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Paiva Netto escreve “O crack e a mulher” e mostra os graves efeitos na vida de usuários
Educação Prestigiado evento da LBV debate “Avaliação: uma visão além do intelecto”

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Sandra
de Sá

Paula
Fernandes

Nelson
Sargento

Otavio
Mesquita

Nélida
Piñon

abre o coração
Nomeada Embaixadora
Ibero-Americana da Cultura, a
escritora relembra sua trajetória
na literatura, que a imortaliza na
Academia Brasileira de Letras.

OTORRINOLARINGOLOGIA Um dos maiores especialistas, o dr. Jair de Carvalho
e Castro esclarece as principais dúvidas sobre a síndrome de Ménière. Confira!
Internacional LBV leva recomendações pela sustentabilidade no planeta a chefes de Estado
e autoridades participantes na Rio+20, no Brasil, e na Reunião de Alto Nível do Ecosoc/ONU, em
Nova York, Estados Unidos, que ganham visibilidade mundial em transmissão ao vivo pela TV ONU.
JUNTO COM
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ENERGIA,
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A Tarifa Social de Energia Elétrica é um benefício
para famílias de baixa renda. O programa,
estabelecido por Lei Federal, gera descontos de
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social e sustentabilidade das comunidades de
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É a Celpe trabalhando para oferecer mais
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Sumário

8

66

Paiva Netto escreve: “O crack e a mulher”

	7
8	
12		

11o Congresso Internacional de Educação
da LBV — Avaliação: uma visão além do
intelecto

in memoriam
“O crack e a mulher”
Paiva Netto

Cartas, e-mails, livros e registros

20		Rede sociedade Solidária

Instituições fortalecidas, sociedade melhor

12

Sônia Bridi
e seu Diário do clima

12

Renata ceribelli e zeca camargo
lançam Medida Certa

22	 Esporte
	

	 3	Opinião Esportiva
2

por José Carlos Araújo

Futebol, sim. Violência, não.

24		

Samba & História por Hilton Abi-Rihan

Nelson Sargento — Memória viva do samba carioca

27	
	Opinião — Educação por Arnaldo Niskier
Linguagem popular, sim ou não?

28		LBV é ação!

32	

13

Gleisi Hoffmann
Saudação

cultura

Nélida Piñon — Abrindo o coração

36		Acontece em Minas Gerais

16

Paula Fernandes e Sandra de sá
Amigas de Boa Vontade em festa

38	 Comunicacão
	

Otavio Mesquita — Décadas de jornalismo e bom humor

42	
	Acontece na paraíba
44	 Saúde
	

Como anda sua audição

48	
	

17

Eliana Calmon
escreve Receitas
Especiais

4

BOA VONTADE

17

Tereza Campello
Homenagem

17

Audálio Dantas
Histórias do
jornalismo

notícias de brasília

• Governo do DF anuncia: Templo da LBV é o monumento mais
visitado da capital brasileira (p. 48)
• Templo da Paz (p. 51)
• Secretaria de Turismo divulga os 23 anos do TBV (p. 52)

54	
	Ação jovem LBV

A Grande Família Humanidade

60	
	Acontece no rio grande do sul

62		

Congresso em pauta por Paulo Kramer
Educação profissional de qualidade
78

Comportamento e saúde — Os direitos do feto e o
trágico impacto do aborto na saúde da mulher.

84

LBV leva recomendações pela sustentabilidade
no planeta a chefes de Estado e autoridades
participantes da Rio+20.

66	 11O CONGRESSO INTERNACIONAL de Educação DA LBV
	
Avaliação: uma visão além do intelecto

77	
	

acontece no parlamundi da lbv

78	
	comportamento e Saúde
Jornada pela Vida

84	
	Meio ambiente

O legado da Rio+20

94	
	

opinião — mídia alternativa por Carlos Arthur Pitombeira

98	
	

lbv na onu

Documento brasileiro

24

Nelson Sargento
Ícone do samba
carioca

32

27

nélida piñon
Pela Cultura

Arnaldo Niskier
Linguagem popular,
sim ou não?

Consciência planetária

104 	Acontece no SBT

O maior brasileiro de todos os tempos

106 	Literatura

Brasil precisa ler mais

112	conhecendo museus
Memória brasileira

116	Responsabilidade social

• Sustentabilidade e bons negócios (p. 116)
• Lixo que vira bônus (p. 119)

122	Melhor Idade por Walter Periotto
Medicina e Fé

38

Otavio mesquita
Décadas de jornalismo
e bom humor

44

Dr. Jair de Castro
Como anda sua
audição?

