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ERISMAR PEREIRA
EMANUELA ALMEIDA
JOSEFA ANTONIA
“OS LUSÍADAS” CANTO IV
LUIS VAZ DE CAMÕES
CANTO IV “OS LUSÍADAS”
ROTEIRO DE APRESENTAÇÃO
Luis Vaz de Camões
Algumas curiosidades
Vasco da Gama
Estrofes e análise: Batalha de Aljubarrota
Estrofes e análise : Despedidas na praia de Belém/Lisboa
Caracterização do velho do restelo
Estrofes e análise: O velho do restelo
“Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades.”
Camões.
Luís Vaz de Camões
Nasceu provavelmente em Lisboa no ano de 1524 ou
1525. Filho de Simão Vaz de Camões e de Ana de Sá,
acredita-se que pertencia à pequena nobreza. Conviveu
com pessoas importantes da Corte, tinha uma vida
atribulada, envolvendo-se em amores e aventura.
Esteve preso várias vezes, devido a desordens. Ainda
jovem, interessou-se pela literatura iniciando sua carreira
literária como um poeta lírico na corte de Dom João III.
Muitos historiadores dizem que nesse período Camões
teve uma vida muito boêmia. Na altura, também passou
por uma desilusão amorosa, momento em que decidiu
tornar-se um soldado. ingressou no Exército da Coroa de
Portugal e em 1547 embarcou como soldado para a África
Entre 1549 e 1551, esteve em
Ceuta, como soldado da Coroa
de Portugal e em 1547
embarcou como soldado para a
África (foi aqui, em combate,
que perdeu o olho direito).
Viajou para as Índias para
servir ao Rei D. João III.
Durante a viagem, sofreu uma
grande tempestade no Cabo da
boa Esperança.
A fama de destemido e boémio, as constantes brigas em
que se envolvia pelas ruelas de Lisboa noturna, deram-
lhe a alcunha de Trinca-Fortes.
No ano de 1571, obteve licença da
Inquisição para publicar a obra, o
que aconteceu no ano seguinte, em
1572. porém, meses antes, lera a
obra ao Rei D. Sebastião.
Em 28 de Junho de 1572, o Rei D.
Sebastião concedeu ao poeta uma
pensão anual no valor de 15 mil
réis. Camões morreu no dia 10 de
Junho de 1580. “Dia de Portugal”
Frei José Índio, frade Carmelita, viu-o morrer e descreveu
indignado, os últimos momentos do grande poeta: “que
cousa mais lastimosa que ver um tão grande engenho mal
logrado. Eu vi-o morrer num hospital de Lisboa sem ter
um lençol com que cobrir-se.”
CURIOSIDADES
……diz-se que Camões terá encontrado em Macau
uma gruta onde se refugiou para escrever parte d’Os
Lusíadas…
……diz-se que, quando regressou a Goa depois de ter
estado em Macau, Camões naufragou e, a nado,
conseguiu salvar o manuscrito d’Os Lusíadas…
Em 1579 ou 1580 Luís Vaz de Camões morre, sendo o seu funeral realizado a
expensas de um nobre, D. Gonçalves Coutinho, que mandou colocar sobre a sua
sepultura a seguinte transcrição: “Aqui jaz Luís de Camões, príncipe dos poetas do
seu tempo. Viveu pobre e miseravelmente e assim morreu”.
Parece que foi um pequeno poeta na corte de Dom
João III, mas era incapaz de estar parado. Era também um grande namorador! Há quem
diga que seu forte era a conversa com as moças, obviamente sobre poesia e arte.
Os Lusíadas têm 25 407 carateres excluindo espaços, distribuídos por 55 433
palavras, em 8816 versos, agrupados em 1102 estrofes, distribuídas por dez cantos.
Na obra de Luís de Camões surgem 739 nomes geográficos, 392 nomes históricos e
539 nomes mitológicos.
Vasco da Gama
Vasco da Gama nasceu em 1469 em Sines, na região
do Alentejo, Portugal. Filho de Estêvão da Gama e
Isabel Sodré, sua família era nobre e abastada.
Estudou navegação e matemática em Évora, o que
lhe auxiliou nas diversas viagens que realizou.
Seu pai era um navegador experiente e, com sua
morte, Dom João II resolve colocar Vasco da Gama
em seu lugar.
Ele passou pelos oceanos Atlântico e Índico
chegando às Índias e estabelecendo as rotas de
especiarias. Após o seu grande feito, tornou-se um
homem rico e respeitado no país.
Vasco da Gama foi um navegador e explorador
português. Na era dos Descobrimentos, destacou-se
por ter sido o comandante dos primeiros navios a
navegar da Europa para a Índia, na mais longa
viagem oceânica até então realizada, superior a uma
volta completa ao mundo pelo Equador. No fim da
vida foi, por um breve período, Vice-Rei da Índia.
Vasco da Gama.
VIAGEM DE VASCO DA GAMA CANTO
IV
Canto IV
Crise dinástica de 1383-1385 (1-5)
Invasão de Castela (6-11)
Reinado de D. Joao I
-Discurso de Nuno Alvares (12-27)
-Batalha de Aljubarrota (28-45)
-Outras lutas com Castela (46-47)
-Conquista de Ceuta (48-50)
Reinado de D. Duarte (51-53)
Reinado de D. Afonso V (54-59)
Reinado de D. João II (60-65)
Reinado de D. Manuel I
-Sonho profético do monarca (67-75)
-Preparativos da armada (76-89)
-Despedidas em Belém (90-93)
-Velho do restelo (94-104)
Batalha de Ajubarrota
«Deu sinal a trombeta Castelhana,
Horrendo, fero, ingente e temeroso;
Ouviu-o o monte Artabro, e Guadiana
Atrás tornou as ondas de medroso.
