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FIES E O EMPREENDEDORISMO

Ronan Ramos Júnior


INTRODUÇÃO


       A educação brasileira avança na universalidade do ensino, na
mensuração dos índices de aprendizagem e na educação infantil. Tendo em
vista que há pouco tempo a educação infantil ainda era questão de assistência
social, ou seja, a preocupação principal girava em torno do cuidar da criança
em prejuízo ao binômio cuidar-educar; que apenas recentemente o país
começou a adotar índices de referência para a mensuração da qualidade do
ensino; e que ter todas as crianças e jovens na escola parecia um esforço
quase impossível, tem-se que as conquistas educacionais são importantes
passos galgados no processo da política pública brasileira e uma vitória
inalienável do povo brasileiro. Entretanto, muito ainda há que se fazer.

       Além do dever de continuar avançando e aprimorando o processo
educacional, diversas questões aguardam ações mais consistentes e
duradouras por parte do governo, das empresas e da sociedade civil. Dentre os
atuais desafios destacam-se a necessidade de expansão do ensino
profissionalizante, da melhoria na eficiência do ensino em geral e no
alargamento de acesso ao ensino superior. É sobre este terceiro desafio que o
artigo discorrerá.

      Entre os novos avanços no âmbito educacional e o respectivo salto no
desenvolvimento econômico ainda encontram-se pessoas com dificuldades na
complementação dos estudos, seja por falta de ensino técnico com vistas ao
mercado de trabalho, seja por dificuldade de acesso e permanência nas
universidades, além de outras razões.

        Iniciativa governamental que merece atenção nesse sentido é a criação
de mecanismos para viabilizar a entrada e a permanência de alunos nas
universidades. O Programa Universidade para Todos, conhecido como ProUni,
é uma realização do Ministério da Educação – MEC, que democratiza o acesso
ao ensino superior por meio da concessão de bolsas de estudos a alunos de
baixa renda em instituições de ensino superior privadas. Outra louvável
iniciativa que se junta ao ProUni e outras dezenas de ações do MEC é o Fundo
de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior - FIES.

      Tendo em mente este pano de fundo sublinha-se uma frase e uma
pergunta: “Um ano a mais de escolaridade no Brasil aumenta o salário em
cerca de 15%’.1 “Se a educação é algo tão bom em termos privados, por que




1
    Conforme dados do movimento Todos pela Educação.
as pessoas não investem mais nela?”2 Com esse desafiador paradoxo
“benefícios do estudo” versus a “ausência de educação”, o artigo prossegue.


ESBOÇANDO ALGUMAS SOLUÇÕES


       De início pode parecer que falta a informação de que o estudo é bom
para as pessoas - como o fato da educação impactar diretamente na
empregabilidade, no salário e na saúde. É verdade. Acontece que como tudo
na vida, esta situação não pode ser analisada apenas por partes. As condições
sociais, as circunstâncias econômicas, geográficas e as motivações subjetivas
de cada pessoa interferem e interagem em um emaranhado de informações e
práticas.

       A partir desta primeira reflexão, enxerga-se que há falha em comunicar
as potencialidades da educação e que algum cuidado deve ser tomado ao
tentarmos compreender as motivações das pessoas que não investem na
própria educação.

       Marcelo Neri, PhD em economia, sugere alguns caminhos de análise.
Ele aponta que falta ao pai de família e ao jovem estudante brasileiro tomar
ciência do poder transformador da educação. Às vezes, como no caso da
saúde, o fato de estudar repercute na velhice - fase distante no horizonte de
planejamento do jovem. Segundo Neri, precisamos entender como as
informações chegam às pessoas e como elas transformam as informações
recebidas em decisões. Ele conclui que precisamos, acima de tudo, que se
eduque a população sobre a importância da educação.

       Nesse sentido, mesmo não sendo a solução mágica para resolver todas
as dificuldades da educação brasileira, percebe-se que ações de difusão de
informação são bem vindas.


