SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 8
Baixar para ler offline
O profissional em Educação Matemática
Adaptado de Sérgio Lorenzato & Dario Fiorentini, 2001 (Preprint)
O educador matemático é aquele que concebe a Matemática como um meio: ele educa
através da Matemática. Tem por objetivo a formação do cidadão e, devido a isso, questiona qual a
Matemática e qual o ensino são adequados e relevantes para essa formação. Suas atividades se
desenvolvem nas escolas de ensino fundamental e médio, nas Secretarias de Educação e nos
centros de formação de professores. É o educador matemático um profissional responsável pela
formação educacional e social de crianças, jovens e adultos, dos professores de matemática (de
nível fundamental e médio) e também pela formação dos formadores de professores. Suas
pesquisas são realizadas, utilizando-se essencialmente fundamentação teórica e métodos das
Ciências Sociais e Humanas.
O surgimento da Educação Matemática enquanto campo profissional e científico
Tomando por base o estudo de Kilpatrick (1992), poderíamos destacar pelo menos três
determinantes para o surgimento da Educação Matemática enquanto campo profissional e
científico. O primeiro é atribuído à preocupação dos próprios matemáticos e de professores de
Matemática sobre a qualidade da divulgação e socialização das idéias matemáticas às novas
gerações. Essa preocupação dizia respeito tanto à melhoria de suas aulas quanto à atualização e
modernização do currículo escolar da Matemática. De acordo com Schubring (1999) a
Matemática foi a primeira das disciplinas escolares a deflagrar um movimento internacional de
reformulação curricular. Este movimento aconteceu a partir da Alemanha, no início do século
XX, sob a liderança do matemático Felix Klein.
O segundo fato é atribuído à iniciativa das universidades européias, no final do século
XIX, em promover formalmente a formação de professores secundários. Isso contribuiu para o
surgimento de especialistas universitários em ensino de Matemática.
O terceiro fato diz respeito aos estudos experimentais realizados por psicólogos
americanos e europeus, desde o início do século XX, sobre o modo como as crianças aprendiam a
Matemática.
No entanto, em nível internacional, a pesquisa em Educação Matemática daria um salto
significativo a partir do “Movimento da Matemática Moderna”, ocorrido nos anos 50 e 60. Esse
movimento surgiu, de um lado motivado pela Guerra Fria, entre Rússia e Estados Unidos e, de
outro, como resposta à constatação após a 2a
Guerra Mundial, de uma considerável defasagem
entre o progresso científico-tecnológico e o currículo escolar então vigente. A Sociedade norte-
americana de Matemática, por exemplo, optou, em 1958, por direcionar suas pesquisas ao
desenvolvimento de um novo currículo escolar de Matemática. Surgiram então vários grupos de
pesquisa envolvendo matemáticos, educadores e psicólogos. O mais influente deles foi o School
Mathematics Study Group , que se notabilizou pela publicação de livros didáticos e pela
disseminação do ideário modernista para além das fronteira norte-americanas, atingindo também
o Brasil.
É a partir desse período que também surgem, principalmente nos Estados Unidos, os
primeiros programas específicos de mestrado e doutorado em Educação Matemática. Os estudos
nessa área cresceram tanto, que, segundo Kilpatrick (1992), até o final dos anos 80, já haviam
sido realizados mais de cinco mil estudos na área, a maioria nos Estados Unidos.
O surgimento da Educação Matemática no Brasil também teve início a partir do
Movimento da Matemática Moderna, mais precisamente no final dos anos 70 e durante a década
de 80. É nesse período que surge a Sociedade Brasileira de Educação Matemática (SBEM) e os
primeiros programas de pós-graduação em Educação Matemática.
Existem no Brasil, atualmente (2000), quase duas dezenas de programas stricto sensu de
Pós-graduação (mestrado e doutorado) em Educação Matemática. Dentre eles: a UNESP- Rio
Claro, USU- Rio de Janeiro, PUC- SP, FE-UNICAMP- Campinas, FE-USP-SP, PUC-RJ, FE-
UFSC, UFRN, UFES, UFMS, UNISINOS, FURB, UPF, UNIJUI. Temos hoje, no Brasil, uma
comunidade de educadores matemáticos que conta com uma associação própria (SBEM).
Congregando cerca de 12 mil associados.
O objeto de estudo da Educação Matemática
Embora ainda em construção, poderíamos dizer que o objeto de estudo da Educação
Matemática consiste nas múltiplas relações e determinações entre ensino, aprendizagem e
conhecimento matemático. Isso não significa que uma determinada investigação não possa
priorizar o estudo de um desses elementos da tríade, ou de uma dessas relações. Mas, ao mesmo
tempo que isso acontece, os outros elementos jamais podem ser totalmente ignorados.
Objetivos da pesquisa em Educação Matemática
Embora os objetivos da investigação em Educação Matemática sejam múltiplos e difíceis
de serem categorizados, pois variam de acordo com cada problema ou questão de pesquisa,
podemos afirmar que, sob um aspecto amplo e não imediato, existem dois objetivos básicos:
♦ um, de natureza pragmática, que visa a melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem
da Matemática;
♦ outro, de natureza científica, que visa desenvolver a Educação Matemática enquanto campo
de investigação e produção de conhecimentos.
Algumas questões ou perguntas específicas da investigação em Educação Matemática
Apesar da Educação Matemática estar na interseção de vários campos científicos
(Matemática, Psicologia, Pedagogia, Sociologia, Epistemologia, Ciências Cognitivas,...) ela tem
seus próprios problemas e questões de estudo, não podendo ser vista como aplicação particular
desses campos.
Existem dois tipos básicos de perguntas quando se faz pesquisa em Educação Matemática
e têm a ver com os objetivos expostos anteriormente:
♦ Aquelas que surgem diretamente da prática de ensino, ou melhor, da reflexão do
educador sobre sua própria prática e sobre a prática dos outros.
♦ Aquelas que são geradas a partir de investigações ou estudos precedentes ou da
própria literatura.
Tendências temáticas e metodológicas da pesquisa em Educação Matemática
De acordo com Kilpatrick (1994) existem sete temáticas de investigação, em Educação
Matemática, “em alta” nos anos 90. São elas:
♦ Processos de ensino/aprendizagem de Matemática;
♦ Mudanças curriculares;
♦ Emprego de tecnologias no ensino de Matemática;
♦ Prática docente;
♦ Desenvolvimento profissional (de professores);
♦ Práticas de avaliação; contexto sócio-cultural e político do ensino/aprendizagem de
Matemática.
1. Processos de ensino/aprendizagem de Matemática:
Nesta temática estão relacionados os estudos que tem como objeto de pesquisa o processo
de ensino e aprendizagem de Matemática. A principal mudança verificada nos últimos anos é que
estes estudos deixaram de focalizar aspectos muito gerais da aprendizagem e passaram a
focalizar a aprendizagem de conteúdos matemáticos mais específicos. O foco de estudo mais
prestigiado pelas pesquisas tem sido o processo de contagem e as operações fundamentais com
números naturais, nas séries iniciais. Só mais recentemente, maior atenção tem sido dada ao
estudo dos números racionais, da Álgebra, da Geometria, da Probabilidade e do Cálculo
Diferencial e Integral.
Relacionadas a esta temática são encontradas as seguintes tendências:
♦ Ensino médio e superior passaram a ser, também, fortes objetos de investigação;
♦ À medida que surgem novas aplicações da Matemática, têm surgido pesquisas sobre
como elas poderiam ser ensinadas ou aprendidas;
♦ As respostas corretas e incorretas às tarefas ou problemas matemáticos e as
estratégias utilizadas pelos alunos e outros sujeitos para obtê-las, continuam ainda a
interessar os pesquisadores da área;
♦ Ainda são pesquisados os esquemas cognitivos gerais e as estruturas cognitivas
desenvolvidas pelos alunos frente à solução de problemas;
♦ As pesquisas sobre aprendizagem individual é ainda predominante em relação àquela
que ocorre em grupos de alunos nos processos interativos em sala de aula;
♦ As atitudes, crenças e concepções dos alunos frente à Matemática continuam atraindo
a atenção dos investigadores, embora seja notada uma leve mudança nos últimos
anos, tendo surgido também interesse pelas representações sociais.
Além dessas tendências apontadas, verificamos recentemente a emergência de estudos
metacognitivos, isto é, aqueles que procuram investigar o modo como os alunos percebem e
relatam seu processo de solução de problemas ou de aprendizagem de algum conceito
matemático. Essas pesquisas têm freqüentemente utilizado como recurso de coleta de dados os
mapas conceituais elaborados pelos próprios alunos.
2. Mudanças curriculares:
A primeira questão que surge para o investigador, com relação a esse tema, é: “quais são
os fatores que provocam as mudanças curriculares e como estas se processam na prática escolar?”
Podemos apontar, além das pressões sociais, econômicas e políticas em relação à formação dos
novos profissionais, a pressão dos especialistas e acadêmicos em querer transpor para a sala de
aula os resultados de suas pesquisas sobre o ensino da Matemática. Um terceiro tipo de mudança
é atribuída aos próprios professores que, através da pesquisa-ação, tentam, eles mesmos, produzir
as inovações curriculares que julgam convenientes.
O estudo dessas mudanças e, sobretudo, dos efeitos dessas mudanças, constituem temas
ou problemas de interesse da pesquisa em Educação Matemática:
♦ Efeitos do Movimento da Matemática Moderna na prática escolar ou no ideário dos
professores de Matemática;
♦ Estudos comparativos entre diversos países tanto em relação ao currículo proposto
oficialmente quanto em relação ao currículo “em ação” (aquele que efetivamente
acontece na sala de aula) ou àquele que os alunos realmente aprendem;
♦ Efeitos do uso da modelagem matemática – explorando o estudo de problemas da
vida real – no ensino e na aprendizagem de Matemática nas escolas;
♦ Efeitos do uso de tecnologias educacionais (vídeo, calculadoras, computadores,
internet) no ensino de Matemática – que podem promover uma mudança na
abordagem (ou prática pedagógica) e no modo de ver e conceber a Matemática e seu
ensino;
♦ A importância do estudo da história e epistemologia das idéias matemáticas na
configuração do currículo;