62

Paulo Kramer
Educação profissional
de qualidade

124	Voluntariado

Correr pelo próximo

128 	 Soldadinhos de deus
130	Aprendendo português por Adriane Schirmer
Concordância com “um dos que”

Canais da LBV na internet
www.lbv.org.br

Youtube: LBV Videos

Facebook: LBV Brasil

Orkut: LBV

Twitter: @LBVBrasil

Flickr: flickr.com/lbvbrasil

77

Dr. ubiratan aguiar
Ex-ministro do TCU lança
Estação da Palavra

78

Dra. Alice Ferreira e Dra. Marlene Nobre
Em favor da Vida

BOA VONTADE

5
Ao leitor

Em destaque nesta edição, uma das mais importantes ações sociais da Legião da Boa Vontade:
a Campanha de Valorização da Vida. O dirigente
da LBV, jornalista, radialista e escritor Paiva Netto,
assina o artigo “O crack e a mulher”, um eloquente
chamado à consciência daqueles que se expõem aos
riscos da dependência química. Ao analisar o impacto
devastador do vício no corpo e na Alma de quem a ele
se escraviza, o autor também alerta para a crescente
presença feminina entre os usuá­ ios e a constatação
r
de que, a fim de obterem a droga, muitas se prostituem sem nenhuma proteção especial, tornando-se
assim foco de doenças sexualmente transmissíveis.
Nessa mesma linha de respeito à dignidade humana, a revista traz reportagem na qual mostra que
o tema aborto pede uma análise mais profunda, pois
a Vida é anterior à fecundação. Sendo assim, o feto
já possui direitos. Com apontamentos científicos, o
leitor pode ver também o impacto da interrupção
forçada da gravidez na saúde da mulher. Esse ato,
além de abreviar a existência de um ser indefeso
ainda no útero, pode levar a sérias complicações físicas e psicológicas — de problemas de infertilidade
e quadros de depressão até o surgimento de tumores
malignos mamários e uterinos. Sem mencionar as
consequências espirituais.
A seção “Saúde” apresenta reportagem com o
dr. Jair de Carvalho e Castro, um dos principais
otorrinolaringologistas do país. Além de informar os
cuidados necessários com os ouvidos, ele esclarece
as dúvidas mais frequentes sobre uma doença ainda
pouco conhecida, a síndrome de Ménière.
A nomeação da escritora Nélida Piñon para Embaixadora Ibero-Americana da Cultura é tema de capa da
BOA VONTADE. O reconhecimento enche de orgulho os
brasileiros e celebra a trajetória na literatura e na vida
pessoal dessa grande romancista. O leitor ainda acompanha entrevista com o publicitário e apresentador de
TV Otavio Mesquita, que abre o coração e ressalta a
importância de Deus e da família em sua vida, bem
como a paixão pelo trabalho e pelo automobilismo.
Outros assuntos também ganham evidência, a
exemplo dos desdobramentos da Rio+20 e da Reunião
do Alto Nível do Ecosoc/ONU, em Nova York, e da
seção dedicada à Terceira Idade. Esperamos que você,
leitor, aprecie esta edição e, se desejar, nos envie suas
opiniões, sugestões ou críticas, para que possamos
trazer-lhe sempre o melhor. Boa leitura!

6

BOA VONTADE

Reflexão de BOA VONTADE
Pela Vida — (...) que lugar mais santo no mundo
pode existir além da intimidade das criaturas de
Deus, o coração, o cérebro, a Alma das pessoas?
Deixo à reflexão principalmente daquelas que
são mães e tiveram a oportunidade ímpar do
emblemático contributo na geração da Vida:
imaginem o útero materno!... Lugar sagrado e
santo! Ele abriga a Vida, cuja existência preexiste
à fecundação do óvulo pelo espermatozoide.
Nossa origem encontra-se no Mundo Espiritual!
É algo simples de ser compreendido por
elas, porquanto nada há de mais potente e
perscrutador que o coração materno.

Paiva Netto

Extraído do livro Jesus, o Profeta Divino, páginas 351 e
352, um dos títulos mais vendidos da Livraria Saraiva e o
campeão de vendas no estande da Editora Elevação na 22a
Bienal Internacional do Livro de São Paulo — de 9 a 19 de
agosto de 2012.

Revista apolítica e apartidária da Espiritualidade Ecumênica
ANO 56 • No 233 • jun/jul/ago/SET 2012
Tiragem: 50 mil exemplares
Edição fechada em 3/10/2012
BOA VONTADE é uma publicação da LBV, editada pela Editora Elevação. Registrada sob
o no 18166 no livro “B” do 9º Cartório de Registro de Títulos e Documentos de São Paulo.
Diretor e Editor-responsável: Francisco de Assis Periotto — MTE/DRTE/RJ 19.916 JP
Coordenação geral: Gerdeilson Botelho e Rodrigo de Oliveira
Superintendência de marketing e comunicação: Gizelle Tonin de Almeida
Jornalistas Colaboradores Especiais: Arnaldo Niskier, Carlos Arthur Pitombeira,
Hilton Abi-Rihan, José Carlos Araújo e Paulo Kramer.
Equipe Elevação: Adriane Schirmer, Cida Linares, Diego Ciusz, Jefferson Rodrigues,
Leila Marco, Leilla Tonin, Mariane de Oliveira, Mário Augusto Brandão, Neuza Alves,
Silvia Fernanda Bovino, Vivian R. Ferreira, Walter Periotto, Wanderly Albieri Baptista
e William Luz.
Projeto Gráfico: Helen Winkler
Capa e Diagramação: Felipe Tonin, Helen Winkler e Kátia Borba
Impressão: Mundial Gráfica
Crédito das fotos de capa: Jair de Carvalho e Castro: Nathália Valério; Nélida Piñon:
Arquivo pessoal; Nelson Sargento: Divulgação; Otavio Mesquita: Ivan Shupikov; Paula
Fernandes: Mônica Mendes e Sandra de Sá: Nathália Valério.
Endereço para correspondência: Rua Doraci, 90 • Bom Retiro • CEP 01134-050
• São Paulo/SP • Tel.: (11) 3225-4971 • Caixa Postal 13.833-9 • CEP 01216-970
• Internet: www.boavontade.com / E-mail: info@boavontade.com

