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Globalização do Amor Fraterno Em palestra ecumênica, Paiva Netto convida milhares
de jovens para a participação ativa nas soluções de problemas mundiais

Genebra (Suíça): Secretário-Geral da ONU,

Ban Ki-moon, prestigia e parabeniza a LBV

Laura Cardoso

Uma das maiores
referências do
teatro comemora
80 anos de vida

Ignácio de Loyola
Brandão

Memórias de um
veterano cronista

Francis Hime

Décadas de
sucesso do
compositor,
maestro e cantor

Seu Jorge

Valorização
das raízes
afro-brasileiras

comportamento social Perigo na web:
internautas que não se desconectam nem para
dormir preocupam especialistas

Roberto Cabrini
abre o coração
e revela desafios, experiências e
lições dos 30 anos de jornalismo

defendendo o futuro Rompendo o pacto de
silêncio e unindo esforços no combate à violência
sexual contra crianças e adolescentes
Ao Leitor

Sumário
6 Cartas, e-mails e literatura
14 Acontece em São Paulo
15 Opinião Esportiva
16 Teatro
20 Literatura
23 Comportamento Social
26 Cultura
30 Especial
33 Saúde
34 Entrevista na Band
40 Nações Unidas
49 Opinião — Mídia
52 Samba & História
55 Destaque
56 Arte na Tela
58 Acontece no mundo
60 Congresso Jovem Ecumênico
69 In memoriam
70 Opinião — Meio Ambiente
72 Opinião — Economia
75 Opinião — Política
76 Esporte é Vida!
82 Acontece no Brasil
84 Espírito e Ciência
88 Lar e Parque da LBV
92 Esperanto
94 Ação Jovem LBV
96 Soldadinhos de Deus
98 Acontece no Rio

	

Globalização do amoR FRateRno em palestra ecumênica, Paiva netto convida milhares
de jovens para a participação ativa nas soluções de problemas mundiais

O renomado publicitário Washington Olivetto
afirmou a esta revista que
uma das descobertas mais
importantes de qualquer
pessoa é saber para que serve, sua vocação. A definição
dada por um dos maiores
nomes da nossa propaganda cai perfeitamente para
alguns dos destaques desta edição, que
cedo identificaram essa virtude nata: o
jornalista Roberto Cabrini e a atriz Laura Cardoso. O mais interessante é que
ambos começaram pela grande escola do
rádio, ainda adolescentes, por volta dos 16
e 17 anos. E nos dois casos a paixão pelo
ofício se manteve pelas décadas, como
no primeiro dia.
Cabrini comemora 30 anos de profissão neste mês de agosto, e Laura, no
próximo 13 de setembro, 80 anos de vida,
sendo 60 deles passados no palco. Trajetórias vitoriosas, escolas vivas de quem
faz aquilo que ama. Além deles, o leitor
poderá conhecer um pouco da história dos
talentosos Seu Jorge e Francis Hime,
músicos em sentido maior e abrangente,
e do jornalista Ignácio de Loyola Brandão, um ícone da Literatura Brasileira.
Reportagens especiais colocam em
Genebra (Suíça): Secretário-Geral da onU,

ban Ki-moon, prestigia e parabeniza a lbV

laura Cardoso

Uma das maiores
referências do
teatro comemora
80 anos de vida

ignácio de loyola
brandão

memórias de
um veterano cronista

Francis Hime

décadas de
sucesso do
compositor,
maestro e cantor

Seu Jorge

Valorização
das raízes
afro-brasileiras

ComPoRtamento SoCial Perigo na web:
internautas que não se desconectam nem para
dormir preocupam especialistas

evidência assuntos como os
Oito Objetivos do Milênio
(ODMs), propostos pelas
Nações Unidas para serem
alcançados até 2015, e cuja
metade do período para sua
realização já se foi. As duas
Roberto Cabrini
abre o coração primeiras metas: reduzir em
50% a pobreza extrema e a
fome e a cobertura universal
da Educação básica mereceram enfoque na agenda da ONU na reunião
do High-Level Segment 2007, em
Genebra/Suíça, e a LBV representou
a sociedade civil da América Latina na
oportunidade. A Instituição brasileira
foi muito bem recebida, em particular a
revista Globalização do Amor Fraterno
(inicialmente editada em português,
inglês, francês e esperanto), que traz a
ecumênica mensagem de Paiva Netto
com recomendações de boas práticas
no cumprimento dos ODMs.
Confira ainda por que cresce o
número de internautas que não se desconectam da web nem para dormir, em
Comportamento Social, e o que se pode
fazer para combater a violência sexual
contra crianças e adolescentes, na seção
Especial.
Boa leitura!
e revela desafios, experiências e
lições dos 30 anos de jornalismo

deFendendo o FUtURo Rompendo o pacto de
silêncio e unindo esforços no combate à violência
sexual contra crianças e adolescentes

	

34

Entrevista na
Band
Roberto Cabrini
abre o coração


| BOA VONTADE

15

Coluna de José
Carlos Araújo
Depois do Pan do Rio,
Olimpíadas de Pequim

16

Teatro
Laura Cardoso
chega aos 80 anos
plena de vida

20

Literatura
Ignácio de Loyola
Brandão: Memórias de
um cronista

26

Cultura
Seu Jorge e
as raízes afrobrasileiras
BOA VONTADE

Reflexão de BOA VONTADE:

ANO 51 • No 219 •julho/agosto/2007

BOA VONTADE é uma publicação das IBVs, editada pela Editora Elevação. Registrada sob
o nº 18166 no livro “B” do 9º Cartório de Registro de Títulos e Documentos de São Paulo.

Diretor e Editor-responsável
Francisco de Assis Periotto
MTE/DRTE/RJ 19.916 JP

firmado em números, contanto que igualmente
iluminados pelo ideal de compaixão. Estatísticas

Jornalistas Colaboradores Especiais
Carlos Arthur Pitombeira, Hilton Abi-Rihan, José Carlos Araújo
e Mario de Moraes.

sozinhas, desprovidas de sentimento elevado

Equipe Elevação
Adriane Schirmer, Angélica Beck, Daiane Emerick, Daniel Trevisan, Danielly Arruda,
Débora Verdan, Felipe Tonin, Flávio de Oliveira, Jaqueline Lemos, João Miguel Neto,
Joílson Nogueira, Juliana Bortolin, Karina Sene, Leila Marco, Leilla Tonin, Lícia
Curvello, Maria Aparecida da Silva, Natália Lombardi, Neuza Alves, Rita Silvestre,
Roberta Assis, Rodrigo Oliveira, Rosana Serri, Simone Barreto, Walter Periotto,
Wanderly Albieri Baptista e William Luz.
Projeto Gráfico
Helen Winkler

em sua análise e aproveitamento, não
impedem a atividade solerte da corrupção
e seus correlatos. Empreender a Caridade é
reeducar as Criaturas. Os Seres Humanos têm
de respeitar os Seres Humanos! E isso não se

Fotos de Capa
Roberto Cabrini: Divulgação TV Band/ Ban Ki-moon: Eduarda Pereira/ Laura Cardoso:
Divulgação TV Globo/ Seu Jorge: Daniel Trevisan/ Ignácio de Loyola Brandão: Márcia
Gullo/ Francis Hime: Divulgação
Produção
Endereço para correspondência:
Rua Doraci, 90 — Bom Retiro — CEP 01134-050 — São Paulo/SP
Tel.: (11) 3358-6868 — Caixa Postal 13.833-9 — CEP 01216-970
Internet: www.boavontade.com / E-mail: info@boavontade.com
Impressão: Editora Parma
A revista BOA VONTADE não se responsabiliza por conceitos e opiniões
em seus artigos assinados.

Nações Unidas
Parcerias globais

não a vejo de modo tão apenas contemplativo,
mas com espírito atuante de quem realiza

Coordenador Geral
Gerdeilson Botelho

40

“(...) Quando cito a Caridade na Educação,

52

Samba  História
Décadas de sucesso do
compositor Francis Hime

consegue apenas com planos e decretos.”
Trecho extraído do artigo “Oito Objetivos
do Milênio”, de autoria do jornalista Paiva
Netto, publicado na revista Globalização do
Amor Fraterno, entregue aos chefes de Estado e demais representações durante o HighLevel Segment 2007, da ONU, em Genebra
(Suíça). Confira reportagem sobre o assunto
na página 40.

60

Congresso Jovem
Ecumênico
Paiva Netto exalta a
Cidadania Solidária

70

Opinião — Meio
Ambiente
O paraíso verde

84

Espírito e Ciência
A ciência e a
possibilidade dos
universos paralelos
BOA VONTADE |
Cartas, e-mails e literatura

Texto e foto: Simone Barreto

O livro Nossas câmeras são seus olhos, do
jornalista Fernando Barbosa Lima, Presidente
do Conselho da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), traz à discussão a importância da TV
e seu papel de elevar o nível cultural do Povo
brasileiro. A obra, que vem acompanhada de um
DVD e foi lançada em junho, tem também como
um de seus pontos altos mostrar a passagem do
autor, um ícone intelectual da
televisão brasileira, por essa
mídia e as histórias das pessoas
com quem conviveu, a exemplo do jornalista Villas-Bôas
Corrêa, do colunista social
Ibrahim Sued, do cineasta
Glauber Rocha, entre outras
personalidades.
Fernando foi o criador de
mais de cem programas televisivos, como Preto no Branco e
o sempre lembrado Jornal de Fernando Barbosa Lima
Vanguarda. Agora ele conta a
experiência na TV e apresenta suas reflexões sobre
o veículo que foi a principal fonte de informação do
século XX.
Durante a noite de autógrafos na capital fluminense, representantes da Legião da Boa Vontade
levaram o abraço cordial do dirigente da Instituição e
o autor pôde relembrar, na ocasião, a antiga amizade
que unia Paiva Netto e seu pai, o saudoso Presidente
da ABI, Barbosa Lima Sobrinho, considerado o
decano dos jornalistas. Em um dos exemplares do
livro, escreveu: “Dr. Paiva Netto, com admiração,
um abraço do Fernando”.
Abrind

Dona Canô, a matriarca dos Vellosos, enaltece a BOA VONTADE

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Souza

28

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A querida Dona Canô, que em setembro celebra um século de vida, teve um pouco dessa trajetória de grandes lições contada na última edição da revista BOA VONTADE, a de número 218. A
matriarca dos Vellosos elogiou a publicação e destacou aos representantes da LBV, que estiveram
com ela no início de agosto, o fato de a reportagem não ter omitido, nem acrescentado, nada além
do que disse na entrevista. Na ocasião, a ilustre moradora de Santo Amaro da Purificação/BA Um
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recebeu ainda a visita de Dona Orquídea de Jesus Monteiro que, ao saber da presença dos
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Legionários em sua casa, logo afirmou: “Eu colaboro com a LBV!” Dona Canô completou,
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exclamando: “Eu também! É a única que ajudo, porque já visitei e conheço”.


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Tribuna da Imprensa

As comemorações de 100 anos da
Associação Brasileira de Imprensa
(ABI) — que se completam em abril
de 2008 — já movimentam toda a
classe. O renomado Presidente da
Casa do Jornalista, Maurício Azêdo,
encaminhou missiva ao seu amigo
José de Paiva Netto, convidando-o,
e também à Legião da Boa Vontade,
para aderir e participar da série de
eventos que marcará a data:
“Ilustre Doutor José de Paiva Netto,
“É com especial orgulho que informamos a Vossa
Senhoria que esta Associação Brasileira de Imprensa,
conhecida nacionalmente pela histórica sigla ABI,
vai completar em 7 de abril de 2008 o seu centenário,
acontecimento da maior significação para a comunidade jornalística, por expressar a continuidade por
todo um século da mais antiga instituição de imprensa
do País.
“Para festejar com as devidas galas fato tão marcante de sua existência, a ABI concebeu uma série de
eventos, alguns dos quais programados para este ano
de 2007, declarado o Ano Inaugural do Centenário
desta Casa do Jornalista, e outros para a efetivação
em 2008. Essa programação está sendo organizada
por uma Comissão Executiva, sob a chancela de uma
Comissão de Honra presidida pelo arquiteto Oscar
Niemeyer, sócio da ABI desde 1953, quando editava e
dirigia a revista Módulo, especializada em arquitetura
e questões culturais.
“A ABI se sentirá distinguida e homenageada se
contar com a adesão e a participação dessa renomada
instituição em programação mencionada (...).
“No ensejo, digno Dr. José de Paiva Netto, apresentamos as expressões do nosso elevado apreço e
justificada admiração”.

Nossas câmeras são seus olhos,
por Fernando Barbosa Lima

Arquiv

Centenário da ABI

@

BOA VON

TADE

|

29
Daniel Trevisan

Roberta Assis

Moacir Japiassu lança
Carta a uma paixão definitiva
Marta Trigueiro e Leilla Tonin

O jornalista e escritor Moacir Japiassu lançou
recentemente, na capital paulista, o livro Carta a uma
paixão definitiva. Tendo o amor como tema central,
o trabalho é repleto de crônicas escritas por ele no
suplemento “Modo de Vida”, do Jornal da Tarde, de
São Paulo, entre 1986 e 1989. “Elas refletem os diversos aspectos da vida contraditória daqueles anos
de redemocratização, mas num sentido universal,
próprio dos alcançados pelos grandes cronistas. Dividida em cinco campos temáticos, a obra é para ser
lida com o frescor dos textos contemporâneos, mas
que também conduzem os leitores a uma divertida
viagem por momentos importantes de nossa recente
história”, afirmou Japiassu.
O jornalista falou de sua amizade pelo DiretorPresidente da LBV: “Ele é uma figura exemplar, maravilhosa, adoro ele! Se no Brasil tivéssemos alguns
homens como o Paiva, isso aqui seria diferente”. E
ainda dedicou-lhe o novo título, com as seguintes palavras: “Ao consideradíssimo amigo e mestre Irmão
Paiva, com aquele abração do Moacir Japiassu”.

Rubens Ewald Filho e Nilu Lebert

Culinária e Cinema
Leilla Tonin

O tema gastronomia é a base do livro O cinema
vai à mesa — Histórias e Receitas, escrito pelo crítico de cinema Rubens Ewald Filho e pela jornalista
Nilu Lebert. O enredo da obra foi elaborado após
uma pesquisa que resultou na escolha de 27 filmes,
nos quais, em boa parte do tempo, os personagens
encenavam seus papéis à volta de uma mesa, em
almoços, jantares, ou mesmo “beliscando” doces e
salgados. Para recriar esses pratos, que literalmente
“enchem os olhos”, os autores solicitaram a colaboração de 20 chefs para trazer aos leitores as receitas
das telonas e, com elas, oferecer um pouco mais da
cultura de países como a França, o Japão, a Itália e
o Brasil. Além disso, há comentários sobre todos
os trabalhos cinematográficos.
Amigos, parentes, leitores e personalidades
estiveram presentes ao lançamento, oportunidade
em que os escritores deixaram as seguintes dedicatórias:
“Ao amigo José de Paiva Netto, para unir
o prazer do cinema com o da boa mesa! Bom
apetite! Rubens Ewald Filho”.
 “Um grande abraço, Nilu Lebert”.

da LBV. Isso faz muito bem ao meu
“A leitura da revista BOA VON- Espírito e, como acredito, ao Espírito
TADE, como aliás acontece com de tantos quantos desfrutam da opormuitas outras realizações da LBV, tunidade de ler os artigos, as reportame proporciona sempre instantes de gens, os depoimentos inseridos cada
encantamento. Habituei-me a ver mês na publicação. Todos os aspectos
projetada nas páginas da publicação a edificantes do trabalho da LBV, em
mensagem ecumênica e humanística favor da construção humana, estão

Ecumênica e humanística

Mônica Mendes

Japiassu com a sua simpática esposa, a também jornalista Marcia
Lobo, e a assessora de comunicação da LBV, Marta Trigueiro.

muito bem realçados nos
textos e ilustrações trazidos à nossa apreciação
como leitores.” (Dr. César Vanucci, jornalista e
Secretário Municipal de
Abastecimento, de Belo
Horizonte/MG).
BOA VONTADE |
Cartas, e-mails e literatura

@

Jornalista
Ricardo Viveiros
emociona-se com o
trabalho da LBV

Agnaldo Timóteo:
maravilhosa revista
BOA VONTADE

“Com alegria vejo a edição
no 218 da maravilhosa revista
BOA VONTADE, até porque,
além das matérias extraordinárias envolvendo pessoas muito
especiais na minha vida, como
Ziraldo e José Carlos Araújo,
no seu bojo estão também matérias com Dona Canô e sobre
a Afrobras. Evidentemente me
assusta um pouco a velocidade
com que passou o tempo, afinal,
o que é feito hoje por Paiva Netto,
acompanho desde 1961, através
da Rádio Mundial, instalada na
Av. Rio Branco, onde hoje se
encontra um enorme edifício
comercial.
“Lá se vão 46 anos desde que
a conheci, e a LBV (...) continua
desempenhando com a mesma
determinação o seu importantíssimo projeto social. Parabéns e
boa sorte!” (Agnaldo Timóteo,
Vereador e cantor)

O jornalista e escritor carioca
Ricardo Viveiros tem 41 anos
na área de comunicação, com
passagem pelos mais importantes jornais, revistas, emissoras
de rádio e televisão do Brasil
e do Exterior. Recentemente,
Viveiros recebeu homenagem
do Coral Ecumênico Infantil
LBV pelo trabalho que desempenha à frente da Oficina de
Comunicação, fundada por ele
há 20 anos, prestando assessoria
de imprensa a organizações do
Terceiro Setor.
Na ocasião, afirmou: “Outro dia saiu um assunto (entre
os amigos) sobre a Legião da
Boa Vontade e eu comentei que
sou uma pessoa cuidada e beneficiada pela LBV. As pessoas
acharam isso muito estranho,
começaram a se olhar, questionando: ‘Como é isso? Você foi
menino carente, estudou lá na
Legião?’ Eu disse que não; sou
uma pessoa de berço, bem-sucedida, mas, diariamente, a cada
segundo, sou beneficiado quando
ela cuida de uma criança pobre
e a transforma em cidadão. (...)

Clayton Ferreira

Cida Linares

Roberta Assis

Viveiros lê a revista Globalização do Amor
Fraterno.

Por isso, o rico, o político famoso e o empresário exitoso são
também grandes beneficiados
pela Legião da Boa Vontade.
(...) Ao salvar vidas, respeitar os
direitos, dar qualidade de vida,
oportunidade ao mal-sucedido,
ela não só promove a igualdade
social como tira um problema da
sociedade, resgatando e protegendo-a. Um menino que poderia
ser bandido se torna um cidadão
honesto e cresce bem-sucedido
por causa do trabalho da LBV.
(...) Tem histórias assim dentro
da Legião, de pessoas que foram
alunos e hoje são grandes empresários e dão emprego, ajudando e
promovendo a Paz, o respeito, a
dignidade, a ética”, destacou.
Na próxima edição da BOA
VON­TADE, confira a entrevista
completa de Ricardo Viveiros sobre sua história de vida e carreira
profissional.

Cultura e tradições da Alemanha em evidência
Gostaríamos de expressar a nossa gratidão à Fundação José de Paiva Netto e seus meios de comunicação (Super Rede Boa Vontade de Rádio, Rede Mundial de Televisão e revista BOA VONTADE) pela
divulgação, no programa Arte na Tela, da cultura e das tradições da Alemanha.
(Friedrich Prot von Kunow,
Embaixador da República Federal da Alemanha no Brasil — Brasília/DF)
    


| BOA VONTADE
Fotos: Vinícius Ramão

Dr. Paulo Pimentel discursa durante homenagem que parou a redação do jornal O Estado do Paraná

56o aniversário de O Estado do Paraná

Aplaudindo a homenagem, da esquerda
para a direita, Rosana Serri e Claudemar
Ferreira, da LBV; o Dr. Paulo Pimentel; sr.
Mussa José Assis; e Renata Pimentel Slaviero, Diretora Administrativa do Grupo.

quadro apresentando as atividades
realizadas no Centro de Educação
Infantil da Legião da Boa Vontade, em Curitiba/PR.
“É emocionante essas crianças cantando, com emoção, é
magnífico! O jornal está superfeliz pela lembrança. A Legião
da Boa Vontade veio aqui nos
dar essa alegria imensa. Por isso
homenageamos, juntos, o jornal
O Estado do Paraná”, afirmou
Pimentel.
O gesto dos pequenos cantores
também foi colocado em relevo
pelo sr. Mussa. “A presença do
Coral da LBV aqui na redação
do jornal ofereceu um sentido
todo especial para essa festa que
a gente comemora trabalhando.
Entre as mensagens que o jornal
recebeu de vários locais, esta foi
a mais bonita, uma mensagem
humana com a presença das
crianças cantando aqui, o que

Esporte em alta na BOA VONTADE
“Vocês estão de parabéns, não só pela
beleza, mas, principalmente, pelas reportagens de excelente qualidade. A matéria
sobre o Pan-americano ficou muito boa e
notei que deram espaço para o Esporte
como um todo e é esta esperança que
podemos dar para as nossas crianças. Pa-

rabéns a todos da Equipe do Lar e Parque
Alziro Zarur (da LBV) pelo entusiasmo e
coragem que, mais uma vez, surpreende
pela qualidade do trabalho. Um grande
abraço.” (Paulão, campeão olímpico
pela Seleção Brasileira de Vôlei em
1992, via e-mail)

deixou todo mundo feliz. Nós vemos o fruto do trabalho da LBV:
crianças participando de um
Coral tão bonito, transmitindo
essa alegria para todos nós. É
um trabalho social que não tem
limite, iniciando a condução de
vida dessas crianças. Parabéns
ao Paiva Netto”, declarou o
jornalista e diretor do jornal O
Estado do Paraná.
O Dr. Paulo Pimentel, ao salientar a importância dos colunistas no
jornal nesses 56 anos, destacou a
coluna assinada pelo dirigente da
LBV: “A coluna de Paiva Netto
é muito lida. Eu, principalmente,
gosto muito. Leio todos os domingos e aprendo muito. E também
nas entrelinhas ele manda muitas
mensagens que a gente sente, uma
espiritualidade que chega até nós.
Então, o jornal O Estado do Paraná se engrandece com a coluna de
José de Paiva Netto”.
Liliane Cardoso

O jornal O Estado do Paraná
comemorou, em 17 de julho, 56
anos de fundação. O Coral Ecumê­
nico Infantil LBV foi à redação do
periódico e homenageou diretores
e equipe, em especial, o Dr. Paulo
Pimentel, Presidente do Grupo
Paulo Pimentel, e o Diretor do
jornal, sr. Mussa José Assis. Na
ocasião, ambos receberam um
Cartas, e-mails e literatura

Roberta Assis

Com o
destaque
“Time com
jogadores
de até 17
anos dá
um show”,
o Diário de S.Paulo publicou, em 7 de agosto, matéria
sobre a participação da equipe de
futsal da Legião da Boa Vontade
nos Jogos da Cidade — Subprefeitura Casa Verde.
A nota dá ênfase para as habilidades dos alunos do Instituto de
Educação José de Paiva Netto,
da LBV, que, apesar de serem
mais novos — a média de idade
é inferior a 17 contra os 23 anos
de média do time adversário —,
conseguiram um bom resultado:
vencer por 4x3, de virada, os
favoritos na competição, Gobbi
Santos.
Na primeira etapa dos Jogos,
em sua fase regional, todos os
times das subprefeituras de São
Paulo disputam vagas na semifinal em setembro. A final do
campeonato está marcada para
dezembro deste ano.
Os meninos participam de
atividades do programa Esporte é
Vida! e o professor de Educação
Física Michel Isse Neto é quem
acompanha as aulas de futsal, duas
vezes por semana. As equipes são
separadas em três modalidades:
futsal masculino, vôlei feminino
e atletismo. O objetivo é, além
da preparação física, despertar
o prazer pela prática esportiva
e competir nas modalidades de
forma saudável.
10

| BOA VONTADE

Boas
receitas
culinárias
e de vida

Clayton Ferreira

Diário de S. Paulo noticia
time de futsal da LBV

@

Leilla Tonin

Lila Covas — Histórias e receitas de uma vida é o resultado
interessante de misturar anotações culinárias e o bom relacionamento em família. A idéia surgiu quando a jornalista Luci Molina
começou a reunir material para um livro de culinária tradicional
com dona Lila Covas, viúva do ex-Governador de São Paulo,
Mário Covas. Só que a cada encontro com a jornalista, dona Lila
ia rememorando para as anotações de suas melhores receitas um
momento especial em que aquele prato foi preparado, mostrando
a presença de uma mulher forte e amável no dia-a-dia de um dos
mais importantes nomes da política brasileira.
E mesclando esses ingredientes de emoção e paladar foi surgindo
a obra, dedicada ao saudoso esposo, que ela chamava carinhosamente de Zuza, e também a todos que queiram uma convivência
mais amorosa e solidária no âmbito familiar. “Na verdade, a
Legião da Boa Vontade faz isso e ensina para nós. A LBV já vem
ensinando isso há muito tempo”, destaca dona Lila a representantes
da Instituição.
As autoras ainda deixaram o seguinte recado ao líder da LBV: “Para
José de Paiva Netto, grande abraço. Luci Molina e Lila Covas”.

