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A LINGUAGEM COMO FATOR DE DIFICULDADE NA
APRENDIZAGEM DE FÍSICA: UMA ANÁLISE DO PERÍODO DE
ESTÁGIO
por Camila de Sousa Oliveira (UNIR)1
, Maricelma Almeida Chaves (UNIR/SEDUC)2
e
Vanusa Oliveira Louback Gonsaga (UNIR)3
Resumo: A linguagem usada por um professor de Física é fundamental,
pois, influencia na aprendizagem do aluno. Ao ensinar Física é preciso que
ocorra diálogo fluente entre professor e aluno, somente assim vai acontecer
à comunicação. Vários são os obstáculos enfrentados por professores de
Física todos os dias em sala de aula, entre eles destacam-se a falta de
estrutura das instituições, a dificuldade do aluno em compreender o
conteúdo, assim como, assimilação e o fazer correspondência entre o
conteúdo e o seu cotidiano. Todos estes fatores são enfrentados também por
estagiários, e por esse motivo este estudo teve como objetivo analisar as
dificuldades enfrentadas pelos estagiários na fase de observação e regência,
assim como, detectar se os mesmos identificam a linguagem como sendo
um dos fatores que influenciam o aprendizado dos alunos em sala de aula.
Para tal aplicou-se um questionário aos alunos estagiários do curso de
Licenciatura em Física da Fundação Universidade Federal de Rondônia –
UNIR, campus Ji-Paraná, e após foi feito a análise e a sistematização. Nos
1
Acadêmica de Curso de Física da Fundação Universidade Federal de Rondônia – UNIR. E-mail:
kamilasouza_oliveira@hotmail.com.
2
Acadêmica de Curso de Física da Fundação Universidade Federal de Rondônia – UNIR. E-mail:
maricelmalmeida@hotmail.com.
3
Professora Credenciada para o curso de Licenciatura em Educação Básica Intercultural da Universidade
Federal de Rondônia, Campus Ji-Paraná-RO. Professora do Ensino Básico Técnico e Tecnológico. Formadora da
Ação Saberes Indígenas na Escola. Email: vanuzalouback@hotmail.com.br.
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resultados ficou visível que a maior dificuldade dos estagiários é a
insegurança, ocorrida principalmente pela falta de experiência e também de
prática. A preocupação em fazer com que os conteúdos apresentados fossem
aproveitados ficou clara na diversificação de recursos utilizados pelos
estagiários.
Palavras-chave: Linguagem professor/aluno. Aprendizagem. Estágio.
Ensino de Física.
1. Introdução
O diálogo entre professor e aluno se faz determinante no processo de aprendizagem
dentro de sala de aula, uma vez que, quando não alcançado, seja por complexidade na
linguagem do professor, ou inexistência de contextualização do conteúdo apresentado,
acarretará na indiferença por parte do aluno em relação ao componente curricular, já que esse
não conseguirá assimilar o conteúdo nem tão pouco ver uma aplicação real dele.
A dificuldade na comunicação em sala de aula leva o aluno a desenvolver uma
aprendizagem mecânica, de curto prazo, devido a qual o aluno esquecerá o que aprendeu
facilmente, desta forma o ideal seria o aluno desenvolver uma aprendizagem significativa
onde ele conseguirá absorver novos conhecimentos a partir de conhecimentos prévios.
Dessa forma, nos propomos a realizar esta reflexão em busca de chamar atenção dos
educadores tentando estreitar a relação entre professor e aluno visando à melhoria na
qualidade do ensino dentro das escolas e universidades, principalmente dos futuros
profissionais da área de ensino.
Diante da importância do diálogo entre professor e aluno e das dificuldades de
aprendizagem que os alunos enfrentam em sala de aula, este estudo teve como objetivo
analisar as dificuldades enfrentadas pelos estagiários na fase de observação e regência, assim
como, detectar se os mesmos identificam a linguagem como sendo um dos fatores que
influenciam o aprendizado dos alunos.
2. Fatores que dificultam o aprendizado do aluno
A experiência vivenciada no período de estágio da Licenciatura em Física mostrou que
ensinar Física não é uma tarefa nada fácil para o professor de ensino médio, pois o professor
precisa compreender e buscar vários métodos de ensino para conseguir transmitir o
conhecimento aos seus alunos e, principalmente, adaptar e transformar os conceitos
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científicos em uma linguagem simples para melhor compreensão e a boa assimilação dos
conteúdos.
No período destinado a observação, foi possível perceber que a maior dificuldade que
se encontra no ensino de Física é principalmente a comunicação, aquela que ocorre entre o
professor e o aluno. O que se percebeu foi que o professor normalmente transmite o conteúdo
de forma complexa, fazendo uso de palavras que não são comuns ao vocabulário de um
estudante de Ensino Médio. Durante as aulas é comum ver alunos dispersos, ainda que
estejam sentados e em silêncio, demonstram estar com seus pensamentos em outro foco,
desconectados da sala de aula. Passam a impressão de que acreditam que a Física é uma
disciplina distante e inútil no seu dia a dia, pois não conseguem assimilar esses conteúdos,
nem tão pouco relacioná-los aos fatos que ocorrem no seu cotidiano.
Segundo Menegotto e Filho (2008, p. 305):
É interessante que a linguagem utilizada em sala de aula seja adequada ao
contexto do aluno quando se trata de construir novos conceitos. Podemos
relacionar palavras desconhecidas com outras, vinculadas ao contexto dos
alunos, ou podem ser propostas atividades em que os alunos exercitem
expressões orais e escritas relacionadas ao tema, de modo que penetrem
paulatinamente no universo do vocabulário da Física.
Percebendo isto foi inevitável a viagem que nos levou de volta a sala de aula do Curso
de Licenciatura, nos fazendo refletir quanto à importância de cada componente curricular que
compõe a grade do curso para a boa formação do professor. Como vimos lá, a linguagem e a
comunicação são indispensáveis tanto para a aquisição de conhecimento nas diferentes áreas
como para a participação em todos os contextos sociais. Ela é a atividade caracterizada pela
transmissão e recepção de informações entre os indivíduos, é o processo resultante da
interação social. Sendo assim, não pode ser confundida com a simples transmissão unilateral
de informações. É preciso compreender a linguagem verbal como a maneira mais prática e
rápida de se perceber se a comunicação ocorreu ou não. Para o professor receber o feedback
do aluno detectando as suas reações, propicia uma rápida avaliação e consequentemente,
poder adequar as suas falas de modo a facilitar o aprendizado.
