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Crise hídrica
A região metropolitana de São Paulo vive sua maior crise hídrica desde 1930, quando
começaram as medições nos sistemas de reservató- rios fornecedores de água. A situação é pior
no sistema Cantareira, cujo nível bate sucessivos recordes negativos desde o início do ano.
Responsável pelo abastecimento de 8,8 milhões de pessoas – quase a metade da população da
Grande São Paulo –
Falta de chuva
O esgotamento dos mananciais na região metropolitana de São Paulo não é causado apenas
pela falta de chuvas. Além do rápido crescimento populacional, a alta taxa de urbanização, que se
aplica a todo o Brasil, polui os rios e dificulta o acesso à água potável. Criado na década de 1970,
o Cantareira foi uma resposta à demanda crescente da região. Foi então preciso buscar água na
Bacia do Rio Piracicaba, onde fica o sistema, a 70 quilômetros da capital. Essa transferência
forçada de recursos hídricos exerce pressão sobre a oferta de água para os centros urbanos, as
indústrias e as plantações do interior paulista.
O crescimento desordenado das cidades agrava a dificuldade de acesso à água em qualidade e
em quantidade satisfatórias. A falta de planejamento, com a verticalização das construções
(prédios), sobrecarrega as estruturas já existentes nas ruas, que muitas vezes não suportam a
quantidade de água que agora passa por ali – milhões de litros se perdem por vazamento nos
canos subterrâ- neos das cidades. Segundo um estudo do Instituto Socioambiental (ISA), as
capitais brasileiras perdem, diariamente, quase metade da água captada durante a distribuição.
Sozinha, a cidade do Rio de Janeiro joga fora mais de 1,5 milhão de metros cúbicos por dia – o
equivalente a mais de 600 piscinas olímpicas. A maior parte desse desperdício deve-se a
vazamentos na rede de distribuição, ao crescimento urbano e à falta de manutenção adequada às
novas condições.
Loteamentos clandestinos e vias públicas à beira de mananciais e em áreas de várzea,
normalmente inundadas pelo fluxo dos rios em períodos de cheia, ameaçam as fontes com a
poluição por esgoto e lixo, industrial e doméstico. Ao mesmo tempo, a grande concentração de
vias pavimentadas e de edifícios de concreto aquece a atmosfera sobre as grandes cidades,
criando as chamadas ilhas de calor, que atraem nuvens pesadas e tempestades.
O solo impermeabilizado (coberto pelo asfalto ou por construções) não permite que a água das
chuvas penetre até os lençóis freáticos, resultando em enchentes durante o verão, o período de
chuvas.
A escassez de chuva na região tem origem em lugares distantes e é provocada principalmente
por mecanismos de circulação de ventos. Na chamada Zona de Convergência Intertropical
(ZCIT), que circunda a Terra próxima à linha do Equador, os ventos dos Hemisférios Norte e Sul
se encontram. A massa de ar que chega à Região Nordeste é quente e úmida, provocando
chuvas na região litorânea, onde predomina a vegetação da Mata Atlântica. Mas, quando se
movimenta em direção ao interior, já perdeu força e umidade, e o resultado é uma massa quente
e seca que estaciona no sertão durante longos períodos. Outros fatores que podem provocar
chuva, como as frentes frias vindas do Sul do país, nem sempre conseguem chegar ao Nordeste.
Políticas públicas
A seca é um fenômeno natural, mas, quando prolongada, causa graves problemas, como os que
atingem o sertão. Há relatos de secas nordestinas desde o início da colonização portuguesa. Na
estiagem de 1983, 1 milhão de sertanejos se inscreveram no programa de emergência para
receber dinheiro para a construção de açudes. Muitos outros emigraram para o Sudeste e
engrossaram o trabalho em construtoras e fábricas. A seca do ano passado causou a perda de 18
mil empregos na região.
Para atenuar o problema, o Estado brasileiro desenvolveu, principalmente a partir do século XX,
políticas públicas de combate aos efeitos da seca. O primeiro órgão criado foi o Departamento
Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), sob o nome de Inspetoria de Obras Contra as
Secas (IOCS), em 1909, e que existe até hoje, vinculado ao Ministério da Integração Nacional.
Seu objetivo é executar ações para beneficiar as áreas atingidas e fomentar obras de proteção
contra as secas e inundações, como a construção de açudes, que permitem tornar perenes rios
intermitentes. Outra ação governamental foi criar uma legislação específica para a região,
denominada então de Polígono das Secas, em 1951.