Estudante de jornalismo
pauta a BOA VONTADE no 200
Aneliése de Oliveira

A estudante de jornalismo Maria Juliana Gomes de Oliveira,
da PUC-Campinas, interior de São
Paulo, ao escrever uma matéria para
a revista on-line Portal Imprensa
(www.portalimprensa.uol.com.br)
sobre o aquecimento global e as suas
conseqüências para o mundo todo,
abordou a reportagem da revista
BOA VONTADE, edição 200, que
traz em destaque o artigo do jorna-

lista e escritor Paiva Netto intitulado
“Cuidado, estamos respirando a
morte”.
Em seu texto, a estudante
ressalta a pesquisa que a BOA
VONTADE realizou sobre o
alerta da comunidade científica
do caos que o Planeta Terra está
enfrentando com o efeito estufa
e os graves problemas previstos
para o ano de 2050.
Jonas Rezende:
Revista atraente e
de forte conteúdo

Revista Globalização do
Amor Fraterno, da LBV,
com destaque internacional
Rodrigo Oliveira

Globalizaç
ão
do Am

57- anos

or
Fraterno

Publicação
especial da
Legião da
par ticipante
Boa Vontade
s do High-Lev
dirigida aos
el Segmen
t 2007, do
PaLa is dEs
Ecosoc (ON
Nati ONs
U).
• GENE Bra
•
sUíç a •
dE 2 a 5
dE jULh O

Arquivo pessoal

João Periotto

A mensagem ecumêtante sobre as iniciativas da
nica da Globalização do
Instituição.
Amor Fraterno (disponíLeitores brasileiros
vel em português, frantambém destacam a
cês, inglês e esperanto),
entregue pela Legião da Diane Williams publicação
De São Paulo/SP, a leiBoa Vontade a chefes
de Estado e demais delegações tora Joanice Barbosa Parmegiani
presentes no High-Level Segment escreve: “Ao trabalhar em coo2007, na sede da ONU, em Gene- peração com a Organização das
bra (Suíça), de 2 a 5 de julho, tem Nações Unidas (ONU), a Legião
ganhado destaque e repercussão da Boa Vontade estende sua força
internacional. Exemplo disso de Solidariedade para o Planeta
é o que narra Diane Williams, e, certamente, não temos nenhuma
Presidente Emérita do Comitê de dúvida disso. O exemplo de trabalho
Espiritualidade, Valores e Interes- de Paiva Netto reverbera e contagia
ses Globais nas Nações Unidas, organizações e pessoas pelo mundo
em um e-mail encaminhado ao inteiro, pois a chama do Amor benerepresentante da LBV na ONU, volente e altruísta da LBV entra nas
mentes e corações, principalmente
Danilo Parmegiani.
Admiradora da Instituição, daqueles que pelo mundo afora busela fala sobre o encontro que teve cam a transformação social com o
com seu amigo suíço Rudolf desejo de ver o fim das injustiças”.
Outra leitora, Celina de Freitas
Schneider, participante do evento
internacional em Genebra. Para Ribeiro, do Rio de Janeiro/RJ,
surpresa de Diane, ele citou o recomenda a publicação: “Esse tratrabalho da LBV, de que tomou tado do jornalista Paiva Netto está
conhecimento na oportunidade, formidável! Destaco um subtítulo:
por meio da revista Globalização ‘Educação Básica de Qualidade
do Amor Fraterno (inglês). Em para Todos’, na qual ele ensina com
seu relato, Diane escreve que Espiritualidade Ecumênica, planRudolf se mostrou impressiona- tando essa semente nos corações,
do pelas realizações da Legião para que saibamos o caminho certo
da Boa Von­tade, e inclusive a seguir. Essa educação ensinada
apresentou a publicação para por ele é um exemplo para o mundo
Diane, com quem conversou bas- inteiro!”

O respeitável Pastor e escritor Jonas Rezende, que se
recupera de uma cirurgia na
coluna, recebeu os votos de
breve restabelecimento dos
representantes da LBV. Simpático como sempre, agradeceu o
carinho e a atenção de todos da
Obra, especialmente de seu líder e velho amigo, Paiva Netto,
ressaltando que aprecia muito
tudo o que o dirigente da LBV
prega, faz e escreve.
Logo que esteja recuperado, visitará o Lar da LBV
para Melhor Idade, em Volta
Redonda/RJ, e comentou: “A
revista BOA VONTADE está
muito atraente na apresentação e forte em seu conteúdo”.
Atualmente, Jonas Rezende é Pastor Emérito da Igreja
Cristã de Ipanema/RJ, professor da Faculdade Brasileira de
Ciências Jurídicas (Suesc), na
área de Sociologia, e autor de
vários livros.

SAIBA MAIS: Leia a repercussão do High-Level Segment 2007 na página 40 desta
edição.
BOA VONTADE |

11
Cartas, e-mails e literatura

Visando à conscientização
sobre a efetividade da atuação
das fundações e o trabalho que
realizam no âmbito do Terceiro
Setor, o 3o Encontro Paulista de
Fundações, promovido pela Associação Paulista de Fundações
(APF), apresentará subsídios
para orientação, esclarecimento
de dúvidas e encaminhamento
de sugestões relativas ao tema. O
encontro será realizado em 1o de
setembro, das 7h30 às 17 horas,
no Colégio Rio Branco/Fundação
de Rotarianos de São Paulo (Av.
Higienópolis, 996 – 3o andar). O
tema central será “A efetividade
da atuação das Fundações”.
Nos últimos dois anos, o
evento discutiu a conceituação
dessas instituições, atividades
a que se dedicam e problemas que enfrentam, além de
conscientizá-las a respeito do
verdadeiro papel que exercem. Trata-se de uma ótima
ocasião para fortalecer suas
representatividades diante dos
poderes públicos, sociedade e
meios de comunicação. Nesta
3a edição, a abertura ficará por
conta da presidente da Associação Paulista de Fundações
e da Confederação Brasileira
de Fundações, Dora Sílvia
Cunha Bueno, e do Curador
de Fundações de São Paulo,
Dr. Airton Grazzioli.
Inscrição e outras informações pelo tel.: (11) 3675-5444.
12

| BOA VONTADE

Jornalista e escritor Joel Silveira
morre aos 88 anos no Rio
Divulgação

Faleceu, no dia 14 de agosto, aos 88 anos, o escritor
e jornalista Joel Silveira. Sofria de câncer na próstata
e morreu enquanto dormia, em sua casa, no Rio de
Janeiro. Segundo sua filha Elisabeth Silveira, 61,
“ele foi em paz, como merecia”.
Um dos mais importantes jornalistas do Brasil,
Silveira foi repórter especial, correspondente de guerra
e lançou cerca de 40 livros em mais de 60 anos de
carreira. Nascido em 1918, na cidade de Lagarto/SE,
começou a trabalhar em um jornal local. Mudou-se para o Rio aos 19 anos
e atuou em grandes publicações, como O Cruzeiro, Diretrizes, Última Hora,
O Estado de S. Paulo, Correio da Manhã e a revista Manchete.
Silveira ganhou da Academia Brasileira de Letras (ABL) o prêmio
Machado de Assis pelo conjunto de sua obra. Em 2001, concorreu a uma
vaga na entidade para a cadeira de Jorge Amado (1912-2001), que morreu
naquele ano. Ganhou também os prêmios Líbero Badaró e Jabuti.
A Legião da Boa Vontade solidariza-se com a família do jornalista Joel
Silveira, dedicando-lhe os mais nobres sentimentos, na certeza de que, como
ensina Paiva Netto, “os mortos não morrem”.

Newton Rossi, o poeta que amou Brasília
O poeta e jornalista Newton Egydio Rossi
(1926-2007) faleceu, no último 26 de agosto, em
Brasília/DF, a terra que este mineiro de Ouro Fino
escolheu para viver desde que chegou nela, em
1o de janeiro de 1960, vindo a convite do então
Presidente da República, Juscelino Kubitschek,
do qual se tornou amigo quando residia em Belo
Horizonte.
Lá, no coração do Brasil, este amigo de longa
data da Legião da Boa Vontade e de seu dirigente
escreveu livros e prosas, alguns com tamanha
afinidade com os ideais da Instituição, a exemplo
da Oração dos que não sabem rezar, traduzida para mais de dez idiomas,
que Paiva Netto, com a gentil anuência do autor, publicou em seu livro Ao
Coração de Deus — Coletânea Ecumênica de Orações. Rossi também era
Conselheiro da Ordem do Mérito da Fraternidade Ecumênica, láurea do
ParlaMundi da LBV que agracia pessoas e instituições que se destacam
pela Solidariedade.
A Editora Elevação o homenageará levando o livro Trovas escolhidas,
que o poeta lançou por ela, para a 26a Feira do Livro de Brasília, que se
realiza de 31 de agosto a 9 de setembro próximo. Ao Espírito eterno de
Newton Rossi as melhores vibrações de Paz e Amor da LBV e de todos
os Legionários da Boa Vontade. Sentimentos esses extensivos a todos os
seus queridos familiares — especialmente aos filhos Márcia, Wagner
e Gleno e à esposa, Ninon Teixeira Rossi.
Fernando Franco

Evento em SP
debate trabalho
e objetivo das
fundações no Brasil

@
Para Secretária de Cultura do RS,
BOA VONTADE multiplica saberes

Lucian Fagundes

Clayton Ferreira

U

ma das leitoras assíduas
da BOA VONTADE, a
jornalista Mônica Leal,
Secretária Estadual de
Cultura do Rio Grande do Sul,
assim se expressou a respeito da
revista: “(...) Tenho uma admiração muito grande pelo trabalho de
vocês, e, como jornalista, sempre
que leio esse veículo (revista BOA
VONTADE), tenho olhos muito
críticos, porque a gente tem essa
formação. Analiso o projeto gráfico,
o editorial e a variedade de matérias. Realmente, vocês estão de
parabéns, pois alcançam desde o cidadão comum, a dona
de casa, ao profissional que
tem mestrado, doutorado,
principalmente pela forma
simples e objetiva com que
os temas são apresentados,
porque o cidadão pode não
entender de um determinado
assunto, mas se é colocado com
clareza, ele não só passa a entender
como se torna multiplicador daquela idéia, que defende e divulga. Isso
é muito importante na comunicação, é o objetivo final. (...) Como
vereadora, sempre tive o prazer de
receber a BOA VONTADE e era a
que ficava na minha mesa. Passava
dias lendo, porque são assuntos
profundos, tão bem colocados, que
não podemos, de maneira alguma,
apenas folhear”.
Mônica também acompanha as
atividades da LBV de perto e, no
início de julho, visitou o Instituto
de Educação da Obra, na capital
paulista. Àquela altura comentou:
“Por mais que tentasse em palavras exteriorizar o que senti nesse

Mônica Leal participa de atividades lúdicas na
Escola da LBV em São Paulo (acima). No Sul, é
recebida pelos integrantes do grupo Raízes do Rio
Grande, da LBV.

complexo
cultural, eu
não conseguiria. O trabalho de profissionais voltados única e exclusivamente para
formar o Ser Humano em um todo
é algo que anima, é nossa responsabilidade. Quanto mais próximas
as crianças e jovens estiverem da
Cultura, da Educação, desse cuidado com a família, mais distantes
estarão da violência e do aumento
da criminalidade”.
A titular da pasta da Cultura
concluiu o raciocínio incentivando
outros a conhecerem também as
ações da LBV: “Saio daqui gratificada, valeu a pena ter vindo a São
Paulo. Vocês ganharam, não só
uma torcedora, mas uma voluntária
nessa causa maravilhosa que é a

Legião da Boa Vontade. Quero deixar o meu abraço carinhoso a Paiva
Netto. Foi a melhor coisa que fiz nos
últimos tempos na minha caminhada política. Ver coisas boas, o lado
positivo, é saber que podemos ter
cidadãos por completo”, finaliza.
Algum tempo depois, no dia 10
de agosto, Mônica conheceu ainda o
Centro Comunitário e Educacional
da capital gaúcha e o Lar e Parque
Alziro Zarur, localizado na cidade
de Glorinha/RS, quando foi presenteada com um distintivo da LBV.
“É como ser um soldado da Solidariedade da Legião da Boa Vontade,
um agente multiplicador, porque é
possível fazer, está aqui o modelo.
(...) Nós vivemos hoje em dia uma
carência de liderança, e Paiva Netto
é um líder positivo”, concluiu.
BOA VONTADE |

13
Daniel Trevisan

Acontece em São Paulo

Quinze alunos e um

FUTURO DE OURO
A jovem e vitoriosa
delegação de caratê da
escola da LBV, com as 25
medalhas conquistadas
em torneio em SP.
No alto, ao centro da
foto, o professor Paulo
Tadeu de Souza.

mesmo sonho no Esporte

O

Instituto de Educação
José de Paiva Netto, escola-modelo da Legião
da Boa Vontade (LBV)
na capital paulista, oferece, duas
vezes por semana, aulas de caratê
aos alunos de 3 a 14 anos. Na sua
maioria, são crianças provenientes
de famílias que não têm renda suficiente para comprar material escolar, quanto mais pagar por aulas de
outra modalidade desportiva.
No Conjunto Educacional da
Obra (que inclui a Supercreche
Jesus), a arte marcial japonesa integra a grade curricular das turmas
da Educação Infantil ao Ensino
Médio, desenvolvendo a pioneira
Campanha LBV — Esporte é Vida,
não violência! Atualmente, são
217 crianças treinando. O caratê
ajuda na busca pela disciplina
14

| BOA VONTADE

Natália Lombardi

e pelo equilíbrio da mente e do
corpo. Seus praticantes dizem que
esta arte auxilia no autocontrole e
na contribuição pessoal para harmonização do meio onde vivem.
Apesar de ser uma luta, os mestres
sempre ponderam e dizem que o
objetivo principal é conter e controlar o espírito de agressão.
No mês de maio, 15 alunos da
escola da LBV foram selecionados
para participar no I Torneio CAY de

Graças ao suporte da
Legião da Boa Vontade,
jovens de todo o Brasil
ganham diversas medalhas
nas mais variadas
modalidades esportivas.

Caratê Shito-kai e Zenbu-Kai, no
bairro do Ipiranga, em São Paulo/
SP. O evento, promovido pela Organização Zenbu-Kai em parceria
com a Associação Shito-kai, contou com a participação de mais de
100 atletas. A grande concorrência
não atrapalhou a concentração da
garotada da LBV, que levou para
casa a alegria de ter integrado uma
grande competição e conquistado
25 medalhas — sendo sete de
ouro, oito de prata e dez de bronze.
Nenhum competidor da Instituição
deixou o ginásio de mãos vazias.
Os meninos e meninas do Instituto de Educação José de Paiva
Netto competiram em duas modalidades: kata livre (apresentação
dos golpes de defesa e ataque
sem a presença do adversário no
tatame) e luta.
Arquivo pessoal

Opinião Esportiva

José Carlos Araújo (comunicador esportivo da
Rádio Globo do Rio de Janeiro/RJ),
especial para a BOA VONTADE.

Depois do

Pan do Rio,

Olimpíadas de Pequim

A

participação brasileira
nos Jogos Pan-americanos do Rio foi um
sucesso. Nossos atletas
bateram recordes de medalhas e
mostraram que estão em franca
ascensão. Subimos ao pódio em
esportes nos quais nunca nos destacamos.
Jamais, em Pan-americanos
anteriores, ouvimos o Hino Nacional ser executado tantas vezes.
Nunca a bandeira brasileira foi
tantas vezes içada ao ponto mais
alto, reservado aos vencedores, aos
grandes campeões.
Temos muito a agradecer aos
atletas por todo o empenho, pela
garra fantástica com que se entregaram às competições, pelas
alegrias que nos proporcionaram
a cada vitória, a cada pódio. Cada
vez que um deles recebia uma medalha era como se cada brasileiro
fosse condecorado junto.
Nossos atletas nos encheram de
orgulho. Despertaram na população
a alegria de ser brasileira, de cantar

o Hino Nacional, de vestir o verdee-amarelo e carregar a bandeira do
País para mostrar ao mundo que o
Brasil é uma pátria amada.
Apesar disso tudo, temos de
manter os pés no chão e conviver
com a realidade. Vamos sonhar,
sim, mas sem deixar que o sonho
nos impeça de enxergar o real.
Não podemos nos iludir — como
já apregoam alguns — que vamos para Pequim para repetir
nas Olimpíadas a enxurrada de
medalhas conquistadas no Rio de
Janeiro/RJ.
Jogos Pan-americanos são uma
coisa, e Olimpíadas, outra. São competições diferentes em suas abrangências. Nas Olimpíadas, vamos
enfrentar atletas do mundo inteiro,
enquanto o Pan é uma competição
restrita ao continente americano.
Não que isso desmereça as medalhas brilhantemente arrebatadas
pelos nossos atletas no Pan do Rio.
Muito pelo contrário, elas foram
justas e transpareceram a evolução
brasileira em todos os esportes,

inclusive naqueles em que não
temos tradição.
Apenas, como frisei, temos
de ser realistas e antever que, nas
Olimpíadas de Pequim, as dificuldades serão muito maiores. Estaremos competindo com os melhores
do mundo todo e não apenas com
os melhores das Américas.
Não podemos achar que, depois
do sucesso no Pan do Rio, estamos prontos para as Olimpíadas
de Pequim. Nada disso. Temos de
nos preparar muito mais, com um
empenho bem superior ao de agora.
Precisamos, acima de tudo, apoiar
e dar condições de treinamento
adequado aos nossos atletas.
Não basta cobrar deles medalhas e mais medalhas. Primeiro,
precisamos dar estrutura. Porque
eles já mostraram do que são capazes. Se tiverem apoio de todos,
especialmente dos governos em
todos os níveis, Pan-americanos,
Mundiais e Olimpíadas serão
sempre uma rotineira chuva de
medalhas para o Brasil.
BOA VONTADE |

15
Teatro

Às vésperas de
completar 80 anos,
Laura Cardoso está
cheia de vida e no
auge do talento

Laura

de muitas mídias
16

| BOA VONTADE
“O

Juliana Bortolin e Leilla Tonin
Fotos: Divulgação TV Globo

palco é onde os deuses me abençoam”,
diz Laura Cardoso,
uma das maiores referências do teatro brasileiro. São
mais de 60 anos de profissão,
nos quais se pode contabilizar
cerca de 90 trabalhos, entre filmes, novelas e peças de teatro.
Em entrevista exclusiva à BOA
VONTADE, contou um pouco
da sua trajetória vitoriosa. Nascida em 13 de setembro de 1927,
Laura, ou melhor, Laurinda de
Jesus Cardoso Balleroni, desde
tenra idade mostrava um profundo interesse pela arte. “Sempre
gostei de representar. As paixões
que se tem pela música, pelo
teatro ou pela dança já nascem
com a gente e, em certa época
da vida, cedo, acredito, elas se
manifestam. Desde pequenininha
gostava muito de declamar, de ler
alto para as pessoas ouvirem. Era
uma coisa que me dava prazer e
dá até hoje”, revela.
A atriz também sempre teve
um grande amor pela independência: “Leio muito, adoro cinema, sair. Não gosto de casa, de
ficar fechada, presa. Tenho este
sentimento de liberdade desde
pequena. Não sou dona de casa,
até acho maravilhoso quem é,
mas não sou. Prefiro a rua”.
Laura brinca que, como boa
intérprete, soube algumas vezes
se valer da aparência frágil: “Às
vezes dou até uma enganada. Falam: ‘Ah, ela tem uma carinha...’,
mas sou de temperamento forte,
mesmo! Um ator tem várias facetas: ele sabe usar, quando precisa,
do temperamento forte ao mais
suave”.

O fato de não ter sido uma
mãe tão presente a fez compensar
como avó e, agora, com o mais
novo membro da família. “Sou
bisavó do Fernando, que é maravilhoso. Sempre falo que ele
é meu último amor. Depois dele,
ninguém.”

Início da carreira

A brilhante caminhada desta
dama do teatro teve início no

porque ensina a falar, flexionar,
fazer com que o ouvinte imagine,
fantasie”, explica a atriz que, na
seqüência, faz uma recomendação: “Todo ator deveria passar
uma temporada no rádio. Fiz um
teste na Cosmos, que hoje é Rádio
América, e fui aprovada. No dia
seguinte, comecei no radioteatro
ao vivo”.
Em 1950, um novo meio de
comunicação chegava ao Brasil:

“Posso representar até no meio
da rua, mas faço questão de
que o texto seja bom, a direção
seja maravilhosa e o elenco seja
super. Essas coisas me fazem
aceitar um personagem ou uma
peça. Sempre me baseei no
padrão de qualidade e não no de
quantidade.”

rádio. Seu nome artístico, Laura, surgiu de uma necessidade
sonora, assim que entrou para
o meio, pois Laurinda não teria
bom impacto para os ouvintes.
“O nome tem de ter sonoridade e
ser simpático a quem ouve. Adoro
Laurinda, porque foi meu pai
quem colocou, mas, realmente,
Laura é mais bonito e forte”,
conta.
Nos anos de 1947 e 1948 seu
talento é descoberto. “Comecei
em rádio e é uma coisa maravilhosa, uma grande escola,

a televisão. À época, diversos
atores tiveram problemas para se
adaptar. A mudança, para Laura,
foi mais um estímulo. “Não tive
nenhuma dificuldade. Estava na
Tupi Difusora de São Paulo, no
Sumaré, e passei naturalmente
do rádio para a TV. Lógico que
era uma coisa que você devia
decorar e representar de outra
forma, porque o rádio, o teatro,
a televisão, o cinema, todos eles
têm características de representação diferentes.”
Na década posterior, vários
BOA VONTADE |

17
Teatro

As fotos revelam a versatilidade da atriz,
desempenhando
papéis de gente
simples a grandes comediantes
e vilãs. Pudera:
são cerca de 90
trabalhos em
mais de 60 anos
de carreira.

atores alçavam sucesso. Caso
semelhante ocorreu com Laura
Cardoso, que atuou em Imitando
o sol (1964), sob a direção de
Geraldo Vietri, consagrandose também neste meio, no qual
recebeu, por diversas vezes, o
prêmio de melhor atriz, a exemplo
do que ocorreu no IV Festival de
Cinema do Recife, no IV Festival
de Cinema Brasileiro de Miami
(IV Brazilian Film Festival of
Miami), no Festival de Cuiabá ou
quando foi indicada pela APCA
— Associação dos Críticos de
Arte (2000).
Apesar da estreita ligação com
a TV, ela admite não acompanhar
18

| BOA VONTADE

o que se passa na programação
diária, pela falta de tempo, e avalia
a evolução do veículo no País. “Assisto pouco, quase nada, quando
posso vejo filmes, documen­tários.
A televisão tem coisas boas e
ruins. O propósito dela era um no
começo, quando chegou ao Brasil;
depois, com o negócio de merchandising, do comercial, dinheiro, ela
se modificou, tirou um pouco da
qualidade.”

Compartilhando
experiências

Prestes a completar 80 anos,
mas com o espírito juvenil, Laura desenvolve atualmente vários

workshops de interpretação com
grupos jovens de teatro, com o
objetivo de compartilhar, doar
o que viveu em tanto tempo de
trabalho. “Eles sempre buscam a
experiência de quem dá a aula, o
que a pessoa já passou.”
Para a atriz, alguns ainda procuram os cursos da área apenas em
busca de uma vitrine; para esses, faz
séria advertência: “Representação
é uma coisa, ser ator é outra, é dedicação, estudo, sacrifício, burilar
o talento. Hoje em dia há muita
facilidade de ir para a TV. Sempre
digo que, quem realmente tem valor,
fica 20, 30, 40, 50 anos na profissão.
Agora, quem vai só para vitrine,
frases

Sonhos e lições

“O jovem vem com as idéias dele, com seus sonhos, ilusões, e a gente vai com a experiência, com as lições que temos. Nós acabamos aprendendo com eles e acredito que
também aprendem alguma coisa com quem está do lado de cá.”

Religiosidade

“Acredito em Deus, rezo todos os dias e agradeço a Ele por estar viva, por ver o sol,
ver a lua, enfim, creio nessa força maior que a gente chama de Deus.”

Conselho

“Desejo aos jovens, que estão começando a vida em qualquer profissão, que tenham
Paz, Fé, pratiquem o Bem e caminhem sempre para um lado mais claro. Que se afastem
das coisas escuras, obscuras, do que é ruim. Amem sua família, seus pais, seus filhos,
seus netos, enfim, que o Ser Humano ame o Ser Humano.”

permanece um ano, dois e depois
todo mundo esquece, ninguém sabe
mais quem é. Dá um imenso prazer,
mas construir algo que tenha credibilidade, um personagem que seja
de verdade, dá muito trabalho”.