É fundamental observar que os alunos muitas vezes desenvolvem uma aprendizagem
mecânica, com a qual apenas decoram o conteúdo para fazer a prova e pouco tempo depois já
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o esquecem. Além disso, há aqueles que não conseguem guardar o conteúdo nem para fazer a
prova, uma vez que não conseguiram assimilar. Segundo Pelizzari et al (2001/2002, p.38):
Para haver aprendizagem significativa são necessárias duas condições. Em
primeiro lugar, o aluno precisa ter uma disposição para aprender: se o
indivíduo quiser memorizar o conteúdo arbitrária e literalmente, então a
aprendizagem será mecânica. Em segundo, o conteúdo escolar a ser
aprendido tem que ser potencialmente significativo, ou seja, ele tem que ser
lógica e psicologicamente significativo: o significado lógico depende
somente da natureza do conteúdo, e o significado psicológico é uma
experiência que cada indivíduo tem. Cada aprendiz faz uma filtragem dos
conteúdos que têm significado ou não para si próprio.
Assim sendo, para o professor ensinar novos conteúdos ao aluno é preciso partir de
conhecimentos que mesmo possua, além disso, o professor precisa despertar a curiosidade do
educando de modo que o leve a descobrir de uma forma interessante e assim, querer aprender
mais e mais.
3. Fatores que dificultam a comunicação entre professor e aluno
Há fatores que influenciam o educador a ter dificuldades em se comunicar com os
alunos de um modo mais simples, eles normalmente vêm da sua formação acadêmica, pois
muitas vezes os próprios professores que atuam no ensino superior não possuem licenciatura,
são bacharéis na área de ensino. Não pretende-se aqui subestimá-los, nem se quer dizer que
eles não tenham conhecimentos em Física, o que se quer afirmar aqui é que essas pessoas que
atuam como professores, em tais condições não têm formação pedagógica para ministrar aula,
o que dificulta em muito o desenvolvimento do seu trabalho e a aprendizagem dos seus
alunos.
É bem comum ocorrer também em escolas públicas de ensino médio a falta de
professores na área de Física, sendo assim as escolas optam em colocar profissionais de outras
áreas, como por exemplo, matemática. Isto dificulta tanto para o profissional atuar com
qualidade quanto para o aluno compreender os conteúdos aplicados.
Afirmam Menegotto e Filho (2008, p.306):
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É pela comunicação que aprendemos. Por meio dela também ensinamos.
Quando ensinamos podemos nos expressar de várias formas: verbal, visual,
emocional, corporal. Assim, proporcionamos também outras formas para o
aluno aprender. Sempre que visamos melhorias na ação pedagógica, o
aprimoramento das formas de linguagem utilizadas em sala de aula pode
conduzir o aluno à compreensão, pois o estudante aprende de acordo com a
linguagem utilizada pelo professor. A linguagem deve ser um fator de
entendimento entre o professor e o aluno, e não o contrário. Consideramos
que na ausência deste entendimento não há nem pode haver aprendizagem.
Os autores acima destacam a importância da comunicação, verifica-se que ela pode ser
expressa de diversas maneiras e consequentemente isto pode contribuir para uma melhor
aprendizagem dos alunos. Se o professor souber utilizar a linguagem de modo compreensível
para o aluno, com certeza o objetivo de aprendizagem do estudante será alcançado. É certo,
pois, que se a linguagem não for comunicativa entre professor e aluno não haverá
aprendizagem significativa, pois segundo Ausubel na aprendizagem significativa:
[...] há três vantagens essenciais em relação à aprendizagem memorística.
Em primeiro lugar, o conhecimento que se adquire de maneira significativa é
retido e lembrado por mais tempo. Em segundo, aumenta a capacidade de
aprender outros conteúdos de uma maneira mais fácil, mesmo se a
informação original for esquecida. E, em terceiro, uma vez esquecida,
facilita a aprendizagem seguinte – a “reaprendizagem”, para dizer de outra
maneira. (PELIZZARI et al 2001/2002 p.39 e 40).
Como se vê descrito acima, a aprendizagem significativa possui papel importante na
vida do aluno, pois ela propicia a aprendizagem real do conteúdo ensinado pelo professor.
Entretanto, para que tal objetivo seja alcançado é necessário que ocorra duas condições:
primeiramente o material desenvolvido pelo professor precisa ser potencialmente
significativo, ou seja, o professor precisa se basear no conhecimento prévio do aluno. Em
segundo o aluno precisa ter disposição para aprender, se o mesmo não a tiver, não ocorrerá
aprendizagem significativa.
4. Como aperfeiçoar o diálogo entre professor e aluno
Algo que normalmente acontece, muitas vezes até de forma involuntária, é o fato do
professor por ter um maior conhecimento em sua área ou talvez pelo uso de sua autoridade,
sentir estar acima do nível do aluno, provocando assim um distanciamento na relação
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professor/aluno. Isso impede o aluno de ter liberdade para perguntar e entender os conteúdos
abordados pelo professor.
É válido lembrar que quando se trata de ensinar Física, tudo se torna mais difícil. Ao
chegar à sala de aula o aluno já possui um conceito pré-definido de que a matéria é muito
difícil, que é algo muito distante de sua realidade. Calado et al (2013, p. 476) diz o seguinte:
“A Física é vista pela sociedade como algo difícil de ser entendida, ideia essa que vem sendo
passada de geração para geração nas últimas décadas. Vários são os fatores que contribuem
para essa situação [...]”. Entre estes fatores destacam-se: a transformação da Física em
matemática aplicada (DIAS, 2001; PEDUZZI, 2001 apud CALADO et al p. 476, 2013), a
falta de interpretação dos conceitos, usar metodologias de ensino desatualizadas e poucos
recursos em sala de aula como por exemplo quadro e giz, usar fórmulas sem interpretação
com finalidade apenas de resolver exercícios e questões de provas, entre outros fatores.
Neste sentido o educador deve aproximar-se do aluno e aos poucos ir mostrando que a
Física envolve todo o seu o cotidiano. Para tanto, utilizar uma linguagem mais simples e
adequada para os alunos, metodologias diferenciadas, aplicações práticas através de
experimentos, visualização e prática dos fenômenos físicos, possibilitará aos poucos ajudar o
aluno a compreender que aprender é apenas um processo na sua formação. O educador
também deve ter consciência de que através do ensino se dá o trabalho do processo da
construção do aluno, e que isto irá fazer parte de toda a sua vida como cidadão.
Naddeo (2005, p. 27) apud Anequini, Reis e Oliveira (2014, p. 66), destaca que:
[...] para que um indivíduo seja capaz de exercer sua cidadania, é necessário
receber uma formação integral em seu aspecto social, emocional e cognitivo.