Ouviu[-o] o Douro e a terra Transtagana;
Correu ao mar o Tejo duvidoso;
E as mães, que o som terríbil escuitaram,
Aos peitos os filhinhos apertaram.
«Quantos rostos ali se vêm sem cor,
Que ao coração acode o sangue amigo!
Que, nos perigos grandes, o temor
É maior muitas vezes que o perigo.
E se o não é, parece-o; que o furor
De ofender ou vencer o duro imigo
Faz não sentir que é perda grande e rara
Dos membros corporais, da vida cara.
Estrofes 28 e 29
Sinal da trombeta dar inicio a batalha. O som
da trombeta ouve-se por todo Portugal. Até
teve efeito na natureza: o mar medroso e o Tejo
duvidoso.
Ambos os lados preparam-se para atacar. As
mães encontram-se receosas pela vida dos seus
filhos que travam a batalha.
«Começa-se a travar a incerta guerra:
De ambas partes se move a primeira ala;
Uns leva a defensão da própria terra,
Outros as esperanças de ganhá-la.
Logo o grande Pereira, em quem se encerra
Todo o valor, primeiro se assinala:
Derriba e encontra e a terra enfim semeia
Dos que a tanto desejam, sendo alheia.
«Já pelo espesso ar os estridentes
Farpões, setas e vários tiros voam;
Debaxo dos pés duros dos ardentes
Cavalos treme a terra, os vales soam.
Espedaçam-se as lanças, e as frequentes
Quedas co as duras armas tudo atroam.
Recrecem os imigos sobre a pouca
Gente do fero Nuno, que os apouca.
Estrofes 30 e 31
A batalha decorre com o movimento de ambas
as primeiras filas dos exércitos. Nuno Alvares
Pereira rapidamente destaca-se avançando
primeiro. Deste modo, o Grande Pereira deixa
um rasto de mortos. A disputa permanece com
a adição de farpões, setas, e cavalaria porém
nada pára os Portugueses que seguem em
frente.
«Eis ali seus irmãos contra ele vão
(Caso feio e cruel!); mas não se espanta,
Que menos é querer matar o irmão,
Quem contra o Rei e a Pátria se alevanta.
Destes arrenegados muitos são
No primeiro esquadrão, que se adianta
Contra irmãos e parentes (caso estranho),
Quais nas guerras civis de Júlio [e] Magno.
«Ó tu, Sertório, ó nobre Coriolano,
Catilina, e vós outros dos antigos
Que contra vossas pátrias com profano
Coração vos fizestes inimigos:
Se lá no reino escuro de Sumano
Receberdes gravíssimos castigos,
Dizei-lhe que também dos Portugueses
Alguns tredores houve algũas vezes.
Estrofes 32 e 33
D. Nuno confronta-se com os próprios irmãos
do lado dos Castelhanos, contudo matar os seus
próprios irmãos é irrelevante porque trair a sua
Pátria é pior.
Sertório, Coroliano e Catilina aliaram-se com
nações estrangeiras para combater Roma, isto
é, combateram sacrilegamente a própria pátria.
E por isso foram castigados no inferno, podem
alegar a seu favor que até mesmo entre os
Portugueses houve traidores.
«Corre raivoso e freme e com bramidos
Os montes Sete Irmãos atroa e abala:
Tal Joane, com outros escolhidos
Dos seus, correndo acode à primeira ala:
– «Ó fortes companheiros, ó subidos
Cavaleiros, a quem nenhum se iguala,
Defendei vossas terras, que a esperança
Da liberdade está na nossa lança!
«Vedes-me aqui, Rei vosso e companheiro,
Que entre as lanças e setas e os arneses
Dos inimigos corro e vou primeiro;
Pelejai, verdadeiros Portugueses!»
Isto disse o magnânimo guerreiro
E, sopesando a lança quatro vezes,
Com força tira; e deste único tiro
Muitos lançaram o último suspiro.
Estrofes 37 e 38
Vendo as suas tropas a desanimar, D. João I,
Mestre da Avis, decide entusiasmar e elevar o
espírito das tropas com o seu discurso. D. João
apela aos guerreiros portugueses para que
defendam as suas terras, que a liberdade está ao
seu alcance. Então para engrandecer o seu
discurso D. João I decide dar o exemplo e com
uma lança só mata vários inimigos.
«Aqui a fera batalha se encruece
Com mortes, gritos, sangue e cutiladas;
A multidão da gente que perece
Tem as flores da própria cor mudadas.
Já as costas dão e as vidas; já falece
O furor e sobejam as lançadas;
Já de Castela o Rei desbaratado
Se vê e de seu propósito mudado.
«O campo vai deixando ao vencedor,
Contente de lhe não deixar a vida.
Seguem-no os que ficaram, e o temor
Lhe dá, não pés, mas asas à fugida.
Encobrem no profundo peito a dor
Da morte, da fazenda despendida,
Da mágoa, da desonra e triste nojo
De ver outrem triunfar de seu despojo.