A revista BOA VONTADE não se responsabiliza por conceitos e opiniões em seus
artigos assinados.
Marina Figueiredo

In memoriam

Hebe recebe em seu programa, no SBT, o Coral Ecumênico Infantil Boa Vontade e o cantor Peninha, em dezembro de 1999, para
uma apresentação especial.

Homenagem a Hebe,
eterna rainha da TV brasileira

A

apresentadora Hebe Camargo voltou à Pátria
Espiritual em 29 de setembro, sábado pela manhã,
após sofrer parada cardíaca em sua casa, na capital
paulista. Aos 83 anos, Hebe lutava contra um câncer no
peritônio, diagnosticado em janeiro de 2010.
Nascida em Taubaté, interior de São Paulo, em 8 de
março de 1929, aos 11 anos já participava de progra­
mas de calouros em emissoras de rádio, a fim de ajudar
a família. Em 1943, formou a dupla musical Rosalinda
e Florisbela, ao lado da irmã Stella.
Pioneira da televisão no Brasil, Hebe Camargo fez
parte dos primeiros programas do novo meio de comunicação, inaugurado no país em 1950. A estreia como
apresentadora veio ao substituir Ary Barroso em um
programa de calouros. Mas foi com a apresentação de O
Mundo é das Mulheres (antiga TV Paulista), o primeiro
programa feminino da televisão brasileira, que ela ganhou
maior visibilidade.
Com mais de 60 anos de presença na TV, a querida
apresentadora deixa um legado de alegria e profissionalismo. Dona de um estilo irreverente e amável com o
público e os convidados, ela será sempre lembrada como
a “eterna rainha da televisão brasileira”.

Karine Salles

Hebe também se destacou pelo apoio às causas solidárias. Sobre esse lado fraterno da apresentadora, registrou
o diretor-presidente da Legião da Boa Vontade, José de
Paiva Netto, no artigo “Seres humanos de Paz”, publicado
no Jornal de Brasília, em 2 de outubro:
“Guardo com carinho na memória as ocasiões em que
nos recebeu. Uma delas foi na TV Bandeirantes, em 9 de
julho de 1983. Com grande simpatia, disse-nos que seu
programa era ‘de muita sintonia em torno do amor’. Estive
lá convidando os telespectadores dela para o 8o Congresso
Mundial da Mocidade Legionária e dos Soldadinhos de
Deus, que se realizaria nos dias 15 e 16 de julho daquele
ano, em Santo André/SP. No ensejo, tocada pela vibração
de entusiasmo da plateia que nos acompanhava, comentou, com seu natural espírito incentivador: ‘A gente não
pode perder a fé, tem que acreditar sempre no momento
seguinte, na vida da gente. E acreditar muito no amor e
na união entre as pessoas’.
“Hebe, com sua permanente alma juvenil, irradiada
durante 83 anos de vida entre nós, habita agora o Solar
de Deus.
“Ao seu filho, Marcello Camargo, familiares e amigos,
a solidariedade da LBV”.
BOA VONTADE

7
O crack e a mulher

8

BOA VONTADE
O

CRACK
ea

José de Paiva Netto,
jornalista, radialista e escritor.
É diretor-presidente da LBV.

C

onforme pesquisa do Insti- pela pedra de crack é disparado na
tuto Brasileiro de Geografia primeira ocasião em que se acende
e Estatística (IBGE, 2010), o cachimbo artesanal — poderia se
o número de pessoas viciadas dizer infernal —, pois não arruína
em crack no Brasil ultrapassa apenas a vida do usuário, mas a
a impressionante marca de 1,2 de toda a família. A ilusória senmilhão de usuários. Especialistas sação de bem-estar e de euforia
em saúde comparam a epidemia fica tragicamente evidenciada pela
da aids na África à do crack em progressiva degradação do corpo e
nosso país. Outro dado alarmante da Alma do dependente.
é a média de idade dos que o exSegundo a dra. Solange Nappo,
perimentam pela primeira vez: 13 pesquisadora do Centro Brasileiro de
anos. Contudo, engana-se quem Informações sobre Drogas Psicotróacha que somente as camadas da picas (Cebrid), “no início da entrada
sociedade em situação de pobreza do crack no Brasil, mais precisaestão à mercê desse perigo
mente em São Paulo/SP,
mortal. A droga também
o perfil do usuário era do
se faz presente nas classes
sexo masculino. A presença
sociais mais abastadas de
de mulheres era pontual,
modo devastador.
algo raro. No princípio da
O desastroso abalo fídécada de 2000, começasico e mental provocado Dra. Solange Nappo mos a receber indicativos e
Vivian R. Ferreira

