da água são fundamentais para os
organismos que nela vivem, pois determinam as condições ambientais que
favorecem o crescimento e a sobrevivência de espécies vegetais e animais
aquáticos.
Origem da Água de abastecimento de Piscicultura
• Nascentes
• Furos (poços)
• Rios, lagos e ribeiros
• Escorrimento
• Aqüíferos
• Municipal
Nascentes
• Vantagens
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23. – temperatura constante
– poucos ou nenhuns poucos ou nenhuns predadores
– sem patógenos
• Desvantagens
–custo de bombeamento, (caso não seja por gravidade)
Furos (Poços)
• Tipos
– bombeamento
– artesianos
• Vantagens
– livre de predadores
– livre patógenos
• Desvantagens
– elevado teor de gases dissolvidos dissolvidos (N2 e CO e CO2)
– baixo O2
Rios, Lagos e Ribeiros.
• Vantagens
– grandes volumes
– baratos
• Desvantagens
– contaminantes
– predadores
– nutrientes em excesso
Escorrimento
• Vantagens
– barato
• Desvantagens
– contaminantes
– cheias ou seca
Aquífero
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24. • Vantagens
– barato
– poucos /nenhumpredador
• Desvantagens
– difícil de vazar
• acumulação de matéria orgânica
• captura dos peixes
Municipal
• Vantagens
– muito boa qualidade
– sem predadores
– sem patógenos
• Desvantagens
– desinfectantes
• cloro cloro
• cloraminas cloraminas
– Alto custo
As variações mais importantes que devem ser monitoradas em cultivo
de peixes são:
Temperatura
A temperatura exerce profunda influência sobre a vida aquática e
desempenha papel preponderante na alimentação, respiração e reprodução
dos peixes. Ela também influência diretamente na disponibilidade de oxigênio
dissolvido regulando o apetite dos peixes. Daí a vantagem das regiões
tropicais para a piscicultura, uma vez que nelas os peixes comem
praticamente durante todo o ano.
A variação constante da temperatura da água do viveiro, pode
conseqüentemente causar processos de “estress” físico aos peixes, podendo
causar enfermidades, diminuição do crescimento e até a morte.
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25. Por outro lado, regiões tropicais,como a região amazônica que tem sua
temperatura anual bastante elevada e relativamente constante, vem a ser de
grande benefício, na aceleração do metabolismo dos peixe e conseqüente
aumento do crescimento.
pH
É a medida que expressa se uma água é ácida ou alcalina em escala
que varia 0 a 14. O pH intervém freqüentemente na distribuição dos
organismos aquáticos. A respiração, fotossíntese, adubação, calagem e
poluição são fatores capazes de alterar o pH na água.
A melhor água para a cultura do peixe é a que possui uma reação
ligeiramente alcalina, isto é, pH entre 7 e 8. Esses valores não devem ser
inferiores a 4,5-5, nem superiores a 8, embora existam espécies ictiológicas
e planctônicas que os preferem.
Oxigênio dissolvido
O oxigênio da água é proveniente da atmosfera e dos vegetais que
ocorrem submersos e que liberam o oxigênio através da fotossíntese. O
oxigênio é consumido pelos animais (como os peixes) pelos vegetais (algas e
plantas aquáticas submersas) e também, pelo processo de decomposição da
matéria orgânica.
Existem duas fontes naturais de obtenção de oxigênio:
a) Difusão direta
Através do contato e penetração direta do ar atmosférico na água. O O2
da atmosfera entra na água principalmente por mistura mecânica, provocada
pela ação dos ventos, por correntes naturais de massas híbridas e agitações
causadas pela topografia do terreno. A concentração do oxigênio na água
varia com a sua temperatura (relação concentração/temperatura está
intimamente ligada), bem como a solubilidade desse gás depende ainda da
pressão atmosférica.
A solubilidade do oxigênio na água diminui à medida que a
temperatura aumenta. Em temperatura alta, os peixes logo utilizam o O.D. da
água, podendo ocorrer mortalidade por asfixia.
A solubilidade de O.D. diminui com a redução da pressão atmosférica.
A solubilidade do O.D. na água baixa com o aumento da solubilidade.