O FIES


      Ao pegar carona na difusão de informações sobre a importância da
educação, coloca-se em evidência o FIES. Ele é um programa do governo
federal (a cargo do MEC) destinado a financiar a graduação na educação
superior de estudantes matriculados em instituições não gratuitas. A princípio,
é uma ação de estímulo ao estudante por fornecer condições para a conclusão
do ensino superior.

      Contudo, além do benefício lógico de um financiamento com juros de
3,4% ao ano - condição financeira absolutamente única - o FIES pode ser
encarado também sob o prisma do empreendedorismo. O estudante
2
 Essa pergunta foi levantada por Marcelo Neri em seu capítulo “O paradoxo da evasão e as motivações
dos sem escola”, no livro Educação Básica no Brasil.
beneficiado pelo FIES participa ativamente de todo o processo de contratação
do financiamento, fazendo, por meio do site do programa, que, aliás, é todo
informatizado, a simulação de sua conta futura. Ou seja, o estudante toma a
decisão consciente de quanto e quando terá que pagar e como irá liquidar o
empréstimo recebido via FIES antes de assinar o contrato.

        O programa pode ser descrito sinteticamente da seguinte maneira:
durante a graduação, período de utilização do financiamento, que pode
corresponder a 100% da mensalidade ou ser parcial, o estudante paga apenas
R$50,00 reais por trimestre. Concluído o curso superior inicia-se o período de
carência, tendo o aluno mais de dezoito meses para iniciar o pagamento.
Encerrada a carência o estudante terá um prazo três vezes maior que a fase de
utilização do financiamento para pagar o saldo devedor.


O FIES E O EMPREENDEDORISMO


       Um diferencial do FIES em relação aos outros programas estatais reside
no fato de se basear na capacidade do estudante em honrar seu contrato,
quebrando um possível paternalismo governamental. Ao invés de doação ou
entrega gratuita, o FIES parte da premissa de que com o estudo financiado
aquela pessoa, que se encontrava em dificuldade financeira para pagar os
estudos, terá plena condição de arcar com os custos quando estiver
estabilizada profissionalmente - após a conclusão da graduação e do período
de carência.

      É por este motivo que o FIES pode ser encarado sob o prisma do
empreendedorismo. Em outros países este tipo de financiamento é muito
comum justamente pela crença na capacidade das pessoas e no dever público
de geração de oportunidades, em contraponto ao assistencialismo.

       Segundo definição do dicionário Sacconi, empreendedor é “aquele que é
ativo, cheio de iniciativa e vontade de iniciar novos projetos..., tomando as
decisões que irão nortear o futuro do negócio e assumindo riscos pessoais e de
terceiros”. Ao partir do pressuposto do doutor em educação Robert Lamp de
que “a aprendizagem como a vida, é uma constante, os estudantes aprendem
o que fazem.” Tem-se o FIES como uma real prática de empreendedorismo. O
estudante acredita na própria capacidade, corre o risco de um contrato e ao
final honra seu compromisso de formação superior sem dever nada a ninguém
e com o orgulho do esforço próprio.

      A faculdade de se governar por si mesmo - denominada autonomia - é
um dos atributos do FIES. Logo, o FIES deixa uma singular contribuição para o
debate sobre a educação brasileira: o avanço do diálogo para além do lugar
comum ao evidenciar a possibilidade de políticas públicas priorizarem ações de
estímulo ao empreendedorismo ao invés de manter em voga o paternalismo e
a crença na incapacidade das pessoas de custear a própria educação.
A educação constitui o investimento com maior retorno social e, sendo
possível que esse investimento venha acompanhado de prática que possibilite
ao estudante se responsabilizar e desonerar o financiamento público do
estudo, enorme avanço para a construção de um país inovador, empreendedor
e de economia saudável estará dado.