«Alguns vão maldizendo e blasfemando
Do primeiro que guerra fez no mundo;
Outros a sede dura vão culpando
Do peito cobiçoso e sitibundo,
Que, por tomar o alheio, o miserando
Povo aventura às penas do Profundo,
Deixando tantas mães, tantas esposas,
Sem filhos, sem maridos, desditosas.
Estrofes 42, 43 e 44
Os castelhanos recuam e fogem do campo de
batalha. O número de mortes é vasto e o Rei de
Castela não tem outra alternativa se não fugir
vendo o erro que cometeu. Os castelhanos que se
retiram dão graças por permanecerem vivos. Os
castelhanos culpam o seu rei por uma guerra
travada com o propósito da ganância e da cobiça.
Por causa disso muitas mães e esposas ficaram
sem filhos e sem maridos.
Despedidas na praia de Belém
"Qual vai dizendo: —" Ó filho, a quem eu tinha
Só pera refrigério, e doce amparo
Desta cansada já velhice minha,
Que em choro acabará, penoso e amaro,
Por que me deixas, mísera e mesquinha?
Por que de mim te vás, ó filho caro,
A fazer o funéreo enterramento,
Onde sejas de peixes mantimento!"
“Qual em cabelo: —"Ó doce e amado esposo,
Sem quem não quis Amor que viver possa,
Por que is aventurar ao mar iroso
Essa vida que é minha, e não é vossa?
Como por um caminho duvidoso
Vos esquece a afeição tão doce nossa?
Nosso amor, nosso vão contentamento
Quereis que com as velas leve o vento?"
91ª estrofe: uma mãe lamenta que o filho
único que tem está abandonando para servir de
alimento aos peixes em vez de cuidar dela na a
qual já esta na velhice.
92ª estrofe: uma esposa estar a questionar o
marido do porquê de ele a trocar pelo mar e se
pode ele trocar o sentimento deles pela
incerteza dos ventos e do mar.
As falas da mãe e da esposa representam a
reação emocional à aventura.
"Nós outros sem a vista alevantarmos
Nem a mãe, nem a esposa, neste estado,
Por nos não magoarmos, ou mudarmos
Do propósito firme começado,
Determinei de assim nos embarcarmos
Sem o despedimento costumado,
Que, posto que é de amor usança boa,
A quem se aparta, ou fica, mais magoa.
"Nestas e outras palavras que diziam
De amor e de piedosa humanidade,
Os velhos e os meninos os seguiam,
Em quem menos esforço põe a idade.
Os montes de mais perto respondiam,
Quase movidos de alta piedade;
A branca areia as lágrimas banhavam,
Que em multidão com elas se igualavam.
92ª e 93ª estrofe: a multidão vai-se despedindo.
Vasco da Gama decide que embarcariam sem a
despedida que é habito, porque, ainda que seja
um bom costume porque mostra o amor das
pessoas, faz sofrer a quem parte e a quem fica.
Caracterização do Velho do Restelo
"Mas um velho d'aspeito venerando,
Que ficava nas praias, entre a gente,
Postos em nós os olhos, meneando
Três vezes a cabeça, descontente,
A voz pesada um pouco alevantando,
Que nós no mar ouvimos claramente,
C'um saber só de experiências feito,
Tais palavras tirou do experto peito:”
Um idoso de aspecto respeitável e de voz bem audível. Com sabedoria da experiência
de vida que tem, apresenta-se com uma atitude de descontentamento. O Velho do
Restelo representa todos aqueles que se opunham à louca aventura da Índia e
preferiam a guerra santa no Norte da África. As palavras pessimistas do velho acabam
por evidenciar o heroísmo dos homens
O Velho do Restelo
"Mas um velho d'aspeito venerando,
Que ficava nas praias, entre a gente,
Postos em nós os olhos, meneando
Três vezes a cabeça, descontente,
A voz pesada um pouco alevantando,
Que nós no mar ouvimos claramente,
C'um saber só de experiências feito,
Tais palavras tirou do experto peito:
- "Ó glória de mandar! Ó vã cobiça
Desta vaidade, a quem chamamos Fama!
Ó fraudulento gosto, que se atiça
C'uma aura popular, que honra se chama!
Que castigo tamanho e que justiça
Fazes no peito vão que muito te ama!
Que mortes, que perigos, que tormentas,
Que crueldades neles experimentas!
"Dura inquietação d'alma e da vida,
Fonte de desamparos e adultérios,
Sagaz consumidora conhecida
De fazendas, de reinos e de impérios:
Chamam-te ilustre, chamam-te subida,
Sendo dina de infames vitupérios;
Chamam-te Fama e Glória soberana,
Nomes com quem se o povo néscio engana!
94ª estrofe: descrição do velho
95ª e 96ª estrofe: razões negativas para a
viagem ser feita. Só trará perigos, mortes e dará
origem adultérios. Fama e glória são palavras
que só servem para enganar o povo.
97ª estrofe: pergunta que benefícios a viagem
trará em troca da desgraça toda que se irá
abater sobre o povo (mortes, desastres e
perigos) e que promessas serão feitas para
conseguir leva-los?
