A Revista Boa Vontade tem por objetivo levar informações por meio de matérias que abordam temas voltados à cultura, educação, política, saúde, meio ambiente, tecnologia, sempre aliados à Espiritualidade como ferramenta de esclarecimento, auxílio, entendimento e compreensão.
Tributo a Villa-Lobos: o gênio da música brasileira
1. Tributo a Villa-Lobos Paiva Netto escreve sobre o notável compositor brasileiro
Diversidade
cultural
do Brasil
Pontos de vista, reportagens,
registros e histórias de
destacados brasileiros da
comunicação social, meio
ambiente, poder público, política,
esporte, educação e cultura.
2.
3.
4. Sumário
6
45
58
82
87
15
90
100
106
6 Editorial
Tributo a Villa-Lobos
TribuTo a Villa-lobos Paiva Netto escreve sobre o notável compositor brasileiro
Diversidade
cultural
do Brasil
Pontos de vista, reportagens,
registros e histórias de
destacados brasileiros da
comunicação social, meio
ambiente, poder público, política,
esporte, educação e cultura.
créditos das Fotos de Capa:
Oscar Niemeyer: João Lopes; Nadja
Haddad/ Dora Silva Cunha Bueno/
Moacir Japiassu/ Airton Grazzioli/ Gilberto
Kassab/ Ricardo Viveiros/ Sandra de Sá:
Daniel Trevisan; Franklin Martins:
Marcello Casal Jr./ABr; Orlando Silva/
José Vicente: J. C. Santos; Renato
Casagrande: Belkis Faria; Audálio
Dantas/ Zico/ Lya Luft/ Tereza Cruvinel:
Divulgação; Angela Maria: Régis Schwert;
Alvaro Dias: João Preda; Patrícia
Saboya: Nino Santos; Caco Barcellos:
Divulgação/Editora Record; Myltainho
Severiano: Rafael Rezende; Milton
Gonçalves: Cristina Granato/Ag. O Dia;
Beto Albuquerque: Daniela Duarte.
| BOA VONTADE
10 Cartas, e-mails, livros e registros
1
7 Opinião Esportiva
18 Perfil
23 Acontece no Ceará
24 Assistência Social
30 Literatura
33 Homenagem
36 Educação
38 Saúde
40 Nações Unidas — Nova York
45 Igualdade Racial
Troféu Raça Negra 2007
48 Opinião Política
50 Samba História
53 Fundações
56 In memoriam
58 Utilidade Pública
Doação de órgãos: 70 mil aguardam
por transplante
62 Palácio do Planalto
67 Notícias do Estado do Espírito Santo
68 Entrevista
73 ABI
76 ONU — Brasil
78 TV Pública
81 Cidadania
82 18 anos do TBV
As comemorações do monumento mais
visitado de Brasília/DF
87 Opinião — Mídia Alternativa
A pluralidade na comunicação
90 Cultura
Democratização do conhecimento
98 Mídia
100 Especial
O brilho do Esperanto, em encontro
mundial
106 Destaque Internacional
Brasilidade nas ruas de Nova York
112 Soldadinhos de Deus
114 Cidades
5. Ao leitor
Reflexão de BOA VONTADE
“O Espírito tem lugar preponderante no nosso labor. Entretanto, na preparação de jovens e adultos para a subsistência neste
mundo material de tecnologia jamais vista e, paradoxalmente,
na atualidade, tão instável para os que labutam pelo futuro próprio, devemos levar na mais alta consideração que os educandos
têm de ser com eficiência qualificados para a exigente demanda
do acirrado mercado de trabalho. E mais: de tal maneira que
não persigam um caminho em que a profissão para a qual se
prepararam não mais exista ao fim do curso. É essencial, pois,
receberem formação eficaz para que sejam arrojados, empreendedores, de modo que possam suplantar os fatos supervenientes
que, a qualquer instante, desafiam a sociedade, sobressaltando
multidões. (...) De nada adiantarão, portanto — digamos para
argumentar —, planejamentos audaciosos se não houver quem
tenha sido devidamente preparado para desenvolvê-los.”
Discurso de Paiva Netto ao corpo docente do Instituto de Educação da LBV,
em São Paulo/SP, em 1999, e que foi publicado nas revistas, encaminhadas às Nações Unidas, Sociedade Solidária (disponível em alemão,
espanhol, esperanto, francês, inglês e português) e Globalização do Amor
Fraterno (inicialmente editada em esperanto, francês, inglês e português).
BOA VONTADE
A N O 5 1 • N o 2 2 0 • s e t / o u t / no v / D E Z / 2 0 0 7
BOA VONTADE é uma publicação das IBVs, editada pela Editora Elevação. Registrada
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A revista BOA VONTADE não se responsabiliza por conceitos e opiniões em seus
artigos assinados.
A
revista BOA VONTADE reuniu neste número a opinião e os olhares de destacados brasileiros para uma
reflexão do ano que se finda. Espera-se que desse
balanço surjam novas e melhores ações em 2008.
No Editorial, o dirigente da LBV, Paiva Netto, abre este
leque com um tributo ao célebre compositor Heitor VillaLobos, cuja música fala tanto de nossas raízes.“O Brasil
tem forma geográfica de um coração. Todo brasileiro tem
este coração. A música vai de uma alma a outra”, disse
o inesquecível Villa há mais de meio século.
Dentro desse raciocínio de intensa diversidade cultural, outros ilustres convidados foram ouvidos. Na área da
comunicação, amigo leitor, estão: Audálio Dantas, Caco
Barcellos, Franklin Martins, Moacir Japiassu, Mylton
Severiano da Silva, Nadja Haddad, Ricardo Viveiros e
Tereza Cruvinel. Na área da cultura e do esporte, estão as
cantoras Ângela Maria e Sandra de Sá, a escritora Lya
Luft, o escritor e embaixador José Aparecido de Oliveira
(in memoriam), o presidente da Afrobras, José Vicente, o ator
Milton Gonçalves e o técnico de futebol Zico. A política e
o que pode ser feito em favor do Ser Humano por meio dela
são comentados pelo ministro dos Esportes, Orlando Silva
Júnior, pelo deputado federal Beto Albuquerque e pelos
senadores Patrícia Saboya, Alvaro Dias e Renato Casagrande. Destaque também, representando o Terceiro Setor,
para a presidente da Associação Paulista de Fundações, Dora
Silva Cunha Bueno, e o curador de Fundações da capital
paulista, dr. Airton Grazzioli.
Esta edição homenageia o centenário de nascimento do
consagrado arquiteto Oscar Niemeyer (dezembro de 2007).
Em reportagem especial, estampamos algumas de suas principais obras, fruto de mais de 70 anos de trabalho.
Merecem ainda especial destaque duas reportagens:
primeiro, a dos festejos do 18º aniversário do Templo da
Boa Vontade (TBV), o monumento mais visitado de Brasília/DF, segundo a Secretaria de Estado de Desenvolvimento
Econômico e Turismo (SDE).
O segundo destaque registra os amigos e apoiadores
da Campanha Natal Permanente da LBV — Jesus, o
Pão Nosso de cada dia!, que movimenta todo o País
para proporcionar um fim de ano mais feliz a milhares
de famílias em risco social. Nela e em toda a publicação,
a mensagem é constante: que este sentimento solidário
seja uma realidade não somente no Natal, mas em todos
os dias do ano! Feliz 2008!
BOA VONTADE |
6. Editorial
Tributo a
Museu Villa-Lobos
João Preda
Villa-Lobos
José de Paiva Netto, jornalista,
radialista e escritor. É diretorpresidente da LBV.
E
Villa-Lobos durante
apresentação, em
1955: ainda em vida, o
brasileiro foi aclamado
o maior compositor das
Américas, autor de cerca
de mil obras.
| BOA VONTADE
m 17 de novembro de
1959, o célebre compositor Heitor Villa-Lobos
voltou à Pátria Espiritual.
Autor de cerca de 1.000 composições, é considerado o maior
expoente da reformulação do
conceito do nacionalismo musical
brasileiro.
Ainda menino, fascinou-se
pela obra do compositor alemão
Johann Sebastian Bach (16851750), influência marcante que,
anos mais tarde, resultaria nas
7. A Legião da Boa Vontade (LBV)
sempre prestigiou a cultura. Está
nos seus estatutos. Além de ser
filantrópica, é igualmente cultural
e educacional. Claro está que filantropia, para nós, não é meter o pão
pela boca do necessitado para calar
temporariamente o grito da fome.
Não. É mais que isso. Filantropia
significa Amor à Humanidade. Costumo dizer que assistência social é,
acima de tudo, Amor.
No seu trabalho em prol da
cultura, a LBV teria de participar
das comemorações dos 100 anos
de Villa-Lobos. Algumas das
músicas tocadas no Programa
Boa Vontade — PBV, no rádio e
na televisão, são de sua autoria.
Nossa homenagem é constante.
Eu mesmo sou um fã do Villa.
Recordo-me dele com saudade. Também de Dona Mindinha,
sua querida esposa, na Pátria
Espiritual desde 1985. Era muito
amiga nossa. Conhecia profundamente a LBV. Revelou certa
Reprodução BV
extraordinárias Bachianas Brasileiras. Entre outras importantes
peças melódicas de Villa-Lobos
temos: O Uirapuru, O Canto do
Cisne Negro, A Prole do Bebê e
os Choros, para os quais foi buscar
inspiração entre os compositores
boêmios do Rio de Janeiro.
No centenário de seu nascimento, completado em 5 de março
de 1987, prestei, em minha antiga
coluna na Folha de S.Paulo, um
justo tributo a esse ícone da brasilidade musical, demonstrando, do
mesmo modo, os fraternos laços
que unem Villa-Lobos à LBV, do
qual separei estes trechos:
O belo casal Arminda e Heitor Villa-Lobos. No ano seguinte à morte do músico, a
querida Mindinha, como também era conhecida, fundou o Museu Villa-Lobos (zona
sul da capital fluminense), o qual dirigiu por 25 anos.
vez que, com o saudoso Villa,
escutava Jesus Está Chamando!, famoso programa de Alziro
Zarur (1914-1979), que tanta
polêmica ergueu no Brasil. (...)
Zarur foi um pioneiro na luta pela
liberdade religiosa em nosso país.
O povo que faça a sua escolha
devocional. Em entrevista a um
periódico do Rio, contou Dona
Mindinha:
certamente poderia expressar-se
melhor, com prazer maior e mais
ênfase. Porque meu marido também se prendeu ao programa de
Zarur. (...) Presto, aqui, a minha
homenagem sincera ao criador
da Legião da Boa Vontade”.
“— (...) Comecei a ouvir Zarur
quando ele estava na Rádio Mundial. O próprio Villa, muitas vezes,
o ouvia falar. (...) Se fosse vivo,
“Heitor Villa-Lobos nasceu no
Rio de Janeiro, a 5 de março de
1887. Compositor, violoncelista,
maestro e professor. (...) Em sua
Em 1984, vigésimo quinto
aniversário do seu falecimento,
a Mocidade Legionária escreveu:
BOA VONTADE |
8. Museu Villa-Lobos
Editorial
Tendo sido, em 1932, nomeado superintendente de Educação Musical e Artística
do então Distrito Federal e, em 1942, diretor do Conservatório Nacional de Canto
Orfeônico, do Ministério de Educação e Cultura, Villa-Lobos realizou enormes
concentrações orfeônicas, uma das quais com a participação de 42 mil vozes de
estudantes. Na imagem acima, vista parcial de um desses espetáculos.
música, que é tão exuberante,
pitoresca e confiante, como ele
mesmo, tudo se conjuga em novos
caminhos para a Humanidade
(...). Sua técnica oscila entre as
peças de harmonia singela, como
sua música para crianças, até as
Reprodução BV
Reprodução da foto dedicada à querida
esposa, na época em que ele se
encontrava em Nova York.
de complexidade extrema, como
o Rudepoema e a maior parte dos
Choros, composições de excepcional significado no panorama
musical contemporâneo. As nove
Bachianas Brasileiras, escritas no
período de 1930-45, traduzem sua
devoção pela música de Bach. A
obra ciclópica desse ilustre compositor nacionalista abrange, além
das já citadas, sinfonias, poemas
sinfônicos, suítes, quartetos de cordas, oratórios, peças para piano,
concertos, óperas, vocais etc.
“(...) Villa-Lobos dirigiu orquestras na França, Alemanha,
Itália, Estados Unidos... Recebeu
inúmeras honrarias. (...) Fundou,
em 1945, a Academia Brasileira de
Música. (...) O governo brasileiro
criou, em 1960, no Ministério da
Educação e Cultura, o Museu VillaLobos. (...) Seu vanguardismo pode
ser definido por esta sua frase:
‘Escrevo música como se fossem
| BOA VONTADE
cartas para a posteridade, sem
esperar resposta’.
“A violinista Arminda D’Al
meida (Mindinha), sua segunda
esposa, a quem dedicou várias
melodias, organizou e dirige o
Museu Villa-Lobos.
“Aos 25 anos de sua morte, o
Museu Villa-Lobos prepara uma
série de homenagens. E o diretorpresidente da LBV foi presenteado
por Dona Mindinha com uma
apostila do evento com graciosa
dedicatória: ‘Ao ilustre amigo, Dr.
José de Paiva Netto, o presidente
que vem honrando a Legião da
Boa Vontade em substituição ao
enorme benfeitor que foi Alziro
Zarur. Cordialmente, a sempre
Mindinha de Villa-Lobos’.”