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26. b) Processo de fotossíntese
A liberação de oxigênio na água, mediante processo fotossintético pelo
fitoplâncton (algas, em especial), é a principal fonte de obtenção do O.D. em
um sistema de cultivo de peixes.
Durante o processo fotossintético pelos órgãos clorofilados dos
vegetais, o gás carbônico (CO2) é desdobrado sob a ação da luz solar.
Enquanto o carbono (C) é utilizado para a síntese de hidratos de carbono e
carbonatos, o oxigênio é expelido, contribuindo e muito para a oxigenação da
água.
Sem a luz solar, importantíssima para esse processo, o oxigênio é
expelido durante as horas do dia em que ela é suficiente para essa função
fisiológica e até onde possa penetrar em quantidade suficiente. À noite, há
consumo de O.D. e não produção.
Em águas turvas e com baixa transparência, a produção fotossintética
pode diminuir ou até mesmo parar. Pode-se notar, portanto, que o processo
fotossintético dos organismos clorofilados estão limitados às camadas
superficiais de água, onde a maior parte da luz é absorvida.
Turbidez/Transparência
As águas naturais não são puras e apresentam uma série de materiais
dissolvidos e em suspensão, tais como partículas de argila, detritos orgânicos
e os próprios microorganismos que vivem na água.
Esse conjunto de materiais dispersos na água reduz a penetração da
luz, impedindo que grande parte atinja as camadas mais profundas. Este
efeito de redução de luz ao atravessar a coluna d'água é chamada de
TURBIDEZ.
A tranparência está relacionada com o material em suspensão, tanto
mineral como orgânico.Quanto mais plâncton, menor a transparência.
O disco de Secchi é o equipamento usado para medir esse
parâmetro.Uma transparência ideal da água de um tanque medida pelo disco
de secchi está em torno de 30 e 40 cm, indicando uma boa produção
biológica nos viveiros. A figura abaixo ilustra a medição da transparência
através do uso do disco de Secchi.
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27. As águas de cor esverdeada ou azulada são geralmente boas. As
amareladas ou acastanhadas, provenientes de pântanos ou charnecas,
sãoácidas e impróprias para culturas de peixes.
Dióxido de Carbono (CO2)
O gás carbônico, seja no estado livre ou na forma de ácido fraco ou de
bicarbonato, encontra-se na água em solução instável; e, às vezes, sobre a
forma de carbonatos que precipitam.
Quando ocorre um aumento de CO2, o pH diminui; o contrário também
pode ocorrer. Os altos teores de CO2 podem ser encontrados quando usa-se
água subterrânea, quando ocorre um “bloom” (alto consumo de oxigênio
durante o processo de respiração) de algas à noite, e no transporte de
peixes.
Os níveis subletais estão entre 12 a 50 mg/l e letais de 50 a 60 mg/l. O
CO2 pode ser removido da água pela aeração da água, pelo aumento de pH,
pelo controle fitoplâncton e pela construção correta dos viveiros (entrada de
água oposta à saída, saída da água no fundo, forma retangular, etc.).
Alcalinidade
A alcalinidade refere-se à concentração de bases na água e à
capacidade do meio em resistir às mudanças de pH para valores mais ácidos.
Na maioria das águas, os carbonatos e os bicarbonatos são as bases
predominantes.A tabela abaixo mostra a alcalinidade (mg CaCO3 /L) e seu
significado no viveiro.
Significado da Alcalinidade (mg CaCO3 /L) no viveiro.