A maturidade ensinou Laura
a selecionar com cuidado suas
participações: “Sou meio elitista,
chata. Posso representar até no
meio da rua, mas faço questão de
que o texto seja bom, a direção

seja maravilhosa e o elenco seja
super. Essas coisas me fazem
aceitar um personagem ou uma
peça. Sempre me baseei no padrão de qualidade e não no de
quantidade”.
Literatura

Memórias

de um cronista
Roberta Assis

E

Anotações de Ignácio
sobre a própria vida

20

| BOA VONTADE

Márcia Gullo

de Loyola Brandão

m fevereiro de 2007, a
convite da Confederação
Israelita do Brasil e da Embaixada de Israel no Brasil,
doze escritores brasileiros viajaram
juntos para participar da 23ª Feira
Internacional do Livro, em Jerusalém/Israel. Uma forma de levar a
nossa cultura e, ao mesmo tempo,
promover um maior intercâmbio
entre os dois países.
Este encontro rendeu muitos
frutos e fatos significativos para seus
participantes, a exemplo do jornalista
e escritor Ignácio de Loyola Brandão, que conta como se enterneceu
ao conhecer os ambientes por onde
Jesus passou. “A maior sensação
que eu tive, uma espécie de reencontro comigo mesmo. De repente
estava em Jerusalém e me voltaram
à memória toda a minha infância,
minha casa e raiz”, relembra.
Durante o bate-papo com a
reportagem da BOA VONTADE,
ele falou também de sua trajetória
literária (com 31 livros publicados
desde 1965), dos planos para o
futuro e a forma curiosa como foi
levado a se candidatar à cadeira
número 37 da Academia Paulista de
Letras (APL).
Pouco tempo depois desta entrevista, no dia 31 de julho, Loyola recebeu com muita simpatia

em sua residência duas alunas do
Instituto de Educação da Legião
da Boa Von­tade, na capital paulista, em nome dos mais de 1.200
alunos do Centro Educacional.
As meninas entregaram a ele um
buquê e um cartão confeccionado
pelas próprias crianças da escola,
para saudar seu 71º aniversário.
Comovido com o gesto, comentou: “Homenagens como essa, a
gente nunca esquece... E é a primeira do dia, muito obrigado”.
Na oportunidade, representantes da LBV também deixaram
com o escritor a revista Globalização do Amor Fraterno,
publicação oficial da Instituição
durante o High-Level Segment
2007, evento realizado no escritório da ONU em Genebra (Leia
reportagem na p. 40).
As memórias deste cronista,
como gosta de ser chamado, é o que
segue no bate-papo abaixo.
BOA VONTADE — Como define a
viagem feita a Israel com outros
escritores brasileiros?
Ignácio — Esta foi a minha
quarta viagem a Israel; cada vez que
você vai lá é um novo país. A maior
sensação que eu tive, uma espécie
de reencontro comigo mesmo.
E por quê? Porque nasci e cresci
BV — Qual a reflexão daqueles
momentos para sua vida?
Ignácio — É difícil dizer, mas
fico pensando como alguém pode
ter tanta força para suportar tudo o
que Ele (Jesus) suportou. E também
imagino o seguinte: a gente faz as
coisas e os resultados vêm depois.
Você tem de fazer o Bem, o que
acredita, a coisa na qual tem fé,
não sabe o que acontecerá. Pode
realizar-se um ano depois, cem anos
depois, mil anos; essa é a grande
lição.
BV — O que mais o marcou nessa
expedição?
Ignácio — Eu diria que ter
conhecido o Mar da Galiléia, onde
o Cristo andou sobre as águas: foi
outro fato que me mandou lá para
trás, na minha infância religiosa. Caminhar sobre as águas é uma coisa
extraordinária e me achar naquele
lago imenso, onde houve uma demonstração de fé, foi marcante.
BV — Durante a viagem, vocês
plantaram uma árvore. Qual o
significado do ato para aquele
povo?

Márcia Gullo

dentro de uma família católica, de
uma liturgia antiga — já tenho 71
anos —, por exemplo, a liturgia
da Semana Santa é muito bonita.
De repente estava em Jerusalém
e me voltaram à memória toda a
minha infância, minha casa e raiz.
Eu dizia que tudo aquilo já tinha
“visto”, quer dizer, ouvido falar
ou lido. Depois, estava no lugar
real onde as coisas aconteceram,
foi emocionante: andei pelas vias
sobre as quais o Cristo caminhou,
passei pelo mercado árabe citado
na Bíblia, cheio de gente, como
sempre foi, e nos outros lugares
mencionados. Você entende o que
se passou há dois mil anos.

TIME DE RESPEITO:
Em Cafarnaum, o
encontro dos escritores
Ignácio de Loyola,
Rubem Fonseca,
Affonso Romano
de Sant’Anna e Luís
Fernando Veríssimo.

Fico pensando como alguém pode ter tanta força para suportar tudo
o que Ele (Jesus) suportou. E também imagino o seguinte: a gente
faz as coisas e os resultados vêm depois. Você tem de fazer o Bem,
o que acredita, a coisa na qual tem fé (...). Pode realizar-se um ano
depois, cem anos depois, mil anos; essa é a grande lição.
Ignácio — Há 59 anos, quando
foi fundado o Estado de Israel (14
de maio de 1948), aquela região era
praticamente um deserto, uma terra
árida, seca. Por isso, cada árvore
plantada lá significa a luta contra
a natureza hostil. Desde então, as
pessoas que vão para Israel compram mudas e sementes e as plantam. Nestes anos foram plantadas
cerca de 200 milhões de árvores.
(...) Israel renasceu e ressurgiu do
deserto.

livro, na crônica, no conto, na
peça teatral, onde quer que seja.
Faço isso para ajudar as pessoas a
compreenderem a vida, o mundo.
Nem sempre esse lugar em que
a gente vive é muito agradável,
é feio, mas a função do escritor
é retratá-lo com fidelidade. A
minha literatura mostra a passagem do Homem pela sua vida,
pelo seu país, em determinado
tempo, momento do qual sou
testemunha.

BV — Agora, sobre sua carreira.
Você só escreve sobre o que gosta?
Ignácio — Prefiro falar sobre
o que gosto, mas também escrevo
sobre o que não gosto para manter uma atitude crítica, mostrar o
outro lado das coisas. Falar isso
parece ambíguo, porém sou um
observador da vida e da realidade
que, às vezes é bonita, às vezes é
feia, e cabe a mim colocá-la no

BV — No seu discurso de posse
na APL em abril deste ano, você
disse que quer ser lembrado como
cronista, esse observador da realidade. Por quê?
Ignácio — Eu gosto de ser essa
pessoa que anda pelas ruas e capta os
momentos, observa e “seqüestra” situações curiosas, emocionantes, comoventes, tristes ou alegres. Adoro
mostrar São Paulo, esta cidade que é
caótica, complicada e violenta, mas
BOA VONTADE |

21
Roberta Assis

Literatura

BV — As histórias engraçadas
são uma inspiração quando você
observa a sociedade?
Ignácio — Parte da observação
sim, porque a vida tem humor e é
engraçada. As situações pitorescas
ou anedóticas que ponho nas minhas crônicas servem para dar um
sabor diferente e dizer que as coisas
também são divertidas. Na minha
literatura há momentos profundamente dramáticos, trágicos, tanto
no Zero quanto no Não verás País
nenhum, meus dois romances mais
comentados. Na história de Dentes
ao sol, um livro de que gosto muito,
o personagem reflete uma pessoa
que não conseguiu se realizar e se
frustrou. Isso é dor. Há um pouco
dos dois na minha literatura.

O jornalista recebeu o carinho das crianças da LBV no dia 31 de julho, pelo seu
aniversário. Na ocasião, foi presenteado
com um cartão personalizado e um
buquê de flores.

Daniel Trevisan

Ignácio de Loyola Brandão autografa a
edição comemorativa dos 25 anos de seu
livro Não verás País nenhum, no qual
antevia a pena que o Homem teria de
pagar pelo mau uso que faz da terra.
No exemplar, deixou este recado: “Paiva
Netto, veja só, tudo está acontecendo.
Abraço, Loyola”.

22

| BOA VONTADE

também tem poesia. Quero, sim, ser
lembrado como cronista.

BV — Ainda sobre o discurso
na APL, seu estilo foi muito comentado por seguir a linha do
irreverente. Como foi isso?
Ignácio — Há algum tempo
vários colegas meus da Academia
Paulista de Letras vinham insistindo para me candidatar, e eu dizia
que não, “a Academia não é para
mim”. Um dia apareceu uma vaga
e eles me inscreveram, sem que
soubesse; acabei gostando, me
candidatei e entrei. Isso foi, para
mim, o reconhecimento da minha
carreira. Aumentou o meu astral,
porque a Academia é o ponto alto
de uma carreira literária. E aquele
meu discurso... (risos) Antes de subir para falar, reli os outros que fiz e
eles eram muito formais, restritos,
digamos que muito acadêmicos. E
é naquele sentido de ranço mesmo,
com frases do tipo: “A vós, que
me recebeis nesse cenáculo de
cultura (...)”. Aí vi que não dava,
queria algo moderno, atual e que

me refletisse. Eu sou uma pessoa
muito bem-humorada, apesar da
cara brava (risos). Então, coloquei
no meu discurso momentos de
profunda ironia. Foi, na verdade,
a primeira vez que entrou o humor
na cerimônia de posse.
BV — O senhor é dono de uma
trajetória de sucesso. Quais os
momentos que lembra com mais
emoção?
Ignácio — Bom, eu não posso me lembrar de quando nasci,
acho que seria este meu grande
momento. No entanto, recordome, com emoção, do meu renascimento. Em 2003 descobri que
tinha um aneurisma cerebral (uma
alteração da parede das artérias
cerebrais, causando uma dilatação
local que forma uma bolha. Ao
romper-se, o sangramento pode
levar à morte). Assim que soube,
consegui operar. Era uma cirurgia delicada, mas voltei intacto,
incólume e sem seqüelas. Este,
talvez, tenha sido outro grande
momento da minha vida. Claro
que o lançamento dos meus livros
são instantes bonitos e felizes,
mas, um dia, quando acordei após
a cirurgia e vi que estava vivo,
comentei: “Viver é muito bom”.
Renascer seria minha história.
BV — Que recado você deixa
aos leitores da revista BOA VONTADE?
Ignácio — O recado que eu
deixaria é que nunca abandonem
seus sonhos, seus projetos. É importante ter sempre à frente um
alvo a ser alcançado. Conheço
o trabalho da LBV há muitos
e muitos anos. Lá tem, praticamente, todos os meus livros
autografados que assinei para o
Paiva Netto. Um abraço a todos
e ao Paiva Netto também.
Comportamento Social

@

For@

Perigo
na
Web

Internautas que não
se desconectam da
web nem para dormir
preocupam especialistas

de controle

“N

avigare necesse; vivere non
est necesse” (Navegar é
preciso; viver não é preciso).
A frase em latim do general
romano Pompeu (106-48 a.C.),
imortalizada pelo poeta Fernando
Pessoa (1888-1935), tem sentido
peculiar para um grupo de pessoas
com reações de quem adquiriu um
novo vício: ficar permanentemente
on-line. Em todo o mundo, há entre
50 e 100 milhões de compulsivos
em internet. Isso corresponde de
5% a 10% do total de internautas
do Planeta, segundo pesquisa publicada em maio de 2006 na revista
Perspectives in Psychiatric Care.
Apesar de os distúrbios provocados
por essa situação gerarem dúvidas se

estamos tratando de uma doença ou
não, o fenômeno já chama a atenção
da comunidade científica.
O Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina da USP (Universidade de
São Paulo) desenvolveu um estudo
sobre o assunto. O projeto, coordenado pelo professor Dr. Cristiano
Nabuco de Abreu, encontrou casos
como o de Roberto*, de 18 anos.
Ele chega da faculdade e senta-se
diante do computador sem saber
exatamente o que procura, senão
apenas navegar. O jovem só percebe
o cansaço 17 ou 18 horas depois,
quando decide parar, ansioso para
conectar-se novamente. Já Eliane*,
39, passou quase um ano dormindo

Natália Lombardi
Fotos: Daniel Trevisan

apenas quatro horas por dia. “Eu
acordava às 8 e ficava no computador até as 4 horas da manhã. Não
parava nem para fazer o almoço
direito”, conta.
O interesse do Dr. Nabuco em
analisar esse quadro surgiu há dois
anos, durante o I Congresso Mundial contra a Exploração Sexual da
Criança, em Estocolmo (Suécia).
Àquela ocasião, o Unicef (Fundo
das Nações Unidas para a Infância)
divulgou dados assustadores: no
Brasil, que figura de forma lamentável nas estatísticas, estimava-se que
500 mil jovens viviam na prostituição — empurrado pela internet, o
crime havia se alastrado. “Comecei
a prestar mais atenção em queixas
BOA VONTADE |

23
de mau uso da rede e percebi que
sempre houve um grande número de
pessoas que fazia seu uso abusivo”,
revela. A partir daí, o tema passou a
ser amplamente discutido, resultando na criação do Ambulatório Integrado dos Transtornos do Impulso,
no Hospital das Clínicas de SP.
O fato de o nosso País ocupar
a primeira posição no ranking
internacional de tempo de conexão doméstica contribuiu para
a análise. Um estudo divulgado
pelo Ibope e Nielsen/Net Ratings, neste mês de agosto, mostra
que os brasileiros aumentaram o
tempo de navegação residencial
e bateram o próprio recorde de
permanência na rede, chegando à
média de 23 horas e 30 minutos.
Com isso, o Brasil fica à frente
de Estados Unidos (19h52), Japão (18h41), Alemanha (18h07)
e Austrália (17h51). Ainda de
acordo com a pesquisa, o país
alcançou uma marca inédita em
número de usuários domiciliares:
mais de 18,5 milhões.

“Ao ver isso, decidimos convocar alguns voluntários. Tivemos
um número muito grande de interessados em participar do projeto”,
conta o Dr. Nabuco, surpreso com a
quantidade de adesões.

Francisco Emolo, Espaço Aberto/USP

Comportamento Social
Doutor em
psicologia, o
professor Cristiano Nabuco
de Abreu é
coordenador
do Ambulatório dos
Transtornos
do Impulso do
Instituto de
Psiquiatria do
Hospital das
Clínicas, de
São Paulo.

@
Uma nova patologia?

Ainda não se sabe se a dependência em web é um transtorno
parti­cular entre as patologias psicológicas ou mais uma conseqüência dos transtornos atuais ligados
à tecnologia. Alguns especialistas
acreditam que essa euforia inicial
seja normal, e o usuário, com o
tempo, lida naturalmente com ela
e não há motivo para preocupações. No entanto, levantamentos
revelam que a média de horas
navegadas da população brasileira
não pára de crescer.
“A gente percebeu em muitos
pacientes alguns tipos de problema
psicológico já conhecidos. Depressivos, por exemplo, usam a internet
como uma forma de minimizar a
sensação de solidão. Os que têm

evolui e torna-se uma patologia propriamente dita, com características
e comportamentos específicos.
As pessoas compulsivas na rede
costumam apresentar ansiedade e
nervosismo quando não têm acesso aos e-mails e desejo incontido
de permanecer on-line. Exemplo
disso é Felipe, 17, que se identifica
na rede como MarcoX. Ele deixou
de sair com amigos para ficar no
computador: “Chego da escola e
venho direto aqui no micro. Acho
que para voltar à vida normal,

As pessoas compulsivas na rede costumam apresentar
ansiedade e nervosismo quando não têm acesso aos e-

mails e desejo incontido de permanecer on-line.

O índice chega perto dos 20
milhões de chineses ligados na
internet, e, segundo o China Daily,
13% dos internautas (2,6 milhões)
são considerados viciados, situação avaliada como alarmante por
especialistas. Em fevereiro, um
jovem chinês de 26 anos morreu
após maratona de sete dias jogando
na web.
24

| BOA VONTADE

muita dificuldade de se apresentar
em ambientes sociais aproveitam
esta ferramenta para arquitetar
respostas mais facilmente, pois,
em tese, teriam mais tempo para
organizar suas idéias. Deste modo,
vimos que existem problemas anteriores que levam a pessoa até o
vício”, assegura o médico. Com o
passar do tempo, esse uso excessivo

como era há alguns anos, será
muito complicado. Quando alguém me pergunta na escola como
foi meu dia, eu só digo que fiquei
na internet. Isso me deprime”.
Segundo o especialista, os que
têm muita dificuldade para interagir
transformam a web em um refúgio
protegido, lugar de manifestação
daquilo que não conseguem ser
Divulgação Ambulim

no mundo real. “Eles geralmente
acessam sites de relacionamento,
compras, chats... Mas não existe
uma predisposição do indivíduo
procurando um determinado site.
Tivemos casos de compulsivos por
notícias; depende do interesse da
pessoa”, conta o Dr. Nabuco.

@

Como identificar a
dependência e tratá-la

De forma geral, os internautas
entram com um objetivo, fazem
o que têm de fazer e saem — seja
uma pesquisa para o trabalho ou
para a escola, mandar e-mails ou
fazer um download qualquer. No
emprego, por exemplo, mesmo
que alguém passe de cinco a sete
horas seguidas diante do computador, não quer dizer que se
trata de um viciado, pois há um
propósito para ficar on-line.
Um estudo realizado pela britânica YouGov (especialista em
pesquisa sobre a internet), em
novembro do ano passado, aponta
que, para o compulsivo, a conexão
não tem um propósito específico:
ao abrir um site, encontra diversos links que o possam interessar,
então abre outros endereços e
assim navega sem parar, horas
a fio. Essas pessoas ganharam o
nome de wilfers (a palavra deriva de “wilf”, uma abreviação de
“What was I Looking For?” ou
“O que eu estava procurando?”),
que pode certamente ser entendido
por “navegar perdido em um mar
de informações”, como define um
dos promotores da pesquisa, Jason
Lloyd, que acrescenta: “Mesmo
que as pessoas se conectem com
um propósito, elas têm a oferta de
tantas opções e distrações na rede
que muitas esquecem o motivo de
estar lá e gastam horas wilfing
vagamente”.

Fachada do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da
USP (Universidade de São Paulo)

O Dr. Cristiano Nabuco esclarece que, para perceber se está
viciada, a pessoa deve observar
sintomas muito além do tempo
de conexão. “A web torna-se uma
alternativa para as situações do
dia-a-dia: a pessoa prefere ficar
em chats a sair com os amigos
ou ir a algum encontro; tem mais
facilidade de relacionar-se com
outros internautas e cultiva essas
amizades que nunca evoluem...
São aspectos que utilizamos como
referência para concluir se, progressivamente, a vida real é trocada pela virtual”, afirmou. E
continua: “Eles apresentam a
necessidade de aumentar o tempo
conectado. Questionados a respeito do uso da internet, tendem a
omitir o período que ficam on-line
e, quando off-line, ficam nervosos.
Embora saibam do uso excessivo,
notam que fica difícil diminuí-lo
ou largar o computador”.
O acesso compulsivo à rede é
diagnosticado como um distúrbio
psiquiátrico do mesmo patamar
que as dependências do álcool, do
jogo e das compras. Diferente do

que muitos pensavam, o problema
atinge pessoas de diversas idades
— principalmente de 18 a 75 anos,
segundo o estudo do Hospital das
Clínicas de SP — e derruba o mito
de que só jovens são acometidos
por esse mal.
Para este tipo de dependência não
há um tratamento à base de remédios
ou internação, mas um acompanhamento como o que é feito pelo
Ambulatório Integrado dos Transtornos do Impulso. Um atendimento,
estruturado ao longo de 18 semanas,
oferece psicoterapia em grupo, no
qual o paciente é levado a fazer um
raciocínio sobre o porquê de usar a
web de maneira abusiva. “Eles são
orientados a perceber, dentro dos
aspectos pessoais ou do ambiente,
quais seriam os elementos que funcionam como gatilhos, que fazem
da rede um escape dos problemas
e das dificuldades do cotidiano. (...)
Ao final, esperamos que essas pessoas restaurem o controle do uso da
internet”, finaliza.
* Os nomes apresentados são fictícios.
BOA VONTADE |

25
Cultura

Seu Jorge e as

raízes afro-brasileiras
Leila Marco e Leilla Tonin

R

ecentemente o cantor carioca Seu Jorge recebeu
os resultados de uma pesquisa encomendada pela
BBC Brasil, que integra o projeto
Raízes Afro-brasileiras, confirmando a forte ancestralidade
negra em sua carga genética: ele
possui 85,1% de genes africanos,
12,9% de genes europeus e 2% de
ameríndio. No ensejo, aproveitou
o assunto em voga na mídia para
defender mais uma vez o fim do
preconceito. Aliás, foi sempre
dessa forma contundente e sincera
que fez da arte uma bandeira para
a defesa dessa causa. Sobre o reconhecimento internacional, em
particular em nações européias,
fala com simplicidade sobre os
degraus percorridos: “Pude ser
uma pessoa que falava mais do
Povo do que da música. Converso
sobre a favela, a restauração da
dignidade social; a música é só
um motivo para nos encontrarmos. O meu trabalho é defender
aqueles que não teriam meios para
chegar lá e dizer: ‘Nós moramos
na favela, mas somos gente boa,
trabalhamos todos os dias’. Levo
a minha experiência de Brasil
para melhorar a deles na Europa
26

| BOA VONTADE

Fotos: Daniel Trevisan

e, conseqüentemente, pegar a deles
e melhorar a nossa aqui”.
Jorge Mário da Silva recebeu o
nome artístico de um dos amigos,
Marcelo Yuka, ex-baterista do grupo O Rappa. É flamenguista, devoto
de São Jorge, filho de Oxóssi e apadrinhado por Ogum, um batalhador
brasileiro, sambista de primeira.
A realização profissional começa
a se desenhar em 1993, ao encontrar
o teatro pelas mãos do clarinetista
Paulo Moura. A arte de representar
e os novos amigos do tablado o ensinaram a se relacionar melhor com
o mundo e ajudaram a superar uma
violência tremenda, vivida quando
teve um dos irmãos mortos em uma
chacina. O fato havia mudado completamente a vida dele, pois, com
medo de represálias, foi obrigado
a se afastar da família e viveu sete
anos na rua.
No ano de 1998, outro passo
decisivo: cria com os amigos Gabriel Moura, Bertrand Doussain
e outros músicos o grupo Farofa Carioca e lança o CD Moro no Brasil,
com o qual viajou por todo o nosso
País, Portugal e Japão. “Um grupo
maravilhoso; foi ótimo ter realizado
aquele projeto, a primeira banda
de moradores de rua. O Farofa era

para fazer música, circo e teatro ao
mesmo tempo, mas a banda queria
só música, gente que estava começando e precisava ganhar dinheiro.
E eu falava que não iríamos ganhar
enquanto não tivéssemos uma discografia. Havia muitas divergências e
tomei a atitude de deixá-los. Encontrei a minha felicidade e acredito que
eles a deles. É um grupo muito interessante no Rio de Janeiro/RJ; quero
que ele vá em frente e cresça.”
Posteriormente, participou como
artista convidado de trabalhos importantes, a exemplo dos CDs Tributo
a Tim Maia (1999), Casa do Samba
3 (1999 — com Beth Carvalho),
entre outros. O disco solo, Samba
Esporte Fino, viria em 2001.
Além da música, na qual se revelou ainda jovem um excelente intérprete, compositor e instrumentista,
encontra no cinema uma carreira
sólida, não só na criação de trilhas
sonoras para longas-metragens, mas
também como ator. Por sinal, com o
filme Cidade de Deus, dirigido por
Fernando Meirelles, em 2002, na
pele do personagem Mané Galinha,
veio o sucesso no Exterior. “Foi
o abre-alas para muita gente no
Brasil, beneficiou Leandro Firmino, o Antônio Pinto, o Fernando
“Cresci num ambiente de dureza; havia dias em que
se tinha café, faltava o açúcar, pão sem manteiga,
mas, por mais que fosse assim, era beijo, abraço toda
hora, muito papo, ‘cosquinhas’ (...).”

Meirelles, a Kátia Lund. O mais
importante é que o Cidade de Deus é
um filme de comunidade, que fala de
favela, de negros, do ponto de vista
local. Quem escreveu o livro foi um
favelado, e o Meirelles não mexeu
nessa essência, nesse diamante. Nós
temos 30 anos desde Escrava Isaura,
é maravilhoso termos um filme que
nos represente.”

