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“OS EFEITOS DA IMPERMEABILIZAÇÃO DAS CIDADES”
Informativo Mensal - Volume 50
Aqueles que vivem nas grandes cidades podem constatar que a cada
ano, a temperatura aumenta e a umidade relativa do ar diminui,
chegando a recordes históricos e índices alarmantes. Um dos motivos é
que estamos impermeabilizando as cidades em proporções
preocupantes.
ENCHENTES E INUNDAÇÕES
O contínuo desenvolvimento de uma cidade, avançando sobre áreas de
mata nativa e, também, demolindo antigos casarões para substituírem
por grandes empreendimentos comerciais, diminui a permeabilidade do
solo.
Como consequência, menos água de chuva irá infiltrar no sobsolo,
sobrando mais água para escoar pelas ruas e avenidas.
Um dos sintomas de "desenvolvimento" de uma cidade é a formação de
enxurradas cada vez maiores.
As galerias de águas pluviais que antes "davam conta do recado",
passam a não atender às novas demandas.
Há bairros, alguns deles nobres, totalmente desprovidos de galerias de
águas pluviais.
A VOZ DO TIETÊ
Desde 2005 o Instituto Navega
São Paulo tem o objetivo de
atrair a atenção da população
para o rio Tietê a partir do seu
trecho mais degradado que é a
região metropolitana de São
Paulo. Conseguimos atingir
nosso proposito por meio das
navegações monitoradas na
embarcação Almirante do Lago,
entre as pontes dos Remédios e
das Bandeiras. Agora nossa
proposta com este informativo
mensal é atrair sua atenção,
levando até você informações
sobre o nosso Tietê para que
juntos identifiquemos o que
fazer para revitalizar tão
precioso patrimônio ambiental.
DIA DO TIETÊ 22.09.2011 – PTE. DAS BANDEIRAS
A chuva que atinge o solo tem
dois caminhos a seguir:
Um é pelo subsolo na forma de
lençol freático, percolando ou
formando rios subterrâneos.
O outro é pela superfície, na
forma de enxurradas, regatos,
córregos e rios. Alguns são
temporais, isto é, existem
somente enquanto chove.
Outros são perenes pois
existem o ano todo.
Quem garante a perenidade ou não dos cursos d'água é o lençol subterrâneo. Quanto maior a capacidade do
subsolo, mais perene será o curso d'água. A água que infiltra no terreno pode levar meses, até anos, até encontrar
um local para aflorar à superfície. Estes locais são conhecidos como bicas ou minas d'água
Pode acontecer da água não sair mais para a superfície. Existem no subsolo "buracos" onde a água fica empossada.
O Brasil é um dos poucos países do mundo abençoado e premiado com um gigantesco depósito subterrâneo de água
doce potável. O Aquífero GUARANY que fica por baixo dos estados de Goiás, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e
parte do Rio Grande do Sul. Diga-se passagem, o Aquífero Guarany é o maior depósito de água potável do mundo.
A capacidade de retenção de água pelo subsolo depende da Permeabilidade do solo. Em solos arenosos (partículas
grossas) a permeabilidade é alta. Em solos argilosos (partículas finas) a permeabilidade é baixa. Em solos rochosos,
cimentados, ruas asfaltadas, solos que ficam sob as casas e prédios, a permeabilidade é nula.
Quanto maior a permeabilidade do solo, mais água da chuva consegue infiltrar no subsolo e, consequentemente,
menos água irá escoar pela superfície.
Quando não existia a cidade, a região tinha alta permeabilidade e grande parte da água da chuva infiltrava no
subsolo.
Agora que a floresta foi substituída
por prédios e as ruas foram
asfaltadas (entenda-se
impermeabilizadas), o solo se tornou
impermeável e pouca, muito pouca,
água consegue infiltrar no subsolo. A
grande parte da água da chuva corre
pela superfície formando as
Enxurradas.
Cada vez que a cidade se
"desenvolve", mais e mais o solo vai
tornando cada vez menos permeável.
Com isso, cada vez mais água passa a
correr pela superfície formando
enxurradas cada vez maiores.
Uma região como o Tatuapé, na Zona Leste de
São Paulo, até a década de 40, era ocupada por
grandes chácaras. A permeabilidade era
altíssima, mesmo por que as roças são
confeccionadas para "aprisionar" a água da
chuva, obrigando-a a infiltrar no terreno.
Com o vertiginoso "desenvolvimento" urbano
(e ainda tem gente que chama isso de
desenvolvimento) o solo tornou-se
praticamente impermeável, restando bem
poucas áreas verdes. Com a permeabilidade
zero, não há mais infiltração e toda a água da
chuva é obrigada a correr pela superfície, isto
é, pelas ruas e avenidas. É um caos.