Alcalinidade mg CaCO3
/L Significado no viveiro
Zero Água extremamente ácida, deve-se corrigir
com compostos calcários
5-20 Alcalinidade muito baixa, pH varia muito e a
água não é muito produtiva
25-100 pH varia, a produtividade é pequena
100-250 p H varia entre pequenos limites e a
produtividade é ótima
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28. Amônia (nitrogênio amoniacal)
Nitrogênio amoniacal pode estar presente em água natural, em baixos
teores, tanto na forma ionizada (NH4 +) como na forma tóxica não ionizada
(NH3) devido ao processo de degeneração biológica de matéria orgânica
animal e vegetal. Em um aquário são geradas através da decomposição de
restos de alimentos não digeridos, fezes e urina dos peixes. De acordo com
as condições existentes na água a amônia pode acumular-se na água ou
transformar-se em nitrito e/ou nitrato pela ação de bactérias aeróbias. Este
processo é conhecido como nitrificação. O processo inverso também é
possível quando ocorre a redução dos nitratos à amônia ou até a nitrogênio
via ações microbianas e sob certas condições físico-químicas. Este processo
é chamado de desnitrificação. A Amônia tóxica somente é estável em águas
alcalinas. Em águas ácidas seu efeito é bastante reduzido. Concentrações
mais altas podem ser encontradas em esgotos brutos e efluentes industriais,
particularmente de refinarias de petróleo onde a amônia é um sub-produto
do processo de refino. A amônia é um importante componente de
fertilizantes. Altas concentrações de amônia em águas de superfície, acima
de 0,1 mg/l (como N), podem ser indicação de contaminação por esgoto
bruto, efluentes industriais, particularmente de refinarias de petróleo, ou do
afluxo de fertilizantes. A concentração excessiva de amônia é tóxica para a
vida aquática, sendo que na forma não ionizada (NH3) mesmo em baixas
concentrações podem ser fatais para os peixes pois afetam o sistema
nervoso central do animal, reduzindo sua capacidade de consumir oxigênio e
diminuindo sua resistência a doenças.
A partir das concentrações encontradas do íon amônio total pode-se deduzir
os seguintes valores de amônia livre em função dos valores de pH:
pH Amônia Livre
6 0%
7 1%
8 4%
9 25%
10 78%
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29. Portanto, uma água que tenha um valor de pH de 9 e onde se encontra
1 mg/L = 1ppm de amônio total, contém realmente 0,25 mg/L de amônia
livre. Na prática isto significa que uma quantidade de 5 ppm a pH 6 é inócua
para os peixes, mas a pH 9 pode rapidamente resultar em elevada
mortandade no aquário. Por esta razão, deve-se determinar sempre em
paralelo, pH e amônio. Ao trocar de água deve-se medir os valores de pH
desta água nova e da antiga para estar seguro que não haverá de repente
liberação de grandes quantidades de amônia, devido a grandes mudanças
nos valores de pH.
7. Manejo Alimentar
Para se obter sucesso na piscicultura é fundamental a administração de
uma alimentação adequada aos peixes. A alimentação tem efeito direto na
sobrevivência, no crescimento e na produção.
O alimento dos peixes necessita conter proteínas, hidratos, vitaminas,
minerais etc.. Sem estes elementos os peixes não crescem.
Existem dois tipos de alimentos:
• Natural;
• Artificial.
Os alimentos naturais são aqueles produzidos no viveiro e que são
consumidos pelos peixes.
Exemplos de alimentos naturais:
_ Fitoplâncton - algas
_ Zooplâncton - microorganismos animais
_ Matéria orgânica morta.
Todos os organismos que vivem em um viveiro, direta ou
indiretamente, participam da produção de carne de peixe.
Os alimentos artificiais são as rações balanceadas para peixes ou
similares, extrusadas, peletizadas ou em pó e todos os subprodutos
agropecuários locais que o piscicultor possa oferecer aos peixes, a exemplo
de raízes, grãos e farelos, verduras, legumes e frutas.
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30. Os peixes crescem mais rapidamente quando há disponibilidade de
alimentos. O crescimento pode paralisar quando há escassez de alimentos,
sejam eles naturais ou artificiais.
O alimento artificial deve ser administrado diariamente na quantidade
de 3-5% da biomassa dividido em duas refeições, durante pelo menos 5 dias
por semana, de preferência no mesmo local e às mesmas horas do dia (pela
manhã e final da tarde).
A quantidade de alimento a ser administrado é calculada através da
biometria mensal de uma amostra da população de peixes de um viveiro, que
são capturados através da utilização de rede ou tarrafa.
Quando da utilização de subprodutos na alimentação, o piscicultor deve
observar a quantidade ofertada e a quantidade consumida, de modo que não
haja excesso de alimento artificial no viveiro de um dia para o outro pois o
acúmulo de matéria orgânica traz mais desvantagens do que vantagens.
