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P á g i n a | 1
Fecundação dos gâmetas dos ouriços do mar(experiência laboratorial)
Os ouriçosdomar têmsidoutilizadoscomoorganismo-modelopara o estudo de embriologia,
isto é, observação da fecundação do oócito II com um espermatozóide, da qual se origina o
zigotoe,posteriormente,apóssucessivasdivisõescelularese diferenciaçãodestes, origina um
novo organismo. Oscar Hertwig e Ernst H.Haechel foram os primeiros a observarem a
disjunção dos pronúcleos dos gâmetas.
Estes são animais equinodermes que são pertencentes ao Filo Echinodermata e à classe
Echinoidea,poisapresentamumcorpoarredondadocobertoporespinhosmóveis. Alimentam-
se de plantasmarinhase de pequenosinvertebradostaiscomo amêijoas,poliquetas, esponjas
e crinóides.
A sua reprodução é sexuada, ou seja, verifica a participação dos gâmetas que dá origem à
formação do zigoto. Os ouriços do mar é uma espécie dióica, ou seja, são unissexuados, uma
vez que os sexos estão separados e, por isso, os ovários estão presentes nas fêmeas,
enquanto,que ostestículoslocalizam-senosmachos.Paraalémdisso, a fecundaçãoé externa:
nestes animais, quer os machos quer as fêmeas libertam os seus gâmetas, em grandes
quantidades, para a água ocorrendo, assim, a fecundação no exterior.
Os óvulos produzem uma substância
química que atraem os
espermatozóides damesmaespécie, o
que impede que seja fecundado pelos
mesmos de outras espécies. A partir
do ovo, desenvolvem-se larvas que se
deslocam para junto da superfície da
água e se transformam em ouriços do
mar adultos. Estes apresentam
desenvolvimento indirecto na medida
em que as larvas pluteus sofre
metamorfose para passar à fase
adulta.
Fig 1-poliqueta(Polychaeta) Fig2(à esquerda)- crinóide, esquema. Fig 3-crinoidea no
mar. Também, vulgarmente, conhecidos como lírios do
mar, cuja o reino é Animalea.
Fig3-desenvolvimento embrionário do ouriço-do-mar
P á g i n a | 2
Os ouriços-do-mar possuem cinco gónadas com os respectivos gonóporos das quais estão
localizados nas cinco placas genitais interambulacrárias. O orifício anal e o genital estão
localizados na parte de cima do ouriço-do-mar. A boca assemelha-se a uma garra e está
localizada na parte inferior. Como se pode verificar na fig 4.
A partirdisto,decorreua atividade laboratorial no EXPOLAB sobre a observação dos gâmetas
destes pequenos animais sob microscópio óptico composto (MOC).
Em primeiro lugar, retirou-se dois ouriços do mar, sem conhecimento do sexo deles, dum
balde de água salgadacom temperaturaregulada e,de seguida, também retirou-se a água da
superfície dorsal(local onde se localiza o ânus) e colocou-os em duas caixas de petri.
Em segundolugar,injectou-se,comauxíliodaseringahipodémica,cloretode potássio(KCl) de
quantidade de matéria 0.5 moles na cavidade celomática que ajuda na contracção dos
músculos e humidificação das cinco gónadas e, consequentemente, a desova dos gâmetas.
Abanou-se, gentilmente, os ouriços do mar e, assim, observou-se a expulsão dos gâmetas
através dos cinco gonóporos localizados no centro da placa madrepórica de cada um dos
ouriços. Conclui-se que os oócitos II possuíam uma coloração próxima de laranja com um
diâmetro de, aproximadamente, 0.1 mm de diâmetro, enquanto que, os espermatozóides
tinham um aspeto leitoso e são 14 vezes inferiores aos primeiros.
Em terceirolugar,recolheuos espermatozóides que estavamnogobelé com água salgada que
permitiu activação destes para a caixa de petri, e os oócitos que estavam, previamente, na
caixa de petri, mergulhados também de água salgada, para placa de vidro, em ínfimas
quantidades, com ajuda de conta gotas. Posteriormente, os espermatozóides, também em
pequenas quantidades, foram colocadas em placa de vidro juntamente com os oócitos.