Essa água que corre pela superfície e que vai invadir as residências e lojas é a INUNDAÇÃO. Ela invade e inunda.
Essa água acaba chegando no rio.
O rio, por sua vez, estava calmo e tranquilo. De repente, recebe um volume extraordinário de água que vem em
grande velocidade. Para dar escoamento, o rio deveria estar, também, em grande velocidade, mas não está. Então,
ele "enche". Para ganhar velocidade o rio precisa ter uma diferença de altura, um desnível. A parte que "enche" fica
mais alta e "empurra" a água para baixo, fazendo com que o rio adquira velocidade. Com a velocidade a enchente
esvazia. As enchentes são provocadas por rios e duram poucas horas.
É comum as pessoas pensarem que a enchente é provocada pela seção estreita do rio. Por isso elas gastam milhões
de reais para alargar ou aprofundar a calha do rio. Isso não adianta nada. As enchentes continuarão a acontecer. E,
como se fosse ironia do destino, uma única enxurrada pode assorear de novo o rio tornando inócuo todo aquele
dinheiro aplicado no desassoreamento da calha. Por que será que os governantes continuam a fazer isso?
Nos bairros contemplados com Rede de
Águas Pluviais, a situação se complica dia a
dia, pois os casarões antigos estão sendo
gradativamente substituídos por prédios e
shopping centers.
O Estatuto das Cidades "obriga" todas as
prefeituras a construírem uma Rede de
Drenagem decente, mas obras de
drenagem ficam enterradas e não
aparecem, drenagem não dá voto. Poderia
mudar a data das eleições para janeiro em
pleno período das chuvas.
Além disso, existe uma parafernália de leis
como as Operações Urbanas que
permitem construir bem acima do limite
estabelecido pela Lei do Zoneamento,
diminuindo ainda mais a baixa permeabilidade do solo de uma cidade como São Paulo.
Veja, a foto ao lado mostra um "piscinão" e a
precariedade da manutenção que é um absurdo
urbano onde se congela 100.000, 200.000 e até
300.000 metros quadrados para ser usado por apenas
2 horas pela enchente a cada 5 anos!
Numa cidade que tem o mais alto déficit habitacional,
nessa área poderia ser construído 5.000
apartamentos. Entretanto os nossos governantes
preferem reservar a área para o cultivo de mato, rato
e baratas.
Carta da Terra – Princípios
Avançar o estudo da sustentabilidade ecológica e promover a troca aberta e a
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Apoiar a cooperação científica e técnica internacional relacionada a
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desenvolvimento.

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Os efeitos da impermeabilização das cidades

  • 1. “OS EFEITOS DA IMPERMEABILIZAÇÃO DAS CIDADES” Informativo Mensal - Volume 50 Aqueles que vivem nas grandes cidades podem constatar que a cada ano, a temperatura aumenta e a umidade relativa do ar diminui, chegando a recordes históricos e índices alarmantes. Um dos motivos é que estamos impermeabilizando as cidades em proporções preocupantes. ENCHENTES E INUNDAÇÕES O contínuo desenvolvimento de uma cidade, avançando sobre áreas de mata nativa e, também, demolindo antigos casarões para substituírem por grandes empreendimentos comerciais, diminui a permeabilidade do solo. Como consequência, menos água de chuva irá infiltrar no sobsolo, sobrando mais água para escoar pelas ruas e avenidas. Um dos sintomas de "desenvolvimento" de uma cidade é a formação de enxurradas cada vez maiores. As galerias de águas pluviais que antes "davam conta do recado", passam a não atender às novas demandas. Há bairros, alguns deles nobres, totalmente desprovidos de galerias de águas pluviais. A VOZ DO TIETÊ Desde 2005 o Instituto Navega São Paulo tem o objetivo de atrair a atenção da população para o rio Tietê a partir do seu trecho mais degradado que é a região metropolitana de São Paulo. Conseguimos atingir nosso proposito por meio das navegações monitoradas na embarcação Almirante do Lago, entre as pontes dos Remédios e das Bandeiras. Agora nossa proposta com este informativo mensal é atrair sua atenção, levando até você informações sobre o nosso Tietê para que juntos identifiquemos o que fazer para revitalizar tão precioso patrimônio ambiental. DIA DO TIETÊ 22.09.2011 – PTE. DAS BANDEIRAS