Essa formação, pressupõe-se que seja realizada na escola, dessa forma as
crianças têm a oportunidade de serem desenvolvidas como cidadãos do
mundo, são humanizados, pela integração de todas as suas habilidades e
competências vividas na escola.
Para que um aluno consiga receber uma informação o professor precisa desenvolver
tal informação de modo que aquele possa absorvê-la e assim desenvolver suas habilidades e
competências as quais o indivíduo levará consigo pelo resto de sua vida.
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5. Metodologia
Considerando que o período do estágio é o momento em que os futuros professores
irão viver a experiência da prática por meio da observação e regência, e que os paradigmas
que nortearão sua prática futura começam a ser estabelecidos neste momento, pensou-se em
propiciar a reflexão da experiência vivida. Para tanto, foi elaborado um questionário com
questões abertas, que tinham como objetivo verificar como foi o estágio dos acadêmicos tanto
durante a fase de observação, como na fase de regência. O questionário foi respondido por
doze alunos do curso de Licenciatura em Física da Universidade Federal de Rondônia – Unir
Campus Ji-Paraná. Coletado os dados, foi feito a análise, cujos resultados serão discorridos no
tópico a seguir.
6. Resultados e discussões
Do total de acadêmicos que responderam os questionários, nove pessoas eram do sexo
feminino e três pessoas eram do sexo masculino. Foi perguntado aos alunos a qual esfera
pertence à escola onde foram feitos seus estágios? Como resposta 92% dos alunos disseram
que realizaram o estágio em escola pública e apenas 8% disseram ter feito o estágio em escola
particular.
Perguntou-se aos acadêmicos quais dificuldades sentiram durante a fase de
observação? Seis deles disseram não ter nenhuma dificuldade nesta fase. Um deles destacou
que não conseguiu verificar a metodologia usada pelo professor. Um dos estagiários disse que
teve dificuldade de entender a linguagem do professor. Um deles disse que o mau
comportamento dos alunos na sala de aula dificultou a fase de observação, pois os mesmos
não respeitavam o professor regente. Apenas um estagiário disse sentir dificuldades em
entender a metodologia e o conteúdo dado pelo professor, além da falta de estrutura na escola
para elaborar experimentos que auxiliem o aprendizado dos alunos.
Observando-se os resultados é possível verificar que alguns estagiários sentiram
dificuldades em entender a linguagem do professor, um dos fatores que pode ter influenciado
neste caso, pode ter sido o fato do professor não explicar o conteúdo de forma correta ou
utilizar termos avançados para o nível dos alunos do ensino médio. Outro fator também pode
ser a falta de atenção do acadêmico, já que por ter um nível de conhecimento mais avançado
deveria entender a linguagem do professor.
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Foi de interesse também saber quais dificuldades os acadêmicos tiveram durante a fase
de regência. Dez alunos disseram sentir insegurança durante esta fase, fato este ocorrido
principalmente por falta de experiência, pois os mesmos iniciaram a prática no estágio. Além
da insegurança, quatro alunos sentiram dificuldades em fazer o planejamento das aulas. Pelo
fato de estar pondo em prática o que aprenderam durante a graduação, os acadêmicos não têm
muita noção de como organizar o conteúdo, como organizar quais conceitos vêm primeiro,
entre outros. Outros dois alunos destacaram ter dúvida quanto a metodologia que iriam
utilizar. A dificuldade neste caso pode ter sido pelo fato de não ter muita noção de como
avaliar, como ensinar o aluno de modo que ele aprenda, e também pela preocupação com o
estilo da aula, pois os mesmos não queriam que suas aulas se tornassem entediantes. Além da
insegurança, dois alunos tiveram dificuldades em utilizar uma linguagem mais simples, pois
se preocupavam com os termos que iriam utilizar para ensinar o conteúdo da forma mais
simples possível para um melhor entendimento. Dois alunos disseram que além da
insegurança, preocuparam-se também em manter a ordem na sala e manter os alunos
concentrados durante a aula. Como estavam iniciando a parte prática, queriam que os alunos
tivessem atenção para aprender o conteúdo além de evitar que os mesmos fizessem bagunça
para não atrapalhar a aula.
Foi perguntado aos acadêmicos se o professor de Física da escola onde estagiaram
utilizava exemplos do cotidiano? Dos alunos participantes 92% responderam que o professor
usava sim exemplos do cotidiano e destacaram que o professor usava para facilitar a
aprendizagem do aluno sobre o conteúdo. Somente um aluno afirmou que o professor não
utilizava exemplos do cotidiano e destacou que as aulas deste professor eram tradicionais e
entediantes, o que prejudicava o aprendizado dos alunos, pois os mesmos não conseguiam ver
a aplicação do conteúdo no seu dia a dia.
Também foi perguntado aos acadêmicos se eles utilizaram exemplos do cotidiano
durante o período de regência? Todos responderam que usaram exemplos, entre as
justificativas do uso de exemplos do cotidiano dadas pelos acadêmicos destacam-se: ajudam
os alunos a compreenderem melhor o conteúdo; usar exemplos do cotidiano é um método
eficaz para aprendizagem do conteúdo; ajudam os alunos a aproximar o conteúdo com a
realidade vivida pelos mesmos.
Perguntaram-se ainda aos acadêmicos quais os tipos de recursos que eles utilizaram
para aplicar suas aulas? Quatro alunos disseram utilizar somente o quadro e giz para dar aula.
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Um disse que a aula foi dada em forma de slides. Três pessoas disseram utilizar quadro, slides
e vídeos na aula. Dois alunos utilizaram o quadro e experimentos durante as aulas. Uma
utilizou quadro, vídeos e experimentos. Apenas um usou quadro e aplicativo simulador de
experimento – Phet, na sua aula.
Por fim, foi de interesse verificar quais as dificuldades que os estagiários perceberam
nos alunos ao estudarem o conteúdo de Física? Seis acadêmicos afirmaram que os alunos
tinham dificuldades em interpretar os exercícios. Dois acadêmicos disseram que além da
dificuldade de interpretar os exercícios, tinham dificuldades de assimilar e relacionar o
conteúdo com o cotidiano. Um disse que os alunos tinham dificuldades tanto em interpretar os
exercícios com também em entender a linguagem usada pelo professor e pelo estagiário. Dois
afirmaram que os alunos tinham dificuldades em assimilar o conteúdo com o dia a dia,
interpretar os exercícios e compreender o que o professor e o estagiário explicavam em sala
de aula. Somente um acadêmico destacou que os alunos tinham dificuldades em resolver os
exercícios que envolviam a parte da matemática. Com isso pode-se perceber que há um
agravante problema: o fato dos alunos não conseguirem assimilar o conteúdo com o cotidiano
e principalmente não conseguirem interpretar os exercícios na sala de aula. Isso mostra que tal
dificuldade é devido à falta de leitura, como também de um conhecimento melhor em
matemática além de exemplos relacionados ao cotidiano do aluno.