98ª estrofe: diz que o povo descende do
insensato e demente (Adão) cujo pecado
provocou não somente sua expulsão do paraíso,
mas também privou-o do estado de paz e de
inocência da idade de ouro e o colocou na idade
do ferro e das guerras
"A que novos desastres determinas
De levar estes reinos e esta gente?
Que perigos, que mortes lhe destinas
Debaixo dalgum nome preminente?
Que promessas de reinos, e de minas
D'ouro, que lhe farás tão facilmente?
Que famas lhe prometerás? que histórias?
Que triunfos, que palmas, que vitórias?
"Mas ó tu, geração daquele insano,
Cujo pecado e desobediência,
Não somente do reino soberano
Te pôs neste desterro e triste ausência,
Mas inda doutro estado mais que humano
Da quieta e da simples inocência,
Idade d'ouro, tanto te privou,
Que na de ferro e d'armas te deitou:
"Já que nesta gostosa vaidade
Tanto enlevas a leve fantasia,
Já que à bruta crueza e feridade
Puseste nome esforço e valentia,
Já que prezas em tanta quantidade
O desprezo da vida, que devia
De ser sempre estimada, pois que já
Temeu tanto perdê-la quem a dá:
"Não tens junto contigo o Ismaelita,
Com quem sempre terás guerras sobejas?
Não segue ele do Arábio a lei maldita,
Se tu pela de Cristo só pelejas?
Não tem cidades mil, terra infinita,
Se terras e riqueza mais desejas?
Não é ele por armas esforçado,
Se queres por vitórias ser louvado
99ª estrofe: dá o nome de esforço e valentia à
violenta crueldade e que V. da Gama dá valor
ao desprezo pela vida em vez de a amar e
preservar. Refere-se também a Cristo, que
receou a morte, na noite anterior à sua
crucificação.
100ª estrofe: Já que quer perder a vida, pode
ser com os Mouros e também enriquece o seu
povo.
"Deixas criar às portas o inimigo,
Por ires buscar outro de tão longe,
Por quem se despovoe o Reino antigo,
Se enfraqueça e se vá deitando a longe?
Buscas o incerto e incógnito perigo
Por que a fama te exalte e te lisonge,
Chamando-te senhor, com larga cópia,
Da Índia, Pérsia, Arábia e de Etiópia?
"Ó maldito o primeiro que no mundo
Nas ondas velas pôs em seco lenho,
Dino da eterna pena do profundo,
Se é justa a justa lei, que sigo e tenho!
Nunca juízo algum alto e profundo,
Nem cítara sonora, ou vivo engenho,
Te dê por isso fama nem memória,
Mas contigo se acabe o nome e glória.
101ª estrofe: ainda não terminou com um
inimigo e já parte há procura de outro. O objeto
a quem se dirige o Velho vai mudando no
decorrer do discurso.
102ª estrofe: amaldiçoa o homem que fez o
primeiro barco como merecedor do inferno se
houver justiça em que acredita. E com o
criador do primeiro barco, morra a sua fama,
a sua reputação e a sua glória.
"Trouxe o filho de Jápeto do Céu
O fogo que ajuntou ao peito humano,
Fogo que o mundo em armas acendeu
Em mortes, em desonras (grande engano).
Quanto melhor nos fora, Prometeu,
E quanto para o mundo menos dano,
Que a tua estátua ilustre não tivera
Fogo de altos desejos, que a movera!
"Não cometera o moço miserando
O carro alto do pai, nem o ar vazio
O grande Arquiteto co'o filho, dando
Um, nome ao mar, e o outro, fama ao rio.
Nenhum cometimento alto e nefando,
Por fogo, ferro, água, calma e frio,
Deixa intentado a humana geração.
Mísera sorte, estranha condição!"
103ª e 104ª estrofe: Afirma que o fogo que
o filho de Jápeto acendeu em armas, em
mortes, em desonras e por isso, um grande erro
dar o fogo à humanidade.
Refere a Faeton ou Faetonte, filho de Apolo, o
deus Sol, que foi imprudente e caiu com o carro
do pai no rio Eridano e Dédalo que, com cera e
penas, construiu asas para si e para seu filho
Ícaro que, descuidado, voou rumo ao sol e
acabou caindo no mar
O filho de Jápeto era Prometeu, o titã que
roubou o fogo dos deuses e o deu aos homens.
Prometeu trouxe o fogo do Olimpo escondido
em uma estátua humana. Foi condenado a ficar
preso num rochedo enquanto uma águia lhe
comia as entranhas.
Roubo do fogo, de Christian Griepenkerl.
Prometeu acorrentado enquanto a águia devora suas
viceras.
Resumo
Prosseguindo a narrativa da História de Portugal ao rei de
Melinde, Vasco da Gama conta agora à história da
segunda dinastia, desde os reinados de D. João I até D.
Manuel. Destaca-se o episódio da Batalha de Aljubarrota.
O canto termina com a partida das naus e as palavras
profeticamente pessimistas proferidas pelo Velho do
Restelo, que condena a «glória de mandar» e a «vã
cobiça» que levam à partida dos Portugueses para o
longínquo Oriente em busca da Fama, em vez de o
fazerem junto do país combatendo os mouros no Norte de
África.