Infância na Baixada

E Seu Jorge fala de uma realidade
muito próxima dele. A infância foi
passada em uma casinha simples
de um cômodo no bairro de Belford
Roxo, Baixada Fluminense, onde

havia amor e carinho por parte dos
pais, Sula e Jorge, mas também
bastante dificuldade. “Cresci num
ambiente de dureza; havia dias em
que se tinha café, faltava o açúcar,
pão sem manteiga, mas, por mais
que fosse assim, era beijo, abraço
toda hora, muito papo, ‘cosquinhas’
(...).”
O cantor recorda que cedo teve
de trabalhar para colaborar no
sustento do lar. “Apesar disso só
encontrei gente fina. Tenho 37 anos
e nunca briguei na minha vida, não
sei o que é uma desavença. Não tive
tempo para isso, com 10 anos já era
borracheiro e vivia no meio de adul-

tos, estava sempre em movimento,
não havia espaço para pipa, bola
de gude, não aprendi a jogar futebol.
Por outro lado, gostava de ter responsabilidades, de ser o filho mais
velho dos três irmãos homens. Meu
pai, uma figura maravilhosa, mas
separou-se da minha mãe quando
eu tinha exatamente essa idade, 10
anos, acompanhou nossa educação
fora de casa. Em certos momentos
é necessário que se tenha a figura
masculina no lar, e cumpri esse papel, mesmo com pouca idade.”
Os fatos eram enfrentados pelo
menino com bastante coragem:
“Tive de ensinar a minha mãe a
ler e escrever para arrumar um
emprego e continuar cuidando da
gente. Quando não se sabe nem ler e
escrever, pode-se ter uma consciência boa, mas há uma amargura, um
ranço, uma dureza, a gente se sente
inferior. Era um grande complexo da
minha mãe, ela perdia a paciência
muito rápido. Depois que foi alfabetizada tudo isso mudou”.

O amor ao samba em família

A música também chegou-lhe
mais ou menos por esta época, primeiro pelo exemplo paterno, que
trazia aquela manifestação artística
para dentro do lar. Jorge achava tudo
interessante, a começar pelo tamanho dos instrumentos: “Quando a
gente é pequeno, as coisas têm outra
dimensão (risos)”. Ele se sentia
especial por ter um pai diferente
dos demais, o único que tocava um
instrumento no bairro. “Às vezes ele
chegava em uma roda de samba e,
se não tivesse o que tocar, catava o
molhinho de chaves dele e fazia o
maior swing”, conta.
O samba sempre esteve próximo
também por meio de outros familiares, como a tia Jovelina Pérola Negra (1944-1998). No fim dos anos
setentas, a mãe conseguiu emprego
numa empresa como faxineira, traBOA VONTADE |

27
Cultura
“Ele começou primeiro que eu na
carreira, com 7 anos, e eu com 20.
Gravei primeiro com o Farofa, e, naquele mesmo ano, ele lança o disco
dele, muito legal; logo em seguida
se casou com a Bombom, o que foi
maravilhoso”.
Aliás, do tempo em que a grana
era curta há outro amigo de quem
se recorda com carinho: “Em 1991,
eu tocava percussão para o Xande
(grupo Revelação). Nessa época, ele
pagou muito angu à baiana,
matou muito a minha fome.
E olha que não era fácil, ele
me ajudou bastante. Tenho
amor e muita gratidão pelo
Xande”.

trabalho, desta vez uma produção
mista (Brasil, Espanha e República
esteve próximo
Tcheca), o filme Carmo, gravado em
Corumbá/MT: “Acabei de contracetambém por
nar com o Márcio Garcia, foi muito
meio de outros
bom. Ele é um grande ator, sofre às
vezes discriminação por ser muito
familiares,
bonito, pelo estereótipo, e então só
pode fazer papel de galã. E neste
como a tia
trabalho ele fez o papel de um cara
Jovelina Pérola Negra
chamado Diamantino, que é a coisa
mais engraçada do mundo, com uns
(1944-1998): “E toda madrugada
dentes grandes, nariz feio.
a Jovelina entrava em casa, fazia
É um filme curioso, porque
é uma produção brasileira,
um macarrão, uma carne, a gente
polonesa e espanhola. Um
dos diretores brasileiros
comia e depois ia embora. Ela vinha
(Murilo Pasta) debutando
do trabalho, passava na Central do
no seu primeiro longa-meDudu Nobre
tragem, só tinha carreira na
O reconhecimento
Brasil, cantava uns pagodes, ganhava
Inglaterra. Desde Quatrilho
internacional
sempre alguma coisa na época
A visibilidade fora do País, muito até aqui, estamos repatriando quem
pelo sucesso do filme Cidade de saiu para fazer cinema lá fora. E
da vaca magra, que dividia com a
Deus, o levou a participar de vários hoje o cinema brasileiro vai bem,
gente.”
outros trabalhos, em Hollywood. obrigado!”
Além de toda esta boa fase, ninEm 2003, filma em Roma The Life
Aquatic with Steve Zissou, estréia guém pode esquecer a estrondosa
dois anos depois Casa de Areia ao repercussão do encontro do artista
balhava no plantão da noite. “E toda lado de Fernanda Montenegro e com Ana Carolina, que resultou
madrugada a Jovelina entrava em Fernanda Torres, com direção de na gravação do CD e DVD Ana 
casa, fazia um macarrão, uma car- Andrucha Waddington. No início Jorge, principalmente da música É
ne, a gente comia e depois ia embo- de 2007, integra o elenco do longa- Isso Aí, uma versão de Ana para a
ra. Ela vinha do trabalho, passava metragem The Escapist, ao lado de composição The Blower’s Daughter
na Central do Brasil, cantava uns atores a exemplo de Brian Cox, (Damien Rice), tema do filme
pagodes, ganhava sempre alguma Joseph Fiennes, Dominic Cooper Closer.
coisa na época da vaca magra, que e Liam Cunningham, com a direNa oportunidade da entrevista,
dividia com a gente.”Além dela, ção de Rupert Wyatt.
Seu Jorge conversou ainda, durante
é primo do cantor Dudu Nobre:
Em abril deste ano, mais um um bom tempo, com dois dos 1.220
alunos do Instituto de Educação da
Legião da Boa Vontade, localizado
Seu Jorge recebe das crianças da LBV uma carta convidando-o a cona capital paulista (Av. Rudge, 700,
nhecer a Instituição. Ao lado, posa para foto com os meninos.
Bom Retiro, tel.: (11) 3225-4500).
Eles entregaram a ele, gentilmente,
o convite para visitar a escola, ao que
o artista logo se prontificou. Além
da admiração pela qualidade do
trabalho e pelas dependências do
Conjunto Educacional da LBV, o
cantor relembrou aos estudantes a
importância de valorizar a educação
que estavam recebendo.
Divulgação

Cida Linares

O samba sempre

28

| BOA VONTADE
Cultura

Mafalda Minnozzi, da italiana RAI,

encanta-se com unidade educacional da LBV

Divulgação

relatou suas impressões da calorosa acolhida que teve na LBV.
“Quando cheguei, encontrei
sorrisos e mais de trinta crianças cantando, um coro afinado,
educado e charmoso. São focos
de estrelas iluminando a minha
vida. Sou eu quem tem de agradecê-las. É uma honra saber que
existe tudo isso.”
Desde 2004, Mafalda é correspondente no Brasil da Rádio
RAI. Às sextas-feiras, vai ao ar
em rede nacional na Itália o programa Brasil. Ela leva aos seus
ouvintes compatriotas informações sobre cultura, variedades,
comenta fatos e novidades da
vida cultural brasileira. A
emissora é uma das de maior
expressão na Europa e pode
ser sintonizada também pela
internet. “Sempre falo
do potencial desta terra e da gente boa que
existe aqui”, conta. E
finaliza dizendo que,
para ela, este “é um
momento importante. Vejo o potencial
que tem este Brasil.
Lanço um apelo como
italiana, como pessoa
privilegiada que conhece a cultura brasileira,
ao Rio de Janeiro: que
cada um faça um pou-

Rafael G
u

“P

arabéns por essas lindas
crianças! Um aplauso
para elas!” São palavras
que mostram a alegria da
cantora italiana Mafalda Minnozzi ao conhecer o Centro Educacional, Cultural e Comunitário
da LBV, no Rio de Janeiro. Em
junho, ela marcou em sua agenda
uma visita à escola da Legião da
Boa Vontade no bairro Del Castilho e foi carinhosamente recebida
pelos alunos que cantam no Coral
Ecumênico Infantil LBV. Emocionada, retribuiu com o que sabe
fazer de melhor: cantar. Além de
músicas napolitanas, arriscou versos de Aquarela do Brasil, de
Ary Barroso, acompanhada
pelo Coral Infantil.
“Estou muito feliz com
todas essas crianças maravilhosas. Elas têm cultura e educação, o que é
muito bonito! Na LBV,
são bem alimentadas
e educadas. É o futuro deste País! São,
sinceramente, pérolas
do Brasil, do mundo”,
garantiu Mafalda enquanto andava pelas
salas, afirmando que
o sorriso e os olhos
daqueles pequenos
traduziam a pureza
peculiar da infância.
Nascida na cidade
de Pávia, no norte
da Itália, a intérprete
de Pregherei, Sei Tu
e Con Te Partiró

edes

Isabela Ribeiro

“Estou muito feliz com todas
essas crianças maravilhosas.
Elas têm cultura e educação,
o que é muito bonito! Na
LBV, são bem alimentadas e
educadas. É o futuro deste
País! São, sinceramente,
pérolas do Brasil, do mundo.”
quinho, porque o nosso poder
é a união. A nossa força é ficar
junto, não indiferentes uns aos
outros”.
A cantora e compositora ficou
especialmente orgulhosa ao saber
que o Patrono da LBV é São
Francisco de Assis, o Santo de
Assis, cidade localizada na região
central da Itália.

V I S I T E , A PA I X O N E - S E E A J U D E A L B V !
Centro Educacional Cultural e Comunitário da LBV:
Av. Dom Hélder Câmara, 3.059, Del Castilho, Rio de Janeiro.
BOA VONTADE |

29
Photos.com

Especial

É hora de

responsabilizar
os agressores

Rompendo o pacto de silêncio e unindo esforços no combate à violência sexual
contra crianças e adolescentes
Leila Marco

30

| BOA VONTADE

foram recebidas nos centros de
referência.
O titular da pasta (Smads), Dr.
Floriano Pesaro, diz que há uma
série de ações e discussões sendo
desenvolvidas no município de São
Paulo contra esses crimes. Ele destaca que “abusar de uma criança ou
explorá-la sexualmente é um ato de
covardia que merece ser combatido,
denunciado e condenado por toda
a sociedade. Por isso, se alguém
souber de algum caso envolvendo
criança ou adolescente, pode e deve
denunciar, para que possamos protegê-los de seus agressores”.
Especialistas no assunto dizem
que, na realidade, o que está ocorrendo não é um aumento de casos,
que acontecem em todas as classes
sociais, mas, sim, uma maior vi-

“Abusar de
uma criança

Wagner O. Nunes

P

roteger a criança e o adolescente dos vários tipos de
violência ainda é um grande
desafio dos governos e da
sociedade. Conforme noticiamos
na edição passada, o número de
meninos, com menos de 18 anos,
vítimas de abuso e exploração sexual na capital paulista subiu nos
últimos anos. De acordo com dados
estatísticos da Secretaria Municipal
de Assistência e Desenvolvimento
Social (Smads), foram registrados
100 atendimentos em 2004; no ano
seguinte, 135 garotos e, em 2006,
houve um salto para 252 casos.
Ainda que estatisticamente mais
estabilizado, as meninas sofrem em
número maior com este mal: apenas no ano passado, 419 crianças
e adolescentes do sexo feminino

Fotos: Divulgação

ou explorá-la
sexualmente
é um ato
de covardia que merece
ser combatido, denunciado
e condenado por toda a
sociedade. ”

Dr. Floriano Pesaro

Secretário Municipal de Assistência e Desenvolvimento
Social (Smads)
sibilidade deles; o tema tem sido
mais debatido, há mais profissionais
capacitados, o que faz com que as
vítimas se sintam seguras para falar.
Segundo a Smads, isso é fundamental, pois quase 90% dos que praticam
o abuso estão dentro de casa: irmãos
mais velhos, tios, pais, padrastos e
babás. Por isso, existe um grande
medo de represália.
No último 18 de maio, dia nacional de combate a essa forma
cruel de violação de direitos, foi
assinado pelo Prefeito de São Paulo,
Gilberto Kassab, decreto-lei que
instituiu a Comissão Municipal de
Enfrentamento à Violência, Abuso
e Exploração Sexual. A iniciativa
prevê, entre outras coisas, a criação
de mecanismos de estudo, intervenção direta e formação de rede
de atendimento, além de sugerir
procedimentos complementares às
diretrizes e normas existentes, incentivando a capacitação e atualização
de profissionais e representantes das
instituições prestadoras de serviço
ao público-alvo, envolvendo nessas
atividades as Secretarias de Desenvolvimento Social, de Educação e
da Saúde.
“Só assim daremos suporte a
essas crianças e adolescentes que
passam por um trauma tão terrível”,
destaca a Dra. Tatiana Amêndola,
Coordenadora do Programa Sentine-

“Isso não
acontece só
em novela,
na casa
do vizinho.
Isso pode estar
acontecendo na sua família.
Educador, fique atento e
ajude a identificar esses
casos. Você pode salvar
uma criança.”

Jurema Batista

Presidente da Fundação para
a Infância e Adolescência

de Assistência e Desenvolvimento Social
— e será integrada
por representantes de
várias secretarias e colegiados, indicados até
o fim de agosto.

Wagner O. Nunes

Daniel Trevisan

Gilberto Kassab, Prefeito de São Paulo.

la, que faz parte do Plano Nacional
de Enfrentamento à Violência Sexual
Contra Crianças e Adolescentes. Ela
diz que, “para romper esse pacto
de silêncio, é necessário fortalecer
as famílias, facilitar e dar suporte a
esses meninos e meninas para que
responsabilizem seus agressores”.
Outra medida importante, apontada
pela Coordenadora, é conscientizar
quem agride de que ele tem uma
doença a ser tratada. Ainda segundo
Amêndola, uma criança que passa
por essa experiência pode ter seu
emocional abalado por muito tempo
e, em média, necessita de três anos
de atendimento especializado.
A comissão pretende viabilizar
ações que vão desde o encaminhamento à rede de atendimento, suporte jurídico, prestação de serviços de
abordagem educativa (às crianças e
aos adolescentes explorados sexual­
mente nas ruas) até o atendimento
psicossocial a grupos de famílias,
às crianças e adolescentes — sob
a responsabilidade da Secretaria

Tatiana Amêndola

A denúncia como aliada

A Subsecretária de Assistência
Social da cidade do Rio de Janeiro,
Dra. Marília Rocha, também destaca a maior visibilidade do tema. Ela
afirma que há cerca de dois anos,
com a criação do Programa Sentinela, ampliaram-se as denúncias,
“o que não significa mais casos”.
No Rio, o serviço foi
municipalizado, tendo
em seus quadros assistentes sociais, psicólogos e educadores.
Marília comenta que
o denunciante está em
vários segmentos: es- Marília Rocha
colas, conselho tutelar,
vizinhos que notam alguma coisa
diferente. Tudo é sigiloso e existe
um grande cuidado para não se
cometer erros: “A partir desse
momento são ouvidos: pai, mãe,
tios, avós, enfim, toda a família. A
escuta também é realizada com a
criança e o adolescente, uma equipe especializada procura conversar
sobre a situação. Temos técnicas
com bonecos, brinquedos, com os
quais a criança passa a reproduzir
uma situação da qual ela foi vítima.
Muitas vezes o abuso envolve uma
pessoa de extrema confiança, então
é preciso muito cuidado para que,
junto a todo aquele sofrimento que
ela vive, não lhe seja acrescentado
o sentimento de traidora do ente
familiar”.
A Subsecretária explica que a
entrevista nunca acontece uma vez,
é uma seqüência de encontros, para
BOA VONTADE |

31
Especial
que se possa definir se houve ou
não abuso e, mais, é verificado
“que tipo de circunstância
pode ter sido criada para que
a criança tenha uma fala desse
tipo”. E conclui: “Muitas vezes
não há um abuso, mas uma situação
de violência doméstica, algo que
provoque um mal-estar ou alguma
situação negativa voltada ao ambiente familiar que também merece
cuidado e atenção”.
Para a Presidente da Fundação
para a Infância e Adolescência
(FIA), Dra. Jurema Batista, a divulgação do assunto é primordial: “O
que antes era considerado normal,
confundido com afetividade, hoje
está caracterizado como abuso.
Nós, da FIA no Rio de Janeiro,
realizamos diversas campanhas,
inclusive sobre exploração sexual,
cobrando também dos educadores
uma postura diante da questão,
sobre a importância da denúncia,
no caso de alguma criança denotar
qualquer característica de que tenha
sofrido abuso sexual. Temos de quebrar o gelo e a invisibilidade desse
ato terrível. Ainda hoje o abuso com
meninos é mais difícil, porque a sociedade tacha como homossexual.
Quanto menos idade, a propensão é
maior, porque o abusador, em geral,
está procurando um objeto para se
relacionar sexualmente e não em si
o sexo”.
Jurema diz que entre as atitudes para combater o mal está, em
primeiro lugar, o esclarecimento.
“Isso não acontece só em novela,
na casa do vizinho. Isso pode estar
acontecendo na sua família. Educador, fique atento e ajude a identifi-

“Se a sociedade
cruza os
braços, há um
te

ze
Ni

za

u

So

agravamento

das conseqüências,

na medida que a criança
hoje abusada pode ser um
abusador amanhã, e temos
provas disso.”

Dr. Salomão Resedá

Juiz da 1a Vara da Infância e
Juventude de Salvador/BA
car esses casos. Você pode salvar
uma criança. O abuso pode levar à
reprovação na escola, a um distúrbio no comportamento da criança
e também à morte (queima de
arquivo). Gostaria de agradecer a
oportunidade que a LBV está dando
à FIA de tratar do tema. Parabéns
pela ação que a LBV desenvolve
com as crianças! Já estive em seu
Centro Educacional, é um trabalho
muito bonito. Um abraço ao Paiva
Netto e para todos vocês”.
O Juiz Salomão Resedá, da 1a
Vara da Infância e da Juventude de
Salvador, afirma que também na
Bahia há um crescimento do número
de casos. Para ele, o problema não
será resolvido apenas com leis, como
na recente alteração do Estatuto da
Criança e do Adolescente (ECA),
que inclui ao artigo 244-A, que pune
a exploração sexual de crianças e
adolescentes, a pena de reclusão,
de 4 a 10 anos, também para o pro-

prietário, gerente ou responsável
pela casa comercial, onde ocorre a
exploração, e prevê o fechamento
do estabelecimento. “Mas não é
um problema só da lei, é também
social. Quantas e quantas vezes,
ao fazermos inspeções nos hotéis,
motéis de Salvador, encontramos
jovens sendo exploradas, principalmente por turistas estrangeiros e
as retiramos desses locais, levamos
para a família e, de uma forma decepcionante para nós, que estamos
nessa labuta, ouvimos da mãe: ‘Ah,
ela está buscando um aumento da
renda familiar’. Então a gente vê
que esse problema só será resolvido
pela conscientização, por políticas
públicas, pela responsabilização
da família e outras medidas com
conotações sociais”.
Ainda quanto ao ECA, o Dr.
Resedá ressalta a importância de
a sociedade conhecê-lo mais a
fundo, porque ele “precisa sair do
papel e vir para o mundo da vida.
É uma lei de 1990, adolescente,
tem 17 anos, mas lamentavelmente
as políticas públicas previstas nele
não estão implementadas”.
Por fim repete que há uma grande necessidade de todas as pessoas
participarem dessa cruzada contra
a violência. “Se a sociedade cruza
os braços, há um agravamento das
conseqüências, na medida que a
criança hoje abusada pode ser um
abusador amanhã, e temos provas
disso. Começamos a mergulhar na
vida de muitos desses indivíduos e
a observar que vários deles foram
vítimas.”
Colaboração: Iracy Guerra e
Nizete Souza

Disque-Denúncia
As diversas formas de abuso e violência sexual podem ser denunciadas às autoridades competentes pelo número 100, que
funciona todos os dias da semana, inclusive nos feriados, das 8 às 22 horas. Neste número, que possui abrangência nacional e
é gratuito, o cidadão obtém também informações de como funcionam os Conselhos Tutelares e o telefone e endereço do órgão
mais próximo de sua casa. É mantido em sigilo o nome do denunciante.

32

| BOA VONTADE
Saúde

Cuidado

com o

glaucoma é um mal silencioso, que aparentemente
não apresenta sinais, mas
é de extrema gravidade
se não for diagnosticado a tempo,
podendo até mesmo levar à cegueira.
Especialistas são unânimes ao afirmar que a prevenção é a grande arma
no seu combate. A oftalmologista
Diane Marinho, com mestrado e
doutorado na área pela Universidade
Federal de São Paulo (Unifesp),
explica que as pessoas devem, ao
consultar o seu médico, perguntar: “Como está minha pressão
ocular?”, porque na maioria dos
casos não se sente nada, quando a
visão está prejudicada, “é porque
anos se passaram, danos já aconteceram no nervo e, muitas vezes, o
caso é irreversível”, ressalta. A Dra.
Diane lembra que, apesar de ser um
problema mais freqüente em adultos,
há os que nascem com ele, ou seja,
o glaucoma é congênito. “Nessas
crianças é perceptível, porque um
olho é muito maior do que o outro”.
A especialista adverte ainda para o
fato de ser este um problema crônico, a exigir do paciente um tratamen-

to contínuo, e que sua interrupção
pode significar a perda da visão.
“Sempre que utilizarem qualquer
outra medicação nos olhos, falem
com seu oftalmologista, porque há
colírios com cortisona que pioram
o glaucoma”, conclui.
Para conhecimento e providências contra essa doença, apresentamos, a seguir, um resumo bem
elucidativo encontrado na Biblioteca
Virtual em Saúde do Ministério da
Saúde (bvsms.saude.gov.br).
O que é? — O glaucoma é
uma enfermidade que ocorre nos
olhos e se manifesta quando a
pressão intra-ocular se altera. Essa
pressão pode afetar o nervo óptico
e causar cegueira. Há vários tipos
de glaucoma e o mais comum é o
crônico simples. Dentro dos olhos
existe um líquido transparente
chamado “humor aquoso”. Esse
líquido se forma, circula e sai do
olho, e é muito importante para
nutrir e manter as estruturas dos
olhos normais. No entanto, quando
ele tem dificuldade de sair do olho,
a pressão intra-ocular aumenta de
modo progressivo e provoca lesão

Daniel Trevisan

glaucoma
O

Walter Periotto

do nervo óptico, o que pode levar
à cegueira.
Quem corre risco? — Ele é
maior com a idade, sendo mais comum após os 40 anos, em diabéticos
e com miopia alta. O histórico familiar aumenta o risco de apresentar a
doença. Pessoas de raça negra também possuem maior predisposição
(quatro vezes mais).
Tratamento — Faz-se de três
maneiras: por medicamentos, por
laser ou cirurgia. No começo, o
glaucoma pode ser tratado com remédios, que têm a função de baixar
a pressão intra-ocular (colírios e
comprimidos).

OMS prevê crescimento assustador para diabetes

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada dez segundos uma pessoa morre
em conseqüência de complicações da diabetes e o mal atinge hoje mais de 200 milhões de indivíduos no
mundo, com 12 milhões só no Brasil. O estudo recente da OMS prevê também que, em 2030,
a doença poderá acometer 376 milhões de cidadãos se não for realizado um grande trabalho
de prevenção, combatendo, principalmente, o sedentarismo e a obesidade. Isso significa mudar
hábitos, ter alimentação saudável e praticar regularmente uma atividade física.
BOA VONTADE |

33
Entrevista na Band

“ Seres Humanos!
Jornalismo é sobre
Seres Humanos!”
Assim exclama Roberto Cabrini ao completar 30 anos de profissão
Leilla Tonin e Rodrigo Oliveira

O

Arquivo

Cabrini na Copa do Mundo da Espanha,
em 1982, um dos primeiros eventos internacionais no qual atuava como
repórter.

pessoal

desafio de ancorar diariamente o Jornal da Noite (exibido
no início das madrugadas
da TV Bandeirantes) não
afastou Roberto Cabrini dessas
reportagens, uma tarefa a qual
titula de coração do jornalismo.
Entender o fascínio deste paulista
pela profissão é fácil se levarmos
em conta que a sina de ir a campo
farejar notícias é uma paixão antiga, que completa 30 anos no mês
de agosto.
No entanto, a vocação de comunicar é anterior a 1977; vem

34

| BOA VONTADE

desde os tempos da escola, quando
o menino Cabrini já era escolhido
orador das festas municipais de
Piracicaba/SP. A maioridade não
havia chegado quando, aos 17 anos,
foi admitido como repórter em rede
nacional da TV Globo, na época, o
mais jovem da emissora. Quatro
anos mais tarde, cobriu uma Copa
do Mundo e, aos 22, mudou-se para
Nova York, para ser correspondente
internacional. Desde aquela época,
já passou por quase 50 países.
Essas diferentes situações creditaram ao jornalista uma diversidade
de pautas e, com elas, o leque de
possibilidade de falar sobre os mais
variados temas. “São 30 anos bemvividos porque eu tive o privilégio de
ter uma diversidade muito grande de
situações para cobrir: desde esporte
a guerras, reuniões econômicas, editar documentários, ser editor-chefe
de telejornal, ancorar”, pontua. Ao
perguntar-lhe qual dos temas tem
preferência de abordar, disparou:
“Seres Humanos! Jornalismo é
sobre Seres Humanos!”.

