1) Os rejeitos da barragem que se rompeu em Brumadinho já contaminaram o rio São Francisco, matando os peixes.
2) Amostras da água de trechos do rio São Francisco mostraram níveis acima do permitido de ferro, manganês, cromo e cobre.
3) A poluição afeta a biodiversidade e pode causar doenças como insuficiência renal e problemas neurológicos quando a água é consumida por muito tempo.
Resíduos de Brumadinho contaminam rio São Francisco
1. “Tragédia de Brumadinho”
Informativo Mensal - Volume 62
RESÍDUOS DE BRUMADINHO JÁ MATAM OS PEIXES DO
RIO SÃO FRANCISCO
Dados da Fundação S.O.S. Mata Atlântica mostram que alguns trechos
do Velho Chico já estão com água imprópria para uso da população.
Concentração de ferro, manganês, cromo e cobre está acima dos limites
permitidos por lei
Imagem da água escurecida do Rio São Francisco
Um dos maiores temores dos ambientalistas depois do rompimento da
barragem da Vale Córrego do Feijão, em Brumadinho, no dia 25 de
janeiro, concretizou-se: os rejeitos da barragem já contaminaram o rio
São Francisco.
A VOZ DO TIETÊ
Desde 2005 o Instituto Navega
São Paulo tem o objetivo de
atrair a atenção da população
para o rio Tietê a partir do seu
trecho mais degradado que é a
região metropolitana de São
Paulo. Conseguimos atingir
nosso propósito por meio das
navegações monitoradas na
embarcação Almirante do Lago,
entre as pontes dos Remédios e
das Bandeiras. Agora nossa
proposta, com este informativo
mensal, é atrair sua atenção,
levando até você informações
sobre o nosso Tietê para que
juntos identifiquemos o que
fazer para revitalizar tão
precioso patrimônio ambiental.
DIA DO TIETÊ 22.09.2011 – PTE. DAS BANDEIRAS
2. Os dados recolhidos pela Fundação S.O.S.
Mata Atlântica que monitora o impacto
ambiental da tragédia através de uma
expedição pelo rio Paraopeba (afluente
do Velho Chico) mostram que alguns
trechos do Alto São Francisco já estão
com água imprópria para uso da
população.
O retrato da qualidade da água nas
bacias da Mata Atlântica, realizados em
março/19, recolheu amostras de água
em 12 pontos do rio e constatou que
nove deles estavam em condição "ruim"
e três em situação "regular". No trecho a partir do Reservatório de Retiro Baixo (imagem), entre os municípios de
Felixlândia e Pompéu, em Minas Gerais, até o Reservatório de Três Marias, no Alto São Francisco, a turbidez
(transparência da água) estava acima dos limites legais definidos pela Resolução 357 do Conselho Nacional do Meio
Ambiente (Conama) para a qualidade da água doce superficial. Em alguns locais, esse indicador chegou a ser
verificado entre duas e seis vezes mais que o permitido pela resolução.
OS NOSSOS RIOS ESTÃO POR UM TRIZ
Segundo o documento, todos os rios analisados correm perigo, seja pelo risco de desastres como os da Vale, seja por
maus usos da água no dia a dia, decorrentes da falta de saneamento, pela ocupação desordenada do solo nas
cidades, pela derrubada de florestas e matas ciliares que protegem os rios e nascentes e pelo uso indiscriminado de
agrotóxicos. Ressaltando que a poluição afeta a biodiversidade, levando à morte de animais e plantas, e transforma
a água, de essencial à vida, em vetor de graves doenças.
O maior causador de mortes e doenças no Brasil atualmente é a água poluída. Temos falado muito de dengue,
hepatite, diarreia. Mas também ocorrem doenças que vão se desenvolvendo ao longo do tempo, como insuficiência
renal e problemas neurológicos, causados pelo consumo de água contaminada durante a vida. É preciso mudar a
relação das pessoas com o meio ambiente e os cursos d’água e também pressionar o poder público para que aja de
forma comprometida com o meio ambiente.
É preciso fortalecer os investimentos em
recomposição de matas ciliares, preservação de
nascentes e margens, evitar a intensa ocupação de
áreas próximas a rios e córregos e ampliar o
saneamento básico, sobretudo na coleta e
tratamento de esgotos. Hoje, somente 40% da
população tem esgoto tratado. O resto vai para os
rios e córregos. O orçamento para o meio ambiente
dos governos é dos mais baixos e pouco executados.
Rios e águas contaminadas são reflexo da ausência de
instrumentos eficazes de planejamento, gestão e
governança. Refletem a falta de saneamento ambiental, a ineficiência ou falência do modelo adotado, o desrespeito
aos direitos humanos e o subdesenvolvimento.
O estudo foi feito em 103 municípios dos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Rio de Janeiro,
Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Sergipe, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do
Sul, Santa Catarina, São Paulo e no Distrito Federal.
3. Entre os grandes rios analisados estão o Tietê, em São Paulo, e o Iguaçu, no Paraná, que estão em condição de
regular a péssima. A lista completa de rios traz ainda Manguaba, Pojuca, das Pedras, Preto, Mimoso, da Parta,
Restinga, entre outros.
Carta da Terra – Princípios
“Aceitar que, com o direito de possuir, administrar e usar os recursos
naturais, vem o dever de prevenir os danos ao meio ambiente e de
proteger os direitos das pessoas.”