FONTES:
CAMÕES, Luis Vaz de. Os Lusíadas
https://www.google.com.br/search
https://www.slideshare.net/ClaudiaLazarini/oslusiadas-modificado
https://www.slideshare.net/Shidochigo/velho-do-restelo-6950977
http://www.alvarenga.net/canto4.htm
http://www.osonho.com/2011/lusiedas.htm
https://www.todamateria.com.br/vasco-da-gama/
http://notaterapia.com.br/2016/06/10/18-curiosidades-sobre-a-vida-de-
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Despedidas emocionantes na praia de Belém

  • 1. * ERISMAR PEREIRA EMANUELA ALMEIDA JOSEFA ANTONIA “OS LUSÍADAS” CANTO IV LUIS VAZ DE CAMÕES
  • 2. CANTO IV “OS LUSÍADAS” ROTEIRO DE APRESENTAÇÃO Luis Vaz de Camões Algumas curiosidades Vasco da Gama Estrofes e análise: Batalha de Aljubarrota Estrofes e análise : Despedidas na praia de Belém/Lisboa Caracterização do velho do restelo Estrofes e análise: O velho do restelo “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, muda-se o ser, muda-se a confiança; Todo o mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades.” Camões.
  • 3. Luís Vaz de Camões Nasceu provavelmente em Lisboa no ano de 1524 ou 1525. Filho de Simão Vaz de Camões e de Ana de Sá, acredita-se que pertencia à pequena nobreza. Conviveu com pessoas importantes da Corte, tinha uma vida atribulada, envolvendo-se em amores e aventura. Esteve preso várias vezes, devido a desordens. Ainda jovem, interessou-se pela literatura iniciando sua carreira literária como um poeta lírico na corte de Dom João III. Muitos historiadores dizem que nesse período Camões teve uma vida muito boêmia. Na altura, também passou por uma desilusão amorosa, momento em que decidiu tornar-se um soldado. ingressou no Exército da Coroa de Portugal e em 1547 embarcou como soldado para a África
  • 4. Entre 1549 e 1551, esteve em Ceuta, como soldado da Coroa de Portugal e em 1547 embarcou como soldado para a África (foi aqui, em combate, que perdeu o olho direito). Viajou para as Índias para servir ao Rei D. João III. Durante a viagem, sofreu uma grande tempestade no Cabo da boa Esperança. A fama de destemido e boémio, as constantes brigas em que se envolvia pelas ruelas de Lisboa noturna, deram- lhe a alcunha de Trinca-Fortes.
  • 5. No ano de 1571, obteve licença da Inquisição para publicar a obra, o que aconteceu no ano seguinte, em 1572. porém, meses antes, lera a obra ao Rei D. Sebastião. Em 28 de Junho de 1572, o Rei D. Sebastião concedeu ao poeta uma pensão anual no valor de 15 mil réis. Camões morreu no dia 10 de Junho de 1580. “Dia de Portugal” Frei José Índio, frade Carmelita, viu-o morrer e descreveu indignado, os últimos momentos do grande poeta: “que cousa mais lastimosa que ver um tão grande engenho mal logrado. Eu vi-o morrer num hospital de Lisboa sem ter um lençol com que cobrir-se.”
  • 6. CURIOSIDADES ……diz-se que Camões terá encontrado em Macau uma gruta onde se refugiou para escrever parte d’Os Lusíadas… ……diz-se que, quando regressou a Goa depois de ter estado em Macau, Camões naufragou e, a nado, conseguiu salvar o manuscrito d’Os Lusíadas… Em 1579 ou 1580 Luís Vaz de Camões morre, sendo o seu funeral realizado a expensas de um nobre, D. Gonçalves Coutinho, que mandou colocar sobre a sua sepultura a seguinte transcrição: “Aqui jaz Luís de Camões, príncipe dos poetas do seu tempo. Viveu pobre e miseravelmente e assim morreu”. Parece que foi um pequeno poeta na corte de Dom João III, mas era incapaz de estar parado. Era também um grande namorador! Há quem diga que seu forte era a conversa com as moças, obviamente sobre poesia e arte. Os Lusíadas têm 25 407 carateres excluindo espaços, distribuídos por 55 433 palavras, em 8816 versos, agrupados em 1102 estrofes, distribuídas por dez cantos. Na obra de Luís de Camões surgem 739 nomes geográficos, 392 nomes históricos e 539 nomes mitológicos.
  • 7. Vasco da Gama Vasco da Gama nasceu em 1469 em Sines, na região do Alentejo, Portugal. Filho de Estêvão da Gama e Isabel Sodré, sua família era nobre e abastada. Estudou navegação e matemática em Évora, o que lhe auxiliou nas diversas viagens que realizou. Seu pai era um navegador experiente e, com sua morte, Dom João II resolve colocar Vasco da Gama em seu lugar. Ele passou pelos oceanos Atlântico e Índico chegando às Índias e estabelecendo as rotas de especiarias. Após o seu grande feito, tornou-se um homem rico e respeitado no país. Vasco da Gama foi um navegador e explorador português. Na era dos Descobrimentos, destacou-se por ter sido o comandante dos primeiros navios a navegar da Europa para a Índia, na mais longa viagem oceânica até então realizada, superior a uma volta completa ao mundo pelo Equador. No fim da vida foi, por um breve período, Vice-Rei da Índia. Vasco da Gama.