Sendo assim, compreende-se que os componentes curriculares não podem ser
trabalhados na escola distanciados uns dos outros, é necessário, pois que haja uma interação
entre eles. Que as disciplinas dialoguem entre si, considerando que uma complementa a outra,
logo, esta interação beneficiará a todos, especialmente ao aprendizado do aluno, foco
principal na escola.
7. Considerações finais
Com base nos dados apresentados neste estudo, foi possível ver que a principal
dificuldade dos acadêmicos no período de regência foi a insegurança, fato este ocorrido por
falta de experiência e prática. Além disso, percebe-se que também sentiram dificuldades no
momento do planejamento da aula, pois houve preocupação sobre a metodologia que iriam
utilizar, o método de avaliação, a forma de ensinar o conteúdo, entre outros fatores.
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Percebeu-se também o quanto é importante ter a preocupação em se utilizar na sala de
aula exemplos do cotidiano, do dia a dia do aluno, isso facilita na aprendizagem do conteúdo
permitindo ao aluno ver uma aplicação de tal conteúdo na realidade que o cerca.
Foi possível perceber que o período de estágio é fundamental para que os futuros
profissionais formem seu perfil de educador, contudo, a estrutura e os recursos oferecidos pela
escola influenciaram na escolha dos estagiários sobre os tipos de recursos que eles poderiam
utilizar em suas aulas. Isto é um fator importante, pois os recursos das escolas podem permitir
que o estagiário trabalhe um conteúdo de diversas formas, ajudando assim na aprendizagem
do aluno, mas também pode limitá-lo, já que a falta de recursos pode fazer com que o
estagiário não tenha ferramentas suficientes para desenvolver um bom trabalho, de modo a
ensinar da forma como o mesmo gostaria de atuar.
A dificuldade dos alunos em interpretar e também desenvolver a parte matemática dos
exercícios é um fator preocupante. Pois se não houver um bom desenvolvimento em
Português e Matemática, assim como os demais componentes curriculares, o aluno não
conseguirá ter uma boa aprendizagem em Física, já que a mesma necessita de uma boa
interpretação e desenvolvimento do raciocínio para resolver os problemas. Aqui se faz
fundamental o diálogo entre as partes, que o professor investigue e o aluno expresse suas
dificuldades, assim como as conquistas obtidas com os novos aprendizados, para que seja
avaliada a possibilidade de apresentação de novos conteúdos. Caso contrário, a quantidade
continuará se sobressaindo à qualidade.
Desta forma, o estudo mostra que os estagiários pesquisados identificam e
compreendem a importância de um bom relacionamento assim como da presença de diálogo
constante entre professor e aluno. Assim sendo, salienta-se que esta é uma característica
fundamental para quem está iniciando a carreira docente. O recomendável, entretanto, é que
reflexão como esta faça parte das atividades desenvolvidas na formação continuada, assim
como, em sala de aula nos cursos de formação de professores, que ela se torne enfim tema de
debate, reflexão e ação. É preciso, preparar e incentivar os futuros profissionais para que
tenham uma linguagem mais simples, até mesmo para haver um aumento no número de
alunos interessados na área de Física a se tornar futuros cientistas.
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Referências
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Corporeidade e Educação: O Adestramento do Corpo e o Silenciar do Senso Crítico. Revista
dos Alunos de Pedagogia Faculdades Network. Disponível em:
http://www.nwk.edu.br/intro/wp-content/uploads/2014/05/Pedagogia-2014-Atualizada-em-
26.08.2015.pdf-. Acesso em: 09 abr. 2016
CALADO, Filipe Duarte. SOARES, Amauri Cunha. COSTA, Samuel. COLARES. Mateus. O
Ensino de física com o auxílio da educação física: proposta de uma Metodologia
interdisciplinar.In: Simpósio de Integração Científica e Tecnológica do Sul Catarinense –
SICT-Sul, 2., 2013. Anais.... Disponível em:
http://periodicos.ifsc.edu.br/index.php/rtc/article/view/1090 . Acesso em: 09 abr. 2016.
MENEGOTTO, José Carlos; FILHO, João Bernades da Rocha. Atitudes de estudantes do
ensino médio em relação à disciplina de Física. Revista Electrónica de Enseñanza de las
Ciencias, vol.7 n. 2 , 2008. Acesso em:19 nov. 2014.
NASCIMENTO, Tiago Lessa. Repensando o ensino da física no ensino médio (2010)
Disponível em:http://www.uece.br/fisica/index.php/arquivos/doc_download/75-. Acesso em:
01 abr. 2016.
PELIZZARI, Adriana; KRIEGL Maria de Lurdes; BARON Márcia Pirih; FINCK Nelcy
Teresinha Lubi; DOROCINSKI Solange Inês. Teoria da aprendizagem significativa
segundo Ausubel. Rev. PEC, Curitiba, v.2, n.1, p.37-42, jul. 2001-jul. 2002. Acessado em 24
nov. 2014.

