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CONSTRUINDO PONTES Carlos dos Santos, Diretor do UNIC-Rio,
ONU/Brasil, analisa os 60 anos das Nações Unidas no País

EDUCAÇÃO INFANTIL LBV entrega kits com material escolar
a milhares de crianças em situação de risco social no Brasil

EDITORIAL

Paiva Netto
escreve:
“Esopo,
Liberdade e
Esperança”
JORNALISMO

Audálio Dantas
e as memórias
de repórter
pan 2007

Os preparativos
para a maior
festa esportiva
das Américas
MEIO AMBIENTE

As graves
conseqüências
do aquecimento
global

Relíquia:
Washington
com sua Olivetti
Lettera 32

Washington

Olivetto

A vida, o pensamento, a carreira e aspirações

ABRINDO O CORAÇÃO Dona Canô, a matriarca dos Vellosos, revela como
chegar aos 100 anos acreditando no Amor, na União e na Fé em Deus
Coelce: A Melhor Distribuidora
de Energia Elétrica do Nordeste.

Prêmio ABRADEE 2006
Melhor Distribuidora
de Energia Elétrica do Nordeste.
Prêmio Associação Brasileira
de Distribuidores de Energia
Elétrica / Vox Populi.

Guia Você S/A
e Revista Exame
das 150 melhores
empresas do Brasil
para trabalhar.

Clientes e Colaboradores: estes prêmios também são seus.
E uma das 150 Melhores Empresas
do Brasil para Trabalhar.

Por isso, fazemos questão de bater palmas pra vocês. Parabéns e Obrigado.
Ao Leitor

Sumário
6 Editorial
10 Cartas, e-mails e mensagens
17 Opinião Esportiva
18 70 anos do Grupo Band
20 Igualdade Social
24 In memoriam
25 Opinião — Mídia Alternativa
28 Abrindo o Coração
32 Atualidade Internacional
34 Capa
41 Um século de Victor Civita
42 Esporte é Vida! — Jogos
Pan-Americanos 2007
46 Esporte é Vida! — Jogos
Parapan-Americanos 2007
49 Acontece no mundo
50 Entrevista na ABI
56 Nações Unidas — Brasil
60 Nações Unidas — Nova York/EUA
64 Reportagem — Meio Ambiente
70 Opinião — Meio Ambiente
73 Acontece no Rio
74 Acontece no Brasil
78 Samba e História
81 Esperanto
82 Notícias de Brasília
89 Opinião Política
90 Saúde
93 Utilidade Pública
94 Educação em debate — Europa
96 Soldadinhos de Deus
98 Melhor Idade

	

CONSTRUINDO PONTES Carlos dos Santos, Diretor do UNIC-Rio,
ONU/Brasil, analisa os 60 anos das Nações Unidas no País

EDUCAÇÃO INFANTIL LBV entrega kits com material escolar
a milhares de crianças em situação de risco social no Brasil

Ainda buscando o
No próximo 8 de
sentido humano, nossa
julho, a W/Brasil comequipe viajou até Santo
pleta 21 anos. A maioAmaro da Purificação/
ridade significa para o
BA, para conhecer um
seu Presidente, o pupouco da biografia dos
blicitário Washington
Washington Vellosos, especialmente
Olivetto, o momento
oportuno para reforOlivetto dos cantores Caetano
Veloso e Maria Bemulações importantes.
thânia, no relato da
É sobre esta revolução
matriarca da família,
que planeja e a respeito de como
fez a nossa publicidade entrar a querida Dona Canô, que, em
definitivamente no mapa da pro- setembro deste ano, completa 100
paganda mundial que ele abre o anos bem vividos.
Vale conferir o especial sobre os
coração à BOA VONTADE. A
Jogos Pan-Americanos e Parapanmídia, mais especificamente o jornalismo, merece realce em outra Americanos no Rio de Janeiro na
interessante matéria com o escri- seção Esporte é Vida! A matéria
tor e jornalista Audálio Dantas, revela as expectativas de atletas,
Vice-Presidente da Associação como a ginasta Daiane dos Santos
Brasileira de Imprensa, que ex- e a velocista Adria Santos, ambas
plica uma das principais missões com grande chance de conquistar
do repórter: “Chegar ao que pode medalhas para o Brasil.
Por fim, o leitor pode apreciar
ser considerado verdade”. Tamuma das mais belas mensagens de
bém tem destaque nesta edição a
entrevista com o Dr. Carlos dos liberdade e esperança, contidas
Santos, Diretor do UNIC-Rio no Editorial de Paiva Netto, para
(ONU/Brasil), em que apresenta quem são estes os “dois sentimenum panorama histórico dos 60 tos de que a criatura humana não
anos de atuação do escritório das pode abrir mão”.
Boa Leitura!
Nações Unidas no País.
EDITORIAL

Paiva Netto
escreve:
“Esopo,
Liberdade e
Esperança”

JORNALISMO

Audálio Dantas
e as memórias
de repórter
PAN 2007

Os preparativos
para a maior
festa esportiva
das Américas

Relíquia:
Washington
com sua Olivetti
lettera 32

MEIO AMBIENTE

As graves
conseqüências
do aquecimento
global

A vida, o pensamento, a carreira e aspirações

ABRINDO O CORAÇÃO Dona Canô, a matriarca dos Vellosos, revela como
chegar aos 100 anos acreditando no Amor, na União e na Fé em Deus

	

34

Capa
Conheça um pouco
de Washington
Olivetto, eleito
Publicitário do
Século XX.

6

Editorial
Paiva Netto escreve:
“Esopo, Liberdade e
Esperança”.

17

Coluna do
Garotinho
Pequenos grandes,
grandes pequenos.

20

Igualdade
Social
Educação superior
para todos

28

Abrindo o Coração
Dona Canô Velloso:
um século de boas
lições.
BOA VONTADE

Reflexão de
BOA VONTADE:

ANO 51 • No 218 • Abril/maio/2007

BOA VONTADE é uma publicação mensal das IBVs, editada pela Editora Elevação.
Registrada sob o nº 18166, em 16/03/2006, no livro “B” do 9º Cartório de Registro de
Títulos e Documentos de São Paulo.

Diretor e Editor-responsável
Francisco de Assis Periotto
MTE/DRTE/RJ 19.916 JP
Coordenador Geral
Gerdeilson Botelho
Jornalistas Colaboradores Especiais
Carlos Arthur Pitombeira, Hilton Abi-Rihan, José Carlos Araújo e
Mario de Moraes.
Equipe Elevação
Adriane Schirmer, Angélica Beck, Daiane Emerick, Daniel Trevisan, Danielly Arruda,
Débora Verdan, Flávio de Oliveira, Jaqueline Lemos, João Miguel Neto, Joílson
Nogueira, Juliana Bortolin, Karina Sene, Leila Marco, Leilla Tonin, Lícia Curvello,
Maria Aparecida da Silva, Natália Lombardi, Neuza Alves, Rita Silvestre, Roberta
Assis, Rodrigo Oliveira, Rosana Serri, Simone Barreto, Walter Periotto, Wanderly
Albieri Baptista e William Luz.
Projeto Gráfico
Helen Winkler
Fotos de Capa
Washington Olivetto: Divulgação / Dona Canô: Nizete Souza
Produção
Endereço para correspondência:
Rua Doraci, 90 — Bom Retiro — CEP 01134-050 — São Paulo/SP
Tel.: (11) 3358-6868 — Caixa Postal 13.833-9 — CEP 01216-970
Internet: www.boavontade.com / E-mail: info@boavontade.com
Impressão: Editora Parma

“Toda organização vitoriosa
desfruta a presença marcante
de mulheres espiritualmente
esclarecidas. A intuição, competência do Criador manifesta
na criatura, é um dos poderosos instrumentais femininos.
Talvez por isso tenha Voltaire
(1694-1778), um dia, exclamado: ‘Tous les raisonnements
des hommes ne valent pas un
sentiment d’une femme’, isto
é, todos os raciocínios dos homens não valem o sentimento
de uma mulher”.

A revista BOA VONTADE não se responsabiliza por conceitos e opiniões
em seus artigos assinados.

42

Jogos PanAmericanos 2007
Carlos Arthur
Nuzman: preparativos para a grande
festa do Esporte.

50

Entrevista na ABI
Audálio Dantas e as
memórias de repórter

Extraída do livro Reflexões da Alma, do
escritor Paiva Netto, página 17.

56

Nações Unidas —
Brasil
Entrevista com o
Dr. Carlos dos Santos
sobre os 60 anos do
Unic-Rio

64

Reportagem —
Meio Ambiente
As graves
conseqüências do
aquecimento global

74

Acontece no
Brasil
LBV promove
mutirão pela
Educação
Editorial

Esopo,
Liberdade
Esperança

Fui aluno do Pedro II, o antigo
Fábulas, todos sabem, são narColégio-Padrão, no Rio de Janeiro. rativas em que os animais falam,
Boas recor­dações guardo dos mes- acertam ou se equivocam, possuem
tres Homero Dornelas,
sabedoria ou empá­fia. Enfim,
assessor do genial Heitor
singularizam os homens com
as suas qualidades e defeitos.
Villa-Lobos; Honório SilEsopo, um cativo grego na
vestre; José Jorge; Newton
ilha de Samos, viveu há
de Barros; Pompílio da
cerca de três milênios e era
Hora; Sá Roriz; Farina;
Choeri; Sebastião Lobo; Heitor Villa-Lobos campeão em contar essas
historinhas, que sempre nos
José Marques Leite; Fernando Segismundo, ex-presidente convidam a refletir. Uma delas é:
da Associação Brasileira de Imprensa, a nossa ABI; e outras notabilida- O cão e o lobo
des nacionais.
Vinha um cão por uma estraLá estudávamos as páginas de da. De súbito, deu de frente com
Esopo, Fedro, La Fontaine…
um lobo, que lhe disse:
Arquivo BV

João Preda

Ninguém aprisiona o Espírito de um homem livre

José de Paiva Netto, jornalista, radialista
e escritor. É Diretor-Presidente da LBV.



| BOA VONTADE
Esopo — Obra de
arte de autoria de
Diego Velázquez,
em exposição no
Museu do Prado
(Madri/Espanha).
No trabalho do
pintor espanhol, a
representação do
famoso fabulista
grego que viveu
no século VI a.C.

e
Liberdade e esperança
são dois sentimentos
de que a Criatura
Humana não pode abrir
mão. Deve, contudo,
saber honrar o primeiro
para ser merecedora

segundo.

Reprodução BV

permanente do
Foto gentilmente cedida pelo Colégio Pedro II

Editorial

Alguns dos mestres

Moral da história

Reprodução: Ivan Souza

Sá Roriz
Fernando Franco

Sebastião Lobo

— Amigo, estás com uma excelente aparência! Forte, lépido,
feliz. Sinto até inveja de ti…
— É mesmo?! Faze então igual
a mim. Consegue um dono bondoso. E terás alimento nas horas
certas e serás bem-cuidado. Meu
único serviço é, se aparecerem as

Farina

Arquivo Colégio Pedro II

Arlindo Filho

Pompílio da Hora

Wilson Choeri

| BOA VONTADE

José Jorge

Honório Silvestre
Reprodução: Ivan Souza

Arquivo Colégio Pedro II

Homero Dornelas

Arlindo Filho

Reprodução: Ivan Souza

Arquivo pessoal

do Colégio Pedro II

— Que é isso pendurado em
teu pescoço? Estás machucado?
— Bem... — respondeu-lhe o
cão — é por causa da coleira.
— Quê?! — espantou-se o
lobo…
— De dia, meu senhor me
prende com ela. Não quer que
eu apavore as pessoas que o
visitam.
Ouvindo isso, o lobo não quis
mais conversa e abandonou o cão
no meio do trajeto, todavia sem
antes lhe dizer:
— Amigo, esquece tudo, porque não te seguirei mais. Acho
melhor viver liberto do que na
tua aparente abastança.
Não há ouro suficiente que
valha a liberdade.
E, assim, o velho filósofo da
Hélade, que era mentalmente livre, apesar de padecer a ignomínia
da escravidão, deixou-nos, entre
outros, um grande preceito.
Contam que o seu senhor, espantado com tamanho saber, lhe
deu carta de alforria.

A Lição de Jesus

Fernando Segismundo

saltantes, latir à noite. Vem, pois,
comigo e ele te dará semelhante
trata­mento.
O lobo considerou a proposta
muito boa e foi acompanhando o
cão no caminho de casa.
Até que, a um dado instante, um
fato despertou a sua curiosidade.

O ensinamento de Jesus é superior ao do fabulista. Encontrase no Evangelho, segundo João,
8:32: “Conhecereis a Verdade (de
Deus), e a Verdade (de Deus) vos
libertará”.
Eis a diferença — a verdade
dos homens, em geral, costuma
deixá-los malogrados, porque às
vezes é apenas Razão, que pode
variar conforme os mais diversos
fatores, incluídos os de longitude,
apesar da globalização infrene.  
A de Deus, porquanto Razão
Fotomontagem K.B.

Arquivo BV

Arquivo BV

A Esperança não morre
nunca

Há alguns anos, no Rio de
Janeiro, assisti a um jovem dizer
na televisão que “a Esperança
havia morrido”. Não sou poeta.
Mas tomei da caneta e ousei
estes simples e despretensiosos
versos, depois musicados pelo
maestro Vanderlei Alves Pereira:
A Esperança
não morre nunca!
Nunca!
Não morre, não!
Pois, como a vida,

O cão e o lobo,
personagens da
fábula de Esopo.

BOA VONTADE |



Reprodução BV

Fernando Franco

que é eterna,
embasada na justiça e
o grupo de uma cenmãe tão fraterna,
firmemente no Amor,
tena delas, cantando
pode morrer?!
por conseguinte distante
em torno do seu malNão, não morre
de fanatismos ou convicpago professor, que
ções pétreas, eleva-os ao
nunca!
dançava:
esclarecimento maior, até
Não morre, não,
José Santiago Naud
Gandhi
mesmo nas dúvidas mais
a E s p e r a n ç a n o	
— Se eu pudesse
recônditas, premiando-os,
coração!
voava
quando pacientes e pertinazes,
ao encontro da paz,
com a emancipação que não
Certamente, semelhante exabandonava essa guerra,
os surpreenderá, adiante, com pectativa ainda sustenta os coficava ao lado da paz.
as mais tristes frustrações. Isso rações de muitas crianças angoocorreu com ilustres pensadores lanas. Um diplomata, conhecido
Liberdade e esperança são
que viram suas certezas abaladas, do meu companheiro de ideal dois sentimentos de que a criaou mesmo derruídas, ecumênico José Santiatura humana não pode
com a falência de go Naud, co-fundador
abrir mão. Deve, contudo,
ideologias brilhan- da Universidade de Brasaber honrar o primeiro
para ser merecedora pertes, porém pouco sília, pôde apreciá-las
eficazes. Entretanto, em sua alegria inocente,
manente do segundo.
como esclareceu La- apesar da guerra que
Ninguém aprisiona
Agostinho Neto
Lavoisier
o espírito de um hovoisier (1743-1794): ensangüentou a pátria de
“Na Natureza nada Agostinho Neto (1922mem livre. Que o diga
se perde, nada se cria, tudo se 1979) por quase trinta anos.
o Gandhi, que escreveu muitas
transforma”.
de suas mais belas e decisivas
Ninguém é culpado, sendo
— Disse-me o amigo de torna- páginas enquanto sofria prisões
crente ou ateu, por querer, em viagem que no interior, perto de na luta pela libertação dos in­
todos os sentidos, o melhor para Luanda, viu comovido certa vez dianos.
o povo.
Cartas, e-mails e literatura

@
Fotos: Leilla Tonin

Moacyr Scliar
Registro
lança livro em SP
O médico e escritor Moacyr
Scliar lançou, na capital paulista,
seu mais recente livro O Texto, ou:
A Vida — Uma trajetória
literária, no mês de
abril. Ele conta a
história de um
homem que vive
os fascínios e os
desafios da medicina e da literatura, somando
a visão e a obra humanista do médico com
o talento de escritor.
Na ocasião do lançamento, o Dr.
Moacyr, que ocupa a cadeira no 31
da Academia Brasileira de Letras
(ABL), agradeceu a presença da
Legião da Boa Vontade e mandou
um forte abraço ao dirigente da Instituição e um exemplar de sua obra
literária com a mensagem: “Para
José de Paiva Netto, homenagem
a seu trabalho filantrópico. Um
abraço do Moacyr Scliar”.

Conteúdo e visual
requintados

A revista BOA
V O N TA D E t e m
um conteúdo muito
bom. Traz informações da LBV
em âmbito nacional e internacional, além
do alto nível de informação. O
visual dela é belíssimo. As matérias são feitas com qualidade.
A gente bate o olho e já começa
a ler. Sou uma leitora assídua
da BOA VONTADE. Parabéns!
(Comentário de Liza Prado,
Superintendente do Procon em
Uberlândia/MG)
10

| BOA VONTADE

Luan, da LBV, com Márcia Correa...

... e também com Mariana Godoy.

Bom Dia São Paulo: 30 anos no ar
Roberta Assis

No mês de abril, o telejornal a homenagem para a editora-chefe
Bom Dia São Paulo, da Rede do Bom Dia São Paulo, MárGlobo, completou 30 anos no ar. cia Correa. Na oportunidade,
Em homenagem a esta exele também abraçou a
apresentadora Mariana
pressiva marca, as crianGodoy que, muito simças atendidas pela Legião
pática, ressaltou: “Voda Boa Vontade fizeram
cês da LBV são sempre
um trabalho artesanal em
muito carinhosos. Muito
formato de um aparelho
obrigada”, afirmou. O
de TV, reproduzindo o
Chico Pinheiro
jornalista e apresentador
logotipo do telejornal.
Chico Pinheiro mostrou
O pequeno Luan Alves Pereira, de 5 anos, que estuda aos telespectadores o trabalho
na Supercreche Jesus, represen- manual, agradecendo em nome
tando os demais alunos, entregou da equipe.
Arquivo BV

Cl
ay

to
n

Fe
r

re

ira

Viviane Lago

A revista BOA VONTADE é
ótima. Sua linguagem é bastante
coloquial e o nível de informação é
fantástico. Colocam brilhantemente
as pautas. É de encher os olhos,
além de abordar os assuntos sociais.
(Renata Rocha, estudante de jornalismo da Faculdade de Salvador,
7a etapa. O grupo dela escolheu a
publicação como modelo de qualidade e conteúdo informativo para
apresentar em sala de aula)

Honra à imprensa do nosso País

Como leitor assíduo da revista
BOA VONTADE, aguardava a
edição 217. A publicação traz a certeza de boa leitura, de informações
fundamentais para o dia-a-dia, com
lisura e respeito àqueles que são atores da notícia e, principalmente, ao
leitor. Essa estratégia de dar visibi-

lidade às boas notícias é espetacular.
Tudo vibra. É preciso um mundo
melhor! O editorial do escritor Paiva Netto chama a todos os de bom
senso à responsabilidade social e
demonstra o esforço hercúleo com o
qual age à frente das Instituições da
Boa Vontade, no Brasil e no mundo,
minimizando as mazelas humanas e
criando perspectivas de uma Nova
Era, de Paz, para toda a Humanidade. Parabéns pelo sucesso desse
periódico que honra a imprensa do
nosso País. A presença na capa e as
matérias de Mauricio de Sousa e
Ricardo Boechat mostram o lado
de dois grandes profissionais, cada
um em sua área, e confirmam o
respeito de todos para com a LBV
e seu Diretor-Presidente. (Enaildo
Viana, jornalista, de Brasília/DF,
via e-mail)
Homenagem ao saudoso
Octavio Frias de Oliveira
Natália Lombardi
Foto: Folha Press

A

os 94 anos, o empresário
Octavio Frias de Oliveira (1912-2007), publisher do Grupo Folha,
retornou à Pátria Espiritual. Filho
do Juiz de Direito Luiz Torres de
Oliveira e de dona Elvira Frias, o
jornalista nasceu no dia 5 de agosto, na capital fluminense. Foi criado
no interior do Estado de São Paulo.
Viu sua tradicional família passar
por dificuldades financeiras na adolescência e, por isso, cedo teve de
trabalhar — sua primeira atividade
profissional foi aos 14 anos, como
office-boy da Companhia de Gás
de São Paulo.
Ainda no âmbito profissional,
atuou nos ramos financeiro e
imobiliário, como, por exemplo,

na Secretaria da Fazenda, onde
se consolidou como diretor de
contabilidade e planejamento do
Departamento Estadual do Serviço Público. Esse tino para a área
empresarial é bem marcante em
sua vida, tanto que, em 1948, foi
um dos acionistas-fundadores do
Banco Nacional Imobiliário, instituição especializada em construção de imóveis e responsável por
levantar inúmeros edifícios, entre
eles, o tradicional Copan, no centro
de São Paulo.
O contato com a imprensa
veio na década de 1950, quando
trabalhou na empresa Transaco,
que vendia assinaturas de jornais.
Pouco tempo se passou e, no ano
de 1962, em sociedade com Carlos

Caldeira Filho, comprou o jornal
Folha de S. Paulo, fundado em
1921. Em algumas décadas, Frias
reorganizou a empresa como uma
indústria e, desde a década de 1980,
fez do periódico o de maior circulação do País. Tudo isso, resultado
de muito trabalho: até os 93 anos, o
jornalista ainda atuava diariamente
em sua sala na sede do jornal. Deste
modo, a Folha tornou-se um dos
principais grupos de mídia do País,
abarcando o jornal Agora, o Instituto Datafolha, a gráfica Plural e o
diário econômico Valor (parceria
com a Globo). É também acionista controladora do
portal UOL.
Em setembro do
ano passado, Frias
foi condecorado
com a Ordem do
Ipiranga, mais
alta honraria do
governo de São
Paulo e eleito
Personalidade
da Comunicação. A história desse
notável empresário com faro de
jornalista está narrada em detalhes
na obra biográfica A trajetória de
Octavio Frias de Oliveira, de autoria do jornalista Engel Paschoal.
A narrativa tem início com o nascimento e percorre seus passos na
vida pessoal e profissional.
A Legião da Boa Vontade e seu
Diretor-Presidente dedicam as mais
sinceras vibrações de Paz e respeito
a esse ilustre comunicador, também
extensivas à querida esposa de
Octavio Frias, senhora Dagmar, e
aos filhos Maria Helena, Octavio,
Maria Cristina e Luís Frias de
Oliveira.
Fonte: Folha On-line
BOA VONTADE |

11
Arquivo pessoal

Valter Campanato/ABr

Cartas, e-mails e literatura

@

Livro de Ricardo Cravo Albin
homenageia as musas da MPB
Simone Barreto

Dr. Marcelo Bechara

Radiodifusão e TV Digital
no Direito Brasileiro
As vantagens e a legislação para
implementar o novo sistema digital
de tevê no Brasil ainda trazem dúvidas para muitos e esclarecê-las é um
dos objetivos do livro Radiodifusão
e TV Digital no Direito Brasileiro.
Recém-lançado no mercado editorial e assinado por dois especialistas
na área, Dr. Marcelo Bechara de
Souza Hobaika e Dr. Ricardo
Capucio Borges, a obra esmiuça
como será o processo de adequação
para a nova tecnologia. A interação
com o público e melhor qualidade
visual e sonora do conteúdo exibido
também são aspectos abordados na
obra, cujo prefácio é do Ministro das
Comunicações, Hélio Costa.
Humberto Paes, da Legião da
Boa Vontade, prestigiou a noite de
autógrafos, no dia 30 de maio, em
Brasília/DF, cumprimentando os
autores pelo lançamento, que retribuíram dedicando um exemplar ao
líder da LBV, com as mensagens:
“Ao grande companheiro José de
Paiva Netto, que esta obra seja útil
para um dos maiores exemplos da
radiodifusão brasileira. Abraços,
Marcelo. 30/05/2007”. O Dr. Ricardo registrou: “Ao amigo José de
Paiva Netto, que esta singela obra
seja de agradável leitura e proveitosa a personalidades tão distintas
quanto Vossa Senhoria. Um forte
abraço, Ricardo”.
12

| BOA VONTADE

ABI On-Line

Dr. Ricardo Capucio

O pesquisador musical Ricardo Cravo Albin lançou o livro
MPB Mulher, no último 23
de maio, na capital paulista.
O título reúne um pouco da
biografia, obra e discografia de 80 compositoras e
cantoras da atualidade, de
Aracy Cortes (1904-1985)
a Maria Bethânia, de Clementina de Jesus (1901-1987)
a Rita Lee, da violeira Helena
Meirelles (1924-2005) a Rosa
Passos, uma homenagem às diNa noite de autógrafos, os
vas de nossa música, um roteiro representantes da LBV prestigiahistórico de cada uma delas e da ram o evento levando o abraço
enorme contribuição que deram à fraterno do Diretor-Presidente da
Música Popular Brasileira (MPB). Instituição, jornalista, escritor e
O trabalho é acompanhado
compositor Paiva Netto.
de CD e  fotos exclusivas
O autor retribuiu com
de Mário L. Thompson,
enorme simpatia, agradeamigo de Albin, que serviceu a lembrança e disse
ram de base para o livro.
que gosta muito da LBV
Do prefácio da escritoe de seu dirigente, além
ra Ana Arruda Callado,
de se colocar à disposição
destacamos: “As mulheres Ana Arruda Callado para futuramente gravar
uma entrevista a respeito
brasileiras — e no mundo
em geral — foram proibidas, da MPB. Ele enviou também um
através dos séculos, de exercer exemplar da obra, com a seguinte
muitíssimas atividades que lhes dedicatória: “Para o estimado
dariam ocupação, prazer, e nas José de Paiva Netto, tão querido
quais poderiam traduzir belas Presidente da LBV, o velho afeobras para a Humanito, a estima e também o
dade. A música, porém,
agradecimento de sempre.
nunca lhes foi vetada,
Ricardo Cravo Albin. Rio,
(...) surgiu, para o bem
outono 2007”.
de todas nós, Chiquinha
Uma das homenagea­
Gonzaga, a maestrina,
das no livro, a cantora
a pioneira, que além de Clara Sandroni
Clara Sandroni, neta do
romper aquelas grades,
jornalista Austregésilo de
indo à rua, obrigando a socie- Athayde (1898-1993), represendade a abrir alas à sua música, tando a classe artística, fez também
inaugurou, com suas canções, a sua dedicatória: “Beijos de Clara
Música Popular Brasileira”.
Sandroni”.
Ziraldo lança obra no Salão do Livro do Rio
Simone Barreto

Fotos: Factual Assessoria e Arquivo BV

O Museu de Arte Moderna do
Rio de Janeiro (MAM) é sede do
9o Salão do Livro para Crianças
e Jovens, que se realiza até o dia
3 de junho. Idealizado pela Fundação Nacional do Livro Infantil
e Juvenil (FNLIJ), o encontro
reúne grandes nomes da literatura
infanto-juvenil como Ana Maria
Machado, Lygia Bojunga, Ruth
Rocha, Ziraldo, Rui de Oliveira,
entre outros autores. Além dos
lançamentos e dos estandes das
editoras, ocorrem também encontros
com escritores, leitura de livros feita
por personalidades como Antonio
Calloni e Gabriel, o Pensador.
No primeiro dia do salão,  em
23 de maio, o cartunista e escritor
Ziraldo lançou o livro Jeremias, o

Bom. Na obra, ele conta a história
de um homem atencioso e elegante, sempre bem-vestido com terno
de corte impecável, gravata
e sapatos engraxados, disposto a ajudar os outros; uma
pessoa, antes de tudo, justa.
Ziraldo criou o personagem em
1965, conquistando os leitores
do Jornal do Brasil com seu jeito ingênuo e bondoso de encarar
a vida, que marcou também pelas
charges.
Representantes da Legião da
Boa Vontade estiveram na sessão
de autógrafos, levando o abraço
do dirigente da Instituição. “Paiva
Netto deve ter todos os meus livros,
está sempre me prestigiando, seja
no Brasil ou no Exterior. O meu

grande abraço a ele”,
afirmou Ziraldo, que aproveitou
para dedicar um exemplar de seu
lançamento: “Para o velho Paiva
Netto, sempre presente, o abraço
do Ziraldo”.