  • 8. VIAGEM DE VASCO DA GAMA CANTO IV
  • 9. Canto IV Crise dinástica de 1383-1385 (1-5) Invasão de Castela (6-11) Reinado de D. Joao I -Discurso de Nuno Alvares (12-27) -Batalha de Aljubarrota (28-45) -Outras lutas com Castela (46-47) -Conquista de Ceuta (48-50) Reinado de D. Duarte (51-53) Reinado de D. Afonso V (54-59)
  • 10. Reinado de D. João II (60-65) Reinado de D. Manuel I -Sonho profético do monarca (67-75) -Preparativos da armada (76-89) -Despedidas em Belém (90-93) -Velho do restelo (94-104)
  • 11.
  • 12. Batalha de Ajubarrota «Deu sinal a trombeta Castelhana, Horrendo, fero, ingente e temeroso; Ouviu-o o monte Artabro, e Guadiana Atrás tornou as ondas de medroso. Ouviu[-o] o Douro e a terra Transtagana; Correu ao mar o Tejo duvidoso; E as mães, que o som terríbil escuitaram, Aos peitos os filhinhos apertaram. «Quantos rostos ali se vêm sem cor, Que ao coração acode o sangue amigo! Que, nos perigos grandes, o temor É maior muitas vezes que o perigo. E se o não é, parece-o; que o furor De ofender ou vencer o duro imigo Faz não sentir que é perda grande e rara Dos membros corporais, da vida cara. Estrofes 28 e 29 Sinal da trombeta dar inicio a batalha. O som da trombeta ouve-se por todo Portugal. Até teve efeito na natureza: o mar medroso e o Tejo duvidoso. Ambos os lados preparam-se para atacar. As mães encontram-se receosas pela vida dos seus filhos que travam a batalha.
  • 13. «Começa-se a travar a incerta guerra: De ambas partes se move a primeira ala; Uns leva a defensão da própria terra, Outros as esperanças de ganhá-la. Logo o grande Pereira, em quem se encerra Todo o valor, primeiro se assinala: Derriba e encontra e a terra enfim semeia Dos que a tanto desejam, sendo alheia. «Já pelo espesso ar os estridentes Farpões, setas e vários tiros voam; Debaxo dos pés duros dos ardentes Cavalos treme a terra, os vales soam. Espedaçam-se as lanças, e as frequentes Quedas co as duras armas tudo atroam. Recrecem os imigos sobre a pouca Gente do fero Nuno, que os apouca. Estrofes 30 e 31 A batalha decorre com o movimento de ambas as primeiras filas dos exércitos. Nuno Alvares Pereira rapidamente destaca-se avançando primeiro. Deste modo, o Grande Pereira deixa um rasto de mortos. A disputa permanece com a adição de farpões, setas, e cavalaria porém nada pára os Portugueses que seguem em frente.
  • 14. «Eis ali seus irmãos contra ele vão (Caso feio e cruel!); mas não se espanta, Que menos é querer matar o irmão, Quem contra o Rei e a Pátria se alevanta. Destes arrenegados muitos são No primeiro esquadrão, que se adianta Contra irmãos e parentes (caso estranho), Quais nas guerras civis de Júlio [e] Magno. «Ó tu, Sertório, ó nobre Coriolano, Catilina, e vós outros dos antigos Que contra vossas pátrias com profano Coração vos fizestes inimigos: Se lá no reino escuro de Sumano Receberdes gravíssimos castigos, Dizei-lhe que também dos Portugueses Alguns tredores houve algũas vezes. Estrofes 32 e 33 D. Nuno confronta-se com os próprios irmãos do lado dos Castelhanos, contudo matar os seus próprios irmãos é irrelevante porque trair a sua Pátria é pior. Sertório, Coroliano e Catilina aliaram-se com nações estrangeiras para combater Roma, isto é, combateram sacrilegamente a própria pátria. E por isso foram castigados no inferno, podem alegar a seu favor que até mesmo entre os Portugueses houve traidores.
  • 15. «Corre raivoso e freme e com bramidos Os montes Sete Irmãos atroa e abala: Tal Joane, com outros escolhidos Dos seus, correndo acode à primeira ala: – «Ó fortes companheiros, ó subidos Cavaleiros, a quem nenhum se iguala, Defendei vossas terras, que a esperança Da liberdade está na nossa lança! «Vedes-me aqui, Rei vosso e companheiro, Que entre as lanças e setas e os arneses Dos inimigos corro e vou primeiro; Pelejai, verdadeiros Portugueses!» Isto disse o magnânimo guerreiro E, sopesando a lança quatro vezes, Com força tira; e deste único tiro Muitos lançaram o último suspiro. Estrofes 37 e 38 Vendo as suas tropas a desanimar, D. João I, Mestre da Avis, decide entusiasmar e elevar o espírito das tropas com o seu discurso. D. João apela aos guerreiros portugueses para que defendam as suas terras, que a liberdade está ao seu alcance. Então para engrandecer o seu discurso D. João I decide dar o exemplo e com uma lança só mata vários inimigos.