♦ Devido à recente concepção de que a aprendizagem representa um processo de
construção social de significados, a pesquisa tem passado a dar mais atenção à visão e
aos sentidos que os alunos apresentam em relação às idéias e representações
matemáticas do que simplesmente às informações que os alunos recebem em aula e
são capazes de devolvê-las nas provas.
♦ Outra mudança da investigação em Educação Matemática que se tem verificado
ultimamente é a maior importância atribuída pelos investigadores ao currículo em
ação – aquele que efetivamente acontece em classe - em detrimento daquele proposto
ou planejado e supostamente avaliado pelos professores.
3. Emprego de novas tecnologias no ensino de Matemática:
A atenção dos investigadores e elaboradores de tecnologia educacional e vídeo interativo
foi direcionada ao desenvolvimento de projetos e programas para o ensino, alguns para
alunos e outros para professores, para serem manejados por professores e não por
técnicos.
As novas tecnologias permitem aos estudantes não apenas estudar temas tradicionais de
maneira nova, mas também explorar temas novos como a geometria fractal.
Embora as calculadoras, sobretudo as gráficas, que produzem gráficos e trabalham com
funções algébricas) sejam ainda utilizadas e investigadas em sala de aula, atualmente, os micro-
computadores e a internet vem ganhando cada dia mais espaço e adeptos tanto na prática escolar
como na pesquisa educacional.
Entretanto, pouco ainda se conhece sobre o impacto das novas tecnologias em sala de
aula, tanto no que diz respeito às crenças, às habilidades, às concepções e reações de professores,
alunos e pais como, também, ao próprio processo de ensino.
Alguns acreditam (sobretudo os responsáveis pelas políticas educacionais) que as novas
tecnologias são a nova panacéia para solucionar todos os males da educação...
4. Práticas docentes (crenças, concepções e saberes práticos):
Até meados da década de 70, as pesquisas em Educação Matemática focalizavam mais a
aprendizagem que o processo de ensino ou o trabalho didático-pedagógico.
Quando os estudos sobre o processo de ensino começaram a aparecer com mais
freqüência, estes revelavam uma preocupação maior com os efeitos dos diferentes métodos ou
materiais de ensino na aprendizagem dos alunos. Estes estudos compreendiam basicamente
testagem ou validação de novas técnicas ou materiais de ensino.
A partir da metade da década de 80, os pesquisadores passaram a interessar-se, por um
lado, sobre como os professores manifestam seus conhecimentos e suas crenças no processo de
ensino e, por outro lado, sobre como os alunos aprendem e compreendem aspectos específicos da
Matemática.
No início da mesma década, Thompson (1984) deu início às investigações sobre a relação
entre as concepções e crenças dos professores e sua prática pedagógica. Os resultados dos estudos
que se seguiram mostram que o conhecimento e as crenças dos professores transformam-se
continuamente e afetam, de modo significativo, a forma como os professores organizam e
ministram suas aulas.
A partir dos anos 80, surgem também estudos que investigam os conhecimentos
profissionais dos professores. Estudos mais recentes, partindo do pressuposto que os professores
produzem, na prática, saberes práticos sobre a Matemática escolar, currículo, atividade, ensino,
aprendizagem, mostram que esses saberes práticos transformam-se continuamente sobretudo
quando realizam uma prática reflexiva ou investigativa.
5. Desenvolvimento profissional (de professores):
Os estudos sobre os saberes profissionais do professor têm revelado baixos níveis de
compreensão e domínio do conhecimento matemático a ser ensinado. Relacionado a esse
problema, ainda continua em alta o debate sobre que tipo de conhecimento matemático devem
Ter os professores e como devem combiná-lo com seu conhecimento pedagógico. Se a pesquisa
não pode decidir sobre isso, pelo menos ela pode aprofundar nossa compreensão sobre como os
professores utilizam seu conhecimento no ensino.
Os estudos de correlação entre as características dos professores e sua relação com o
desempenho dos alunos têm sido, em sua maior parte, improdutivos. Por isso, os pesquisadores
começaram a entrar em sala de aula para avaliar de perto a ação e o desempenho docente.
Os estudos que relacionam ações específicas do professor com o desempenho dos alunos,
muito freqüentes na década de 70, foram aos poucos dando lugar às investigações do tipo:
• Contraste entre professor principiante e professor experiente;
• Tentativas (alternativas) para melhorar a prática pedagógica do professor;
• Descrições de como o professor “constrói significados e percebe sua vida
profissional”;
• Estudo das crenças e concepções do professor;
• Estudo de alguns programas de formação continuada ou permanente.
6. Práticas de avaliação:
Muitas mudanças curriculares fracassaram porque entraram em conflito com as
avaliações externas. Existe hoje um esforço para que as mudanças da prática docente em sala de
aula venham acompanhadas de mudanças também no processo de avaliação.
Em todos os países do mundo, em função da crescente interferência do governo na
educação, tem havido nos últimos anos um aumento das avaliações externas. Estas, entretanto,
nem sempre estão sintonizadas com os princípios de uma Educação Matemática crítica ou
transformadora. O que tem ocorrido, com freqüência, é uma adaptação da prática docente aos
princípios e critérios que regem essas avaliações.
Kilpatrick (1994) lamenta que as pesquisas em Educação Matemática não tenham se
debruçado sobre este problema. Na verdade, as pesquisas que investigam a avaliação e as
políticas públicas têm sido muito tímidas quanto à análise dos processos de adoção, adaptação ou
resistência dos professores às avaliações externas.
Numa visão mais abrangente do problema, a avaliação no processo e, do processo de
ensino e aprendizagem de Matemática tem sido muito pouco investigada pelos educadores
matemáticos.
7. Contexto sócio-cultural e político do ensino e aprendizagem de Matemática:
As pesquisas que buscam relacionar o ensino e aprendizagem de Matemática ao contexto
sócio-cultural foram a grande novidade da pesquisa em Educação Matemática nos anos 80. Nesse
contexto, a Matemática e a Educação Matemática, são vistas como práticas sócio-culturais que
atendem a determinados interesses sociais e políticos.
São inúmeras as pesquisas que procuram investigar a relação entre a cultura da
Matemática escolar, a cultura matemática que o aluno traz para a escola e a cultura matemática
produzida pelos trabalhadores (adultos e algumas crianças trabalhadoras) ao realizar suas
atividades profissionais.
Esta é a área de investigação em que o Brasil mais tem se destacado internacionalmente:
• Na Etnomatemática – linha de pesquisa criada e desenvolvida pelo educador
matemático brasileiro mais reconhecido internacionalmente, Ubiratan D’Ambrósio;
• Nos estudos de cognição matemática em diferentes contextos sócio-culturais – linha
de investigação desenvolvida no Brasil pelo grupo de Recife;
• Nas determinações sócio-políticas e ideológicas na prática do ensino de Matemática.
• Portanto, da ausência de crítica, nos anos 70, passamos a um período (anos 80) de
amplas discussões políticas, sociais e ideológicas. De uma preocupação muito grande
com o como ensinar?, passamos para o por que, para que e para quem ensinamos
Matemática?.
Entretanto, alguns destes estudos brasileiros, ao priorizar aspectos pedagógicos e sócio-
culturais muito amplos do fenômeno educacional, deixaram para segundo plano aspectos mais
específicos do saber matemático, além de descuidar do próprio processo de investigação.
Algumas linhas internacionais de pesquisa em Educação Matemática
De acordo com levantamento realizado por Batanero e col (1992) os programas de
Mestrado e Doutorado em Educação Matemática têm realizado trabalhos dentro das seguintes
linhas de pesquisa:
♦ Resolução de problemas;
♦ Informática, computadores e ensino/aprendizagem de Matemática;
♦ Geometria, visualização e representação espacial e pensamento geométrico;
♦ Álgebra e pensamento geométrico;
♦ Desenvolvimento curricular;
♦ Avaliação e atribuição de notas
♦ Proporcionalidade e pensamento proporcional;
♦ Aritmética e pensamento aritmético
♦ Tecnologia educacional (vídeos, uso de calculadoras,...);
♦ Formação e treinamento de professores;
♦ Estatísticas e probabilidade e pensamento estatístico e probabilístico;
♦ Ensino de cálculo e pensamento diferencial;
♦ Atitudes, concepções e crenças de professores;
♦ Atitudes em relação à Matemática;
♦ Diferenças individuais;
♦ História e Filosofia da Matemática e da Educação Matemática;
♦ Educação infantil ou alfabetização matemática;
♦ Linguagem no ensino de Matemática e lógica matemática no ensino;
♦ Raciocínio analógico, cálculo mental, estimativas;
♦ Modelagem matemática;
♦ Funções, gráficos e pensamento funcional;
♦ Ensino interdisciplinar com aplicações;
♦ Etnomatemática;
♦ Instrução conceptual e processual;
♦ Metodologia da pesquisa em Educação Matemática;
♦ Provas e demonstrações
♦ Processos cognitivos;
♦ Construtivismo;
♦ Fatores sociais e afetivos e estudantes com dificuldades de aprendizagem;
♦ Professores escolares como pesquisadores;
♦ Teoria e Epistemologia em Educação Matemática;
♦ Crenças, concepções e representações sociais de alunos;
♦ Abordagens investigativas para a Matemática.
Referências
Batanero, M. C. e col (1992). Preparation of Researchers in Mathematics Education: na
International TME-Survey. Germany, Bielefeld, Universität/Institut für Didaktik der Mathematik.
Ocasional Paper.
Kilpatrick, J. (1992). Historia de la investigación en Educación Matematica. In Kilpatrick e
coutros. Educación Matemática y investigación. Madrid: Editorial Sonteses.
Kilpatrick, J. (1994). Investigación en Educación Matematica: Su Historia y Alguns Temas de
Actualidad. In Kilpatrick, Rico & Gómez. Educación Matematica. México: Grupo Editorial
Iberoamerica.
Schubring, G. (1999). O primeiro Movimento Internacional de Reforma Curricular em
Matemática e o Papel da Alemanha: Um Estudo de Caso na Transição e Conceitos. Zetetiké, v.7,
n. 11, p.29-50.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Historia da matemática
Historia da matemáticaHistoria da matemática
Historia da matemáticaMarcelo Santos
 