Ana Maria Machado

Ruth Rocha

Antonio Calloni

Lygia Bojunga

Rui de Oliveira

Gabriel, o Pensador

Abuso sexual de meninos cresce em São Paulo
Fonte: Jornal O SUL/RS

Meninos que ainda não completaram 18 anos aparecem cada
vez mais nas estatísticas de violência sexual na cidade de São
Paulo. Em dois anos, cresceu
152% a quantidade de menores
do sexo masculino atendidos nos
programas de Proteção à Criança
e ao Adolescente. Em 2004, a
prefeitura atendeu cem garotos
que sofreram abusos. O número

subiu para 135 em 2005 e, no ano
passado, saltou para 252 casos.
Segundo a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social,
em média, 90% dos casos são
cometidos por alguém da família.
“Identificamos que os meninos são
violentados principalmente pelo
irmão mais velho”, afirmou o secretário da pasta, Floriano Pesaro.
“Em seguida, os autores que mais

aparecem são o pai e o padrasto. O
parentesco dificulta as denúncias e
muitas nem chegam a público.”
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, assinou um decreto
determinando a criação de um comitê para combater a violência de
forma articulada com as secretarias
paulistanas. Confira, na próxima
edição da BOA VONTADE, reportagem especial sobre o assunto.
BOA VONTADE |

13
Arnaldo Niskier
lança novo livro
O acadêmico da ABL, jornalista, professor e pedagogo,
Arnaldo Niskier lançou, no
Rio de Janeiro, a obra 10 anos
de LDB — Uma visão crítica,
na sede do Instituto
Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB).
O livro versa sobre a
necessidade de uma
nova lei de ensino e
comenta o PrograArnaldo Niskier
ma de Aceleração
do  Crescimento da Educação
2007. A Legião da Boa Vontade saudou o autor na ocasião
que, agradecido, mandou seus
cumprimentos ao Diretor-Presidente da Instituição em um
exemplar com a dedicatória:
“Ao amigo Paiva Netto com
o grande abraço do Arnaldo
Niskier — 30/05/2007”.

Não à violência
urbana!

Inúmeras são as manchetes que
põem em relevo o grave problema
de segurança pública no País, como
se pôde ver recentemente com a
lamentável morte do professor de
Educação Física Vladimir Novaes
de Araújo, atingido por uma bala
perdida no final de abril, quando
passava de carro pela Avenida dos
Democráticos, em Manguinhos,
subúrbio do Rio.
Vladimir, filho do conselheiro
da ABI, o professor Lênin Novaes de Araújo, e de Creuza das
Graças de Oliveira, recebeu as
últimas homenagens no dia 26
do mesmo mês, no Cemitério de
Inhaúma. Ao Espírito eterno dele,
onde quer que esteja, as vibrações
de Paz da LBV.
14

| BOA VONTADE

João Periotto

Cartas, e-mails e literatura

@

Templo da Paz — SGAS 915, Lotes 75/76, tel.: (61) 3245-1070.
De acordo com a Secretaria de Turismo do DF (Setur), cerca de
um milhão de peregrinos e turistas visitam o local anualmente.

Templo da LBV é o local mais visitado
do DF, registra o
Belkis Faria
“O grande milagre do Centro-Oeste”. Este foi o título da
matéria que apresenta um panorama do roteiro turístico praticado
em Brasília/DF, publicada no
Anuário do Turismo 2007/2008
da revista Exame. A reportagem
aponta o Templo da Boa Vontade
como a principal atração turística
da capital brasileira.
Segundo levantamentos feitos
pela revista, a região do Distrito
Federal é uma potência no turismo,
principalmente o religioso, já que a
capital do Brasil atrai um crescente
número de peregrinos de diversas
tradições religiosas, pelo fato de a
cidade ser sede de diversas igrejas.

“O lugar mais visitado do Distrito
Federal é um monumento religioso,
o Templo da Boa Vontade, construção em forma de pirâmide que
atrai quase um milhão de pessoas
por ano”, destaca a publicação. O
Anuário do Turismo é uma iniciativa da revista Exame que reúne um
conjunto de informações no qual o
leitor fica por dentro dos principais
assuntos que vão desde desafios
até as principais transformações
relacionadas ao turismo nacional
e internacional. A matéria pode ser
acessada pelo www.portalexame.
abril.com.br, na seção Anuário do
Turismo. Clique na opção Distrito
Federal.
Diretoria da ABI empossada por aclamação
José Reinaldo Marques

Em cerimônia realizada no dia
14 de maio, a Associação Brasileira
de Imprensa (ABI) deu posse à sua
Diretoria, ao Conselho Consultivo,
Conselho Fiscal e a um terço do
Conselho Deliberativo, eleitos em
27 de março. O ato ocorreu na Sala
Heitor Beltrão, localizada no 7o
andar do edifício-sede da Casa, no
Centro do Rio.
Tomaram posse como novos
Diretores Estanislau Alves de
Oliveira, da área administrativa, e
Benício Medeiros, de jornalismo.
Foram reeleitos para o triênio 20072010: Maurício Azêdo, Presidente;
Audálio Dantas, Vice-presidente; Domingos Meirelles, Diretor
Econômico-Financeiro; Paulo
Jerônimo de Souza (Pagê), Diretor
de Assistência Social; e Jesus Chediak, Diretor de Cultura e Lazer.
A sessão extraordinária deu posse, também por aclamação, à Mesa
do Conselho Deliberativo, com a
seguinte composição: Presidente,
Fernando Barbosa Lima; 1o Secretário, Lênin Novaes; e 2o Secretário, Zilmar Borges Basílio.

José Reinaldo Marques
Fonte: ABI On-line (www.abi.org.br)

Registro — Da esquerda para a direita, Lênin Novaes e Zilmar Borges Basílio (respectivamente, 1o e 2o Secretários do Conselho Deliberativo); Domingos Meirelles (Diretor Econômico-Financeiro); Audálio Dantas (Vice-Presidente da Casa, e que concedeu entrevista à BOA
VONTADE, leia na p. 48); Estanislau Alves de Oliveira (Diretoria Administrativa); Maurício
Azêdo (Presidente da ABI); Paulo Jerônimo de Souza (Diretor de Assistência Social); Benício
Medeiros (Diretor de Jornalismo); e Jesus Chediak (Diretor de Cultura e Lazer).

Em seu discurso, Maude defesa infatigável das
rício apresentou parte do
liberdades de imprensa,
balanço de sua administracivis e dos direitos hução, dos projetos para que
manos, das quais nunca
ela se mantenha fiel a seus
se afastou e mantém uma
propósitos institucionais e
vigilância permanente.
do centenário da Casa: “A Fernando Barbosa Queremos alargar a sua
ABI vai prosseguir com Lima
atuação no campo cultuesta Diretoria na trilha
ral, no meio universitário,
que se traçou há muito pelos pa- pelo destino das comunicações
triarcas da sua história, na linha do País”.

Livro reúne reportagens do Linha Direta
Para desvendar diversas histórias reais
que foram exibidas
ao longo do tempo
no programa Linha
Direta, a equipe da
TV Globo registrou
em livro algumas
das reportagens revistas e ampliadas.
Casos ainda não solucionados, que a obra Crimes
que Abalaram o Brasil tenta
responder. No prefácio, o apre-

sentador do programa, Domingos
Meirelles, destaca: “As histórias
reunidas neste livro compõem um
painel representativo do comportamento humano em condições
extremas”.
Com organização dos jornalistas
George Moura e Flávio Araújo
e reportagens de Marcelo Faria
de Barros e Wilson Aquino, o
lançamento do trabalho ocorreu
no último 15 de maio, na capital
fluminense, prestigiado pela mídia
e por muitos artistas.

Simone Barreto

Representantes da Legião da
Boa Vontade levaram os cumprimentos fraternos do Diretor-Pre­
sidente da Instituição aos autores
que retribuíram com muita simpatia, nas seguintes dedicatórias: “Ao
Sr. Paiva Netto, parceiro pela justiça. Wilson Aquino”./ “Para Paiva
Netto, obrigado pelo carinho,
abraços. Flávio Araújo”./ “Ao Sr.
Paiva Netto, com a admiração do
Marcelo Faria de Barros”./ “Para
Paiva Netto, com meu abraço fraterno. George Moura”.
BOA VONTADE |

15
Cartas, e-mails e literatura

@

Embaixador do Equador publica História dos Ideais

Carolina Dutra

Divulgação

Rodrigues de Proença (Gerente
do Centro de Juventude do Bairro
Dom Aquino, em Cuiabá/MT);
Henrique Barros (Vereador em
Londrina/PR); José Gregori (Presidente da Comissão Municipal de
Direitos Humanos e ex-Ministro da
Justiça); Lucky Marlom (jornalista da TV Assembléia MT e TV
Rondon, repetidora da Rede TV!);
Mãe Carmem da Silva (iyalorixá
do Gantois); Márcia Mesquita
(produtora do programa Revista da
Manhã, da TV Gazeta, repetidora
da TV Record); Márcia Rocha
(apresentadora da TV Educativa
— TVE/BA — e professora da
Faculdade da Cidade de Salvador); Márcio Bins Ely (Vereador
em Porto Alegre/RS); Marcos
Antônio Castri (apresentador e
jornalista); Claudomiro Bispo dos
Santos (Diretor do Jornal Folha
do Recôncavo e da revista Leia

Chegam à nossa redação inúmeras manifestações de autoridades e personalidades
de todo o País que,
ao lerem a publicação, parabenizam a
qualidade visual e
de conteúdo dela.
A seguir, a relação
de alguns dos que
destacaram a edição no 217:

Antonio Salim Curiati (Deputado Estadual em São Paulo/SP);
Audálio Dantas (Presidente da
Representação da ABI-SP); Aurélio
Nomura (Vereador em São Paulo);
Camila Amorim (produtora do
programa Rede Bahia Revista);
Davi de Paula (radialista da CBN
em Cuiabá/MT); Divaldo Franco
(líder espírita e médium); Edilson
16

| BOA VONTADE

Desde o mês de
abril, o jornal O
Candeeiro,
que circula
na região
metropolitana de
Salvador
e ganha repercussão em
toda a Bahia, conta com a publicação de artigos
do jornalista e escritor Paiva
Netto. Sobre a estréia da coluna, o jornalista e empresário do
periódico, Eduardo Valença,
destacou: “Meu jornal terá
sempre um espaço aberto
para a LBV e José de Paiva
Netto, que é um grande jornalista. Nunca vi uma pessoa
descrever Religião com tanta
autenticidade quanto ele. Não
só o artigo ‘Religião não rima
com intolerância’, mas todos
os outros. Este homem fala de
Religião com um Amor inestimável”.
Para ler essas e outras páginas do escritor, acesse o site:
www.paivanetto.com.
Bahia); Ricardo Boechat (jornalista e apresentador do Jornal da
Band); Romeu Tuma (Senador);
Sebastião de Oliveira (Diretor de
Jornalismo da Rádio Cultura AM
de Cuiabá/MT); Shoelly Rezende
(Diretora de Jornalismo da TV
Rondon de Cuiabá/MT); e Tânia
Girotto (assessora do Presidente
da Assembléia Legislativa do Mato
Grosso).

s
to

BOA VONTADE pelo Brasil

Nizete Souza

n
Sa

quem homenageia: “Para José de
Paiva Netto, digníssimo Presidente
da Legião da Boa Vontade, com o
ideal do Ecumenismo, muito cordialmente, Eduardo
Mora-Anda”.
Ao visitar o Templo da Boa Vonta­de,
em Bra­sí­­lia/DF, re­
cen­temente, afir­­­mou:
“No Templo da LBV,
me sinto ecumêni­co,
me sinto bem. Tomara que tenhamos um
Templo da Paz em muitos lugares do mundo que precisam de
Paz e não de guerra. No TBV,
encontrei amigos, arte e uma
mensagem de Paz, de tranqüilidade, de tolerância e precisamos disso em muitos países do
mundo”.

no
Ni

Uma profunda reflexão sobre a
marcha evolutiva do Ser Humano
na Terra é o que o leitor encontrará
no livro História dos Ideais, escrito
pelo senhor Eduardo
Mora-Anda, Embaixador do Equador no
Brasil. No trabalho literário, o autor disserta
sobre as diferentes
etapas históricas e os
valores e ideais que
se sobressaíram nesses períodos. Em sua
análise, sinaliza para a importância
de uma postura em favor da Natureza e da Vida e contra o egoísmo
irresponsável.
Por isso, dedica esta obra especial àqueles que labutam para
perpetuar histórias de ideais, a
exemplo do dirigente da LBV, a

Paiva Netto estréia
coluna em O Candeeiro,
na Bahia.
Arquivo pessoal

Opinião Esportiva

Pequenos grandes,
José Carlos Araújo (comunicador esportivo da
Rádio Globo do Rio de Janeiro/RJ),
especial para a BOA VONTADE.

O

s campeonatos estaduais
chegaram ao fim e mostraram algumas surpresas, se
é que ainda podemos nos
surpreender com isso. Em São
Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande
do Sul, Minas Gerais e em outras
praças, clubes de menor tradição
ocuparam lugares historicamente
reservados aos de maior investimento.
Se não estiveram na finalíssima, como o São Caetano (em São
Paulo), pelo menos ameaçaram,
participando das semifinais dos
campeonatos e até eliminando
os favoritos. Este ano, brilharam
o Madureira e a Cabofriense, no
Rio de Janeiro; o Ipatinga e o
Tupi, em Minas Gerais; e, entre
outros, o Juventude, no Rio Grande do Sul.
E aí surge a dúvida: estariam
os grandes clubes se nivelando
aos chamados pequenos ou, ao
contrário, estariam esses pequenos crescendo, a ponto de
disputar de igual para igual e
até superar os teoricamente
mais fortes?
Na verdade, há um pouco
de tudo. Os clubes tradicionais sofrem com o êxodo de
seus principais jogadores,

grandes pequenos

enquanto os chamados pequenos,
alguns com apoio de prefeituras
e empresas, conseguem montar
equipes de bom nível técnico e
acabam disputando de igual para
igual com os demais.
Hoje, ninguém mais ganha
jogo apenas com nome. É preciso provar em campo que é o
melhor. É inegável que camisas
tradicionais pesam, pois têm o
apoio de grandes massas de torcedores. No entanto, a presença de
clubes, antes sem expressão, em
fases decisivas dos campeonatos
estaduais não surpreende mais.
Trata-se de um fato que vem se
repetindo há alguns anos.
É muito bom que seja assim,
que os títulos estejam sendo
disputados por mais clubes e não
apenas pelos previsíveis ganhadores de sempre. Dessa forma, as

competições se tornam mais acirradas, mais emocionantes, tudo
em benefício do Esporte.
Temos de parabenizar as
equipes de menor porte pelo
esforço que vêm fazendo e torcer
para que continuem investindo em
seu próprio crescimento. Tomara
que o sucesso alcançado por esses
clubes incentive outros a seguir o
mesmo caminho e que, a cada ano,
tenhamos mais e mais equipes ambicionando mais do que não serem
rebaixadas, ambicionando galgar
posições de destaque em todos os
Estados brasileiros.
Se essa tendência for mantida, como esperamos, é certo
que teremos, daqui para a frente,
competições muito interessantes,
tanto no Campeonato Brasileiro
da primeira divisão quanto nas
divisões inferiores, revelando
sempre novos valores.
Esse é o diferencial do futebol
brasileiro. É por isso que continuamos fornecendo matériaprima para o mundo inteiro e,
ao mesmo tempo, renovando
nossas bases. É por isso que,
por mais que tente, nenhuma
outra nação consegue formar
tantos jogadores de tamanha
qualidade quanto o Brasil.

BOA VONTADE |

17
70 anos do Grupo Band

Festa

Grupo Bandeirantes comemora
70 anos com fôlego para
crescer ainda mais

Band

na

Leila Marco

Fábio Nunes/Divulgação Bandeirantes

Fotos: Arquivo Bandeirantes

O Presidente do Grupo Bandeirantes,
Dr. João Carlos Saad, com o Prêmio
Personalidade da Comunicação 2007,
entregue a ele no dia 16 de maio, na
capital paulista.

A

existência do Grupo Ban­
deirantes de Rádio e Televisão deve-se a um acaso,
a um capricho do destino,
que levou o saudoso Dr. João Jorge Saad (1919-1999) a enamorarse de Maria Helena de Barros,
18

| BOA VONTADE

com quem se casou. Tiveram cinco
filhos: Maria Leonor, João Carlos (Johnny), Ricardo, Marisa e
Márcia. A moça era filha do então
Governador de São Paulo, Adhemar de Barros (1901-1969), que
viu no futuro genro, um paulista filho
de imigrantes sírios, o talento nato
para negociar, administrar e, assim,
o chama para ajudar na gerência de
sua emissora de rádio. Começava,
ali, a jornada que transformaria o
seu João, como era conhecido, em
um dos mais destacados homens
da comunicação do País. No ano de
1948, assumiria o controle da Sociedade Bandeirantes de Radiodifusão
(PRH-9), criada em 6 de maio de
1937. O fato lhe deu a liberdade
de que precisava para implementar
outras inovações, com especial
atenção à prestação de serviços à
comunidade. Nos anos seguintes,
cria um modelo de radiojornalismo
ao vivo durante 24 horas, aposta no
Esporte, conquistando estrondoso
sucesso ao transmitir a Copa do
Mundo da Suécia (1958).
Com a forte determinação de
investir na notícia, dedica-se desde
o fim dos anos 1950 ao projeto de ter
uma televisão com as linhas gerais

que traçara para o rádio, inaugurando-a em 13 de maio de 1967, com
grande êxito. Nem o incêndio que
aconteceu em 1969 diminuiu a sua
confiança na empreitada. Diria o Dr.
João àquela data: “Vamos reconstruir tudo, nossa fé é inabalável.
Com base apenas no conceito e no
crédito, que formam o patrimônio
que o fogo não destrói, recomeçamos. Renascemos das cinzas”.  E
de fato isso ocorre e a organização
se destaca na geração de imagens em
cores, que se iniciava para o público
na década de 1980.	
Neste período, o crescimento da
TV era claro, a rede já operava com
24 emissoras transmitindo o sinal da
Band em todo o Brasil.  

A mídia como instrumento
social

Em 1o de junho de 1983, entra
no ar, para todo o país, o Programa
Boa Vontade, com Paiva Netto*.
Esta parceria Legião da Boa Vontade e Band trazia pioneiramente
a Solidariedade à televisão, a força
da mobilização social em favor dos
brasileiros menos favorecidos, além
de levar uma palavra de ânimo e de
crença no futuro.
Desde então várias campanhas
foram realizadas com ajuda do
veículo, e uma das mais destacadas
se dá durante a grande seca de 1998
e 1999, que atingiu o Nordeste brasileiro, quando milhões de pessoas
na zona rural passavam fome. Com
o apoio direto do Dr. João Saad,
mobilizando todo o grupo Band,
a LBV movimentou o Povo com a
Campanha LBV — SOS Nordeste,
que promoveu uma das maiores
iniciativas de Fraternidade já vistas
em solo brasileiro em favor dos
flagelados. Foram socorridos 4,1
milhões de pessoas em   mais de
1.100 localidades no Nordeste.
O fundador da Rede Bandeirantes, ao tomar conhecimento
do relatório com os números da
Campanha e a relação detalhada
das localidades atendidas, escreveu: “Belo trabalho LBV/Band.
Cidades que muitas pessoas
nem imaginavam que existiam,
Queimada do Curral, Lagoa
da Panela, Vereda I, Vereda II,
Larga das Tapiocas, Barriguda
II, dentre outras, foram beneficiadas pelo trabalho árduo e
grandioso da LBV.
“Sinto-me muito orgulhoso de
estar com o nosso professor Paiva
Netto, amigo de grande espírito
de Solidariedade pelo qual tenho
grande admiração, nessa luta contra a fome. Juntos, tenho a certeza
de que outros bonitos trabalhos
serão realizados em prol da nossa
sociedade. Um forte abraço.”
O sr. Johnny Saad, Presidente
do Grupo Bandeirantes de Rádio e
TV, compartilha a mesma simpatia
que seu pai demonstrava pela Instituição: “Nós, da Bandeirantes,
estamos muito orgulhosos de ser
aliados de vocês da LBV. Acompanhamos a luta do Paiva desde
o tempo de Zarur, e sabemos deste
trabalho sério, bonito, honrado,

que cuida de criança, de gente idosa, envolve todo o mundo. Então,
somos, em primeiro lugar, fãs do
trabalho de vocês, admiradores e
colaboradores. (...) Muito obrigado
e fiquem com Deus”.

Continuando o trabalho

Por toda esta empatia que
sempre caracterizou o relacionamento das duas organizações, a
LBV e seu dirigente sentem-se à
vontade e felizes em compartilhar
deste momento de festa. Mesmo
a morte física do Dr. João (em 10
de outubro de 1999) não apagou
este brilho, pois sabemos que seu
Espírito eterno está mais vivo
do que nunca e que seus ideais,
legado e pujança de trabalho
estão presentes na continuidade
que sua família e particularmente
seu filho Johnny souberam dar às
iniciativas dele. E é dessa forma
brilhante que o Grupo Bandeirantes de Rádio e Televisão chega aos
70 anos, com fôlego redo­brado,
para prosseguir em sua jornada
de valorizar o produto cultural

brasileiro e com uma abrangência
invejável. Atuando hoje com duas
redes de televisão aberta, três canais de televisão por assinatura,
seis redes de rádio, um jornal
impresso, uma distribuidora de
sinal de conteúdo a cabo, um selo
musical e a maior plataforma de
interatividade do País.
*O Programa Boa Vontade, com Paiva Netto, vai ao ar no
início da madrugada, de segunda a sexta-feira, após o
A Noite é uma Super Criança, do apresentador e amigo
da Legião da Boa Vontade Otávio Mesquita.

Registro histórico — O saudoso Dr.
João Jorge Saad apresenta a futura torre da TV Bandeirantes na Av. Paulista.
Hoje, já é uma realidade.