  • 16. «Aqui a fera batalha se encruece Com mortes, gritos, sangue e cutiladas; A multidão da gente que perece Tem as flores da própria cor mudadas. Já as costas dão e as vidas; já falece O furor e sobejam as lançadas; Já de Castela o Rei desbaratado Se vê e de seu propósito mudado. «O campo vai deixando ao vencedor, Contente de lhe não deixar a vida. Seguem-no os que ficaram, e o temor Lhe dá, não pés, mas asas à fugida. Encobrem no profundo peito a dor Da morte, da fazenda despendida, Da mágoa, da desonra e triste nojo De ver outrem triunfar de seu despojo. «Alguns vão maldizendo e blasfemando Do primeiro que guerra fez no mundo; Outros a sede dura vão culpando Do peito cobiçoso e sitibundo, Que, por tomar o alheio, o miserando Povo aventura às penas do Profundo, Deixando tantas mães, tantas esposas, Sem filhos, sem maridos, desditosas. Estrofes 42, 43 e 44 Os castelhanos recuam e fogem do campo de batalha. O número de mortes é vasto e o Rei de Castela não tem outra alternativa se não fugir vendo o erro que cometeu. Os castelhanos que se retiram dão graças por permanecerem vivos. Os castelhanos culpam o seu rei por uma guerra travada com o propósito da ganância e da cobiça. Por causa disso muitas mães e esposas ficaram sem filhos e sem maridos.
  • 17.
  • 18. Despedidas na praia de Belém "Qual vai dizendo: —" Ó filho, a quem eu tinha Só pera refrigério, e doce amparo Desta cansada já velhice minha, Que em choro acabará, penoso e amaro, Por que me deixas, mísera e mesquinha? Por que de mim te vás, ó filho caro, A fazer o funéreo enterramento, Onde sejas de peixes mantimento!" “Qual em cabelo: —"Ó doce e amado esposo, Sem quem não quis Amor que viver possa, Por que is aventurar ao mar iroso Essa vida que é minha, e não é vossa? Como por um caminho duvidoso Vos esquece a afeição tão doce nossa? Nosso amor, nosso vão contentamento Quereis que com as velas leve o vento?" 91ª estrofe: uma mãe lamenta que o filho único que tem está abandonando para servir de alimento aos peixes em vez de cuidar dela na a qual já esta na velhice. 92ª estrofe: uma esposa estar a questionar o marido do porquê de ele a trocar pelo mar e se pode ele trocar o sentimento deles pela incerteza dos ventos e do mar. As falas da mãe e da esposa representam a reação emocional à aventura.
  • 19. "Nós outros sem a vista alevantarmos Nem a mãe, nem a esposa, neste estado, Por nos não magoarmos, ou mudarmos Do propósito firme começado, Determinei de assim nos embarcarmos Sem o despedimento costumado, Que, posto que é de amor usança boa, A quem se aparta, ou fica, mais magoa. "Nestas e outras palavras que diziam De amor e de piedosa humanidade, Os velhos e os meninos os seguiam, Em quem menos esforço põe a idade. Os montes de mais perto respondiam, Quase movidos de alta piedade; A branca areia as lágrimas banhavam, Que em multidão com elas se igualavam. 92ª e 93ª estrofe: a multidão vai-se despedindo. Vasco da Gama decide que embarcariam sem a despedida que é habito, porque, ainda que seja um bom costume porque mostra o amor das pessoas, faz sofrer a quem parte e a quem fica.
  • 20. Caracterização do Velho do Restelo "Mas um velho d'aspeito venerando, Que ficava nas praias, entre a gente, Postos em nós os olhos, meneando Três vezes a cabeça, descontente, A voz pesada um pouco alevantando, Que nós no mar ouvimos claramente, C'um saber só de experiências feito, Tais palavras tirou do experto peito:” Um idoso de aspecto respeitável e de voz bem audível. Com sabedoria da experiência de vida que tem, apresenta-se com uma atitude de descontentamento. O Velho do Restelo representa todos aqueles que se opunham à louca aventura da Índia e preferiam a guerra santa no Norte da África. As palavras pessimistas do velho acabam por evidenciar o heroísmo dos homens
  • 21. O Velho do Restelo "Mas um velho d'aspeito venerando, Que ficava nas praias, entre a gente, Postos em nós os olhos, meneando Três vezes a cabeça, descontente, A voz pesada um pouco alevantando, Que nós no mar ouvimos claramente, C'um saber só de experiências feito, Tais palavras tirou do experto peito: - "Ó glória de mandar! Ó vã cobiça Desta vaidade, a quem chamamos Fama! Ó fraudulento gosto, que se atiça C'uma aura popular, que honra se chama! Que castigo tamanho e que justiça Fazes no peito vão que muito te ama! Que mortes, que perigos, que tormentas, Que crueldades neles experimentas! "Dura inquietação d'alma e da vida, Fonte de desamparos e adultérios, Sagaz consumidora conhecida De fazendas, de reinos e de impérios: Chamam-te ilustre, chamam-te subida, Sendo dina de infames vitupérios; Chamam-te Fama e Glória soberana, Nomes com quem se o povo néscio engana! 94ª estrofe: descrição do velho 95ª e 96ª estrofe: razões negativas para a viagem ser feita. Só trará perigos, mortes e dará origem adultérios. Fama e glória são palavras que só servem para enganar o povo.
