Apresentação de Madalena Canas na sessão de divulgação sobre as Salinas de Lavos, a 29 de Abril, na casa do Povo de Lavos. No âmbito do projeto "O que escondem as Salinas", da EB1 de Regalheiras, Agrupamento de Escolas de Paião, Figueira da Foz.
3. O Sal
• O sal é uma substância cristalina e branca,
solúvel em água.
• Quimicamente é cloreto de sódio.
• A principal fonte do sal é a água do mar, no
entanto ele também pode ser encontrado em
jazidas subterrâneas, fontes e lagos salgados.
• O sal é usado como condimento (para temperar as
refeições) e para a conservação de peixe e de
carnes.
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4. • Além de tornar as comidas mais saborosas, o
sal é uma necessidade vital. Sem sódio, o
organismo seria incapaz de transportar
nutrientes ou oxigénio, transmitir impulsos
nervosos ou mover músculos, incluindo o
coração.
• Contudo, o sal em excesso, é bastante perigoso
para a nossa saúde.
5. Breve História do Sal
• Muitos anos antes de Cristo já os chineses produziam sal através
de evaporação.
• No antigo Egito, o sal era considerado um produto sagrado, sendo
feitas oferendas de sal aos Deuses. Os Egípcios usavam
igualmente o sal para desidratar e embalsamar os corpos dos
faraós.
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6. • O sal era muito valioso, de tal modo que os
soldados romanos eram pagos com sal
(salarium argentum = pagamento em sal =
Salário).
• Os romanos tinham uma estrada própria para
o transporte de sal para a cidade de Roma, a
“Via salária”.
• O sal podia ser trocado pelos mais diversos
produtos. Era um importante e quase
insubstituível conservante alimentar para a
época. Pensemos num tempo muito distante
em que não existiam frigoríficos.
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7. • Portugal tinha (e tem) boas condições para a
produção de sal, nomeadamente a proximidade
do mar, o sol e o vento, que são fundamentais à
sua produção.
• Em Portugal, há vestígios da produção de sal
pelo menos desde os contactos com os
cartagineses (povo comerciante do
Mediterrâneo/Norte de África que terá ensinado
a técnica da conservação dos alimentos com o
sal às tribos celtiberas (Lusitanos).
8. Com o sal os romanos produziam Garum, um molho
de peixe que foi usado principalmente em pratos de
salgados.
Na sua estadia na Península Ibérica os Romanos
deixaram-nos vestígios da importante indústria de
salga que desenvolveram, como é o caso de Tróia.
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9. • Estes tanques ou cetárias eram destinados à salga de
peixe e à preparação de conservas. As conservas de
peixe destinadas à exportação eram embaladas em
recipientes de cerâmica, as ânforas.
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10. • No século XIII, o sal já figurava entre os produtos que
Portugal vendia ao estrangeiro.
• Na época da expansão marítima, o sal era um produto
muito importante para a conservação da carne e do
peixe nas grandes viagens, quer portuguesas, quer de
outros países.
• No século XVI, em 1557, chegaram a Lisboa, no espaço
de 6 dias, mais de 250 navios para carregarem sal
(muitos holandeses e alemães).
11. • Em 1695 (século XVII), o governo português (D. Pedro
II), proibiu os marnotos portugueses de irem ensinar os
processos de extração de sal ao estrangeiro, assim
como proibiu a vinda de estrangeiros aprender em
Portugal.
• A importância do sal diminuiu no século XX, sobretudo
com o aparecimento dos frigoríficos, que o substituíram
como processo de conservação.
• Hoje, para além da conservação de alimentos (caso dos
presuntos, das azeitonas e dos queijos), o sal também é
utilizado em tratamentos, na indústria farmacêutica e
como meio de derreter a neve/gelo nas estradas, no
Inverno.
12. O sal na Figueira da Foz
Foto: Facebook,
Figueira da Foz Antiga
13. • A produção de sal nas salinas da Figueira da Foz
remonta a vários séculos atrás. Há indicações de
que a produção de sal nesta área já se fazia nos
tempos do início da nacionalidade.
• Terá sido a partir do século XVIII, que se
intensificou a atividade de exploração das salinas
na ilha da Morraceira (provavelmente como forma
de aproveitamento da área assoreada),
contribuindo para a produção nacional, com vista
também à exportação.
18. • Na sua exploração empregavam-se, em 1883, cerca de 2500
pessoas de ambos os sexos (marnotos e salineiras), residentes nas
freguesias de S. Julião, Tavarede, Vila Verde e Lavos.
• Durante muito tempo a frota piscatória da Figueira absorvia grandes
quantidades do sal aqui produzido (sobretudo a frota bacalhoeira).
• Escalado e lavado, o bacalhau vai para o porão onde é colocado,
espalmado e coberto de sal. Ali fica durante meses, até ser
descarregado nas secas.
• A seca do bacalhau na Figueira da Foz empregava muita gente,
sobretudo mulheres.
20. A seca do bacalhau
Foto Facebook,
Figueira da Foz Antiga
21. • O sal da Figueira também subia o rio Mondego até aos
diversos entrepostos que posteriormente o distribuíam pelos
confins da Beira, para a conservação das carnes e dos
queijos.
• Este sal, em brigues e escunas, também era exportado e
chegava a pontos tão distantes como o Báltico ou a Nova
Inglaterra.
22. •A partir da década de 1970, as alterações no mercado e
nos circuitos de comercialização, associadas ao fim das
salgadeiras e à divulgação dos frigoríficos levaram a
uma desvalorização progressiva do sal produzido
artesanalmente.
•Das 229 salinas, que em meados do século XX davam
emprego a cerca de 2000 pessoas, hoje restam apenas
algumas, tal como alguns resistentes marnotos.
24. Preservar o Património Local
• Não podemos, nem devemos, lutar contra o progresso,
mas podemos preservar as salinas como património
histórico, cultural e paisagístico, que revela o trabalho e
as formas de vida de muitos dos nossos antepassados.
• Ao preservar as salinas estamos também a preservar o
habitat natural de várias espécies.
• Também podemos tentar ser consumidores do sal
produzido localmente segundo os métodos artesanais e
tradicionais desta região, contribuindo para a
manutenção das salinas e dos trabalhadores que ainda
se mantêm.
53. Fontes:
• Contactos com marnotos locais.
• Enciclopédia Portuguesa-Brasileira
• Facebook “Figueira da Foz Antiga”
• Site e panfletos do Núcleo Museológico do Sal
• Site da Câmara Municipal da Figueira da Foz
• Pesquisas em diversos sites na internet
• Visitas à zona das salinas, com recurso à recolha fotográfica
Nota:
Trabalho elaborado com fins educativos.
FIM