O Dr. João Saad no aniversário de 50
anos da Rádio Bandeirantes, em 1987.
BOA VONTADE |

19
Photos.com

Igualdade Social

Unipalmares, com o
público de 90% de
afro-descendentes, já
prepara a formatura da
primeira turma

Educação superior

para todos
Juliana Bortolin
Fotos: Rodrigo Oliveira

S

egundo dados recentes
do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística
(IBGE), os negros compõem 45% da população brasileira. Em relação ao emprego, o
Departamento Intersindical de
Estatística e Estudos Socioeco-

20

| BOA VONTADE

nômicos (Dieese) informa que,
com mesma qualificação e iguais
anos de estudo, o negro recebe
até 50% menos que os trabalhadores brancos. Pesquisas feitas
pelo Ministério da Educação
apontam que dos quase 800 mil
universitários nas instituições

públicas, os negros respondem
por tão-somente 2,2% do contingente.
Para ajudar a reverter este
quadro, a ONG Afrobras (Sociedade Afro-Brasileira de Desenvolvimento Sociocultural)
vem atuando com o objetivo de
proporcionar um novo enfoque e
condução da temática do negro
no Brasil. Por meio do Instituto
Afro-Brasileiro de Ensino Superior, a Organização colocou em
operação, no ano de 2004, a Faculdade da Cidadania Zumbi dos
Palmares: a primeira da América
Latina do gênero.
Desde então, seu crescimento tornou-se público e notório.
Visando à inclusão de pessoas
menos favorecidas no ensino
superior, a Universidade teve
gradativa expansão de seus propósitos. No último 23 de março,
foi inaugurado o Campus II da
Zumbi dos Palmares, na capital
paulista, cujo público é composto
de 90% de afro-descendentes.
Pouco mais de um mês, outra
vitória: foi assinado um contrato
para a realização da primeira formatura da Unipalmares.
Na solenidade de 8 de maio,

inauguração do Campus II da Unipalmares.
Daniel Trevisan

José Vicente, Presidente da Afrobras e
Reitor da Unipalmares.

estiveram presentes artistas,
au­to­ridades e representantes de
entidades parceiras da Zumbi,
a exemplo da Legião da Boa
Vontade (LBV) e da Fundação
José de Paiva Netto* (FJPN),
que sempre apoiaram a iniciativa. O Presidente da Afrobras
e Reitor da Unipalmares, José
Vicente, destaca a colaboração
das duas organizações: “Somos
agradecidos a todos os que nos
auxiliam e imensamente gratos
à LBV e à Rede Mundial de
Televisão (da FJPN) por
“Dos 2.500
abrirem possibilidades e,
alunos da turma formada
certamente, juntar-se a
nós nessa luta que é de
em Administração, um terço já
todos os brasileiros
está empregado em áreas importantes
há muito tempo”.
da economia. Mostra que, se alguém
Para Vicente, o
resultado positivo já
quiser, tiver vontade, consegue realizar
alcançado na luta pela
qualquer sonho.”
causa negra é também
conseqüência do trabaMilton Gonçalves
lho do dirigente da LBV:
ator
“Paiva Netto é uma jóia
preciosa. Ele é uma liderança,
uma personalidade, uma autoriA talentosa cantora Alcione, ladeada por
dade nesse tema (...) tem inspiCelso de Oliveira (E) e José Eduardo de Pairado muitos trabalhos, pois foi va, ambos da Legião Boa Vontade, durante

*Fundação José de Paiva Netto, formada pela Boa
Vontade TV, Rede Mundial de Televisão, Super Rede Boa
Vontade de Rádio, Portal Boa Vontade, Editora Elevação,
Som Puro Records e Gráfica Boa Vontade.
BOA VONTADE |

21
Daniel Trevisan

pioneiro. Talvez hoje seja mais
fácil falar do negro, por uma
série de conjunturas. Mas antes,
quando era muito difícil ser a
favor do negro, ele já o fazia. Então, é um baluarte na condução
desse tema em todos os veículos
de comunicação e nas posições
doutrinárias”, enfatizou.
Entre as personalidades que
participaram da cerimônia, registro para a presença da Secretária de Ação Social e Direitos
Humanos do Rio de Janeiro, Benedita da Silva; da Diretora de
Eventos da Dorana Forte Real
Formaturas, Rosa Falcone;
“Parabéns para a Legião da
do cantor e compositor
Boa Vontade também.
Altair Veloso; dos atores
Se o assunto é Educação,
Milton Gonçalves, Jorge
de Sá, Rafael Zulu, Isabel
a LBV está sempre presente. ”
Fillardis, Juliana Diniz,
Sandra de Sá
Neuza Borges, Ronnie
Marruda, Déo Garcez e
cantora
Créo Kalleb; e a cantora Sandra de Sá.
Por ser um marco que aos
Daniel Trevisan

Vista parcial de um dos ambientes do
novo campus da Unipalmares

22

| BOA VONTADE

Isabel Fillardis, atriz.

poucos se solidifica na história
do negro no Brasil, o ator Milton
Gonçalves revela a satisfação
em participar desse processo
democratizador. “Dos 2.500
alunos da turma formada em
administração, um terço já está
empregado em áreas importantes da economia. Mostra que,
se alguém quiser, tiver vontade,
garra, insistência e se autorespeitar, consegue realizar
qualquer sonho. Ter uma vida
melhor e contribuir para o coletivo é uma coisa maravilhosa e
fantástica. Há de se levar a sério
a Educação”, afirma.
Em nome de todos os formandos, a Presidente da Comissão
de Formatura, Sônia Maria
Silva, enfatizou em seu discurso: “Esse é o primeiro grande
passo para registrar a nossa
conquista. Todos nós, alunos da
Unipalmares, temos uma história: não viemos só em busca de
um diploma, viemos em busca
de muito mais. Hoje, no Brasil,
só podemos construir algo de
melhor, principalmente para os
Déo Garcez, ator.

afro-descendentes, se tivermos
parcerias”.
Sempre preocupada com o
tema, a atriz Isabel Fillardis
acredita que o racismo só diminuirá “a partir do momento que
a gente se desprender do egoísmo e do individualismo e olhar
para o lado. O próximo é importante. Não podemos colocar o
outro fora da nossa vida”.
No ensejo, Isabel relembrou
as visitas que fez à LBV no Rio
de Janeiro, quando se iniciava a
construção do Centro Educacional, Cultural e Comunitário da
Legião da Boa Vontade, que hoje
atende a milhares de crianças e
famílias em diversos programas
desenvolvidos no local. “Fui na
obra da LBV no Rio quando estava nos alicerces, na construção
e também no dia da inauguração.
É um trabalho muito bom. A
gente tem de cuidar das nossas
crianças, que são o futuro. Um
beijo para você, meu amigo
Paiva Netto”.
Outra batalhadora da causa
negra é a atriz Neuza Borges:

“Sou uma pessoa que sempre
lutou contra os preconceitos que
temos no Brasil. (...) Essa faculdade era um sonho e se tornou
realidade. Acompanho a Legião
da Boa Vontade desde os meus
8 anos de idade, por isso o meu
carinho por ela (...). Minha vida
inteira falei que se tem um homem que é digno de ser um
Presidente no Brasil seria
José de Paiva Netto,
“Acompanho a Legião da
só assim acredito em
Boa Vontade desde os meus
uma mudança real no
País”. E completou:
8 anos de idade, por isso o meu
“O meu amor, meu cacarinho por ela.”
rinho pelo Paiva Netto
é uma grande verdade.
Neuza Borges
Um beijão grande”.
atriz
A cantora Sandra de Sá,
que conhece há muitos anos
o trabalho socioeducacional da
Legião da Boa Vontade, festejou sente. Ao Presidente José de
a presença da Instituição nesta Paiva Netto um abraço”.
empreitada. “Parabéns para a
LBV também, que está nas coisas Respeito à diversidade
mais sólidas da Educação. Se
É válido refletir acerca destas
o assunto é Educação, a LBV palavras do dirigente da LBV, esestá sempre presente. Um bei- critas por ocasião do 13 de maio,
jão para o Paiva e para toda a em que ele dá um caráter espegarotada”.
cial à data. Trata-se de trecho do
A importância das parcerias artigo O Abolicionista Divino,
mereceu destaque ainda da Se- em que Paiva Netto nos remete
cretária de Ação Social e Direi- a pensar sobre o verdadeiro
tos Humanos do Rio de Janeiro, conceito de liberdade. Afirma
Benedita da Silva: “Temos uma o jornalista: “Libertar-se é ter,
Legião de Boa Vontade para acima de tudo, discernimento
construir uma oportunidade espiritual, de preferência em
educacional em que a cor da consonância com essa instigante
pele não faça nenhuma diferen- sugestão do Sublime Reformaça para que se tenha acesso à dor: ‘Buscai primeiramente o
Educação. Os parceiros, como Reino de Deus e Sua Justiça,
a LBV, são fundamentais para e todas as coisas materiais vos
fazer dessa política uma polí- serão acrescentadas’ (Evangetica nacional. (...) A Legião da lho de Jesus, segundo Mateus,
Boa Vontade sempre se faz pre- 6:33)”.
BOA VONTADE |

23
Nair caracterizada como a
personagem Santinha, que
interpretou um famoso quadro
humorístico na TV Globo.

Saudades

de quem faz sorrir

Divulgação TV Globo

In memoriam

Aos 75 anos, a notável atriz Nair Bello voltou à Pátria Espiritual.

24

| BOA VONTADE

Paixão (1988).
Seu último sucesso foi em um
quadro humorístico da TV Globo,
atuando como a personagem Santinha, mulher de meia-idade da
periferia, sem papas na língua. A
princípio, contracenava com o ator
Rogério Cardoso (1937-2003).
Nair, que também demonstrava
seu apoio às causas solidárias, certa ocasião visitou a Supercreche
Jesus, da Legião da Boa Vontade,
na capital paulista. Envolvida pela
alegria das crianças ali atendidas
ressaltou: “Acho que estou em
outro país! A LBV está realizando
um trabalho fantástico. Assisto
aos programas do Irmão Paiva
pela TV Bandeirantes. Mas hoje,
quando entrei aqui, fiquei impressionada”. Em entrevista ao
programa Boa Vontade, convidou:
“Quando alguém da LBV pedir
algum donativo para ajudar as
obras, por favor, atendam, porque
vocês não sabem o bem que estarão fazendo a milhares e milhares
de pais e crianças”.
A atriz retornou à Pátria Espiritual em 17 de abril e as últimas
homenagens feitas a ela foram na
Assembléia Legislativa do Estado
de São Paulo, no dia 18. Na ocasião,
representantes do Diretor-Presidente
da LBV prestaram solidariedade à
família de Nair, cumprimentaram

Murilo César Leite

A

paulistana Nair Bello é
exemplo de atriz e comediante que provocava o
riso fácil, improvisando
por vezes, quando estava em cena.
Sua partida nos deixa saudosos de
seu cativante jeito e personagens
marcantes. Gravou nove filmes,
quinze novelas e dois seriados,
além de participações especiais em
diversos programas humorísticos,
ao longo de sua carreira. No teatro,
atuou em apenas um espetáculo, o
“Alegro Desbum”, em 1975.
Nasceu no dia 28 de abril de
1931, na cidade de São Paulo.
Desde pequena, afirmava que seria
atriz e, já aos 8 anos, encenava em
casa para a família. Dez anos mais
tarde, adolescente, estreou na Rádio Excelsior como locutora e atriz
comediante, chamando a atenção
com seu sotaque italiano. Na TV
a primeira participação foi como
protagonista de um comercial.
Ao estrear no cinema, em
1951, com o filme Liana, A Pecadora, Nair contracenou com
a apresentadora de TV Hebe
Camargo. A partir daí, tornaram-se grandes amigas. Entre
os longas dos quais participou
destacam-se: Simão, O Caolho
(1952); Os Apavorados (1962);
Tô Na Rua Ô Bicho (1971); Das
Tripas Coração (1982) e Fogo e

Natália Lombardi

VELHOS AMIGOS: Paiva Netto recebe Nair Bello em seu gabinete na
cidade de São Paulo/SP. Na ocasião,
a atriz visitava a Supercreche Jesus,
em 12 de outubro de 1988.

“Acho que estou em
outro país! A LBV está
realizando um trabalho
fantástico.”

Nair Bello

durante visita à LBV

os filhos José e Maria Bello e lhes
entregaram o livro Como vencer o
sofrimento, de autoria do escritor
Paiva Netto.
Ao Espírito eterno da ilustre atriz
o respeito da LBV. Que receba, onde
quer que esteja, as vibrações de Paz
e Amor da Instituição, na certeza de
que “os mortos não morrem!”.
Opinião — Mídia Alternativa

Método Paulo Freire

pode ser implantado no País

qual a programação não seja determinada pela maior audiência nem
pelo interesse comercial do lucro,
mas orientada no sentido de que
possa produzir programas voltados
para os diferentes Brasis. Trata-se

Arquivo BV

E

stamos todos na expectativa
do modelo de TV pública que
o Presidente Luiz Inácio Lula
da Silva promete implantar no
Brasil, sendo esta, talvez, a maior
atribuição conferida ao jornalista
Franklin Martins, indicado para
comandar a área de Comunicação
do governo. O País realmente está
precisando de televisão plural, como
a existente em todo o mundo (a BBC
de Londres é o exemplo clássico), na

Ilustração BV

TV
pela

Carlos Arthur Pitombeira*
(especial para a BOA VONTADE)

Paulo Freire (1921-1997) — Conhecido
mundialmente, o educador brasileiro, é
autor de 40 livros, entre os quais, Pedagogia do Oprimido, considerada sua principal obra. Neste mês de maio, completou
10 anos na Pátria Espiritual.
BOA VONTADE |

25
Felipe Freitas

Opinião — Mídia Alternativa

Carlos Arthur Pitombeira, jornalista e
conselheiro da ABI

de um bom passo do governo Lula
no caminho da democratização
da informação, no amplo sentido
social, e não na forma como o PT
defende a democratização da mídia
em documento bastante polêmico a
ser discutido no 3º Congresso que o
partido realizará em julho próximo.
Quanto mais plural forem a informação, a circulação da opinião e a difusão de conhecimentos, melhor. Os
primeiros passos para a implantação
da TV pública precisam ser dados
com a abertura imediata dos sinais
a cabo das TVs Estatais e da Rede
Universitária para que, nos horários
mais acessíveis aos trabalhadores de
cada região, possam ser oferecidos
cursos de alfabetização para os mais
de 40 milhões de analfabetos desse
País. Essa pode ser uma parte importante do Programa de Educação do
governo Lula que promete auxiliar
os municípios nesse sentido. Ajuda
com muito dinheiro mesmo.
O modelo a ser seguido parecenos simples e está ao alcance de
todos: o método do professor Paulo
Freire (1921-1997) com o qual
aquele educador pernambucano, no
início dos anos 1960, em apenas 45
dias alfabetizou 300 trabalhadores
rurais no interior do Rio Grande
do Norte. Em 1963, o sucesso do
programa foi tão grande que acabou sendo aplicado com excelentes
resultados nas favelas do Recife,
26

| BOA VONTADE

sendo posteriormente adotado em
âmbito nacional pelo Presidente
João Goulart (1918-1976). Monitores treinados dispunham apenas
de um projetor para exibir, nos
lençóis brancos abertos no campo,
no crepúsculo entre o entardecer e
a noite, os slides que associavam
cultura local às letras do alfabeto, os
instrumentos de trabalho às sílabas
que formavam palavras, compondo
orações que lhes abriam o caminho
da leitura e do saber. A televisão
pode, hoje, difundir muito melhor
esse processo de alfabetização no
tempo recorde de um mês e meio.    
A TV pública tem como apresentar esses cursos; nossos professores,
como organizá-los; ficando por conta da TV aberta promovê-los com
chamadas nos horários nobres de sua
programação, principalmente nos intervalos das novelas, que sabemos de
grande audiência. Estaria formada,
assim, a parceria TV Pública — TV
Estatal — TV Comercial em favor
da democratização da Educação.
É preciso lembrar que os canais
comerciais são uma concessão do
poder público. Outros programas,
em defesa da cidadania e da ética, e
debates sobre os grandes acontecimentos nacionais, obedeceriam ao
mesmo modelo. A notícia não pode
ser privilégio de alguns. Precisa
estar ao alcance de todos, ter a sua
livre interpretação para que não haja
dominação das consciências nem
conservação das estruturas sociais.  

Analfabetismo do idoso

Recente pesquisa acaba de revelar que 20% da população adulta
ignoram a crise provocada pelos
controladores de vôo nos aeroportos
brasileiros, conhecida como apagão
aéreo. No País, por conta da exclusão da população mais pobre, do
negro e do analfabeto, da pauta de
debate dos grandes temas nacionais,
a maioria não sabe o que é lavagem
de dinheiro. Os que têm uma vaga
idéia sobre o assunto desconhecem
o projeto que tramita no Congresso
Nacional visando punir com rigor e
retomar os bens auferidos com este
crime que envolve grande parte
da elite brasileira. O efeito estufa,
a escassez de água ameaçando a
Humanidade, o aquecimento global,
o porquê de a Amazônia, o cerrado
e o pantanal estarem entre os ecossistemas brasileiros que podem ser
os mais afetados pelo aumento da
temperatura global, também são
ignorados. Direitos trabalhistas
como férias, 13º salário, FGTS,
Vale-Transporte, Vale-Alimentação
e Assistência Médica precisam de
discussões com maior participação
do Povo que ainda convive com o
trabalho escravo.
A Reforma Partidária não é explicada na mídia impressa e eletrônica com uma linguagem capaz de ser
entendida pelo eleitor da periferia. E
essa discussão tem a ver com o modelo de parlamento que se deseja ver
constituído nas esferas municipal,
estadual e federal, para o resgate da

Recente pesquisa realizada em São Paulo, em parceria com o Sesc,
revela que 49% dos brasileiros com mais de 60 anos de idade são
analfabetos, gostariam de voltar à escola e alimentam o sonho de cursar
uma faculdade. Os que não passaram da 8a série do ensino fundamental
somam 89%, enquanto que 4% disseram saber escrever e ler apenas o
próprio nome. O percentual dos que nunca foram à escola é de 18% e
dos que gostariam de ser alfabetizados, 6%. Os que consideram ler e
escrever uma tarefa difícil totalizam 22%.
Ricardo Stuckert/PR

O Presidente
da República,
Luiz Inácio
Lula da Silva,
conversa com o
Ministro Franklin
Martins durante
cerimônia de
encerramento do
recente Fórum
Nacional de TVs
Públicas.

existe prisão para os pobres, já passou da hora de se repensar o modelo
social. E para isso vamos precisar
de uma nova mídia. A família, a sociedade e o Estado não podem mais
continuar impunemente a cometer
delitos constitucionais pelo nãocumprimento da norma impositiva
como dever.
Essa discussão estéril sobre a
redução da maioridade penal para resolver o problema da violência, pelo
visto, tem o apoio quase unânime da
população. Para o governo, entretanto, os jovens precisam é de medidas
socioeducativas. Mas como, se os
exemplos de corrupção dados por
alguns magistrados não ajudam.
Eles tiveram chance de estudar em
bons colégios, ter família e regalias.
E o que fizeram? E o mais grave:
estão em liberdade. Precisamos mu­
dar a sociedade que aí está. Ela não

é só produto da má distribuição de
renda, mas da ignorância. O professor Paulo Freire costumava dizer
que “a miséria dos famintos não é
castigo de Deus, mas se deve à falta
de conscientização das pessoas que
vivem no analfabetismo”.    
Todo esse quadro que aí está
só vai sofrer mudanças com a
democratização da mídia. E se o
governo quer realmente contribuir
nesse sentido, deve dar o exemplo
com seus meios de comunicação.
A imprensa que defendemos
não pode estar vinculada à linha
ideológica de esquerda ou direita.
O que se deseja é que, nela, as idéias
não sejam impostas, mas debatidas,
que escrevendo ou falando o leitor,
ouvinte ou telespectador tenha o seu
espaço, porque o jornalismo não
pode continuar sendo um campo de
batalhas ideológicas.

Photos.com

cidadania. Por que à população não
é dado o direito de participar dessa
reforma? O Povo precisa entender o
atual processo em que vota em um
candidato e elege outro. E decidir
se quer ou não o voto obrigatório.
Mas, para isso, precisa ter acesso à
informação. E aí, além dos jornais
alternativos, entra a participação
decisiva da televisão e do rádio.   
Bom seria se as TVs tratassem
de temas como esses em horário
nobre, contando igualmente com
a participação dos telespectadores,
tal qual ocorre com o envolvimento
do público para saber, por exemplo,
quem deve ser eliminado de uma
das muitas etapas dos reality shows.
As rádios AM de maior audiência
em cada Estado poderiam fazer o
mesmo. Temas como ética e cidadania precisam ser pauta obrigatória
na mídia. Mas não é assim.
Coincidência ou não, em Minas
Gerais, a partir da recente migração
do sistema de transmissão a cabo
analógico para o sistema com tecnologia digital, as empresas prestadoras
de serviços de TV a cabo deixaram
de transmitir os canais de instituições públicas. Em algumas cidades
da região sul e em Belo Horizonte,
por exemplo, não é mais possível
acessar a TV Senado se o aparelho
estiver conectado a uma TV a cabo
com tecnologia de transmissão com
sinal digital.
É preciso interiorizar a informação, aprofundar a análise dos
conceitos nela contidos, pois é da
orientação que se imprime à formação da opinião pública que depende
o desenvolvimento econômico e
social de um Povo.
Em um país onde juízes e desembargadores são acusados de
corrupção e envolvimento com o
crime organizado; em que deputados
mensaleiros são anistiados pelo Conselho de Ética da Câmara e onde só

BOA VONTADE |

27
Nizete Souza

Abrindo o Coração

I

Leila Marco

nício do século XX: o
mundo deslumbra-se com
o avião inventado pelo brasileiro Santos Dumont
(1873-1932), que pela primeira
vez alça vôo com o 14 Bis, a
fotografia colorida é realidade graças a Auguste Lumière
(1862-1954), e o Cubismo surge com Picasso (1881-1973) e
Braque (1882-1963). Aqui, no
Brasil, a Economia sofre abalo
com a crise cafeeira, por causa
da superprodução, o que é logo
equacionado em virtude da intervenção do governo brasileiro.
É neste cenário, distante para a
maioria de nós, que nasce, em 16
de setembro de 1907, Claudionor
Vianna Telles Velloso, ou dona
Canô, apelido que recebeu de um
menino que não soube pronunciar
o seu nome. A cidade de origem,
Santo Amaro da Purificação, a 85
quilômetros de Salvador, é ainda
hoje o local escolhido pela matriarca dos Vellosos para residir,

Dona Canô, a matriarca dos
Vellosos, revela como chegar
aos 100 anos acreditando
no Amor, na União e na Fé
em Deus.

Um século de

grandes lições
28

| BOA VONTADE
Arquivo pessoal

tendo apenas dele se ausentado
em alguns períodos de sua vida
ou em ocasiões especiais, quando
acompanhava os filhos em viagens e shows.
E foi no velho casarão da família, na cidade de Santo Amaro, no
Recôncavo Baiano, que a equipe
da BOA VONTADE se encontrou
com dona Canô para esta entrevista. Prestes a completar 100
anos, ela fez uma retrospectiva
da família e de acontecimentos
que marcaram a biografia de
dois ícones baianos, o cantor e
compositor Caetano Veloso e a
intérprete Maria Bethânia.
Segundo ela, a cidade sempre
foi um lugar especial, tranqüilo
e acolhedor. “Nasci, me criei,
meu marido é daqui, a família
dele e a minha também”. Da infância, as lembranças, dos 7 aos
15 anos, são as mais caras: “Na
Usina Passagem, que promovia
festas, baile pastoril, um retrato
de dramas e comédias com mocinhas, rapazes. E desde os 7 anos
a freqüentei. A minha infância foi
uma maravilha, brincávamos, o
pessoal era muito unido, foi uma
vida muito boa até 15 anos”.
Desse período realça a qualidade, na época, do ensino fundamental, em que, por exemplo,
dona Canô teve a oportunidade
de aprender francês e a tocar
piano. “Eram professores bons.
Havia duas escolas para rapazes, uma do Padre Monsenhor
Soares, onde o Zeca (seu esposo)
estudou, com padres portugueses.
E dois colégios para moças: a
Sacramentinas e de dona Cora
Araújo. Eram escolas que preparavam pra fazer qualquer exame,

Foto em família. Em sentido horário, os filhos Nicinha, Irene, Rodrigo, Mabel, Roberto,
Caetano, Bethânia, Dona Canô e Clara.

hoje estariam bem apreciados
para ir à faculdade”.
Em 7 de janeiro de 1931,
casa-se com José Telles Velloso,
o grande amor da vida dela, que
conheceu graças a amigo em comum. “Ele era um bom marido,
uma pessoa maravilhosa, tomava
conta da família toda dele, da
irmã, mãe, cunhados, parentes,
sobrinhos. Foram 53 anos (juntos) muito bem-vividos”.
Logo vieram os filhos, a primeira foi Eunice (ou Nicinha
para a família), uma menina de 3
anos, que adotaram. Depois mais
seis biológicos: Clara Maria,
Maria Isabel (ou Mabel, como
ficou conhecida a escritora da
casa), Rodrigo, Roberto, Caetano e Maria Bethânia. E o Lar
dos Vellosos, rico em amor, ainda
receberia em seu seio a caçula
Irene.

Uma casa alegre e a parceria
entre os irmãos

A mãe diz que, mesmo sendo
em número de oito, não havia
grandes travessuras, mas, sim,
muita alegria: “Eram brinca-

“O meu maior orgulho é
meus filhos serem unidos
a mim ainda hoje, mesmo
com a posição que
ocupam, principalmente
Bethânia e Caetano.
Isso é muito bom! Se eu
gemer, daqui a pouco
chega todo mundo. A
união é a melhor coisa
do mundo.”
lhões e amigos, como são até
hoje. Tinham bastantes amigos
na cidade, mas todos dentro da
nossa casa”.
Dona Canô conta que Caetano
e Bethânia desde pequenos intuíam o futuro que os esperava.
“Toda hora eles brincavam: ‘Vou
ser artista’. E eu dizia: ‘Ser artista não é brinquedo!’”. Ao que
lhe retrucavam: “Você vai ver,
você vai ver!”.
BOA VONTADE |

29
ntos
Nino Sa

Abrindo o Coração

Vista parcial
da cidade
de Santo
Amaro
da Purificação/BA.

E realmente o talento ia fluindo de maneira natural, em meio
às brincadeiras de criança: “Caetano tocava, o dia inteiro, piano!
Ele chegava do colégio, nem
entrava direito em casa, e estava ao piano. Eu dizia: ‘Caetano
chegou!’ (risos). Uma loucura
pela música que tem até hoje. E
compunha, a gente nem sabia.
Só quem tinha conhecimento
era Mabel, porque ele dava (as
letras) a ela para guardar”. Há
mesmo uma gravação única feita,
em 1952, por Caetano na casa dos

O talento dos filhos ganha
os palcos
s Bodas
pessoal

ão à
emoraç
nto.
em com feliz casame
issa
ô na m
ro do
Can
de Ou
e dona

Arquivo

a

Seu Zec

pais, cantando Feitiço da Vila (de
Vadico e Noel Rosa) e Mãezinha
querida (de Getúlio Macedo e
Lourival Faissal), que fez muito
sucesso com Carlos Galhardo
(1913-1985), sendo acompanhado ao piano pela irmã Nicinha.
De Caetano ainda rememora a
aptidão para o desenho e a pintura a óleo. “Ele pintava e tocava
muito, o dia inteiro, ou (estava
ao) piano ou pintando, nunca
ficava parado”.

O fato é que os filhos
de dona Canô tinham
razão, e a primeira
grande oportunidade surge para Maria
Bethânia quando ela
é convidada para
substituir, em 1965,
a cantora Nara
Leão (1942-1989)
no show Opinião,
no Rio de Janeiro. “Aconteceu
pelo valor dela.