* * *
Com Amor para a
Eternidade
Afinal, o que é feito com Amor
tem o selo das coisas perenes. E
foi com essa qualidade sublime
que Villa-Lobos definiu, em João
Pessoa, Paraíba, em 1951*1, como
surgiam as suas composições:
“A minha música é o reflexo da
sinceridade (...), a arte que vem do
coração para um coração”.
E mais:
“O Brasil tem forma geográfica
de um coração. Todo brasileiro
tem este coração. A música vai de
uma alma a outra. Os pássaros
conversam pela música. Eles têm
coração. Tudo que se sente na vida
se sente no coração. O coração é
9. Reprodução BV
o metrônomo*2 da vida, e há muita gente na humanidade que se
esquece disso. Justamente, o que
mais precisa a humanidade é de um
metrônomo. Se houvesse alguém
no mundo que pudesse colocar
um metrônomo no cimo da Terra,
talvez estivéssemos mais próximos
da Paz. Por que se desentendem,
vivem descompassados raças e
povos? Porque não se lembram do
metrônomo que guardam no peito,
o coração.
“Foi fadado por Deus, justamente o Brasil possuir uma forma
geométrica de coração, e haver
um ritmo palpitante em toda a
sua raça, sobretudo no nordeste,
este sentido de ritmo, de coração,
essa unidade de movimento, esse
metrônomo tão sensível.
“Meus amigos, foi com esse
pensamento que eu me tornei músico. Foi por isso que eu me tornei
um escravo profundo e eterno da
vida do Brasil, das coisas do Brasil. E, como não tenho o dom da
palavra, nem da pena, mas tive o
dom do som e do ritmo, transponho
em sons e ritmos essa loucura de
amor por uma pátria. Eis a minha
apresentação. Eis o que é, em princípio, a justificação do que tenho
feito pelo Brasil até a idade que
tenho hoje. Peço perdão a todos de
ter que falar um pouco da minha
vida em relação a esse Brasil, mas
é necessário e possa talvez servir
de exemplo aos jovens seguir essa
mesma trilha, esse mesmo destino
que Deus me deu.
Sob a inspiração do genial Villa-Lobos, o
oratório O Mistério de Deus Revelado, composto por Paiva Netto em Portugal, no Rio
de Janeiro e no Rio Grande do Sul (1998).
Gravado pelo coro Capela Svetoslav Obretenov, da Bulgária, a obra superou 500 mil
cópias, conquistando um disco de platina
duplo. Em 9/4/2006, o oratório teve sua
primeira audição mundial em inglês na
Convent Avenue Baptist Church, em Nova
York, EUA, no Concerto da Semana Santa,
sob a regência do maestro e pastor Gregory
Hopkins e a participação do The Sanctuary
Choir, composto de afro-americanos.
“(...) Eu fui pela música. E, se
por acaso o meu exemplo possa
servir de alguma coisa a todos os
meus patrícios, façam o mesmo.
Sejam livres. Lembrem-se do coração. Lembrem-se de que este é
que é o metrônomo da realidade.
Com ele terão a razão econômica de tudo, das coisas. Terão
a medida exata da realidade da
própria vida. Lembrem-se de que
é a arte que vem do coração para
um coração, de uma alma para
outra alma, e a música é a primeira arte que conduz às outras
artes. Eu não digo isto porque sou
músico, não. Ela, porém, tem um
poder positivo, digamos, um poder
biológico.
“Ela é uma terapêutica para
a alma doente. A música é um
consolo para o sofredor. A música
é um embalo para o pequenino no
colo de suas mães, seus pais. A
música é o alento do desventurado. A música é a alegria daqueles
que são alegres. A religião, qual
das religiões que existem sobre
a Terra e que não usou da música como elemento de atração
aos seus crentes? Essa música
que Santo Ambrósio utilizou
para formar depois os cânticos
litúrgicos definidos. É com essa
música, senhores, que precisamos
compreender que o Brasil vive, e
que ninguém percebe”.
Meus sinceros agradecimentos
ao Espírito imortal do brilhante
Villa-Lobos por ter-me inspirado,
em 1999, o oratório O Mistério
de Deus Revelado. Os mortos não
morrem.
Fonte — Diversos autores. Presença de Villa-Lobos, Volume 12, edição do Museu Villa-Lobos, Fundação Nacional próMemória, Rio de Janeiro/RJ, 1981, p. 105107.
*2
Metrônomo — Nome atribuído pelo construtor alemão J. N. Maelzel (1772-1838) ao aparelho que serve para regular os andamentos musicais.
*1
BOA VONTADE |
10. Cartas, e-mails, livros e registros
Recentemente, em São Paulo/SP,
ocorreu o lançamento de Novos
Olhares, livro organizado pelo jornalista e escritor Zeca Camargo, que
também é apresentador do programa
Fantástico.
A obra apresenta estudos de autores estrangeiros que trazem novas
abordagens sobre temas do cotidiano
e, dessa forma, contribuem para
maneiras diferentes de pensar a sociedade contemporânea. Compõem
a publicação entrevistas completas
do jornalista com 20 pensadores,
que participaram da série de mesmo
nome exibida pelo Fantástico. No
título, Zeca aprofunda o que foi tratado na TV e possibilita o acompanhamento do raciocínio dos acadêmicos
sobre assuntos como arquitetura,
consumo, educação e filhos, felicidade, física, meio ambiente, memória e
imaginação, minoria e direitos civis,
religião e vida digital.
Simpático, ele agradeceu a presença da Legião da Boa Vontade
(LBV) e mandou um forte abraço ao
dirigente da Instituição, ao mesmo
tempo autografando um exemplar
da obra com a seguinte dedicatória:
“Ao estimado Paiva Netto, que
sempre soube olhar o mundo de um
jeito diferente! Grande abraço, Zeca
Camargo”.
10
| BOA VONTADE
Juliana Bortolin
Eu Sei que Vou te Amar é a mais
nova obra do cineasta e jornalista
Arnaldo Jabor, lançada na capital
paulista. Nela, o autor descreve alguns
sentimentos, como
as dores de amor, as
dificuldades de um
relacionamento e o
medo que o Ser Humano tem de ficar
só. A história é a de
um casal recém-separado que, após
se reencontrar, revela segredos antigos. Trata-se de adaptação do grande
sucesso de Jabor no cinema, rodado
BOA VONTADE: otimismo
e confiança na vida
Gosto de ler a BOA
VONTADE. É muito
bom! Dá para ver o carinho com que vocês fazem
esta revista, com muitas matérias interessantes para ler,
coisa muito boa. Mas, além
de tudo, o mais importante é
a mensagem que a revista leva, sempre de otimismo, de Amor, confiança
na vida, e a certeza de que estamos
aqui sempre acompanhados por uma
luz espiritual, que vai direcionando
o rumo de nossas vidas. Isso para
mim é o mais importante, distribuir
Amor, Espiritualidade, em
um mundo que está tão
difícil com a violência.
Então, uma revista dessas
é uma luz acesa no meio
das intempéries aqui do
Planeta. (Zíbia Gasparetto,
escritora)
há mais de 20 anos (em 1986), com o
mesmo título e enredo. O filme, com
direção, produção e roteiro próprios,
levou cinco milhões
de pessoas às salas de
cinema.
Na noite de autógrafos, compareceram autoridades, personalidades e muitos
amigos para prestigiar
o acontecimento. Na
ocasião, o autor dedicou um exemplar
do livro ao diretor-presidente da LBV,
com a mensagem: “Ao José de Paiva
Netto, com afeto do Jabor”.
Daniel Trevisan
Divulgação/Editora Globo
Leilla Tonin
Arnaldo Jabor, das telas para o livro
Pioneira e brilhante
Li a excelente matéria de
capa de Leilla Tonin e Rodrigo
Oliveira, que entrevistaram o
jornalista Roberto Cabrini.
Meus cumprimentos à equipe
da revista BOA VONTADE
Cabrini
Roberto
pela brilhante reportagem. Foi
muito bem pautada e editada,
com perguntas pontuais, radiográficas e ótimas aspas. Vocês foram os
primeiros a fazer um belíssimo balanço
dos 30 anos da carreira dele. A matéria
ficou excelente, e a revista é feita com
primor. Além do profissionalismo fica o
carinho de uma nova amizade. Contem
sempre conosco. Forte abraço e muito
obrigado. (Paulo de Tarso
Porrelli, editor do Jornal da
Noite, da TV Bandeirantes)
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silêncio e a crianças e adole
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Parabéns!
Li a revista BOA VONTADE e gostaria de parabenizá-los pelo excelente exem-
11. Leilla Tonin
Leilla Tonin
Em 27 de outubro, dia em que completou 72 anos,
o desenhista, empresário e criador de A Turma da
Mônica, Mauricio de Sousa, apresentou ao público
leitor de todo o Brasil o seu mais novo lançamento:
Mauricio de Sousa — Biografia em quadrinhos. Tratase de uma versão literária que traz fatos inéditos de sua
vida e carreira, aliada a um estilo todo especial de levar
histórias divertidas às crianças: os quadrinhos.
O livro narra a vida de sucesso do autor, passando
da infância à primeira profissão, até chegar ao que representa hoje: desenhos vivos na memória de milhões
de pessoas.
Na tarde de autógrafos, o amigo de longa data da
Legião da Boa Vontade dedicou em um dos exemplares:
“Ao amigo Paiva Netto, com carinho! Mauricio”.
plar. A civilização e os Seres Humanos
vão evoluindo à medida que Seres
Iluminados irradiam seus conhecimentos e sabedoria, que vêm do alto. Tudo
ocorre na velocidade do Pai. Grande
abraço! (Antônio Carlos Jaloretto, da
Avape — Associação para Valorização
e Promoção de Excepcionais, de São
Paulo/SP)
Mauricio
de Sousa e
algumas das
crianças do
Instituto de
Educação
da LBV, que,
na ocasião,
entregaramlhe um belo
arranjo
de flores,
homenagem
dos mais de
1.200 alunos
da Escola.
Ministra Ellen Gracie e o
incentivo à cultura
A ilustre presidente do
Supremo Tribunal Federal
(STF), ministra Ellen Gracie
Northfleet, inaugurou, recentemente, em Brasília/DF, a exposição Rugendas, um Olhar
Inaugural, com litografias e reproduções do álbum Viagem
Pitoresca através do Brasil, do
artista Johann Moritz Rugendas. A mostra — organizada
pelo Gabinete 55, com a curadoria de Alcina Angela
Lins Morato, grande amiga da Legião da Boa Vontade
— integra as comemorações do bicentenário do Poder
Judiciário Independente no Brasil (1808-2008).
A LBV, como incentivadora da cultura nacional, esteve representada no evento pela curadora da Galeria de
Arte do Templo da Boa Vontade, Marta Jabuonski. Na
ocasião, foi entregue à presidente do STF um exemplar
da revista BOA VONTADE, edição 219, que publicou
a reportagem “Nos caminhos da Educação e da Cultura”, na seção Arte na Tela, com destaque à atuação da
ministra na difusão da arte no Brasil. Esse título, aliás, é
também o nome de um programa veiculado pela Super
Rede Boa Vontade de Comunicação (TV, rádio, internet
e revista) para divulgar as iniciativas que apóiam a cultura no País. A ministra agradeceu a revista e o convite
para visitar o Templo da Boa Vontade, que integra, ao
lado do Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumênica (o ParlaMundi da LBV), o Conjunto Ecumênico
da Legião da Boa Vontade.
Luzeiro da Solidariedade
Que revista linda! É realmente um
Luzeiro de Solidariedade. Ela representa o Ideal de Amor da Legião da
Boa Vontade, na sua ação permanente
por um Brasil melhor. Vou levar outros
exemplares ao sr. Sandro Ronquetti,
secretário municipal de Saúde, para
a sra. Laura Vieira, superintendente
Reprodução BV
Mauricio de Sousa lança
biografia em quadrinhos
municipal de Saúde Coletiva, e para
a sra. Maria da Penha, coordenadora
do programa Saúde da Família. Eles
ficarão felizes em conhecer o trabalho
da LBV por intermédio da revista Boa
Vontade. (Christiana Mathias, enfermeira e coordenadora do curso de
especialização de agentes comunitários
de Saúde de Maricá/RJ)
BOA VONTADE |
11
12. Cartas, e-mails, livros e registros
Senador Eduardo Suplicy e
seus relatos políticos em livro
Durante a tradicional Palestra-Almoço da Câmara
Brasil–Israel de Comércio e Indústria, ocorrida este ano,
em 29 de novembro, na Associação Brasileira A Hebraica
de São Paulo, na capital paulista, o prefeito da cidade,
Gilberto Kassab, destacou em seu discurso aspectos da
Conferência Internacional de Tecnologias Hídricas e Controle Ambiental, realizada recentemente em Israel.
A Legião da Boa Vontade (LBV) e a Fundação José
de Paiva Netto (FJPN), convidadas a participar desse
almoço em formato de fórum, foram representadas, respectivamente, pelo jovem Alziro de Paiva e pelo diretoradministrativo da FJPN, Renato Viana. Os dois puderam
conversar com o prefeito Kassab a respeito das atividades
das Instituições da Boa Vontade e lhe entregaram o informativo Rede Sociedade Solidária, publicação da LBV que
objetiva propagar os avanços do Terceiro Setor.