PARA OS PROFESSORES DA REDE PÚBLICA


       Recente divulgação da revista Nova Escola expôs que a alteração na
legislação facilitou as condições de pagamento dos empréstimos do FIES para
aqueles que cursam licenciatura. Segundo a revista (Março/2010) “Uma
novidade importante beneficia os estudantes de licenciatura. Os recém-
formados que ingressarem na rede pública ou que já atuem nela podem abater
1% do saldo devedor a cada mês trabalhado. Na prática, com 100 meses, o
docente quita seu financiamento sem desconto salarial. Outras mudanças
valem para todas as graduações. A taxa anual de juros do empréstimo tomado
no banco, por exemplo, caiu de 6,5% para 3,5%. Já o prazo de quitação da
dívida aumentou para três vezes o tempo de financiamento. A estimativa é de
que o Fies contemple 200 mil estudantes este ano.”


QUADRO RESUMO FIES3


Informação Geral                                      O FIES custeia o estudo de 560 mil alunos
                                                      em mais de 1,5 mil instituições de Ensino
                                                      Superior e tem inscrições abertas o ano todo.
O que é                                               Programa destinado a financiar cursos de
                                                      graduação (prioritariamente) e cursos de pós-
                                                      graduação e de Educação profissional em
                                                      nível técnico (havendo disponibilidade de
                                                      recursos e a critério do MEC).
Porcentagem de financiamento                          50, 75 ou 100% do valor do curso.
Número de vagas para 2010                             200 mil (estimativa).
Como se candidatar                                    Período de inscrição: o ano todo no site
                                                      www.mec.gov.br.
Pré-requisito financeiro                              Para requerer a bolsa de 100%, comprovar
                                                      que 60% da renda familiar bruta está
                                                      comprometida com gastos fixos. Estudantes
                                                      de licenciatura ou bolsistas parciais do ProUni
                                                      estão livres dessa exigência.
Pré-requisito acadêmico                               Estar matriculado numa graduação em


3
    Quadro construído com base em ilustração no site da revista Nova Escola.
instituição que tenha aderido ao FIES e que
                                        possua conceito maior ou igual a 3 no
                                        Sistema Nacional de Avaliação da Educação
                                        Superior - Sinaes. (Vide quadro abaixo com a
                                        listagem de algumas instituições participantes
                                        do FIES em BH).
Formas de pagamento                     Em dinheiro
                                        A cada três meses o estudante paga uma
                                        taxa de 50 reais ao Fundo. Depois de
                                        formado, ele tem carência de 18 meses
                                        (pagando nesse período apenas os 50 reais
                                        trimestrais) para começar a quitar o
                                        financiamento. No início da quitação, ele arca,
                                        em prestações mensais, com o custo do
                                        último semestre cursado. Após esse período,
                                        o valor restante é dividido em parcelas iguais
                                        por até três vezes o período de duração do
                                        financiamento.


                                        Com trabalho
                                        Graduandos de licenciatura que ingressem na
                                        rede pública ou professores que já atuem
                                        nela por pelo menos 20 horas semanais
                                        podem pagar o financiamento com trabalho,
                                        abatendo 1% do saldo devedor a cada mês.
Exigências durante o curso              Renovação Semestral.
Aproveitamento acadêmico                No mínimo 75% nas disciplinas cursadas no
                                        período letivo.




Instituições em BH participantes do FIES

Para informações atualizadas, consulta de cursos e instituições em outros
municípios clique em: http://sisfiesportal.mec.gov.br/pesquisa.html

Centro Universitário de Belo Horizonte
Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix
Centro Universitário Newton Paiva
Centro Universitário UNA
Escola Superior Dom Helder Câmara
Faculdade Anhanguera de Belo Horizonte
Faculdade COTEMIG
Faculdade de Ciências Gerenciais Padre Arnaldo Janssen
Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais
Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Belo Horizonte
Faculdade de Direito Padre Arnaldo Janssen
Faculdade de Estudos Administrativos de Minas Gerais - FEAD/MG
Faculdade de Estudos Superiores de Minas Gerais
Faculdade de Minas Belo Horizonte
Faculdade de Tecnologia INED - Unidade Lagoa da Pampulha
Faculdade Estácio de Sá - Belo Horizonte
Faculdade IBMEC
Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia
Faculdade Metropolitana de Belo Horizonte
Faculdade Minas Gerais
Faculdade Novos Horizontes
Faculdade Pitágoras de Belo Horizonte
Faculdade Promove de Minas Gerais
Faculdade São Camilo
Instituto Belo Horizonte de Ensino Superior
Instituto Santo Tomás de Aquino
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
Universidade FUMEC
Universidade José do Rosário Vellano
Universidade Vale do Rio Verde
Universidade Salgado de Oliveira