Fiquei preocupadíssima, ir para
o Rio. Caetano falou: ‘Minha
mãe, eu levo ela’. Bethânia cantou uma música dele no show e
foi depois procurada para saber
quem tinha feito aquela letra.
Então, eles começaram”.
Neste espetáculo, a cantora
baiana estreou com destaque ao
interpretar, de forma diferenciada
e forte, Carcará, que se tornou
sucesso nacional. Foi também
pioneira ao registrar em disco a
música do irmão É de manhã, em
compacto simples pela RCA Victor. Daí por diante os dois tiveram
cada vez mais êxito, participando
da Bossa Nova, dos grandes festivais e, posteriormente, criaram
com outros artistas, a exemplo de
Gilberto Gil, Tom Zé, Torquato
Neto, Gal Costa, o Tropicalismo,
movimento de vanguarda que
sacudiu as estruturas culturais
da época. Seguem até hoje como
grandes nomes da Música Popular Brasileira (MPB).
Esses passos foram acompanhados de perto pela carinhosa
mãe, que sempre que podia viajava pelo Brasil e Exterior para
assistir aos shows dos filhos.
“Todos me emocionavam muito,
porque eu nunca esperei que eles
chegassem onde estão. Ver meus
filhos, o Povo, aquela multidão
aplaudindo, gritando, é uma
coisa muito séria. Não sou de
chorar, mas havia músicas que
eu chegava a parar pra...”.
E confidencia: “O meu maior
orgulho é meus filhos serem unidos a mim ainda hoje, mesmo
com a posição que ocupam, principalmente Bethânia e Caetano.
Isso é muito bom! Se eu gemer,
Revezes e a confiança na
amizade

Poucas coisas abalaram esta
guerreira na longa trajetória,
tal­vez esteja aí seu segredo de
longevidade, pois não se aborrece
facilmente com as dificuldades do
dia-a-dia, mantendo um invejável
bom humor. Entre esses eventos
que mexeram realmente com
dona Canô, pode-se citar dois em
especial: o exílio de Caetano, em
Londres/Inglaterra (1969-1971),
e a morte de seu José Telles Velloso. Eles haviam se mudado por
causa dos filhos para Salvador,
no começo da década de 1960, e,
para cumprir o último desejo do
marido que estava muito doente,
retornaram em 1983 a Santo
Amaro, vindo seu Zeca a falecer
seis dias depois de se instalarem
no casarão.
Em todos esses e outros momentos difíceis, ressalta: “A fé em
Deus é o que me mantém viva”.
Concluindo: “Eu não creio que
uma pessoa sem fé tenha boa
vida. No mínimo, vamos dizer, fé
numa estrela, na luz, em qualquer
religião”.
O valor à amizade é algo que
também a faz mais forte. Desde
os mais próximos que a ajudam
nas tarefas de casa, como uma
antiga colaboradora que ela
chama carinhosamente de Fifi,
a grandes personalidades que
encontram no caráter forte desta
mulher simples o próprio retrato
do Povo brasileiro batalhador,
que não se entrega diante das

dificuldades e constrói um País
melhor.
Uma das pessoas que se encantaram com este modo de ser
foi o Diretor-Presidente da LBV,
José de Paiva Netto, que, em
1988, visitando sua residência
recebeu o convite de dona Canô
para almoçar com ela. Bastaram aquelas poucas horas para
um sincero sentimento de afeto
frutificar. Desde então, não há
aniversário ou data especial que
passe em branco. “Paiva Netto
veio com o filho almoçar comigo.
É meu amigo, não se esquece de
mim e eu acompanho as coisas
que ele faz, gosto muito, aprecio.
Há um retrato meu lá na LBV em
Salvador. Ele não esquece, toda
data! (risos) São essas coisas que
confortam a gente, é ter amigos.
Amizades do tempo antigo que se
conservam até hoje.”
Dona Canô fala dos presentes
que recebeu do líder da LBV,
como dois quadros com a imagem
de Jesus: “Um para mim e outro
para Bethânia, que está no quarto
dela. Todo ano no meu aniversário ele traz flores, presentes, não
esquece. Pessoa distinta, muito
distinta. E o trabalho dele, eu
aprecio muito, porque cuidar da
criança, primeiro, é difícil e, segundo, é belo”.
E arremata: “Fiz a entrevista
de Boa Vontade. Faria a qualquer
hora. Eu acompanho a revista.
Leio, gosto de ver o serviço que
Paiva Netto faz, as pessoas que
adotam o trabalho dele, procuro
me empenhar, é a minha vida”.
Colaboração: Mariana Rodrigues e Nizete Souza

Arquivo BV

daqui a pouco chega todo mundo. A união é a melhor coisa do
mundo”.

Visita cordial do dirigente da LBV à querida
amiga, que carinhosamente Paiva Netto
chama de Mãe Canô, em Santo Amaro da
Purificação/BA, no ano de 1988.

“Paiva Netto veio com
o filho almoçar comigo.
É meu amigo, não se
esquece de mim e eu
acompanho as coisas
que ele faz, gosto
muito, aprecio. Há um
retrato meu lá na LBV
em Salvador. Ele não
esquece, toda data!
(risos) São essas coisas
que confortam a gente,
é ter amigos. Amizades
do tempo antigo que
se conservam até
hoje.”
BOA VONTADE |

31
Atualidade Internacional

Premiação

verde-amarela
nos Estados Unidos

Danilo Parmegiani e Marta Trigueiro
Fotos: Adriana Rocha e Amanda Vieira

Press Award homenageia
brasileiros que se destacam
nos EUA divulgando o Brasil

“O trabalho
da LBV é
um dos
mais
sérios e
meritórios
do Brasil. Eu
pessoalmente a acompanho
há muitos anos e sou seu
fã incondicional. A LBV tem
uma presença muito forte
em Nova York.”

Carlos Borges

Criador do Press Award
32

| BOA VONTADE

A

tualmente, estima-se que
mais de um milhão de brasileiros vivam na América
do Norte. É nesta grande
comunidade verde-amarela — a
maior fora do Brasil — que muitas
personalidades e instituições têm
promovido uma imagem positiva do País e de sua gente. Há
10 anos, quem faz brilhar o
nosso nome lá fora é homenageado com o Press
Award, láurea que em
2007 foi entregue durante
o II Congresso Internacional
de Cultura e Mídia Brasileira,
no Teatro Parker Playhouse, em
Fort Lauderdale (Flórida/EUA),
entre os dias 12 e 14 de abril.
O encontro que debateu cultura
e mídia brasileiras teve neste ano
12 painéis discutindo a produção
cultural e a comunicação brasileira
no Exterior. Segundo o jornalista e
criador do evento, Carlos Borges,
em 2006, oito países enviaram representantes. Neste ano, as solicitações
ultrapassaram 15 nações. “Esse é o

nosso objetivo. Agregar toda nossa
produção cultural e de comunicação
fora do país. Essa é uma realidade
cada vez maior e mais importante,
já que, segundo dados do Itamaraty,
são mais de três milhões de brasileiros vivendo no Exterior”, afirmou o
jornalista.
Homenageando destaques de 12
Estados norte-americanos, Inglaterra
e Japão, o Press Award é, de fato,
uma das mais importantes premiações nossas lá fora e teve diversos
momentos que fizeram a platéia, repleta de autoridades, celebridades e
lideranças da comunidade brasileira,
emocionar-se e aplaudir de pé.
Entre os que receberam a hon­
raria está a Legião da Boa Vontade,
eleita pelo voto popular como Destaque Comunitário/Instituição. “O
trabalho da LBV é um dos mais sérios e meritórios do Brasil. Eu pessoalmente a acompanho há muitos
anos e sou seu fã incondicional.
A LBV tem uma presença muito
forte em Nova York. O que vocês
trazem é a semente de um serviço
1

2

Na primeira imagem, da esquerda para a direita, os representantes da LBV no evento, Danilo Parmegiani e Alziro de Paiva, e os
jornalistas Eliakim Araújo e Leila Cordeiro. Na segunda, com o Cônsul-Geral do Brasil em Miami, Embaixador João Almino. Na foto
abaixo, Alziro aparece com o editor-chefe do jornal The BrasilianS, Edilberto Mendes.

de ajuda emocional, psicológica.
Quero mais para a Instituição
neste prêmio”, comenta Carlos
Borges, após pronunciamento do
representante do dirigente da LBV,
José de Paiva Netto, o jovem Alziro de Paiva.
A láurea é um reconhecimento
ao trabalho humanitário que a
LBV realiza há 57 anos no Brasil
e ao seu Diretor-Presidente, o jornalista e escritor Paiva Netto, pelos
mais de 50 anos de serviço que não
tem fronteiras e empolga outras
nações. Atualmente, essa iniciativa
solidária é desenvolvida na Argentina, Paraguai, Uruguai, Bolívia,
Portugal e Estados Unidos, dentre
outras regiões do mundo.
O jornalista Eliakim Araújo,
diretor, apresentador e organizador
do Projeto Conexão Flórida, falou
da característica que o congresso
tem de unir as mídias brasileiras:
“Não adianta uma, duas ou três
pessoas terem idéias mirabolantes, é preciso que haja unidade
nas idéias e um esforço mútuo em

mostrar a cara do Brasil, quantos
nós somos, o que queremos”. Na
entrevista, agradeceu   também
a presença da LBV: “Paiva, um
abraço para você”.
Além de receber o prêmio, a
Instituição teve espaço para expor
sua ação, com o Painel Social
Affairs (Relações Sociais), que
mostrou os programas e projetos
desenvolvidos em favor das populações menos favorecidas, em
especial com a Rede Sociedade
Solidária. A respeito da iniciativa, observou a jornalista Leila
Cordeiro: “A LBV faz um belo
trabalho”.
Entre os outros agraciados de
2007, destacam-se Caetano Veloso, Marisa Monte, Sônia Braga,
Arthur Moreira Lima, Mauricio
de Sousa e Hortência; além da
Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) e OCF (Organização Contábil Felix); dos eventos	
Brazilian Day, Brazilian Film Festival of Miami, FLA-BRA Festival
e o Miss Brasil-USA.

3

O representante da LBV conversa
também com a simpática Leona Forman,
Presidente e CEO da BrazilFoundation.
BOA VONTADE |

33
Capa

Conheça um pouco de Washington
Olivetto, eleito o Publicitário do

O diferencial
Século XX.

34

da W/Brasil

| BOA VONTADE
Leila Marco e Leilla Tonin

de S.Paulo, os três gordinhos do
DDD, os casais Unibanco.
Se não bastasse ter seu nome
associado à propaganda, este paulistano do bairro da Lapa encontra
espaço ainda para dedicar-se à
música e a escrever, e não reclama,
pois diz que é graças a essas várias
áreas de atuação que consegue
realimentar o seu trabalho como
publicitário. É autor dos livros
Os Piores Textos de Washington
Olivetto e Corinthians — É Preto
no Branco, que fala de uma de
suas maiores paixões: o time do
Parque São Jorge.
Para os próximos tempos anuncia uma nova revolução para a
publicidade e, um pouco mais
tarde, pretende deixar a W de tal
forma autônoma que ela possa
caminhar sem a presença dele no
dia-a-dia, quando pretende viajar
pelo mundo com a esposa e o
casal de gêmeos, “pois os meus
filhos pequenos estarão com 12
anos de idade, irreversivelmente
brasileiros e corintianos”.
BOA VONTADE — Como foi ser
eleito publicitário do século em
1999?
Washington Olivetto — Foi
muito gostoso. Lógico que na vida
é bom ganhar dinheiro, ser reconhecido, mas as duas melhores coisas

que o sucesso profissional lhe dá, na
minha opinião, são a oportunidade
de ficar amigo dos seus ídolos, que
é legal, e de ser admirado por muita
gente que ambiciona fazer o mesmo
que você. Isso é o mais prazeroso
em qualquer atividade.
BV — Washington Olivetto criança já era criativo?
Washington — Não. Obviamente tenho alguma aptidão, mas
o que fiz, na verdade, foi treinar o
meu talento, trabalhá-lo, que nem
é tão grande assim. No meu caso,
era uma criança de família de classe
média e, por uma circunstância
de vida, aprendi a
ler muito cedo,
por volta dos
4 para os 5
anos. Agradeço tudo que
aconteceu na
minha vida a
Monteiro Lobato (1882-1948),
graças ao prazer que Washington
Olivetto na
criei pela leitura, pois Primeira
a melhor maneira de Comunhão
aprender a escrever é
lendo. Por outro lado, tinha uma
grande admiração pelo trabalho do
meu pai, ele é um bom vendedor.
No início da minha adolescência,
havia uma dúvida na minha cabeça:
BOA VONTADE |

35

Arquivo pessoal

E

stamos na W/Brasil para a
entrevista com o Presidente
da agência, o publicitário
Washington Olivetto. Ele
chega até a sala preparada para
o encontro em ritmo acelerado.
Após as apresentações o bate-papo
começa e aquela energia toda se
concentra para falar, sobretudo, de
publicidade, contar um pouco de
suas memórias, conquistas e experiências profissionais, além de
narrar um pouco de sua infância.
Washington não é um homem fácil
de se descrever: “Sou mediano em
quase tudo, quase bom em várias
coisas, mas tenho o intuitivo muito
forte e sou uma pessoa extremamente leal”.  
Talvez isso explique resumidamente o talento especial que,
já aos 19 anos, em seu primeiro
trabalho de publicidade, o levou
a conquistar o consagrado prêmio
francês do Festival de Cannes e,
daí em diante, a lista apenas foi
aumentando. Hoje a W/Brasil é
uma das mais premiadas agências do mundo, com cerca de mil
prêmios, entre Leões de Cannes,
Clio Awards e outros. Sucessos
inesquecíveis da propaganda
brasileira são de sua lavra, como
a menina do primeiro sutiã, o
Garoto Bombril, o cachorrinho
salsicha da Cofap, o rato da Folha

Fotos: Daniel Trevisan
Arquivo pessoal

Capa

Em 1981, Washington recebe o festejado Clio Awards (estatueta de Ouro),
concedido anualmente aos destaques na
propaganda e design internacional.

geração anterior a minha; quando
comecei na atividade ela estava
profissionalizada e muito preparada para receber um profissional
com as minhas ambições, de fazer
algo mais visível, de reconhecimento internacional. Fui estagiário muito garoto, com 18 pra 19
anos, de uma agência pequena, o
que aparentemente não era legal,
mas foi ótimo. Primeiro, porque
tinha muita coisa para fazer e
pouca gente; segundo, porque as
pessoas com mais experiência
perceberam que tinha potencial e
aí rapidamente fui contratado. O
pessoal foi muito legal comigo,
fui bastante acarinhado no início
da atividade, isso me ajudou bastante.   

Divulgação

“Será que quero ser um vendedor?
Ou quero escrever?”. Então, racionalizei que onde misturava o gesto
de escrever para todas as
mídias com o de vender
BV — Qual a principal
era a publicidade, e aí foi
função da propaganque descobri para que eu
servia. No fundo é tudo
da?
muito simples, todo munWashington — É
vender produtos, consdo nasce para fazer algutruir marcas ou idéias. O
ma coisa bem, mas são
trabalho da W/Brasil tem
poucos aqueles que têm a Monteiro Lobato
algum diferencial, o fato
sorte de descobri-la, por
isso, poucos são bem-sucedidos e de sermos intimamente ligados à
cultura popular brasileira. A mifelizes em seus trabalhos.
nha missão, mas nem sempre se
BV — Quem o ajudou nessa consegue isso, é, além de cumprir
as obrigações básicas, que se concaminhada?
Washington — Sou grato à siga entrar para a cultura popular

do País. Isso me fascina, não é
simplesmente uma mensagem pra
vender um produto, mas, sim, que
acrescentou algo na vida das pessoas: pode ter sido um sorriso, uma
informação útil, um aprendizado
estético. A gente pode ser um pouquinho mais ambicioso no nosso
trabalho, e é isso que tento fazer.
BV — Você disse, certa vez, que
foi a pessoa que deu essa visibilidade aos profissionais da sua
área. Como isso aconteceu?
Washington — O que ocorreu
foi que, como comecei novo e
sempre fui batalhador — a minha
vida é baseada em algum talento,
sorte e muito trabalho —, acabei
fazendo diversas coisas que o
público gostava. Então, cria-se
uma curiosidade a respeito de
quem fez, e comecei a ganhar uma
visibilidade fora do meu meio. Naquele momento, obviamente não
sabia da utilidade que o fato teria
para mim, do ponto de vista do
negócio, mas depois fui ganhando
ciência e organizei isso, sempre
tomando um cuidado que tomo até
hoje: que a minha visibilidade seja
sempre menor que o meu trabalho.
Não é por bondade, isso não! Sou
vaidoso o suficiente, adoraria ser
capa da Time na mesma semana

“Parto de um princípio
muito simples: propaganda
é criada, aprovada e
veiculada por pessoas,
quanto melhores forem
elas, melhor será a
propaganda.”
36

| BOA VONTADE
“A gente se treina para ser
muito pouco passadista,
por mais que se tenha
realizado, não importa
muito, o que vale é o que
irá fazer amanhã.”

BV — Seu primeiro comercial
recebeu um Leão de Bronze no

Divulgação

BV — Quem se beneficiou com
essa sua sacada?
Washington — Olha, acredito
que em alguns pontos fui boa mãe
e um pouco madrasta má na história das gerações que vieram depois
da minha. Boa mãe, no sentido de
que procurei implantar padrões
de qualidade, buscar a excelência
na publicidade, ter coe­rência de
comportamento, como o fato de
nunca ter aceitado fazer — sendo
muitas vezes convidado — campanhas políticas ou de empresas
governamentais, foi um grande
diferencial na minha vida. Eu só
trabalho com a iniciativa privada.
Por outro lado, a minha visibilidade fez com que muitos jovens,
ingenuamente, ima­ginassem que
o negócio da publicidade é mais
próspero, fácil, divertido. Muita
gente di­recionou-se para uma área
não sendo a ideal para aquela pessoa, olhando um pouquinho o meu
exemplo, isso me preocupa.

Festival de Cannes. Você espera- personagem tem uma magnífica
biografia, é bem escrito e há o fava por isso?
Washington — Não, de jeito buloso talento do Carlinhos Monenhum. Fiz o comercial, ele não reno, que permite que se freqüente
era tão bom quanto ficou, o meu todas as alternativas que a comudiretor de criação tirou alguns de- nicação possibilita. Ela mistura a
feitos dele, mas mesmo assim não persuasão da propaganda com a
atualidade do jornalismo,
imaginava que fosse gaauto-renova-se o tempo
nhar um Leão de Bronze
inteiro. Fora isso, temos
no Festival Internacional,
três pessoas nessa paracomo era Cannes, que nada que participaram de
quela época tinha grande
tudo, que são o Carlinhos
prestígio. Tanto, que quanMoreno, o Andrés Bukodo soube da premiação,
fiquei na dúvida se havia Carlinhos Moreno winski, que dirigiu os 334
filmes até hoje, e eu, que
algo errado. Sou muito
autocrítico, sempre fui. É curioso, trabalhei em todos eles, seja como
exijo que me levem a sério, mas redator ou diretor. É a campanha
da história da publicidade de
não me levo a sério.
maior durabilidade no mundo, que
além de tudo tem um total controle
BV — Você foi responsável pela
criação do garoto-propagan- das pessoas que participaram de
da da Bombril, um comercial todas as fases, está tudo amarrado, além de estar bem
que está há quase três
documentada, numa atidécadas no ar, é algo
vidade que muitas vezes
especial...
se perde a memória com
Washington — Quanfacilidade. (...) Bombril é
do criamos a campanha em
exatamente o contrário,
1978, jamais imaginamos
era publicidade, virou
que ela faria sucesso em
2007, que entraria para Andrés Bukowinski cultura popular.
o Guinness, em 1995, e
continuasse. Hoje sei explicar, não BV — O público também evoluiu
tenho dúvida de que o grande mé- como a propaganda?
Washington — O público é
rito da campanha Bombril é que o
Divulgação

que merecesse ser também da
Newsweek, ou seja, que o meu trabalho fosse merecedor. Piloto para
que a minha exposição aconteça
totalmente no profissional.

BOA VONTADE |

37
Capa
corretos, que, na atividade publicitária, fazem isso corretamente. E
não sou só eu, existem muitos.

“Eu sou um curioso
profissional, só não abro
bolsa de mulher porque

Arquivo pessoal

é feio. (risos)”

mais exigente, consciente. Portanto,
se a publicidade não for inteligente, respeitosa com o consumidor,
honesta, não funcionará. Vamos
pensar também que, no início da
propaganda, praticamente não havia
concorrentes, então a função dela
era informar. À medida que surgiram produtos parecidos, passou a
ter de ser informação e persuasão.
Depois, com o aumento da concorrência, foi preciso obsoletar o
adversário, não bastava mais dizer
o que faz e persuadir, tinha de falar:
“Olha, eu faço melhor”. E atualmente, com a carga de informação que
recebemos de todos os veículos,
precisa também ser entretenimento,
se quiser ser percebida.
BV — O que leva as pessoas a
serem criativas?
Washington — O conceito de
criatividade pode estar atrelado
num todo, como as áreas específicas. Na minha, por exemplo, diria
que surge do treinamento de um
certo talento natural e de quando
você se prepara para não ter nenhum preconceito com informação
e curiosidade a respeito de tudo.
38

| BOA VONTADE

BV — Você é um curioso nato?
Washington — Eu sou um
curioso profissional, só não abro
bolsa de mulher porque é feio
(risos). Agora, é claro que um
componente fundamental num
profissional da minha área é ter
um forte intuitivo. Aliás, se tenho
alguma qualidade, é intuitiva.
BV — E a segue sempre?
Washington — Entre uma
certeza e uma decisão intuitiva,
escolho a segunda. Tem mais
risco, mas parto sempre de um
princípio que a aventura pode ser
louca se o aventureiro foi lúcido.
Na verdade, sou muito organizado, certinho, para fazer umas
maluquices.
BV — Quais as coisas que julga
imperdoáveis em sua profissão?
Washington — Eu julgo desrespeitar a inteligência do consumidor totalmente imperdoável,
julgo coisinhas burras imperdoáveis. E, obviamente, todo o comportamento que seja predatório,
que implante maus hábitos, preconceitos. Parto de um princípio
muito simples: propaganda é
criada, aprovada e veiculada por
pessoas; quanto melhores forem
elas, melhor será a propaganda.
Não é que existem publicitários
éticos; existem seres humanos

BV — Você já afirmou que a tecnologia para a publicidade, em
alguns momentos, é um gigantesco progresso ou um enorme
retrocesso. Como assim?
Washington — O importante é
a boa utilização. Quando comecei
a trabalhar, as nossas condições
eram ruins, sabíamos que era
possível imaginar o que quer que
fosse, mas não daria para produzir, e aí aprendemos a pensar
simples. Normalmente, simples
é mais inteligente, persuasivo, e
isso continuará sempre. É claro
que, com o passar do tempo, se
além de saber pensar simples há
condições boas de produzir aquilo,
melhor ainda, como é hoje. O que
acontece atualmente é que com
acesso à tecnologia perde-se a
origem da atividade. Não faz mal
se está mais ou menos, porque ela
ficará bem acabada. E aí trabalha
contra, porque uma idéia boa, mal
produzida, continua sendo boa.
Agora, uma má idéia bem produzida é apenas uma má idéia bem
produzida.
BV — Você disse também que,
para ser global, é preciso ser
mais regional?
Washington — Exatamente.
Aliás, isso não é um fenômeno
apenas da publicidade, é da literatura, da música. A melhor maneira
de ser absolutamente internacional
é ser totalmente local. É o que cria
uma grande identidade.
BV — Qual a maior descoberta
que fez na vida?
Washington — A maior descoberta que fiz na vida, do ponto
de vista profissional, era para que
Arquivo pessoal

eu servia. Se não descobrisse isso, que a base pra resolver todos os
certamente nada teria dado certo. problemas, inclusive o da distriMas gosto de muitas outras coi- buição de renda falha, é um forte
sas, até porque não possuo uma projeto educacional. A questão
vida pessoal e uma profissional, da segurança passa também por
as duas se interligam o tempo isso, ou seja, o que está ocorrendo,
inteiro, nunca estou trabalhando, agora, como a falta de segurança,
divertindo-me, sempre
é filho da não-existência
tento fazer as duas coide projetos educaciosas, é tudo misturado, a
nais anteriores e estamos
única coisa que preservo
sendo vítimas disso, não
é o pessoal. Tenho expese pode continuar nessa
riências maravilhosas,
circunstância. Todos nós
como a oportunidade de
somos vítimas, inclusive
virar amigo dos meus Homero Olivetto
os emissários disso.
ídolos. Sou muito ligado
aos artistas da Música Popular BV — Planos para o futuro?
Brasileira, adoro artes plásticas,
Washington — Continuar
tenho filhos espetaculares. Tive fazendo tudo direitinho, já não é
um privilégio único de ter sido pai mole. Este ano estamos promomuito jovem, o que é muito legal, vendo uma mudança estética na
e voltar a ser pai aos 50 anos.
W para o segundo semestre, que
interfere na qualidade de trabalho.
Quero uma nova revolução na
BV — E os gêmeos?
Washington — Tenho um ca- informática, totalmente wireless
sal de gêmeos, que está com quase (sem fio), mas com estética radi3 anos de idade. Orgulho-me de calmente brasileira, porque se chater sido um bom pai jovem. Meu ma W/Brasil. Desejo prosseguir
filho adulto é diretor de cinema formando novos profissionais,
(Homero Olivetto), inteligente, conquistando contas, quero me
não é bobo, ou prepotente; é um preparar para daqui a nove anos
cara razoável. E as crianças estão poder, aí sim, me afastar um pouficando muito interessantes. É claro que por melhor que tenha sido
quando jovem, o pai de 50 anos é
impecável, porque nesta idade é
responsável para exercer todas as
responsabilidades educacionais,
econômicas e financeiras; é cúmplice como um tio e permissivo
como um avô. Ele é o sujeito ideal
para a criança (risos).

Sem deslumbramentos — Em uma
das paredes da W/Brasil há uma grande
vitrine, em que os mais de mil prêmios
da agência estão ali depositados para
lembrar que, apesar de serem importantes, o mais relevante é continuar
fazendo sempre a boa propaganda.

quinho do cotidiano da W, pois os
meus filhos pequenos estarão com
12 anos de idade, irreversivelmente brasileiros e corintianos, e eu
poderei ensinar geografia pra eles
viajando. Mas nesses nove anos
tenho de trabalhar muito.   

BV — O que falta ao Brasil para
vencer o problema da violência?
Washington — Falta bastante
coisa e muitas já estão acontecendo. O Brasil é um país ainda jovem, está tudo por fazer. Acredito
BOA VONTADE |

39
“Eu queria dar os parabéns
pelo trabalho que a LBV faz
há tantos anos, com tanta
eficiência e dignidade.”

“Vou fazer aquela visita a que me
convidaram”, disse Washington para as
crianças da LBV.