Raquel Bertolin

MULHER

BOA VONTADE

9
O crack e a mulher

Crack:
mais rápido
e letal

Inalado, o crack* leva, em média, de 8 a
15 segundos para chegar ao sistema nervoso e
fazer efeito, enquanto outras drogas atingem o
cérebro em cerca de 15 minutos. Por isso o crack
provoca dependência mais rapidamente e é tão
devastador.
Depois da euforia, intensa e efêmera (dura
entre 5 e 10 minutos), a urgência da repetição
do consumo, muitas vezes, leva o usuário a se
expor à violência e a outras situações de perigo,
no envolvimento com o tráfico.

Efeitos da dependência
Físicos
A fumaça tóxica expelida pela
pedra de crack causa impacto
devastador no organismo: desde
doenças pulmonares e cardíacas
e problemas digestivos até
alterações na produção e captação
de neurotransmissores. Seu uso
contínuo pode levar também a
degeneração irreversível de ossos
e músculos esqueléticos.

Fome e sono
A dependência afeta
diretamente o apetite e
o sono da pessoa; quase
não come ou dorme.
Esse quadro leva a um
rápido emagrecimento
e à desnutrição. O
dependente também deixa
de lado hábitos básicos de
higiene e cuidados com a
aparência.

Dano neurológico e
psicológico
O uso do crack pode prejudicar
seriamente as funções
cerebrais, afetando a memória
e a concentração. As lesões
no cérebro podem conduzir
a oscilações de humor, com
baixo limite para frustração
e dificuldade maior de
estabelecer relações sociais de
qualidade.

Vida social
A perda progressiva das capacidades
cognitivas e os problemas
comportamentais, aliados à incapacidade
física do usuário, contribuem para o
abandono da escola e têm consequências
negativas na vida profissional. Com
isso, muitos dependentes acabam se
afastando dos amigos e do próprio lar.

Fonte: Portal Brasil — Campanha Crack, é possível vencer, do governo federal. Mais informações no site www.brasil.gov.br/enfrentandoocrack
* Obtido da mistura da pasta-base da coca ou cocaína refinada com bicarbonato de sódio e água, o crack apresenta diferença de pureza
de acordo com o seu refino. As pedras da droga podem conter vários tipos de substâncias tóxicas, como cimento, cal, querosene, ácido
sulfúrico, acetona, amônia e soda cáustica.

10

BOA VONTADE
Contaminação pelo HIV

Para agravar a situação, a mulher, ao se prostituir a fim de conseguir a droga, vira foco de doenças
sexualmente transmissíveis, principalmente do vírus HIV.
Sobre isso, esclareceu a dra.
Solange: “Uma mulher que faz
programa por conta da compulsão
pela droga o faz sem proteção, a
qualquer hora e em qualquer lugar.
Não fica num local aguardando
que alguém passe. Ela vai em
busca desse parceiro na tentativa
de que ele, rapidamente, lhe dê
o dinheiro que lhe possibilitará
comprar a pedra de crack. Sem
falar das que ficam grávidas sem
nenhuma estrutura para ser mãe.

Pedro R
io

Igor Salomão

informações dos próprios usuários
de que as mulheres aderiram à cultura do uso do crack”.
Em entrevista ao programa
Sociedade Solidária, transmitido
pela Boa Vontade TV (canal 23 da
SKY), a dra. Solange comentou que
o fato de a mulher transformar-se
em consumidora do entorpecente
mudou toda a dinâmica do vício.
“O usuário masculino tornou-se,
em geral, um transgressor. Ele
rouba para comprar a pedra. Não
é um profissional do crime. Diante
disso, com sua inexperiência, é
facilmente preso e acaba criando
um problema para o tráfico, que
perde um cliente em potencial,
na maioria das vezes já devedor
da droga que consome. Quando
a mulher é inserida no submundo
do crack, ela passa a ser linha de
frente, pois o risco de ser presa é
bem menor. Ao invés de roubar, ela
vai vender o seu corpo”, explicou.

Viver é
melhor!
Para ajudar dependentes a vencer a difícil batalha contra as drogas,
a Legião da Boa Vontade trabalha com o objetivo de formar pessoas das
comunidades atendidas para o enfrentamento de problemas sociais decorrentes do vício. Por meio de sua pioneira Campanha Não use drogas.
Viver é melhor!, a LBV engaja-se na luta contra o uso e a dependência
de substâncias tóxicas, alertando para os riscos que oferecem à saúde.
Entre outras ações, a iniciativa divulga conteúdo sobre o assunto na mídia
e em palestras dirigidas a escolas. Exemplo recente desse serviço foi a
ação promovida na Cracolândia, na região central da capital paulista,
onde a Instituição promoveu atividades socioeducativas e culturais,
beneficiando assim a população local.
Às famílias, a Instituição recomenda insistentemente: não deixem de
apoiar ética e solidariamente o ente querido que padece, contribuindo
para sua recuperação.