NÚMEROS


        Com o intuito de ilustrar parte do universo atendido pelo FIES vale
sublinhar alguns números. De acordo com o portal do MEC, o FIES em BH
conta com 21.928 alunos beneficiados e o ProUni com 3.152 alunos
participantes em 2008. O número total de alunos beneficiados pelo programa
ultrapassa 560 mil.

       Em relação à taxa de inadimplência do FIES tem-se uma situação
peculiar. O FIES foi criado em 1999 e passou por uma série de alterações no
decorrer do tempo até chegar ao formato atual com os juros de 3,4% ao ano.
Portanto, uma taxa de inadimplentes de quase 30% em anos passados, deve
sofrer abrupta alteração com as modificações recentes.

      Vale ressaltar uma curiosidade relacionada com a estratégia
governamental de incentivar a adimplência das contribuições previdenciárias
das instituições de ensino credenciadas e participantes do FIES, pois o
governo repassa o recurso por meio da emissão de certificados financeiros do
tesouro série E (CFT - E).

       Tendo em vista que para a melhor eficácia de uma política pública no
âmbito escolar os pais e estudantes devem ter a consciência, a concordância e
agir; que a faixa dos 15 a 17 anos de idade corresponde à maioria das pessoas
em idade escolar fora da escola; que as principais intervenções de políticas
públicas buscam incentivos, informação e participação, temos, de modo a
corroborar os entendimentos expostos acima, que o FIES representa
ferramenta útil de superação das desigualdades educacional e de renda no
país. O FIES passa a ser uma ponte e uma luz de futuro para aqueles que
abandonam a escola e pensam em desistir da graduação. “É na combinação
da oportunidade agregada de trabalho com a necessidade de os adolescentes
pobres suprirem sua renda que encontramos o terreno mais fértil para o
precoce abandono escolar”, diz Marcelo Neri.


CONCLUSÃO


      Resta o entendimento de que a conveniência deste programa de crédito
educativo é bastante pertinente e que o FIES atende a dois importantes
aspectos em se tratando de programas governamentais, quais sejam a
transparência do sistema (todo informatizado e com informações de fácil
acesso) e a credibilidade das regras, elencadas nos contratos firmados pelos
estudantes e acessível no portal do MEC.

       Conclui-se que o FIES é uma interessante possibilidade, não a única
nem a melhor, mesmo porque cada estudante apresenta singularidades, uns
buscam o ensino superior em universidades públicas e gratuitas, outros
preferem universidades privadas, outros se encaixam melhor em programas de
bolsas, uns precisam de oportunidade em determinado momento para arcar
com os custos do estudo etc. As informações acerca do FIES devem ser
divulgadas, o acesso ao site do programa (http://sisfiesportal.mec.gov.br/) deve
ser garantido a todos e especialmente a difusão nas faculdades e escolas do
ensino médio precisa ser estimulada de modo que este financiamento seja
amplamente conhecido e atenda o maior número possível de estudantes que
buscam uma oportunidade de empreender sua própria carreira, a começar pelo
investimento em sua própria educação.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

http://portal.mec.gov.br/mec/index.htm, acessado em 23/08/2010.

http://revistaescola.abril.com.br/formacao/formacao-inicial/financiamento-
estudantil-para-cursos-ensino-superior-fies-graduacao-licenciatura-
539162.shtml, acessado em 31/08/2010.

http://sisfiesportal.mec.gov.br/, acessado em 31/08/2010.