Modelagem matemática no ensino de ciências, a visão de futuros professores ed...
Modelagem matemática no ensino de ciências, a visão de futuros professores ed...Modelagem matemática no ensino de ciências, a visão de futuros professores ed...
Modelagem matemática no ensino de ciências, a visão de futuros professores ed...ednilson73
 
Denise medina texto completo
Denise medina texto completoDenise medina texto completo
Denise medina texto completodenise. Medina
 
Conteudos de matematica ensino fundamen
Conteudos de matematica ensino fundamenConteudos de matematica ensino fundamen
Conteudos de matematica ensino fundamenFabiana Mocarzel
 
A dimensão social do ensino de química
A dimensão social do ensino de químicaA dimensão social do ensino de química
A dimensão social do ensino de químicaGiseli Capaci
 
ENSINO DE FÍSICA NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA: NECESSIDADE OU MAIS ...
ENSINO DE FÍSICA NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA: NECESSIDADE OU MAIS ...ENSINO DE FÍSICA NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA: NECESSIDADE OU MAIS ...
ENSINO DE FÍSICA NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA: NECESSIDADE OU MAIS ...Valmir Heckler
 

Mais procurados (8)

Historia da matemática
Historia da matemáticaHistoria da matemática
Historia da matemática
 
5131 2330 id
5131 2330 id5131 2330 id
5131 2330 id
 
Modelagem matemática no ensino de ciências, a visão de futuros professores ed...
Modelagem matemática no ensino de ciências, a visão de futuros professores ed...Modelagem matemática no ensino de ciências, a visão de futuros professores ed...
Modelagem matemática no ensino de ciências, a visão de futuros professores ed...
 