Essa situação de vulnerabilidade
traz para a mulher complicações
físicas, psíquicas e orgânicas de
todos os tipos. Quando a mulher
entra nessa cultura, traz com ela
um problema social enorme. De
um grupo de 80 mulheres que entrevistamos, pelo menos 40% delas
eram portadoras do HIV”.
Grato, dra. Solange, pelas elucidações. É uma triste realidade

que não pode ser ignorada. Além
das imprescindíveis políticas públicas de combate ao crack, urge
fortalecer, com a Espiritualidade
Ecumênica, os valores da Família.
É nela que se encontra a solução de
muitos problemas que hoje afligem
a Humanidade.
paivanetto@lbv.org.br
www.paivanetto.com
BOA VONTADE

11
Sônia Bridi
lança Diário
do clima
Durante seis meses, a jornalista Sônia Bridi e o repórter cinematográfico Paulo Zero, seu marido,
viajaram por 14 países em busca
de explicações e soluções para o
problema do aquecimento global.
Os bastidores dessa experiência — que resultou na série de
reportagens “Terra, que tempo é
esse?”, exibida no Fantástico, da
TV Globo — estão no livro Diário
do clima, de autoria da jornalista.
Lançado em junho, o livro faz
um alerta para as consequências
do processo de aquecimento
global sem deixar de trazer a esperança em possíveis mudanças.
Em noite de autógrafos, o casal
recebeu personalidades, amigos
e admiradores em uma livraria
da capital paulista. Na ocasião,
ambos autografaram exemplar da
obra ao diretor-presidente da LBV:
“Ao José de Paiva Netto, com
um grande abraço, Sônia Bridi e
Paulo Zero”.

12

BOA VONTADE

Divulgação

Divulgação

Cartas, e-mails, livros e registros

Renata Ceribelli e Zeca
Camargo na bienal
Os jornalistas Renata Ceribelli e Zeca Camargo, apresentadores do
programa Fantástico, da Rede Globo, promoveram palestra sobre o livro
Medida Certa — Como chegamos lá! durante a 22a Bienal Internacional
do Livro de São Paulo, em agosto. Na obra, ambos contam a experiência
de perder peso e ganhar saúde. Esse desafio pessoal dos autores virou
quadro de mesmo nome no programa de TV.
Conversando com o público, Renata e Zeca lembraram as dificuldades
enfrentadas durante 90 dias para emagrecer de modo saudável, sem
dietas radicais, bem como o incentivo dos brasileiros para manterem
o esforço.
Na ocasião, os jornalistas autografaram exemplar da obra ao dirigente
da LBV, com estas mensagens: “Paiva Netto, fiquei feliz em saber que
você acompanhou nossa batalha. Com carinho, Renata Ceribelli”; e
“Paiva Netto, mais uma jornada para você acompanhar com a gente!
Abração, Zeca Camargo”.

BOA VONTADE Mulher

Interessantíssima a revista
BOA VONTADE Mulher. Visual
limpo e design gráfico que favorece a leitura.
Matérias interessantes, objetivas
e claras. Parabéns
pela publicação, ex-

tensivos a toda a equipe! Abraços
fraternos de paz e luz. (Maiza Rodrigues da Silva, coordenadora e
gestora da Defensoria Pública
Especializada na Defesa dos
Direitos das Mulheres
em Si­tuação de Violência, Montes
Claros/MG.)
Fotos: Lucian Fagundes

A ministra-chefe da Casa Civil recebe as crianças da LBV em seu gabinete, no Palácio do Planalto. Na oportunidade, a
garotada entregou flores a Gleisi Hoffmann, com cumprimentos pela passagem de seu aniversário.

Homenagem à
ministra Gleisi Hoffmann
O aniversário da ministra-chefe da Casa Civil,
Gleisi Hoffmann, comemorado em 6 de setembro,
foi prestigiado por um animado grupo de crianças
atendidas pela Legião da Boa Vontade em Taguatinga/
DF. A homenagem teve lugar em seu gabinete, no
Palácio do Planalto.
A aniversariante agradeceu os parabéns e abra-

Conteúdo de qualidade

A BOA VONTADE está bonita
e possui conteúdo de boa qualidade. Parabéns pelo trabalho e pela
sensibilidade na escolha das fontes
e dos temas! (Kelly Cristina de
Aquino, jornalista, Montes Claros/MG.)