Outro cordial encontro se deu com a presidente da
Câmara Brasil-Israel de Comércio e Indústria, Dora Silvia
Cunha Bueno. Na oportunidade, ela ressaltou a importância do evento para fomentar a cooperação entre os dois
países. Além deles, diversos empresários e personalidades
também participaram do fórum.
Cidadania Ecumênica
pela televisão
Certa noite estava em meu quarto
quando, ao mudar de canal, vi o programa da LBV*, na TV Bandeirantes.
Foi então que finalmente consegui as12
| BOA VONTADE
sistir ao programa por inteiro e pude ter
o prazer de ver quão lindo é o trabalho
que Paiva Netto faz pelo Brasil. Eu
me emocionei ao ver a ação da LBV e
hoje sou fã desta Obra que, com muita
luta, vem crescendo. Parabéns! Hoje
Arquivo BV
Da esquerda para a direita, a presidente da Câmara Brasil-Israel de
Comércio e Indústria, Dora Silvia Cunha Bueno; o prefeito de São
Paulo, sr. Gilberto Kassab; Renato Viana (FJPN) e Alziro de Paiva (LBV).
Os mais recentes fatos da política nacional e uma ampla visão sobre o cenário econômico brasileiro
compõem os episódios relatados
no livro Um Notável Aprendizado
— A Busca da Verdade e da Justiça, do Boxe ao Senado. De autoria
do senador Eduardo Suplicy, a
obra é uma coletânea de artigos
que mostra um pedaço do Brasil e
do mundo por um ponto de vista que não pode deixar de
ser conhecido, debatido e admirado.
O lançamento, ocorrido em 29 de outubro, em
São Paulo/SP, contou com a presença de autoridades,
personalidades, amigos e familiares de Suplicy, além
de representantes de diversas organizações, entre elas
a Legião da Boa Vontade. “Agradeço muito ao Paiva
Netto a presença da LBV aqui, prestigiando. Desejo
toda força à LBV. Todas as vezes que a visitei, inclusive já fiz palestra nela, fui muito bem recebido por
todos. Agradeço a atenção. Um abraço”, comentou o
senador.
Durante a sessão de autógrafos,
Suplicy ainda endereçou um exemplar da obra ao diretor-presidente da
LBV, com a dedicatória: “Ao Paiva
Netto, toda força. O abraço amigo,
Eduardo Suplicy”. Também acom- Amaury Jr.
panhando o evento, o apresentador
de TV Amaury Jr. aproveitou a
oportunidade para deixar um recado ao líder da Instituição: “Estou com saudade de Paiva Netto. Quero
lhe mandar um abraço. Sempre me orgulhei de ser um
arauto da LBV, porque conheço o trabalho”.
Reprodução BV
Daniel Trevisan
Câmara Brasil-Israel
de Comércio e Indústria
acredito que é possível uma mudança.
(Tatiana Vasconcelos, fisioterapeuta,
Rio de Janeiro/RJ)
* Vai ao ar na TV Bandeirantes, no início da madrugada, de 2a a 6a feira, após o A Noite é uma Criança,
do apresentador e amigo da LBV Otávio Mesquita.
13. Uma vida nova e feliz,
por Ricardo Kotscho
Simone Bertolin
Juliana Barreto
Aos 80 anos, o dr. Ivo Pitanguy, acadêmico, professor e
especialista que marca a história
na cirurgia plástica do Brasil
e do mundo, lançou o livro
Aprendiz do Tempo — Histórias
vividas, no Rio de Janeiro, no
fim de novembro. A obra, em
tom autobiográfico, reúne memórias e fatos interessantes e mostra a evolução da cirurgia plástica.
Com sua experiência, o cirurgião plástico relata
momentos marcantes que vivenciou, como o incêndio
do Gran Circo Norte-Americano, ocorrido em Niterói, em 1961, tido como o maior ocorrido em recinto
fechado. Pitanguy e uma equipe de voluntários dedicaram-se durante meses ao tratamento das vítimas.
Ainda no livro, o médico opina sobre a banalização da
cirurgia estética e seus malefícios para a sociedade.
A noite de autógrafos atraiu membros da comunidade científica, da Academia Brasileira de Letras
(ABL) e admiradores de seu trabalho. Na ocasião, os
representantes da LBV o saudaram pelo lançamento.
O dr. Pitanguy dedicou um exemplar da obra com os
dizeres: “Para José de Paiva Netto com meu abraço,
Ivo Pitanguy”.
Da própria trajetória profissional, o veterano jornalista
Ricardo Kotscho tira exemplo
para escrever a obra Uma vida
nova e feliz..., fundamentada
na descoberta de que se deve
aprender a importância das
coisas mais simples de nossa
existência.
Com 40 anos de dedicação
intensa ao jornalismo, o autor chegou a essa constatação em
2004. Dali em diante, passou a tomar as rédeas do próprio
tempo, antes ditado por uma vida corrida, com viagens ao
Exterior, sem horário fixo, mas com muito comprometimento, após deixar de exercer seu trabalho no Palácio do
Planalto.
Na sessão de autógrafos, promovida em São Paulo, Kotscho
assinou um exemplar da obra, trazendo esta mensagem:
“Para meu amigo Paiva Netto com afeto (até rimou...). Forte
abraço, Ricardo”.
A carreira do jornalista teve início em 1964, como repórter de jornais de bairro da capital paulista, trabalhando,
mais tarde, nos principais veículos da imprensa brasileira,
bem como em redes de televisão. Essa experiência lhe conferiu diversos prêmios no jornalismo e o levou a publicar
19 livros.
Leilla Tonin
Divulgação
Ivo Pitanguy e suas
histórias vividas
Divulgação
Moraes Moreira conta a história
dos Novos Baianos em obra
Ao som de belas canções que marcaram a MPB, o cantor e compositor Moraes
Moreira lançou, no Rio de Janeiro, a obra A história dos Novos Baianos e outros versos.
O trabalho literário, acompanhado de um CD, relata a trajetória da tendência musical
dos anos 1970, trazida por um grupo de baianos. O show contou com a participação
de consagrados cantores como Pepeu Gomes e Baby do Brasil.
Escrito em cordel (com 964 redondilhas) e trazendo fotografias históricas, o livro
apresenta lembranças e relatos curiosos que remontam à fase inicial do grupo Novos
Baianos, cuja primeira formação teve Moraes Moreira, Luiz Dias Galvão, Paulinho
Boca de Cantor, Pepeu Gomes e Baby Consuelo (então, o nome artístico da cantora)
Durante a noite de autógrafos, o autor deixou em um dos exemplares dedicatória ao
líder da LBV: “Paiva Netto e toda a Legião, abraços e beijos. Moraes Moreira”.
BOA VONTADE |
13
14. Cartas, e-mails, livros e registros
Eleições na ABL
Fonte: www.academia.org.br
Camila Chirichela
Foi eleita, neste mês de dezembro, a nova dimente no que diz respeito às iniciativas da
retoria da Academia Brasileira de Letras (ABL).
gestão do acadêmico Marcos Vinicios Vilaça.
O cargo de presidente passa a ser ocupado pelo
O presidente eleito ressaltou: “A Academia
acadêmico Cícero Sandroni. Ao lado dele, os
modernizou-se sem descaracterizar-se, ampliou sua visibilidade conservando-se fiel aos
acadêmicos Ivan Junqueira (secretário-geral),
Alberto da Costa e Silva (primeiro-secretário),
compromissos de preservação e difusão das meNelson Pereira dos Santos (segundo-secretálhores expressões da tradição e da excelência
rio) e Evanildo Bechara (tesoureiro) integram a
da cultura nacional. Através de uma renovada
diretoria para 2008, ano que marca o centenário Cícero Sandroni,
linha de seminários, conferências, palestras,
presidente eleito
de morte do escritor Machado de Assis, primeipublicações, concertos de música popular e
ro a presidir a ilustre Casa da Cultura nacional.
clássica, vamos ampliar a presença da ABL em
Escolhido por unanimidade pelos 31 acadêmicos que todos os segmentos sociais. Popularizar sem apelar para
compareceram ao Petit Trianon e mais aqueles que se o popularesco. A aceitação de dois ex-presidentes (Ivan
manifestaram por carta, o escritor e jornalista Sandroni, Junqueira e Alberto da Costa e Silva) para a composição
42o presidente da
da nova DiretoABL, anunciou que
ria é bem um sinal
dará continuidade
da manutenção
à trajetória de amde uma linha de
pliação da Acaderealizações que se
mia na sociedade
renova e tem conbrasileira, especial- Nelson Pereira dos Santos Evanildo Bechara
Ivan Junqueira
Alberto da Costa e Silva tinuidade”.
em pa u ta
João Saldanha ganha livro biográfico
De autoria do cineasta André Iki Siqueira, foi lançado
em novembro, no Rio de Janeiro, o livro João Saldanha
— Uma vida em jogo. Com mais de 550 páginas
e 200 fotos, a obra é uma reconstituição da vida do
jornalista e cronista esportivo, feita com a ajuda de
depoimentos de parentes e amigos e documentos
inéditos de arquivos dos órgãos de informação do
governo militar.
André Siqueira conta que teve a idéia de escrever o livro há quatro anos, a partir do levantamento
de material de pesquisa para a realização do documentário de longa-metragem João (dirigido por
ele e Beto Macedo, com produção da TV Zero), que deve
ser lançado no ano que vem: “Em 2003, quando comecei a
fazer o filme, percebi que tinha muito material. O livro, cujo
projeto gráfico do Victor Burton foi muito feliz, tem me dado
14
| BOA VONTADE
Fonte: ABI On-line
www.abi.org.br
muita satisfação; só tenho recolhido comentários positivos”,
revela o autor.
Quando pensou em escrevê-lo, André tinha
em mãos mais de 80 horas de entrevistas com 70
personalidades, entre parentes, colegas da imprensa, políticos e até adversários de João Saldanha,
como o falecido ex-presidente da Federação
de Futebol do Rio, Eduardo Vianna, o Caixa
D’Água. “Como o filme terá 90 minutos, cortei
quase tudo, inclusive material do próprio acervo
do João Saldanha. O livro me deu condições de
reunir muitas histórias e detalhar melhor o perfil
dele. Passei cinco meses escrevendo, madrugada adentro,
podendo falar sobre a sua trajetória como comentarista
esportivo, a passagem pela seleção como treinador na Copa
de 1970 e sua fase na política”, afirmou.
15. Arquivo BV
Paulo Autran
Recordação de um notável das artes cênicas
todos esperavam. Enaildo Viana, de
Brasília/DF, relata que o plenário ficou
repleto e a platéia emocionada com a
apresentação de Quadrante. Diante
dela, fluíram Carlos Drummond de
Andrade (1928-1998), Monteiro Lobato (1882-1948), Guimarães Rosa
(1908-1967), Shakespeare (15641616) e tantas outras celebridades
literárias, que reviveram, com todo o
brilho, pelo talento ímpar do grande
ator, que está festejando 77 anos de
idade e 50 de carreira.
“Pouco antes da apresentação,
ele compareceu ao Salão Nobre do
Conjunto Ecumênico da LBV. Lá
concedeu entrevista à imprensa e foi
homenageado com a inauguração do
seu retrato no Painel A Evolução da
Humanidade. Sensibilizado também
pelo cântico das crianças e dos jovens
presentes, declarou: ‘Muito obrigado!
Estou aqui, graças a Deus, figurando
Falcão entrega prêmio aos monitores da LBV
O Instituto da Criança com com Diabetes” e profissionais do Lar e
Diabetes (ICD) premia anualmente Parque da LBV, com o certificado do
estudantes, escolas, educadores programa Educador Cidadão, ambas
e organizações que participam honrarias entregues pelo presidente
do Conselho Administratide seus programas e torvo do ICD, o comentarista
nam-se multiplicadores
esportivo Paulo Roberto
de conhecimentos sobre os
Falcão, e pelo coordenador
cuidados com a doença.
do Programa de Educação em
A cerimônia deste ano
Diabetes do ICD, dr. César
teve lugar na sede do ICD,
Paulo Roberto Falcão Geremia.
em 7 de dezembro. A LeFalcão comentou a pargião da Boa Vontade foi
ceria entre o ICD e a unidade socioehomenageada com o “Troféu Instiducacional da LBV em Glorinha/RS:
tuição Amiga do Instituto da Criança
“Eu me senti muito feliz quando estive
ao lado de minha grande amiga Tônia
Carrero, de dom Hélder Câmara
(1909-1999), pessoas maravilhosas
para o nosso País!’
“Paulo, poucos sabem, é um pioneiro de Brasília. Apresentou-se pela primeira vez, em 1959, no Clube Paranoá,
na cidade criada pelo saudoso presidente Juscelino Kubitschek (1902-1976),
quando só havia obras e poeira, muita
poeira! Foi culturalmente enriquecer a
rude vida dos heróicos vanguardeiros
da urbe antevista, no século 19, por
Dom Bosco (1815-1888) (...)”.
O ator retornou ao ParlaMundi da
LBV em outubro de 2000 para receber
a Comenda da Ordem do Mérito da
Fraternidade Ecumênica, na categoria
Arte e Cultura. A LBV solidariza-se
com os parentes e amigos do querido
ator Paulo Autran e envia as mais
sinceras vibrações de Paz e gratidão
ao seu Espírito eterno.