Educação matemática: desafios e perspectivas num mundo tecnológico
Educação matemática: desafios e perspectivas num mundo tecnológicoEducação matemática: desafios e perspectivas num mundo tecnológico
Educação matemática: desafios e perspectivas num mundo tecnológico
 
Denise medina texto completo
Denise medina texto completoDenise medina texto completo
Denise medina texto completo
 
Conteudos de matematica ensino fundamen
Conteudos de matematica ensino fundamenConteudos de matematica ensino fundamen
Conteudos de matematica ensino fundamen
 
A dimensão social do ensino de química
A dimensão social do ensino de químicaA dimensão social do ensino de química
A dimensão social do ensino de química
 
ENSINO DE FÍSICA NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA: NECESSIDADE OU MAIS ...
ENSINO DE FÍSICA NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA: NECESSIDADE OU MAIS ...ENSINO DE FÍSICA NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA: NECESSIDADE OU MAIS ...
ENSINO DE FÍSICA NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA: NECESSIDADE OU MAIS ...
 

Semelhante a O PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA

Historia da matematica
Historia da matematicaHistoria da matematica
Historia da matematicaMarcelo Santos
 
Educacao matematica
Educacao matematicaEducacao matematica
Educacao matematicamichaelmelo
 
Resolucao de problemas um estudo sobre seu processo evolutivo nos eua china e...
Resolucao de problemas um estudo sobre seu processo evolutivo nos eua china e...Resolucao de problemas um estudo sobre seu processo evolutivo nos eua china e...
Resolucao de problemas um estudo sobre seu processo evolutivo nos eua china e...Educarede Ead
 
Modelagem matemática no ensino de ciências, a visão de futuros professores ed...
Modelagem matemática no ensino de ciências, a visão de futuros professores ed...Modelagem matemática no ensino de ciências, a visão de futuros professores ed...
Modelagem matemática no ensino de ciências, a visão de futuros professores ed...ednilson73
 
Spe 2013 novo_ef61_mat_programação
Spe 2013 novo_ef61_mat_programaçãoSpe 2013 novo_ef61_mat_programação
Spe 2013 novo_ef61_mat_programaçãorosefarias123
 
Modelagem matemática na educação científica
Modelagem matemática na educação científicaModelagem matemática na educação científica
Modelagem matemática na educação científicaednilson73
 
A PROBLEMÁTICA DO INÍCIO DA CARREIRA DOCENTE EM MATEMÁTICA: MAPEAMENTO DOS ES...
A PROBLEMÁTICA DO INÍCIO DA CARREIRA DOCENTE EM MATEMÁTICA: MAPEAMENTO DOS ES...A PROBLEMÁTICA DO INÍCIO DA CARREIRA DOCENTE EM MATEMÁTICA: MAPEAMENTO DOS ES...
A PROBLEMÁTICA DO INÍCIO DA CARREIRA DOCENTE EM MATEMÁTICA: MAPEAMENTO DOS ES...ProfessorPrincipiante
 
RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS MATEMÁTICOS DE FORMA INTERDISCIPLINAR ABORDANDO O TEMA...
RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS MATEMÁTICOS DE FORMA INTERDISCIPLINAR ABORDANDO O TEMA...RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS MATEMÁTICOS DE FORMA INTERDISCIPLINAR ABORDANDO O TEMA...
RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS MATEMÁTICOS DE FORMA INTERDISCIPLINAR ABORDANDO O TEMA...Augusto Bello
 
Metodologia da pesquisa em ciências da educação
Metodologia da pesquisa em ciências da educação Metodologia da pesquisa em ciências da educação
Metodologia da pesquisa em ciências da educação Patrícia Éderson Dias
 
A viabilidade da construção do conhecimento
A viabilidade da construção do conhecimentoA viabilidade da construção do conhecimento
A viabilidade da construção do conhecimentoslucarz
 
A viabilidade da construção do conhecimento de números
A viabilidade da construção do conhecimento de númerosA viabilidade da construção do conhecimento de números
A viabilidade da construção do conhecimento de númerosslucarz
 
A viabilidade da construção do conhecimento
A viabilidade da construção do conhecimentoA viabilidade da construção do conhecimento
A viabilidade da construção do conhecimentoslucarz
 
Metodologia do ensino da MATEMÁTICA.pptx
Metodologia do ensino da MATEMÁTICA.pptxMetodologia do ensino da MATEMÁTICA.pptx
Metodologia do ensino da MATEMÁTICA.pptxhiagosousaSousa
 

Semelhante a O PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA (20)

633
633633
633
 
Historia da matematica
Historia da matematicaHistoria da matematica
Historia da matematica
 
Educacao matematica
Educacao matematicaEducacao matematica
Educacao matematica
 
Resolucao de problemas um estudo sobre seu processo evolutivo nos eua china e...
Resolucao de problemas um estudo sobre seu processo evolutivo nos eua china e...Resolucao de problemas um estudo sobre seu processo evolutivo nos eua china e...
Resolucao de problemas um estudo sobre seu processo evolutivo nos eua china e...
 
Modelagem matemática no ensino de ciências, a visão de futuros professores ed...
Modelagem matemática no ensino de ciências, a visão de futuros professores ed...Modelagem matemática no ensino de ciências, a visão de futuros professores ed...
Modelagem matemática no ensino de ciências, a visão de futuros professores ed...
 
Spe 2013 novo_ef61_mat_programação
Spe 2013 novo_ef61_mat_programaçãoSpe 2013 novo_ef61_mat_programação
Spe 2013 novo_ef61_mat_programação
 
Simave 2
Simave 2Simave 2
Simave 2
 
Educação matemática
Educação matemáticaEducação matemática
Educação matemática
 
Modelagem matemática na educação científica
Modelagem matemática na educação científicaModelagem matemática na educação científica
Modelagem matemática na educação científica
 
Trabalho final pem
Trabalho final pemTrabalho final pem
Trabalho final pem
 
A PROBLEMÁTICA DO INÍCIO DA CARREIRA DOCENTE EM MATEMÁTICA: MAPEAMENTO DOS ES...
A PROBLEMÁTICA DO INÍCIO DA CARREIRA DOCENTE EM MATEMÁTICA: MAPEAMENTO DOS ES...A PROBLEMÁTICA DO INÍCIO DA CARREIRA DOCENTE EM MATEMÁTICA: MAPEAMENTO DOS ES...
A PROBLEMÁTICA DO INÍCIO DA CARREIRA DOCENTE EM MATEMÁTICA: MAPEAMENTO DOS ES...
 
primeiro encontro
primeiro encontroprimeiro encontro
primeiro encontro
 
RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS MATEMÁTICOS DE FORMA INTERDISCIPLINAR ABORDANDO O TEMA...
RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS MATEMÁTICOS DE FORMA INTERDISCIPLINAR ABORDANDO O TEMA...RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS MATEMÁTICOS DE FORMA INTERDISCIPLINAR ABORDANDO O TEMA...
RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS MATEMÁTICOS DE FORMA INTERDISCIPLINAR ABORDANDO O TEMA...
 