Convicção na Alma

Emociono-me profundamente
quando leio as mensagens do jornalista Paiva Netto, pois a vibração
de cada palavra expressa Amor pela
Humanidade, algo empolgante e
encorajador. Trata-se de uma Alma

çou e beijou a garotada. Também fez questão de ler
em voz alta a dedicatória do cartão confeccionado
pelas crianças, no qual está destacado este pensamento do diretor-presidente da LBV: “Assim como
o Sol nasce todos os dias, a Esperança — que não
morre nunca — renova-se a cada manhã que desponta no horizonte”.

convictamente envolvida pelo
Cristo de Deus e que multiplica
essa convicção a todos nós. Muito,
muito obrigada! (Aline Cassuriaga
Viana, Porto Alegre/RS.)

Leitura permanente

A revista BOA VONTADE
traz um forte conteúdo editorial
e excelente qualidade gráfica.
Aliás, tudo o que a Legião da
Boa Vontade faz tem qualidade.
O amigo Paiva Netto é um grande
jornalista, escreve sobre temas
da atualidade sempre voltados
ao cidadão e à família brasileira.

(Ademir Arnon de Oliveira, presidente da Casa do Jornalista e
da Associação Catarinense de
Imprensa, Florianópolis/SC.)
A Editora Elevação está de
parabéns por editar há mais de 50
anos uma revista linda e de fácil
leitura, com matérias enriquecedoras que vão ao encontro dos
leitores. Se pudesse resumir em
três palavras, diria: solidariedade, voluntariado e ecumenismo.
(Ronaldo Horst, editor e fundador da RCV — Revista Social,
Porto Alegre/RS.)
BOA VONTADE

13
Vivian R. Ferreira

Cartas, e-mails, livros e registros

Da esquerda para a direita: Claudio Chrisostimo, da LBV; Cassio Ricardo Lehmann, gerente de vendas de mercado
corporativo da empresa Oi; Fellipe Gustavo Passos, da gerência de serviços a clientes da Oi; Anaí Harich Abrarpour,
executiva de negócios corporativos da Oi; e Rafael Lombardi, da LBV, com as crianças do Coral Ecumênico
Infantojuvenil Boa Vontade.

Escola da LBV recebe
equipe da

A recepção aos representantes da empresa de telefonia Oi que visitaram recentemente a escola da Legião
da Boa Vontade, na capital paulista, teve muita música
e alegria. Cassio Ricardo Lehmann, gerente de vendas
de mercado corporativo; Fellipe Gustavo Passos, da
gerência de serviços a clientes; e Anaí Harich Abrarpour,
executiva de negócios corporativos, foram recebidos
pelo Coral Ecumênico Infantojuvenil Boa Vontade —

composto de crianças e adolescentes atendidos pela
LBV. No repertório, canções com mensagens de Paz e
em favor do meio ambiente.
Depois de conhecerem o trabalho desenvolvido pela
Obra, os representantes da Oi registraram suas impressões
no Livro do Coração: “Indescritível o exemplo que a LBV nos
deixa nas questões de humanização da sociedade de forma
ecumênica. Parabéns a todos! Anaí, Fellipe e Cassio”.

Celso Antunes e o trabalho
em sala de aula

Vivian R. Ferreira

A lide do professor não se limita a transmitir conteúdos. No
dia a dia, o educador precisa ir além, se quiser cumprir bem
o seu papel; e conquistar a atenção do estudante exige planejamento e estratégias que permitam avaliar integralmente o
educando. O professor Celso Antunes desenvolve esse e outros
pontos em sua recente obra Na sala de aula.
Em agosto, na capital paulis­a, o escritor recebeu educat
dores, familiares e amigos para o lançamento do livro. Em um
exemplar, o educador anotou esta dedicatória ao dirigente da
LBV: “A Paiva Netto, pela obra que dignifica uma vida admirável. Celso Antunes”.

14

BOA VONTADE
Felipe Tonin

Da esquerda para a direita: Claudio Chrisostimo, da LBV, e Silmar de Almeida, diretor-executivo da LBV; Eberval
Antonio da Silva, diretor de Faturamento da Telefônica/Vivo; Nelson Verpa Junior, executivo de Negócios da
Telefônica/Vivo; Shirlei de Lazari, da LBV; Tatiana Lopes, coordenadora de Faturamento da Telefônica/Vivo; Giselle
Salles de Faria, gerente de Faturamento da Telefônica/Vivo; e Sidemar de Almeida, da LBV.

Representantes da
visitam a Legião da Boa Vontade

O Conjunto Educacional da LBV em São Paulo/
SP recebeu a visita de representantes da Telefônica/Vivo, em 24 de julho. O grupo — Eberval
Antonio da Silva, diretor de faturamento; Nelson
Verpa Junior, executivo de negócios; Tatiana Lopes, coordenadora de faturamento; e Giselle Salles
de Faria, gerente de faturamento — percorreu os

ambientes da escola e mostrou-se entusiasmado
com as condições de ensino oferecidas no local.
Eles também conheceram um pouco dos resultados da aplicação da Pedagogia do Afeto e da
Pedagogia do Cidadão Ecumênico, preconizadas
pelo educador Paiva Netto. (Saiba mais sobre essa
proposta pedagógica na p. 66.)