É a respeito desse entusiasmo
pela profissão e das memórias dos
melhores momentos da carreira que
conversamos com Cabrini, logo
após apresentar o Jornal da Noite,
na redação da Band. Comenta a boa
fase pela qual a emissora passa no
jornalismo e destaca o desempenho
do Presidente do Grupo de comunicação, sr. Johnny Saad, na consolidação deste resultado. Também faz
menção a outro colega de profissão:
“É uma honra muito grande receber o abraço do Paiva Netto, um
comunicador de tanta importância
e de tanta sensibilidade”.
BOA VONTADE — Como o Cabrini
foi parar no jornalismo?
Roberto Cabrini — Eu sempre gostei muito de comunicação.
Lá em Piracicaba, no interior de
São Paulo, era escolhido orador
da turma nas festas de Sete de Setembro, 15 de Novembro. Desde
aquela época, fui apaixonado pelo
Rádio, pelo dinamismo dele. Aos
16 anos, fui convidado a ser can-
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  • 2.
  • 3.
  • 4. Ao Leitor Sumário 6 Cartas, e-mails e literatura 14 Acontece em São Paulo 15 Opinião Esportiva 16 Teatro 20 Literatura 23 Comportamento Social 26 Cultura 30 Especial 33 Saúde 34 Entrevista na Band 40 Nações Unidas 49 Opinião — Mídia 52 Samba & História 55 Destaque 56 Arte na Tela 58 Acontece no mundo 60 Congresso Jovem Ecumênico 69 In memoriam 70 Opinião — Meio Ambiente 72 Opinião — Economia 75 Opinião — Política 76 Esporte é Vida! 82 Acontece no Brasil 84 Espírito e Ciência 88 Lar e Parque da LBV 92 Esperanto 94 Ação Jovem LBV 96 Soldadinhos de Deus 98 Acontece no Rio Globalização do amoR FRateRno em palestra ecumênica, Paiva netto convida milhares de jovens para a participação ativa nas soluções de problemas mundiais O renomado publicitário Washington Olivetto afirmou a esta revista que uma das descobertas mais importantes de qualquer pessoa é saber para que serve, sua vocação. A definição dada por um dos maiores nomes da nossa propaganda cai perfeitamente para alguns dos destaques desta edição, que cedo identificaram essa virtude nata: o jornalista Roberto Cabrini e a atriz Laura Cardoso. O mais interessante é que ambos começaram pela grande escola do rádio, ainda adolescentes, por volta dos 16 e 17 anos. E nos dois casos a paixão pelo ofício se manteve pelas décadas, como no primeiro dia. Cabrini comemora 30 anos de profissão neste mês de agosto, e Laura, no próximo 13 de setembro, 80 anos de vida, sendo 60 deles passados no palco. Trajetórias vitoriosas, escolas vivas de quem faz aquilo que ama. Além deles, o leitor poderá conhecer um pouco da história dos talentosos Seu Jorge e Francis Hime, músicos em sentido maior e abrangente, e do jornalista Ignácio de Loyola Brandão, um ícone da Literatura Brasileira. Reportagens especiais colocam em Genebra (Suíça): Secretário-Geral da onU, ban Ki-moon, prestigia e parabeniza a lbV laura Cardoso Uma das maiores referências do teatro comemora 80 anos de vida ignácio de loyola brandão memórias de um veterano cronista Francis Hime décadas de sucesso do compositor, maestro e cantor Seu Jorge Valorização das raízes afro-brasileiras ComPoRtamento SoCial Perigo na web: internautas que não se desconectam nem para dormir preocupam especialistas evidência assuntos como os Oito Objetivos do Milênio (ODMs), propostos pelas Nações Unidas para serem alcançados até 2015, e cuja metade do período para sua realização já se foi. As duas Roberto Cabrini abre o coração primeiras metas: reduzir em 50% a pobreza extrema e a fome e a cobertura universal da Educação básica mereceram enfoque na agenda da ONU na reunião do High-Level Segment 2007, em Genebra/Suíça, e a LBV representou a sociedade civil da América Latina na oportunidade. A Instituição brasileira foi muito bem recebida, em particular a revista Globalização do Amor Fraterno (inicialmente editada em português, inglês, francês e esperanto), que traz a ecumênica mensagem de Paiva Netto com recomendações de boas práticas no cumprimento dos ODMs. Confira ainda por que cresce o número de internautas que não se desconectam da web nem para dormir, em Comportamento Social, e o que se pode fazer para combater a violência sexual contra crianças e adolescentes, na seção Especial. Boa leitura! e revela desafios, experiências e lições dos 30 anos de jornalismo deFendendo o FUtURo Rompendo o pacto de silêncio e unindo esforços no combate à violência sexual contra crianças e adolescentes 34 Entrevista na Band Roberto Cabrini abre o coração | BOA VONTADE 15 Coluna de José Carlos Araújo Depois do Pan do Rio, Olimpíadas de Pequim 16 Teatro Laura Cardoso chega aos 80 anos plena de vida 20 Literatura Ignácio de Loyola Brandão: Memórias de um cronista 26 Cultura Seu Jorge e as raízes afrobrasileiras
  • 5. BOA VONTADE Reflexão de BOA VONTADE: ANO 51 • No 219 •julho/agosto/2007 BOA VONTADE é uma publicação das IBVs, editada pela Editora Elevação. Registrada sob o nº 18166 no livro “B” do 9º Cartório de Registro de Títulos e Documentos de São Paulo. Diretor e Editor-responsável Francisco de Assis Periotto MTE/DRTE/RJ 19.916 JP firmado em números, contanto que igualmente iluminados pelo ideal de compaixão. Estatísticas Jornalistas Colaboradores Especiais Carlos Arthur Pitombeira, Hilton Abi-Rihan, José Carlos Araújo e Mario de Moraes. sozinhas, desprovidas de sentimento elevado Equipe Elevação Adriane Schirmer, Angélica Beck, Daiane Emerick, Daniel Trevisan, Danielly Arruda, Débora Verdan, Felipe Tonin, Flávio de Oliveira, Jaqueline Lemos, João Miguel Neto, Joílson Nogueira, Juliana Bortolin, Karina Sene, Leila Marco, Leilla Tonin, Lícia Curvello, Maria Aparecida da Silva, Natália Lombardi, Neuza Alves, Rita Silvestre, Roberta Assis, Rodrigo Oliveira, Rosana Serri, Simone Barreto, Walter Periotto, Wanderly Albieri Baptista e William Luz. Projeto Gráfico Helen Winkler em sua análise e aproveitamento, não impedem a atividade solerte da corrupção e seus correlatos. Empreender a Caridade é reeducar as Criaturas. Os Seres Humanos têm de respeitar os Seres Humanos! E isso não se Fotos de Capa Roberto Cabrini: Divulgação TV Band/ Ban Ki-moon: Eduarda Pereira/ Laura Cardoso: Divulgação TV Globo/ Seu Jorge: Daniel Trevisan/ Ignácio de Loyola Brandão: Márcia Gullo/ Francis Hime: Divulgação Produção Endereço para correspondência: Rua Doraci, 90 — Bom Retiro — CEP 01134-050 — São Paulo/SP Tel.: (11) 3358-6868 — Caixa Postal 13.833-9 — CEP 01216-970 Internet: www.boavontade.com / E-mail: info@boavontade.com Impressão: Editora Parma A revista BOA VONTADE não se responsabiliza por conceitos e opiniões em seus artigos assinados. Nações Unidas Parcerias globais não a vejo de modo tão apenas contemplativo, mas com espírito atuante de quem realiza Coordenador Geral Gerdeilson Botelho 40 “(...) Quando cito a Caridade na Educação, 52 Samba História Décadas de sucesso do compositor Francis Hime consegue apenas com planos e decretos.” Trecho extraído do artigo “Oito Objetivos do Milênio”, de autoria do jornalista Paiva Netto, publicado na revista Globalização do Amor Fraterno, entregue aos chefes de Estado e demais representações durante o HighLevel Segment 2007, da ONU, em Genebra (Suíça). Confira reportagem sobre o assunto na página 40. 60 Congresso Jovem Ecumênico Paiva Netto exalta a Cidadania Solidária 70 Opinião — Meio Ambiente O paraíso verde 84 Espírito e Ciência A ciência e a possibilidade dos universos paralelos BOA VONTADE |
  • 6. Cartas, e-mails e literatura Texto e foto: Simone Barreto O livro Nossas câmeras são seus olhos, do jornalista Fernando Barbosa Lima, Presidente do Conselho da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), traz à discussão a importância da TV e seu papel de elevar o nível cultural do Povo brasileiro. A obra, que vem acompanhada de um DVD e foi lançada em junho, tem também como um de seus pontos altos mostrar a passagem do autor, um ícone intelectual da televisão brasileira, por essa mídia e as histórias das pessoas com quem conviveu, a exemplo do jornalista Villas-Bôas Corrêa, do colunista social Ibrahim Sued, do cineasta Glauber Rocha, entre outras personalidades. Fernando foi o criador de mais de cem programas televisivos, como Preto no Branco e o sempre lembrado Jornal de Fernando Barbosa Lima Vanguarda. Agora ele conta a experiência na TV e apresenta suas reflexões sobre o veículo que foi a principal fonte de informação do século XX. Durante a noite de autógrafos na capital fluminense, representantes da Legião da Boa Vontade levaram o abraço cordial do dirigente da Instituição e o autor pôde relembrar, na ocasião, a antiga amizade que unia Paiva Netto e seu pai, o saudoso Presidente da ABI, Barbosa Lima Sobrinho, considerado o decano dos jornalistas. Em um dos exemplares do livro, escreveu: “Dr. Paiva Netto, com admiração, um abraço do Fernando”. Abrind Dona Canô, a matriarca dos Vellosos, enaltece a BOA VONTADE o o Co ração Souza 28 | BOA VON TADE | BOA VONTADE l Nizete A querida Dona Canô, que em setembro celebra um século de vida, teve um pouco dessa trajetória de grandes lições contada na última edição da revista BOA VONTADE, a de número 218. A matriarca dos Vellosos elogiou a publicação e destacou aos representantes da LBV, que estiveram com ela no início de agosto, o fato de a reportagem não ter omitido, nem acrescentado, nada além do que disse na entrevista. Na ocasião, a ilustre moradora de Santo Amaro da Purificação/BA Um s c recebeu ainda a visita de Dona Orquídea de Jesus Monteiro que, ao saber da presença dos granédulo de es liçõ Legionários em sua casa, logo afirmou: “Eu colaboro com a LBV!” Dona Canô completou, es exclamando: “Eu também! É a única que ajudo, porque já visitei e conheço”. I níc io Leila Marco mundo do séc ulo des XX o avi ão inv lumbra-se : o ent sil com (1873- eir o Sa ado pelo tendo nto bra vez alç1932), que s Du mo em alg apenas del e fot ogr a vôo com pela prime nt ou em uns períod se ausent de gra afi a col ori o 14 Bis ira ado ocasiõ os acomp es esp de sua vid (1862- ças a Au da é rea , a lid gens anhava os eciais, qua a guste e sho ge com1954), e ndo filhos Lumi ao em via E foi ws. Braqu Picasso Cubismo ère lia, na no velho sur(18 cas Brasil, e (1882-196 81-197 cid Recôn ade de San arão da fam a Eco 3). Aq 3) e com cavo íto Am nomia ui, no da BO a Ba sofre A VO iano, que aro, no da sup crise caf aba eei com dona NTADE se a equipe equaci erproduçã ra, por cau lo Canô vista. encont o, sa para tervenç onado em o que é rou est anos, Prestes a log comple a entreÉ nes ão do gov virtude da o ela fez da fam te erno tar 100 uma brasile inmaior cenário, ília retr que ia dis ma rca e de aconte ospectiva de sete de nós, que tante par iro. dois ram ciment íco a Viann mbro de 190 nasce, em a a compos nes baiano bio gra fia os Foto em fam a Caetano Canô, Telles Vel 7, Claudi 16 ília. ono intérpr itor Caeta s, o can de , Beth Em sent apelido loso, ido horá ânia, tor e menin ete Ma no ou don r Dona que o Canô rio, os filho ria Be Veloso e Seg o seu que não sourecebeu de a e Clar s Nici a hoj thânia a. foi um undo ela, nome. nha, um . e est a Irene, Santo A cid be pronun ariam Rodrigo e aco lugar esp cidade sem Am ciar para , Mab lhedor ecial, bem quilôm aro da ade de ori pre ir à el, Rob Pur gem, meu erto, Em 7 faculdade apreciado marid . “Nasci, tranqüilo hoje etros de Sal ificação, ”. s dele o o de a “O me e a min é daqui, me criei, casa-se com jan eir triarca local esc vador, é ain 85 o de u ma fância a fam ha tam o gra dos Vel olhido Jos ior org 193 , pela da losos meus 15 ano as lembra bém”. Da ília con nde amor é Telles Vel 1, maulho para heceu da vid nças, filhos loso, é Dona residir Usina s, são as dos 7 in- mum. graças a del serem Canô , ma a, a mim unido , a ma festas Passagem is caras: aos uma “Ele era a amigo em que ainda Vellos s triarca “Na , baile , que um bom pessoa cohoje, os, rev de dra pro com a dos mesm ela com mas e pastoril, um movia conta da maravilho marido, aos 100 posiç o nhas, família comédi sa, tom o che retrato irmã, ão qu anos rapaze ocupa mã ava gar as com tod e a freq acredi no Am m, pri moci- sobrinhos e, cunhad a dele, da üentei. s. E desde tando or, na ncipa uma os 7 ano A min tos) mu . Foram os, parent Bethâ União lment ma em De es, s ito bem 53 ano nia e e e na Fé pessoa ravilha, ha infânci us. Caeta Lo s -viv bri a Isso é no. vida l era muito ncávam foi me go vieram idos”. (junira foi muito os, o muito uni os filh Eu bom! par os, a Desse boa até do, foi um geme priSe eu a ano a a família nice (ou períod 15 ano lidade, r, daqu Nic s”. ), um o s, que i a po a menin inha dament na época, realça a ado chega uco qua- seis biológ taram. todo Depoi a de 3 dona al, em que do ensino Maria icos: mund fun Ca união Clara s mais o. A de apr nô teve , por exemp - ficou Isabel é a me a conhec (ou Mabel Maria, lhor coi piano. end er fra oportunid lo, cas do mu ida , com a), ncê ade sa ndo.” Havia “Eram pro s e a toc tano Rodrigo, a escritora o da zes, umduas escolafessores bon ar dos e Maria Be Roberto, Vel Soares a do Pa s para rap s. recebe losos, rico thânia. E Cae- lhõ dre o estudou, onde o Zec Monse a- Irene. ria em seu em amor, Lar hoj es e amigo nhor ainda e. Tin s, seio E doi , com pad a (seu esp a caç na cid ham bas como são res por oso s ula ade, Sacram colégios tugues ) Uma nossa mas tantes am até para todos igo cas Araújo entinas e moças es. entre casa ale dentro s Dona a”. os irm gre e a da ravam . Eram esc de dona Co: a Canô parce e Be ãos A mã ola con pra faz ra thâ ria er qua s que prepa- em núm e diz que tuíam nia desde ta que Cae lquer tan ero de , mesmo gra exame “Toda o futuro que pequenos o , mu ndes traves oito, não sendo hor inos esp ita ale suras, havia ser artista a eles bri erava. nca gri a: ma “E ram s, sim, tista não ’. E eu diz vam: ‘Vo u é brinqu ia: ‘Se lhe bri nca r ar- voc retrucavam edo!’” . Ao ê vai ver!”. : “Você vai que ver, o pessoa Tribuna da Imprensa As comemorações de 100 anos da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) — que se completam em abril de 2008 — já movimentam toda a classe. O renomado Presidente da Casa do Jornalista, Maurício Azêdo, encaminhou missiva ao seu amigo José de Paiva Netto, convidando-o, e também à Legião da Boa Vontade, para aderir e participar da série de eventos que marcará a data: “Ilustre Doutor José de Paiva Netto, “É com especial orgulho que informamos a Vossa Senhoria que esta Associação Brasileira de Imprensa, conhecida nacionalmente pela histórica sigla ABI, vai completar em 7 de abril de 2008 o seu centenário, acontecimento da maior significação para a comunidade jornalística, por expressar a continuidade por todo um século da mais antiga instituição de imprensa do País. “Para festejar com as devidas galas fato tão marcante de sua existência, a ABI concebeu uma série de eventos, alguns dos quais programados para este ano de 2007, declarado o Ano Inaugural do Centenário desta Casa do Jornalista, e outros para a efetivação em 2008. Essa programação está sendo organizada por uma Comissão Executiva, sob a chancela de uma Comissão de Honra presidida pelo arquiteto Oscar Niemeyer, sócio da ABI desde 1953, quando editava e dirigia a revista Módulo, especializada em arquitetura e questões culturais. “A ABI se sentirá distinguida e homenageada se contar com a adesão e a participação dessa renomada instituição em programação mencionada (...). “No ensejo, digno Dr. José de Paiva Netto, apresentamos as expressões do nosso elevado apreço e justificada admiração”. Nossas câmeras são seus olhos, por Fernando Barbosa Lima Arquiv Centenário da ABI @ BOA VON TADE | 29
  • 7. Daniel Trevisan Roberta Assis Moacir Japiassu lança Carta a uma paixão definitiva Marta Trigueiro e Leilla Tonin O jornalista e escritor Moacir Japiassu lançou recentemente, na capital paulista, o livro Carta a uma paixão definitiva. Tendo o amor como tema central, o trabalho é repleto de crônicas escritas por ele no suplemento “Modo de Vida”, do Jornal da Tarde, de São Paulo, entre 1986 e 1989. “Elas refletem os diversos aspectos da vida contraditória daqueles anos de redemocratização, mas num sentido universal, próprio dos alcançados pelos grandes cronistas. Dividida em cinco campos temáticos, a obra é para ser lida com o frescor dos textos contemporâneos, mas que também conduzem os leitores a uma divertida viagem por momentos importantes de nossa recente história”, afirmou Japiassu. O jornalista falou de sua amizade pelo DiretorPresidente da LBV: “Ele é uma figura exemplar, maravilhosa, adoro ele! Se no Brasil tivéssemos alguns homens como o Paiva, isso aqui seria diferente”. E ainda dedicou-lhe o novo título, com as seguintes palavras: “Ao consideradíssimo amigo e mestre Irmão Paiva, com aquele abração do Moacir Japiassu”. Rubens Ewald Filho e Nilu Lebert Culinária e Cinema Leilla Tonin O tema gastronomia é a base do livro O cinema vai à mesa — Histórias e Receitas, escrito pelo crítico de cinema Rubens Ewald Filho e pela jornalista Nilu Lebert. O enredo da obra foi elaborado após uma pesquisa que resultou na escolha de 27 filmes, nos quais, em boa parte do tempo, os personagens encenavam seus papéis à volta de uma mesa, em almoços, jantares, ou mesmo “beliscando” doces e salgados. Para recriar esses pratos, que literalmente “enchem os olhos”, os autores solicitaram a colaboração de 20 chefs para trazer aos leitores as receitas das telonas e, com elas, oferecer um pouco mais da cultura de países como a França, o Japão, a Itália e o Brasil. Além disso, há comentários sobre todos os trabalhos cinematográficos. Amigos, parentes, leitores e personalidades estiveram presentes ao lançamento, oportunidade em que os escritores deixaram as seguintes dedicatórias: “Ao amigo José de Paiva Netto, para unir o prazer do cinema com o da boa mesa! Bom apetite! Rubens Ewald Filho”.  “Um grande abraço, Nilu Lebert”. da LBV. Isso faz muito bem ao meu “A leitura da revista BOA VON- Espírito e, como acredito, ao Espírito TADE, como aliás acontece com de tantos quantos desfrutam da opormuitas outras realizações da LBV, tunidade de ler os artigos, as reportame proporciona sempre instantes de gens, os depoimentos inseridos cada encantamento. Habituei-me a ver mês na publicação. Todos os aspectos projetada nas páginas da publicação a edificantes do trabalho da LBV, em mensagem ecumênica e humanística favor da construção humana, estão Ecumênica e humanística Mônica Mendes Japiassu com a sua simpática esposa, a também jornalista Marcia Lobo, e a assessora de comunicação da LBV, Marta Trigueiro. muito bem realçados nos textos e ilustrações trazidos à nossa apreciação como leitores.” (Dr. César Vanucci, jornalista e Secretário Municipal de Abastecimento, de Belo Horizonte/MG). BOA VONTADE |
  • 8. Cartas, e-mails e literatura @ Jornalista Ricardo Viveiros emociona-se com o trabalho da LBV Agnaldo Timóteo: maravilhosa revista BOA VONTADE “Com alegria vejo a edição no 218 da maravilhosa revista BOA VONTADE, até porque, além das matérias extraordinárias envolvendo pessoas muito especiais na minha vida, como Ziraldo e José Carlos Araújo, no seu bojo estão também matérias com Dona Canô e sobre a Afrobras. Evidentemente me assusta um pouco a velocidade com que passou o tempo, afinal, o que é feito hoje por Paiva Netto, acompanho desde 1961, através da Rádio Mundial, instalada na Av. Rio Branco, onde hoje se encontra um enorme edifício comercial. “Lá se vão 46 anos desde que a conheci, e a LBV (...) continua desempenhando com a mesma determinação o seu importantíssimo projeto social. Parabéns e boa sorte!” (Agnaldo Timóteo, Vereador e cantor) O jornalista e escritor carioca Ricardo Viveiros tem 41 anos na área de comunicação, com passagem pelos mais importantes jornais, revistas, emissoras de rádio e televisão do Brasil e do Exterior. Recentemente, Viveiros recebeu homenagem do Coral Ecumênico Infantil LBV pelo trabalho que desempenha à frente da Oficina de Comunicação, fundada por ele há 20 anos, prestando assessoria de imprensa a organizações do Terceiro Setor. Na ocasião, afirmou: “Outro dia saiu um assunto (entre os amigos) sobre a Legião da Boa Vontade e eu comentei que sou uma pessoa cuidada e beneficiada pela LBV. As pessoas acharam isso muito estranho, começaram a se olhar, questionando: ‘Como é isso? Você foi menino carente, estudou lá na Legião?’ Eu disse que não; sou uma pessoa de berço, bem-sucedida, mas, diariamente, a cada segundo, sou beneficiado quando ela cuida de uma criança pobre e a transforma em cidadão. (...) Clayton Ferreira Cida Linares Roberta Assis Viveiros lê a revista Globalização do Amor Fraterno. Por isso, o rico, o político famoso e o empresário exitoso são também grandes beneficiados pela Legião da Boa Vontade. (...) Ao salvar vidas, respeitar os direitos, dar qualidade de vida, oportunidade ao mal-sucedido, ela não só promove a igualdade social como tira um problema da sociedade, resgatando e protegendo-a. Um menino que poderia ser bandido se torna um cidadão honesto e cresce bem-sucedido por causa do trabalho da LBV. (...) Tem histórias assim dentro da Legião, de pessoas que foram alunos e hoje são grandes empresários e dão emprego, ajudando e promovendo a Paz, o respeito, a dignidade, a ética”, destacou. Na próxima edição da BOA VON­TADE, confira a entrevista completa de Ricardo Viveiros sobre sua história de vida e carreira profissional. Cultura e tradições da Alemanha em evidência Gostaríamos de expressar a nossa gratidão à Fundação José de Paiva Netto e seus meios de comunicação (Super Rede Boa Vontade de Rádio, Rede Mundial de Televisão e revista BOA VONTADE) pela divulgação, no programa Arte na Tela, da cultura e das tradições da Alemanha. (Friedrich Prot von Kunow, Embaixador da República Federal da Alemanha no Brasil — Brasília/DF) | BOA VONTADE
  • 9. Fotos: Vinícius Ramão Dr. Paulo Pimentel discursa durante homenagem que parou a redação do jornal O Estado do Paraná 56o aniversário de O Estado do Paraná Aplaudindo a homenagem, da esquerda para a direita, Rosana Serri e Claudemar Ferreira, da LBV; o Dr. Paulo Pimentel; sr. Mussa José Assis; e Renata Pimentel Slaviero, Diretora Administrativa do Grupo. quadro apresentando as atividades realizadas no Centro de Educação Infantil da Legião da Boa Vontade, em Curitiba/PR. “É emocionante essas crianças cantando, com emoção, é magnífico! O jornal está superfeliz pela lembrança. A Legião da Boa Vontade veio aqui nos dar essa alegria imensa. Por isso homenageamos, juntos, o jornal O Estado do Paraná”, afirmou Pimentel. O gesto dos pequenos cantores também foi colocado em relevo pelo sr. Mussa. “A presença do Coral da LBV aqui na redação do jornal ofereceu um sentido todo especial para essa festa que a gente comemora trabalhando. Entre as mensagens que o jornal recebeu de vários locais, esta foi a mais bonita, uma mensagem humana com a presença das crianças cantando aqui, o que Esporte em alta na BOA VONTADE “Vocês estão de parabéns, não só pela beleza, mas, principalmente, pelas reportagens de excelente qualidade. A matéria sobre o Pan-americano ficou muito boa e notei que deram espaço para o Esporte como um todo e é esta esperança que podemos dar para as nossas crianças. Pa- rabéns a todos da Equipe do Lar e Parque Alziro Zarur (da LBV) pelo entusiasmo e coragem que, mais uma vez, surpreende pela qualidade do trabalho. Um grande abraço.” (Paulão, campeão olímpico pela Seleção Brasileira de Vôlei em 1992, via e-mail) deixou todo mundo feliz. Nós vemos o fruto do trabalho da LBV: crianças participando de um Coral tão bonito, transmitindo essa alegria para todos nós. É um trabalho social que não tem limite, iniciando a condução de vida dessas crianças. Parabéns ao Paiva Netto”, declarou o jornalista e diretor do jornal O Estado do Paraná. O Dr. Paulo Pimentel, ao salientar a importância dos colunistas no jornal nesses 56 anos, destacou a coluna assinada pelo dirigente da LBV: “A coluna de Paiva Netto é muito lida. Eu, principalmente, gosto muito. Leio todos os domingos e aprendo muito. E também nas entrelinhas ele manda muitas mensagens que a gente sente, uma espiritualidade que chega até nós. Então, o jornal O Estado do Paraná se engrandece com a coluna de José de Paiva Netto”. Liliane Cardoso O jornal O Estado do Paraná comemorou, em 17 de julho, 56 anos de fundação. O Coral Ecumê­ nico Infantil LBV foi à redação do periódico e homenageou diretores e equipe, em especial, o Dr. Paulo Pimentel, Presidente do Grupo Paulo Pimentel, e o Diretor do jornal, sr. Mussa José Assis. Na ocasião, ambos receberam um