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Linguagem como fator de dificuldade na aprendizagem de Física

  • 1. Universidade Federal de Rondônia – Campus de Ji-Paraná IX Seminário de Educação - 24 a 26 de agosto de 2016 IX Anais SED GT 03 - Educação Matemática e Ensino de Ciências ISSN (online): 1983-5124 A LINGUAGEM COMO FATOR DE DIFICULDADE NA APRENDIZAGEM DE FÍSICA: UMA ANÁLISE DO PERÍODO DE ESTÁGIO por Camila de Sousa Oliveira (UNIR)1 , Maricelma Almeida Chaves (UNIR/SEDUC)2 e Vanusa Oliveira Louback Gonsaga (UNIR)3 Resumo: A linguagem usada por um professor de Física é fundamental, pois, influencia na aprendizagem do aluno. Ao ensinar Física é preciso que ocorra diálogo fluente entre professor e aluno, somente assim vai acontecer à comunicação. Vários são os obstáculos enfrentados por professores de Física todos os dias em sala de aula, entre eles destacam-se a falta de estrutura das instituições, a dificuldade do aluno em compreender o conteúdo, assim como, assimilação e o fazer correspondência entre o conteúdo e o seu cotidiano. Todos estes fatores são enfrentados também por estagiários, e por esse motivo este estudo teve como objetivo analisar as dificuldades enfrentadas pelos estagiários na fase de observação e regência, assim como, detectar se os mesmos identificam a linguagem como sendo um dos fatores que influenciam o aprendizado dos alunos em sala de aula. Para tal aplicou-se um questionário aos alunos estagiários do curso de Licenciatura em Física da Fundação Universidade Federal de Rondônia – UNIR, campus Ji-Paraná, e após foi feito a análise e a sistematização. Nos 1 Acadêmica de Curso de Física da Fundação Universidade Federal de Rondônia – UNIR. E-mail: kamilasouza_oliveira@hotmail.com. 2 Acadêmica de Curso de Física da Fundação Universidade Federal de Rondônia – UNIR. E-mail: maricelmalmeida@hotmail.com. 3 Professora Credenciada para o curso de Licenciatura em Educação Básica Intercultural da Universidade Federal de Rondônia, Campus Ji-Paraná-RO. Professora do Ensino Básico Técnico e Tecnológico. Formadora da Ação Saberes Indígenas na Escola. Email: vanuzalouback@hotmail.com.br.
  • 2. Universidade Federal de Rondônia – Campus de Ji-Paraná IX Seminário de Educação - 24 a 26 de agosto de 2016 IX Anais SED GT 03 - Educação Matemática e Ensino de Ciências ISSN (online): 1983-5124 resultados ficou visível que a maior dificuldade dos estagiários é a insegurança, ocorrida principalmente pela falta de experiência e também de prática. A preocupação em fazer com que os conteúdos apresentados fossem aproveitados ficou clara na diversificação de recursos utilizados pelos estagiários. Palavras-chave: Linguagem professor/aluno. Aprendizagem. Estágio. Ensino de Física. 1. Introdução O diálogo entre professor e aluno se faz determinante no processo de aprendizagem dentro de sala de aula, uma vez que, quando não alcançado, seja por complexidade na linguagem do professor, ou inexistência de contextualização do conteúdo apresentado, acarretará na indiferença por parte do aluno em relação ao componente curricular, já que esse não conseguirá assimilar o conteúdo nem tão pouco ver uma aplicação real dele. A dificuldade na comunicação em sala de aula leva o aluno a desenvolver uma aprendizagem mecânica, de curto prazo, devido a qual o aluno esquecerá o que aprendeu facilmente, desta forma o ideal seria o aluno desenvolver uma aprendizagem significativa onde ele conseguirá absorver novos conhecimentos a partir de conhecimentos prévios. Dessa forma, nos propomos a realizar esta reflexão em busca de chamar atenção dos educadores tentando estreitar a relação entre professor e aluno visando à melhoria na qualidade do ensino dentro das escolas e universidades, principalmente dos futuros profissionais da área de ensino. Diante da importância do diálogo entre professor e aluno e das dificuldades de aprendizagem que os alunos enfrentam em sala de aula, este estudo teve como objetivo analisar as dificuldades enfrentadas pelos estagiários na fase de observação e regência, assim como, detectar se os mesmos identificam a linguagem como sendo um dos fatores que influenciam o aprendizado dos alunos. 2. Fatores que dificultam o aprendizado do aluno A experiência vivenciada no período de estágio da Licenciatura em Física mostrou que ensinar Física não é uma tarefa nada fácil para o professor de ensino médio, pois o professor precisa compreender e buscar vários métodos de ensino para conseguir transmitir o conhecimento aos seus alunos e, principalmente, adaptar e transformar os conceitos
  • 3. Universidade Federal de Rondônia – Campus de Ji-Paraná IX Seminário de Educação - 24 a 26 de agosto de 2016 IX Anais SED GT 03 - Educação Matemática e Ensino de Ciências ISSN (online): 1983-5124 científicos em uma linguagem simples para melhor compreensão e a boa assimilação dos conteúdos. No período destinado a observação, foi possível perceber que a maior dificuldade que se encontra no ensino de Física é principalmente a comunicação, aquela que ocorre entre o professor e o aluno. O que se percebeu foi que o professor normalmente transmite o conteúdo de forma complexa, fazendo uso de palavras que não são comuns ao vocabulário de um estudante de Ensino Médio. Durante as aulas é comum ver alunos dispersos, ainda que estejam sentados e em silêncio, demonstram estar com seus pensamentos em outro foco, desconectados da sala de aula. Passam a impressão de que acreditam que a Física é uma disciplina distante e inútil no seu dia a dia, pois não conseguem assimilar esses conteúdos, nem tão pouco relacioná-los aos fatos que ocorrem no seu cotidiano. Segundo Menegotto e Filho (2008, p. 305): É interessante que a linguagem utilizada em sala de aula seja adequada ao contexto do aluno quando se trata de construir novos conceitos. Podemos relacionar palavras desconhecidas com outras, vinculadas ao contexto dos alunos, ou podem ser propostas atividades em que os alunos exercitem expressões orais e escritas relacionadas ao tema, de modo que penetrem paulatinamente no universo do vocabulário da Física. Percebendo isto foi inevitável a viagem que nos levou de volta a sala de aula do Curso de Licenciatura, nos fazendo refletir quanto à importância de cada componente curricular que compõe a grade do curso para a boa formação do professor. Como vimos lá, a linguagem e a comunicação são indispensáveis tanto para a aquisição de conhecimento nas diferentes áreas como para a participação em todos os contextos sociais. Ela é a atividade caracterizada pela transmissão e recepção de informações entre os indivíduos, é o processo resultante da interação social. Sendo assim, não pode ser confundida com a simples transmissão unilateral de informações. É preciso compreender a linguagem verbal como a maneira mais prática e rápida de se perceber se a comunicação ocorreu ou não. Para o professor receber o feedback do aluno detectando as suas reações, propicia uma rápida avaliação e consequentemente, poder adequar as suas falas de modo a facilitar o aprendizado. É fundamental observar que os alunos muitas vezes desenvolvem uma aprendizagem mecânica, com a qual apenas decoram o conteúdo para fazer a prova e pouco tempo depois já