Padre Antonio Maria conta sua
trajetória em livro

A leitura de Pescadores de corações, do padre Antonio Maria, apresentado ao público da 22a Bienal Internacional do Livro de São Paulo, em
11 de agosto, oferece relatos emocionantes de fé e superação. Na obra, o
autor descreve situações que marcaram sua vida desde a juventude, quando
decidiu pelo sacerdócio. Mostra também como ele e outros “pescadores”
ultrapassam os obstáculos da trajetória humana para cumprir a vocação.
Em tarde de autógrafos, o padre recebeu os cumprimentos de amigos e
admiradores de seu trabalho. Na ocasião, dedicou exemplar para o diretor-presidente da Legião da Boa Vontade: “Ao grande pescador de corações,
Paiva Netto, meu irmão, com o carinho do Pe. Antonio Maria”.
Amigo de longa data da Instituição, o religioso reiterou na oportunidade seu respeito pela Obra: “Nós temos um carinho, uma admiração tão
grande, por essa família linda que é a LBV. (...) Ao meu irmão e amigo
Paiva Netto, um grande abraço. Que Deus o abençoe! Peça por mim a
Deus também nas suas orações”.

BOA VONTADE

15
Cartas, e-mails, livros e registros

Nathália Valério

Amigos de Boa Vontade em festa
“Gostei muito de receber o carinho das
crianças. A LBV é parceira de longas
datas. Com certeza, estaremos juntos
apoiando a campanha de Natal da
Legião da Boa Vontade. Um abraço ao
meu amigo Paiva Netto!”

Sandra de Sá

Mônica Mendes

Poucos dias antes de seu aniversário, comemorado
em 28 de agosto, a cantora e compositora Paula Fernandes recebeu das crianças da LBV, em Belo Horizonte/MG,
um quadro de felicitações e livro preparado por elas, que
conta um pouco da trajetória musical dessa mineira de
Sete Lagoas. Contente com a grata surpresa, comentou:
“É um momento muito especial. Agradeço a homenagem; tudo lindo, benfeito. Adorei os desenhos e vou
ler a historinha. Estou feliz, honrada. O fato de atingir
este público infantil também é uma grande responsabilidade como formadora de
opinião”.
A homenagem da LBV
teve repercussão imediata nas mídias sociais,
entre os fã-clubes da
cantora, além
de veículos
de comunicação, a
exemplo
da revista
Caras.

16

BOA VONTADE

Juliana Bortolin

Cantora e compositora, após receber homenagem das
crianças da LBV, no Rio de Janeiro/RJ, por ocasião de seu
aniversário, em 27 de julho.

Crianças atendidas pela Legião da Boa Vontade em Londrina/PR homenagearam a dupla
sertaneja Fernando & Sorocaba, pela passagem
do Dia do Artista, em 24 de agosto. Os cantores
foram presenteados com um quadro e cartão
feito pelos pequeninos. “Queria mandar um
beijo especial para toda essa criançada que
está batalhando, estudando, com esse time de
pessoas que realmente cuida da criança e do
adolescente... e parabenizar o time da LBV, que
faz um trabalho muito bacana. Tem que estudar,
batalhar, sonhar, acreditar, ter Deus em primeiro
lugar”, afirmou Sorocaba.
Contente com a homenagem, Fernando
completou: “Obrigado pelo carinho de vocês, a
toda a molecada que veio aqui cantar pra gente.
Obrigado de coração e parabéns pela iniciativa!”.
GF fotografias

Lucian Fagundes

Ministra Eliana
Calmon escreve
Receitas Especiais

Alunos da Escola de Educação Infantil Alziro
Zarur, da Legião da Boa Vontade, em Taguatin­ a/DF,
g
parabenizaram a ministra do Desenvolvimento
Social e Combate à Fome, Tereza Campello, pelo
seu aniversário, comemorado em 12 de agosto.
A homenagem das crianças foi feita no gabinete
da ministra, em Brasília/DF. Durante a visita da
garotada, no dia 13 de agosto, a aniversariante
foi presenteada com uma orquídea e um cartão
confeccionado pelos próprios alunos da LBV, que
ainda cantaram parabéns e apresentaram, em
cântico, a prece ecumênica do Pai-Nosso.

A dra. Eliana Calmon, ministra do Superior Tribunal de
Justiça, publicou recentemente, em Brasília/DF, a 9a edição
do livro Receitas Especiais. No trabalho, a autora apresenta
uma série de iguarias salgadas, doces, light, diet e sugestões
de pratos sem glúten. A renda com a venda da obra segue
para uma entidade beneficente de Uberaba/MG.
Corregedora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e membro da Corte Especial e do Conselho de Administração, a dra.
Eliana Calmon autografou um exemplar do título ao dirigente
da LBV: “Dr. José de Paiva Netto, com satisfação oferecemos
ao senhor as nossas melhores receitas, porque simples. Com
a minha admiração pelo belo trabalho à frente da LBV”.