A forma de preparo dos alimentos e a sua distribuição são fatores
importantes.
Para pós-larvas e alevinos a ração, em forma de farinha, deve ser
distribuída ao longo das margens dos viveiros.
Para peixes de 10 a 50 gramas, as raízes, grãos, verduras, frutas e
sementes devem ser oferecidas em pequenos pedaços de modo que o peixe
possa abocanhar.
Uma boa prática é deixar as sementes, raízes e grãos de molho pelo
menos 24 horas antes da distribuição.
Alimentação do animal é bem semelhante a dos humanos, uma vez
que, deve conter proteínas; carboidratos, lipídios e vitaminas. Quando eles
são pequenos, há uma necessidade de maior teor de proteínas para que um
bom desenvolvimento e crescimento.
Se ela for insuficiente ou não tiver boa desestabilidade, a produção e o
desenvolvimento dos peixes serão prejudicados. Ele afirma que a ração pode
variar, como também, seus componentes e quantidade. Não há quantidade
estabelecida por animal, mas ela dependerá da quantidade de biomassa, que
é o número de massa dos peixes contida no tanque ou nas gaiolas.
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31. Os componentes básicos das rações são: farinha de peixe; de carne; de
sangue; de ossos; de penas hidrolisadas; de arroz; óleo vegetal; cloreto de
sódio; farelo de soja; de trigo e milho integral moído.
Dentre os diversos aspectos relacionados à piscicultura, aqueles
envolvidos com a alimentação vêm sendo amplamente discutidos,
principalmente por representarem cerca de 70% dos custos de produção em
sistema de cultivo intensivo. Em relação à criação de peixes, este problema
é geralmente mais grave. Isto porque suas exigências protéicas são maiores
quando comparadas às demais espécies. Torna-se necessário, então, uma
ração rica em proteína, o que aumenta ainda mais os custos de
produção. Portanto, o fornecimento de alimento adequado em quantidade e
qualidade é importante para o sucesso econômico da piscicultura.
É importante o conhecimento dos hábitos alimentares dos peixes para
a adequação da ração a ser fornecida. O hábito alimentar nos fornece uma
idéia das necessidades nutricionais de cada espécie. Por exemplo: peixes
carnívoros aproveitam melhor os alimentos de origem animal, necessitando
de maior conteúdo protéico na ração quando criados em cativeiro. Além
disso, normalmente costumam não aproveitar bem alimentos de origem
vegetal; peixes onívoros e herbívoros são menos exigentes em conteúdo
protéico e aproveitam bem uma variedade maior de alimentos.
O manejo alimentar, portanto, deve levar em consideração os hábitos do
animal, o sistema de cultivo, a produtividade natural, as condições climáticas
o manuseio do alimento, entre outros aspectos.
10. Sanidade e Profilaxia na Piscicultura
DOENÇAS COMUNS NA PISCICULTURA
Existem algumas doenças que perturbam, sobremodo, o cultivo de
peixes. Abaixo são descritas algumas enfermidades e seus respectivos
tratamentos. O uso de produtos químicos e as dosagens devem ser indicadas
por um técnico responsável após identificação do problema. Deve ser evitado
o uso indiscriminado desses produtos, pois existem diferenças de tolerância
de doses entre as espécies. As larvas e alevinos são mais sensíveis a
produtos químicos que peixes adultos.
Ictioftiríase
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32. Doença causada pelo fungo Icthyophythirius multifilis, também conhecido por
ictio ou doença dos pontos brancos, que parasita a pele e brânquias de
qualquer espécie de peixe. Essa enfermidade ocorre mais comumente
quando há variações bruscas de temperatura, em especial na incubação e
larvicultura do Jundiá, por exemplo.
Tratamento
1) colocar os peixes em solução preparada com 100 g de sal grosso para
cada dez litros de água, durante dez segundos.
2) elevar a temperatura acima de 27°C, durante duas semanas (feito para
peixes individualmente).
3) banhar tanques ou viveiros com 0,1-0,2 ppm de verde de malaquita.