O atual governo federal investiu mais de 20 bilhões de reais em obras de infraestrutura, como os
sistemas coletivos de abastecimento de água, adutoras para a distribuição das águas das
barragens e as próprias barragens, além da operação de carros-pipa, construção de cisternas e
recuperação de poços. Dentre as obras, está a controversa transposição do Rio São Francisco. A
previsão de gastos é de 8 bilhões de reais (veja mais na pág. 173). Alguns especialistas afirmam
que a construção de poços profundos e de cisternas para a coleta de água da chuva seria uma
alternativa mais eficaz e barata para combater a seca. Opositores da obra também argumentam
que o projeto não alcançará muitas comunidades e beneficiará principalmente os grandes
fazendeiros, além de causar impactos ambientais ainda não bem mensurados no entorno do
“Velho Chico”.
O papel da população
Economizar água é uma realidade que veio para ficar e cada dia mais as pessoas começam a
buscar maneiras de evitar desperdícios. A Internet se tornou uma forte aliada das pessoas para
propagar maneiras de economizar e usar a água de forma racional.
Seguindo essa linha, por aqui vamos compartilhar algumas maneiras de economizar na utilização
da água. Esperamos contar com sua ajuda para que mais alternativas sejam oferecidas e, dessa
forma, possamos ultrapassar essa triste realidade.
Feche um pouco o registro geral de sua casa/apartamento. Isso fará com que a vazão de água
nas torneiras e chuveiros fique menor em função da pressão reduzida;
Instale reguladores de vazão nas torneiras e chuveiros. Esses componentes são facilmente
encontrados em lojas de material de construção;
Utilize um balde ou outro recipiente no banheiro para guardar a água que é desperdiçada até o
chuveiro esquentar (algo comum nos chuveiros que utilizam gás). Essa água pode ser utilizada
para encher máquina de lavar ou regar plantas, entre outras coisas;
Coloque uma garrafa de 1,5 litros dentro da caixa de descarga. Essa prática garante a economia
de 1,5 litros a cada descarga;
Armazene a água do descarte da máquina para tarefas de limpeza da casa ou até para descarga;
Reduza o tempo de banho e desligue o chuveiro para ensaboar o corpo. Escove os dentes com a
torneira echada;
tilize as máquinas de lavar roupa e louça com o máximo de sua capacidade;
Lave frutas e legumes utilizando uma bacia e uma escova vegetal para remover a sujeira;
Deixe as louças de molho antes de lavar;
Apague as luzes ao sair dos ambientes, afinal as hidrelétricas utilizam água para gerar energia e
também enfrentamos dificuldades na geração de energia
fonte de pesquisa
http://dinheirama.com/blog/2015/02/13/10-dicas-economizar-agua-crise-
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  • 1. Crise hídrica A região metropolitana de São Paulo vive sua maior crise hídrica desde 1930, quando começaram as medições nos sistemas de reservató- rios fornecedores de água. A situação é pior no sistema Cantareira, cujo nível bate sucessivos recordes negativos desde o início do ano. Responsável pelo abastecimento de 8,8 milhões de pessoas – quase a metade da população da Grande São Paulo – Falta de chuva O esgotamento dos mananciais na região metropolitana de São Paulo não é causado apenas pela falta de chuvas. Além do rápido crescimento populacional, a alta taxa de urbanização, que se aplica a todo o Brasil, polui os rios e dificulta o acesso à água potável. Criado na década de 1970, o Cantareira foi uma resposta à demanda crescente da região. Foi então preciso buscar água na Bacia do Rio Piracicaba, onde fica o sistema, a 70 quilômetros da capital. Essa transferência forçada de recursos hídricos exerce pressão sobre a oferta de água para os centros urbanos, as indústrias e as plantações do interior paulista. O crescimento desordenado das cidades agrava a dificuldade de acesso à água em qualidade e em quantidade satisfatórias. A falta de planejamento, com a verticalização das construções (prédios), sobrecarrega as estruturas já existentes nas ruas, que muitas vezes não suportam a quantidade de água que agora passa por ali – milhões de litros se perdem por vazamento nos canos subterrâ- neos das cidades. Segundo um estudo do Instituto Socioambiental (ISA), as capitais brasileiras perdem, diariamente, quase metade da água captada durante a distribuição. Sozinha, a cidade do Rio de Janeiro joga fora mais de 1,5 milhão de metros cúbicos por dia – o equivalente a mais de 600 piscinas olímpicas. A maior parte desse desperdício deve-se a vazamentos na rede de distribuição, ao crescimento urbano e à falta de manutenção adequada às novas condições. Loteamentos clandestinos e vias públicas à beira de mananciais e em áreas de várzea, normalmente inundadas pelo fluxo dos rios em períodos de cheia, ameaçam as fontes com a poluição por esgoto e lixo, industrial e doméstico. Ao mesmo tempo, a grande concentração de vias pavimentadas e de edifícios de concreto aquece a atmosfera sobre as grandes