Relatorio final puic
Relatorio final puicRelatorio final puic
Relatorio final puic
 
4. corpo teses final
4. corpo teses final4. corpo teses final
4. corpo teses final
 
Metodologia da pesquisa em ciências da educação
Metodologia da pesquisa em ciências da educação Metodologia da pesquisa em ciências da educação
Metodologia da pesquisa em ciências da educação
 
A viabilidade da construção do conhecimento
A viabilidade da construção do conhecimentoA viabilidade da construção do conhecimento
A viabilidade da construção do conhecimento
 
A viabilidade da construção do conhecimento de números
A viabilidade da construção do conhecimento de númerosA viabilidade da construção do conhecimento de números
A viabilidade da construção do conhecimento de números
 
A viabilidade da construção do conhecimento
A viabilidade da construção do conhecimentoA viabilidade da construção do conhecimento
A viabilidade da construção do conhecimento
 
Metodologia do ensino da MATEMÁTICA.pptx
Metodologia do ensino da MATEMÁTICA.pptxMetodologia do ensino da MATEMÁTICA.pptx
Metodologia do ensino da MATEMÁTICA.pptx
 

Mais de Eliane Maciel

RODA A RODA DAS EMOÇÕES
RODA A RODA DAS EMOÇÕESRODA A RODA DAS EMOÇÕES
RODA A RODA DAS EMOÇÕESEliane Maciel
 
As barras de cuisinaire
As barras de cuisinaireAs barras de cuisinaire
As barras de cuisinaireEliane Maciel
 
A INTERLÍNGUA PORTUGUÊS-LIBRAS NA PRODUÇÃO TEXTUAL ESCRITA
A INTERLÍNGUA PORTUGUÊS-LIBRAS NA PRODUÇÃO TEXTUAL ESCRITA A INTERLÍNGUA PORTUGUÊS-LIBRAS NA PRODUÇÃO TEXTUAL ESCRITA
A INTERLÍNGUA PORTUGUÊS-LIBRAS NA PRODUÇÃO TEXTUAL ESCRITA Eliane Maciel
 
Guia de filmes: Geografia na tela do cinema
Guia de filmes: Geografia na tela do cinemaGuia de filmes: Geografia na tela do cinema
Guia de filmes: Geografia na tela do cinemaEliane Maciel
 
Guia famlias brincantes
Guia famlias brincantes Guia famlias brincantes
Guia famlias brincantes Eliane Maciel
 
Ensino de problemas multiplicativos para surdos
Ensino de problemas multiplicativos para surdosEnsino de problemas multiplicativos para surdos
Ensino de problemas multiplicativos para surdosEliane Maciel
 
Antifa o manual antifascista by mark bray [bray, mark] (z-lib.org)
Antifa   o manual antifascista by mark bray [bray, mark] (z-lib.org)Antifa   o manual antifascista by mark bray [bray, mark] (z-lib.org)
Antifa o manual antifascista by mark bray [bray, mark] (z-lib.org)Eliane Maciel
 
Aprendendo as medidas e grandezas
Aprendendo as medidas e grandezasAprendendo as medidas e grandezas
Aprendendo as medidas e grandezasEliane Maciel
 
Brinquedoteca um mergulho no brincar
Brinquedoteca um mergulho no brincarBrinquedoteca um mergulho no brincar
Brinquedoteca um mergulho no brincarEliane Maciel
 
Brinquedoteca um mergulho_no_brincar
Brinquedoteca um mergulho_no_brincarBrinquedoteca um mergulho_no_brincar
Brinquedoteca um mergulho_no_brincarEliane Maciel
 
12 alimentos queima gordura
12 alimentos queima gordura12 alimentos queima gordura
12 alimentos queima gorduraEliane Maciel
 
O redondo pode ser quadrado.
O redondo pode ser quadrado.O redondo pode ser quadrado.
O redondo pode ser quadrado.Eliane Maciel
 
Práticas profissionais dos professores de matemática
Práticas profissionais dos professores de matemáticaPráticas profissionais dos professores de matemática
Práticas profissionais dos professores de matemáticaEliane Maciel
 

Mais de Eliane Maciel (20)

Porcentagem
PorcentagemPorcentagem
Porcentagem
 
Numeracia
NumeraciaNumeracia
Numeracia
 
RODA A RODA DAS EMOÇÕES
RODA A RODA DAS EMOÇÕESRODA A RODA DAS EMOÇÕES
RODA A RODA DAS EMOÇÕES
 
JOGOS GEOMETRICOS
JOGOS GEOMETRICOSJOGOS GEOMETRICOS
JOGOS GEOMETRICOS
 
As barras de cuisinaire
As barras de cuisinaireAs barras de cuisinaire
As barras de cuisinaire
 
Imagens que contam
Imagens que contamImagens que contam
Imagens que contam
 
A INTERLÍNGUA PORTUGUÊS-LIBRAS NA PRODUÇÃO TEXTUAL ESCRITA
A INTERLÍNGUA PORTUGUÊS-LIBRAS NA PRODUÇÃO TEXTUAL ESCRITA A INTERLÍNGUA PORTUGUÊS-LIBRAS NA PRODUÇÃO TEXTUAL ESCRITA
A INTERLÍNGUA PORTUGUÊS-LIBRAS NA PRODUÇÃO TEXTUAL ESCRITA
 
Guia de filmes: Geografia na tela do cinema
Guia de filmes: Geografia na tela do cinemaGuia de filmes: Geografia na tela do cinema
Guia de filmes: Geografia na tela do cinema
 
BNCC MATEMÁTICA
BNCC MATEMÁTICABNCC MATEMÁTICA
BNCC MATEMÁTICA
 
Guia famlias brincantes
Guia famlias brincantes Guia famlias brincantes
Guia famlias brincantes
 
Localiza literatura
Localiza literaturaLocaliza literatura
Localiza literatura
 
Ensino de problemas multiplicativos para surdos
Ensino de problemas multiplicativos para surdosEnsino de problemas multiplicativos para surdos
Ensino de problemas multiplicativos para surdos
 
Antifa o manual antifascista by mark bray [bray, mark] (z-lib.org)
Antifa   o manual antifascista by mark bray [bray, mark] (z-lib.org)Antifa   o manual antifascista by mark bray [bray, mark] (z-lib.org)
Antifa o manual antifascista by mark bray [bray, mark] (z-lib.org)
 
Aprendendo as medidas e grandezas
Aprendendo as medidas e grandezasAprendendo as medidas e grandezas
Aprendendo as medidas e grandezas
 
Brinquedoteca um mergulho no brincar
Brinquedoteca um mergulho no brincarBrinquedoteca um mergulho no brincar
Brinquedoteca um mergulho no brincar
 
Diversidade livro
Diversidade livroDiversidade livro
Diversidade livro
 
Brinquedoteca um mergulho_no_brincar
Brinquedoteca um mergulho_no_brincarBrinquedoteca um mergulho_no_brincar
Brinquedoteca um mergulho_no_brincar
 
12 alimentos queima gordura
12 alimentos queima gordura12 alimentos queima gordura
12 alimentos queima gordura
 
O redondo pode ser quadrado.
O redondo pode ser quadrado.O redondo pode ser quadrado.
O redondo pode ser quadrado.
 