(Produto altamente tóxico e cancerígeno).
Verme de Brânquias (Costia)
Causa infecções nas brânquias dos peixes.
þ Tratamento
Em pequenos viveiros, utilizam-se 200-400 ppm de formalina, durante 15-40
minutos. Concentração de 250-500 ppm durante 30 minutos para larvas
avançadas e 1000 ppm, durante 15-30 minutos, para os reprodutores. Deve-
se realizar a total renovação da água após o tempo de tratamento.
Saprolegnose
Doença provocada pelo fungo Saprolegnia, que ataca peixes feridos e
debilitados; apresenta manchas brancas ou salientes semelhantes a bolas de
algodão sobre o corpo.
Tratamento
1) Um grama de verde de malaquita em 15 litros de água, durante 10-20
segundos, sendo o tratamento repetido uma vez por semana, até o total
desaparecimento dos sintomas. 2) concentração de 500 ppm de sulfato de
cobre; os peixes são mantidos nessa solução até apresentarem sinais de
aflição.
Argulose
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33. Parasitismo provocado pelo crustáceo Argulus, que provoca manchas
vermelhas no corpo do peixe.
Tratamento
1) Neguvon diluído em pequena quantidade de água e pulverizado no viveiro.
Duas horas após a aplicação, deve-se aumentar a renovação de água no
viveiro dos peixes.
11. Espécies Potencias para Cultivo no Estado do Pará
• Nome popular: Apaiari, Oscar
Nome científico: Astronotus ocellatus.
Origem: Brasil, Bacia do Amazonas.
Utilização: fornecimento de carne e ornamental.
Água: são resistentes a grandes variações de pH, desde que não sejam
bruscas.
Temperatura: ideal de 22 a 27 ºC.
Alimentação: onívora, tendendo a carnívora; consomem pequenos peixes,
larvas, crustáceos e insetos. As larvas alimentam-se de plâncton, pequenos
crustáceos e insetos; em cativeiro aceitam ração.
Maturidade sexual: por volta de 1 ano.
Reprodução: lênticos (reproduzem naturalmente nos viveiros); a fêmea
deposita os ovos aderentes numa superfície plana previamente limpa e o
macho os fertiliza. A 25oC os ovos eclodem em 36 horas. É aconselhável
separar os pais dos filhotes, para evitar o canibalismo.
Vantagens: indicado para pesque-pague, pois brigam arduamente quando
fisgados; carne de boa qualidade.
Deficiências: predador de outros peixes e pratica canibalismo.
Observações: pode ser criado com peixes forrageiros; não sendo
recomendado para cultivos intensivos. Podem chegar a medir 30cm e atingir
1,5kg. Atinge 250 a 300g em um ano.
• Nome popular: Curimatã, Curimbatá, Papa-terra
Nome científico: Phochilodus sp.
Origem: Brasil.
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34. Utilização: fornecimento de carne.
Água: pH de 6,0 a 7,0; oxigênio dissolvido de 4,0 a 5,0mg/l.
Alimentação: Iliófaga (consumidores de resíduos orgânicos e fezes de
outros animais); consomem também fauna bentônica e aceitam ração.
Maturidade sexual: por volta dos 2 anos de idade.
Reprodução: lóticos (ou reofílicos; não se reproduzem naturalmente em
viveiros), mas respondem facilmente à desova induzida.
Vantagens: rústico; movimenta o fundo dos viveiros liberando gases tóxicos
e colocando a matéria orgânica em suspensão, auxiliando na fertilização.
Deficiências: sua carne não apresenta sabor dos melhores.
Observações: bons para policultivo, por serem iliófagos. Atingem cerca de
0,8kg em 1 ano e até 2kg em 2 anos, em baixas densidades.
c. Nome popular: Matrinchã, Piraputanga
Nome científico: Brycon sp.
Origem: Brasil, Bacia Amazônica, São Francisco e Parnaiba.
Utilização: fornecimento de carne.
Água: exigente quanto ao teor de oxigênio.
Alimentação: onívora; frutos e sementes; aceitam bem rações peletizadas.
Maturidade sexual: com cerca de 3 anos de idade.