Por fim, pôs-se uma película em cima dessa mistura, e observou-se o sucedido através do
MOC.
Fig4- estruturadoouriçodo mar
P á g i n a | 3
Observou-se vários espermatozóides em volta dos óvulos. No entanto, houve muitos óvulos
fecundados, muitos se romperam e poucos zigotos formados. O rebentamento dos óvulos
poderá estar relacionado ao facto de ter ocorrido polispermia: penetração de mais que um
espermatozóidese,porisso,deveu-se, provavelmente, à introdução de grandes quantidades
de espermatozóides que se encontravam intensamente ativos.
É de mencionar que o óvulo possui uma membrana vitelina que envolve a membrana
plasmática. A fecundação desencadeia um processo na região cortical do óvulo que faz com
que a membrana vitelina se separa da plasmática. Após esse processo, a membrana vitelina
passa a ser denominada por membrana de fecundação(B-fig 3)
Devido ao tempo, não foi possível ver as divisões celulares do zigoto e as suas
designações(fig.3),pois a divisão celular ocorre 20 a 30 minutos após a fecundação. Assim, só
consegui observar o ovo até ao estádio C da figura 3, da qual se preparava para a primeira
clivagem.
Para concluir, a experiênciafoi bem-sucedidanosentidode terconseguido extrair os gâmetas
e fazer com que estes se fecundassem. A extracção dos gâmetas foi também um processo
bastante enriquecedor e educativo para o grupo, uma vez que tivemos oportunidade de
aprender e pôr em prática técnicas laboratoriais em seres vivos (no caso dessa experiência,
ouriços do mar). Porém, a atividade ficou incompleto, já que não se registou a ocorrência de
várias clivagens do ovo e formação da larva.
Tenho que agradecer ao pessoal da Expolab pela sua disponibilidade, pela sua paciência e,
acima de tudo,pelasua simpatiae osconhecimentosque nos transmitiram. Que continuem a
disponibilizarem actividades e workshops que são uma mais-valia para difusão do
conhecimento científico e tecnológico.
Fig 5- sede da Expolab Fig 6- gónodas
Fig 7- larva pluteus

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Ouriços do mar (experiência laboratorial)

  • 1. P á g i n a | 1 Fecundação dos gâmetas dos ouriços do mar(experiência laboratorial) Os ouriçosdomar têmsidoutilizadoscomoorganismo-modelopara o estudo de embriologia, isto é, observação da fecundação do oócito II com um espermatozóide, da qual se origina o zigotoe,posteriormente,apóssucessivasdivisõescelularese diferenciaçãodestes, origina um novo organismo. Oscar Hertwig e Ernst H.Haechel foram os primeiros a observarem a disjunção dos pronúcleos dos gâmetas. Estes são animais equinodermes que são pertencentes ao Filo Echinodermata e à classe Echinoidea,poisapresentamumcorpoarredondadocobertoporespinhosmóveis. Alimentam- se de plantasmarinhase de pequenosinvertebradostaiscomo amêijoas,poliquetas, esponjas e crinóides. A sua reprodução é sexuada, ou seja, verifica a participação dos gâmetas que dá origem à formação do zigoto. Os ouriços do mar é uma espécie dióica, ou seja, são unissexuados, uma vez que os sexos estão separados e, por isso, os ovários estão presentes nas fêmeas, enquanto,que ostestículoslocalizam-senosmachos.Paraalémdisso, a fecundaçãoé externa: nestes animais, quer os machos quer as fêmeas libertam os seus gâmetas, em grandes quantidades, para a água ocorrendo, assim, a fecundação no exterior. Os óvulos produzem uma substância química que atraem os espermatozóides damesmaespécie, o que impede que seja fecundado pelos mesmos de outras espécies. A partir do ovo, desenvolvem-se larvas que se deslocam para junto da superfície da água e se transformam em ouriços do mar adultos. Estes apresentam desenvolvimento indirecto na medida em que as larvas pluteus sofre metamorfose para passar à fase adulta. Fig 1-poliqueta(Polychaeta) Fig2(à esquerda)- crinóide, esquema. Fig 3-crinoidea no mar. Também, vulgarmente, conhecidos como lírios do mar, cuja o reino é Animalea. Fig3-desenvolvimento embrionário do ouriço-do-mar