  • 10. Cartas, e-mails e literatura Roberta Assis Com o destaque “Time com jogadores de até 17 anos dá um show”, o Diário de S.Paulo publicou, em 7 de agosto, matéria sobre a participação da equipe de futsal da Legião da Boa Vontade nos Jogos da Cidade — Subprefeitura Casa Verde. A nota dá ênfase para as habilidades dos alunos do Instituto de Educação José de Paiva Netto, da LBV, que, apesar de serem mais novos — a média de idade é inferior a 17 contra os 23 anos de média do time adversário —, conseguiram um bom resultado: vencer por 4x3, de virada, os favoritos na competição, Gobbi Santos. Na primeira etapa dos Jogos, em sua fase regional, todos os times das subprefeituras de São Paulo disputam vagas na semifinal em setembro. A final do campeonato está marcada para dezembro deste ano. Os meninos participam de atividades do programa Esporte é Vida! e o professor de Educação Física Michel Isse Neto é quem acompanha as aulas de futsal, duas vezes por semana. As equipes são separadas em três modalidades: futsal masculino, vôlei feminino e atletismo. O objetivo é, além da preparação física, despertar o prazer pela prática esportiva e competir nas modalidades de forma saudável. 10 | BOA VONTADE Boas receitas culinárias e de vida Clayton Ferreira Diário de S. Paulo noticia time de futsal da LBV @ Leilla Tonin Lila Covas — Histórias e receitas de uma vida é o resultado interessante de misturar anotações culinárias e o bom relacionamento em família. A idéia surgiu quando a jornalista Luci Molina começou a reunir material para um livro de culinária tradicional com dona Lila Covas, viúva do ex-Governador de São Paulo, Mário Covas. Só que a cada encontro com a jornalista, dona Lila ia rememorando para as anotações de suas melhores receitas um momento especial em que aquele prato foi preparado, mostrando a presença de uma mulher forte e amável no dia-a-dia de um dos mais importantes nomes da política brasileira. E mesclando esses ingredientes de emoção e paladar foi surgindo a obra, dedicada ao saudoso esposo, que ela chamava carinhosamente de Zuza, e também a todos que queiram uma convivência mais amorosa e solidária no âmbito familiar. “Na verdade, a Legião da Boa Vontade faz isso e ensina para nós. A LBV já vem ensinando isso há muito tempo”, destaca dona Lila a representantes da Instituição. As autoras ainda deixaram o seguinte recado ao líder da LBV: “Para José de Paiva Netto, grande abraço. Luci Molina e Lila Covas”. Estudante de jornalismo pauta a BOA VONTADE no 200 Aneliése de Oliveira A estudante de jornalismo Maria Juliana Gomes de Oliveira, da PUC-Campinas, interior de São Paulo, ao escrever uma matéria para a revista on-line Portal Imprensa (www.portalimprensa.uol.com.br) sobre o aquecimento global e as suas conseqüências para o mundo todo, abordou a reportagem da revista BOA VONTADE, edição 200, que traz em destaque o artigo do jorna- lista e escritor Paiva Netto intitulado “Cuidado, estamos respirando a morte”. Em seu texto, a estudante ressalta a pesquisa que a BOA VONTADE realizou sobre o alerta da comunidade científica do caos que o Planeta Terra está enfrentando com o efeito estufa e os graves problemas previstos para o ano de 2050.
  • 11. Jonas Rezende: Revista atraente e de forte conteúdo Revista Globalização do Amor Fraterno, da LBV, com destaque internacional Rodrigo Oliveira Globalizaç ão do Am 57- anos or Fraterno Publicação especial da Legião da par ticipante Boa Vontade s do High-Lev dirigida aos el Segmen t 2007, do PaLa is dEs Ecosoc (ON Nati ONs U). • GENE Bra • sUíç a • dE 2 a 5 dE jULh O Arquivo pessoal João Periotto A mensagem ecumêtante sobre as iniciativas da nica da Globalização do Instituição. Amor Fraterno (disponíLeitores brasileiros vel em português, frantambém destacam a cês, inglês e esperanto), entregue pela Legião da Diane Williams publicação De São Paulo/SP, a leiBoa Vontade a chefes de Estado e demais delegações tora Joanice Barbosa Parmegiani presentes no High-Level Segment escreve: “Ao trabalhar em coo2007, na sede da ONU, em Gene- peração com a Organização das bra (Suíça), de 2 a 5 de julho, tem Nações Unidas (ONU), a Legião ganhado destaque e repercussão da Boa Vontade estende sua força internacional. Exemplo disso de Solidariedade para o Planeta é o que narra Diane Williams, e, certamente, não temos nenhuma Presidente Emérita do Comitê de dúvida disso. O exemplo de trabalho Espiritualidade, Valores e Interes- de Paiva Netto reverbera e contagia ses Globais nas Nações Unidas, organizações e pessoas pelo mundo em um e-mail encaminhado ao inteiro, pois a chama do Amor benerepresentante da LBV na ONU, volente e altruísta da LBV entra nas mentes e corações, principalmente Danilo Parmegiani. Admiradora da Instituição, daqueles que pelo mundo afora busela fala sobre o encontro que teve cam a transformação social com o com seu amigo suíço Rudolf desejo de ver o fim das injustiças”. Outra leitora, Celina de Freitas Schneider, participante do evento internacional em Genebra. Para Ribeiro, do Rio de Janeiro/RJ, surpresa de Diane, ele citou o recomenda a publicação: “Esse tratrabalho da LBV, de que tomou tado do jornalista Paiva Netto está conhecimento na oportunidade, formidável! Destaco um subtítulo: por meio da revista Globalização ‘Educação Básica de Qualidade do Amor Fraterno (inglês). Em para Todos’, na qual ele ensina com seu relato, Diane escreve que Espiritualidade Ecumênica, planRudolf se mostrou impressiona- tando essa semente nos corações, do pelas realizações da Legião para que saibamos o caminho certo da Boa Von­tade, e inclusive a seguir. Essa educação ensinada apresentou a publicação para por ele é um exemplo para o mundo Diane, com quem conversou bas- inteiro!” O respeitável Pastor e escritor Jonas Rezende, que se recupera de uma cirurgia na coluna, recebeu os votos de breve restabelecimento dos representantes da LBV. Simpático como sempre, agradeceu o carinho e a atenção de todos da Obra, especialmente de seu líder e velho amigo, Paiva Netto, ressaltando que aprecia muito tudo o que o dirigente da LBV prega, faz e escreve. Logo que esteja recuperado, visitará o Lar da LBV para Melhor Idade, em Volta Redonda/RJ, e comentou: “A revista BOA VONTADE está muito atraente na apresentação e forte em seu conteúdo”. Atualmente, Jonas Rezende é Pastor Emérito da Igreja Cristã de Ipanema/RJ, professor da Faculdade Brasileira de Ciências Jurídicas (Suesc), na área de Sociologia, e autor de vários livros. SAIBA MAIS: Leia a repercussão do High-Level Segment 2007 na página 40 desta edição. BOA VONTADE | 11
  • 12. Cartas, e-mails e literatura Visando à conscientização sobre a efetividade da atuação das fundações e o trabalho que realizam no âmbito do Terceiro Setor, o 3o Encontro Paulista de Fundações, promovido pela Associação Paulista de Fundações (APF), apresentará subsídios para orientação, esclarecimento de dúvidas e encaminhamento de sugestões relativas ao tema. O encontro será realizado em 1o de setembro, das 7h30 às 17 horas, no Colégio Rio Branco/Fundação de Rotarianos de São Paulo (Av. Higienópolis, 996 – 3o andar). O tema central será “A efetividade da atuação das Fundações”. Nos últimos dois anos, o evento discutiu a conceituação dessas instituições, atividades a que se dedicam e problemas que enfrentam, além de conscientizá-las a respeito do verdadeiro papel que exercem. Trata-se de uma ótima ocasião para fortalecer suas representatividades diante dos poderes públicos, sociedade e meios de comunicação. Nesta 3a edição, a abertura ficará por conta da presidente da Associação Paulista de Fundações e da Confederação Brasileira de Fundações, Dora Sílvia Cunha Bueno, e do Curador de Fundações de São Paulo, Dr. Airton Grazzioli. Inscrição e outras informações pelo tel.: (11) 3675-5444. 12 | BOA VONTADE Jornalista e escritor Joel Silveira morre aos 88 anos no Rio Divulgação Faleceu, no dia 14 de agosto, aos 88 anos, o escritor e jornalista Joel Silveira. Sofria de câncer na próstata e morreu enquanto dormia, em sua casa, no Rio de Janeiro. Segundo sua filha Elisabeth Silveira, 61, “ele foi em paz, como merecia”. Um dos mais importantes jornalistas do Brasil, Silveira foi repórter especial, correspondente de guerra e lançou cerca de 40 livros em mais de 60 anos de carreira. Nascido em 1918, na cidade de Lagarto/SE, começou a trabalhar em um jornal local. Mudou-se para o Rio aos 19 anos e atuou em grandes publicações, como O Cruzeiro, Diretrizes, Última Hora, O Estado de S. Paulo, Correio da Manhã e a revista Manchete. Silveira ganhou da Academia Brasileira de Letras (ABL) o prêmio Machado de Assis pelo conjunto de sua obra. Em 2001, concorreu a uma vaga na entidade para a cadeira de Jorge Amado (1912-2001), que morreu naquele ano. Ganhou também os prêmios Líbero Badaró e Jabuti. A Legião da Boa Vontade solidariza-se com a família do jornalista Joel Silveira, dedicando-lhe os mais nobres sentimentos, na certeza de que, como ensina Paiva Netto, “os mortos não morrem”. Newton Rossi, o poeta que amou Brasília O poeta e jornalista Newton Egydio Rossi (1926-2007) faleceu, no último 26 de agosto, em Brasília/DF, a terra que este mineiro de Ouro Fino escolheu para viver desde que chegou nela, em 1o de janeiro de 1960, vindo a convite do então Presidente da República, Juscelino Kubitschek, do qual se tornou amigo quando residia em Belo Horizonte. Lá, no coração do Brasil, este amigo de longa data da Legião da Boa Vontade e de seu dirigente escreveu livros e prosas, alguns com tamanha afinidade com os ideais da Instituição, a exemplo da Oração dos que não sabem rezar, traduzida para mais de dez idiomas, que Paiva Netto, com a gentil anuência do autor, publicou em seu livro Ao Coração de Deus — Coletânea Ecumênica de Orações. Rossi também era Conselheiro da Ordem do Mérito da Fraternidade Ecumênica, láurea do ParlaMundi da LBV que agracia pessoas e instituições que se destacam pela Solidariedade. A Editora Elevação o homenageará levando o livro Trovas escolhidas, que o poeta lançou por ela, para a 26a Feira do Livro de Brasília, que se realiza de 31 de agosto a 9 de setembro próximo. Ao Espírito eterno de Newton Rossi as melhores vibrações de Paz e Amor da LBV e de todos os Legionários da Boa Vontade. Sentimentos esses extensivos a todos os seus queridos familiares — especialmente aos filhos Márcia, Wagner e Gleno e à esposa, Ninon Teixeira Rossi. Fernando Franco Evento em SP debate trabalho e objetivo das fundações no Brasil @
  • 13. Para Secretária de Cultura do RS, BOA VONTADE multiplica saberes Lucian Fagundes Clayton Ferreira U ma das leitoras assíduas da BOA VONTADE, a jornalista Mônica Leal, Secretária Estadual de Cultura do Rio Grande do Sul, assim se expressou a respeito da revista: “(...) Tenho uma admiração muito grande pelo trabalho de vocês, e, como jornalista, sempre que leio esse veículo (revista BOA VONTADE), tenho olhos muito críticos, porque a gente tem essa formação. Analiso o projeto gráfico, o editorial e a variedade de matérias. Realmente, vocês estão de parabéns, pois alcançam desde o cidadão comum, a dona de casa, ao profissional que tem mestrado, doutorado, principalmente pela forma simples e objetiva com que os temas são apresentados, porque o cidadão pode não entender de um determinado assunto, mas se é colocado com clareza, ele não só passa a entender como se torna multiplicador daquela idéia, que defende e divulga. Isso é muito importante na comunicação, é o objetivo final. (...) Como vereadora, sempre tive o prazer de receber a BOA VONTADE e era a que ficava na minha mesa. Passava dias lendo, porque são assuntos profundos, tão bem colocados, que não podemos, de maneira alguma, apenas folhear”. Mônica também acompanha as atividades da LBV de perto e, no início de julho, visitou o Instituto de Educação da Obra, na capital paulista. Àquela altura comentou: “Por mais que tentasse em palavras exteriorizar o que senti nesse Mônica Leal participa de atividades lúdicas na Escola da LBV em São Paulo (acima). No Sul, é recebida pelos integrantes do grupo Raízes do Rio Grande, da LBV. complexo cultural, eu não conseguiria. O trabalho de profissionais voltados única e exclusivamente para formar o Ser Humano em um todo é algo que anima, é nossa responsabilidade. Quanto mais próximas as crianças e jovens estiverem da Cultura, da Educação, desse cuidado com a família, mais distantes estarão da violência e do aumento da criminalidade”. A titular da pasta da Cultura concluiu o raciocínio incentivando outros a conhecerem também as ações da LBV: “Saio daqui gratificada, valeu a pena ter vindo a São Paulo. Vocês ganharam, não só uma torcedora, mas uma voluntária nessa causa maravilhosa que é a Legião da Boa Vontade. Quero deixar o meu abraço carinhoso a Paiva Netto. Foi a melhor coisa que fiz nos últimos tempos na minha caminhada política. Ver coisas boas, o lado positivo, é saber que podemos ter cidadãos por completo”, finaliza. Algum tempo depois, no dia 10 de agosto, Mônica conheceu ainda o Centro Comunitário e Educacional da capital gaúcha e o Lar e Parque Alziro Zarur, localizado na cidade de Glorinha/RS, quando foi presenteada com um distintivo da LBV. “É como ser um soldado da Solidariedade da Legião da Boa Vontade, um agente multiplicador, porque é possível fazer, está aqui o modelo. (...) Nós vivemos hoje em dia uma carência de liderança, e Paiva Netto é um líder positivo”, concluiu. BOA VONTADE | 13
  • 14. Daniel Trevisan Acontece em São Paulo Quinze alunos e um FUTURO DE OURO A jovem e vitoriosa delegação de caratê da escola da LBV, com as 25 medalhas conquistadas em torneio em SP. No alto, ao centro da foto, o professor Paulo Tadeu de Souza. mesmo sonho no Esporte O Instituto de Educação José de Paiva Netto, escola-modelo da Legião da Boa Vontade (LBV) na capital paulista, oferece, duas vezes por semana, aulas de caratê aos alunos de 3 a 14 anos. Na sua maioria, são crianças provenientes de famílias que não têm renda suficiente para comprar material escolar, quanto mais pagar por aulas de outra modalidade desportiva. No Conjunto Educacional da Obra (que inclui a Supercreche Jesus), a arte marcial japonesa integra a grade curricular das turmas da Educação Infantil ao Ensino Médio, desenvolvendo a pioneira Campanha LBV — Esporte é Vida, não violência! Atualmente, são 217 crianças treinando. O caratê ajuda na busca pela disciplina 14 | BOA VONTADE Natália Lombardi e pelo equilíbrio da mente e do corpo. Seus praticantes dizem que esta arte auxilia no autocontrole e na contribuição pessoal para harmonização do meio onde vivem. Apesar de ser uma luta, os mestres sempre ponderam e dizem que o objetivo principal é conter e controlar o espírito de agressão. No mês de maio, 15 alunos da escola da LBV foram selecionados para participar no I Torneio CAY de Graças ao suporte da Legião da Boa Vontade, jovens de todo o Brasil ganham diversas medalhas nas mais variadas modalidades esportivas. Caratê Shito-kai e Zenbu-Kai, no bairro do Ipiranga, em São Paulo/ SP. O evento, promovido pela Organização Zenbu-Kai em parceria com a Associação Shito-kai, contou com a participação de mais de 100 atletas. A grande concorrência não atrapalhou a concentração da garotada da LBV, que levou para casa a alegria de ter integrado uma grande competição e conquistado 25 medalhas — sendo sete de ouro, oito de prata e dez de bronze. Nenhum competidor da Instituição deixou o ginásio de mãos vazias. Os meninos e meninas do Instituto de Educação José de Paiva Netto competiram em duas modalidades: kata livre (apresentação dos golpes de defesa e ataque sem a presença do adversário no tatame) e luta.
  • 15. Arquivo pessoal Opinião Esportiva José Carlos Araújo (comunicador esportivo da Rádio Globo do Rio de Janeiro/RJ), especial para a BOA VONTADE. Depois do Pan do Rio, Olimpíadas de Pequim A participação brasileira nos Jogos Pan-americanos do Rio foi um sucesso. Nossos atletas bateram recordes de medalhas e mostraram que estão em franca ascensão. Subimos ao pódio em esportes nos quais nunca nos destacamos. Jamais, em Pan-americanos anteriores, ouvimos o Hino Nacional ser executado tantas vezes. Nunca a bandeira brasileira foi tantas vezes içada ao ponto mais alto, reservado aos vencedores, aos grandes campeões. Temos muito a agradecer aos atletas por todo o empenho, pela garra fantástica com que se entregaram às competições, pelas alegrias que nos proporcionaram a cada vitória, a cada pódio. Cada vez que um deles recebia uma medalha era como se cada brasileiro fosse condecorado junto. Nossos atletas nos encheram de orgulho. Despertaram na população a alegria de ser brasileira, de cantar o Hino Nacional, de vestir o verdee-amarelo e carregar a bandeira do País para mostrar ao mundo que o Brasil é uma pátria amada. Apesar disso tudo, temos de manter os pés no chão e conviver com a realidade. Vamos sonhar, sim, mas sem deixar que o sonho nos impeça de enxergar o real. Não podemos nos iludir — como já apregoam alguns — que vamos para Pequim para repetir nas Olimpíadas a enxurrada de medalhas conquistadas no Rio de Janeiro/RJ. Jogos Pan-americanos são uma coisa, e Olimpíadas, outra. São competições diferentes em suas abrangências. Nas Olimpíadas, vamos enfrentar atletas do mundo inteiro, enquanto o Pan é uma competição restrita ao continente americano. Não que isso desmereça as medalhas brilhantemente arrebatadas pelos nossos atletas no Pan do Rio. Muito pelo contrário, elas foram justas e transpareceram a evolução brasileira em todos os esportes, inclusive naqueles em que não temos tradição. Apenas, como frisei, temos de ser realistas e antever que, nas Olimpíadas de Pequim, as dificuldades serão muito maiores. Estaremos competindo com os melhores do mundo todo e não apenas com os melhores das Américas. Não podemos achar que, depois do sucesso no Pan do Rio, estamos prontos para as Olimpíadas de Pequim. Nada disso. Temos de nos preparar muito mais, com um empenho bem superior ao de agora. Precisamos, acima de tudo, apoiar e dar condições de treinamento adequado aos nossos atletas. Não basta cobrar deles medalhas e mais medalhas. Primeiro, precisamos dar estrutura. Porque eles já mostraram do que são capazes. Se tiverem apoio de todos, especialmente dos governos em todos os níveis, Pan-americanos, Mundiais e Olimpíadas serão sempre uma rotineira chuva de medalhas para o Brasil. BOA VONTADE | 15
  • 16. Teatro Às vésperas de completar 80 anos, Laura Cardoso está cheia de vida e no auge do talento Laura de muitas mídias 16 | BOA VONTADE
  • 17. “O Juliana Bortolin e Leilla Tonin Fotos: Divulgação TV Globo palco é onde os deuses me abençoam”, diz Laura Cardoso, uma das maiores referências do teatro brasileiro. São mais de 60 anos de profissão, nos quais se pode contabilizar cerca de 90 trabalhos, entre filmes, novelas e peças de teatro. Em entrevista exclusiva à BOA VONTADE, contou um pouco da sua trajetória vitoriosa. Nascida em 13 de setembro de 1927, Laura, ou melhor, Laurinda de Jesus Cardoso Balleroni, desde tenra idade mostrava um profundo interesse pela arte. “Sempre gostei de representar. As paixões que se tem pela música, pelo teatro ou pela dança já nascem com a gente e, em certa época da vida, cedo, acredito, elas se manifestam. Desde pequenininha gostava muito de declamar, de ler alto para as pessoas ouvirem. Era uma coisa que me dava prazer e dá até hoje”, revela. A atriz também sempre teve um grande amor pela independência: “Leio muito, adoro cinema, sair. Não gosto de casa, de ficar fechada, presa. Tenho este sentimento de liberdade desde pequena. Não sou dona de casa, até acho maravilhoso quem é, mas não sou. Prefiro a rua”. Laura brinca que, como boa intérprete, soube algumas vezes se valer da aparência frágil: “Às vezes dou até uma enganada. Falam: ‘Ah, ela tem uma carinha...’, mas sou de temperamento forte, mesmo! Um ator tem várias facetas: ele sabe usar, quando precisa, do temperamento forte ao mais suave”. O fato de não ter sido uma mãe tão presente a fez compensar como avó e, agora, com o mais novo membro da família. “Sou bisavó do Fernando, que é maravilhoso. Sempre falo que ele é meu último amor. Depois dele, ninguém.” Início da carreira A brilhante caminhada desta dama do teatro teve início no porque ensina a falar, flexionar, fazer com que o ouvinte imagine, fantasie”, explica a atriz que, na seqüência, faz uma recomendação: “Todo ator deveria passar uma temporada no rádio. Fiz um teste na Cosmos, que hoje é Rádio América, e fui aprovada. No dia seguinte, comecei no radioteatro ao vivo”. Em 1950, um novo meio de comunicação chegava ao Brasil: “Posso representar até no meio da rua, mas faço questão de que o texto seja bom, a direção seja maravilhosa e o elenco seja super. Essas coisas me fazem aceitar um personagem ou uma peça. Sempre me baseei no padrão de qualidade e não no de quantidade.” rádio. Seu nome artístico, Laura, surgiu de uma necessidade sonora, assim que entrou para o meio, pois Laurinda não teria bom impacto para os ouvintes. “O nome tem de ter sonoridade e ser simpático a quem ouve. Adoro Laurinda, porque foi meu pai quem colocou, mas, realmente, Laura é mais bonito e forte”, conta. Nos anos de 1947 e 1948 seu talento é descoberto. “Comecei em rádio e é uma coisa maravilhosa, uma grande escola, a televisão. À época, diversos atores tiveram problemas para se adaptar. A mudança, para Laura, foi mais um estímulo. “Não tive nenhuma dificuldade. Estava na Tupi Difusora de São Paulo, no Sumaré, e passei naturalmente do rádio para a TV. Lógico que era uma coisa que você devia decorar e representar de outra forma, porque o rádio, o teatro, a televisão, o cinema, todos eles têm características de representação diferentes.” Na década posterior, vários BOA VONTADE | 17
  • 18. Teatro As fotos revelam a versatilidade da atriz, desempenhando papéis de gente simples a grandes comediantes e vilãs. Pudera: são cerca de 90 trabalhos em mais de 60 anos de carreira. atores alçavam sucesso. Caso semelhante ocorreu com Laura Cardoso, que atuou em Imitando o sol (1964), sob a direção de Geraldo Vietri, consagrandose também neste meio, no qual recebeu, por diversas vezes, o prêmio de melhor atriz, a exemplo do que ocorreu no IV Festival de Cinema do Recife, no IV Festival de Cinema Brasileiro de Miami (IV Brazilian Film Festival of Miami), no Festival de Cuiabá ou quando foi indicada pela APCA — Associação dos Críticos de Arte (2000). Apesar da estreita ligação com a TV, ela admite não acompanhar 18 | BOA VONTADE o que se passa na programação diária, pela falta de tempo, e avalia a evolução do veículo no País. “Assisto pouco, quase nada, quando posso vejo filmes, documen­tários. A televisão tem coisas boas e ruins. O propósito dela era um no começo, quando chegou ao Brasil; depois, com o negócio de merchandising, do comercial, dinheiro, ela se modificou, tirou um pouco da qualidade.” Compartilhando experiências Prestes a completar 80 anos, mas com o espírito juvenil, Laura desenvolve atualmente vários workshops de interpretação com grupos jovens de teatro, com o objetivo de compartilhar, doar o que viveu em tanto tempo de trabalho. “Eles sempre buscam a experiência de quem dá a aula, o que a pessoa já passou.” Para a atriz, alguns ainda procuram os cursos da área apenas em busca de uma vitrine; para esses, faz séria advertência: “Representação é uma coisa, ser ator é outra, é dedicação, estudo, sacrifício, burilar o talento. Hoje em dia há muita facilidade de ir para a TV. Sempre digo que, quem realmente tem valor, fica 20, 30, 40, 50 anos na profissão. Agora, quem vai só para vitrine,