Reprodução: lóticos (ou reofílicos, não se reproduzem naturalmente em
viveiros).
Vantagens: são peixes extremamente esportivos, rústicos e de crescimento
rápido.
Observações: indicado para policultivos; alcançam de 700g a
1kg em 1 ano e 1,3 a 1,6kg no segundo ano.
d. Nome popular: Piau, Piauçú, Piapara
Nome científico: Leporinus sp.
Origem: Brasil.
Utilização: fornecimento de carne.
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35. Água: pH de 6,0 a 7,0; oxigênio dissolvido de 4,0 a 5,0 mg/l.
Alimentação: onívora, com predominância para herbívoro. Consome algas
filamentosas, raízes, folhas e frutos de macrófitas aquáticas, frutos de
plantas ribeirinhas, insetos, crustáceos e larvas aquáticas; aceitam ração.
Reprodução: lênticos (reproduzem naturalmente nos viveiros)
Vantagens: são peixes muito esportivos e com carne de excelente
qualidade.
Observações: indicados para policultivo e pesque-pague, pois brigam
arduamente quando fisgados. A piapara e o piauçu assemelham-se muito ao
piau.
e. Nome popular: Pintado, Surubim, Cachara
Nome científico: Pseudoplatystoma sp.
Origem: Brasil.
Utilização: fornecimento de carne.
Água: pH de 6,0 a 7,0. Oxigênio dissolvido de 4,0 a 5,0 mg/l.
Temperatura: deve ser superior a 22ºC.
Alimentação: carnívoras; alimentam-se de pequenos peixes, crustáceos,
vermes, etc.
Reprodução: lóticos (ou reofílicos, não se reproduzem naturalmente em
viveiros)
Vantagens: carne com excelente sabor, sendo muito apreciados na culinária
brasileira.
Observações: O pintado e o cachara são espécies diferentes de peixes, mas
são praticamente idênticos quanto às suas características. Podem ser criados
com peixes forrageiros.
f. Nome popular: Pirarucu
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36. Nome científico: Arapaima gigas.
Origem: Brasil, Bacia Amazônica.
Utilização: fornecimento de carne.
Água: suporta baixos teores de oxigênio dissolvido e adapta-se a todos os
tipos de água.
Temperatura: ideal de 23 a 27 ºC.
Alimentação: carnívoras, alimentam-se exclusivamente de peixes; aceitam
peixes mortos; larvas alimentam-se de organismos bentônicos e, com o
crescimento, alimentam-se de pequenos peixes.
Maturidade sexual: por volta dos 40kg, com cerca de 4 anos.
Reprodução: lênticos (reproduzem naturalmente nos viveiros). A fêmea
deposita os ovos num ninho escavado num local no fundo do tanque. O pai
protege os filhotes.
Vantagens: carne de ótimo sabor, rápido crescimento. Se alimenta pouco
quando adulto. Não praticam o canibalismo, mesmo entre os filhotes; rústico.
Deficiências: não suporta locais com grandes variações de temperatura
durante o ano.
Observações: pode ser criado com peixes forrageiros; pode chegar a 6kg
em 1 ano, consorciado com tilápias. Respiração branquial e aérea obrigatória,
tolerando baixos teores de oxigênio. Densidade de engorda até 15 peixes/
100m2. Não é recomendado para cultivos intensivos. Na natureza atinge o
porte máximo de 3m e 200kg.
g. Nome popular: Tambaqui, Tambacu
Nome científico: Colossoma macropomum.
Origem: Brasil, Bacia Amazônica.
Utilização: fornecimento de carne.
Água: tolera baixos teores de oxigênio dissolvido.
Temperatura: cresce muito lentamente abaixo de 22oC e pode morrer
abaixo de 16oC, ideal de 25 a 30oC.
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37. Alimentação: onívora, baseia-se em frutas, sementes, partes de macrófitas
aquáticas, organismos zooplanctônicos grandes, moluscos, crustáceos e
larvas de insetos; aceita bem ração peletizada.
Maturidade sexual: por volta do quarto ano de idade, com cerca de 55cm
de comprimento.
Reprodução: lóticos (ou reofílicos, não se reproduzem naturalmente em
viveiros).