BV — Por quais momentos
profissionais gostaria de ser
lembrado?
Washington — Gosto mais do
todo. Nós, publicitários tidos como
bons, nos treinamos, isso no mundo
inteiro, até porque os profissionais
de publicidade são muito parecidos, a gente parece uma raça de
cachorro. Tenho amigos assim em
Londres, Nova York, que olho para
eles e acho a gente tudo meio igual.
A gente se treina para ser muito pouco passadista, por mais que se tenha
realizado, não importa muito, o que
vale é o que irá fazer amanhã. A
publicidade envelhece rapidamente.
Essa idéia, pelo ponto de vista do
trabalho, é difícil, tenho de racionalizar, dizer assim: “Seria bom que
a média alta do meu trabalho fosse
lembrada”. Obviamente, gostaria de
ser lembrado como um profissional
que procurou fazer algo a mais do
que o puro e simplesmente serviço,
que tentou influenciar outros colegas, ser um sujeito cordato como
empresário e outras coisas.
40

| BOA VONTADE

BV — Qual a sua relação com a
família?
Washington — É muito presente, porque minha vida é totalmente misturada. É curioso que
os meus filhos gêmeos nasceram
no dia em que a W fez 18 anos,
coincidentemente. Nós viajamos
bastante, tanto a trabalho quanto
eventualmente a passeio, e aí eu
misturo e vira trabalho e tal. Desde
que nasceram, eles farão 3 anos
agora no dia 8 de julho, eu e minha
mulher nunca viajamos sozinhos,
os levamos junto para todos os lugares. Gosto disso, meu filho adulto
foi educado dessa maneira.
BV — E a paixão por São Paulo?
Washington — Eu sou paulista típico, nasci em São Paulo,
conheço a cidade como se tivesse
sido motorista de táxi. Agora um
pouquinho menos. Aprecio muito
as cidades, isso é muito curioso,
todas as que visito conheço bem.
Sou apaixonado por São Paulo
e gosto muito do Rio também,
tenho um monte de amigos lá. Eu
brinco que das grandes cidades do
mundo, como cidade do México,
Tóquio, São Paulo é melhor porque tem todas as qualidades das
outras grandes e, além de tudo, é
a única que fica a 45 minutos do
Rio de Janeiro.
BV — Quem são seus ídolos?
Washington — Tenho ídolos