  • 4. Universidade Federal de Rondônia – Campus de Ji-Paraná IX Seminário de Educação - 24 a 26 de agosto de 2016 IX Anais SED GT 03 - Educação Matemática e Ensino de Ciências ISSN (online): 1983-5124 o esquecem. Além disso, há aqueles que não conseguem guardar o conteúdo nem para fazer a prova, uma vez que não conseguiram assimilar. Segundo Pelizzari et al (2001/2002, p.38): Para haver aprendizagem significativa são necessárias duas condições. Em primeiro lugar, o aluno precisa ter uma disposição para aprender: se o indivíduo quiser memorizar o conteúdo arbitrária e literalmente, então a aprendizagem será mecânica. Em segundo, o conteúdo escolar a ser aprendido tem que ser potencialmente significativo, ou seja, ele tem que ser lógica e psicologicamente significativo: o significado lógico depende somente da natureza do conteúdo, e o significado psicológico é uma experiência que cada indivíduo tem. Cada aprendiz faz uma filtragem dos conteúdos que têm significado ou não para si próprio. Assim sendo, para o professor ensinar novos conteúdos ao aluno é preciso partir de conhecimentos que mesmo possua, além disso, o professor precisa despertar a curiosidade do educando de modo que o leve a descobrir de uma forma interessante e assim, querer aprender mais e mais. 3. Fatores que dificultam a comunicação entre professor e aluno Há fatores que influenciam o educador a ter dificuldades em se comunicar com os alunos de um modo mais simples, eles normalmente vêm da sua formação acadêmica, pois muitas vezes os próprios professores que atuam no ensino superior não possuem licenciatura, são bacharéis na área de ensino. Não pretende-se aqui subestimá-los, nem se quer dizer que eles não tenham conhecimentos em Física, o que se quer afirmar aqui é que essas pessoas que atuam como professores, em tais condições não têm formação pedagógica para ministrar aula, o que dificulta em muito o desenvolvimento do seu trabalho e a aprendizagem dos seus alunos. É bem comum ocorrer também em escolas públicas de ensino médio a falta de professores na área de Física, sendo assim as escolas optam em colocar profissionais de outras áreas, como por exemplo, matemática. Isto dificulta tanto para o profissional atuar com qualidade quanto para o aluno compreender os conteúdos aplicados. Afirmam Menegotto e Filho (2008, p.306):
  • 5. Universidade Federal de Rondônia – Campus de Ji-Paraná IX Seminário de Educação - 24 a 26 de agosto de 2016 IX Anais SED GT 03 - Educação Matemática e Ensino de Ciências ISSN (online): 1983-5124 É pela comunicação que aprendemos. Por meio dela também ensinamos. Quando ensinamos podemos nos expressar de várias formas: verbal, visual, emocional, corporal. Assim, proporcionamos também outras formas para o aluno aprender. Sempre que visamos melhorias na ação pedagógica, o aprimoramento das formas de linguagem utilizadas em sala de aula pode conduzir o aluno à compreensão, pois o estudante aprende de acordo com a linguagem utilizada pelo professor. A linguagem deve ser um fator de entendimento entre o professor e o aluno, e não o contrário. Consideramos que na ausência deste entendimento não há nem pode haver aprendizagem. Os autores acima destacam a importância da comunicação, verifica-se que ela pode ser expressa de diversas maneiras e consequentemente isto pode contribuir para uma melhor aprendizagem dos alunos. Se o professor souber utilizar a linguagem de modo compreensível para o aluno, com certeza o objetivo de aprendizagem do estudante será alcançado. É certo, pois, que se a linguagem não for comunicativa entre professor e aluno não haverá aprendizagem significativa, pois segundo Ausubel na aprendizagem significativa: [...] há três vantagens essenciais em relação à aprendizagem memorística. Em primeiro lugar, o conhecimento que se adquire de maneira significativa é retido e lembrado por mais tempo. Em segundo, aumenta a capacidade de aprender outros conteúdos de uma maneira mais fácil, mesmo se a informação original for esquecida. E, em terceiro, uma vez esquecida, facilita a aprendizagem seguinte – a “reaprendizagem”, para dizer de outra maneira. (PELIZZARI et al 2001/2002 p.39 e 40). Como se vê descrito acima, a aprendizagem significativa possui papel importante na vida do aluno, pois ela propicia a aprendizagem real do conteúdo ensinado pelo professor. Entretanto, para que tal objetivo seja alcançado é necessário que ocorra duas condições: primeiramente o material desenvolvido pelo professor precisa ser potencialmente significativo, ou seja, o professor precisa se basear no conhecimento prévio do aluno. Em segundo o aluno precisa ter disposição para aprender, se o mesmo não a tiver, não ocorrerá aprendizagem significativa. 4. Como aperfeiçoar o diálogo entre professor e aluno Algo que normalmente acontece, muitas vezes até de forma involuntária, é o fato do professor por ter um maior conhecimento em sua área ou talvez pelo uso de sua autoridade, sentir estar acima do nível do aluno, provocando assim um distanciamento na relação
  • 6. Universidade Federal de Rondônia – Campus de Ji-Paraná IX Seminário de Educação - 24 a 26 de agosto de 2016 IX Anais SED GT 03 - Educação Matemática e Ensino de Ciências ISSN (online): 1983-5124 professor/aluno. Isso impede o aluno de ter liberdade para perguntar e entender os conteúdos abordados pelo professor. É válido lembrar que quando se trata de ensinar Física, tudo se torna mais difícil. Ao chegar à sala de aula o aluno já possui um conceito pré-definido de que a matéria é muito difícil, que é algo muito distante de sua realidade. Calado et al (2013, p. 476) diz o seguinte: “A Física é vista pela sociedade como algo difícil de ser entendida, ideia essa que vem sendo passada de geração para geração nas últimas décadas. Vários são os fatores que contribuem para essa situação [...]”. Entre estes fatores destacam-se: a transformação da Física em matemática aplicada (DIAS, 2001; PEDUZZI, 2001 apud CALADO et al p. 476, 2013), a falta de interpretação dos conceitos, usar metodologias de ensino desatualizadas e poucos recursos em sala de aula como por exemplo quadro e giz, usar fórmulas sem interpretação com finalidade apenas de resolver exercícios e questões de provas, entre outros fatores. Neste sentido o educador deve aproximar-se do aluno e aos poucos ir mostrando que a Física envolve todo o seu o cotidiano. Para tanto, utilizar uma linguagem mais simples e adequada para os alunos, metodologias diferenciadas, aplicações práticas através de experimentos, visualização e prática dos fenômenos físicos, possibilitará aos poucos ajudar o aluno a compreender que aprender é apenas um processo na sua formação. O educador também deve ter consciência de que através do ensino se dá o trabalho do processo da construção do aluno, e que isto irá fazer parte de toda a sua vida como cidadão. Naddeo (2005, p. 27) apud Anequini, Reis e Oliveira (2014, p. 66), destaca que: [...] para que um indivíduo seja capaz de exercer sua cidadania, é necessário receber uma formação integral em seu aspecto social, emocional e cognitivo. Essa formação, pressupõe-se que seja realizada na escola, dessa forma as crianças têm a oportunidade de serem desenvolvidas como cidadãos do mundo, são humanizados, pela integração de todas as suas habilidades e competências vividas na escola. Para que um aluno consiga receber uma informação o professor precisa desenvolver tal informação de modo que aquele possa absorvê-la e assim desenvolver suas habilidades e competências as quais o indivíduo levará consigo pelo resto de sua vida.