Fotos: Liliane Cardoso
Retornou à Pátria Espiritual, em 12
de outubro, aos 85 anos, o ator Paulo
Autran, deixando na memória de todos
a lembrança de um ilustre representante dos palcos. Sua história de vida
remonta ao ano de 1922, quando nasceu esse carioca que, ainda jovem, se
mudou para São Paulo, onde se formou
em Direito pela Faculdade do Largo
São Francisco, em 1945. Nessa época,
participou de peças amadoras. Ali,
iniciava-se a encenação que resultou
numa das mais expressivas carreiras
de artes cênicas do Brasil.
O trabalho de incentivo à cultura
por parte desse ator foi saudado pelo
escritor Paiva Netto, que reservou
espaço em seu best-seller Crônicas
e Entrevistas para homenageá-lo
ainda em vida: “O ParlaMundi da
LBV carinhosamente abriu suas
portas para receber Paulo Autran, em
abril de 2000. O resultado foi o que
O comentarista esportivo Paulo Roberto
Falcão, de terno, com profissionais da LBV
que participaram do curso do ICD. Na
ocasião, autografou uma camiseta com a
mensagem: “Aos meninos do Lar e Parque
da LBV. Um abraço. Falcão”.
no Lar e Parque da LBV. Em todo
o trabalho feito com dedicação, envolvimento, carinho e muito Amor, a
tendência é dar certo, e foi isso que
senti quando estive em Glorinha”.
BOA VONTADE |
15
16. Cartas, e-mails, livros e registros
O escritor, professor e membro da Academia Brasileira de Letras (ABL) Arnaldo Niskier, ao lado de
amigos e personalidades, lançou Dom Quixote para
crianças, no dia 10 de dezembro, na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.
Com ilustrações do pintor Mário Mendonça, que
deu vida às peripécias dos personagens, o livro é uma
adaptação do clássico Dom Quixote, de Miguel de Cervantes, considerado um dos mais importantes romances
da literatura, pelas lições de humildade e defesa dos mais
fracos e oprimidos, em que se esmerou o personagem.
Na ocasião do lançamento, grafou a seguinte
dedicatória: “Ao amigo Paiva Netto, com o grande
abraço de Arnaldo Niskier. E o meu também. Mário
Mendonça. 10.12.07”.
Vivian Ribeiro
Dom Quixote para crianças, por Arnaldo Niskier
Os amigos Mário e Clélia Mendonça, Ruth e Arnaldo Niskier
e dona Lily Marinho confraternizam durante sessão de autógrafos na Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro/RJ.
Depois de surpreender o público ao revelar,
recentemente, o talento como artista plástica, a
atriz Vera Fischer se lança
como escritora e resgata
histórias de sua infância e
adolescência em Vera — A
pequena Moisi, o primeiro
dos três trabalhos literários
que entrega ao público
até 2008. No livro, fala
também da carreira e do
relacionamento com os
filhos.
A noite de autógrafos
ocorreu em 10 de dezembro na capital fluminense e contou com a presença dos filhos,
Rafaela e Gabriel, além de muitos amigos
e personalidades. Na oportunidade, enviou a
seguinte mensagem em seu livro: “Paiva! Com
admiração e carinho. Vera Fischer”.
Quem é fã de teatro tem a oportunidade de, a partir
de agora, mergulhar na história da arte, narrada por uma
das grandes representantes
dos palcos. Eva Todor — O
Teatro da minha vida, assinado pela jornalista Maria
Angela de Jesus, apresenta a
trajetória da atriz que marcou
época nos espetáculos brasileiros. O volume, que integra
a Coleção Aplauso, relembra
os bons momentos vividos
pela atriz, nascida em Budapeste (Hungria), e presta uma
homenagem aos 73 anos de carreira.
Para brindar o lançamento, amigos e artistas compareceram à Livraria da Travessa do Leblon, no dia 5 de
dezembro, no Rio. Na sessão de autógrafos, a homenageada registrou no exemplar da obra: “Ao senhor Paiva
Netto, com carinho e admiração. Eva Todor”.
16
| BOA VONTADE
Vivian Ribeiro
Eva Todor ganha
homenagem em livro
Vivian Ribeiro
Vera Fischer lança
autobiografia
17. O futebol-arte
Alexandre
Pato: destaque
de 2007.
Arquivo pessoal
Divulgação
Opinião Esportiva
Coluna do Garotinho
José Carlos
Araújo,
comunicador
da Rádio
Globo do Rio
de Janeiro
U
ma das marcas do Campeo
nato Brasileiro de 2007
foi o equilíbrio. Desde o
início, as equipes mostraram-se equivalentes. Tanto que
a distância em número de pontos
conquistados entre os times classificados para a Taça Libertadores
da América e o grupo dos que vão
para a Copa Sul-Americana foi
praticamente desprezível.
A explicação para tamanho
equilíbrio entre os times, algo que
não se via há muito tempo, pode
ser encontrada numa declaração do
treinador Vanderlei Luxemburgo.
Ao comentar a saída de vários jogadores habilidosos para o Exterior,
disse: “Não há mais espaço para
o futebol-arte no Brasil. Acabou.
Estamos órfãos de craques”.
Mais uma vez, Luxemburgo
mostrou por que é um treinador
diferenciado. Ou seja, é capaz de
perceber o que ocorre ao seu redor.
José Carlos Araújo
especial para a BOA VONTADE
E ele, mais uma vez, foi perfeito em
sua análise. O futebol-arte passou
ao largo do Campeonato Brasileiro.
Quem foi o grande destaque do ano?
Podemos talvez citar Alexandre
Pato, do Internacional, mas ele nem
sequer teve tempo de confirmar a
fama de extraclasse, pois foi logo
negociado para o futebol italiano.
Por aqui, como não temos
condições de competir financeiramente com os centros economicamente mais fortes, precisamos
nos contentar com os craques em
fim de carreira ou com jogadores
medianos.
A conseqüência não poderia ser
outra: os times brasileiros tornaram-se muito iguais em qualidade.
Daí o forte equilíbrio observado
no Campeonato Brasileiro. Talvez
a exceção seja o campeão deste
ano, o São Paulo, que, mesmo sem
ser um time de estrelas, ficou um
nível acima dos demais.
Luxemburgo está coberto de
razão. Não temos mais o futebolarte, pela absoluta ausência dos
artistas da bola. Hoje, nossos clubes
aplicam o futebol-força, firmado
muito mais na correria e no preparo
físico do que na qualidade do trato
com a bola.
O futebol-arte só mesmo quando a Seleção Brasileira reúne os
principais jogadores e nos brinda
com exibições cada vez mais raras
em nossos estádios. Só então a
comparação com o que estamos
habituados a ver nos faz compreender que vivemos dois extremos: de
um lado, o futebol operário que os
times daqui nos oferecem; de outro, o espetáculo que só a Seleção
Brasileira, com seu futebol fora de
série, pode nos proporcionar.
É necessário encontrar uma
fórmula para manter no Brasil, por
um tempo maior, os craques que
formamos nas divisões de base.
Muitos nem sequer passam pela
divisão principal. Saem direto da
base para o Exterior. É importante
para eles, que alcançam cedo a
independência financeira, e também
para os clubes, que estão sempre
de pires na mão, atrás de qualquer
dinheiro possível.
Essa permanência mais prolongada de nossos craques não é
essencial somente para o futebol
brasileiro, cada vez mais carente
de jogadores diferenciados. Os que
ficam, em sua maioria, são os atletas
da mesmice, os veteranos e os da
força física.
Se não encontrarmos uma saída
rapidamente, só nos restará assinar
embaixo da constatação de Vanderlei Luxemburgo: “O futebol-arte
acabou no Brasil. Estamos órfãos
de craques”.
BOA VONTADE |
17
18. Perfil
O bem-humorado jornalista Moacir Japiassu
Japiassu,
Janistraquis
e boas histórias
Rodrigo Oliveira
U
m descontraído batepapo de 30 minutos
com o veterano jornalista Moacir Japiassu
significa ouvir boas histórias e a
garantia de aprender e dar boas risadas com elas. E não foi nada diferente nesta entrevista exclusiva.
Antes de levar sua colaboração
intelectual ao I Salão Nacional do
Jornalista Escritor (veja reporta18
| BOA VONTADE
Fotos: Daniel Trevisan
gem sobre o evento na página 71),
falou à nossa equipe sobre aquilo
que tirou de melhor no auge dos
65 anos de uma vida dedicada ao
jornalismo, profissão pela qual se
apaixonou graças ao incentivo do
irmão.
A entrevista nem mesmo havia
começado a ser gravada e o jornalista logo disparou: “Esqueci
meus óculos de entrevista!”,
exclamou, referindo-se ao tradicional objeto sem as lentes com
o qual sempre se apresenta. E
complementou: “Os óculos são
de mentira, mas, de fato, não os
esqueci. É que para dar entrevista à Legião da Boa Vontade é
preciso usar óculos de verdade,
não de mentira”.
Narrou fatos de sua história
pessoal, como a incursão no
19. jornalismo, e falou dos projetos
aos quais se dedica atualmente,
a exemplo da famosa coluna
“Jornal da ImprenÇa” (no portal
www.comunique-se.com.br), em
que, com o uso da sátira, critica
os erros de gramática e estilo dos
textos jornalísticos, fazendo desse canal um meio de aprendizado
para os aspirantes à profissão.
Rosevalte Caetano
BOA VONTADE — Podemos
começar falando de sua vida no
Nordeste, ainda menino. Como
foi a mudança do sertão para a
Região Sudeste?
Moacir Japiassu — Para você
ter uma idéia dessa aventura,
ela foi tão traumatizante que até
hoje não me recuperei (risos).
Eu estou fora da Paraíba, onde
nasci, desde dezembro de 1956.
Quer dizer, agora em dezembro
estará fazendo 51 anos. Meu
pai (Severino Lins Falcão) era
funcionário público do Departamento Nacional de Obras Contra
as Secas (Dnocs) e, em 1956, o
chefe dele, em João Pessoa/PB,
foi convidado a comandar um
escritório no norte de Minas
— afinal, essa região também
padece muito com as secas e está
Japiassu e sua esposa, Marcia Lobo,
durante visita à Escola da LBV, em 1995.
“Quando estava no Nordeste
— é que hoje estou com
cabelo todo branco e não
dá para ver —, tinha um
cabelo vermelho. Eu era
ruivo mesmo. (...) Um
dia, estou numa estação
de trem para voltar para
o interior e, na hora que
saí de um bar onde tinha
tomado um refrigerante,
uma senhora agarrou a
criancinha e disse: ‘Ai Nossa
Senhora, é o diabo’. E eu
era uma criança, fiquei
revoltadíssimo.”
incluída no chamado polígono
das secas — para desenvolver
vários projetos, novos açudes. E
ele, que se chamava dr. Manuel
Martins de Athayde, amigo de
meu pai e que gostava muito do
velho, convidou-o a vir a Montes
Claros/MG, que era sede do projeto. O velho ficou meio assustado, porque é sertanejo, tem medo
dessas aventuras repentinas. Ele
tentou dizer não, mas antes conversou com a minha mãe: “Neusa,
o dr. Athayde me fez esse convite,
olhe só que absurdo!” Aí a velha
disse: “Não tem esse negócio de
absurdo, não! Vamos, sim!” O
velho tomou aquele susto. Como
minha mãe mandava realmente
em casa — casa de cabra macho é
assim: quem manda é a mulher —,
aí num instante eles se resolveram;
vieram para cá e eu vim junto. Foi
essa a aventura!
BV — Logo que chegou, como
foi a adaptação? Algum fato engraçado?
Japiassu — Não, comigo
nunca aconteceram fatos rigorosamente engraçados, mas
sempre tragicômicos (risos).
Na verdade, aconteceram esses
fatos mais lá no Nordeste do
que no Sudeste, porque aqui é
mais aberto, mais evoluído, mais
cosmopolita. Quando estava no
Nordeste — é que hoje estou
com cabelo todo branco e não
dá para ver —, tinha um cabelo
vermelho. Eu era ruivo mesmo.
E você já pensou ser ruivo no
Nordeste? É uma coisa espantosa. Por onde andava, chamava
uma atenção danada. Um dia,
estou numa estação de trem para
voltar para o interior e, na hora
que saí de um bar onde tinha
tomado um refrigerante, uma
senhora agarrou a criancinha e
disse: “Ai Nossa Senhora, é o
diabo”. E eu era uma criança,
fiquei revoltadíssimo.
BV — Você destaca a característica cosmopolita da Região Sudeste, mas hoje reside em um sítio.
Por que fazer essa escolha?
Japiassu — O negócio é o seguinte: essa mudança não foi feita
assim que cheguei. Eu me mudei
para lá há cinco anos. Então, passei
boa parte da vida aqui nesta Região;
na verdade, cheguei em 1970 a São
Paulo, para você ter uma idéia. Já
era jornalista veterano, com uns 10
BOA VONTADE |
19
20. Perfil
“Eu sou fã
da LBV!”
anos ou mais de jornalismo. Fiquei
em São Paulo com a minha mulher, Marcia Lobo, que também
é jornalista e escritora, desde 1970
até 2002. É tempo suficiente para
a gente fazer uma série de coisas,
criar vários projetos, produzir uma
revista (Jornal dos Jornais). (...)
Nós tínhamos aquele sitiozinho lá
em Cunha, no interior de São Paulo
— foi um pedacinho de terra que
compramos em 1975. O que ficava
velho aqui na casa de São Paulo
a gente levava para lá, esse tipo
de coisa que se faz. Um armador
para colocar uma rede, cadeira de
balanço. E nos últimos 30 anos
ficamos com essa rotina de no fim
de semana irmos para lá.