Revista Dois Pontos - Vol. I, nº 11 - outubro/91

SACCONI, Luiz Antonio. Grande Dicionário da língua portuguesa. São Paulo:
Nova Geração, 2010.
VELOSO, Fernando. PESSÔA, Samuel. HENRIQUES, Ricardo. GIAMBIAGI.
Fabio/organizadores. Educação básica no Brasil: construindo o país do futuro.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.

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Fies e o Empreendedorismo

  • 1. FIES E O EMPREENDEDORISMO Ronan Ramos Júnior INTRODUÇÃO A educação brasileira avança na universalidade do ensino, na mensuração dos índices de aprendizagem e na educação infantil. Tendo em vista que há pouco tempo a educação infantil ainda era questão de assistência social, ou seja, a preocupação principal girava em torno do cuidar da criança em prejuízo ao binômio cuidar-educar; que apenas recentemente o país começou a adotar índices de referência para a mensuração da qualidade do ensino; e que ter todas as crianças e jovens na escola parecia um esforço quase impossível, tem-se que as conquistas educacionais são importantes passos galgados no processo da política pública brasileira e uma vitória inalienável do povo brasileiro. Entretanto, muito ainda há que se fazer. Além do dever de continuar avançando e aprimorando o processo educacional, diversas questões aguardam ações mais consistentes e duradouras por parte do governo, das empresas e da sociedade civil. Dentre os atuais desafios destacam-se a necessidade de expansão do ensino profissionalizante, da melhoria na eficiência do ensino em geral e no alargamento de acesso ao ensino superior. É sobre este terceiro desafio que o artigo discorrerá. Entre os novos avanços no âmbito educacional e o respectivo salto no desenvolvimento econômico ainda encontram-se pessoas com dificuldades na complementação dos estudos, seja por falta de ensino técnico com vistas ao mercado de trabalho, seja por dificuldade de acesso e permanência nas universidades, além de outras razões. Iniciativa governamental que merece atenção nesse sentido é a criação de mecanismos para viabilizar a entrada e a permanência de alunos nas universidades. O Programa Universidade para Todos, conhecido como ProUni, é uma realização do Ministério da Educação – MEC, que democratiza o acesso ao ensino superior por meio da concessão de bolsas de estudos a alunos de baixa renda em instituições de ensino superior privadas. Outra louvável iniciativa que se junta ao ProUni e outras dezenas de ações do MEC é o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior - FIES. Tendo em mente este pano de fundo sublinha-se uma frase e uma pergunta: “Um ano a mais de escolaridade no Brasil aumenta o salário em cerca de 15%’.1 “Se a educação é algo tão bom em termos privados, por que 1 Conforme dados do movimento Todos pela Educação.
  • 2. as pessoas não investem mais nela?”2 Com esse desafiador paradoxo “benefícios do estudo” versus a “ausência de educação”, o artigo prossegue. ESBOÇANDO ALGUMAS SOLUÇÕES De início pode parecer que falta a informação de que o estudo é bom para as pessoas - como o fato da educação impactar diretamente na empregabilidade, no salário e na saúde. É verdade. Acontece que como tudo na vida, esta situação não pode ser analisada apenas por partes. As condições sociais, as circunstâncias econômicas, geográficas e as motivações subjetivas de cada pessoa interferem e interagem em um emaranhado de informações e práticas. A partir desta primeira reflexão, enxerga-se que há falha em comunicar as potencialidades da educação e que algum cuidado deve ser tomado ao tentarmos compreender as motivações das pessoas que não investem na própria educação. Marcelo Neri, PhD em economia, sugere alguns caminhos de análise. Ele aponta que falta ao pai de família e ao jovem estudante brasileiro tomar ciência do poder transformador da educação. Às vezes, como no caso da saúde, o fato de estudar repercute na velhice - fase distante no horizonte de planejamento do jovem. Segundo Neri, precisamos entender como as informações chegam às pessoas e