  • 7. Universidade Federal de Rondônia – Campus de Ji-Paraná IX Seminário de Educação - 24 a 26 de agosto de 2016 IX Anais SED GT 03 - Educação Matemática e Ensino de Ciências ISSN (online): 1983-5124 5. Metodologia Considerando que o período do estágio é o momento em que os futuros professores irão viver a experiência da prática por meio da observação e regência, e que os paradigmas que nortearão sua prática futura começam a ser estabelecidos neste momento, pensou-se em propiciar a reflexão da experiência vivida. Para tanto, foi elaborado um questionário com questões abertas, que tinham como objetivo verificar como foi o estágio dos acadêmicos tanto durante a fase de observação, como na fase de regência. O questionário foi respondido por doze alunos do curso de Licenciatura em Física da Universidade Federal de Rondônia – Unir Campus Ji-Paraná. Coletado os dados, foi feito a análise, cujos resultados serão discorridos no tópico a seguir. 6. Resultados e discussões Do total de acadêmicos que responderam os questionários, nove pessoas eram do sexo feminino e três pessoas eram do sexo masculino. Foi perguntado aos alunos a qual esfera pertence à escola onde foram feitos seus estágios? Como resposta 92% dos alunos disseram que realizaram o estágio em escola pública e apenas 8% disseram ter feito o estágio em escola particular. Perguntou-se aos acadêmicos quais dificuldades sentiram durante a fase de observação? Seis deles disseram não ter nenhuma dificuldade nesta fase. Um deles destacou que não conseguiu verificar a metodologia usada pelo professor. Um dos estagiários disse que teve dificuldade de entender a linguagem do professor. Um deles disse que o mau comportamento dos alunos na sala de aula dificultou a fase de observação, pois os mesmos não respeitavam o professor regente. Apenas um estagiário disse sentir dificuldades em entender a metodologia e o conteúdo dado pelo professor, além da falta de estrutura na escola para elaborar experimentos que auxiliem o aprendizado dos alunos. Observando-se os resultados é possível verificar que alguns estagiários sentiram dificuldades em entender a linguagem do professor, um dos fatores que pode ter influenciado neste caso, pode ter sido o fato do professor não explicar o conteúdo de forma correta ou utilizar termos avançados para o nível dos alunos do ensino médio. Outro fator também pode ser a falta de atenção do acadêmico, já que por ter um nível de conhecimento mais avançado deveria entender a linguagem do professor.
  • 8. Universidade Federal de Rondônia – Campus de Ji-Paraná IX Seminário de Educação - 24 a 26 de agosto de 2016 IX Anais SED GT 03 - Educação Matemática e Ensino de Ciências ISSN (online): 1983-5124 Foi de interesse também saber quais dificuldades os acadêmicos tiveram durante a fase de regência. Dez alunos disseram sentir insegurança durante esta fase, fato este ocorrido principalmente por falta de experiência, pois os mesmos iniciaram a prática no estágio. Além da insegurança, quatro alunos sentiram dificuldades em fazer o planejamento das aulas. Pelo fato de estar pondo em prática o que aprenderam durante a graduação, os acadêmicos não têm muita noção de como organizar o conteúdo, como organizar quais conceitos vêm primeiro, entre outros. Outros dois alunos destacaram ter dúvida quanto a metodologia que iriam utilizar. A dificuldade neste caso pode ter sido pelo fato de não ter muita noção de como avaliar, como ensinar o aluno de modo que ele aprenda, e também pela preocupação com o estilo da aula, pois os mesmos não queriam que suas aulas se tornassem entediantes. Além da insegurança, dois alunos tiveram dificuldades em utilizar uma linguagem mais simples, pois se preocupavam com os termos que iriam utilizar para ensinar o conteúdo da forma mais simples possível para um melhor entendimento. Dois alunos disseram que além da insegurança, preocuparam-se também em manter a ordem na sala e manter os alunos concentrados durante a aula. Como estavam iniciando a parte prática, queriam que os alunos tivessem atenção para aprender o conteúdo além de evitar que os mesmos fizessem bagunça para não atrapalhar a aula. Foi perguntado aos acadêmicos se o professor de Física da escola onde estagiaram utilizava exemplos do cotidiano? Dos alunos participantes 92% responderam que o professor usava sim exemplos do cotidiano e destacaram que o professor usava para facilitar a aprendizagem do aluno sobre o conteúdo. Somente um aluno afirmou que o professor não utilizava exemplos do cotidiano e destacou que as aulas deste professor eram tradicionais e entediantes, o que prejudicava o aprendizado dos alunos, pois os mesmos não conseguiam ver a aplicação do conteúdo no seu dia a dia. Também foi perguntado aos acadêmicos se eles utilizaram exemplos do cotidiano durante o período de regência? Todos responderam que usaram exemplos, entre as justificativas do uso de exemplos do cotidiano dadas pelos acadêmicos destacam-se: ajudam os alunos a compreenderem melhor o conteúdo; usar exemplos do cotidiano é um método eficaz para aprendizagem do conteúdo; ajudam os alunos a aproximar o conteúdo com a realidade vivida pelos mesmos. Perguntaram-se ainda aos acadêmicos quais os tipos de recursos que eles utilizaram para aplicar suas aulas? Quatro alunos disseram utilizar somente o quadro e giz para dar aula.