BV — Quando apareceu na cabeça a idéia de trabalhar com o
jornalismo?
Japiassu — Eu sempre sur20
| BOA VONTADE
preendo as pessoas que me fazem
esta pergunta, porque nunca tinha
pensado nisso. Desde jovem, queria ser escritor; lia pensando em
ser escritor; estudava pensando
em ser escritor. Agora, evidentemente, era um sonho juvenil
porque não conseguiria — como
a maioria absoluta dos escritores
brasileiros — sobreviver escrevendo romance ou conto, fazendo
literatura. Estava com 18 para
19 anos de idade e nunca tinha
pensado no jornalismo. (...) Um
dia meu pai estava já desconfiado
da minha malandragem, porque
não via nenhum movimento meu
atrás de trabalho (risos). Mas eu
não era preguiçoso, não. É que
queria ler e quanto mais lesse,
melhor seria. Um dia ele chegou
cedo do trabalho, me viu lendo,
na cadeira de balanço da varanda,
e disse: “Isso é muita malandra-
gem. Você já tem idade para ser
pai de família”. E deu aquela
bronca nordestina. Aí, meu irmão
(que trabalhava no Última Hora,
jornal de Belo Horizonte) estava
dentro de casa, escutou a bronca,
depois me chamou e disse: “Rapaz, é melhor você arranjar um
emprego, senão vai criar um problema sério. Você não quer tentar
jornalismo, não? Você gosta de
escrever, quem sabe?” Então,
havia um jornal chamado Correio
de Minas, que estava para sair.
Era dezembro de 1961, e o jornal
ia sair em fevereiro ou março.
Ele me disse: “Lá no Correio de
Minas quem está organizando
tudo é o Guy de Almeida, grande
jornalista mineiro. Quem sabe ele
vai com a tua cara e te emprega
como foca*?” No dia seguinte,
estava eu lá com o Guy e o Dídimo Paiva, este, grande chefe de
reportagem. Aí me deram lá umas
coisinhas para fazer como teste e
acharam que eu levava algum jeito. Fui ficando e virei jornalista.
Fiquei besta porque não tinha a
menor amizade, a menor ligação
com o jornalismo, a não ser meu
irmão que era jornalista.
BV — E de cara um meio de
comunicação impresso. Muitos
consideram o jornal como a melhor escola para o jornalismo.
Japiassu — Sem dúvida. É
na redação que se aprende a fazer jornalismo. Pelo menos era
assim naquela época. Hoje em
dia fica um pouco mais difícil.
O que os meninos [estudantes]
* Foca: Jargão jornalístico que designa o iniciante
na profissão.
21. reclamam muito é que não têm
professores à mão. Eles saem da
faculdade, alguns tendo feito excelente curso, entram na redação,
chegam dispostos a trabalhar, a
vencer na vida, mas é preciso que
haja pessoas para ensinar-lhes o
caminho das pedras. E essas pessoas, atualmente, estão cada vez
mais escassas. Eu era um sujeito
paciente que gostava dos focas,
gostava de ensinar. Hoje em dia
nas redações não existe mais essa
figura. O repórter tem pela frente
um computador; na maioria dos
casos, a maioria absoluta, não se
acha mais a figura do copidesque,
aquele que recebe o original e
reescreve, muitas vezes, com o
repórter ao lado. Agora, o repórter
é um solitário que tem de resolver
o problema ali. E, muitas vezes, a
gente encontra no jornal impresso, principalmente, erros fantásticos. Por quê? Por causa desse
esquema um pouco capenga.
BV — A partir desses erros dos
jornalistas, você criou uma forma
“O que os meninos
[estudantes] reclamam muito
é que não têm professores à
mão. Eles saem da faculdade,
alguns tendo feito excelente
curso, entram na redação,
chegam dispostos a trabalhar,
a vencer na vida, mas é preciso
que haja pessoas para ensinarlhes o caminho das pedras.”
irreverente de criticá-los, por meio
da coluna “
Jornal da ImprenÇa”.
De onde veio a idéia de fazer essa
crítica construtiva?
Japiassu — Da época em que
era diretor de Comunicação da
Denison Propaganda. Não era publicitário, desempenhava função
jornalística. Aliás, fui criar esse
departamento, que não existia
lá. E aí, alguns meses depois de
eu ter assumido, apareceram dois
amigos, Dante Mattiussi e Paulo
Markun, que estavam para lançar um jornal chamado Imprensa
(essa história completou, em setembro, 20 anos). Eles chegaram
com o projeto e disseram: “Japi,
você está aqui como diretor
da Denison. Não dá para você
ajudar a gente com anúncios?”
Eu disse que não era minha área,
pois sou um jornalista, mas que as
pessoas da empresa eram minhas
amigas, a partir do presidente, que
é meu amigo pessoal; então disse
a eles que poderia apresentar um
projeto. Fizemos uma reunião
e aproveitei para apresentar um
projeto. Os caras adoraram; logo
falaram com os departamentos de
marketing dos seus clientes. Foi
um sucesso tão grande que o que
era jornal acabou virando revista.
Eles então me fizeram o convite
para fazer a coluna.
BV — De onde vem a ligação com
Janistraquis?
Japiassu — É antiga. Janistraquis é do sertão pernambucano
e eu o conheci num evento no
Recife. Isso tem quase 50 anos,
e lá ficamos amigos. Depois nos
desencontramos quando vim para
cá, e só fui reencontrá-lo já nos
anos 1970, em São Paulo/SP,
onde ele trabalhava de burro sem
rabo (esse cara que sai pela rua
com a carroça, ou seja, ele é o
burro, porque não tem o animal
que puxa a carroça). Ele era torcedor fanático do São Paulo Futebol
Clube — que é clube de rico.
Veja você: ele, naquela miséria,
torcedor do São Paulo? Mas ele
não era um torcedor comum, não!
Adorava mesmo era o presidente
Japiassu (E) participou do evento no painel “Biografias, Jornalismo e Literatura”, ao lado
dos escritores Manuel Carlos Chaparro e Alberto Dines (D), mediado pelo diretor da
Ricardo Viveiros Assessoria, Marco Antonio Eid, ao lado de Dines.
BOA VONTADE |
21
22. Perfil
Rubens Chiri
No I Salão Nacional do Jornalista Escritor, Japiassu e sua simpática esposa, Marcia Lobo,
ladeados pelos representantes da LBV no evento, Marta Trigueiro e Rodrigo Oliveira.
do clube, o Laudo Natel, que
tinha sido governador de São
Paulo. E como Laudo Natel era
bem pequenininho,
o Janistraquis saía
pela rua como o burro, com a carroça,
e atrás o retrato do
dr. Laudo Natel em
Laudo Natel
tamanho natural, um
retrataço. Nós nos
encontramos na frente de uma
loja no Centro, onde ele via os
jogos de futebol. Reatamos a
amizade e estamos aí até hoje
juntos, novamente.
BV — Fale sobre os projetos
que você tem em mente para o
futuro.
Japiassu — Meus projetos
todos, hoje, se referem à Literatura. Eu mantive aquele projeto,
o desejo de ser escritor, intacto.
Quando fomos morar no sítio,
em 2002, percebi que o esquema com a internet me facilitava
22
| BOA VONTADE
muito a vida, inclusive, por causa
de problemas de pesquisa. Uns
camaradas que moravam lá nos
cafundós, no meio do mato, como
é que iam fazer para pesquisar a
fim de escrever uma obra mais
alentada, se precisassem? Não
havia condição. A Literatura é
imaginação, mas não é apenas e
simplesmente imaginação. Você,
muitas vezes, tem de dar a ela uns
contornos que tocam a realidade,
seja ela contemporânea, seja
antiga. E precisa saber qual foi o
ano daquilo, o que aconteceu, ou
seja, a memória. E você não tem.
Então, hoje em dia, com a internet
você dispõe desse manancial impressionante. Com isso, escrevi
três romances. Estou escrevendo
o quarto agora e tenho, evidentemente, planos de escrever outros
pela frente.
BV — Em janeiro, a LBV comemora 58 anos de constantes
realizações pelo Brasil. Qual
balanço você faz do trabalho da
Instituição?
Japiassu — Eu conheci a
LBV por intermédio da minha
mãe. Ela era apaixonada pelos
projetos de Alziro Zarur, fundador da Legião da Boa Vontade.
Ela o ouvia pelo rádio, adorava
ele e os projetos da LBV. Acompanhava e ajudava a Legião da
Boa Vontade na medida do possível de uma mulher pobre, mas
ajudou porque via a Instituição
com muita seriedade, e isso é
uma coisa inegável. Paiva Netto,
o grande herdeiro de Zarur, é uma
figura exponencial! Um homem
honesto, decente, que realmente
gosta da Humanidade. Ele é uma
criatura que eu considero superior. Não sou uma pessoa religiosa na essência, talvez pelo fato de
ser um romancista procurando a
verdade no coração do Homem.
Embora de fato eu seja pessimista
com relação à Humanidade, não
sou muito fã da Humanidade,
vejo o Paiva Netto como essa
pessoa infinitamente superior. Se
nós tivéssemos dez pessoas como
o Irmão Paiva à frente de projetos
sociais no Brasil, este país seria
diferente. Acredito nisso, porque
é verdade. Sou um grande admirador dele, pois ele não é uma
pessoa só de discurso. É uma
pessoa que faz, é um realizador!
Eu sou fã da LBV!
BV — O Janistraquis não veio por
quê? Amarelou?
Japiassu — Não veio porque
ele tem de estar lá tomando conta
das galinhas e dos meus amigos,
ora! (risos)
23. Acontece no Ceará
Patrícia Saboya
DOIS MOMENTOS A senadora no instante em que foi recebida pelos vovôs e vovós da Melhor Idade, assistidos pela LBV, e, ao
lado, confraterniza com as crianças atendidas pela Instituição.
Senadora emociona-se na LBV em Fortaleza
Leontina Maciel
O
Centro Comunitário e
Educacional da LBV, na
capital cearense, recebeu
em 29 de outubro a visita
da senadora Patrícia Saboya. Na
oportunidade, foi recepcionada
pelas crianças e pelo Grupo de
Convivência da Melhor Idade
atendidos no local, o que a emocionou muito. “A LBV tem essa
história da Solidariedade, da
Boa Vontade, de estender a mão
a quem precisa. Estou muito feliz
de estar nesta Casa recebendo
tanto Amor”, declarou.
A apresentação musical dos
meninos e meninas que participam
do Programa LBV — Criança:
Futuro no Presente!, em especial,
conquistou a parlamentar: “Agradeço essa homenagem tão linda,
repleta de crianças maravilhosas,
Fotos: Nino Santos
com um sorriso tão aberto. Tenho
certeza de que estão sendo bem
amadas, cuidadas e tratadas”,
disse Patrícia. Em seguida, as
crianças a presentearam com um
cartão e uma camiseta autografados por todas elas. Já o grupo da
Terceira Idade entregou à senadora
um tapete artesanal, confeccionado durante as atividades no Centro
Comunitário.
Mãe de quatro filhos, Patrícia Saboya diz que uma de suas
plataformas de trabalho está no
respeito à dignidade da infância.
Por isso, ela considerou mais do
que especial aquele dia na Instituição: “Estou convencida de que
um país só pode ser livre, melhor,
quando todas as crianças tiverem
direito à saúde, à educação, à
moradia. É isso que sonho para
“Estou convencida de que um
país só pode ser livre,
melhor, quando
todas as
crianças tiverem
direito à saúde,
à educação, à
moradia. É isso que
sonho para o nosso Brasil.
Contem sempre com a amiga
Patrícia para todas as horas.
Parabéns!”
o nosso Brasil. Contem sempre
com a amiga Patrícia para todas
as horas. Parabéns!”
BOA VONTADE |
23
24. Assistência Social
Campanha do Natal Permanente da LBV
O cantor e humorista
Moacyr Franco e sua
esposa, a atriz
Daniela
Franco.
Brasileiros de mãos dadas
com a LBV na distribuição de
440 toneladas de alimentos
neste Natal
A força da
Marta Trigueiro
Fotos: Chico Audi
É
57 anos
Fábio Meirelles,
modelo
Rafaela
Romolo,
atriz mirim
consenso que existe muito a
ser feito para melhorar a vida
dos brasileiros, principalmente os estimados em 14 milhões
que ainda convivem com a fome,
conforme recente pesquisa divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística). Por isso
a Legião da Boa Vontade (LBV), na
contramão da miséria e em favor
da Vida, empreende iniciativas
Aparecida Liberato,
numeróloga
Claudete Troiano,
apresentadora
de TV
pelas comunidades em situação
de pobreza, com amplo trabalho
que se realiza há quase 60 anos.
Uma dessas ações é a tradicional
Campanha Natal Permanente da
LBV — Jesus, o Pão Nosso de cada
dia!, com alcance nas cinco regiões
do Brasil.
Pelo sexto ano consecutivo, o
renomado fotógrafo Chico Audi
colaborou com seu profissionalismo
Lucimara Parisi,
diretora de
programa de TV,
com o marido
Alexandre
Viturino
Leonardo
Miggiorin, ator
25. O empresário Leandro Burti
(E) e o renomado fotógrafo
e padrinho da Campanha
Natal Permanente da LBV
— Jesus, o Pão Nosso de
cada dia! Chico Audi,
ladeado pelas judocas
Danielle Zangrando e
Priscila Marques.
para realizar a sessão especial de
fotos com artistas e personalidades
da mídia, que ilustram essa reportagem. O trabalho foi realizado nos
modernos estúdios da BurtiHD, em
São Paulo/SP, graças ao apoio do
empresário Leandro Burti. Para
agradecer o gesto solidário, o Coral
Ecumênico Infantil LBV prestoulhes singela homenagem logo que
chegaram ao local.