  • 19. frases Sonhos e lições “O jovem vem com as idéias dele, com seus sonhos, ilusões, e a gente vai com a experiência, com as lições que temos. Nós acabamos aprendendo com eles e acredito que também aprendem alguma coisa com quem está do lado de cá.” Religiosidade “Acredito em Deus, rezo todos os dias e agradeço a Ele por estar viva, por ver o sol, ver a lua, enfim, creio nessa força maior que a gente chama de Deus.” Conselho “Desejo aos jovens, que estão começando a vida em qualquer profissão, que tenham Paz, Fé, pratiquem o Bem e caminhem sempre para um lado mais claro. Que se afastem das coisas escuras, obscuras, do que é ruim. Amem sua família, seus pais, seus filhos, seus netos, enfim, que o Ser Humano ame o Ser Humano.” permanece um ano, dois e depois todo mundo esquece, ninguém sabe mais quem é. Dá um imenso prazer, mas construir algo que tenha credibilidade, um personagem que seja de verdade, dá muito trabalho”. A maturidade ensinou Laura a selecionar com cuidado suas participações: “Sou meio elitista, chata. Posso representar até no meio da rua, mas faço questão de que o texto seja bom, a direção seja maravilhosa e o elenco seja super. Essas coisas me fazem aceitar um personagem ou uma peça. Sempre me baseei no padrão de qualidade e não no de quantidade”.
  • 20. Literatura Memórias de um cronista Roberta Assis E Anotações de Ignácio sobre a própria vida 20 | BOA VONTADE Márcia Gullo de Loyola Brandão m fevereiro de 2007, a convite da Confederação Israelita do Brasil e da Embaixada de Israel no Brasil, doze escritores brasileiros viajaram juntos para participar da 23ª Feira Internacional do Livro, em Jerusalém/Israel. Uma forma de levar a nossa cultura e, ao mesmo tempo, promover um maior intercâmbio entre os dois países. Este encontro rendeu muitos frutos e fatos significativos para seus participantes, a exemplo do jornalista e escritor Ignácio de Loyola Brandão, que conta como se enterneceu ao conhecer os ambientes por onde Jesus passou. “A maior sensação que eu tive, uma espécie de reencontro comigo mesmo. De repente estava em Jerusalém e me voltaram à memória toda a minha infância, minha casa e raiz”, relembra. Durante o bate-papo com a reportagem da BOA VONTADE, ele falou também de sua trajetória literária (com 31 livros publicados desde 1965), dos planos para o futuro e a forma curiosa como foi levado a se candidatar à cadeira número 37 da Academia Paulista de Letras (APL). Pouco tempo depois desta entrevista, no dia 31 de julho, Loyola recebeu com muita simpatia em sua residência duas alunas do Instituto de Educação da Legião da Boa Von­tade, na capital paulista, em nome dos mais de 1.200 alunos do Centro Educacional. As meninas entregaram a ele um buquê e um cartão confeccionado pelas próprias crianças da escola, para saudar seu 71º aniversário. Comovido com o gesto, comentou: “Homenagens como essa, a gente nunca esquece... E é a primeira do dia, muito obrigado”. Na oportunidade, representantes da LBV também deixaram com o escritor a revista Globalização do Amor Fraterno, publicação oficial da Instituição durante o High-Level Segment 2007, evento realizado no escritório da ONU em Genebra (Leia reportagem na p. 40). As memórias deste cronista, como gosta de ser chamado, é o que segue no bate-papo abaixo. BOA VONTADE — Como define a viagem feita a Israel com outros escritores brasileiros? Ignácio — Esta foi a minha quarta viagem a Israel; cada vez que você vai lá é um novo país. A maior sensação que eu tive, uma espécie de reencontro comigo mesmo. E por quê? Porque nasci e cresci
  • 21. BV — Qual a reflexão daqueles momentos para sua vida? Ignácio — É difícil dizer, mas fico pensando como alguém pode ter tanta força para suportar tudo o que Ele (Jesus) suportou. E também imagino o seguinte: a gente faz as coisas e os resultados vêm depois. Você tem de fazer o Bem, o que acredita, a coisa na qual tem fé, não sabe o que acontecerá. Pode realizar-se um ano depois, cem anos depois, mil anos; essa é a grande lição. BV — O que mais o marcou nessa expedição? Ignácio — Eu diria que ter conhecido o Mar da Galiléia, onde o Cristo andou sobre as águas: foi outro fato que me mandou lá para trás, na minha infância religiosa. Caminhar sobre as águas é uma coisa extraordinária e me achar naquele lago imenso, onde houve uma demonstração de fé, foi marcante. BV — Durante a viagem, vocês plantaram uma árvore. Qual o significado do ato para aquele povo? Márcia Gullo dentro de uma família católica, de uma liturgia antiga — já tenho 71 anos —, por exemplo, a liturgia da Semana Santa é muito bonita. De repente estava em Jerusalém e me voltaram à memória toda a minha infância, minha casa e raiz. Eu dizia que tudo aquilo já tinha “visto”, quer dizer, ouvido falar ou lido. Depois, estava no lugar real onde as coisas aconteceram, foi emocionante: andei pelas vias sobre as quais o Cristo caminhou, passei pelo mercado árabe citado na Bíblia, cheio de gente, como sempre foi, e nos outros lugares mencionados. Você entende o que se passou há dois mil anos. TIME DE RESPEITO: Em Cafarnaum, o encontro dos escritores Ignácio de Loyola, Rubem Fonseca, Affonso Romano de Sant’Anna e Luís Fernando Veríssimo. Fico pensando como alguém pode ter tanta força para suportar tudo o que Ele (Jesus) suportou. E também imagino o seguinte: a gente faz as coisas e os resultados vêm depois. Você tem de fazer o Bem, o que acredita, a coisa na qual tem fé (...). Pode realizar-se um ano depois, cem anos depois, mil anos; essa é a grande lição. Ignácio — Há 59 anos, quando foi fundado o Estado de Israel (14 de maio de 1948), aquela região era praticamente um deserto, uma terra árida, seca. Por isso, cada árvore plantada lá significa a luta contra a natureza hostil. Desde então, as pessoas que vão para Israel compram mudas e sementes e as plantam. Nestes anos foram plantadas cerca de 200 milhões de árvores. (...) Israel renasceu e ressurgiu do deserto. livro, na crônica, no conto, na peça teatral, onde quer que seja. Faço isso para ajudar as pessoas a compreenderem a vida, o mundo. Nem sempre esse lugar em que a gente vive é muito agradável, é feio, mas a função do escritor é retratá-lo com fidelidade. A minha literatura mostra a passagem do Homem pela sua vida, pelo seu país, em determinado tempo, momento do qual sou testemunha. BV — Agora, sobre sua carreira. Você só escreve sobre o que gosta? Ignácio — Prefiro falar sobre o que gosto, mas também escrevo sobre o que não gosto para manter uma atitude crítica, mostrar o outro lado das coisas. Falar isso parece ambíguo, porém sou um observador da vida e da realidade que, às vezes é bonita, às vezes é feia, e cabe a mim colocá-la no BV — No seu discurso de posse na APL em abril deste ano, você disse que quer ser lembrado como cronista, esse observador da realidade. Por quê? Ignácio — Eu gosto de ser essa pessoa que anda pelas ruas e capta os momentos, observa e “seqüestra” situações curiosas, emocionantes, comoventes, tristes ou alegres. Adoro mostrar São Paulo, esta cidade que é caótica, complicada e violenta, mas BOA VONTADE | 21
  • 22. Roberta Assis Literatura BV — As histórias engraçadas são uma inspiração quando você observa a sociedade? Ignácio — Parte da observação sim, porque a vida tem humor e é engraçada. As situações pitorescas ou anedóticas que ponho nas minhas crônicas servem para dar um sabor diferente e dizer que as coisas também são divertidas. Na minha literatura há momentos profundamente dramáticos, trágicos, tanto no Zero quanto no Não verás País nenhum, meus dois romances mais comentados. Na história de Dentes ao sol, um livro de que gosto muito, o personagem reflete uma pessoa que não conseguiu se realizar e se frustrou. Isso é dor. Há um pouco dos dois na minha literatura. O jornalista recebeu o carinho das crianças da LBV no dia 31 de julho, pelo seu aniversário. Na ocasião, foi presenteado com um cartão personalizado e um buquê de flores. Daniel Trevisan Ignácio de Loyola Brandão autografa a edição comemorativa dos 25 anos de seu livro Não verás País nenhum, no qual antevia a pena que o Homem teria de pagar pelo mau uso que faz da terra. No exemplar, deixou este recado: “Paiva Netto, veja só, tudo está acontecendo. Abraço, Loyola”. 22 | BOA VONTADE também tem poesia. Quero, sim, ser lembrado como cronista. BV — Ainda sobre o discurso na APL, seu estilo foi muito comentado por seguir a linha do irreverente. Como foi isso? Ignácio — Há algum tempo vários colegas meus da Academia Paulista de Letras vinham insistindo para me candidatar, e eu dizia que não, “a Academia não é para mim”. Um dia apareceu uma vaga e eles me inscreveram, sem que soubesse; acabei gostando, me candidatei e entrei. Isso foi, para mim, o reconhecimento da minha carreira. Aumentou o meu astral, porque a Academia é o ponto alto de uma carreira literária. E aquele meu discurso... (risos) Antes de subir para falar, reli os outros que fiz e eles eram muito formais, restritos, digamos que muito acadêmicos. E é naquele sentido de ranço mesmo, com frases do tipo: “A vós, que me recebeis nesse cenáculo de cultura (...)”. Aí vi que não dava, queria algo moderno, atual e que me refletisse. Eu sou uma pessoa muito bem-humorada, apesar da cara brava (risos). Então, coloquei no meu discurso momentos de profunda ironia. Foi, na verdade, a primeira vez que entrou o humor na cerimônia de posse. BV — O senhor é dono de uma trajetória de sucesso. Quais os momentos que lembra com mais emoção? Ignácio — Bom, eu não posso me lembrar de quando nasci, acho que seria este meu grande momento. No entanto, recordome, com emoção, do meu renascimento. Em 2003 descobri que tinha um aneurisma cerebral (uma alteração da parede das artérias cerebrais, causando uma dilatação local que forma uma bolha. Ao romper-se, o sangramento pode levar à morte). Assim que soube, consegui operar. Era uma cirurgia delicada, mas voltei intacto, incólume e sem seqüelas. Este, talvez, tenha sido outro grande momento da minha vida. Claro que o lançamento dos meus livros são instantes bonitos e felizes, mas, um dia, quando acordei após a cirurgia e vi que estava vivo, comentei: “Viver é muito bom”. Renascer seria minha história. BV — Que recado você deixa aos leitores da revista BOA VONTADE? Ignácio — O recado que eu deixaria é que nunca abandonem seus sonhos, seus projetos. É importante ter sempre à frente um alvo a ser alcançado. Conheço o trabalho da LBV há muitos e muitos anos. Lá tem, praticamente, todos os meus livros autografados que assinei para o Paiva Netto. Um abraço a todos e ao Paiva Netto também.
  • 23. Comportamento Social @ For@ Perigo na Web Internautas que não se desconectam da web nem para dormir preocupam especialistas de controle “N avigare necesse; vivere non est necesse” (Navegar é preciso; viver não é preciso). A frase em latim do general romano Pompeu (106-48 a.C.), imortalizada pelo poeta Fernando Pessoa (1888-1935), tem sentido peculiar para um grupo de pessoas com reações de quem adquiriu um novo vício: ficar permanentemente on-line. Em todo o mundo, há entre 50 e 100 milhões de compulsivos em internet. Isso corresponde de 5% a 10% do total de internautas do Planeta, segundo pesquisa publicada em maio de 2006 na revista Perspectives in Psychiatric Care. Apesar de os distúrbios provocados por essa situação gerarem dúvidas se estamos tratando de uma doença ou não, o fenômeno já chama a atenção da comunidade científica. O Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) desenvolveu um estudo sobre o assunto. O projeto, coordenado pelo professor Dr. Cristiano Nabuco de Abreu, encontrou casos como o de Roberto*, de 18 anos. Ele chega da faculdade e senta-se diante do computador sem saber exatamente o que procura, senão apenas navegar. O jovem só percebe o cansaço 17 ou 18 horas depois, quando decide parar, ansioso para conectar-se novamente. Já Eliane*, 39, passou quase um ano dormindo Natália Lombardi Fotos: Daniel Trevisan apenas quatro horas por dia. “Eu acordava às 8 e ficava no computador até as 4 horas da manhã. Não parava nem para fazer o almoço direito”, conta. O interesse do Dr. Nabuco em analisar esse quadro surgiu há dois anos, durante o I Congresso Mundial contra a Exploração Sexual da Criança, em Estocolmo (Suécia). Àquela ocasião, o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) divulgou dados assustadores: no Brasil, que figura de forma lamentável nas estatísticas, estimava-se que 500 mil jovens viviam na prostituição — empurrado pela internet, o crime havia se alastrado. “Comecei a prestar mais atenção em queixas BOA VONTADE | 23
  • 24. de mau uso da rede e percebi que sempre houve um grande número de pessoas que fazia seu uso abusivo”, revela. A partir daí, o tema passou a ser amplamente discutido, resultando na criação do Ambulatório Integrado dos Transtornos do Impulso, no Hospital das Clínicas de SP. O fato de o nosso País ocupar a primeira posição no ranking internacional de tempo de conexão doméstica contribuiu para a análise. Um estudo divulgado pelo Ibope e Nielsen/Net Ratings, neste mês de agosto, mostra que os brasileiros aumentaram o tempo de navegação residencial e bateram o próprio recorde de permanência na rede, chegando à média de 23 horas e 30 minutos. Com isso, o Brasil fica à frente de Estados Unidos (19h52), Japão (18h41), Alemanha (18h07) e Austrália (17h51). Ainda de acordo com a pesquisa, o país alcançou uma marca inédita em número de usuários domiciliares: mais de 18,5 milhões. “Ao ver isso, decidimos convocar alguns voluntários. Tivemos um número muito grande de interessados em participar do projeto”, conta o Dr. Nabuco, surpreso com a quantidade de adesões. Francisco Emolo, Espaço Aberto/USP Comportamento Social Doutor em psicologia, o professor Cristiano Nabuco de Abreu é coordenador do Ambulatório dos Transtornos do Impulso do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, de São Paulo. @ Uma nova patologia? Ainda não se sabe se a dependência em web é um transtorno parti­cular entre as patologias psicológicas ou mais uma conseqüência dos transtornos atuais ligados à tecnologia. Alguns especialistas acreditam que essa euforia inicial seja normal, e o usuário, com o tempo, lida naturalmente com ela e não há motivo para preocupações. No entanto, levantamentos revelam que a média de horas navegadas da população brasileira não pára de crescer. “A gente percebeu em muitos pacientes alguns tipos de problema psicológico já conhecidos. Depressivos, por exemplo, usam a internet como uma forma de minimizar a sensação de solidão. Os que têm evolui e torna-se uma patologia propriamente dita, com características e comportamentos específicos. As pessoas compulsivas na rede costumam apresentar ansiedade e nervosismo quando não têm acesso aos e-mails e desejo incontido de permanecer on-line. Exemplo disso é Felipe, 17, que se identifica na rede como MarcoX. Ele deixou de sair com amigos para ficar no computador: “Chego da escola e venho direto aqui no micro. Acho que para voltar à vida normal, As pessoas compulsivas na rede costumam apresentar ansiedade e nervosismo quando não têm acesso aos e- mails e desejo incontido de permanecer on-line. O índice chega perto dos 20 milhões de chineses ligados na internet, e, segundo o China Daily, 13% dos internautas (2,6 milhões) são considerados viciados, situação avaliada como alarmante por especialistas. Em fevereiro, um jovem chinês de 26 anos morreu após maratona de sete dias jogando na web. 24 | BOA VONTADE muita dificuldade de se apresentar em ambientes sociais aproveitam esta ferramenta para arquitetar respostas mais facilmente, pois, em tese, teriam mais tempo para organizar suas idéias. Deste modo, vimos que existem problemas anteriores que levam a pessoa até o vício”, assegura o médico. Com o passar do tempo, esse uso excessivo como era há alguns anos, será muito complicado. Quando alguém me pergunta na escola como foi meu dia, eu só digo que fiquei na internet. Isso me deprime”. Segundo o especialista, os que têm muita dificuldade para interagir transformam a web em um refúgio protegido, lugar de manifestação daquilo que não conseguem ser
  • 25. Divulgação Ambulim no mundo real. “Eles geralmente acessam sites de relacionamento, compras, chats... Mas não existe uma predisposição do indivíduo procurando um determinado site. Tivemos casos de compulsivos por notícias; depende do interesse da pessoa”, conta o Dr. Nabuco. @ Como identificar a dependência e tratá-la De forma geral, os internautas entram com um objetivo, fazem o que têm de fazer e saem — seja uma pesquisa para o trabalho ou para a escola, mandar e-mails ou fazer um download qualquer. No emprego, por exemplo, mesmo que alguém passe de cinco a sete horas seguidas diante do computador, não quer dizer que se trata de um viciado, pois há um propósito para ficar on-line. Um estudo realizado pela britânica YouGov (especialista em pesquisa sobre a internet), em novembro do ano passado, aponta que, para o compulsivo, a conexão não tem um propósito específico: ao abrir um site, encontra diversos links que o possam interessar, então abre outros endereços e assim navega sem parar, horas a fio. Essas pessoas ganharam o nome de wilfers (a palavra deriva de “wilf”, uma abreviação de “What was I Looking For?” ou “O que eu estava procurando?”), que pode certamente ser entendido por “navegar perdido em um mar de informações”, como define um dos promotores da pesquisa, Jason Lloyd, que acrescenta: “Mesmo que as pessoas se conectem com um propósito, elas têm a oferta de tantas opções e distrações na rede que muitas esquecem o motivo de estar lá e gastam horas wilfing vagamente”. Fachada do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) O Dr. Cristiano Nabuco esclarece que, para perceber se está viciada, a pessoa deve observar sintomas muito além do tempo de conexão. “A web torna-se uma alternativa para as situações do dia-a-dia: a pessoa prefere ficar em chats a sair com os amigos ou ir a algum encontro; tem mais facilidade de relacionar-se com outros internautas e cultiva essas amizades que nunca evoluem... São aspectos que utilizamos como referência para concluir se, progressivamente, a vida real é trocada pela virtual”, afirmou. E continua: “Eles apresentam a necessidade de aumentar o tempo conectado. Questionados a respeito do uso da internet, tendem a omitir o período que ficam on-line e, quando off-line, ficam nervosos. Embora saibam do uso excessivo, notam que fica difícil diminuí-lo ou largar o computador”. O acesso compulsivo à rede é diagnosticado como um distúrbio psiquiátrico do mesmo patamar que as dependências do álcool, do jogo e das compras. Diferente do que muitos pensavam, o problema atinge pessoas de diversas idades — principalmente de 18 a 75 anos, segundo o estudo do Hospital das Clínicas de SP — e derruba o mito de que só jovens são acometidos por esse mal. Para este tipo de dependência não há um tratamento à base de remédios ou internação, mas um acompanhamento como o que é feito pelo Ambulatório Integrado dos Transtornos do Impulso. Um atendimento, estruturado ao longo de 18 semanas, oferece psicoterapia em grupo, no qual o paciente é levado a fazer um raciocínio sobre o porquê de usar a web de maneira abusiva. “Eles são orientados a perceber, dentro dos aspectos pessoais ou do ambiente, quais seriam os elementos que funcionam como gatilhos, que fazem da rede um escape dos problemas e das dificuldades do cotidiano. (...) Ao final, esperamos que essas pessoas restaurem o controle do uso da internet”, finaliza. * Os nomes apresentados são fictícios. BOA VONTADE | 25
  • 26. Cultura Seu Jorge e as raízes afro-brasileiras Leila Marco e Leilla Tonin R ecentemente o cantor carioca Seu Jorge recebeu os resultados de uma pesquisa encomendada pela BBC Brasil, que integra o projeto Raízes Afro-brasileiras, confirmando a forte ancestralidade negra em sua carga genética: ele possui 85,1% de genes africanos, 12,9% de genes europeus e 2% de ameríndio. No ensejo, aproveitou o assunto em voga na mídia para defender mais uma vez o fim do preconceito. Aliás, foi sempre dessa forma contundente e sincera que fez da arte uma bandeira para a defesa dessa causa. Sobre o reconhecimento internacional, em particular em nações européias, fala com simplicidade sobre os degraus percorridos: “Pude ser uma pessoa que falava mais do Povo do que da música. Converso sobre a favela, a restauração da dignidade social; a música é só um motivo para nos encontrarmos. O meu trabalho é defender aqueles que não teriam meios para chegar lá e dizer: ‘Nós moramos na favela, mas somos gente boa, trabalhamos todos os dias’. Levo a minha experiência de Brasil para melhorar a deles na Europa 26 | BOA VONTADE Fotos: Daniel Trevisan e, conseqüentemente, pegar a deles e melhorar a nossa aqui”. Jorge Mário da Silva recebeu o nome artístico de um dos amigos, Marcelo Yuka, ex-baterista do grupo O Rappa. É flamenguista, devoto de São Jorge, filho de Oxóssi e apadrinhado por Ogum, um batalhador brasileiro, sambista de primeira. A realização profissional começa a se desenhar em 1993, ao encontrar o teatro pelas mãos do clarinetista Paulo Moura. A arte de representar e os novos amigos do tablado o ensinaram a se relacionar melhor com o mundo e ajudaram a superar uma violência tremenda, vivida quando teve um dos irmãos mortos em uma chacina. O fato havia mudado completamente a vida dele, pois, com medo de represálias, foi obrigado a se afastar da família e viveu sete anos na rua. No ano de 1998, outro passo decisivo: cria com os amigos Gabriel Moura, Bertrand Doussain e outros músicos o grupo Farofa Carioca e lança o CD Moro no Brasil, com o qual viajou por todo o nosso País, Portugal e Japão. “Um grupo maravilhoso; foi ótimo ter realizado aquele projeto, a primeira banda de moradores de rua. O Farofa era para fazer música, circo e teatro ao mesmo tempo, mas a banda queria só música, gente que estava começando e precisava ganhar dinheiro. E eu falava que não iríamos ganhar enquanto não tivéssemos uma discografia. Havia muitas divergências e tomei a atitude de deixá-los. Encontrei a minha felicidade e acredito que eles a deles. É um grupo muito interessante no Rio de Janeiro/RJ; quero que ele vá em frente e cresça.” Posteriormente, participou como artista convidado de trabalhos importantes, a exemplo dos CDs Tributo a Tim Maia (1999), Casa do Samba 3 (1999 — com Beth Carvalho), entre outros. O disco solo, Samba Esporte Fino, viria em 2001. Além da música, na qual se revelou ainda jovem um excelente intérprete, compositor e instrumentista, encontra no cinema uma carreira sólida, não só na criação de trilhas sonoras para longas-metragens, mas também como ator. Por sinal, com o filme Cidade de Deus, dirigido por Fernando Meirelles, em 2002, na pele do personagem Mané Galinha, veio o sucesso no Exterior. “Foi o abre-alas para muita gente no Brasil, beneficiou Leandro Firmino, o Antônio Pinto, o Fernando