  • 2. A chuva que atinge o solo tem dois caminhos a seguir: Um é pelo subsolo na forma de lençol freático, percolando ou formando rios subterrâneos. O outro é pela superfície, na forma de enxurradas, regatos, córregos e rios. Alguns são temporais, isto é, existem somente enquanto chove. Outros são perenes pois existem o ano todo. Quem garante a perenidade ou não dos cursos d'água é o lençol subterrâneo. Quanto maior a capacidade do subsolo, mais perene será o curso d'água. A água que infiltra no terreno pode levar meses, até anos, até encontrar um local para aflorar à superfície. Estes locais são conhecidos como bicas ou minas d'água Pode acontecer da água não sair mais para a superfície. Existem no subsolo "buracos" onde a água fica empossada. O Brasil é um dos poucos países do mundo abençoado e premiado com um gigantesco depósito subterrâneo de água doce potável. O Aquífero GUARANY que fica por baixo dos estados de Goiás, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e parte do Rio Grande do Sul. Diga-se passagem, o Aquífero Guarany é o maior depósito de água potável do mundo. A capacidade de retenção de água pelo subsolo depende da Permeabilidade do solo. Em solos arenosos (partículas grossas) a permeabilidade é alta. Em solos argilosos (partículas finas) a permeabilidade é baixa. Em solos rochosos, cimentados, ruas asfaltadas, solos que ficam sob as casas e prédios, a permeabilidade é nula. Quanto maior a permeabilidade do solo, mais água da chuva consegue infiltrar no subsolo e, consequentemente, menos água irá escoar pela superfície. Quando não existia a cidade, a região tinha alta permeabilidade e grande parte da água da chuva infiltrava no subsolo. Agora que a floresta foi substituída por prédios e as ruas foram asfaltadas (entenda-se impermeabilizadas), o solo se tornou impermeável e pouca, muito pouca, água consegue infiltrar no subsolo. A grande parte da água da chuva corre pela superfície formando as Enxurradas. Cada vez que a cidade se "desenvolve", mais e mais o solo vai tornando cada vez menos permeável. Com isso, cada vez mais água passa a correr pela superfície formando enxurradas cada vez maiores.
  • 3. Uma região como o Tatuapé, na Zona Leste de São Paulo, até a década de 40, era ocupada por grandes chácaras. A permeabilidade era altíssima, mesmo por que as roças são confeccionadas para "aprisionar" a água da chuva, obrigando-a a infiltrar no terreno. Com o vertiginoso "desenvolvimento" urbano (e ainda tem gente que chama isso de desenvolvimento) o solo tornou-se praticamente impermeável, restando bem poucas áreas verdes. Com a permeabilidade zero, não há mais infiltração e toda a água da chuva é obrigada a correr pela superfície, isto é, pelas ruas e avenidas. É um caos. Essa água que corre pela superfície e que vai invadir as residências e lojas é a INUNDAÇÃO. Ela invade e inunda. Essa água acaba chegando no rio. O rio, por sua vez, estava calmo e tranquilo. De repente, recebe um volume extraordinário de água que vem em grande velocidade. Para dar escoamento, o rio deveria estar, também, em grande velocidade, mas não está. Então, ele "enche". Para ganhar velocidade o rio precisa ter uma diferença de altura, um desnível. A parte que "enche" fica mais alta e "empurra" a água para baixo, fazendo com que o rio adquira velocidade. Com a velocidade a enchente esvazia. As enchentes são provocadas por rios e duram poucas horas. É comum as pessoas pensarem que a enchente é provocada pela seção estreita do rio. Por isso elas gastam milhões de reais para alargar ou aprofundar a calha do rio. Isso não adianta nada. As enchentes continuarão a acontecer. E, como se fosse ironia do destino, uma única enxurrada pode assorear de novo o rio tornando inócuo todo aquele dinheiro aplicado no desassoreamento da calha. Por que será que os governantes continuam a fazer isso? Nos bairros contemplados com Rede de Águas Pluviais, a situação se complica dia a dia, pois os casarões antigos estão sendo gradativamente substituídos por prédios e shopping centers. O Estatuto das Cidades "obriga" todas as prefeituras a construírem uma Rede de Drenagem decente, mas obras de drenagem ficam enterradas e não aparecem, drenagem não dá voto. Poderia mudar a data das eleições para janeiro em pleno período das chuvas. Além disso, existe uma parafernália de leis como as Operações Urbanas que permitem construir bem acima do limite estabelecido pela Lei do Zoneamento, diminuindo ainda mais a baixa permeabilidade do solo de uma cidade como São Paulo.
  • 4. Veja, a foto ao lado mostra um "piscinão" e a precariedade da manutenção que é um absurdo urbano onde se congela 100.000, 200.000 e até 300.000 metros quadrados para ser usado por apenas 2 horas pela enchente a cada 5 anos! Numa cidade que tem o mais alto déficit habitacional, nessa área poderia ser construído 5.000 apartamentos. Entretanto os nossos governantes preferem reservar a área para o cultivo de mato, rato e baratas. Carta da Terra – Princípios Avançar o estudo da sustentabilidade ecológica e promover a troca aberta e a ampla aplicação do conhecimento adquirido. Apoiar a cooperação científica e técnica internacional relacionada a sustentabilidade, com especial atenção às necessidades das nações em desenvolvimento.