em todas as áreas e vários são
amigos meus. Muita gente da
Música Popular Brasileira, das
artes plásticas, da literatura, da
minha atividade, obviamente. No
fim do ano passado, esteve aqui
no Brasil um publicitário norteamericano que, quando eu tinha
18 anos, ele estava com 35 anos, e
era meu ídolo, o Edward McCabe, que hoje é amigo íntimo. É um
privilégio você ter isso e acontece
com um monte de pessoas. No
sábado, por exemplo, vou jantar
com o querido Jorge Ben Jor,
que é meu amigo há anos e anos
e anos. É muito gostoso.
BV — “O primeiro sutiã a gente
nunca esquece”, esta frase é um
marco...
Washington — Há um levantamento curioso sobre esta frase
feito pelo Fernando Morais,
escritor. Ela é a mais parodiada da
história da publicidade mundial.
Essa frase é de 1988, encerrando o comercial primeiro sutiã
e, a partir daí, muita gente fez
algo em cima. Tem a do Ayrton
Senna (1960-1994) falando da
Ferrari, alguém que vai escrever
uma matéria numa revista de
gastronomia. Do que o Fernando
conseguiu catalogar, são mais de
seis mil citações. É porque ela
reflete sentimentos básicos, é o
simples.
BV — Que recado deixaria aos
leitores da revista BOA VONTADE?
Washington — Eu queria dar
os parabéns pelo trabalho que
a LBV faz há tantos anos, com
tanta eficiência e dignidade, e
prometer para os meus alunos
da escola da LBV que vou fazer
aquela visita  a que me convidaram. Um beijo!
Nações Unidas no Brasil: 60 anos de atuação
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  • 1. CONSTRUINDO PONTES Carlos dos Santos, Diretor do UNIC-Rio, ONU/Brasil, analisa os 60 anos das Nações Unidas no País EDUCAÇÃO INFANTIL LBV entrega kits com material escolar a milhares de crianças em situação de risco social no Brasil EDITORIAL Paiva Netto escreve: “Esopo, Liberdade e Esperança” JORNALISMO Audálio Dantas e as memórias de repórter pan 2007 Os preparativos para a maior festa esportiva das Américas MEIO AMBIENTE As graves conseqüências do aquecimento global Relíquia: Washington com sua Olivetti Lettera 32 Washington Olivetto A vida, o pensamento, a carreira e aspirações ABRINDO O CORAÇÃO Dona Canô, a matriarca dos Vellosos, revela como chegar aos 100 anos acreditando no Amor, na União e na Fé em Deus
  • 2. Coelce: A Melhor Distribuidora de Energia Elétrica do Nordeste. Prêmio ABRADEE 2006 Melhor Distribuidora de Energia Elétrica do Nordeste. Prêmio Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica / Vox Populi. Guia Você S/A e Revista Exame das 150 melhores empresas do Brasil para trabalhar. Clientes e Colaboradores: estes prêmios também são seus.
  • 3. E uma das 150 Melhores Empresas do Brasil para Trabalhar. Por isso, fazemos questão de bater palmas pra vocês. Parabéns e Obrigado.
  • 4. Ao Leitor Sumário 6 Editorial 10 Cartas, e-mails e mensagens 17 Opinião Esportiva 18 70 anos do Grupo Band 20 Igualdade Social 24 In memoriam 25 Opinião — Mídia Alternativa 28 Abrindo o Coração 32 Atualidade Internacional 34 Capa 41 Um século de Victor Civita 42 Esporte é Vida! — Jogos Pan-Americanos 2007 46 Esporte é Vida! — Jogos Parapan-Americanos 2007 49 Acontece no mundo 50 Entrevista na ABI 56 Nações Unidas — Brasil 60 Nações Unidas — Nova York/EUA 64 Reportagem — Meio Ambiente 70 Opinião — Meio Ambiente 73 Acontece no Rio 74 Acontece no Brasil 78 Samba e História 81 Esperanto 82 Notícias de Brasília 89 Opinião Política 90 Saúde 93 Utilidade Pública 94 Educação em debate — Europa 96 Soldadinhos de Deus 98 Melhor Idade CONSTRUINDO PONTES Carlos dos Santos, Diretor do UNIC-Rio, ONU/Brasil, analisa os 60 anos das Nações Unidas no País EDUCAÇÃO INFANTIL LBV entrega kits com material escolar a milhares de crianças em situação de risco social no Brasil Ainda buscando o No próximo 8 de sentido humano, nossa julho, a W/Brasil comequipe viajou até Santo pleta 21 anos. A maioAmaro da Purificação/ ridade significa para o BA, para conhecer um seu Presidente, o pupouco da biografia dos blicitário Washington Washington Vellosos, especialmente Olivetto, o momento oportuno para reforOlivetto dos cantores Caetano Veloso e Maria Bemulações importantes. thânia, no relato da É sobre esta revolução matriarca da família, que planeja e a respeito de como fez a nossa publicidade entrar a querida Dona Canô, que, em definitivamente no mapa da pro- setembro deste ano, completa 100 paganda mundial que ele abre o anos bem vividos. Vale conferir o especial sobre os coração à BOA VONTADE. A Jogos Pan-Americanos e Parapanmídia, mais especificamente o jornalismo, merece realce em outra Americanos no Rio de Janeiro na interessante matéria com o escri- seção Esporte é Vida! A matéria tor e jornalista Audálio Dantas, revela as expectativas de atletas, Vice-Presidente da Associação como a ginasta Daiane dos Santos Brasileira de Imprensa, que ex- e a velocista Adria Santos, ambas plica uma das principais missões com grande chance de conquistar do repórter: “Chegar ao que pode medalhas para o Brasil. Por fim, o leitor pode apreciar ser considerado verdade”. Tamuma das mais belas mensagens de bém tem destaque nesta edição a entrevista com o Dr. Carlos dos liberdade e esperança, contidas Santos, Diretor do UNIC-Rio no Editorial de Paiva Netto, para (ONU/Brasil), em que apresenta quem são estes os “dois sentimenum panorama histórico dos 60 tos de que a criatura humana não anos de atuação do escritório das pode abrir mão”. Boa Leitura! Nações Unidas no País. EDITORIAL Paiva Netto escreve: “Esopo, Liberdade e Esperança” JORNALISMO Audálio Dantas e as memórias de repórter PAN 2007 Os preparativos para a maior festa esportiva das Américas Relíquia: Washington com sua Olivetti lettera 32 MEIO AMBIENTE As graves conseqüências do aquecimento global A vida, o pensamento, a carreira e aspirações ABRINDO O CORAÇÃO Dona Canô, a matriarca dos Vellosos, revela como chegar aos 100 anos acreditando no Amor, na União e na Fé em Deus 34 Capa Conheça um pouco de Washington Olivetto, eleito Publicitário do Século XX. 6 Editorial Paiva Netto escreve: “Esopo, Liberdade e Esperança”. 17 Coluna do Garotinho Pequenos grandes, grandes pequenos. 20 Igualdade Social Educação superior para todos 28 Abrindo o Coração Dona Canô Velloso: um século de boas lições.
  • 5. BOA VONTADE Reflexão de BOA VONTADE: ANO 51 • No 218 • Abril/maio/2007 BOA VONTADE é uma publicação mensal das IBVs, editada pela Editora Elevação. Registrada sob o nº 18166, em 16/03/2006, no livro “B” do 9º Cartório de Registro de Títulos e Documentos de São Paulo. Diretor e Editor-responsável Francisco de Assis Periotto MTE/DRTE/RJ 19.916 JP Coordenador Geral Gerdeilson Botelho Jornalistas Colaboradores Especiais Carlos Arthur Pitombeira, Hilton Abi-Rihan, José Carlos Araújo e Mario de Moraes. Equipe Elevação Adriane Schirmer, Angélica Beck, Daiane Emerick, Daniel Trevisan, Danielly Arruda, Débora Verdan, Flávio de Oliveira, Jaqueline Lemos, João Miguel Neto, Joílson Nogueira, Juliana Bortolin, Karina Sene, Leila Marco, Leilla Tonin, Lícia Curvello, Maria Aparecida da Silva, Natália Lombardi, Neuza Alves, Rita Silvestre, Roberta Assis, Rodrigo Oliveira, Rosana Serri, Simone Barreto, Walter Periotto, Wanderly Albieri Baptista e William Luz. Projeto Gráfico Helen Winkler Fotos de Capa Washington Olivetto: Divulgação / Dona Canô: Nizete Souza Produção Endereço para correspondência: Rua Doraci, 90 — Bom Retiro — CEP 01134-050 — São Paulo/SP Tel.: (11) 3358-6868 — Caixa Postal 13.833-9 — CEP 01216-970 Internet: www.boavontade.com / E-mail: info@boavontade.com Impressão: Editora Parma “Toda organização vitoriosa desfruta a presença marcante de mulheres espiritualmente esclarecidas. A intuição, competência do Criador manifesta na criatura, é um dos poderosos instrumentais femininos. Talvez por isso tenha Voltaire (1694-1778), um dia, exclamado: ‘Tous les raisonnements des hommes ne valent pas un sentiment d’une femme’, isto é, todos os raciocínios dos homens não valem o sentimento de uma mulher”. A revista BOA VONTADE não se responsabiliza por conceitos e opiniões em seus artigos assinados. 42 Jogos PanAmericanos 2007 Carlos Arthur Nuzman: preparativos para a grande festa do Esporte. 50 Entrevista na ABI Audálio Dantas e as memórias de repórter Extraída do livro Reflexões da Alma, do escritor Paiva Netto, página 17. 56 Nações Unidas — Brasil Entrevista com o Dr. Carlos dos Santos sobre os 60 anos do Unic-Rio 64 Reportagem — Meio Ambiente As graves conseqüências do aquecimento global 74 Acontece no Brasil LBV promove mutirão pela Educação
  • 6. Editorial Esopo, Liberdade Esperança Fui aluno do Pedro II, o antigo Fábulas, todos sabem, são narColégio-Padrão, no Rio de Janeiro. rativas em que os animais falam, Boas recor­dações guardo dos mes- acertam ou se equivocam, possuem tres Homero Dornelas, sabedoria ou empá­fia. Enfim, assessor do genial Heitor singularizam os homens com as suas qualidades e defeitos. Villa-Lobos; Honório SilEsopo, um cativo grego na vestre; José Jorge; Newton ilha de Samos, viveu há de Barros; Pompílio da cerca de três milênios e era Hora; Sá Roriz; Farina; Choeri; Sebastião Lobo; Heitor Villa-Lobos campeão em contar essas historinhas, que sempre nos José Marques Leite; Fernando Segismundo, ex-presidente convidam a refletir. Uma delas é: da Associação Brasileira de Imprensa, a nossa ABI; e outras notabilida- O cão e o lobo des nacionais. Vinha um cão por uma estraLá estudávamos as páginas de da. De súbito, deu de frente com Esopo, Fedro, La Fontaine… um lobo, que lhe disse: Arquivo BV João Preda Ninguém aprisiona o Espírito de um homem livre José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor. É Diretor-Presidente da LBV. | BOA VONTADE
  • 7. Esopo — Obra de arte de autoria de Diego Velázquez, em exposição no Museu do Prado (Madri/Espanha). No trabalho do pintor espanhol, a representação do famoso fabulista grego que viveu no século VI a.C. e Liberdade e esperança são dois sentimentos de que a Criatura Humana não pode abrir mão. Deve, contudo, saber honrar o primeiro para ser merecedora segundo. Reprodução BV permanente do
  • 8. Foto gentilmente cedida pelo Colégio Pedro II Editorial Alguns dos mestres Moral da história Reprodução: Ivan Souza Sá Roriz Fernando Franco Sebastião Lobo — Amigo, estás com uma excelente aparência! Forte, lépido, feliz. Sinto até inveja de ti… — É mesmo?! Faze então igual a mim. Consegue um dono bondoso. E terás alimento nas horas certas e serás bem-cuidado. Meu único serviço é, se aparecerem as Farina Arquivo Colégio Pedro II Arlindo Filho Pompílio da Hora Wilson Choeri | BOA VONTADE José Jorge Honório Silvestre Reprodução: Ivan Souza Arquivo Colégio Pedro II Homero Dornelas Arlindo Filho Reprodução: Ivan Souza Arquivo pessoal do Colégio Pedro II — Que é isso pendurado em teu pescoço? Estás machucado? — Bem... — respondeu-lhe o cão — é por causa da coleira. — Quê?! — espantou-se o lobo… — De dia, meu senhor me prende com ela. Não quer que eu apavore as pessoas que o visitam. Ouvindo isso, o lobo não quis mais conversa e abandonou o cão no meio do trajeto, todavia sem antes lhe dizer: — Amigo, esquece tudo, porque não te seguirei mais. Acho melhor viver liberto do que na tua aparente abastança. Não há ouro suficiente que valha a liberdade. E, assim, o velho filósofo da Hélade, que era mentalmente livre, apesar de padecer a ignomínia da escravidão, deixou-nos, entre outros, um grande preceito. Contam que o seu senhor, espantado com tamanho saber, lhe deu carta de alforria. A Lição de Jesus Fernando Segismundo saltantes, latir à noite. Vem, pois, comigo e ele te dará semelhante trata­mento. O lobo considerou a proposta muito boa e foi acompanhando o cão no caminho de casa. Até que, a um dado instante, um fato despertou a sua curiosidade. O ensinamento de Jesus é superior ao do fabulista. Encontrase no Evangelho, segundo João, 8:32: “Conhecereis a Verdade (de Deus), e a Verdade (de Deus) vos libertará”. Eis a diferença — a verdade dos homens, em geral, costuma deixá-los malogrados, porque às vezes é apenas Razão, que pode variar conforme os mais diversos fatores, incluídos os de longitude, apesar da globalização infrene. A de Deus, porquanto Razão
  • 9. Fotomontagem K.B. Arquivo BV Arquivo BV A Esperança não morre nunca Há alguns anos, no Rio de Janeiro, assisti a um jovem dizer na televisão que “a Esperança havia morrido”. Não sou poeta. Mas tomei da caneta e ousei estes simples e despretensiosos versos, depois musicados pelo maestro Vanderlei Alves Pereira: A Esperança não morre nunca! Nunca! Não morre, não! Pois, como a vida, O cão e o lobo, personagens da fábula de Esopo. BOA VONTADE | Reprodução BV Fernando Franco que é eterna, embasada na justiça e o grupo de uma cenmãe tão fraterna, firmemente no Amor, tena delas, cantando pode morrer?! por conseguinte distante em torno do seu malNão, não morre de fanatismos ou convicpago professor, que ções pétreas, eleva-os ao nunca! dançava: esclarecimento maior, até Não morre, não, José Santiago Naud Gandhi mesmo nas dúvidas mais a E s p e r a n ç a n o — Se eu pudesse recônditas, premiando-os, coração! voava quando pacientes e pertinazes, ao encontro da paz, com a emancipação que não Certamente, semelhante exabandonava essa guerra, os surpreenderá, adiante, com pectativa ainda sustenta os coficava ao lado da paz. as mais tristes frustrações. Isso rações de muitas crianças angoocorreu com ilustres pensadores lanas. Um diplomata, conhecido Liberdade e esperança são que viram suas certezas abaladas, do meu companheiro de ideal dois sentimentos de que a criaou mesmo derruídas, ecumênico José Santiatura humana não pode com a falência de go Naud, co-fundador abrir mão. Deve, contudo, ideologias brilhan- da Universidade de Brasaber honrar o primeiro para ser merecedora pertes, porém pouco sília, pôde apreciá-las eficazes. Entretanto, em sua alegria inocente, manente do segundo. como esclareceu La- apesar da guerra que Ninguém aprisiona Agostinho Neto Lavoisier o espírito de um hovoisier (1743-1794): ensangüentou a pátria de “Na Natureza nada Agostinho Neto (1922mem livre. Que o diga se perde, nada se cria, tudo se 1979) por quase trinta anos. o Gandhi, que escreveu muitas transforma”. de suas mais belas e decisivas Ninguém é culpado, sendo — Disse-me o amigo de torna- páginas enquanto sofria prisões crente ou ateu, por querer, em viagem que no interior, perto de na luta pela libertação dos in­ todos os sentidos, o melhor para Luanda, viu comovido certa vez dianos. o povo.
  • 10. Cartas, e-mails e literatura @ Fotos: Leilla Tonin Moacyr Scliar Registro lança livro em SP O médico e escritor Moacyr Scliar lançou, na capital paulista, seu mais recente livro O Texto, ou: A Vida — Uma trajetória literária, no mês de abril. Ele conta a história de um homem que vive os fascínios e os desafios da medicina e da literatura, somando a visão e a obra humanista do médico com o talento de escritor. Na ocasião do lançamento, o Dr. Moacyr, que ocupa a cadeira no 31 da Academia Brasileira de Letras (ABL), agradeceu a presença da Legião da Boa Vontade e mandou um forte abraço ao dirigente da Instituição e um exemplar de sua obra literária com a mensagem: “Para José de Paiva Netto, homenagem a seu trabalho filantrópico. Um abraço do Moacyr Scliar”. Conteúdo e visual requintados A revista BOA V O N TA D E t e m um conteúdo muito bom. Traz informações da LBV em âmbito nacional e internacional, além do alto nível de informação. O visual dela é belíssimo. As matérias são feitas com qualidade. A gente bate o olho e já começa a ler. Sou uma leitora assídua da BOA VONTADE. Parabéns! (Comentário de Liza Prado, Superintendente do Procon em Uberlândia/MG) 10 | BOA VONTADE Luan, da LBV, com Márcia Correa... ... e também com Mariana Godoy. Bom Dia São Paulo: 30 anos no ar Roberta Assis No mês de abril, o telejornal a homenagem para a editora-chefe Bom Dia São Paulo, da Rede do Bom Dia São Paulo, MárGlobo, completou 30 anos no ar. cia Correa. Na oportunidade, Em homenagem a esta exele também abraçou a apresentadora Mariana pressiva marca, as crianGodoy que, muito simças atendidas pela Legião pática, ressaltou: “Voda Boa Vontade fizeram cês da LBV são sempre um trabalho artesanal em muito carinhosos. Muito formato de um aparelho obrigada”, afirmou. O de TV, reproduzindo o Chico Pinheiro jornalista e apresentador logotipo do telejornal. Chico Pinheiro mostrou O pequeno Luan Alves Pereira, de 5 anos, que estuda aos telespectadores o trabalho na Supercreche Jesus, represen- manual, agradecendo em nome tando os demais alunos, entregou da equipe. Arquivo BV Cl ay to n Fe r re ira Viviane Lago A revista BOA VONTADE é ótima. Sua linguagem é bastante coloquial e o nível de informação é fantástico. Colocam brilhantemente as pautas. É de encher os olhos, além de abordar os assuntos sociais. (Renata Rocha, estudante de jornalismo da Faculdade de Salvador, 7a etapa. O grupo dela escolheu a publicação como modelo de qualidade e conteúdo informativo para apresentar em sala de aula) Honra à imprensa do nosso País Como leitor assíduo da revista BOA VONTADE, aguardava a edição 217. A publicação traz a certeza de boa leitura, de informações fundamentais para o dia-a-dia, com lisura e respeito àqueles que são atores da notícia e, principalmente, ao leitor. Essa estratégia de dar visibi- lidade às boas notícias é espetacular. Tudo vibra. É preciso um mundo melhor! O editorial do escritor Paiva Netto chama a todos os de bom senso à responsabilidade social e demonstra o esforço hercúleo com o qual age à frente das Instituições da Boa Vontade, no Brasil e no mundo, minimizando as mazelas humanas e criando perspectivas de uma Nova Era, de Paz, para toda a Humanidade. Parabéns pelo sucesso desse periódico que honra a imprensa do nosso País. A presença na capa e as matérias de Mauricio de Sousa e Ricardo Boechat mostram o lado de dois grandes profissionais, cada um em sua área, e confirmam o respeito de todos para com a LBV e seu Diretor-Presidente. (Enaildo Viana, jornalista, de Brasília/DF, via e-mail)
  • 11. Homenagem ao saudoso Octavio Frias de Oliveira Natália Lombardi Foto: Folha Press A os 94 anos, o empresário Octavio Frias de Oliveira (1912-2007), publisher do Grupo Folha, retornou à Pátria Espiritual. Filho do Juiz de Direito Luiz Torres de Oliveira e de dona Elvira Frias, o jornalista nasceu no dia 5 de agosto, na capital fluminense. Foi criado no interior do Estado de São Paulo. Viu sua tradicional família passar por dificuldades financeiras na adolescência e, por isso, cedo teve de trabalhar — sua primeira atividade profissional foi aos 14 anos, como office-boy da Companhia de Gás de São Paulo. Ainda no âmbito profissional, atuou nos ramos financeiro e imobiliário, como, por exemplo, na Secretaria da Fazenda, onde se consolidou como diretor de contabilidade e planejamento do Departamento Estadual do Serviço Público. Esse tino para a área empresarial é bem marcante em sua vida, tanto que, em 1948, foi um dos acionistas-fundadores do Banco Nacional Imobiliário, instituição especializada em construção de imóveis e responsável por levantar inúmeros edifícios, entre eles, o tradicional Copan, no centro de São Paulo. O contato com a imprensa veio na década de 1950, quando trabalhou na empresa Transaco, que vendia assinaturas de jornais. Pouco tempo se passou e, no ano de 1962, em sociedade com Carlos Caldeira Filho, comprou o jornal Folha de S. Paulo, fundado em 1921. Em algumas décadas, Frias reorganizou a empresa como uma indústria e, desde a década de 1980, fez do periódico o de maior circulação do País. Tudo isso, resultado de muito trabalho: até os 93 anos, o jornalista ainda atuava diariamente em sua sala na sede do jornal. Deste modo, a Folha tornou-se um dos principais grupos de mídia do País, abarcando o jornal Agora, o Instituto Datafolha, a gráfica Plural e o diário econômico Valor (parceria com a Globo). É também acionista controladora do portal UOL. Em setembro do ano passado, Frias foi condecorado com a Ordem do Ipiranga, mais alta honraria do governo de São Paulo e eleito Personalidade da Comunicação. A história desse notável empresário com faro de jornalista está narrada em detalhes na obra biográfica A trajetória de Octavio Frias de Oliveira, de autoria do jornalista Engel Paschoal. A narrativa tem início com o nascimento e percorre seus passos na vida pessoal e profissional. A Legião da Boa Vontade e seu Diretor-Presidente dedicam as mais sinceras vibrações de Paz e respeito a esse ilustre comunicador, também extensivas à querida esposa de Octavio Frias, senhora Dagmar, e aos filhos Maria Helena, Octavio, Maria Cristina e Luís Frias de Oliveira. Fonte: Folha On-line BOA VONTADE | 11
  • 12. Arquivo pessoal Valter Campanato/ABr Cartas, e-mails e literatura @ Livro de Ricardo Cravo Albin homenageia as musas da MPB Simone Barreto Dr. Marcelo Bechara Radiodifusão e TV Digital no Direito Brasileiro As vantagens e a legislação para implementar o novo sistema digital de tevê no Brasil ainda trazem dúvidas para muitos e esclarecê-las é um dos objetivos do livro Radiodifusão e TV Digital no Direito Brasileiro. Recém-lançado no mercado editorial e assinado por dois especialistas na área, Dr. Marcelo Bechara de Souza Hobaika e Dr. Ricardo Capucio Borges, a obra esmiuça como será o processo de adequação para a nova tecnologia. A interação com o público e melhor qualidade visual e sonora do conteúdo exibido também são aspectos abordados na obra, cujo prefácio é do Ministro das Comunicações, Hélio Costa. Humberto Paes, da Legião da Boa Vontade, prestigiou a noite de autógrafos, no dia 30 de maio, em Brasília/DF, cumprimentando os autores pelo lançamento, que retribuíram dedicando um exemplar ao líder da LBV, com as mensagens: “Ao grande companheiro José de Paiva Netto, que esta obra seja útil para um dos maiores exemplos da radiodifusão brasileira. Abraços, Marcelo. 30/05/2007”. O Dr. Ricardo registrou: “Ao amigo José de Paiva Netto, que esta singela obra seja de agradável leitura e proveitosa a personalidades tão distintas quanto Vossa Senhoria. Um forte abraço, Ricardo”. 12 | BOA VONTADE ABI On-Line Dr. Ricardo Capucio O pesquisador musical Ricardo Cravo Albin lançou o livro MPB Mulher, no último 23 de maio, na capital paulista. O título reúne um pouco da biografia, obra e discografia de 80 compositoras e cantoras da atualidade, de Aracy Cortes (1904-1985) a Maria Bethânia, de Clementina de Jesus (1901-1987) a Rita Lee, da violeira Helena Meirelles (1924-2005) a Rosa Passos, uma homenagem às diNa noite de autógrafos, os vas de nossa música, um roteiro representantes da LBV prestigiahistórico de cada uma delas e da ram o evento levando o abraço enorme contribuição que deram à fraterno do Diretor-Presidente da Música Popular Brasileira (MPB). Instituição, jornalista, escritor e O trabalho é acompanhado compositor Paiva Netto. de CD e  fotos exclusivas O autor retribuiu com de Mário L. Thompson, enorme simpatia, agradeamigo de Albin, que serviceu a lembrança e disse ram de base para o livro. que gosta muito da LBV Do prefácio da escritoe de seu dirigente, além ra Ana Arruda Callado, de se colocar à disposição destacamos: “As mulheres Ana Arruda Callado para futuramente gravar uma entrevista a respeito brasileiras — e no mundo em geral — foram proibidas, da MPB. Ele enviou também um através dos séculos, de exercer exemplar da obra, com a seguinte muitíssimas atividades que lhes dedicatória: “Para o estimado dariam ocupação, prazer, e nas José de Paiva Netto, tão querido quais poderiam traduzir belas Presidente da LBV, o velho afeobras para a Humanito, a estima e também o dade. A música, porém, agradecimento de sempre. nunca lhes foi vetada, Ricardo Cravo Albin. Rio, (...) surgiu, para o bem outono 2007”. de todas nós, Chiquinha Uma das homenagea­ Gonzaga, a maestrina, das no livro, a cantora a pioneira, que além de Clara Sandroni Clara Sandroni, neta do romper aquelas grades, jornalista Austregésilo de indo à rua, obrigando a socie- Athayde (1898-1993), represendade a abrir alas à sua música, tando a classe artística, fez também inaugurou, com suas canções, a sua dedicatória: “Beijos de Clara Música Popular Brasileira”. Sandroni”.
  • 13. Ziraldo lança obra no Salão do Livro do Rio Simone Barreto Fotos: Factual Assessoria e Arquivo BV O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM) é sede do 9o Salão do Livro para Crianças e Jovens, que se realiza até o dia 3 de junho. Idealizado pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ), o encontro reúne grandes nomes da literatura infanto-juvenil como Ana Maria Machado, Lygia Bojunga, Ruth Rocha, Ziraldo, Rui de Oliveira, entre outros autores. Além dos lançamentos e dos estandes das editoras, ocorrem também encontros com escritores, leitura de livros feita por personalidades como Antonio Calloni e Gabriel, o Pensador. No primeiro dia do salão, em 23 de maio, o cartunista e escritor Ziraldo lançou o livro Jeremias, o Bom. Na obra, ele conta a história de um homem atencioso e elegante, sempre bem-vestido com terno de corte impecável, gravata e sapatos engraxados, disposto a ajudar os outros; uma pessoa, antes de tudo, justa. Ziraldo criou o personagem em 1965, conquistando os leitores do Jornal do Brasil com seu jeito ingênuo e bondoso de encarar a vida, que marcou também pelas charges. Representantes da Legião da Boa Vontade estiveram na sessão de autógrafos, levando o abraço do dirigente da Instituição. “Paiva Netto deve ter todos os meus livros, está sempre me prestigiando, seja no Brasil ou no Exterior. O meu grande abraço a ele”, afirmou Ziraldo, que aproveitou para dedicar um exemplar de seu lançamento: “Para o velho Paiva Netto, sempre presente, o abraço do Ziraldo”. Ana Maria Machado Ruth Rocha Antonio Calloni Lygia Bojunga Rui de Oliveira Gabriel, o Pensador Abuso sexual de meninos cresce em São Paulo Fonte: Jornal O SUL/RS Meninos que ainda não completaram 18 anos aparecem cada vez mais nas estatísticas de violência sexual na cidade de São Paulo. Em dois anos, cresceu 152% a quantidade de menores do sexo masculino atendidos nos programas de Proteção à Criança e ao Adolescente. Em 2004, a prefeitura atendeu cem garotos que sofreram abusos. O número subiu para 135 em 2005 e, no ano passado, saltou para 252 casos. Segundo a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social, em média, 90% dos casos são cometidos por alguém da família. “Identificamos que os meninos são violentados principalmente pelo irmão mais velho”, afirmou o secretário da pasta, Floriano Pesaro. “Em seguida, os autores que mais aparecem são o pai e o padrasto. O parentesco dificulta as denúncias e muitas nem chegam a público.” O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, assinou um decreto determinando a criação de um comitê para combater a violência de forma articulada com as secretarias paulistanas. Confira, na próxima edição da BOA VONTADE, reportagem especial sobre o assunto. BOA VONTADE | 13
  • 14. Arnaldo Niskier lança novo livro O acadêmico da ABL, jornalista, professor e pedagogo, Arnaldo Niskier lançou, no Rio de Janeiro, a obra 10 anos de LDB — Uma visão crítica, na sede do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB). O livro versa sobre a necessidade de uma nova lei de ensino e comenta o PrograArnaldo Niskier ma de Aceleração do Crescimento da Educação 2007. A Legião da Boa Vontade saudou o autor na ocasião que, agradecido, mandou seus cumprimentos ao Diretor-Presidente da Instituição em um exemplar com a dedicatória: “Ao amigo Paiva Netto com o grande abraço do Arnaldo Niskier — 30/05/2007”. Não à violência urbana! Inúmeras são as manchetes que põem em relevo o grave problema de segurança pública no País, como se pôde ver recentemente com a lamentável morte do professor de Educação Física Vladimir Novaes de Araújo, atingido por uma bala perdida no final de abril, quando passava de carro pela Avenida dos Democráticos, em Manguinhos, subúrbio do Rio. Vladimir, filho do conselheiro da ABI, o professor Lênin Novaes de Araújo, e de Creuza das Graças de Oliveira, recebeu as últimas homenagens no dia 26 do mesmo mês, no Cemitério de Inhaúma. Ao Espírito eterno dele, onde quer que esteja, as vibrações de Paz da LBV. 14 | BOA VONTADE João Periotto Cartas, e-mails e literatura @ Templo da Paz — SGAS 915, Lotes 75/76, tel.: (61) 3245-1070. De acordo com a Secretaria de Turismo do DF (Setur), cerca de um milhão de peregrinos e turistas visitam o local anualmente. Templo da LBV é o local mais visitado do DF, registra o Belkis Faria “O grande milagre do Centro-Oeste”. Este foi o título da matéria que apresenta um panorama do roteiro turístico praticado em Brasília/DF, publicada no Anuário do Turismo 2007/2008 da revista Exame. A reportagem aponta o Templo da Boa Vontade como a principal atração turística da capital brasileira. Segundo levantamentos feitos pela revista, a região do Distrito Federal é uma potência no turismo, principalmente o religioso, já que a capital do Brasil atrai um crescente número de peregrinos de diversas tradições religiosas, pelo fato de a cidade ser sede de diversas igrejas. “O lugar mais visitado do Distrito Federal é um monumento religioso, o Templo da Boa Vontade, construção em forma de pirâmide que atrai quase um milhão de pessoas por ano”, destaca a publicação. O Anuário do Turismo é uma iniciativa da revista Exame que reúne um conjunto de informações no qual o leitor fica por dentro dos principais assuntos que vão desde desafios até as principais transformações relacionadas ao turismo nacional e internacional. A matéria pode ser acessada pelo www.portalexame. abril.com.br, na seção Anuário do Turismo. Clique na opção Distrito Federal.
  • 15. Diretoria da ABI empossada por aclamação José Reinaldo Marques Em cerimônia realizada no dia 14 de maio, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) deu posse à sua Diretoria, ao Conselho Consultivo, Conselho Fiscal e a um terço do Conselho Deliberativo, eleitos em 27 de março. O ato ocorreu na Sala Heitor Beltrão, localizada no 7o andar do edifício-sede da Casa, no Centro do Rio. Tomaram posse como novos Diretores Estanislau Alves de Oliveira, da área administrativa, e Benício Medeiros, de jornalismo. Foram reeleitos para o triênio 20072010: Maurício Azêdo, Presidente; Audálio Dantas, Vice-presidente; Domingos Meirelles, Diretor Econômico-Financeiro; Paulo Jerônimo de Souza (Pagê), Diretor de Assistência Social; e Jesus Chediak, Diretor de Cultura e Lazer. A sessão extraordinária deu posse, também por aclamação, à Mesa do Conselho Deliberativo, com a seguinte composição: Presidente, Fernando Barbosa Lima; 1o Secretário, Lênin Novaes; e 2o Secretário, Zilmar Borges Basílio. José Reinaldo Marques Fonte: ABI On-line (www.abi.org.br) Registro — Da esquerda para a direita, Lênin Novaes e Zilmar Borges Basílio (respectivamente, 1o e 2o Secretários do Conselho Deliberativo); Domingos Meirelles (Diretor Econômico-Financeiro); Audálio Dantas (Vice-Presidente da Casa, e que concedeu entrevista à BOA VONTADE, leia na p. 48); Estanislau Alves de Oliveira (Diretoria Administrativa); Maurício Azêdo (Presidente da ABI); Paulo Jerônimo de Souza (Diretor de Assistência Social); Benício Medeiros (Diretor de Jornalismo); e Jesus Chediak (Diretor de Cultura e Lazer). Em seu discurso, Maude defesa infatigável das rício apresentou parte do liberdades de imprensa, balanço de sua administracivis e dos direitos hução, dos projetos para que manos, das quais nunca ela se mantenha fiel a seus se afastou e mantém uma propósitos institucionais e vigilância permanente. do centenário da Casa: “A Fernando Barbosa Queremos alargar a sua ABI vai prosseguir com Lima atuação no campo cultuesta Diretoria na trilha ral, no meio universitário, que se traçou há muito pelos pa- pelo destino das comunicações triarcas da sua história, na linha do País”. Livro reúne reportagens do Linha Direta Para desvendar diversas histórias reais que foram exibidas ao longo do tempo no programa Linha Direta, a equipe da TV Globo registrou em livro algumas das reportagens revistas e ampliadas. Casos ainda não solucionados, que a obra Crimes que Abalaram o Brasil tenta responder. No prefácio, o apre- sentador do programa, Domingos Meirelles, destaca: “As histórias reunidas neste livro compõem um painel representativo do comportamento humano em condições extremas”. Com organização dos jornalistas George Moura e Flávio Araújo e reportagens de Marcelo Faria de Barros e Wilson Aquino, o lançamento do trabalho ocorreu no último 15 de maio, na capital fluminense, prestigiado pela mídia e por muitos artistas. Simone Barreto Representantes da Legião da Boa Vontade levaram os cumprimentos fraternos do Diretor-Pre­ sidente da Instituição aos autores que retribuíram com muita simpatia, nas seguintes dedicatórias: “Ao Sr. Paiva Netto, parceiro pela justiça. Wilson Aquino”./ “Para Paiva Netto, obrigado pelo carinho, abraços. Flávio Araújo”./ “Ao Sr. Paiva Netto, com a admiração do Marcelo Faria de Barros”./ “Para Paiva Netto, com meu abraço fraterno. George Moura”. BOA VONTADE | 15