Chico Audi, padrinho da
Campanha, conta por que colabora para as iniciativas da Obra:
“O exemplo que a Legião da Boa
Vontade dá ao mundo é o que
me motiva, a cada ano, a ajudar e fazer esse trabalho bonito
acontecer. (...) Muito obrigado,
Paiva Netto! Você sabe que a
nossa amizade é muito forte e o
trabalho que o senhor faz na LBV
Netinho de Paula,
apresentador
de TV
Felipe Dylon,
cantor
Felipe
Kannenberg,
ator
Da
nie
l Tr
evi
san
Solidariedade
Gratidão
As crianças
da LBV
homenageiam dois
grandes
apoiadores da
Campanha
em 2007: Chico Audi (E) e
Leandro Burti.
Grupo Exaltasamba
BOA VONTADE |
25
26. Assistência Social
Grupo Forró Pé Quente
Felipe Ramos,
da Eurodata
“Estou superfeliz! Era um
sonho participar de uma
Campanha da LBV!”
Gil
Cantora e apresentadora de TV
Grupo SambaDenovo
26
| BOA VONTADE
William Renan,
dupla sertaneja
é verdadeiramente único.
Parabéns!”
Da mesma forma, o Amigo
de Boa Vontade Leandro Burti
ressaltou a antiga amizade entre
a Legião da Boa Vontade e a
BurtiHD. “A diferença se faz pela
essência e eu entrei na Campanha da LBV graças a isso. Essas
crianças têm um futuro incrível e
a Legião da Boa Vontade é uma
referência para elas do que há de
melhor. Esta parceria me faz bem
porque a reciprocidade que vejo
nesse momento me dá uma idéia do
potencial de vocês em promover o
melhor e fazer o Bem. Essa parceria já existiu, continua e vai existir,
ou seja, é uma parceria conjugada
em três ocasiões, passado, presente
e futuro”, comentou.
O cantor e humorista Moacyr
Maurren
Maggi,
atleta
Paulinho e Macedo,
dupla sertaneja
Rodrigo de Paula
e Paulinho, dupla
sertaneja
“Eu conheço o trabalho da
LBV há muitos e muitos
anos. Ela oferece carinho,
Amor, e isso alimenta não
só o coração, mas também
a Alma.”
Claudete Troiano
Apresentadora de TV
Franco justifica por que sempre
dá sua colaboração:“Estou muito
emocionado e contente de participar da Campanha, nesta altura da
minha vida. Quero agradecer ao
Paiva Netto por ter tocado para
a frente esse projeto que eu já
escutava no meu tempo de garoto,
Duda Ardito,
modelo mirim
Vogue
Giácomo
Pinotti,
ator
Sebastián
Cuattrin,
canoísta
27. Elzimar
Antunes,
empresário
Banda Black Smith
“Conheço a LBV. É um
trabalho único. Vi crianças
acolhidas, educadas,
bem alimentadas. É
surpreendente o trabalho
que ela faz.”
Aparecida Liberato
Numeróloga
lá em Uberlândia/MG, quando o
Alziro Zarur falava na madrugada,
propagando a mensagem da Boa
Vontade*. Lembro demais da minha mãe naquele tempo. (...)”
Este ano 440 toneladas de
alimentos não-perecíveis são
entregues, em cestas, a milhares
de famílias atendidas ao longo do
ano pela LBV, ajudando, assim, a
propiciar-lhes um Natal sem fome,
digno e feliz. Com a iniciativa, a
Instituição almeja também estimular essas famílias a continuar
participando dos programas e
projetos socioeducacionais que
ela desenvolve.
Todos estão convidados a colaborar não apenas com a grande
mobilização por um Natal feliz
e sem fome, mas também com
outras ações solidárias ao longo
do ano. Ajude, pois o Natal é
Permanente! Mais informações
pelo tel.: (11) 3225-4500 ou pelo
site www.lbv.org.br.
Maurício,
ex-jogador de vôlei
Cezar e Paulinho,
dupla sertaneja
Apoio:
“A LBV me deixa em estado
de graça.”
Lucimara Parisi
Diretora de TV
* O cantor, ator e humorista Moacyr Franco refere-se aos programas veiculados pela Rádio Mundial, antiga
Emissora da Boa Vontade, apresentados pelo fundador da LBV, o radialista, poeta e ativista social brasileiro
Alziro Zarur (1914-1979), em que discursava, pioneiramente, sobre a Campanha Natal Permanente da LBV.
Turma do programa Chupim,
da Rádio Metropolitana FM
Egypcio,
vocalista da banda
Tihuana
Virna, jogadora
de vôlei
Flávio Saretta,
tenista
28. Assistência Social
Liliane Cardoso
O renomado fotógrafo
Michael Paz, que
também clicou os
artistas do Sul do Brasil.
Flashes solidários
Fotos: Michael Paz
“Conheço a LBV há bastante
tempo; é um trabalho
maravilhoso.”
Cristina Sorrentino
Cantora lírica
M
ais um profissional neste
ano aderiu à iniciativa do
Natal Permanente da LBV.
Desta vez, o destacado fotógrafo gaúcho Michael Paz reservou espaço em sua agenda para
clicar os Amigos da Boa Vontade
do Rio Grande do Sul que vestiram
a camisa da tradicional Campanha.
O local foi seu próprio estúdio,
localizado no bairro Menino Deus,
em Porto Alegre/RS. Encantado
com o atendimento que a Entidade
oferece aos gaúchos em situação de
Grupo Tchê Garotos
28
| BOA VONTADE
carência, ressaltou: “Muito emocionante visitar a LBV. Há muito
tempo acompanho o trabalho dela
e é de tirar o chapéu, por toda a
preocupação com o bem-estar da
Humanidade”.
No mesmo dia, conheceu as instalações do Lar e Parque Alziro
Zarur, que a LBV mantém em
Glorinha/RS. Sobre o local,
comentou: “Eu me sinto muito gratificado. O dia foi maravilhoso, as instalações
aqui do Lar e Parque
são ótimas. O projeto
é elogiável, impressionante, a estrutura,
o cuidado. O que vocês fazem por
esse pessoal e por essa criançada
é maravilhoso. Aqui é tudo maravilhoso, arborizado, bonito, bem
cuidado, as casas, a gurizada, a
dedicação total”.
O jornalista Leo Meira, padrinho
dessa mobilização na Região Sul,
estendeu o convite a todos os
brasileiros: “Todos devemos
dizer sim à LBV, porque é o
que nós queremos: um
Natal mais fraterno e
mais solidário para
as pessoas. O povo
gaúcho é solidário.
Peço que se enga-
“Fiquem sabendo que, por intermédio da Legião da
Boa Vontade, é uma boa forma de ajudar as pessoas.”
Borguetinho
Gaiteiro, compositor de carreira internacional
Bibo Nunes,
apresentador
de TV
Grupo Os Serranos
29. Valdir Delazari, da LT-Distribuidora,
Leo Meira, jornalista e padrinho da
Campanha na Região Sul, e Carlos
Konrath, da Opus Produções.
também no Sul
jem nessa Campanha e vamos, juntos à LBV e com o esforço conjunto
de todos, fazer uma Campanha
maravilhosa, batendo recorde de
arrecadações de alimentos”.
A Opus Produções, especializada no ramo de teatro, dança e
música nacional e internacional,
também participou da Campanha.
“Você que é empresário e profissional, diga sim para a LBV. Não há
nada melhor do que quando a gente
tem condição de poder ajudar, é
extremamente gratificante. Nós é
que estamos muito agradecidos de
ter colaborado nessa Campanha”,
disse, em nome da empresa, o diretor Carlos Konrath.
O diretor da LT-Distribuidora,
Valdir Delazari, concorda com essa
idéia: “Temos a absoluta certeza de
que, se todos fizerem um pouquinho,
a pobreza e a dificuldade, principalmente para as crianças, serão
Rui Biriva, cantor
e apresentador Deise Nunes,
de TV
modelo
reduzidas. Queremos ajudar sempre.
Acredito que, quando a gente ajuda
a quem precisa, o retorno no próximo ano vem em dobro”.
O grupo de música tradicionalista Os Serranos também fez
coro aos demais: “Peço a Deus,
o grande Arquiteto do Universo,
que ilumine cada vez mais Paiva
Netto, que faz um trabalho
maravilhoso à frente da
LBV, a fim de trazer mais humanitarismo para as crianças e para a sociedade de
uma maneira geral. O
nosso conjunto não po-
deria ficar fora de uma Campanha
tão meritória quanto esta. Somos
muito gratos a Deus porque temos,
em nosso País, Paiva Netto e tantos
outros colaboradores que, por intermédio da LBV, fazem esse trabalho bonito de amparo às crianças e
encaminhamento aos jovens para
um mundo melhor, inserindo-os
no contexto social de forma digna. Contem conosco
quando precisarem, porque
nós somos e seremos
sempre soldados
desta causa nobre”.
“É bom demais estar com a LBV e com todos vocês, neste Natal de
Paz, Amor e muito respeito. Dê a sua mão também e colabore. Um
abraço, Fé em Deus e pé na tábua.”
Volmir Martins,
trovador e
apresentador de TV
Gaúcho da Fronteira
Cantor, compositor e apresentador de TV
Paulão,
atleta
Grupo Tchê Barbaridade
30. Literatura
Entrevista com a escritora Lya Luft
O melhor da
maturidade
Leila Marco
E
ntender o mundo. Este é o
desejo que move a escritora
Lya Luft desde a infância.
Uma tarefa não muito fácil,
mas que explica por que em sua
obra buscou nas indagações o
mote principal para escrever. Esta
gaúcha chama a atenção também
por outros fatos. Por exemplo:
somente depois dos 60 anos e de
perdas consideráveis, ela chegou
ao auge literário, o que dá mais
força ao otimismo com o qual
analisa em seus livros os amores,
a velhice e, claro, as crises.
Nascida em 15 de setembro
de 1938, em Santa Cruz do Sul,
Rio Grande do Sul, cidade de
colonização alemã, conheceu
cedo esse idioma e o melhor da
literatura germânica. O amor pela
poesia, ela conta, veio “desde que
aprendi a ler”. Na adolescência,
já saboreava os “clássicos em
alemão, Schiller, Goethe...”.
Carinhosa e ao mesmo tempo
irreverente, comenta as lem30
| BOA VONTADE
branças dessa fase inicial da
vida: “Encantadora era nossa
casa, minha família, me sentir
amada e segura. Detestável era
ter de obedecer e ir à escola”.
Aliás, desse olhar observador
nasceram textos em que a autora
fala de estereótipos construídos
pela sociedade, que nos fazem
tanto mal, e questiona como, em
muitos casos, os adultos falham
na educação das crianças.
Anos mais tarde, residindo
em Porto Alegre, formou-se em
Pedagogia e Letras Anglo-Germânicas pela PUC-RS. A partir
da década de 1960, passa a se
dedicar à tradução do alemão e do
inglês, profissão que exerce até
hoje e com a qual diz conseguir
o seu ganha-pão, tendo vertido
obras de grandes autores, como
Virginia Woolf, Rainer Maria
Rilke, Hermann Hesse, Doris
Lessing, Günter Grass, Botho
Strauss e Thomas Mann.
Só aos 41 anos é que Lya se
lança como romancista com a
obra As Parceiras, seguida de A
Asa Esquerda do Anjo, Reunião
de Família, O Quarto Fechado,
Mulher no Palco, Exílio, O Lado
Fatal, A Sentinela, O Rio do
Meio, Secreta Mirada, O Ponto
Cego, Histórias do Tempo e Mar
de Dentro.
Todavia, o sucesso chegaria
com o ensaio Perdas Ganhos
(2003), no qual mostra como as
próprias pessoas criam fantasmas
ao não entender o fluxo natural
da existência, questionando, entre
outras coisas, o medo exagerado
da velhice, o tempo desperdiçado
com frivolidades, o consumismo
exacerbado, a relação familiar
equivocada, o fim de relacionamentos ou a preocupação em não
receber melhor a morte. Ainda no
universo dos relacionamentos humanos, lançou dois outros livros:
Pensar é Transgredir (2004) e Em
Outras Palavras (2006). Neles, a
autora explora de maneira interes-
31. sante e inusitada os fatos do diaa-dia e a possibilidade de tirar da
vida o melhor ao assumir as rédeas
da própria existência, elegendo as
verdadeiras prioridades.
Neste ano, com A Volta da
Bruxa Boa, Lya dá asas à imaginação, percorrendo o imaginário
do mundo infantil num trabalho
que está ao alcance das crianças
e, ao mesmo tempo, capaz de
conquistar também os adultos.
Depois de Histórias de Bruxa
Boa (o primeiro texto infantil da
autora), ela conta as aventuras
de Lilibeth, a neta dela e as irmãzinhas gêmeas, as bruxas más
Cara-de-Panela e Cara-de-Janela e
outros personagens. As ilustrações
da obra são da pintora e pediatra
Susana Luft, filha do seu primeiro
casamento com o gramático Celso Pedro Luft, com o qual teve
ainda mais dois filhos, André e o
caçula Eduardo. A separação da
escritora, em 1985, ocorreu após
22 anos de convivência. Depois
disso, viveu com o escritor Hélio
Pellegrino, que faleceu depois de
três anos. Reatou com o primeiro
marido, em 1992, ficando viúva
novamente em 1995.