  • 2. P á g i n a | 2 Os ouriços-do-mar possuem cinco gónadas com os respectivos gonóporos das quais estão localizados nas cinco placas genitais interambulacrárias. O orifício anal e o genital estão localizados na parte de cima do ouriço-do-mar. A boca assemelha-se a uma garra e está localizada na parte inferior. Como se pode verificar na fig 4. A partirdisto,decorreua atividade laboratorial no EXPOLAB sobre a observação dos gâmetas destes pequenos animais sob microscópio óptico composto (MOC). Em primeiro lugar, retirou-se dois ouriços do mar, sem conhecimento do sexo deles, dum balde de água salgadacom temperaturaregulada e,de seguida, também retirou-se a água da superfície dorsal(local onde se localiza o ânus) e colocou-os em duas caixas de petri. Em segundolugar,injectou-se,comauxíliodaseringahipodémica,cloretode potássio(KCl) de quantidade de matéria 0.5 moles na cavidade celomática que ajuda na contracção dos músculos e humidificação das cinco gónadas e, consequentemente, a desova dos gâmetas. Abanou-se, gentilmente, os ouriços do mar e, assim, observou-se a expulsão dos gâmetas através dos cinco gonóporos localizados no centro da placa madrepórica de cada um dos ouriços. Conclui-se que os oócitos II possuíam uma coloração próxima de laranja com um diâmetro de, aproximadamente, 0.1 mm de diâmetro, enquanto que, os espermatozóides tinham um aspeto leitoso e são 14 vezes inferiores aos primeiros. Em terceirolugar,recolheuos espermatozóides que estavamnogobelé com água salgada que permitiu activação destes para a caixa de petri, e os oócitos que estavam, previamente, na caixa de petri, mergulhados também de água salgada, para placa de vidro, em ínfimas quantidades, com ajuda de conta gotas. Posteriormente, os espermatozóides, também em pequenas quantidades, foram colocadas em placa de vidro juntamente com os oócitos. Por fim, pôs-se uma película em cima dessa mistura, e observou-se o sucedido através do MOC. Fig4- estruturadoouriçodo mar
  • 3. P á g i n a | 3 Observou-se vários espermatozóides em volta dos óvulos. No entanto, houve muitos óvulos fecundados, muitos se romperam e poucos zigotos formados. O rebentamento dos óvulos poderá estar relacionado ao facto de ter ocorrido polispermia: penetração de mais que um espermatozóidese,porisso,deveu-se, provavelmente, à introdução de grandes quantidades de espermatozóides que se encontravam intensamente ativos. É de mencionar que o óvulo possui uma membrana vitelina que envolve a membrana plasmática. A fecundação desencadeia um processo na região cortical do óvulo que faz com que a membrana vitelina se separa da plasmática. Após esse processo, a membrana vitelina passa a ser denominada por membrana de fecundação(B-fig 3) Devido ao tempo, não foi possível ver as divisões celulares do zigoto e as suas designações(fig.3),pois a divisão celular ocorre 20 a 30 minutos após a fecundação. Assim, só consegui observar o ovo até ao estádio C da figura 3, da qual se preparava para a primeira clivagem. Para concluir, a experiênciafoi bem-sucedidanosentidode terconseguido extrair os gâmetas e fazer com que estes se fecundassem. A extracção dos gâmetas foi também um processo bastante enriquecedor e educativo para o grupo, uma vez que tivemos oportunidade de aprender e pôr em prática técnicas laboratoriais em seres vivos (no caso dessa experiência, ouriços do mar). Porém, a atividade ficou incompleto, já que não se registou a ocorrência de várias clivagens do ovo e formação da larva. Tenho que agradecer ao pessoal da Expolab pela sua disponibilidade, pela sua paciência e, acima de tudo,pelasua simpatiae osconhecimentosque nos transmitiram. Que continuem a disponibilizarem actividades e workshops que são uma mais-valia para difusão do conhecimento científico e tecnológico. Fig 5- sede da Expolab Fig 6- gónodas Fig 7- larva pluteus