Práticas profissionais dos professores de matemática
Práticas profissionais dos professores de matemáticaPráticas profissionais dos professores de matemática
Práticas profissionais dos professores de matemática
 

Último

DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...IsabelPereira2010
 
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2Maria Teresa Thomaz
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...azulassessoria9
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfFrancisco Márcio Bezerra Oliveira
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Ilda Bicacro
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)ElliotFerreira
 
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃOFASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃOAulasgravadas3
 
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxSlides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxMauricioOliveira258223
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéisines09cachapa
 
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....LuizHenriquedeAlmeid6
 
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSOLeloIurk1
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxferreirapriscilla84
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números Mary Alvarenga
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfprofesfrancleite
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfCamillaBrito19
 
Araribá slides 9ano.pdf para os alunos do medio
Araribá slides 9ano.pdf para os alunos do medioAraribá slides 9ano.pdf para os alunos do medio
Araribá slides 9ano.pdf para os alunos do medioDomingasMariaRomao
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...Rosalina Simão Nunes
 

Último (20)

DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
 
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
 
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃOFASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
 
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxSlides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
 
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
 
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
 
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIXAula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
 
Araribá slides 9ano.pdf para os alunos do medio
Araribá slides 9ano.pdf para os alunos do medioAraribá slides 9ano.pdf para os alunos do medio
Araribá slides 9ano.pdf para os alunos do medio
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
 

O PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA

  • 1. O profissional em Educação Matemática Adaptado de Sérgio Lorenzato & Dario Fiorentini, 2001 (Preprint) O educador matemático é aquele que concebe a Matemática como um meio: ele educa através da Matemática. Tem por objetivo a formação do cidadão e, devido a isso, questiona qual a Matemática e qual o ensino são adequados e relevantes para essa formação. Suas atividades se desenvolvem nas escolas de ensino fundamental e médio, nas Secretarias de Educação e nos centros de formação de professores. É o educador matemático um profissional responsável pela formação educacional e social de crianças, jovens e adultos, dos professores de matemática (de nível fundamental e médio) e também pela formação dos formadores de professores. Suas pesquisas são realizadas, utilizando-se essencialmente fundamentação teórica e métodos das Ciências Sociais e Humanas. O surgimento da Educação Matemática enquanto campo profissional e científico Tomando por base o estudo de Kilpatrick (1992), poderíamos destacar pelo menos três determinantes para o surgimento da Educação Matemática enquanto campo profissional e científico. O primeiro é atribuído à preocupação dos próprios matemáticos e de professores de Matemática sobre a qualidade da divulgação e socialização das idéias matemáticas às novas gerações. Essa preocupação dizia respeito tanto à melhoria de suas aulas quanto à atualização e modernização do currículo escolar da Matemática. De acordo com Schubring (1999) a Matemática foi a primeira das disciplinas escolares a deflagrar um movimento internacional de reformulação curricular. Este movimento aconteceu a partir da Alemanha, no início do século XX, sob a liderança do matemático Felix Klein. O segundo fato é atribuído à iniciativa das universidades européias, no final do século XIX, em promover formalmente a formação de professores secundários. Isso contribuiu para o surgimento de especialistas universitários em ensino de Matemática. O terceiro fato diz respeito aos estudos experimentais realizados por psicólogos americanos e europeus, desde o início do século XX, sobre o modo como as crianças aprendiam a Matemática. No entanto, em nível internacional, a pesquisa em Educação Matemática daria um salto significativo a partir do “Movimento da Matemática Moderna”, ocorrido nos anos 50 e 60. Esse movimento surgiu, de um lado motivado pela Guerra Fria, entre Rússia e Estados Unidos e, de outro, como resposta à constatação após a 2a Guerra Mundial, de uma considerável defasagem entre o progresso científico-tecnológico e o currículo escolar então vigente. A Sociedade norte- americana de Matemática, por exemplo, optou, em 1958, por direcionar suas pesquisas ao desenvolvimento de um novo currículo escolar de Matemática. Surgiram então vários grupos de pesquisa envolvendo matemáticos, educadores e psicólogos. O mais influente deles foi o School Mathematics Study Group , que se notabilizou pela publicação de livros didáticos e pela disseminação do ideário modernista para além das fronteira norte-americanas, atingindo também o Brasil.
  • 2. É a partir desse período que também surgem, principalmente nos Estados Unidos, os primeiros programas específicos de mestrado e doutorado em Educação Matemática. Os estudos nessa área cresceram tanto, que, segundo Kilpatrick (1992), até o final dos anos 80, já haviam sido realizados mais de cinco mil estudos na área, a maioria nos Estados Unidos. O surgimento da Educação Matemática no Brasil também teve início a partir do Movimento da Matemática Moderna, mais precisamente no final dos anos 70 e durante a década de 80. É nesse período que surge a Sociedade Brasileira de Educação Matemática (SBEM) e os primeiros programas de pós-graduação em Educação Matemática. Existem no Brasil, atualmente (2000), quase duas dezenas de programas stricto sensu de Pós-graduação (mestrado e doutorado) em Educação Matemática. Dentre eles: a UNESP- Rio Claro, USU- Rio de Janeiro, PUC- SP, FE-UNICAMP- Campinas, FE-USP-SP, PUC-RJ, FE- UFSC, UFRN, UFES, UFMS, UNISINOS, FURB, UPF, UNIJUI. Temos hoje, no Brasil, uma comunidade de educadores matemáticos que conta com uma associação própria (SBEM). Congregando cerca de 12 mil associados. O objeto de estudo da Educação Matemática Embora ainda em construção, poderíamos dizer que o objeto de estudo da Educação Matemática consiste nas múltiplas relações e determinações entre ensino, aprendizagem e conhecimento matemático. Isso não significa que uma determinada investigação não possa priorizar o estudo de um desses elementos da tríade, ou de uma dessas relações. Mas, ao mesmo tempo que isso acontece, os outros elementos jamais podem ser totalmente ignorados. Objetivos da pesquisa em Educação Matemática Embora os objetivos da investigação em Educação Matemática sejam múltiplos e difíceis de serem categorizados, pois variam de acordo com cada problema ou questão de pesquisa, podemos afirmar que, sob um aspecto amplo e não imediato, existem dois objetivos básicos: ♦ um, de natureza pragmática, que visa a melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem da Matemática; ♦ outro, de natureza científica, que visa desenvolver a Educação Matemática enquanto campo de investigação e produção de conhecimentos. Algumas questões ou perguntas específicas da investigação em Educação Matemática Apesar da Educação Matemática estar na interseção de vários campos científicos (Matemática, Psicologia, Pedagogia, Sociologia, Epistemologia, Ciências Cognitivas,...) ela tem seus próprios problemas e questões de estudo, não podendo ser vista como aplicação particular desses campos. Existem dois tipos básicos de perguntas quando se faz pesquisa em Educação Matemática e têm a ver com os objetivos expostos anteriormente:
  • 3. ♦ Aquelas que surgem diretamente da prática de ensino, ou melhor, da reflexão do educador sobre sua própria prática e sobre a prática dos outros. ♦ Aquelas que são geradas a partir de investigações ou estudos precedentes ou da própria literatura. Tendências temáticas e metodológicas da pesquisa em Educação Matemática De acordo com Kilpatrick (1994) existem sete temáticas de investigação, em Educação Matemática, “em alta” nos anos 90. São elas: ♦ Processos de ensino/aprendizagem de Matemática; ♦ Mudanças curriculares; ♦ Emprego de tecnologias no ensino de Matemática; ♦ Prática docente; ♦ Desenvolvimento profissional (de professores); ♦ Práticas de avaliação; contexto sócio-cultural e político do ensino/aprendizagem de Matemática. 1. Processos de ensino/aprendizagem de Matemática: Nesta temática estão relacionados os estudos que tem como objeto de pesquisa o processo de ensino e aprendizagem de Matemática. A principal mudança verificada nos últimos anos é que estes estudos deixaram de focalizar aspectos muito gerais da aprendizagem e passaram a focalizar a aprendizagem de conteúdos matemáticos mais específicos. O foco de estudo mais prestigiado pelas pesquisas tem sido o processo de contagem e as operações fundamentais com números naturais, nas séries iniciais. Só mais recentemente, maior atenção tem sido dada ao estudo dos números racionais, da Álgebra, da Geometria, da Probabilidade e do Cálculo Diferencial e Integral. Relacionadas a esta temática são encontradas as seguintes tendências: ♦ Ensino médio e superior passaram a ser, também, fortes objetos de investigação; ♦ À medida que surgem novas aplicações da Matemática, têm surgido pesquisas sobre como elas poderiam ser ensinadas ou aprendidas; ♦ As respostas corretas e incorretas às tarefas ou problemas matemáticos e as estratégias utilizadas pelos alunos e outros sujeitos para obtê-las, continuam ainda a interessar os pesquisadores da área; ♦ Ainda são pesquisados os esquemas cognitivos gerais e as estruturas cognitivas desenvolvidas pelos alunos frente à solução de problemas; ♦ As pesquisas sobre aprendizagem individual é ainda predominante em relação àquela que ocorre em grupos de alunos nos processos interativos em sala de aula; ♦ As atitudes, crenças e concepções dos alunos frente à Matemática continuam atraindo a atenção dos investigadores, embora seja notada uma leve mudança nos últimos anos, tendo surgido também interesse pelas representações sociais.
  • 4. Além dessas tendências apontadas, verificamos recentemente a emergência de estudos metacognitivos, isto é, aqueles que procuram investigar o modo como os alunos percebem e relatam seu processo de solução de problemas ou de aprendizagem de algum conceito matemático. Essas pesquisas têm freqüentemente utilizado como recurso de coleta de dados os mapas conceituais elaborados pelos próprios alunos. 2. Mudanças curriculares: A primeira questão que surge para o investigador, com relação a esse tema, é: “quais são os fatores que provocam as mudanças curriculares e como estas se processam na prática escolar?” Podemos apontar, além das pressões sociais, econômicas e políticas em relação à formação dos novos profissionais, a pressão dos especialistas e acadêmicos em querer transpor para a sala de aula os resultados de suas pesquisas sobre o ensino da Matemática. Um terceiro tipo de mudança é atribuída aos próprios professores que, através da pesquisa-ação, tentam, eles mesmos, produzir as inovações curriculares que julgam convenientes. O estudo dessas mudanças e, sobretudo, dos efeitos dessas mudanças, constituem temas ou problemas de interesse da pesquisa em Educação Matemática: ♦ Efeitos do Movimento da Matemática Moderna na prática escolar ou no ideário dos professores de Matemática; ♦ Estudos comparativos entre diversos países tanto em relação ao currículo proposto oficialmente quanto em relação ao currículo “em ação” (aquele que efetivamente acontece na sala de aula) ou àquele que os alunos realmente aprendem; ♦ Efeitos do uso da modelagem matemática – explorando o estudo de problemas da vida real – no ensino e na aprendizagem de Matemática nas escolas; ♦ Efeitos do uso de tecnologias educacionais (vídeo, calculadoras, computadores, internet) no ensino de Matemática – que podem promover uma mudança na abordagem (ou prática pedagógica) e no modo de ver e conceber a Matemática e seu ensino; ♦ A importância do estudo da história e epistemologia das idéias matemáticas na configuração do currículo; ♦ Devido à recente concepção de que a aprendizagem representa um processo de construção social de significados, a pesquisa tem passado a dar mais atenção à visão e aos sentidos que os alunos apresentam em relação às idéias e representações matemáticas do que simplesmente às informações que os alunos recebem em aula e são capazes de devolvê-las nas provas. ♦ Outra mudança da investigação em Educação Matemática que se tem verificado ultimamente é a maior importância atribuída pelos investigadores ao currículo em ação – aquele que efetivamente acontece em classe - em detrimento daquele proposto ou planejado e supostamente avaliado pelos professores. 3. Emprego de novas tecnologias no ensino de Matemática:
  • 5. A atenção dos investigadores e elaboradores de tecnologia educacional e vídeo interativo foi direcionada ao desenvolvimento de projetos e programas para o ensino, alguns para alunos e outros para professores, para serem manejados por professores e não por técnicos. As novas tecnologias permitem aos estudantes não apenas estudar temas tradicionais de maneira nova, mas também explorar temas novos como a geometria fractal. Embora as calculadoras, sobretudo as gráficas, que produzem gráficos e trabalham com funções algébricas) sejam ainda utilizadas e investigadas em sala de aula, atualmente, os micro- computadores e a internet vem ganhando cada dia mais espaço e adeptos tanto na prática escolar como na pesquisa educacional. Entretanto, pouco ainda se conhece sobre o impacto das novas tecnologias em sala de aula, tanto no que diz respeito às crenças, às habilidades, às concepções e reações de professores, alunos e pais como, também, ao próprio processo de ensino. Alguns acreditam (sobretudo os responsáveis pelas políticas educacionais) que as novas tecnologias são a nova panacéia para solucionar todos os males da educação... 4. Práticas docentes (crenças, concepções e saberes práticos): Até meados da década de 70, as pesquisas em Educação Matemática focalizavam mais a aprendizagem que o processo de ensino ou o trabalho didático-pedagógico. Quando os estudos sobre o processo de ensino começaram a aparecer com mais freqüência, estes revelavam uma preocupação maior com os efeitos dos diferentes métodos ou materiais de ensino na aprendizagem dos alunos. Estes estudos compreendiam basicamente testagem ou validação de novas técnicas ou materiais de ensino. A partir da metade da década de 80, os pesquisadores passaram a interessar-se, por um lado, sobre como os professores manifestam seus conhecimentos e suas crenças no processo de ensino e, por outro lado, sobre como os alunos aprendem e compreendem aspectos específicos da Matemática. No início da mesma década, Thompson (1984) deu início às investigações sobre a relação entre as concepções e crenças dos professores e sua prática pedagógica. Os resultados dos estudos que se seguiram mostram que o conhecimento e as crenças dos professores transformam-se continuamente e afetam, de modo significativo, a forma como os professores organizam e ministram suas aulas. A partir dos anos 80, surgem também estudos que investigam os conhecimentos profissionais dos professores. Estudos mais recentes, partindo do pressuposto que os professores produzem, na prática, saberes práticos sobre a Matemática escolar, currículo, atividade, ensino, aprendizagem, mostram que esses saberes práticos transformam-se continuamente sobretudo quando realizam uma prática reflexiva ou investigativa.
  • 6. 5. Desenvolvimento profissional (de professores): Os estudos sobre os saberes profissionais do professor têm revelado baixos níveis de compreensão e domínio do conhecimento matemático a ser ensinado. Relacionado a esse problema, ainda continua em alta o debate sobre que tipo de conhecimento matemático devem Ter os professores e como devem combiná-lo com seu conhecimento pedagógico. Se a pesquisa não pode decidir sobre isso, pelo menos ela pode aprofundar nossa compreensão sobre como os professores utilizam seu conhecimento no ensino. Os estudos de correlação entre as características dos professores e sua relação com o desempenho dos alunos têm sido, em sua maior parte, improdutivos. Por isso, os pesquisadores começaram a entrar em sala de aula para avaliar de perto a ação e o desempenho docente. Os estudos que relacionam ações específicas do professor com o desempenho dos alunos, muito freqüentes na década de 70, foram aos poucos dando lugar às investigações do tipo: • Contraste entre professor principiante e professor experiente; • Tentativas (alternativas) para melhorar a prática pedagógica do professor; • Descrições de como o professor “constrói significados e percebe sua vida profissional”; • Estudo das crenças e concepções do professor; • Estudo de alguns programas de formação continuada ou permanente. 6. Práticas de avaliação: Muitas mudanças curriculares fracassaram porque entraram em conflito com as avaliações externas. Existe hoje um esforço para que as mudanças da prática docente em sala de aula venham acompanhadas de mudanças também no processo de avaliação. Em todos os países do mundo, em função da crescente interferência do governo na educação, tem havido nos últimos anos um aumento das avaliações externas. Estas, entretanto, nem sempre estão sintonizadas com os princípios de uma Educação Matemática crítica ou transformadora. O que tem ocorrido, com freqüência, é uma adaptação da prática docente aos princípios e critérios que regem essas avaliações. Kilpatrick (1994) lamenta que as pesquisas em Educação Matemática não tenham se debruçado sobre este problema. Na verdade, as pesquisas que investigam a avaliação e as políticas públicas têm sido muito tímidas quanto à análise dos processos de adoção, adaptação ou resistência dos professores às avaliações externas. Numa visão mais abrangente do problema, a avaliação no processo e, do processo de ensino e aprendizagem de Matemática tem sido muito pouco investigada pelos educadores matemáticos. 7. Contexto sócio-cultural e político do ensino e aprendizagem de Matemática:
  • 7. As pesquisas que buscam relacionar o ensino e aprendizagem de Matemática ao contexto sócio-cultural foram a grande novidade da pesquisa em Educação Matemática nos anos 80. Nesse contexto, a Matemática e a Educação Matemática, são vistas como práticas sócio-culturais que atendem a determinados interesses sociais e políticos. São inúmeras as pesquisas que procuram investigar a relação entre a cultura da Matemática escolar, a cultura matemática que o aluno traz para a escola e a cultura matemática produzida pelos trabalhadores (adultos e algumas crianças trabalhadoras) ao realizar suas atividades profissionais. Esta é a área de investigação em que o Brasil mais tem se destacado internacionalmente: • Na Etnomatemática – linha de pesquisa criada e desenvolvida pelo educador matemático brasileiro mais reconhecido internacionalmente, Ubiratan D’Ambrósio; • Nos estudos de cognição matemática em diferentes contextos sócio-culturais – linha de investigação desenvolvida no Brasil pelo grupo de Recife; • Nas determinações sócio-políticas e ideológicas na prática do ensino de Matemática. • Portanto, da ausência de crítica, nos anos 70, passamos a um período (anos 80) de amplas discussões políticas, sociais e ideológicas. De uma preocupação muito grande com o como ensinar?, passamos para o por que, para que e para quem ensinamos Matemática?. Entretanto, alguns destes estudos brasileiros, ao priorizar aspectos pedagógicos e sócio- culturais muito amplos do fenômeno educacional, deixaram para segundo plano aspectos mais específicos do saber matemático, além de descuidar do próprio processo de investigação. Algumas linhas internacionais de pesquisa em Educação Matemática De acordo com levantamento realizado por Batanero e col (1992) os programas de Mestrado e Doutorado em Educação Matemática têm realizado trabalhos dentro das seguintes linhas de pesquisa: ♦ Resolução de problemas; ♦ Informática, computadores e ensino/aprendizagem de Matemática; ♦ Geometria, visualização e representação espacial e pensamento geométrico; ♦ Álgebra e pensamento geométrico; ♦ Desenvolvimento curricular; ♦ Avaliação e atribuição de notas ♦ Proporcionalidade e pensamento proporcional; ♦ Aritmética e pensamento aritmético ♦ Tecnologia educacional (vídeos, uso de calculadoras,...); ♦ Formação e treinamento de professores; ♦ Estatísticas e probabilidade e pensamento estatístico e probabilístico; ♦ Ensino de cálculo e pensamento diferencial; ♦ Atitudes, concepções e crenças de professores;
  • 8. ♦ Atitudes em relação à Matemática; ♦ Diferenças individuais; ♦ História e Filosofia da Matemática e da Educação Matemática; ♦ Educação infantil ou alfabetização matemática; ♦ Linguagem no ensino de Matemática e lógica matemática no ensino; ♦ Raciocínio analógico, cálculo mental, estimativas; ♦ Modelagem matemática; ♦ Funções, gráficos e pensamento funcional; ♦ Ensino interdisciplinar com aplicações; ♦ Etnomatemática; ♦ Instrução conceptual e processual; ♦ Metodologia da pesquisa em Educação Matemática; ♦ Provas e demonstrações ♦ Processos cognitivos; ♦ Construtivismo; ♦ Fatores sociais e afetivos e estudantes com dificuldades de aprendizagem; ♦ Professores escolares como pesquisadores; ♦ Teoria e Epistemologia em Educação Matemática; ♦ Crenças, concepções e representações sociais de alunos; ♦ Abordagens investigativas para a Matemática. Referências Batanero, M. C. e col (1992). Preparation of Researchers in Mathematics Education: na International TME-Survey. Germany, Bielefeld, Universität/Institut für Didaktik der Mathematik. Ocasional Paper. Kilpatrick, J. (1992). Historia de la investigación en Educación Matematica. In Kilpatrick e coutros. Educación Matemática y investigación. Madrid: Editorial Sonteses. Kilpatrick, J. (1994). Investigación en Educación Matematica: Su Historia y Alguns Temas de Actualidad. In Kilpatrick, Rico & Gómez. Educación Matematica. México: Grupo Editorial Iberoamerica. Schubring, G. (1999). O primeiro Movimento Internacional de Reforma Curricular em Matemática e o Papel da Alemanha: Um Estudo de Caso na Transição e Conceitos. Zetetiké, v.7, n. 11, p.29-50.