Assim como na maneira de
escrever da autora, o leitor da
BOA VONTADE verá adiante,
nesta entrevista que concedeu por
e-mail, que Lya foge de qualquer
tipo de amarra. O importante para
ela é falar das coisas que gosta
e do viver, acima de tudo, mesmo que, muitas vezes, de forma
enérgica.
Divulgação
BOA VONTADE — A senhora diz
que sua carreira literária teve início
Amor, velhice
e família sob
o olhar crítico
e otimista de
Lya Luft
BOA VONTADE |
31
32. Literatura
BV — Mergulhar no íntimo humano é o grande desafio no mundo
atual?
Lya Luft — Quanto mais vertiginoso o mundo exterior, mais
importante será o interior de cada
pessoa.
BV — Como vencer a alienação em
que vive a sociedade hoje?
Lya Luft — Refletindo, cada
um, na sua vida normal, tentando ser decente, compassivo e
criativo.
BV — Alcançar a liberdade interior,
isso talvez faça parte da maturidade?
Lya Luft — Acho que o
passar do tempo confere certa
liberdade interior, que vem com a
maturidade, sim. Depende de
cada pessoa.
BV — Qual o conselho para saborear melhor essa fase da vida (a
maturidade)?
Lya Luft — Deixar de lado
a bobagem de querer ser sempre
jovem e curtir cada fase da vida
com naturalidade.
32
| BOA VONTADE
Divulgação
aos 41 anos, após grave acidente
de carro. O que a proximidade com
a morte lhe mostrou?
Lya Luft — Isso é um pouco
folclore a meu respeito, embora
aos 38 anos, mais ou menos,
eu tenha sofrido um acidente
e ficado um ano sem trabalhar
(era tradutora e professora universitária), e esse tempo foi de
muita reflexão. Depois, decidi
arriscar e escrever meu primeiro
romance.
BV — Os momentos de maior desafio foram superados ao escrever
sobre o assunto?
Lya Luft — Escrevo sobre a
oposição vida-morte desde sempre. É o grande tema humano.
BV — A senhora declarou, certa
vez, que gosta de “botar o dedo na
ferida de algumas mazelas da sociedade”. Os estereótipos sociais
estão entre tais mazelas?
Lya Luft — Em parte sim, achar
que velho não é feliz, que criança
não pensa, que adolescente é sempre
fútil, que envelhecer é triste, que
pobre é pior que rico etc.
BV — Como foi o desafio de tornar-se a primeira mulher colunista
da revista Veja? E sobre chegar à
intimidade de tantos leitores?
Lya Luft — O meu primeiro
impulso foi recusar. Depois, achei
que, sendo a primeira mulher e
primeiro escritor gaúcho, valia a
pena. Logo me acostumei. Escre-
vo como se fosse para uma pessoa
só: eu mesma.
BV — Quais os livros que mais
gostou de fazer?
Lya Luft — Cada um foi o
especial na sua hora. Gosto muito de Mar de Dentro e O Ponto
Cego, do poema Para não dizer
adeus, e de meus dois livros infantis, da Bruxa Boa.
BV — Qual o tema de sua próxima
obra? Pode adiantar aos leitores o
que prepara?
Lya Luft — Serão contos:
O Silêncio dos Amantes, para
2008, sobre incomunicabilidade
e solidão.
BV — Depois de criar uma família
bonita e ser reconhecida como
escritora, já fez tudo o que queria
ou planeja mais?
Lya Luft — Eu deixo a vida
acontecer, estou sempre aberta
para o novo e o bom.
33. Homenagem
O centenário de Oscar Niemeyer
O gênio
das formas
Oscar Niemeyer festeja um século de vida, traçando
uma arquitetura leve e surpreendente.
Da Redação
I
rresistivelmente nova e bela. Assim se poderia definir
a obra de um dos brasileiros mais notáveis: o arquiteto
carioca Oscar Niemeyer. No dia 15 de dezembro, ele
completa um século de vida e pode dizer, como bem poucos, que o tempo, o mais severo dos juízes, não envelheceu
o seu trabalho.
Dono de um legado considerável em qualidade e quantidade, atravessou mais de 70 anos, desde que se formou
pela Escola Nacional de Belas Artes, em 1934, até os dias
de hoje, com a mesma paixão. “Na Arquitetura debrucei-me
por toda a vida. Foi o meu hobby, uma das minhas alegrias,
procurar a forma nova e criadora que o concreto armado
sugere. Descobri-la, multiplicá-la, inseri-la na técnica mais
avançada, criar o espetáculo arquitetural”, diz em suas
memórias.
Niemeyer mostrou que vinha para inovar desde os primeiros trabalhos na década de 1930, destacando-se na corrente modernista, ao
integrar, no escritório de Lúcio Costa
A obra e o
seu criador
Niemeyer, diante
do Museu de Arte
Contemporânea,
em Niterói/RJ.
a Mão Escultura do
arquiteto é atração do
Memorial da América Latina,
em São Paulo/SP. Inaugurada
em 1989, ela reproduz um
mapa estilizado do continente.
BOA VONTADE |
33
34. Homenagem
Arquivo BV
Congresso Nacional Outra
bela construção com assinatura de
Niemeyer. Sede do Poder Legislativo,
os blocos ao centro têm 28 andares.
Nas cúpulas, estão os plenários: na
convexa, a Câmara dos Deputados;
na côncava, o Senado Federal.
Gigante como
São Paulo Em
formato de onda,
o edifício Copan é
outra surpreendente
construção de
Niemeyer e fica em
um dos pontos mais
movimentados da
capital paulista. Há
1.160 apartamentos
distribuídos em 32
andares.
34
| BOA VONTADE
Divulgação
Divulgação/Wikipédia
Palácio do Planalto A sede do
Poder Executivo do Brasil é revestida de
mármore branco. A entrada principal é
voltada para a Praça dos Três Poderes.
A edificação tem vários andares, porém
apenas quatro são visíveis, pois há
subsolos e anexos administrativos.
e Carlos Leão, a equipe do projeto
que desenvolveu os estudos do arquiteto franco-suíço Le Corbusier
na construção da sede do Ministério
da Educação e Saúde, no Rio de
Janeiro/RJ, tempo em que a cidade
era capital do País.
Seu talento logo desponta nas
edificações do Conjunto da Pampulha (que compreende o Cassino, o Restaurante e o Templo de
São Francisco de Assis). Esse
projeto nasceu de um convite do
então prefeito de Belo Horizonte/MG, Juscelino Kubitschek.
Nesses prédios, viam-se já os
traços principais que marcariam
seu estilo, sobretudo na igreja,
onde as curvas mais variadas
protestavam contra a arquitetura
retilínea, predominante à época,
como diria o próprio arquiteto
anos mais tarde. A partir da
Pampulha, ele ganha projeção
internacional, com um trabalho
admirado e, por vezes, criticado
na funcionalidade.
Ao lado do antigo patrão e
amigo Lúcio Costa, que ganhara o
concurso para o projeto urbanístico
de Brasília, Niemeyer escreve seu
nome definitivamente na história
da arquitetura mundial. Lúcio
elaboraria o plano da cidade e ele,
o projeto dos prédios. Neles, a
beleza plástica incomum os diferenciaria do que até então predominava. Como exemplos da nova
arquitetura, o Palácio da Alvorada
(residência oficial do presidente da
República), o Congresso Nacional,
a Catedral de Brasília, a Esplanada
dos Ministérios e os Palácios do
Planalto (sede do Governo), da
Justiça e do Itamaraty.
35. Divulgação
Olhar Localizado no Centro Cívico de Curitiba/
PR, Brasil, o Museu Oscar Niemeyer possui mais
de 17 mil m2 de área expositiva potencial.
Divulgação
HISTÓRIA Equipe de planejamento arquitetônico da Sede Permanente das Nações Unidas, em Nova
York (componentes da equipe e consultores auxiliares), fotografada em 18 de abril de 1947, em frente
ao projeto preliminar do edifício. No primeiro plano, da esq. para a dir.: Ssu-Cheng Liang, China;
Oscar Niemeyer, Brasil; Nikolai Bassov, Rússia (URSS); e Ernest Cormier, Canadá. Na segunda
fileira, da esq. para a dir.: Sven Markelius, Suécia; Charles Le Corbusier, França; os membros
da equipe Bodiansky, engenheiro consultor da diretoria (França); Wallace K. Harrison, projetistachefe da equipe; G. A. Foilleux, Austrália; Max Abramowitz, EUA, diretor de planejamento; e os
consultores Ernest Weismann (Iugoslávia), Antoniades (Grécia) e Matthew Nowicki (Polônia).
a sede da Editora Mondatori (em
Milão/Itália) e a Universidade de
Constantine (Argélia).
A vocação para a liberdade de
expressão nunca o abandonou e o
levou, no auge de seus 100 anos,
a presidir a Comissão de Honra do
Centenário da Associação Brasileira
de Imprensa (ABI), que transcorrerá
em 7 de abril de 2008. Niemeyer é
sócio da ABI desde 1952, quando
ingressou nela por proposta de Herbert Moses, na época presidente da
Casa. [L.S.M.]
Divulgação
Além da veia artística, Oscar
Niemeyer sempre se preocupou
com as causas sociais e a construção de um mundo melhor. Na década de 1980, a respeito da Legião
da Boa Vontade, disse: “O que é
para ajudar o Povo, é necessário
e deve se fazer. Acho que o maior
problema brasileiro é o da miséria,
da discriminação social, da injusta
distribuição do dinheiro. De modo
que a ação no sentido de combatêlo, como faz a LBV, é louvável, é
indispensável. Estou informado do
que o José de Paiva Netto faz e o
felicito, porque é muito bom o seu
trabalho”.
Dez anos depois, em 1996, ao
receber, do ParlaMundi da LBV,
a Comenda da Ordem do Mérito
da Fraternidade Ecumênica, na
categoria Arte e Cultura, afirmou:
“Agradeço a escolha e sinto-me
feliz de estar entre gente tão boa e
correta”.
A inventividade arquitetônica
é uma das características que o
acompanham até os dias atuais.
E foi assim que espalhou nestas
últimas sete décadas seus prédios
esculturais, símbolos da elegância,
do harmônico e da leveza. Em São
Paulo, são notórios a fábrica Duchen, o edifício Copan e o Parque
do Ibirapuera. No Rio de Janeiro,
a Obra do Berço, a residência na
Estrada das Canoas e o Museu de
Arte Contemporânea de Niterói.
No Exterior, além de ter sido um
dos responsáveis pelo projeto da
sede das Nações Unidas, em Nova
York (EUA), há obras suas em diversos outros países, como o Museu Caracas (Venezuela), a sede do
Partido Comunista (Paris/França),
internacional
Um dos arquitetos
responsáveis pelo projeto
da sede das Nações
Unidas em Nova York
foi o brasileiro Oscar
Niemeyer
36. Educação
Classe artística e personalidades comparecem e apóiam a iniciativa
LBV amplia e moderniza
brinquedoteca no Rio
Isabela Ribeiro
Fotos: Alan Lincon e Derblay de Almeida
Hugo Gross, Jorge Coutinho, Mário
Marcelo e Cosme dos Santos.
Visão parcial do espaço De cara
nova, a brinquedoteca ganha uma casa
de bonecas, um cantinho da fantasia,
jogo de botão, espaços da música e da
leitura, entre outros brinquedos.
O
ambiente colorido, o salão
com brinquedos novos, o sorriso das crianças e o cântico
afinado do Coral Ecumênico
Infantil da Legião da Boa Vontade
são o resultado de um trabalho solidário e em equipe, envolvendo a
comunidade carioca de Del Castilho,
as lojas Ri-Happy e a LBV. Trata-se
da recente reinauguração da brinquedoteca no Centro Educacional,
Cultural e Comunitário da Instituição, na capital fluminense.
36
| BOA VONTADE
O diretor de
TV Guto Franco
e sua esposa,
Denise, com
a garotada da LBV.
Jorge Coutinho, Theo M. Netto,
Gerson Dupand, Fabiano
Medeiros, Renatinho e Elaine Silva.
O evento contou com a participa- a dizer: ‘Sejam bem-vindos’. Um
ção da classe artística e da imprensa, beijo no coração de cada um de
representada por atores, cantores e vocês.”
radialistas. Isabelita dos Patins imIsabelita também registrou seu
pressionou-se com a nova estrutura carinho no Livro do Coração: “Pada dependência. “É linda, tem tudo rabéns! Estou muito feliz e honrada
de melhor: fogão, geladeiem participar desse evento
ra, espaço para orquestra...
brilhante. Que Deus os
A criançada vai se divertir.
ilumine”.
Dá para ver que tudo foi
Presidente do Sindicato
feito com Amor. Cheguei
dos Artistas e Técnicos em
ao camarim e vi Jesus (no
Espetáculos de Diversão do
quadro) me olhando, como Isabelita dos Patins Estado do Rio de Janeiro
37. (Sated/RJ), o ator Jorge Coutinho
também adorou o que viu. “Eu
conheço o trabalho de vocês há
pelo menos 15 anos ou mais, desde
a época da Rádio Nacional, com o
Milton Gonçalves e o saudoso senador Antonio Carlos Magalhães, e a
gente já apoiava muito a Legião da
Boa Vontade”, comentou.