como elas transformam as informações recebidas em decisões. Ele conclui que precisamos, acima de tudo, que se eduque a população sobre a importância da educação. Nesse sentido, mesmo não sendo a solução mágica para resolver todas as dificuldades da educação brasileira, percebe-se que ações de difusão de informação são bem vindas. O FIES Ao pegar carona na difusão de informações sobre a importância da educação, coloca-se em evidência o FIES. Ele é um programa do governo federal (a cargo do MEC) destinado a financiar a graduação na educação superior de estudantes matriculados em instituições não gratuitas. A princípio, é uma ação de estímulo ao estudante por fornecer condições para a conclusão do ensino superior. Contudo, além do benefício lógico de um financiamento com juros de 3,4% ao ano - condição financeira absolutamente única - o FIES pode ser encarado também sob o prisma do empreendedorismo. O estudante 2 Essa pergunta foi levantada por Marcelo Neri em seu capítulo “O paradoxo da evasão e as motivações dos sem escola”, no livro Educação Básica no Brasil.
  • 3. beneficiado pelo FIES participa ativamente de todo o processo de contratação do financiamento, fazendo, por meio do site do programa, que, aliás, é todo informatizado, a simulação de sua conta futura. Ou seja, o estudante toma a decisão consciente de quanto e quando terá que pagar e como irá liquidar o empréstimo recebido via FIES antes de assinar o contrato. O programa pode ser descrito sinteticamente da seguinte maneira: durante a graduação, período de utilização do financiamento, que pode corresponder a 100% da mensalidade ou ser parcial, o estudante paga apenas R$50,00 reais por trimestre. Concluído o curso superior inicia-se o período de carência, tendo o aluno mais de dezoito meses para iniciar o pagamento. Encerrada a carência o estudante terá um prazo três vezes maior que a fase de utilização do financiamento para pagar o saldo devedor. O FIES E O EMPREENDEDORISMO Um diferencial do FIES em relação aos outros programas estatais reside no fato de se basear na capacidade do estudante em honrar seu contrato, quebrando um possível paternalismo governamental. Ao invés de doação ou entrega gratuita, o FIES parte da premissa de que com o estudo financiado aquela pessoa, que se encontrava em dificuldade financeira para pagar os estudos, terá plena condição de arcar com os custos quando estiver estabilizada profissionalmente - após a conclusão da graduação e do período de carência. É por este motivo que o FIES pode ser encarado sob o prisma do empreendedorismo. Em outros países este tipo de financiamento é muito comum justamente pela crença na capacidade das pessoas e no dever público de geração de oportunidades, em contraponto ao assistencialismo. Segundo definição do dicionário Sacconi, empreendedor é “aquele que é ativo, cheio de iniciativa e vontade de iniciar novos projetos..., tomando as decisões que irão nortear o futuro do negócio e assumindo riscos pessoais e de terceiros”. Ao partir do pressuposto do doutor em educação Robert Lamp de que “a aprendizagem como a vida, é uma constante, os estudantes aprendem o que fazem.” Tem-se o FIES como uma real prática de empreendedorismo. O estudante acredita na própria capacidade, corre o risco de um contrato e ao final honra seu compromisso de formação superior sem dever nada a ninguém e com o orgulho do esforço próprio. A faculdade de se governar por si mesmo - denominada autonomia - é um dos atributos do FIES. Logo, o FIES deixa uma singular contribuição para o debate sobre a educação brasileira: o avanço do diálogo para além do lugar comum ao evidenciar a possibilidade de políticas públicas priorizarem ações de estímulo ao empreendedorismo ao invés de manter em voga o paternalismo e a crença na incapacidade das pessoas de custear a própria educação.