  • 22. 97ª estrofe: pergunta que benefícios a viagem trará em troca da desgraça toda que se irá abater sobre o povo (mortes, desastres e perigos) e que promessas serão feitas para conseguir leva-los? 98ª estrofe: diz que o povo descende do insensato e demente (Adão) cujo pecado provocou não somente sua expulsão do paraíso, mas também privou-o do estado de paz e de inocência da idade de ouro e o colocou na idade do ferro e das guerras "A que novos desastres determinas De levar estes reinos e esta gente? Que perigos, que mortes lhe destinas Debaixo dalgum nome preminente? Que promessas de reinos, e de minas D'ouro, que lhe farás tão facilmente? Que famas lhe prometerás? que histórias? Que triunfos, que palmas, que vitórias? "Mas ó tu, geração daquele insano, Cujo pecado e desobediência, Não somente do reino soberano Te pôs neste desterro e triste ausência, Mas inda doutro estado mais que humano Da quieta e da simples inocência, Idade d'ouro, tanto te privou, Que na de ferro e d'armas te deitou:
  • 23. "Já que nesta gostosa vaidade Tanto enlevas a leve fantasia, Já que à bruta crueza e feridade Puseste nome esforço e valentia, Já que prezas em tanta quantidade O desprezo da vida, que devia De ser sempre estimada, pois que já Temeu tanto perdê-la quem a dá: "Não tens junto contigo o Ismaelita, Com quem sempre terás guerras sobejas? Não segue ele do Arábio a lei maldita, Se tu pela de Cristo só pelejas? Não tem cidades mil, terra infinita, Se terras e riqueza mais desejas? Não é ele por armas esforçado, Se queres por vitórias ser louvado 99ª estrofe: dá o nome de esforço e valentia à violenta crueldade e que V. da Gama dá valor ao desprezo pela vida em vez de a amar e preservar. Refere-se também a Cristo, que receou a morte, na noite anterior à sua crucificação. 100ª estrofe: Já que quer perder a vida, pode ser com os Mouros e também enriquece o seu povo.
  • 24. "Deixas criar às portas o inimigo, Por ires buscar outro de tão longe, Por quem se despovoe o Reino antigo, Se enfraqueça e se vá deitando a longe? Buscas o incerto e incógnito perigo Por que a fama te exalte e te lisonge, Chamando-te senhor, com larga cópia, Da Índia, Pérsia, Arábia e de Etiópia? "Ó maldito o primeiro que no mundo Nas ondas velas pôs em seco lenho, Dino da eterna pena do profundo, Se é justa a justa lei, que sigo e tenho! Nunca juízo algum alto e profundo, Nem cítara sonora, ou vivo engenho, Te dê por isso fama nem memória, Mas contigo se acabe o nome e glória. 101ª estrofe: ainda não terminou com um inimigo e já parte há procura de outro. O objeto a quem se dirige o Velho vai mudando no decorrer do discurso. 102ª estrofe: amaldiçoa o homem que fez o primeiro barco como merecedor do inferno se houver justiça em que acredita. E com o criador do primeiro barco, morra a sua fama, a sua reputação e a sua glória.
  • 25. "Trouxe o filho de Jápeto do Céu O fogo que ajuntou ao peito humano, Fogo que o mundo em armas acendeu Em mortes, em desonras (grande engano). Quanto melhor nos fora, Prometeu, E quanto para o mundo menos dano, Que a tua estátua ilustre não tivera Fogo de altos desejos, que a movera! "Não cometera o moço miserando O carro alto do pai, nem o ar vazio O grande Arquiteto co'o filho, dando Um, nome ao mar, e o outro, fama ao rio. Nenhum cometimento alto e nefando, Por fogo, ferro, água, calma e frio, Deixa intentado a humana geração. Mísera sorte, estranha condição!" 103ª e 104ª estrofe: Afirma que o fogo que o filho de Jápeto acendeu em armas, em mortes, em desonras e por isso, um grande erro dar o fogo à humanidade. Refere a Faeton ou Faetonte, filho de Apolo, o deus Sol, que foi imprudente e caiu com o carro do pai no rio Eridano e Dédalo que, com cera e penas, construiu asas para si e para seu filho Ícaro que, descuidado, voou rumo ao sol e acabou caindo no mar O filho de Jápeto era Prometeu, o titã que roubou o fogo dos deuses e o deu aos homens. Prometeu trouxe o fogo do Olimpo escondido em uma estátua humana. Foi condenado a ficar preso num rochedo enquanto uma águia lhe comia as entranhas.
  • 26. Roubo do fogo, de Christian Griepenkerl. Prometeu acorrentado enquanto a águia devora suas viceras.
  • 27. Resumo Prosseguindo a narrativa da História de Portugal ao rei de Melinde, Vasco da Gama conta agora à história da segunda dinastia, desde os reinados de D. João I até D. Manuel. Destaca-se o episódio da Batalha de Aljubarrota. O canto termina com a partida das naus e as palavras profeticamente pessimistas proferidas pelo Velho do Restelo, que condena a «glória de mandar» e a «vã cobiça» que levam à partida dos Portugueses para o longínquo Oriente em busca da Fama, em vez de o fazerem junto do país combatendo os mouros no Norte de África.
  • 28. FONTES: CAMÕES, Luis Vaz de. Os Lusíadas https://www.google.com.br/search https://www.slideshare.net/ClaudiaLazarini/oslusiadas-modificado https://www.slideshare.net/Shidochigo/velho-do-restelo-6950977 http://www.alvarenga.net/canto4.htm http://www.osonho.com/2011/lusiedas.htm https://www.todamateria.com.br/vasco-da-gama/ http://notaterapia.com.br/2016/06/10/18-curiosidades-sobre-a-vida-de- camoes-que-voce-provavelmente-nao-sabia/