Guto Franco, diretor do programa Turma do Didi, visitou o local
com sua esposa, Denise Osório
Franco. Na oportunidade, ele contou que faz parte da terceira geração
da família a acompanhar a LBV,
dizendo-se também um admirador
do dirigente da Instituição. “Quero
deixar um beijo especial ao Irmão
Paiva. Desculpem a ousadia, mas
é como se fosse de um filho o respeito que tenho pela sua pessoa,
pela capacidade intelectual dele
e, principalmente, pelo sentido
humanitário. Imagine entregar
a vida em benefício do próximo!
São 51 anos (de trabalho), e isso
não é brincadeira, um diamante
que era uma gota e foi crescendo,
foi lavrado com esforço, esmero e
paciência. É muito bom estar em
uma construção como esta, ver o
cuidado que há, o zelo, a limpeza,
as crianças recebendo Educação e
sendo preparadas moralmente para
a vida. Parabéns por continuarem
esse trabalho ecumênico, espiritual,
trazendo a palavra Daquele que é
o nosso Esteio, a nossa Fortaleza:
Jesus Cristo”, afirma, comovido.
E conclui Guto Franco: “Vale a
pena vir aqui e ver o Amor que há na
LBV, todo mundo sorrindo, com carinho. Isso é que faz a diferença”.
Compareceram também à reinauguração da brinquedoteca em
Del Castilho a astróloga Leiloca,
o cantor Fabiano Medeiros, o
produtor Theo M. Netto, o grupo
de pagode Ki Sakada (representado
por Renatinho e Gerson Dupand),
o jornalista César Romero — representando o coordenador do Projeto
Social da Mangueira, deputado estadual Chiquinho da
Mangueira —, além
da jornalista Graça
Wanderley e da produtora Isabela Pereira.
A LBV agradece a
cobertura da mídia, em Leiloca
especial do Portal da
ABI (Associação Brasileira de Imprensa), do jornal Monitor Mercantil
e das rádios JB FM, Manchete AM
(Programa William Travassos),
Super Rádio Tupi (Programa Super
Madrugada Tupi, apresentado pelo
radialista Fernando Sérgio), Jovem
Pan FM e Band AM.
B E LO H OR I Z ONT E / M G
Vovôs na era da inclusão digital
Felicidade na entrega dos certificados do curso de Informática da LBV
V
ovôs e vovós atendidos pelo
Centro Comunitário e Educacional da Legião da Boa Vontade receberam o certificado
de conclusão do módulo inicial do
curso de Informática oferecido gratuitamente pela LBV, na capital mineira. O instrutor do curso, Werlen
José dos Santos, ressalta o empenho
dos alunos: “O que me agrada é o
desejo que eles têm de aprender. Por
terem idade mais avançada, eles têm
uma dedicação bem maior que a de
muitos jovens”.
Carla Mônica Mendes
A sra. Adenira Soares da Silva,
61 anos, uma das beneficiadas pela
iniciativa, agradece: “Não sabia
nada nem como ligar o computador
e hoje, graças a Deus, já sei. Estou
muito feliz e satisfeita com o curso
da LBV. Quero cada vez aprender
mais porque o saber não ocupa
lugar. Que Deus abençoe a todos
os que colaboram com a LBV”. A
sra. Adenira e os colegas da classe
aprenderão, em 2008, os módulos
que lhes possibilitarão formatar textos e planilhas. Além disso, durante
Jovens da Melhor Idade, da LBV, exibem
o certificado do curso de Informática
as aulas os participantes compartilham momentos de entretenimento
e cultura.
BOA VONTADE |
37
38. Saúde
Como prevenir o câncer de pênis
Higiene
muito além de um bom hábito
Rodrigo Oliveira
Divulgação
Campanha
nacional contra o
câncer de pênis,
assinada por Zico,
alerta para a
doença, causa de
mil amputações
por ano.
38
| BOA VONTADE
P
oucos conhecem a doença
e não têm idéia de quanto é
fácil preveni-la, mas graças
a uma campanha da Sociedade Brasileira de Urologia,
assinada pelo treinador de futebol
e ex-jogador Zico, o câncer de
pênis vem ganhando a atenção da
sociedade. E não é para menos: a
doença, que totaliza 2% de todos
os casos de tumores no homem,
foi a causa de mil amputações
no ano de 2006, conforme dados
do Instituto Nacional de Câncer,
do Ministério da Saúde. Esses
números creditam ao Brasil o
terceiro lugar no ranking mundial
de ocorrências.
Zico atribui esse resultado
negativo ao desconhecimento
da enfermidade por parte da
população. “Ninguém imagina que pode haver uma doença tão séria como o câncer no
pênis. A maior arma contra
doenças de simples prevenção é a informação”, pondera.
Esse foi um dos motivos que o
levaram a aceitar o convite para
39. participar da campanha. “Apesar
de jamais ter tido um caso desses
em uma pessoa próxima, aceitei
prontamente. Não sabia, por
exemplo, que ações tão simples
como usar água e sabão podem
evitar um câncer. É algo importante e precisa ser divulgado, por
isso cedi a minha imagem para a
campanha.”
Em virtude da gravidade do assunto, o treinador assevera: “Num
primeiro momento pode parecer
engraçado, mas o assunto é sério, e as pessoas percebem. Acho
um dever das pessoas públicas
colaborarem, usando a força que
têm em benefício da sociedade.
Trata-se de uma questão de saúde
pública”.
Sintomas e fatores de
risco
assim, a limpeza adequada da
glande — pode ser decisiva no
desenvolvimento do tumor.
Por isso os especialistas esclarecem que a condição de higiene
do indivíduo está entre os fatores
responsáveis pelo aparecimento
da anomalia. O mapa de registros
da doença, traçado pela Sociedade Brasileira de Urologia, aponta:
“As regiões que têm os maiores
índices de neoplasia peniana são
“É importante que o homem sempre faça um check-up anual
com o urologista, independentemente da faixa etária. Da mesma
forma que a mulher faz o seu check-up. É um procedimento que
evita várias doenças, em especial o câncer de pênis e também o
de próstata.”
Os primeiros sinais que caracterizam a doença se manifestam
por uma ferida localizada na glande (cabeça do pênis), no prepúcio as de menor Índice de Desenvol(pele fina e elástica que cobre a vimento Humano, principalmente
glande) ou no corpo do pênis. as regiões Norte e Nordeste. Para
A atenção deve ser redobrada se ter uma idéia, o Estado camquando, na ferida, aparecer uma peão de incidência de câncer no
secreção branca, denominada pênis é o Maranhão”, informa
o dr. Luciano Favoriesmegma. Outra manifesto, diretor da Sociedade
tação, já num estágio mais
Brasileira de Urologia.
avançado, é a presença de
ínguas na virilha.
Cuidados simples
A maior incidência
Diariamente, o hodesse tipo de câncer é
Luciano Favorito
mem deve limpar a reverificada em indivíduos
gião da glande, com água
com idade superior a 50
anos, mas há registros de desen- e sabão. Também é imprescinvolvimento dela em jovens. A dível a utilização de preservaocorrência de fimose — quando a tivos durante a relação sexual e
pele do prepúcio é muito estreita a limpeza do órgão após o ato.
ou pouco elástica, impedindo, Como toda doença, quanto antes
Divulgação
ocorrer o diagnóstico, melhor o
tratamento. Portanto, é bom ficar
atento aos primeiros sinais. “Ele
geralmente se manifesta como
uma úlcera, uma ferida no pênis,
que não melhora. O diagnóstico
é clínico e deve ser feito por um
especialista, de preferência, um
urologista. Se houver suspeita
da presença de lesão, o profissional solicitará uma biópsia
para confirmar a presença do
Dr. Luciano Favorito
Diretor da Sociedade Brasileira de Urologia
câncer. Se for diagnosticado no
início, pode-se retirar a lesão ou
até parte do pênis. Confirmada
a lesão, trata-se do paciente. No
início tudo é mais fácil”, afirma
o dr. Luciano.
Para evitar que se chegue a
esse estágio, o médico recomenda: “É importante que o homem
sempre faça um check-up anual
com o urologista, independentemente da faixa etária. Da mesma
forma que a mulher faz o seu
check-up. É um procedimento
que evita várias doenças, em
especial o câncer de pênis e
também o de próstata”.
Colaboração: Iracy Guerra
e Simone Barreto
BOA VONTADE |
39
40. PhotoDisc
Nações Unidas — Nova York
Aquecimento Global
Em defesa do
meio ambiente
Propostas brasileiras destacam-se em Conferência da ONU sobre aquecimento global
O
aparecimento inédito de um
furacão no Brasil, em março
de 2004, é uma das muitas
evidências, registradas nos
últimos anos, de um fenômeno
que preocupa o mundo inteiro: o
aquecimento global. O aumento
da emissão de gases poluentes, que
agrava o quadro do efeito estufa,
está entre as causas que explicam
essas reações surpreendentes que
ocorrem pelo Planeta. Pesquisas
40
| BOA VONTADE
Adriana Rocha
de Nova York/EUA
recentes mostram que o Brasil tem
grande relevância nessa questão:
o desmatamento da Amazônia é
apontado como um dos responsáveis pela emissão brasileira de CO2
na atmosfera.
Para discutir meios e apresentar boas práticas para aplacar
e reverter esses tristes efeitos, a
Organização das Nações Unidas
(ONU) promoveu a 60a Conferência Anual do Departamento
de Informação Pública, sob o
tema “Mudança Climática: como
impacta a todos nós”. O evento
ocorreu de 5 a 7 de setembro, na
sede da ONU, em Nova York,
Estados Unidos, e contou com
a presença de mais de duas mil
representações da sociedade civil.
A ONU convidou a Legião da
Boa Vontade (LBV), que possui
status consultivo geral no organismo, para contribuir na coordena-
41. UN Photo
Fotos: Adriana Rocha
1
ção e mostrar como o Brasil tem
enfrentado esse desafio.
Conferencistas e autoridades,
a exemplo do diretor do secretariado do Fórum sobre Florestas das Nações Unidas, Pekka
Patossaari, receberam da LBV
a revista Globalização do Amor
Fraterno, que evidencia as boas
práticas da Instituição em prol do
meio ambiente e de outros urgentes
problemas humanitários. Um dos
destaques da publicação (disponível em esperanto, francês, inglês
e português) é a mensagem “Oito
Objetivos do Milênio — Responsabilidade de todos os de bom senso”,
do escritor Paiva Netto.
No encontro, a Legião da
Boa Vontade foi representada por
Danilo Parmegiani, que expôs
a linha educacional utilizada pela
LBV para a formação de indivíduos
conscientes de seu papel, a fim de
estabelecer uma Sociedade Solidária
Altruística Ecumênica. Para cumprir
este intento, uma das atividades de
maior sucesso é a realização, há
décadas, da Campanha A destruição
da Natureza é a extinção da Raça
Humana, inspirada em tese do diretor-presidente da LBV.
3
1- Danilo Parmegiani, da LBV, com o ator
Michael Douglas.
2 - Mensageira da Paz, a princesa jordaniana
Haya Bint Al Hussein, ao lado do secretáriogeral da ONU, Ban Kin-moon, e sua esposa,
a sra. Ban Soon-taek.
3 - A sra. Ban Soon-taek ao lado do
representante da LBV
ONU celebra Dia Internacional da Paz
Celebrado mundialmente em 21 várias personalidades que receberam
de setembro, o Dia Internacional a revista Globalização do Amor Fraterda Paz foi marcado por um evento no está o ator norte-americano Michael
promovido pelo Departamento de Douglas, mensageiro da Paz pela
Informação Pública (DPI), em par- ONU. Ele reencontrou a equipe da LBV
ceria com as instituições Pathways e agradeceu a publicação, na qual viu
to Peace, United Religions Initiative em destaque a recente entrevista que
(URI) e World Peace Prayer Society, concedeu à BOA VONTADE.
na sede das Nações Unidas. Mais
Outra manifestação de carinho ao
de dois mil estudantes estiveram Brasil foi feita pela sra. Ban Soonpresentes, além de lideranças inter- taek, esposa do secretário-geral
nacionais que desenvolvem
da ONU, Ban Ki-moon.
relevantes atividades em
“Parabéns, LBV, pela defavor da Paz.
fesa do Amor”, disse. Da
A Legião da Boa Vontade
mesma forma agradeceram
(LBV) participou do encontro
a participação e a revista a
levando aos presentes a
primatóloga e antropóloga
mensagem de seu diretor- Jane Goodall
britânica Jane Goodall e a
presidente José de Paiva
princesa jordaniana Haya
Netto, que defende: “(...) Ecumenis- Bint Al Hussein, mensageiras da
mo é Educação aberta à Paz”. Entre Paz pela ONU.
UN Photo
O presidente da 60a Conferência, Richard
Jordan (E), em diálogo com Danilo Parmegiani, da LBV, e o deputado federal do
Brasil Beto Albuquerque.
2
O cuidado com a Amazônia
no foco dos debates
Vice-líder do Governo na Câmara e integrante do Parlamento
do Mercosul, o deputado federal
Beto Albuquerque participou do
painel para falar sobre a gestão
sustentável das florestas públicas
e preservação da Amazônia (com
a nova lei de proteção às florestas
BOA VONTADE |
41