cidades, criando as chamadas ilhas de calor, que atraem nuvens pesadas e tempestades. O solo impermeabilizado (coberto pelo asfalto ou por construções) não permite que a água das chuvas penetre até os lençóis freáticos, resultando em enchentes durante o verão, o período de chuvas. A escassez de chuva na região tem origem em lugares distantes e é provocada principalmente por mecanismos de circulação de ventos. Na chamada Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), que circunda a Terra próxima à linha do Equador, os ventos dos Hemisférios Norte e Sul se encontram. A massa de ar que chega à Região Nordeste é quente e úmida, provocando chuvas na região litorânea, onde predomina a vegetação da Mata Atlântica. Mas, quando se movimenta em direção ao interior, já perdeu força e umidade, e o resultado é uma massa quente e seca que estaciona no sertão durante longos períodos. Outros fatores que podem provocar chuva, como as frentes frias vindas do Sul do país, nem sempre conseguem chegar ao Nordeste. Políticas públicas A seca é um fenômeno natural, mas, quando prolongada, causa graves problemas, como os que atingem o sertão. Há relatos de secas nordestinas desde o início da colonização portuguesa. Na estiagem de 1983, 1 milhão de sertanejos se inscreveram no programa de emergência para receber dinheiro para a construção de açudes. Muitos outros emigraram para o Sudeste e engrossaram o trabalho em construtoras e fábricas. A seca do ano passado causou a perda de 18 mil empregos na região. Para atenuar o problema, o Estado brasileiro desenvolveu, principalmente a partir do século XX, políticas públicas de combate aos efeitos da seca. O primeiro órgão criado foi o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), sob o nome de Inspetoria de Obras Contra as Secas (IOCS), em 1909, e que existe até hoje, vinculado ao Ministério da Integração Nacional. Seu objetivo é executar ações para beneficiar as áreas atingidas e fomentar obras de proteção
  • 2. contra as secas e inundações, como a construção de açudes, que permitem tornar perenes rios intermitentes. Outra ação governamental foi criar uma legislação específica para a região, denominada então de Polígono das Secas, em 1951. O atual governo federal investiu mais de 20 bilhões de reais em obras de infraestrutura, como os sistemas coletivos de abastecimento de água, adutoras para a distribuição das águas das barragens e as próprias barragens, além da operação de carros-pipa, construção de cisternas e recuperação de poços. Dentre as obras, está a controversa transposição do Rio São Francisco. A previsão de gastos é de 8 bilhões de reais (veja mais na pág. 173). Alguns especialistas afirmam que a construção de poços profundos e de cisternas para a coleta de água da chuva seria uma alternativa mais eficaz e barata para combater a seca. Opositores da obra também argumentam que o projeto não alcançará muitas comunidades e beneficiará principalmente os grandes fazendeiros, além de causar impactos ambientais ainda não bem mensurados no entorno do “Velho Chico”. O papel da população Economizar água é uma realidade que veio para ficar e cada dia mais as pessoas começam a buscar maneiras de evitar desperdícios. A Internet se tornou uma forte aliada das pessoas para propagar maneiras de economizar e usar a água de forma racional. Seguindo essa linha, por aqui vamos compartilhar algumas maneiras de economizar na utilização da água. Esperamos contar com sua ajuda para que mais alternativas sejam oferecidas e, dessa forma, possamos ultrapassar essa triste realidade. Feche um pouco o registro geral de sua casa/apartamento. Isso fará com que a vazão de água nas torneiras e chuveiros fique menor em função da pressão reduzida; Instale reguladores de vazão nas torneiras e chuveiros. Esses componentes são facilmente encontrados em lojas de material de construção; Utilize um balde ou outro recipiente no banheiro para guardar a água que é desperdiçada até o chuveiro esquentar (algo comum nos chuveiros que utilizam gás). Essa água pode ser utilizada para encher máquina de lavar ou regar plantas, entre outras coisas; Coloque uma garrafa de 1,5 litros dentro da caixa de descarga. Essa prática garante a economia de 1,5 litros a cada descarga; Armazene a água do descarte da máquina para tarefas de limpeza da casa ou até para descarga; Reduza o tempo de banho e desligue o chuveiro para ensaboar o corpo. Escove os dentes com a torneira echada; tilize as máquinas de lavar roupa e louça com o máximo de sua capacidade; Lave frutas e legumes utilizando uma bacia e uma escova vegetal para remover a sujeira; Deixe as louças de molho antes de lavar; Apague as luzes ao sair dos ambientes, afinal as hidrelétricas utilizam água para gerar energia e também enfrentamos dificuldades na geração de energia fonte de pesquisa http://dinheirama.com/blog/2015/02/13/10-dicas-economizar-agua-crise- hidrica/#sthash.5EjPJnlo.dpufhttp://guiadoestudante.abril.com.br/crise-hidrica/