  • 9. Universidade Federal de Rondônia – Campus de Ji-Paraná IX Seminário de Educação - 24 a 26 de agosto de 2016 IX Anais SED GT 03 - Educação Matemática e Ensino de Ciências ISSN (online): 1983-5124 Um disse que a aula foi dada em forma de slides. Três pessoas disseram utilizar quadro, slides e vídeos na aula. Dois alunos utilizaram o quadro e experimentos durante as aulas. Uma utilizou quadro, vídeos e experimentos. Apenas um usou quadro e aplicativo simulador de experimento – Phet, na sua aula. Por fim, foi de interesse verificar quais as dificuldades que os estagiários perceberam nos alunos ao estudarem o conteúdo de Física? Seis acadêmicos afirmaram que os alunos tinham dificuldades em interpretar os exercícios. Dois acadêmicos disseram que além da dificuldade de interpretar os exercícios, tinham dificuldades de assimilar e relacionar o conteúdo com o cotidiano. Um disse que os alunos tinham dificuldades tanto em interpretar os exercícios com também em entender a linguagem usada pelo professor e pelo estagiário. Dois afirmaram que os alunos tinham dificuldades em assimilar o conteúdo com o dia a dia, interpretar os exercícios e compreender o que o professor e o estagiário explicavam em sala de aula. Somente um acadêmico destacou que os alunos tinham dificuldades em resolver os exercícios que envolviam a parte da matemática. Com isso pode-se perceber que há um agravante problema: o fato dos alunos não conseguirem assimilar o conteúdo com o cotidiano e principalmente não conseguirem interpretar os exercícios na sala de aula. Isso mostra que tal dificuldade é devido à falta de leitura, como também de um conhecimento melhor em matemática além de exemplos relacionados ao cotidiano do aluno. Sendo assim, compreende-se que os componentes curriculares não podem ser trabalhados na escola distanciados uns dos outros, é necessário, pois que haja uma interação entre eles. Que as disciplinas dialoguem entre si, considerando que uma complementa a outra, logo, esta interação beneficiará a todos, especialmente ao aprendizado do aluno, foco principal na escola. 7. Considerações finais Com base nos dados apresentados neste estudo, foi possível ver que a principal dificuldade dos acadêmicos no período de regência foi a insegurança, fato este ocorrido por falta de experiência e prática. Além disso, percebe-se que também sentiram dificuldades no momento do planejamento da aula, pois houve preocupação sobre a metodologia que iriam utilizar, o método de avaliação, a forma de ensinar o conteúdo, entre outros fatores.
  • 10. Universidade Federal de Rondônia – Campus de Ji-Paraná IX Seminário de Educação - 24 a 26 de agosto de 2016 IX Anais SED GT 03 - Educação Matemática e Ensino de Ciências ISSN (online): 1983-5124 Percebeu-se também o quanto é importante ter a preocupação em se utilizar na sala de aula exemplos do cotidiano, do dia a dia do aluno, isso facilita na aprendizagem do conteúdo permitindo ao aluno ver uma aplicação de tal conteúdo na realidade que o cerca. Foi possível perceber que o período de estágio é fundamental para que os futuros profissionais formem seu perfil de educador, contudo, a estrutura e os recursos oferecidos pela escola influenciaram na escolha dos estagiários sobre os tipos de recursos que eles poderiam utilizar em suas aulas. Isto é um fator importante, pois os recursos das escolas podem permitir que o estagiário trabalhe um conteúdo de diversas formas, ajudando assim na aprendizagem do aluno, mas também pode limitá-lo, já que a falta de recursos pode fazer com que o estagiário não tenha ferramentas suficientes para desenvolver um bom trabalho, de modo a ensinar da forma como o mesmo gostaria de atuar. A dificuldade dos alunos em interpretar e também desenvolver a parte matemática dos exercícios é um fator preocupante. Pois se não houver um bom desenvolvimento em Português e Matemática, assim como os demais componentes curriculares, o aluno não conseguirá ter uma boa aprendizagem em Física, já que a mesma necessita de uma boa interpretação e desenvolvimento do raciocínio para resolver os problemas. Aqui se faz fundamental o diálogo entre as partes, que o professor investigue e o aluno expresse suas dificuldades, assim como as conquistas obtidas com os novos aprendizados, para que seja avaliada a possibilidade de apresentação de novos conteúdos. Caso contrário, a quantidade continuará se sobressaindo à qualidade. Desta forma, o estudo mostra que os estagiários pesquisados identificam e compreendem a importância de um bom relacionamento assim como da presença de diálogo constante entre professor e aluno. Assim sendo, salienta-se que esta é uma característica fundamental para quem está iniciando a carreira docente. O recomendável, entretanto, é que reflexão como esta faça parte das atividades desenvolvidas na formação continuada, assim como, em sala de aula nos cursos de formação de professores, que ela se torne enfim tema de debate, reflexão e ação. É preciso, preparar e incentivar os futuros profissionais para que tenham uma linguagem mais simples, até mesmo para haver um aumento no número de alunos interessados na área de Física a se tornar futuros cientistas.
  • 11. Universidade Federal de Rondônia – Campus de Ji-Paraná IX Seminário de Educação - 24 a 26 de agosto de 2016 IX Anais SED GT 03 - Educação Matemática e Ensino de Ciências ISSN (online): 1983-5124 Referências ANEQUINI, Franciele de Oliveira. REIS, Helena Prestes. OLIVEIRA Adelino Francisco. Corporeidade e Educação: O Adestramento do Corpo e o Silenciar do Senso Crítico. Revista dos Alunos de Pedagogia Faculdades Network. Disponível em: http://www.nwk.edu.br/intro/wp-content/uploads/2014/05/Pedagogia-2014-Atualizada-em- 26.08.2015.pdf-. Acesso em: 09 abr. 2016 CALADO, Filipe Duarte. SOARES, Amauri Cunha. COSTA, Samuel. COLARES. Mateus. O Ensino de física com o auxílio da educação física: proposta de uma Metodologia interdisciplinar.In: Simpósio de Integração Científica e Tecnológica do Sul Catarinense – SICT-Sul, 2., 2013. Anais.... Disponível em: http://periodicos.ifsc.edu.br/index.php/rtc/article/view/1090 . Acesso em: 09 abr. 2016. MENEGOTTO, José Carlos; FILHO, João Bernades da Rocha. Atitudes de estudantes do ensino médio em relação à disciplina de Física. Revista Electrónica de Enseñanza de las Ciencias, vol.7 n. 2 , 2008. Acesso em:19 nov. 2014. NASCIMENTO, Tiago Lessa. Repensando o ensino da física no ensino médio (2010) Disponível em:http://www.uece.br/fisica/index.php/arquivos/doc_download/75-. Acesso em: 01 abr. 2016. PELIZZARI, Adriana; KRIEGL Maria de Lurdes; BARON Márcia Pirih; FINCK Nelcy Teresinha Lubi; DOROCINSKI Solange Inês. Teoria da aprendizagem significativa segundo Ausubel. Rev. PEC, Curitiba, v.2, n.1, p.37-42, jul. 2001-jul. 2002. Acessado em 24 nov. 2014.