Vantagens: boa adaptação ao cativeiro, rusticidade, grande habilidade de
ganho de peso, alta prolificidade e bom sabor e consistência de sua carne.
Deficiências: baixa resistência ao frio e a mudança brusca de temperaturas.
Observações: pode chegar a 2 kg em 1 ano, embora o comum seja pouco
mais de 1kg. Requer 35% de proteína bruta em cultivos intensivos. O
tambacu é um híbribo, obtido à partir do cruzamento do Tambaqui com o
Pacu. Espécie recomendada para policultivos.
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38. Literatura Recomendada
• ARRIGNON,J. Ecologia y piscicultura de águas dulces. Madrid: Mund-Prensa, 1979,
365p.
• ANZUATEGUI, L. A.; VALVERDE, C. C. Rações pré-calculadas para organismos
aquáticos. Guaíba Agropecuária, 1998. 135p.
• BOYD, C. Manejo do solo e da qualidade da água em viveiro para aqüicultura.
Associação Americana de Soja, 1997. 55p.
• CASTAGNOLLI, N. Fundamentos de nutrição de peixes. Piracicaba: Livroceres Ltda,
1979.
• ESTEVES, F.A. Fundamentos de limnologia. Rio de Janeiro: Interciência, FINEP, 1988.
575p.
• OSTRENKY, A. Piscicultura: Fundamentos e técnicas de manejo. Guaíba: Agropecuária,
1998. 211p.
• VINATAE, A, L. Princípios químicos de qualidade da água em aqüicultura. Florianópolis.
Ed. da UFSC, 1997. 166p.
• WOYNAROVICH, E. Manual de piscicultura. Brasília: MIR/CODEVASF, 1993.
• SENHORINI, J.A.; VOLPATO, G. Dicas em piscicultura (perguntas e respostas). Santa
Gráfica Editora, Botucatu, SP, 2000, 247p.
• PROENÇA, C.E.M. e BITTENCOURT, P.R.L. Manual de piscicultura tropical. IBAMA, 1994,
195p.
• SIPAÚBA-TAVARES, L.H. Limnologia aplicada à piscicultura. Boletim Técnico nº 1, FUNEP,
Jaboticabal, SP, 1994, 72p.
• Bernardo Baldisserotto e Levy de Carvalho Gomes (Org.).ESPÉCIES NATIVAS PARA
PISCICULTURA NO BRASIL. Editora UFSM 2005 468p
• TORLONI, Carlos Eduardo C.; GALLI, Luiz Fernando; Criacao de peixes . Sao Paulo: NOBEL,
1999 119p.
• KUBITZA, F. 1999. Nutrição e alimentação dos peixes cultivados. 3 ed. Jundiaí, Divisão de
Biblioteca e Documentação, USP. 123p.
• Antonio Ostrensky & Walter Boeger . PISCICULTURA - Fundamentos e Técnicas de Manejo.
AGROPECUÁRIA. 1998 211p
• CASTAGNOLLI, N. Piscicultura de Água Doce. Jaboticabal, FUNEP, 1992. 189p.
• Kubitza, Ono, Lovshin & sampaio. Planejamento da produção de Peixes. DEGASPARI ED.
• Fernando Kubitza e Ludmila M. M. Kubitza PRINCIPAIS PARASITOSES E DOENÇAS DOS
PEIXES CULTIVADOS. DEGASPARI ED. 1999 120p
• Kubitza & Ono .PROJETOS AQUICOLAS: Planejamento e Avaliação Econômica1ªEd 2004.
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39. • Fernando Kubitza. QUALIDADE DA ÁGUA NO CULTIVO DE PEIXES E CAMARÕES. Publicação
do autor. 2003 229p
• BALDISEROTTO, Bernardo4 2002 - Fisiologia de Peixes Aplicada à Piscicultura - Editora
UFSM - 212 p.
• MARIA JOSE TAVARES RANZANI-PAIVA;RICARDO MASSATO TAKEMOTO; MARIA DE LOS
ANGELES PEREZ LIMA Sanidade de Organismos Aquáticos Editora Varela.2004. 426 p.
.
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