  • 16. Cartas, e-mails e literatura @ Embaixador do Equador publica História dos Ideais Carolina Dutra Divulgação Rodrigues de Proença (Gerente do Centro de Juventude do Bairro Dom Aquino, em Cuiabá/MT); Henrique Barros (Vereador em Londrina/PR); José Gregori (Presidente da Comissão Municipal de Direitos Humanos e ex-Ministro da Justiça); Lucky Marlom (jornalista da TV Assembléia MT e TV Rondon, repetidora da Rede TV!); Mãe Carmem da Silva (iyalorixá do Gantois); Márcia Mesquita (produtora do programa Revista da Manhã, da TV Gazeta, repetidora da TV Record); Márcia Rocha (apresentadora da TV Educativa — TVE/BA — e professora da Faculdade da Cidade de Salvador); Márcio Bins Ely (Vereador em Porto Alegre/RS); Marcos Antônio Castri (apresentador e jornalista); Claudomiro Bispo dos Santos (Diretor do Jornal Folha do Recôncavo e da revista Leia Chegam à nossa redação inúmeras manifestações de autoridades e personalidades de todo o País que, ao lerem a publicação, parabenizam a qualidade visual e de conteúdo dela. A seguir, a relação de alguns dos que destacaram a edição no 217: Antonio Salim Curiati (Deputado Estadual em São Paulo/SP); Audálio Dantas (Presidente da Representação da ABI-SP); Aurélio Nomura (Vereador em São Paulo); Camila Amorim (produtora do programa Rede Bahia Revista); Davi de Paula (radialista da CBN em Cuiabá/MT); Divaldo Franco (líder espírita e médium); Edilson 16 | BOA VONTADE Desde o mês de abril, o jornal O Candeeiro, que circula na região metropolitana de Salvador e ganha repercussão em toda a Bahia, conta com a publicação de artigos do jornalista e escritor Paiva Netto. Sobre a estréia da coluna, o jornalista e empresário do periódico, Eduardo Valença, destacou: “Meu jornal terá sempre um espaço aberto para a LBV e José de Paiva Netto, que é um grande jornalista. Nunca vi uma pessoa descrever Religião com tanta autenticidade quanto ele. Não só o artigo ‘Religião não rima com intolerância’, mas todos os outros. Este homem fala de Religião com um Amor inestimável”. Para ler essas e outras páginas do escritor, acesse o site: www.paivanetto.com. Bahia); Ricardo Boechat (jornalista e apresentador do Jornal da Band); Romeu Tuma (Senador); Sebastião de Oliveira (Diretor de Jornalismo da Rádio Cultura AM de Cuiabá/MT); Shoelly Rezende (Diretora de Jornalismo da TV Rondon de Cuiabá/MT); e Tânia Girotto (assessora do Presidente da Assembléia Legislativa do Mato Grosso). s to BOA VONTADE pelo Brasil Nizete Souza n Sa quem homenageia: “Para José de Paiva Netto, digníssimo Presidente da Legião da Boa Vontade, com o ideal do Ecumenismo, muito cordialmente, Eduardo Mora-Anda”. Ao visitar o Templo da Boa Vonta­de, em Bra­sí­­lia/DF, re­ cen­temente, afir­­­mou: “No Templo da LBV, me sinto ecumêni­co, me sinto bem. Tomara que tenhamos um Templo da Paz em muitos lugares do mundo que precisam de Paz e não de guerra. No TBV, encontrei amigos, arte e uma mensagem de Paz, de tranqüilidade, de tolerância e precisamos disso em muitos países do mundo”. no Ni Uma profunda reflexão sobre a marcha evolutiva do Ser Humano na Terra é o que o leitor encontrará no livro História dos Ideais, escrito pelo senhor Eduardo Mora-Anda, Embaixador do Equador no Brasil. No trabalho literário, o autor disserta sobre as diferentes etapas históricas e os valores e ideais que se sobressaíram nesses períodos. Em sua análise, sinaliza para a importância de uma postura em favor da Natureza e da Vida e contra o egoísmo irresponsável. Por isso, dedica esta obra especial àqueles que labutam para perpetuar histórias de ideais, a exemplo do dirigente da LBV, a Paiva Netto estréia coluna em O Candeeiro, na Bahia.
  • 17. Arquivo pessoal Opinião Esportiva Pequenos grandes, José Carlos Araújo (comunicador esportivo da Rádio Globo do Rio de Janeiro/RJ), especial para a BOA VONTADE. O s campeonatos estaduais chegaram ao fim e mostraram algumas surpresas, se é que ainda podemos nos surpreender com isso. Em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e em outras praças, clubes de menor tradição ocuparam lugares historicamente reservados aos de maior investimento. Se não estiveram na finalíssima, como o São Caetano (em São Paulo), pelo menos ameaçaram, participando das semifinais dos campeonatos e até eliminando os favoritos. Este ano, brilharam o Madureira e a Cabofriense, no Rio de Janeiro; o Ipatinga e o Tupi, em Minas Gerais; e, entre outros, o Juventude, no Rio Grande do Sul. E aí surge a dúvida: estariam os grandes clubes se nivelando aos chamados pequenos ou, ao contrário, estariam esses pequenos crescendo, a ponto de disputar de igual para igual e até superar os teoricamente mais fortes? Na verdade, há um pouco de tudo. Os clubes tradicionais sofrem com o êxodo de seus principais jogadores, grandes pequenos enquanto os chamados pequenos, alguns com apoio de prefeituras e empresas, conseguem montar equipes de bom nível técnico e acabam disputando de igual para igual com os demais. Hoje, ninguém mais ganha jogo apenas com nome. É preciso provar em campo que é o melhor. É inegável que camisas tradicionais pesam, pois têm o apoio de grandes massas de torcedores. No entanto, a presença de clubes, antes sem expressão, em fases decisivas dos campeonatos estaduais não surpreende mais. Trata-se de um fato que vem se repetindo há alguns anos. É muito bom que seja assim, que os títulos estejam sendo disputados por mais clubes e não apenas pelos previsíveis ganhadores de sempre. Dessa forma, as competições se tornam mais acirradas, mais emocionantes, tudo em benefício do Esporte. Temos de parabenizar as equipes de menor porte pelo esforço que vêm fazendo e torcer para que continuem investindo em seu próprio crescimento. Tomara que o sucesso alcançado por esses clubes incentive outros a seguir o mesmo caminho e que, a cada ano, tenhamos mais e mais equipes ambicionando mais do que não serem rebaixadas, ambicionando galgar posições de destaque em todos os Estados brasileiros. Se essa tendência for mantida, como esperamos, é certo que teremos, daqui para a frente, competições muito interessantes, tanto no Campeonato Brasileiro da primeira divisão quanto nas divisões inferiores, revelando sempre novos valores. Esse é o diferencial do futebol brasileiro. É por isso que continuamos fornecendo matériaprima para o mundo inteiro e, ao mesmo tempo, renovando nossas bases. É por isso que, por mais que tente, nenhuma outra nação consegue formar tantos jogadores de tamanha qualidade quanto o Brasil. BOA VONTADE | 17
  • 18. 70 anos do Grupo Band Festa Grupo Bandeirantes comemora 70 anos com fôlego para crescer ainda mais Band na Leila Marco Fábio Nunes/Divulgação Bandeirantes Fotos: Arquivo Bandeirantes O Presidente do Grupo Bandeirantes, Dr. João Carlos Saad, com o Prêmio Personalidade da Comunicação 2007, entregue a ele no dia 16 de maio, na capital paulista. A existência do Grupo Ban­ deirantes de Rádio e Televisão deve-se a um acaso, a um capricho do destino, que levou o saudoso Dr. João Jorge Saad (1919-1999) a enamorarse de Maria Helena de Barros, 18 | BOA VONTADE com quem se casou. Tiveram cinco filhos: Maria Leonor, João Carlos (Johnny), Ricardo, Marisa e Márcia. A moça era filha do então Governador de São Paulo, Adhemar de Barros (1901-1969), que viu no futuro genro, um paulista filho de imigrantes sírios, o talento nato para negociar, administrar e, assim, o chama para ajudar na gerência de sua emissora de rádio. Começava, ali, a jornada que transformaria o seu João, como era conhecido, em um dos mais destacados homens da comunicação do País. No ano de 1948, assumiria o controle da Sociedade Bandeirantes de Radiodifusão (PRH-9), criada em 6 de maio de 1937. O fato lhe deu a liberdade de que precisava para implementar outras inovações, com especial atenção à prestação de serviços à comunidade. Nos anos seguintes, cria um modelo de radiojornalismo ao vivo durante 24 horas, aposta no Esporte, conquistando estrondoso sucesso ao transmitir a Copa do Mundo da Suécia (1958). Com a forte determinação de investir na notícia, dedica-se desde o fim dos anos 1950 ao projeto de ter uma televisão com as linhas gerais que traçara para o rádio, inaugurando-a em 13 de maio de 1967, com grande êxito. Nem o incêndio que aconteceu em 1969 diminuiu a sua confiança na empreitada. Diria o Dr. João àquela data: “Vamos reconstruir tudo, nossa fé é inabalável. Com base apenas no conceito e no crédito, que formam o patrimônio que o fogo não destrói, recomeçamos. Renascemos das cinzas”. E de fato isso ocorre e a organização se destaca na geração de imagens em cores, que se iniciava para o público na década de 1980. Neste período, o crescimento da TV era claro, a rede já operava com 24 emissoras transmitindo o sinal da Band em todo o Brasil. A mídia como instrumento social Em 1o de junho de 1983, entra no ar, para todo o país, o Programa Boa Vontade, com Paiva Netto*. Esta parceria Legião da Boa Vontade e Band trazia pioneiramente a Solidariedade à televisão, a força da mobilização social em favor dos brasileiros menos favorecidos, além de levar uma palavra de ânimo e de crença no futuro.
  • 19. Desde então várias campanhas foram realizadas com ajuda do veículo, e uma das mais destacadas se dá durante a grande seca de 1998 e 1999, que atingiu o Nordeste brasileiro, quando milhões de pessoas na zona rural passavam fome. Com o apoio direto do Dr. João Saad, mobilizando todo o grupo Band, a LBV movimentou o Povo com a Campanha LBV — SOS Nordeste, que promoveu uma das maiores iniciativas de Fraternidade já vistas em solo brasileiro em favor dos flagelados. Foram socorridos 4,1 milhões de pessoas em mais de 1.100 localidades no Nordeste. O fundador da Rede Bandeirantes, ao tomar conhecimento do relatório com os números da Campanha e a relação detalhada das localidades atendidas, escreveu: “Belo trabalho LBV/Band. Cidades que muitas pessoas nem imaginavam que existiam, Queimada do Curral, Lagoa da Panela, Vereda I, Vereda II, Larga das Tapiocas, Barriguda II, dentre outras, foram beneficiadas pelo trabalho árduo e grandioso da LBV. “Sinto-me muito orgulhoso de estar com o nosso professor Paiva Netto, amigo de grande espírito de Solidariedade pelo qual tenho grande admiração, nessa luta contra a fome. Juntos, tenho a certeza de que outros bonitos trabalhos serão realizados em prol da nossa sociedade. Um forte abraço.” O sr. Johnny Saad, Presidente do Grupo Bandeirantes de Rádio e TV, compartilha a mesma simpatia que seu pai demonstrava pela Instituição: “Nós, da Bandeirantes, estamos muito orgulhosos de ser aliados de vocês da LBV. Acompanhamos a luta do Paiva desde o tempo de Zarur, e sabemos deste trabalho sério, bonito, honrado, que cuida de criança, de gente idosa, envolve todo o mundo. Então, somos, em primeiro lugar, fãs do trabalho de vocês, admiradores e colaboradores. (...) Muito obrigado e fiquem com Deus”. Continuando o trabalho Por toda esta empatia que sempre caracterizou o relacionamento das duas organizações, a LBV e seu dirigente sentem-se à vontade e felizes em compartilhar deste momento de festa. Mesmo a morte física do Dr. João (em 10 de outubro de 1999) não apagou este brilho, pois sabemos que seu Espírito eterno está mais vivo do que nunca e que seus ideais, legado e pujança de trabalho estão presentes na continuidade que sua família e particularmente seu filho Johnny souberam dar às iniciativas dele. E é dessa forma brilhante que o Grupo Bandeirantes de Rádio e Televisão chega aos 70 anos, com fôlego redo­brado, para prosseguir em sua jornada de valorizar o produto cultural brasileiro e com uma abrangência invejável. Atuando hoje com duas redes de televisão aberta, três canais de televisão por assinatura, seis redes de rádio, um jornal impresso, uma distribuidora de sinal de conteúdo a cabo, um selo musical e a maior plataforma de interatividade do País. *O Programa Boa Vontade, com Paiva Netto, vai ao ar no início da madrugada, de segunda a sexta-feira, após o A Noite é uma Super Criança, do apresentador e amigo da Legião da Boa Vontade Otávio Mesquita. Registro histórico — O saudoso Dr. João Jorge Saad apresenta a futura torre da TV Bandeirantes na Av. Paulista. Hoje, já é uma realidade. O Dr. João Saad no aniversário de 50 anos da Rádio Bandeirantes, em 1987. BOA VONTADE | 19
  • 20. Photos.com Igualdade Social Unipalmares, com o público de 90% de afro-descendentes, já prepara a formatura da primeira turma Educação superior para todos Juliana Bortolin Fotos: Rodrigo Oliveira S egundo dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os negros compõem 45% da população brasileira. Em relação ao emprego, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeco- 20 | BOA VONTADE nômicos (Dieese) informa que, com mesma qualificação e iguais anos de estudo, o negro recebe até 50% menos que os trabalhadores brancos. Pesquisas feitas pelo Ministério da Educação apontam que dos quase 800 mil universitários nas instituições públicas, os negros respondem por tão-somente 2,2% do contingente. Para ajudar a reverter este quadro, a ONG Afrobras (Sociedade Afro-Brasileira de Desenvolvimento Sociocultural) vem atuando com o objetivo de
  • 21. proporcionar um novo enfoque e condução da temática do negro no Brasil. Por meio do Instituto Afro-Brasileiro de Ensino Superior, a Organização colocou em operação, no ano de 2004, a Faculdade da Cidadania Zumbi dos Palmares: a primeira da América Latina do gênero. Desde então, seu crescimento tornou-se público e notório. Visando à inclusão de pessoas menos favorecidas no ensino superior, a Universidade teve gradativa expansão de seus propósitos. No último 23 de março, foi inaugurado o Campus II da Zumbi dos Palmares, na capital paulista, cujo público é composto de 90% de afro-descendentes. Pouco mais de um mês, outra vitória: foi assinado um contrato para a realização da primeira formatura da Unipalmares. Na solenidade de 8 de maio, inauguração do Campus II da Unipalmares. Daniel Trevisan José Vicente, Presidente da Afrobras e Reitor da Unipalmares. estiveram presentes artistas, au­to­ridades e representantes de entidades parceiras da Zumbi, a exemplo da Legião da Boa Vontade (LBV) e da Fundação José de Paiva Netto* (FJPN), que sempre apoiaram a iniciativa. O Presidente da Afrobras e Reitor da Unipalmares, José Vicente, destaca a colaboração das duas organizações: “Somos agradecidos a todos os que nos auxiliam e imensamente gratos à LBV e à Rede Mundial de Televisão (da FJPN) por “Dos 2.500 abrirem possibilidades e, alunos da turma formada certamente, juntar-se a nós nessa luta que é de em Administração, um terço já todos os brasileiros está empregado em áreas importantes há muito tempo”. da economia. Mostra que, se alguém Para Vicente, o resultado positivo já quiser, tiver vontade, consegue realizar alcançado na luta pela qualquer sonho.” causa negra é também conseqüência do trabaMilton Gonçalves lho do dirigente da LBV: ator “Paiva Netto é uma jóia preciosa. Ele é uma liderança, uma personalidade, uma autoriA talentosa cantora Alcione, ladeada por dade nesse tema (...) tem inspiCelso de Oliveira (E) e José Eduardo de Pairado muitos trabalhos, pois foi va, ambos da Legião Boa Vontade, durante *Fundação José de Paiva Netto, formada pela Boa Vontade TV, Rede Mundial de Televisão, Super Rede Boa Vontade de Rádio, Portal Boa Vontade, Editora Elevação, Som Puro Records e Gráfica Boa Vontade. BOA VONTADE | 21
  • 22. Daniel Trevisan pioneiro. Talvez hoje seja mais fácil falar do negro, por uma série de conjunturas. Mas antes, quando era muito difícil ser a favor do negro, ele já o fazia. Então, é um baluarte na condução desse tema em todos os veículos de comunicação e nas posições doutrinárias”, enfatizou. Entre as personalidades que participaram da cerimônia, registro para a presença da Secretária de Ação Social e Direitos Humanos do Rio de Janeiro, Benedita da Silva; da Diretora de Eventos da Dorana Forte Real Formaturas, Rosa Falcone; “Parabéns para a Legião da do cantor e compositor Boa Vontade também. Altair Veloso; dos atores Se o assunto é Educação, Milton Gonçalves, Jorge de Sá, Rafael Zulu, Isabel a LBV está sempre presente. ” Fillardis, Juliana Diniz, Sandra de Sá Neuza Borges, Ronnie Marruda, Déo Garcez e cantora Créo Kalleb; e a cantora Sandra de Sá. Por ser um marco que aos Daniel Trevisan Vista parcial de um dos ambientes do novo campus da Unipalmares 22 | BOA VONTADE Isabel Fillardis, atriz. poucos se solidifica na história do negro no Brasil, o ator Milton Gonçalves revela a satisfação em participar desse processo democratizador. “Dos 2.500 alunos da turma formada em administração, um terço já está empregado em áreas importantes da economia. Mostra que, se alguém quiser, tiver vontade, garra, insistência e se autorespeitar, consegue realizar qualquer sonho. Ter uma vida melhor e contribuir para o coletivo é uma coisa maravilhosa e fantástica. Há de se levar a sério a Educação”, afirma. Em nome de todos os formandos, a Presidente da Comissão de Formatura, Sônia Maria Silva, enfatizou em seu discurso: “Esse é o primeiro grande passo para registrar a nossa conquista. Todos nós, alunos da Unipalmares, temos uma história: não viemos só em busca de um diploma, viemos em busca de muito mais. Hoje, no Brasil, só podemos construir algo de melhor, principalmente para os
  • 23. Déo Garcez, ator. afro-descendentes, se tivermos parcerias”. Sempre preocupada com o tema, a atriz Isabel Fillardis acredita que o racismo só diminuirá “a partir do momento que a gente se desprender do egoísmo e do individualismo e olhar para o lado. O próximo é importante. Não podemos colocar o outro fora da nossa vida”. No ensejo, Isabel relembrou as visitas que fez à LBV no Rio de Janeiro, quando se iniciava a construção do Centro Educacional, Cultural e Comunitário da Legião da Boa Vontade, que hoje atende a milhares de crianças e famílias em diversos programas desenvolvidos no local. “Fui na obra da LBV no Rio quando estava nos alicerces, na construção e também no dia da inauguração. É um trabalho muito bom. A gente tem de cuidar das nossas crianças, que são o futuro. Um beijo para você, meu amigo Paiva Netto”. Outra batalhadora da causa negra é a atriz Neuza Borges: “Sou uma pessoa que sempre lutou contra os preconceitos que temos no Brasil. (...) Essa faculdade era um sonho e se tornou realidade. Acompanho a Legião da Boa Vontade desde os meus 8 anos de idade, por isso o meu carinho por ela (...). Minha vida inteira falei que se tem um homem que é digno de ser um Presidente no Brasil seria José de Paiva Netto, “Acompanho a Legião da só assim acredito em Boa Vontade desde os meus uma mudança real no País”. E completou: 8 anos de idade, por isso o meu “O meu amor, meu cacarinho por ela.” rinho pelo Paiva Netto é uma grande verdade. Neuza Borges Um beijão grande”. atriz A cantora Sandra de Sá, que conhece há muitos anos o trabalho socioeducacional da Legião da Boa Vontade, festejou sente. Ao Presidente José de a presença da Instituição nesta Paiva Netto um abraço”. empreitada. “Parabéns para a LBV também, que está nas coisas Respeito à diversidade mais sólidas da Educação. Se É válido refletir acerca destas o assunto é Educação, a LBV palavras do dirigente da LBV, esestá sempre presente. Um bei- critas por ocasião do 13 de maio, jão para o Paiva e para toda a em que ele dá um caráter espegarotada”. cial à data. Trata-se de trecho do A importância das parcerias artigo O Abolicionista Divino, mereceu destaque ainda da Se- em que Paiva Netto nos remete cretária de Ação Social e Direi- a pensar sobre o verdadeiro tos Humanos do Rio de Janeiro, conceito de liberdade. Afirma Benedita da Silva: “Temos uma o jornalista: “Libertar-se é ter, Legião de Boa Vontade para acima de tudo, discernimento construir uma oportunidade espiritual, de preferência em educacional em que a cor da consonância com essa instigante pele não faça nenhuma diferen- sugestão do Sublime Reformaça para que se tenha acesso à dor: ‘Buscai primeiramente o Educação. Os parceiros, como Reino de Deus e Sua Justiça, a LBV, são fundamentais para e todas as coisas materiais vos fazer dessa política uma polí- serão acrescentadas’ (Evangetica nacional. (...) A Legião da lho de Jesus, segundo Mateus, Boa Vontade sempre se faz pre- 6:33)”. BOA VONTADE | 23
  • 24. Nair caracterizada como a personagem Santinha, que interpretou um famoso quadro humorístico na TV Globo. Saudades de quem faz sorrir Divulgação TV Globo In memoriam Aos 75 anos, a notável atriz Nair Bello voltou à Pátria Espiritual. 24 | BOA VONTADE Paixão (1988). Seu último sucesso foi em um quadro humorístico da TV Globo, atuando como a personagem Santinha, mulher de meia-idade da periferia, sem papas na língua. A princípio, contracenava com o ator Rogério Cardoso (1937-2003). Nair, que também demonstrava seu apoio às causas solidárias, certa ocasião visitou a Supercreche Jesus, da Legião da Boa Vontade, na capital paulista. Envolvida pela alegria das crianças ali atendidas ressaltou: “Acho que estou em outro país! A LBV está realizando um trabalho fantástico. Assisto aos programas do Irmão Paiva pela TV Bandeirantes. Mas hoje, quando entrei aqui, fiquei impressionada”. Em entrevista ao programa Boa Vontade, convidou: “Quando alguém da LBV pedir algum donativo para ajudar as obras, por favor, atendam, porque vocês não sabem o bem que estarão fazendo a milhares e milhares de pais e crianças”. A atriz retornou à Pátria Espiritual em 17 de abril e as últimas homenagens feitas a ela foram na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, no dia 18. Na ocasião, representantes do Diretor-Presidente da LBV prestaram solidariedade à família de Nair, cumprimentaram Murilo César Leite A paulistana Nair Bello é exemplo de atriz e comediante que provocava o riso fácil, improvisando por vezes, quando estava em cena. Sua partida nos deixa saudosos de seu cativante jeito e personagens marcantes. Gravou nove filmes, quinze novelas e dois seriados, além de participações especiais em diversos programas humorísticos, ao longo de sua carreira. No teatro, atuou em apenas um espetáculo, o “Alegro Desbum”, em 1975. Nasceu no dia 28 de abril de 1931, na cidade de São Paulo. Desde pequena, afirmava que seria atriz e, já aos 8 anos, encenava em casa para a família. Dez anos mais tarde, adolescente, estreou na Rádio Excelsior como locutora e atriz comediante, chamando a atenção com seu sotaque italiano. Na TV a primeira participação foi como protagonista de um comercial. Ao estrear no cinema, em 1951, com o filme Liana, A Pecadora, Nair contracenou com a apresentadora de TV Hebe Camargo. A partir daí, tornaram-se grandes amigas. Entre os longas dos quais participou destacam-se: Simão, O Caolho (1952); Os Apavorados (1962); Tô Na Rua Ô Bicho (1971); Das Tripas Coração (1982) e Fogo e Natália Lombardi VELHOS AMIGOS: Paiva Netto recebe Nair Bello em seu gabinete na cidade de São Paulo/SP. Na ocasião, a atriz visitava a Supercreche Jesus, em 12 de outubro de 1988. “Acho que estou em outro país! A LBV está realizando um trabalho fantástico.” Nair Bello durante visita à LBV os filhos José e Maria Bello e lhes entregaram o livro Como vencer o sofrimento, de autoria do escritor Paiva Netto. Ao Espírito eterno da ilustre atriz o respeito da LBV. Que receba, onde quer que esteja, as vibrações de Paz e Amor da Instituição, na certeza de que “os mortos não morrem!”.
  • 25. Opinião — Mídia Alternativa Método Paulo Freire pode ser implantado no País qual a programação não seja determinada pela maior audiência nem pelo interesse comercial do lucro, mas orientada no sentido de que possa produzir programas voltados para os diferentes Brasis. Trata-se Arquivo BV E stamos todos na expectativa do modelo de TV pública que o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva promete implantar no Brasil, sendo esta, talvez, a maior atribuição conferida ao jornalista Franklin Martins, indicado para comandar a área de Comunicação do governo. O País realmente está precisando de televisão plural, como a existente em todo o mundo (a BBC de Londres é o exemplo clássico), na Ilustração BV TV pela Carlos Arthur Pitombeira* (especial para a BOA VONTADE) Paulo Freire (1921-1997) — Conhecido mundialmente, o educador brasileiro, é autor de 40 livros, entre os quais, Pedagogia do Oprimido, considerada sua principal obra. Neste mês de maio, completou 10 anos na Pátria Espiritual. BOA VONTADE | 25
  • 26. Felipe Freitas Opinião — Mídia Alternativa Carlos Arthur Pitombeira, jornalista e conselheiro da ABI de um bom passo do governo Lula no caminho da democratização da informação, no amplo sentido social, e não na forma como o PT defende a democratização da mídia em documento bastante polêmico a ser discutido no 3º Congresso que o partido realizará em julho próximo. Quanto mais plural forem a informação, a circulação da opinião e a difusão de conhecimentos, melhor. Os primeiros passos para a implantação da TV pública precisam ser dados com a abertura imediata dos sinais a cabo das TVs Estatais e da Rede Universitária para que, nos horários mais acessíveis aos trabalhadores de cada região, possam ser oferecidos cursos de alfabetização para os mais de 40 milhões de analfabetos desse País. Essa pode ser uma parte importante do Programa de Educação do governo Lula que promete auxiliar os municípios nesse sentido. Ajuda com muito dinheiro mesmo. O modelo a ser seguido parecenos simples e está ao alcance de todos: o método do professor Paulo Freire (1921-1997) com o qual aquele educador pernambucano, no início dos anos 1960, em apenas 45 dias alfabetizou 300 trabalhadores rurais no interior do Rio Grande do Norte. Em 1963, o sucesso do programa foi tão grande que acabou sendo aplicado com excelentes resultados nas favelas do Recife, 26 | BOA VONTADE sendo posteriormente adotado em âmbito nacional pelo Presidente João Goulart (1918-1976). Monitores treinados dispunham apenas de um projetor para exibir, nos lençóis brancos abertos no campo, no crepúsculo entre o entardecer e a noite, os slides que associavam cultura local às letras do alfabeto, os instrumentos de trabalho às sílabas que formavam palavras, compondo orações que lhes abriam o caminho da leitura e do saber. A televisão pode, hoje, difundir muito melhor esse processo de alfabetização no tempo recorde de um mês e meio. A TV pública tem como apresentar esses cursos; nossos professores, como organizá-los; ficando por conta da TV aberta promovê-los com chamadas nos horários nobres de sua programação, principalmente nos intervalos das novelas, que sabemos de grande audiência. Estaria formada, assim, a parceria TV Pública — TV Estatal — TV Comercial em favor da democratização da Educação. É preciso lembrar que os canais comerciais são uma concessão do poder público. Outros programas, em defesa da cidadania e da ética, e debates sobre os grandes acontecimentos nacionais, obedeceriam ao mesmo modelo. A notícia não pode ser privilégio de alguns. Precisa estar ao alcance de todos, ter a sua livre interpretação para que não haja dominação das consciências nem conservação das estruturas sociais. Analfabetismo do idoso Recente pesquisa acaba de revelar que 20% da população adulta ignoram a crise provocada pelos controladores de vôo nos aeroportos brasileiros, conhecida como apagão aéreo. No País, por conta da exclusão da população mais pobre, do negro e do analfabeto, da pauta de debate dos grandes temas nacionais, a maioria não sabe o que é lavagem de dinheiro. Os que têm uma vaga idéia sobre o assunto desconhecem o projeto que tramita no Congresso Nacional visando punir com rigor e retomar os bens auferidos com este crime que envolve grande parte da elite brasileira. O efeito estufa, a escassez de água ameaçando a Humanidade, o aquecimento global, o porquê de a Amazônia, o cerrado e o pantanal estarem entre os ecossistemas brasileiros que podem ser os mais afetados pelo aumento da temperatura global, também são ignorados. Direitos trabalhistas como férias, 13º salário, FGTS, Vale-Transporte, Vale-Alimentação e Assistência Médica precisam de discussões com maior participação do Povo que ainda convive com o trabalho escravo. A Reforma Partidária não é explicada na mídia impressa e eletrônica com uma linguagem capaz de ser entendida pelo eleitor da periferia. E essa discussão tem a ver com o modelo de parlamento que se deseja ver constituído nas esferas municipal, estadual e federal, para o resgate da Recente pesquisa realizada em São Paulo, em parceria com o Sesc, revela que 49% dos brasileiros com mais de 60 anos de idade são analfabetos, gostariam de voltar à escola e alimentam o sonho de cursar uma faculdade. Os que não passaram da 8a série do ensino fundamental somam 89%, enquanto que 4% disseram saber escrever e ler apenas o próprio nome. O percentual dos que nunca foram à escola é de 18% e dos que gostariam de ser alfabetizados, 6%. Os que consideram ler e escrever uma tarefa difícil totalizam 22%.
  • 27. Ricardo Stuckert/PR O Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, conversa com o Ministro Franklin Martins durante cerimônia de encerramento do recente Fórum Nacional de TVs Públicas. existe prisão para os pobres, já passou da hora de se repensar o modelo social. E para isso vamos precisar de uma nova mídia. A família, a sociedade e o Estado não podem mais continuar impunemente a cometer delitos constitucionais pelo nãocumprimento da norma impositiva como dever. Essa discussão estéril sobre a redução da maioridade penal para resolver o problema da violência, pelo visto, tem o apoio quase unânime da população. Para o governo, entretanto, os jovens precisam é de medidas socioeducativas. Mas como, se os exemplos de corrupção dados por alguns magistrados não ajudam. Eles tiveram chance de estudar em bons colégios, ter família e regalias. E o que fizeram? E o mais grave: estão em liberdade. Precisamos mu­ dar a sociedade que aí está. Ela não é só produto da má distribuição de renda, mas da ignorância. O professor Paulo Freire costumava dizer que “a miséria dos famintos não é castigo de Deus, mas se deve à falta de conscientização das pessoas que vivem no analfabetismo”. Todo esse quadro que aí está só vai sofrer mudanças com a democratização da mídia. E se o governo quer realmente contribuir nesse sentido, deve dar o exemplo com seus meios de comunicação. A imprensa que defendemos não pode estar vinculada à linha ideológica de esquerda ou direita. O que se deseja é que, nela, as idéias não sejam impostas, mas debatidas, que escrevendo ou falando o leitor, ouvinte ou telespectador tenha o seu espaço, porque o jornalismo não pode continuar sendo um campo de batalhas ideológicas. Photos.com cidadania. Por que à população não é dado o direito de participar dessa reforma? O Povo precisa entender o atual processo em que vota em um candidato e elege outro. E decidir se quer ou não o voto obrigatório. Mas, para isso, precisa ter acesso à informação. E aí, além dos jornais alternativos, entra a participação decisiva da televisão e do rádio. Bom seria se as TVs tratassem de temas como esses em horário nobre, contando igualmente com a participação dos telespectadores, tal qual ocorre com o envolvimento do público para saber, por exemplo, quem deve ser eliminado de uma das muitas etapas dos reality shows. As rádios AM de maior audiência em cada Estado poderiam fazer o mesmo. Temas como ética e cidadania precisam ser pauta obrigatória na mídia. Mas não é assim. Coincidência ou não, em Minas Gerais, a partir da recente migração do sistema de transmissão a cabo analógico para o sistema com tecnologia digital, as empresas prestadoras de serviços de TV a cabo deixaram de transmitir os canais de instituições públicas. Em algumas cidades da região sul e em Belo Horizonte, por exemplo, não é mais possível acessar a TV Senado se o aparelho estiver conectado a uma TV a cabo com tecnologia de transmissão com sinal digital. É preciso interiorizar a informação, aprofundar a análise dos conceitos nela contidos, pois é da orientação que se imprime à formação da opinião pública que depende o desenvolvimento econômico e social de um Povo. Em um país onde juízes e desembargadores são acusados de corrupção e envolvimento com o crime organizado; em que deputados mensaleiros são anistiados pelo Conselho de Ética da Câmara e onde só BOA VONTADE | 27
  • 28. Nizete Souza Abrindo o Coração I Leila Marco nício do século XX: o mundo deslumbra-se com o avião inventado pelo brasileiro Santos Dumont (1873-1932), que pela primeira vez alça vôo com o 14 Bis, a fotografia colorida é realidade graças a Auguste Lumière (1862-1954), e o Cubismo surge com Picasso (1881-1973) e Braque (1882-1963). Aqui, no Brasil, a Economia sofre abalo com a crise cafeeira, por causa da superprodução, o que é logo equacionado em virtude da intervenção do governo brasileiro. É neste cenário, distante para a maioria de nós, que nasce, em 16 de setembro de 1907, Claudionor Vianna Telles Velloso, ou dona Canô, apelido que recebeu de um menino que não soube pronunciar o seu nome. A cidade de origem, Santo Amaro da Purificação, a 85 quilômetros de Salvador, é ainda hoje o local escolhido pela matriarca dos Vellosos para residir, Dona Canô, a matriarca dos Vellosos, revela como chegar aos 100 anos acreditando no Amor, na União e na Fé em Deus. Um século de grandes lições 28 | BOA VONTADE