  • 27. “Cresci num ambiente de dureza; havia dias em que se tinha café, faltava o açúcar, pão sem manteiga, mas, por mais que fosse assim, era beijo, abraço toda hora, muito papo, ‘cosquinhas’ (...).” Meirelles, a Kátia Lund. O mais importante é que o Cidade de Deus é um filme de comunidade, que fala de favela, de negros, do ponto de vista local. Quem escreveu o livro foi um favelado, e o Meirelles não mexeu nessa essência, nesse diamante. Nós temos 30 anos desde Escrava Isaura, é maravilhoso termos um filme que nos represente.” Infância na Baixada E Seu Jorge fala de uma realidade muito próxima dele. A infância foi passada em uma casinha simples de um cômodo no bairro de Belford Roxo, Baixada Fluminense, onde havia amor e carinho por parte dos pais, Sula e Jorge, mas também bastante dificuldade. “Cresci num ambiente de dureza; havia dias em que se tinha café, faltava o açúcar, pão sem manteiga, mas, por mais que fosse assim, era beijo, abraço toda hora, muito papo, ‘cosquinhas’ (...).” O cantor recorda que cedo teve de trabalhar para colaborar no sustento do lar. “Apesar disso só encontrei gente fina. Tenho 37 anos e nunca briguei na minha vida, não sei o que é uma desavença. Não tive tempo para isso, com 10 anos já era borracheiro e vivia no meio de adul- tos, estava sempre em movimento, não havia espaço para pipa, bola de gude, não aprendi a jogar futebol. Por outro lado, gostava de ter responsabilidades, de ser o filho mais velho dos três irmãos homens. Meu pai, uma figura maravilhosa, mas separou-se da minha mãe quando eu tinha exatamente essa idade, 10 anos, acompanhou nossa educação fora de casa. Em certos momentos é necessário que se tenha a figura masculina no lar, e cumpri esse papel, mesmo com pouca idade.” Os fatos eram enfrentados pelo menino com bastante coragem: “Tive de ensinar a minha mãe a ler e escrever para arrumar um emprego e continuar cuidando da gente. Quando não se sabe nem ler e escrever, pode-se ter uma consciência boa, mas há uma amargura, um ranço, uma dureza, a gente se sente inferior. Era um grande complexo da minha mãe, ela perdia a paciência muito rápido. Depois que foi alfabetizada tudo isso mudou”. O amor ao samba em família A música também chegou-lhe mais ou menos por esta época, primeiro pelo exemplo paterno, que trazia aquela manifestação artística para dentro do lar. Jorge achava tudo interessante, a começar pelo tamanho dos instrumentos: “Quando a gente é pequeno, as coisas têm outra dimensão (risos)”. Ele se sentia especial por ter um pai diferente dos demais, o único que tocava um instrumento no bairro. “Às vezes ele chegava em uma roda de samba e, se não tivesse o que tocar, catava o molhinho de chaves dele e fazia o maior swing”, conta. O samba sempre esteve próximo também por meio de outros familiares, como a tia Jovelina Pérola Negra (1944-1998). No fim dos anos setentas, a mãe conseguiu emprego numa empresa como faxineira, traBOA VONTADE | 27
  • 28. Cultura “Ele começou primeiro que eu na carreira, com 7 anos, e eu com 20. Gravei primeiro com o Farofa, e, naquele mesmo ano, ele lança o disco dele, muito legal; logo em seguida se casou com a Bombom, o que foi maravilhoso”. Aliás, do tempo em que a grana era curta há outro amigo de quem se recorda com carinho: “Em 1991, eu tocava percussão para o Xande (grupo Revelação). Nessa época, ele pagou muito angu à baiana, matou muito a minha fome. E olha que não era fácil, ele me ajudou bastante. Tenho amor e muita gratidão pelo Xande”. trabalho, desta vez uma produção mista (Brasil, Espanha e República esteve próximo Tcheca), o filme Carmo, gravado em Corumbá/MT: “Acabei de contracetambém por nar com o Márcio Garcia, foi muito meio de outros bom. Ele é um grande ator, sofre às vezes discriminação por ser muito familiares, bonito, pelo estereótipo, e então só pode fazer papel de galã. E neste como a tia trabalho ele fez o papel de um cara Jovelina Pérola Negra chamado Diamantino, que é a coisa mais engraçada do mundo, com uns (1944-1998): “E toda madrugada dentes grandes, nariz feio. a Jovelina entrava em casa, fazia É um filme curioso, porque é uma produção brasileira, um macarrão, uma carne, a gente polonesa e espanhola. Um dos diretores brasileiros comia e depois ia embora. Ela vinha (Murilo Pasta) debutando do trabalho, passava na Central do no seu primeiro longa-meDudu Nobre tragem, só tinha carreira na O reconhecimento Brasil, cantava uns pagodes, ganhava Inglaterra. Desde Quatrilho internacional sempre alguma coisa na época A visibilidade fora do País, muito até aqui, estamos repatriando quem pelo sucesso do filme Cidade de saiu para fazer cinema lá fora. E da vaca magra, que dividia com a Deus, o levou a participar de vários hoje o cinema brasileiro vai bem, gente.” outros trabalhos, em Hollywood. obrigado!” Além de toda esta boa fase, ninEm 2003, filma em Roma The Life Aquatic with Steve Zissou, estréia guém pode esquecer a estrondosa dois anos depois Casa de Areia ao repercussão do encontro do artista balhava no plantão da noite. “E toda lado de Fernanda Montenegro e com Ana Carolina, que resultou madrugada a Jovelina entrava em Fernanda Torres, com direção de na gravação do CD e DVD Ana casa, fazia um macarrão, uma car- Andrucha Waddington. No início Jorge, principalmente da música É ne, a gente comia e depois ia embo- de 2007, integra o elenco do longa- Isso Aí, uma versão de Ana para a ra. Ela vinha do trabalho, passava metragem The Escapist, ao lado de composição The Blower’s Daughter na Central do Brasil, cantava uns atores a exemplo de Brian Cox, (Damien Rice), tema do filme pagodes, ganhava sempre alguma Joseph Fiennes, Dominic Cooper Closer. coisa na época da vaca magra, que e Liam Cunningham, com a direNa oportunidade da entrevista, dividia com a gente.”Além dela, ção de Rupert Wyatt. Seu Jorge conversou ainda, durante é primo do cantor Dudu Nobre: Em abril deste ano, mais um um bom tempo, com dois dos 1.220 alunos do Instituto de Educação da Legião da Boa Vontade, localizado Seu Jorge recebe das crianças da LBV uma carta convidando-o a cona capital paulista (Av. Rudge, 700, nhecer a Instituição. Ao lado, posa para foto com os meninos. Bom Retiro, tel.: (11) 3225-4500). Eles entregaram a ele, gentilmente, o convite para visitar a escola, ao que o artista logo se prontificou. Além da admiração pela qualidade do trabalho e pelas dependências do Conjunto Educacional da LBV, o cantor relembrou aos estudantes a importância de valorizar a educação que estavam recebendo. Divulgação Cida Linares O samba sempre 28 | BOA VONTADE
  • 29. Cultura Mafalda Minnozzi, da italiana RAI, encanta-se com unidade educacional da LBV Divulgação relatou suas impressões da calorosa acolhida que teve na LBV. “Quando cheguei, encontrei sorrisos e mais de trinta crianças cantando, um coro afinado, educado e charmoso. São focos de estrelas iluminando a minha vida. Sou eu quem tem de agradecê-las. É uma honra saber que existe tudo isso.” Desde 2004, Mafalda é correspondente no Brasil da Rádio RAI. Às sextas-feiras, vai ao ar em rede nacional na Itália o programa Brasil. Ela leva aos seus ouvintes compatriotas informações sobre cultura, variedades, comenta fatos e novidades da vida cultural brasileira. A emissora é uma das de maior expressão na Europa e pode ser sintonizada também pela internet. “Sempre falo do potencial desta terra e da gente boa que existe aqui”, conta. E finaliza dizendo que, para ela, este “é um momento importante. Vejo o potencial que tem este Brasil. Lanço um apelo como italiana, como pessoa privilegiada que conhece a cultura brasileira, ao Rio de Janeiro: que cada um faça um pou- Rafael G u “P arabéns por essas lindas crianças! Um aplauso para elas!” São palavras que mostram a alegria da cantora italiana Mafalda Minnozzi ao conhecer o Centro Educacional, Cultural e Comunitário da LBV, no Rio de Janeiro. Em junho, ela marcou em sua agenda uma visita à escola da Legião da Boa Vontade no bairro Del Castilho e foi carinhosamente recebida pelos alunos que cantam no Coral Ecumênico Infantil LBV. Emocionada, retribuiu com o que sabe fazer de melhor: cantar. Além de músicas napolitanas, arriscou versos de Aquarela do Brasil, de Ary Barroso, acompanhada pelo Coral Infantil. “Estou muito feliz com todas essas crianças maravilhosas. Elas têm cultura e educação, o que é muito bonito! Na LBV, são bem alimentadas e educadas. É o futuro deste País! São, sinceramente, pérolas do Brasil, do mundo”, garantiu Mafalda enquanto andava pelas salas, afirmando que o sorriso e os olhos daqueles pequenos traduziam a pureza peculiar da infância. Nascida na cidade de Pávia, no norte da Itália, a intérprete de Pregherei, Sei Tu e Con Te Partiró edes Isabela Ribeiro “Estou muito feliz com todas essas crianças maravilhosas. Elas têm cultura e educação, o que é muito bonito! Na LBV, são bem alimentadas e educadas. É o futuro deste País! São, sinceramente, pérolas do Brasil, do mundo.” quinho, porque o nosso poder é a união. A nossa força é ficar junto, não indiferentes uns aos outros”. A cantora e compositora ficou especialmente orgulhosa ao saber que o Patrono da LBV é São Francisco de Assis, o Santo de Assis, cidade localizada na região central da Itália. V I S I T E , A PA I X O N E - S E E A J U D E A L B V ! Centro Educacional Cultural e Comunitário da LBV: Av. Dom Hélder Câmara, 3.059, Del Castilho, Rio de Janeiro. BOA VONTADE | 29
  • 30. Photos.com Especial É hora de responsabilizar os agressores Rompendo o pacto de silêncio e unindo esforços no combate à violência sexual contra crianças e adolescentes Leila Marco 30 | BOA VONTADE foram recebidas nos centros de referência. O titular da pasta (Smads), Dr. Floriano Pesaro, diz que há uma série de ações e discussões sendo desenvolvidas no município de São Paulo contra esses crimes. Ele destaca que “abusar de uma criança ou explorá-la sexualmente é um ato de covardia que merece ser combatido, denunciado e condenado por toda a sociedade. Por isso, se alguém souber de algum caso envolvendo criança ou adolescente, pode e deve denunciar, para que possamos protegê-los de seus agressores”. Especialistas no assunto dizem que, na realidade, o que está ocorrendo não é um aumento de casos, que acontecem em todas as classes sociais, mas, sim, uma maior vi- “Abusar de uma criança Wagner O. Nunes P roteger a criança e o adolescente dos vários tipos de violência ainda é um grande desafio dos governos e da sociedade. Conforme noticiamos na edição passada, o número de meninos, com menos de 18 anos, vítimas de abuso e exploração sexual na capital paulista subiu nos últimos anos. De acordo com dados estatísticos da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (Smads), foram registrados 100 atendimentos em 2004; no ano seguinte, 135 garotos e, em 2006, houve um salto para 252 casos. Ainda que estatisticamente mais estabilizado, as meninas sofrem em número maior com este mal: apenas no ano passado, 419 crianças e adolescentes do sexo feminino Fotos: Divulgação ou explorá-la sexualmente é um ato de covardia que merece ser combatido, denunciado e condenado por toda a sociedade. ” Dr. Floriano Pesaro Secretário Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (Smads)
  • 31. sibilidade deles; o tema tem sido mais debatido, há mais profissionais capacitados, o que faz com que as vítimas se sintam seguras para falar. Segundo a Smads, isso é fundamental, pois quase 90% dos que praticam o abuso estão dentro de casa: irmãos mais velhos, tios, pais, padrastos e babás. Por isso, existe um grande medo de represália. No último 18 de maio, dia nacional de combate a essa forma cruel de violação de direitos, foi assinado pelo Prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, decreto-lei que instituiu a Comissão Municipal de Enfrentamento à Violência, Abuso e Exploração Sexual. A iniciativa prevê, entre outras coisas, a criação de mecanismos de estudo, intervenção direta e formação de rede de atendimento, além de sugerir procedimentos complementares às diretrizes e normas existentes, incentivando a capacitação e atualização de profissionais e representantes das instituições prestadoras de serviço ao público-alvo, envolvendo nessas atividades as Secretarias de Desenvolvimento Social, de Educação e da Saúde. “Só assim daremos suporte a essas crianças e adolescentes que passam por um trauma tão terrível”, destaca a Dra. Tatiana Amêndola, Coordenadora do Programa Sentine- “Isso não acontece só em novela, na casa do vizinho. Isso pode estar acontecendo na sua família. Educador, fique atento e ajude a identificar esses casos. Você pode salvar uma criança.” Jurema Batista Presidente da Fundação para a Infância e Adolescência de Assistência e Desenvolvimento Social — e será integrada por representantes de várias secretarias e colegiados, indicados até o fim de agosto. Wagner O. Nunes Daniel Trevisan Gilberto Kassab, Prefeito de São Paulo. la, que faz parte do Plano Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes. Ela diz que, “para romper esse pacto de silêncio, é necessário fortalecer as famílias, facilitar e dar suporte a esses meninos e meninas para que responsabilizem seus agressores”. Outra medida importante, apontada pela Coordenadora, é conscientizar quem agride de que ele tem uma doença a ser tratada. Ainda segundo Amêndola, uma criança que passa por essa experiência pode ter seu emocional abalado por muito tempo e, em média, necessita de três anos de atendimento especializado. A comissão pretende viabilizar ações que vão desde o encaminhamento à rede de atendimento, suporte jurídico, prestação de serviços de abordagem educativa (às crianças e aos adolescentes explorados sexual­ mente nas ruas) até o atendimento psicossocial a grupos de famílias, às crianças e adolescentes — sob a responsabilidade da Secretaria Tatiana Amêndola A denúncia como aliada A Subsecretária de Assistência Social da cidade do Rio de Janeiro, Dra. Marília Rocha, também destaca a maior visibilidade do tema. Ela afirma que há cerca de dois anos, com a criação do Programa Sentinela, ampliaram-se as denúncias, “o que não significa mais casos”. No Rio, o serviço foi municipalizado, tendo em seus quadros assistentes sociais, psicólogos e educadores. Marília comenta que o denunciante está em vários segmentos: es- Marília Rocha colas, conselho tutelar, vizinhos que notam alguma coisa diferente. Tudo é sigiloso e existe um grande cuidado para não se cometer erros: “A partir desse momento são ouvidos: pai, mãe, tios, avós, enfim, toda a família. A escuta também é realizada com a criança e o adolescente, uma equipe especializada procura conversar sobre a situação. Temos técnicas com bonecos, brinquedos, com os quais a criança passa a reproduzir uma situação da qual ela foi vítima. Muitas vezes o abuso envolve uma pessoa de extrema confiança, então é preciso muito cuidado para que, junto a todo aquele sofrimento que ela vive, não lhe seja acrescentado o sentimento de traidora do ente familiar”. A Subsecretária explica que a entrevista nunca acontece uma vez, é uma seqüência de encontros, para BOA VONTADE | 31
  • 32. Especial que se possa definir se houve ou não abuso e, mais, é verificado “que tipo de circunstância pode ter sido criada para que a criança tenha uma fala desse tipo”. E conclui: “Muitas vezes não há um abuso, mas uma situação de violência doméstica, algo que provoque um mal-estar ou alguma situação negativa voltada ao ambiente familiar que também merece cuidado e atenção”. Para a Presidente da Fundação para a Infância e Adolescência (FIA), Dra. Jurema Batista, a divulgação do assunto é primordial: “O que antes era considerado normal, confundido com afetividade, hoje está caracterizado como abuso. Nós, da FIA no Rio de Janeiro, realizamos diversas campanhas, inclusive sobre exploração sexual, cobrando também dos educadores uma postura diante da questão, sobre a importância da denúncia, no caso de alguma criança denotar qualquer característica de que tenha sofrido abuso sexual. Temos de quebrar o gelo e a invisibilidade desse ato terrível. Ainda hoje o abuso com meninos é mais difícil, porque a sociedade tacha como homossexual. Quanto menos idade, a propensão é maior, porque o abusador, em geral, está procurando um objeto para se relacionar sexualmente e não em si o sexo”. Jurema diz que entre as atitudes para combater o mal está, em primeiro lugar, o esclarecimento. “Isso não acontece só em novela, na casa do vizinho. Isso pode estar acontecendo na sua família. Educador, fique atento e ajude a identifi- “Se a sociedade cruza os braços, há um te ze Ni za u So agravamento das conseqüências, na medida que a criança hoje abusada pode ser um abusador amanhã, e temos provas disso.” Dr. Salomão Resedá Juiz da 1a Vara da Infância e Juventude de Salvador/BA car esses casos. Você pode salvar uma criança. O abuso pode levar à reprovação na escola, a um distúrbio no comportamento da criança e também à morte (queima de arquivo). Gostaria de agradecer a oportunidade que a LBV está dando à FIA de tratar do tema. Parabéns pela ação que a LBV desenvolve com as crianças! Já estive em seu Centro Educacional, é um trabalho muito bonito. Um abraço ao Paiva Netto e para todos vocês”. O Juiz Salomão Resedá, da 1a Vara da Infância e da Juventude de Salvador, afirma que também na Bahia há um crescimento do número de casos. Para ele, o problema não será resolvido apenas com leis, como na recente alteração do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que inclui ao artigo 244-A, que pune a exploração sexual de crianças e adolescentes, a pena de reclusão, de 4 a 10 anos, também para o pro- prietário, gerente ou responsável pela casa comercial, onde ocorre a exploração, e prevê o fechamento do estabelecimento. “Mas não é um problema só da lei, é também social. Quantas e quantas vezes, ao fazermos inspeções nos hotéis, motéis de Salvador, encontramos jovens sendo exploradas, principalmente por turistas estrangeiros e as retiramos desses locais, levamos para a família e, de uma forma decepcionante para nós, que estamos nessa labuta, ouvimos da mãe: ‘Ah, ela está buscando um aumento da renda familiar’. Então a gente vê que esse problema só será resolvido pela conscientização, por políticas públicas, pela responsabilização da família e outras medidas com conotações sociais”. Ainda quanto ao ECA, o Dr. Resedá ressalta a importância de a sociedade conhecê-lo mais a fundo, porque ele “precisa sair do papel e vir para o mundo da vida. É uma lei de 1990, adolescente, tem 17 anos, mas lamentavelmente as políticas públicas previstas nele não estão implementadas”. Por fim repete que há uma grande necessidade de todas as pessoas participarem dessa cruzada contra a violência. “Se a sociedade cruza os braços, há um agravamento das conseqüências, na medida que a criança hoje abusada pode ser um abusador amanhã, e temos provas disso. Começamos a mergulhar na vida de muitos desses indivíduos e a observar que vários deles foram vítimas.” Colaboração: Iracy Guerra e Nizete Souza Disque-Denúncia As diversas formas de abuso e violência sexual podem ser denunciadas às autoridades competentes pelo número 100, que funciona todos os dias da semana, inclusive nos feriados, das 8 às 22 horas. Neste número, que possui abrangência nacional e é gratuito, o cidadão obtém também informações de como funcionam os Conselhos Tutelares e o telefone e endereço do órgão mais próximo de sua casa. É mantido em sigilo o nome do denunciante. 32 | BOA VONTADE
  • 33. Saúde Cuidado com o glaucoma é um mal silencioso, que aparentemente não apresenta sinais, mas é de extrema gravidade se não for diagnosticado a tempo, podendo até mesmo levar à cegueira. Especialistas são unânimes ao afirmar que a prevenção é a grande arma no seu combate. A oftalmologista Diane Marinho, com mestrado e doutorado na área pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), explica que as pessoas devem, ao consultar o seu médico, perguntar: “Como está minha pressão ocular?”, porque na maioria dos casos não se sente nada, quando a visão está prejudicada, “é porque anos se passaram, danos já aconteceram no nervo e, muitas vezes, o caso é irreversível”, ressalta. A Dra. Diane lembra que, apesar de ser um problema mais freqüente em adultos, há os que nascem com ele, ou seja, o glaucoma é congênito. “Nessas crianças é perceptível, porque um olho é muito maior do que o outro”. A especialista adverte ainda para o fato de ser este um problema crônico, a exigir do paciente um tratamen- to contínuo, e que sua interrupção pode significar a perda da visão. “Sempre que utilizarem qualquer outra medicação nos olhos, falem com seu oftalmologista, porque há colírios com cortisona que pioram o glaucoma”, conclui. Para conhecimento e providências contra essa doença, apresentamos, a seguir, um resumo bem elucidativo encontrado na Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde (bvsms.saude.gov.br). O que é? — O glaucoma é uma enfermidade que ocorre nos olhos e se manifesta quando a pressão intra-ocular se altera. Essa pressão pode afetar o nervo óptico e causar cegueira. Há vários tipos de glaucoma e o mais comum é o crônico simples. Dentro dos olhos existe um líquido transparente chamado “humor aquoso”. Esse líquido se forma, circula e sai do olho, e é muito importante para nutrir e manter as estruturas dos olhos normais. No entanto, quando ele tem dificuldade de sair do olho, a pressão intra-ocular aumenta de modo progressivo e provoca lesão Daniel Trevisan glaucoma O Walter Periotto do nervo óptico, o que pode levar à cegueira. Quem corre risco? — Ele é maior com a idade, sendo mais comum após os 40 anos, em diabéticos e com miopia alta. O histórico familiar aumenta o risco de apresentar a doença. Pessoas de raça negra também possuem maior predisposição (quatro vezes mais). Tratamento — Faz-se de três maneiras: por medicamentos, por laser ou cirurgia. No começo, o glaucoma pode ser tratado com remédios, que têm a função de baixar a pressão intra-ocular (colírios e comprimidos). OMS prevê crescimento assustador para diabetes De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada dez segundos uma pessoa morre em conseqüência de complicações da diabetes e o mal atinge hoje mais de 200 milhões de indivíduos no mundo, com 12 milhões só no Brasil. O estudo recente da OMS prevê também que, em 2030, a doença poderá acometer 376 milhões de cidadãos se não for realizado um grande trabalho de prevenção, combatendo, principalmente, o sedentarismo e a obesidade. Isso significa mudar hábitos, ter alimentação saudável e praticar regularmente uma atividade física. BOA VONTADE | 33
  • 34. Entrevista na Band “ Seres Humanos! Jornalismo é sobre Seres Humanos!” Assim exclama Roberto Cabrini ao completar 30 anos de profissão Leilla Tonin e Rodrigo Oliveira O Arquivo Cabrini na Copa do Mundo da Espanha, em 1982, um dos primeiros eventos internacionais no qual atuava como repórter. pessoal desafio de ancorar diariamente o Jornal da Noite (exibido no início das madrugadas da TV Bandeirantes) não afastou Roberto Cabrini dessas reportagens, uma tarefa a qual titula de coração do jornalismo. Entender o fascínio deste paulista pela profissão é fácil se levarmos em conta que a sina de ir a campo farejar notícias é uma paixão antiga, que completa 30 anos no mês de agosto. No entanto, a vocação de comunicar é anterior a 1977; vem 34 | BOA VONTADE desde os tempos da escola, quando o menino Cabrini já era escolhido orador das festas municipais de Piracicaba/SP. A maioridade não havia chegado quando, aos 17 anos, foi admitido como repórter em rede nacional da TV Globo, na época, o mais jovem da emissora. Quatro anos mais tarde, cobriu uma Copa do Mundo e, aos 22, mudou-se para Nova York, para ser correspondente internacional. Desde aquela época, já passou por quase 50 países. Essas diferentes situações creditaram ao jornalista uma diversidade de pautas e, com elas, o leque de possibilidade de falar sobre os mais variados temas. “São 30 anos bemvividos porque eu tive o privilégio de ter uma diversidade muito grande de situações para cobrir: desde esporte a guerras, reuniões econômicas, editar documentários, ser editor-chefe de telejornal, ancorar”, pontua. Ao perguntar-lhe qual dos temas tem preferência de abordar, disparou: “Seres Humanos! Jornalismo é sobre Seres Humanos!”. É a respeito desse entusiasmo pela profissão e das memórias dos melhores momentos da carreira que conversamos com Cabrini, logo após apresentar o Jornal da Noite, na redação da Band. Comenta a boa fase pela qual a emissora passa no jornalismo e destaca o desempenho do Presidente do Grupo de comunicação, sr. Johnny Saad, na consolidação deste resultado. Também faz menção a outro colega de profissão: “É uma honra muito grande receber o abraço do Paiva Netto, um comunicador de tanta importância e de tanta sensibilidade”. BOA VONTADE — Como o Cabrini foi parar no jornalismo? Roberto Cabrini — Eu sempre gostei muito de comunicação. Lá em Piracicaba, no interior de São Paulo, era escolhido orador da turma nas festas de Sete de Setembro, 15 de Novembro. Desde aquela época, fui apaixonado pelo Rádio, pelo dinamismo dele. Aos 16 anos, fui convidado a ser can-