  • 4. A educação constitui o investimento com maior retorno social e, sendo possível que esse investimento venha acompanhado de prática que possibilite ao estudante se responsabilizar e desonerar o financiamento público do estudo, enorme avanço para a construção de um país inovador, empreendedor e de economia saudável estará dado. PARA OS PROFESSORES DA REDE PÚBLICA Recente divulgação da revista Nova Escola expôs que a alteração na legislação facilitou as condições de pagamento dos empréstimos do FIES para aqueles que cursam licenciatura. Segundo a revista (Março/2010) “Uma novidade importante beneficia os estudantes de licenciatura. Os recém- formados que ingressarem na rede pública ou que já atuem nela podem abater 1% do saldo devedor a cada mês trabalhado. Na prática, com 100 meses, o docente quita seu financiamento sem desconto salarial. Outras mudanças valem para todas as graduações. A taxa anual de juros do empréstimo tomado no banco, por exemplo, caiu de 6,5% para 3,5%. Já o prazo de quitação da dívida aumentou para três vezes o tempo de financiamento. A estimativa é de que o Fies contemple 200 mil estudantes este ano.” QUADRO RESUMO FIES3 Informação Geral O FIES custeia o estudo de 560 mil alunos em mais de 1,5 mil instituições de Ensino Superior e tem inscrições abertas o ano todo. O que é Programa destinado a financiar cursos de graduação (prioritariamente) e cursos de pós- graduação e de Educação profissional em nível técnico (havendo disponibilidade de recursos e a critério do MEC). Porcentagem de financiamento 50, 75 ou 100% do valor do curso. Número de vagas para 2010 200 mil (estimativa). Como se candidatar Período de inscrição: o ano todo no site www.mec.gov.br. Pré-requisito financeiro Para requerer a bolsa de 100%, comprovar que 60% da renda familiar bruta está comprometida com gastos fixos. Estudantes de licenciatura ou bolsistas parciais do ProUni estão livres dessa exigência. Pré-requisito acadêmico Estar matriculado numa graduação em 3 Quadro construído com base em ilustração no site da revista Nova Escola.
  • 5. instituição que tenha aderido ao FIES e que possua conceito maior ou igual a 3 no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior - Sinaes. (Vide quadro abaixo com a listagem de algumas instituições participantes do FIES em BH). Formas de pagamento Em dinheiro A cada três meses o estudante paga uma taxa de 50 reais ao Fundo. Depois de formado, ele tem carência de 18 meses (pagando nesse período apenas os 50 reais trimestrais) para começar a quitar o financiamento. No início da quitação, ele arca, em prestações mensais, com o custo do último semestre cursado. Após esse período, o valor restante é dividido em parcelas iguais por até três vezes o período de duração do financiamento. Com trabalho Graduandos de licenciatura que ingressem na rede pública ou professores que já atuem nela por pelo menos 20 horas semanais podem pagar o financiamento com trabalho, abatendo 1% do saldo devedor a cada mês. Exigências durante o curso Renovação Semestral. Aproveitamento acadêmico No mínimo 75% nas disciplinas cursadas no período letivo. Instituições em BH participantes do FIES Para informações atualizadas, consulta de cursos e instituições em outros municípios clique em: http://sisfiesportal.mec.gov.br/pesquisa.html Centro Universitário de Belo Horizonte Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix Centro Universitário Newton Paiva Centro Universitário UNA Escola Superior Dom Helder Câmara Faculdade Anhanguera de Belo Horizonte Faculdade COTEMIG Faculdade de Ciências Gerenciais Padre Arnaldo Janssen Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais
  • 6. Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Belo Horizonte Faculdade de Direito Padre Arnaldo Janssen Faculdade de Estudos Administrativos de Minas Gerais - FEAD/MG Faculdade de Estudos Superiores de Minas Gerais Faculdade de Minas Belo Horizonte Faculdade de Tecnologia INED - Unidade Lagoa da Pampulha Faculdade Estácio de Sá - Belo Horizonte Faculdade IBMEC Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia Faculdade Metropolitana de Belo Horizonte Faculdade Minas Gerais Faculdade Novos Horizontes Faculdade Pitágoras de Belo Horizonte Faculdade Promove de Minas Gerais Faculdade São Camilo Instituto Belo Horizonte de Ensino Superior Instituto Santo Tomás de Aquino Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Universidade FUMEC Universidade José do Rosário Vellano Universidade Vale do Rio Verde Universidade Salgado de Oliveira NÚMEROS Com o intuito de ilustrar parte do universo atendido pelo FIES vale sublinhar alguns números. De acordo com o portal do MEC, o FIES em BH conta com 21.928 alunos beneficiados e o ProUni com 3.152 alunos participantes em 2008. O número total de alunos beneficiados pelo programa ultrapassa 560 mil. Em relação à taxa de inadimplência do FIES tem-se uma situação peculiar. O FIES foi criado em 1999 e passou por uma série de alterações no decorrer do tempo até chegar ao formato atual com os juros de 3,4% ao ano. Portanto, uma taxa de inadimplentes de quase 30% em anos passados, deve sofrer abrupta alteração com as modificações recentes. Vale ressaltar uma curiosidade relacionada com a estratégia governamental de incentivar a adimplência das contribuições previdenciárias das instituições de ensino credenciadas e participantes do FIES, pois o governo repassa o recurso por meio da emissão de certificados financeiros do tesouro série E (CFT - E). Tendo em vista que para a melhor eficácia de uma política pública no âmbito escolar os pais e estudantes devem ter a consciência, a concordância e agir; que a faixa dos 15 a 17 anos de idade corresponde à maioria das pessoas em idade escolar fora da escola; que as principais intervenções de políticas
  • 7. públicas buscam incentivos, informação e participação, temos, de modo a corroborar os entendimentos expostos acima, que o FIES representa ferramenta útil de superação das desigualdades educacional e de renda no país. O FIES passa a ser uma ponte e uma luz de futuro para aqueles que abandonam a escola e pensam em desistir da graduação. “É na combinação da oportunidade agregada de trabalho com a necessidade de os adolescentes pobres suprirem sua renda que encontramos o terreno mais fértil para o precoce abandono escolar”, diz Marcelo Neri. CONCLUSÃO Resta o entendimento de que a conveniência deste programa de crédito educativo é bastante pertinente e que o FIES atende a dois importantes aspectos em se tratando de programas governamentais, quais sejam a transparência do sistema (todo informatizado e com informações de fácil acesso) e a credibilidade das regras, elencadas nos contratos firmados pelos estudantes e acessível no portal do MEC. Conclui-se que o FIES é uma interessante possibilidade, não a única nem a melhor, mesmo porque cada estudante apresenta singularidades, uns buscam o ensino superior em universidades públicas e gratuitas, outros preferem universidades privadas, outros se encaixam melhor em programas de bolsas, uns precisam de oportunidade em determinado momento para arcar com os custos do estudo etc. As informações acerca do FIES devem ser divulgadas, o acesso ao site do programa (http://sisfiesportal.mec.gov.br/) deve ser garantido a todos e especialmente a difusão nas faculdades e escolas do ensino médio precisa ser estimulada de modo que este financiamento seja amplamente conhecido e atenda o maior número possível de estudantes que buscam uma oportunidade de empreender sua própria carreira, a começar pelo investimento em sua própria educação. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS http://portal.mec.gov.br/mec/index.htm, acessado em 23/08/2010. http://revistaescola.abril.com.br/formacao/formacao-inicial/financiamento- estudantil-para-cursos-ensino-superior-fies-graduacao-licenciatura- 539162.shtml, acessado em 31/08/2010. http://sisfiesportal.mec.gov.br/, acessado em 31/08/2010. Revista Dois Pontos - Vol. I, nº 11 - outubro/91 SACCONI, Luiz Antonio. Grande Dicionário da língua portuguesa. São Paulo: Nova Geração, 2010.
  • 8. VELOSO, Fernando. PESSÔA, Samuel. HENRIQUES, Ricardo. GIAMBIAGI. Fabio/organizadores. Educação básica no Brasil: construindo o país do futuro. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.