  • 29. Arquivo pessoal tendo apenas dele se ausentado em alguns períodos de sua vida ou em ocasiões especiais, quando acompanhava os filhos em viagens e shows. E foi no velho casarão da família, na cidade de Santo Amaro, no Recôncavo Baiano, que a equipe da BOA VONTADE se encontrou com dona Canô para esta entrevista. Prestes a completar 100 anos, ela fez uma retrospectiva da família e de acontecimentos que marcaram a biografia de dois ícones baianos, o cantor e compositor Caetano Veloso e a intérprete Maria Bethânia. Segundo ela, a cidade sempre foi um lugar especial, tranqüilo e acolhedor. “Nasci, me criei, meu marido é daqui, a família dele e a minha também”. Da infância, as lembranças, dos 7 aos 15 anos, são as mais caras: “Na Usina Passagem, que promovia festas, baile pastoril, um retrato de dramas e comédias com mocinhas, rapazes. E desde os 7 anos a freqüentei. A minha infância foi uma maravilha, brincávamos, o pessoal era muito unido, foi uma vida muito boa até 15 anos”. Desse período realça a qualidade, na época, do ensino fundamental, em que, por exemplo, dona Canô teve a oportunidade de aprender francês e a tocar piano. “Eram professores bons. Havia duas escolas para rapazes, uma do Padre Monsenhor Soares, onde o Zeca (seu esposo) estudou, com padres portugueses. E dois colégios para moças: a Sacramentinas e de dona Cora Araújo. Eram escolas que preparavam pra fazer qualquer exame, Foto em família. Em sentido horário, os filhos Nicinha, Irene, Rodrigo, Mabel, Roberto, Caetano, Bethânia, Dona Canô e Clara. hoje estariam bem apreciados para ir à faculdade”. Em 7 de janeiro de 1931, casa-se com José Telles Velloso, o grande amor da vida dela, que conheceu graças a amigo em comum. “Ele era um bom marido, uma pessoa maravilhosa, tomava conta da família toda dele, da irmã, mãe, cunhados, parentes, sobrinhos. Foram 53 anos (juntos) muito bem-vividos”. Logo vieram os filhos, a primeira foi Eunice (ou Nicinha para a família), uma menina de 3 anos, que adotaram. Depois mais seis biológicos: Clara Maria, Maria Isabel (ou Mabel, como ficou conhecida a escritora da casa), Rodrigo, Roberto, Caetano e Maria Bethânia. E o Lar dos Vellosos, rico em amor, ainda receberia em seu seio a caçula Irene. Uma casa alegre e a parceria entre os irmãos A mãe diz que, mesmo sendo em número de oito, não havia grandes travessuras, mas, sim, muita alegria: “Eram brinca- “O meu maior orgulho é meus filhos serem unidos a mim ainda hoje, mesmo com a posição que ocupam, principalmente Bethânia e Caetano. Isso é muito bom! Se eu gemer, daqui a pouco chega todo mundo. A união é a melhor coisa do mundo.” lhões e amigos, como são até hoje. Tinham bastantes amigos na cidade, mas todos dentro da nossa casa”. Dona Canô conta que Caetano e Bethânia desde pequenos intuíam o futuro que os esperava. “Toda hora eles brincavam: ‘Vou ser artista’. E eu dizia: ‘Ser artista não é brinquedo!’”. Ao que lhe retrucavam: “Você vai ver, você vai ver!”. BOA VONTADE | 29
  • 30. ntos Nino Sa Abrindo o Coração Vista parcial da cidade de Santo Amaro da Purificação/BA. E realmente o talento ia fluindo de maneira natural, em meio às brincadeiras de criança: “Caetano tocava, o dia inteiro, piano! Ele chegava do colégio, nem entrava direito em casa, e estava ao piano. Eu dizia: ‘Caetano chegou!’ (risos). Uma loucura pela música que tem até hoje. E compunha, a gente nem sabia. Só quem tinha conhecimento era Mabel, porque ele dava (as letras) a ela para guardar”. Há mesmo uma gravação única feita, em 1952, por Caetano na casa dos O talento dos filhos ganha os palcos s Bodas pessoal ão à emoraç nto. em com feliz casame issa ô na m ro do Can de Ou e dona Arquivo a Seu Zec pais, cantando Feitiço da Vila (de Vadico e Noel Rosa) e Mãezinha querida (de Getúlio Macedo e Lourival Faissal), que fez muito sucesso com Carlos Galhardo (1913-1985), sendo acompanhado ao piano pela irmã Nicinha. De Caetano ainda rememora a aptidão para o desenho e a pintura a óleo. “Ele pintava e tocava muito, o dia inteiro, ou (estava ao) piano ou pintando, nunca ficava parado”. O fato é que os filhos de dona Canô tinham razão, e a primeira grande oportunidade surge para Maria Bethânia quando ela é convidada para substituir, em 1965, a cantora Nara Leão (1942-1989) no show Opinião, no Rio de Janeiro. “Aconteceu pelo valor dela. Fiquei preocupadíssima, ir para o Rio. Caetano falou: ‘Minha mãe, eu levo ela’. Bethânia cantou uma música dele no show e foi depois procurada para saber quem tinha feito aquela letra. Então, eles começaram”. Neste espetáculo, a cantora baiana estreou com destaque ao interpretar, de forma diferenciada e forte, Carcará, que se tornou sucesso nacional. Foi também pioneira ao registrar em disco a música do irmão É de manhã, em compacto simples pela RCA Victor. Daí por diante os dois tiveram cada vez mais êxito, participando da Bossa Nova, dos grandes festivais e, posteriormente, criaram com outros artistas, a exemplo de Gilberto Gil, Tom Zé, Torquato Neto, Gal Costa, o Tropicalismo, movimento de vanguarda que sacudiu as estruturas culturais da época. Seguem até hoje como grandes nomes da Música Popular Brasileira (MPB). Esses passos foram acompanhados de perto pela carinhosa mãe, que sempre que podia viajava pelo Brasil e Exterior para assistir aos shows dos filhos. “Todos me emocionavam muito, porque eu nunca esperei que eles chegassem onde estão. Ver meus filhos, o Povo, aquela multidão aplaudindo, gritando, é uma coisa muito séria. Não sou de chorar, mas havia músicas que eu chegava a parar pra...”. E confidencia: “O meu maior orgulho é meus filhos serem unidos a mim ainda hoje, mesmo com a posição que ocupam, principalmente Bethânia e Caetano. Isso é muito bom! Se eu gemer,
  • 31. Revezes e a confiança na amizade Poucas coisas abalaram esta guerreira na longa trajetória, tal­vez esteja aí seu segredo de longevidade, pois não se aborrece facilmente com as dificuldades do dia-a-dia, mantendo um invejável bom humor. Entre esses eventos que mexeram realmente com dona Canô, pode-se citar dois em especial: o exílio de Caetano, em Londres/Inglaterra (1969-1971), e a morte de seu José Telles Velloso. Eles haviam se mudado por causa dos filhos para Salvador, no começo da década de 1960, e, para cumprir o último desejo do marido que estava muito doente, retornaram em 1983 a Santo Amaro, vindo seu Zeca a falecer seis dias depois de se instalarem no casarão. Em todos esses e outros momentos difíceis, ressalta: “A fé em Deus é o que me mantém viva”. Concluindo: “Eu não creio que uma pessoa sem fé tenha boa vida. No mínimo, vamos dizer, fé numa estrela, na luz, em qualquer religião”. O valor à amizade é algo que também a faz mais forte. Desde os mais próximos que a ajudam nas tarefas de casa, como uma antiga colaboradora que ela chama carinhosamente de Fifi, a grandes personalidades que encontram no caráter forte desta mulher simples o próprio retrato do Povo brasileiro batalhador, que não se entrega diante das dificuldades e constrói um País melhor. Uma das pessoas que se encantaram com este modo de ser foi o Diretor-Presidente da LBV, José de Paiva Netto, que, em 1988, visitando sua residência recebeu o convite de dona Canô para almoçar com ela. Bastaram aquelas poucas horas para um sincero sentimento de afeto frutificar. Desde então, não há aniversário ou data especial que passe em branco. “Paiva Netto veio com o filho almoçar comigo. É meu amigo, não se esquece de mim e eu acompanho as coisas que ele faz, gosto muito, aprecio. Há um retrato meu lá na LBV em Salvador. Ele não esquece, toda data! (risos) São essas coisas que confortam a gente, é ter amigos. Amizades do tempo antigo que se conservam até hoje.” Dona Canô fala dos presentes que recebeu do líder da LBV, como dois quadros com a imagem de Jesus: “Um para mim e outro para Bethânia, que está no quarto dela. Todo ano no meu aniversário ele traz flores, presentes, não esquece. Pessoa distinta, muito distinta. E o trabalho dele, eu aprecio muito, porque cuidar da criança, primeiro, é difícil e, segundo, é belo”. E arremata: “Fiz a entrevista de Boa Vontade. Faria a qualquer hora. Eu acompanho a revista. Leio, gosto de ver o serviço que Paiva Netto faz, as pessoas que adotam o trabalho dele, procuro me empenhar, é a minha vida”. Colaboração: Mariana Rodrigues e Nizete Souza Arquivo BV daqui a pouco chega todo mundo. A união é a melhor coisa do mundo”. Visita cordial do dirigente da LBV à querida amiga, que carinhosamente Paiva Netto chama de Mãe Canô, em Santo Amaro da Purificação/BA, no ano de 1988. “Paiva Netto veio com o filho almoçar comigo. É meu amigo, não se esquece de mim e eu acompanho as coisas que ele faz, gosto muito, aprecio. Há um retrato meu lá na LBV em Salvador. Ele não esquece, toda data! (risos) São essas coisas que confortam a gente, é ter amigos. Amizades do tempo antigo que se conservam até hoje.” BOA VONTADE | 31
  • 32. Atualidade Internacional Premiação verde-amarela nos Estados Unidos Danilo Parmegiani e Marta Trigueiro Fotos: Adriana Rocha e Amanda Vieira Press Award homenageia brasileiros que se destacam nos EUA divulgando o Brasil “O trabalho da LBV é um dos mais sérios e meritórios do Brasil. Eu pessoalmente a acompanho há muitos anos e sou seu fã incondicional. A LBV tem uma presença muito forte em Nova York.” Carlos Borges Criador do Press Award 32 | BOA VONTADE A tualmente, estima-se que mais de um milhão de brasileiros vivam na América do Norte. É nesta grande comunidade verde-amarela — a maior fora do Brasil — que muitas personalidades e instituições têm promovido uma imagem positiva do País e de sua gente. Há 10 anos, quem faz brilhar o nosso nome lá fora é homenageado com o Press Award, láurea que em 2007 foi entregue durante o II Congresso Internacional de Cultura e Mídia Brasileira, no Teatro Parker Playhouse, em Fort Lauderdale (Flórida/EUA), entre os dias 12 e 14 de abril. O encontro que debateu cultura e mídia brasileiras teve neste ano 12 painéis discutindo a produção cultural e a comunicação brasileira no Exterior. Segundo o jornalista e criador do evento, Carlos Borges, em 2006, oito países enviaram representantes. Neste ano, as solicitações ultrapassaram 15 nações. “Esse é o nosso objetivo. Agregar toda nossa produção cultural e de comunicação fora do país. Essa é uma realidade cada vez maior e mais importante, já que, segundo dados do Itamaraty, são mais de três milhões de brasileiros vivendo no Exterior”, afirmou o jornalista. Homenageando destaques de 12 Estados norte-americanos, Inglaterra e Japão, o Press Award é, de fato, uma das mais importantes premiações nossas lá fora e teve diversos momentos que fizeram a platéia, repleta de autoridades, celebridades e lideranças da comunidade brasileira, emocionar-se e aplaudir de pé. Entre os que receberam a hon­ raria está a Legião da Boa Vontade, eleita pelo voto popular como Destaque Comunitário/Instituição. “O trabalho da LBV é um dos mais sérios e meritórios do Brasil. Eu pessoalmente a acompanho há muitos anos e sou seu fã incondicional. A LBV tem uma presença muito forte em Nova York. O que vocês trazem é a semente de um serviço
  • 33. 1 2 Na primeira imagem, da esquerda para a direita, os representantes da LBV no evento, Danilo Parmegiani e Alziro de Paiva, e os jornalistas Eliakim Araújo e Leila Cordeiro. Na segunda, com o Cônsul-Geral do Brasil em Miami, Embaixador João Almino. Na foto abaixo, Alziro aparece com o editor-chefe do jornal The BrasilianS, Edilberto Mendes. de ajuda emocional, psicológica. Quero mais para a Instituição neste prêmio”, comenta Carlos Borges, após pronunciamento do representante do dirigente da LBV, José de Paiva Netto, o jovem Alziro de Paiva. A láurea é um reconhecimento ao trabalho humanitário que a LBV realiza há 57 anos no Brasil e ao seu Diretor-Presidente, o jornalista e escritor Paiva Netto, pelos mais de 50 anos de serviço que não tem fronteiras e empolga outras nações. Atualmente, essa iniciativa solidária é desenvolvida na Argentina, Paraguai, Uruguai, Bolívia, Portugal e Estados Unidos, dentre outras regiões do mundo. O jornalista Eliakim Araújo, diretor, apresentador e organizador do Projeto Conexão Flórida, falou da característica que o congresso tem de unir as mídias brasileiras: “Não adianta uma, duas ou três pessoas terem idéias mirabolantes, é preciso que haja unidade nas idéias e um esforço mútuo em mostrar a cara do Brasil, quantos nós somos, o que queremos”. Na entrevista, agradeceu também a presença da LBV: “Paiva, um abraço para você”. Além de receber o prêmio, a Instituição teve espaço para expor sua ação, com o Painel Social Affairs (Relações Sociais), que mostrou os programas e projetos desenvolvidos em favor das populações menos favorecidas, em especial com a Rede Sociedade Solidária. A respeito da iniciativa, observou a jornalista Leila Cordeiro: “A LBV faz um belo trabalho”. Entre os outros agraciados de 2007, destacam-se Caetano Veloso, Marisa Monte, Sônia Braga, Arthur Moreira Lima, Mauricio de Sousa e Hortência; além da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) e OCF (Organização Contábil Felix); dos eventos Brazilian Day, Brazilian Film Festival of Miami, FLA-BRA Festival e o Miss Brasil-USA. 3 O representante da LBV conversa também com a simpática Leona Forman, Presidente e CEO da BrazilFoundation. BOA VONTADE | 33
  • 34. Capa Conheça um pouco de Washington Olivetto, eleito o Publicitário do O diferencial Século XX. 34 da W/Brasil | BOA VONTADE
  • 35. Leila Marco e Leilla Tonin de S.Paulo, os três gordinhos do DDD, os casais Unibanco. Se não bastasse ter seu nome associado à propaganda, este paulistano do bairro da Lapa encontra espaço ainda para dedicar-se à música e a escrever, e não reclama, pois diz que é graças a essas várias áreas de atuação que consegue realimentar o seu trabalho como publicitário. É autor dos livros Os Piores Textos de Washington Olivetto e Corinthians — É Preto no Branco, que fala de uma de suas maiores paixões: o time do Parque São Jorge. Para os próximos tempos anuncia uma nova revolução para a publicidade e, um pouco mais tarde, pretende deixar a W de tal forma autônoma que ela possa caminhar sem a presença dele no dia-a-dia, quando pretende viajar pelo mundo com a esposa e o casal de gêmeos, “pois os meus filhos pequenos estarão com 12 anos de idade, irreversivelmente brasileiros e corintianos”. BOA VONTADE — Como foi ser eleito publicitário do século em 1999? Washington Olivetto — Foi muito gostoso. Lógico que na vida é bom ganhar dinheiro, ser reconhecido, mas as duas melhores coisas que o sucesso profissional lhe dá, na minha opinião, são a oportunidade de ficar amigo dos seus ídolos, que é legal, e de ser admirado por muita gente que ambiciona fazer o mesmo que você. Isso é o mais prazeroso em qualquer atividade. BV — Washington Olivetto criança já era criativo? Washington — Não. Obviamente tenho alguma aptidão, mas o que fiz, na verdade, foi treinar o meu talento, trabalhá-lo, que nem é tão grande assim. No meu caso, era uma criança de família de classe média e, por uma circunstância de vida, aprendi a ler muito cedo, por volta dos 4 para os 5 anos. Agradeço tudo que aconteceu na minha vida a Monteiro Lobato (1882-1948), graças ao prazer que Washington Olivetto na criei pela leitura, pois Primeira a melhor maneira de Comunhão aprender a escrever é lendo. Por outro lado, tinha uma grande admiração pelo trabalho do meu pai, ele é um bom vendedor. No início da minha adolescência, havia uma dúvida na minha cabeça: BOA VONTADE | 35 Arquivo pessoal E stamos na W/Brasil para a entrevista com o Presidente da agência, o publicitário Washington Olivetto. Ele chega até a sala preparada para o encontro em ritmo acelerado. Após as apresentações o bate-papo começa e aquela energia toda se concentra para falar, sobretudo, de publicidade, contar um pouco de suas memórias, conquistas e experiências profissionais, além de narrar um pouco de sua infância. Washington não é um homem fácil de se descrever: “Sou mediano em quase tudo, quase bom em várias coisas, mas tenho o intuitivo muito forte e sou uma pessoa extremamente leal”. Talvez isso explique resumidamente o talento especial que, já aos 19 anos, em seu primeiro trabalho de publicidade, o levou a conquistar o consagrado prêmio francês do Festival de Cannes e, daí em diante, a lista apenas foi aumentando. Hoje a W/Brasil é uma das mais premiadas agências do mundo, com cerca de mil prêmios, entre Leões de Cannes, Clio Awards e outros. Sucessos inesquecíveis da propaganda brasileira são de sua lavra, como a menina do primeiro sutiã, o Garoto Bombril, o cachorrinho salsicha da Cofap, o rato da Folha Fotos: Daniel Trevisan
  • 36. Arquivo pessoal Capa Em 1981, Washington recebe o festejado Clio Awards (estatueta de Ouro), concedido anualmente aos destaques na propaganda e design internacional. geração anterior a minha; quando comecei na atividade ela estava profissionalizada e muito preparada para receber um profissional com as minhas ambições, de fazer algo mais visível, de reconhecimento internacional. Fui estagiário muito garoto, com 18 pra 19 anos, de uma agência pequena, o que aparentemente não era legal, mas foi ótimo. Primeiro, porque tinha muita coisa para fazer e pouca gente; segundo, porque as pessoas com mais experiência perceberam que tinha potencial e aí rapidamente fui contratado. O pessoal foi muito legal comigo, fui bastante acarinhado no início da atividade, isso me ajudou bastante. Divulgação “Será que quero ser um vendedor? Ou quero escrever?”. Então, racionalizei que onde misturava o gesto de escrever para todas as mídias com o de vender BV — Qual a principal era a publicidade, e aí foi função da propaganque descobri para que eu servia. No fundo é tudo da? muito simples, todo munWashington — É vender produtos, consdo nasce para fazer algutruir marcas ou idéias. O ma coisa bem, mas são trabalho da W/Brasil tem poucos aqueles que têm a Monteiro Lobato algum diferencial, o fato sorte de descobri-la, por isso, poucos são bem-sucedidos e de sermos intimamente ligados à cultura popular brasileira. A mifelizes em seus trabalhos. nha missão, mas nem sempre se BV — Quem o ajudou nessa consegue isso, é, além de cumprir as obrigações básicas, que se concaminhada? Washington — Sou grato à siga entrar para a cultura popular do País. Isso me fascina, não é simplesmente uma mensagem pra vender um produto, mas, sim, que acrescentou algo na vida das pessoas: pode ter sido um sorriso, uma informação útil, um aprendizado estético. A gente pode ser um pouquinho mais ambicioso no nosso trabalho, e é isso que tento fazer. BV — Você disse, certa vez, que foi a pessoa que deu essa visibilidade aos profissionais da sua área. Como isso aconteceu? Washington — O que ocorreu foi que, como comecei novo e sempre fui batalhador — a minha vida é baseada em algum talento, sorte e muito trabalho —, acabei fazendo diversas coisas que o público gostava. Então, cria-se uma curiosidade a respeito de quem fez, e comecei a ganhar uma visibilidade fora do meu meio. Naquele momento, obviamente não sabia da utilidade que o fato teria para mim, do ponto de vista do negócio, mas depois fui ganhando ciência e organizei isso, sempre tomando um cuidado que tomo até hoje: que a minha visibilidade seja sempre menor que o meu trabalho. Não é por bondade, isso não! Sou vaidoso o suficiente, adoraria ser capa da Time na mesma semana “Parto de um princípio muito simples: propaganda é criada, aprovada e veiculada por pessoas, quanto melhores forem elas, melhor será a propaganda.” 36 | BOA VONTADE
  • 37. “A gente se treina para ser muito pouco passadista, por mais que se tenha realizado, não importa muito, o que vale é o que irá fazer amanhã.” BV — Seu primeiro comercial recebeu um Leão de Bronze no Divulgação BV — Quem se beneficiou com essa sua sacada? Washington — Olha, acredito que em alguns pontos fui boa mãe e um pouco madrasta má na história das gerações que vieram depois da minha. Boa mãe, no sentido de que procurei implantar padrões de qualidade, buscar a excelência na publicidade, ter coe­rência de comportamento, como o fato de nunca ter aceitado fazer — sendo muitas vezes convidado — campanhas políticas ou de empresas governamentais, foi um grande diferencial na minha vida. Eu só trabalho com a iniciativa privada. Por outro lado, a minha visibilidade fez com que muitos jovens, ingenuamente, ima­ginassem que o negócio da publicidade é mais próspero, fácil, divertido. Muita gente di­recionou-se para uma área não sendo a ideal para aquela pessoa, olhando um pouquinho o meu exemplo, isso me preocupa. Festival de Cannes. Você espera- personagem tem uma magnífica biografia, é bem escrito e há o fava por isso? Washington — Não, de jeito buloso talento do Carlinhos Monenhum. Fiz o comercial, ele não reno, que permite que se freqüente era tão bom quanto ficou, o meu todas as alternativas que a comudiretor de criação tirou alguns de- nicação possibilita. Ela mistura a feitos dele, mas mesmo assim não persuasão da propaganda com a atualidade do jornalismo, imaginava que fosse gaauto-renova-se o tempo nhar um Leão de Bronze inteiro. Fora isso, temos no Festival Internacional, três pessoas nessa paracomo era Cannes, que nada que participaram de quela época tinha grande tudo, que são o Carlinhos prestígio. Tanto, que quanMoreno, o Andrés Bukodo soube da premiação, fiquei na dúvida se havia Carlinhos Moreno winski, que dirigiu os 334 filmes até hoje, e eu, que algo errado. Sou muito autocrítico, sempre fui. É curioso, trabalhei em todos eles, seja como exijo que me levem a sério, mas redator ou diretor. É a campanha da história da publicidade de não me levo a sério. maior durabilidade no mundo, que além de tudo tem um total controle BV — Você foi responsável pela criação do garoto-propagan- das pessoas que participaram de da da Bombril, um comercial todas as fases, está tudo amarrado, além de estar bem que está há quase três documentada, numa atidécadas no ar, é algo vidade que muitas vezes especial... se perde a memória com Washington — Quanfacilidade. (...) Bombril é do criamos a campanha em exatamente o contrário, 1978, jamais imaginamos era publicidade, virou que ela faria sucesso em 2007, que entraria para Andrés Bukowinski cultura popular. o Guinness, em 1995, e continuasse. Hoje sei explicar, não BV — O público também evoluiu tenho dúvida de que o grande mé- como a propaganda? Washington — O público é rito da campanha Bombril é que o Divulgação que merecesse ser também da Newsweek, ou seja, que o meu trabalho fosse merecedor. Piloto para que a minha exposição aconteça totalmente no profissional. BOA VONTADE | 37
  • 38. Capa corretos, que, na atividade publicitária, fazem isso corretamente. E não sou só eu, existem muitos. “Eu sou um curioso profissional, só não abro bolsa de mulher porque Arquivo pessoal é feio. (risos)” mais exigente, consciente. Portanto, se a publicidade não for inteligente, respeitosa com o consumidor, honesta, não funcionará. Vamos pensar também que, no início da propaganda, praticamente não havia concorrentes, então a função dela era informar. À medida que surgiram produtos parecidos, passou a ter de ser informação e persuasão. Depois, com o aumento da concorrência, foi preciso obsoletar o adversário, não bastava mais dizer o que faz e persuadir, tinha de falar: “Olha, eu faço melhor”. E atualmente, com a carga de informação que recebemos de todos os veículos, precisa também ser entretenimento, se quiser ser percebida. BV — O que leva as pessoas a serem criativas? Washington — O conceito de criatividade pode estar atrelado num todo, como as áreas específicas. Na minha, por exemplo, diria que surge do treinamento de um certo talento natural e de quando você se prepara para não ter nenhum preconceito com informação e curiosidade a respeito de tudo. 38 | BOA VONTADE BV — Você é um curioso nato? Washington — Eu sou um curioso profissional, só não abro bolsa de mulher porque é feio (risos). Agora, é claro que um componente fundamental num profissional da minha área é ter um forte intuitivo. Aliás, se tenho alguma qualidade, é intuitiva. BV — E a segue sempre? Washington — Entre uma certeza e uma decisão intuitiva, escolho a segunda. Tem mais risco, mas parto sempre de um princípio que a aventura pode ser louca se o aventureiro foi lúcido. Na verdade, sou muito organizado, certinho, para fazer umas maluquices. BV — Quais as coisas que julga imperdoáveis em sua profissão? Washington — Eu julgo desrespeitar a inteligência do consumidor totalmente imperdoável, julgo coisinhas burras imperdoáveis. E, obviamente, todo o comportamento que seja predatório, que implante maus hábitos, preconceitos. Parto de um princípio muito simples: propaganda é criada, aprovada e veiculada por pessoas; quanto melhores forem elas, melhor será a propaganda. Não é que existem publicitários éticos; existem seres humanos BV — Você já afirmou que a tecnologia para a publicidade, em alguns momentos, é um gigantesco progresso ou um enorme retrocesso. Como assim? Washington — O importante é a boa utilização. Quando comecei a trabalhar, as nossas condições eram ruins, sabíamos que era possível imaginar o que quer que fosse, mas não daria para produzir, e aí aprendemos a pensar simples. Normalmente, simples é mais inteligente, persuasivo, e isso continuará sempre. É claro que, com o passar do tempo, se além de saber pensar simples há condições boas de produzir aquilo, melhor ainda, como é hoje. O que acontece atualmente é que com acesso à tecnologia perde-se a origem da atividade. Não faz mal se está mais ou menos, porque ela ficará bem acabada. E aí trabalha contra, porque uma idéia boa, mal produzida, continua sendo boa. Agora, uma má idéia bem produzida é apenas uma má idéia bem produzida. BV — Você disse também que, para ser global, é preciso ser mais regional? Washington — Exatamente. Aliás, isso não é um fenômeno apenas da publicidade, é da literatura, da música. A melhor maneira de ser absolutamente internacional é ser totalmente local. É o que cria uma grande identidade. BV — Qual a maior descoberta que fez na vida? Washington — A maior descoberta que fiz na vida, do ponto de vista profissional, era para que
  • 39. Arquivo pessoal eu servia. Se não descobrisse isso, que a base pra resolver todos os certamente nada teria dado certo. problemas, inclusive o da distriMas gosto de muitas outras coi- buição de renda falha, é um forte sas, até porque não possuo uma projeto educacional. A questão vida pessoal e uma profissional, da segurança passa também por as duas se interligam o tempo isso, ou seja, o que está ocorrendo, inteiro, nunca estou trabalhando, agora, como a falta de segurança, divertindo-me, sempre é filho da não-existência tento fazer as duas coide projetos educaciosas, é tudo misturado, a nais anteriores e estamos única coisa que preservo sendo vítimas disso, não é o pessoal. Tenho expese pode continuar nessa riências maravilhosas, circunstância. Todos nós como a oportunidade de somos vítimas, inclusive virar amigo dos meus Homero Olivetto os emissários disso. ídolos. Sou muito ligado aos artistas da Música Popular BV — Planos para o futuro? Brasileira, adoro artes plásticas, Washington — Continuar tenho filhos espetaculares. Tive fazendo tudo direitinho, já não é um privilégio único de ter sido pai mole. Este ano estamos promomuito jovem, o que é muito legal, vendo uma mudança estética na e voltar a ser pai aos 50 anos. W para o segundo semestre, que interfere na qualidade de trabalho. Quero uma nova revolução na BV — E os gêmeos? Washington — Tenho um ca- informática, totalmente wireless sal de gêmeos, que está com quase (sem fio), mas com estética radi3 anos de idade. Orgulho-me de calmente brasileira, porque se chater sido um bom pai jovem. Meu ma W/Brasil. Desejo prosseguir filho adulto é diretor de cinema formando novos profissionais, (Homero Olivetto), inteligente, conquistando contas, quero me não é bobo, ou prepotente; é um preparar para daqui a nove anos cara razoável. E as crianças estão poder, aí sim, me afastar um pouficando muito interessantes. É claro que por melhor que tenha sido quando jovem, o pai de 50 anos é impecável, porque nesta idade é responsável para exercer todas as responsabilidades educacionais, econômicas e financeiras; é cúmplice como um tio e permissivo como um avô. Ele é o sujeito ideal para a criança (risos). Sem deslumbramentos — Em uma das paredes da W/Brasil há uma grande vitrine, em que os mais de mil prêmios da agência estão ali depositados para lembrar que, apesar de serem importantes, o mais relevante é continuar fazendo sempre a boa propaganda. quinho do cotidiano da W, pois os meus filhos pequenos estarão com 12 anos de idade, irreversivelmente brasileiros e corintianos, e eu poderei ensinar geografia pra eles viajando. Mas nesses nove anos tenho de trabalhar muito. BV — O que falta ao Brasil para vencer o problema da violência? Washington — Falta bastante coisa e muitas já estão acontecendo. O Brasil é um país ainda jovem, está tudo por fazer. Acredito BOA VONTADE | 39
  • 40. “Eu queria dar os parabéns pelo trabalho que a LBV faz há tantos anos, com tanta eficiência e dignidade.” “Vou fazer aquela visita a que me convidaram”, disse Washington para as crianças da LBV. BV — Por quais momentos profissionais gostaria de ser lembrado? Washington — Gosto mais do todo. Nós, publicitários tidos como bons, nos treinamos, isso no mundo inteiro, até porque os profissionais de publicidade são muito parecidos, a gente parece uma raça de cachorro. Tenho amigos assim em Londres, Nova York, que olho para eles e acho a gente tudo meio igual. A gente se treina para ser muito pouco passadista, por mais que se tenha realizado, não importa muito, o que vale é o que irá fazer amanhã. A publicidade envelhece rapidamente. Essa idéia, pelo ponto de vista do trabalho, é difícil, tenho de racionalizar, dizer assim: “Seria bom que a média alta do meu trabalho fosse lembrada”. Obviamente, gostaria de ser lembrado como um profissional que procurou fazer algo a mais do que o puro e simplesmente serviço, que tentou influenciar outros colegas, ser um sujeito cordato como empresário e outras coisas. 40 | BOA VONTADE BV — Qual a sua relação com a família? Washington — É muito presente, porque minha vida é totalmente misturada. É curioso que os meus filhos gêmeos nasceram no dia em que a W fez 18 anos, coincidentemente. Nós viajamos bastante, tanto a trabalho quanto eventualmente a passeio, e aí eu misturo e vira trabalho e tal. Desde que nasceram, eles farão 3 anos agora no dia 8 de julho, eu e minha mulher nunca viajamos sozinhos, os levamos junto para todos os lugares. Gosto disso, meu filho adulto foi educado dessa maneira. BV — E a paixão por São Paulo? Washington — Eu sou paulista típico, nasci em São Paulo, conheço a cidade como se tivesse sido motorista de táxi. Agora um pouquinho menos. Aprecio muito as cidades, isso é muito curioso, todas as que visito conheço bem. Sou apaixonado por São Paulo e gosto muito do Rio também, tenho um monte de amigos lá. Eu brinco que das grandes cidades do mundo, como cidade do México, Tóquio, São Paulo é melhor porque tem todas as qualidades das outras grandes e, além de tudo, é a única que fica a 45 minutos do Rio de Janeiro. BV — Quem são seus ídolos? Washington — Tenho ídolos em todas as áreas e vários são amigos meus. Muita gente da Música Popular Brasileira, das artes plásticas, da literatura, da minha atividade, obviamente. No fim do ano passado, esteve aqui no Brasil um publicitário norteamericano que, quando eu tinha 18 anos, ele estava com 35 anos, e era meu ídolo, o Edward McCabe, que hoje é amigo íntimo. É um privilégio você ter isso e acontece com um monte de pessoas. No sábado, por exemplo, vou jantar com o querido Jorge Ben Jor, que é meu amigo há anos e anos e anos. É muito gostoso. BV — “O primeiro sutiã a gente nunca esquece”, esta frase é um marco... Washington — Há um levantamento curioso sobre esta frase feito pelo Fernando Morais, escritor. Ela é a mais parodiada da história da publicidade mundial. Essa frase é de 1988, encerrando o comercial primeiro sutiã e, a partir daí, muita gente fez algo em cima. Tem a do Ayrton Senna (1960-1994) falando da Ferrari, alguém que vai escrever uma matéria numa revista de gastronomia. Do que o Fernando conseguiu catalogar, são mais de seis mil citações. É porque ela reflete sentimentos básicos, é o simples. BV — Que recado deixaria aos leitores da revista BOA VONTADE? Washington — Eu queria dar os parabéns pelo trabalho que a LBV faz há tantos anos, com tanta eficiência e dignidade, e prometer para os meus alunos da escola da LBV que vou fazer aquela visita a que me convidaram. Um beijo!