Audálio Dantas e histórias
do jornalismo

Nathália Valério

Parabéns
à ministra
Tereza Campello

Para comemorar oito décadas de vida, completadas em 8 de julho, o jornalista
e escritor Audálio Dantas lançou, em São Paulo/SP o livro Tempo de reportagem
,
— Histórias que marcaram época no jornalismo brasileiro.
A obra reúne alguns dos melhores trabalhos de Dantas. São textos publicados
entre o fim da década de 1950 e meados dos anos 1970, em revistas populares.
Neles, o autor faz uma reflexão sobre os bastidores da apuração dos fatos e sobre
os desafios de transformar vida em texto jornalístico — escolhas, erros e dúvidas.
Ao receber as felicitações da equipe da LBV, o jornalista, que atualmente
é conselheiro da União Brasileira de Escritores (UBE) e do Instituto Vladimir
Herzog, registrou em um exemplar do título a seguinte mensagem ao dirigente Os jornalistas Audálio Dantas e
Juca Kfouri, em noite de autógrafos
da Instituição: “Para José de Paiva Netto, com admiração pelo trabalho de unir
do livro Tempo de reportagem.
pessoas. Grande abraço, Audálio Dantas”.
BOA VONTADE

17
Cartas, e-mails, livros e registros

Tatiane Silva

Bastidores da TV
Pela passagem do Dia da Televisão
(11 de agosto), meninas e meninos
atendidos pela Legião da Boa Vontade
visitaram sedes de emissoras de TV em
diversas cidades brasileiras. O objetivo
do passeio foi mostrar aos pequenos a
rotina de profissionais desse meio de
comunicação eletrônico. As crianças
aprenderam, por exemplo, como são
feitos os telejornais e a produção de
reportagens, além das etapas que envolvem a veiculação da informação de
maneira rápida e precisa.

Jean Carlos

Mônica Mendes

Crianças da LBV visitam a TV Bahia e aprendem sobre como funcionam os
bastidores de um telejornal.

Meninas e meninos atendidos pela LBV em
Belo Horizonte/MG visitam a Record Minas, em
comemoração do Dia da TV.

Alunos do Centro de Educação Infantil
da LBV em Curitiba/PR homenagearam a
TV Bandeirantes pelos 30 anos de atuação da emissora na região, completados
em 22 de agosto. Durante a visita, as
crianças participaram do programa Boa
Tarde Paraná, apresentado por Winny
Amorim (foto), e entregaram à jornalista
um quadro e cartões confeccionados por
elas próprias.

Vinicius Ramão

18

Crianças da LBV conhecem estúdio da TV Itararé,
afiliada da TV Cultura, de Campina Grande/PB, e posam
com a equipe da TV. Na oportunidade, os pequeninos
vivenciaram a profissão de apresentador por alguns
minutos.

BOA VONTADE
O cirurgião-dentista e implantodontista Ariel Apelbaum doou à Legião da
Boa Vontade, no Rio de Janeiro/RJ,
cinco equipamentos odontológicos, entre
cadeiras, lavatórios e outros utensílios. A
doação beneficiará os alunos do Centro
Educacional da LBV, na capital fluminense, além das famílias atendidas nos
centros comunitários de assistência social
da Instituição nas cidades do Rio e de
Niterói. A assistência odontológica também será feita no posto de atendimento
da Obra na Comunidade dos Macacos
(Vila Isabel).
Em agosto, o dr. Ariel gentilmente encaminhou ao dirigente da LBV exemplar
do título Samuel Rawet — fortuna crítica
em jornais e revistas, organizado por
Francisco Venceslau dos Santos, com a
dedicatória: “Ao Irmão Paiva Netto, com
carinho do amigo Ariel Apelbaum”. A
obra contém entrevistas, depoimentos e
textos do escritor, dramaturgo e ensaísta
de origem judaica Samuel Rawet (19291984), reunidos a partir de pesquisa em
jornais, suplementos literários e revistas.

Fotos: Lucian Fagundes

Lucian Fagundes

Divulgação

Dr. Ariel
Apelbaum doa
equipamentos
odontológicos
à LBV

O ministro conheceu
os ambientes da
Pirâmide da Paz:
acima, em frente ao
painel A Evolução da
Humanidade e, ao
lado, bebe da Água
Fluidificada na Nave
do TBV.

Ministro da Previdência
Garibaldi Alves visita
Templo da Paz
O ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho,
visitou, no dia 3 de setembro, o Templo da Boa Vontade,
em Brasília/DF. Esteve acompanhado pelo chefe de gabinete do ministério, Lindolfo Sales. Na ocasião, ambos
foram recebidos pelo diretor-executivo da LBV, Silmar de
Almeida, e por José Eugênio Natalino e Paulo Medeiros,
também representantes da Instituição. O grupo percorreu
todos os ambientes do TBV, o monumento mais visitado
da capital do Brasil, segundo a Secretaria de Estado de
Turismo do Distrito Federal (Setur-DF). Nessa visita, o
ministro reservou um tempo para conhecer, em especial,
a Nave do Templo, o painel A Evolução da Humanidade
(Salão Nobre) e o Memorial José de Paiva Netto.

BOA VONTADE

19
Rede Sociedade Solidária
Formação profissional e humana

Instituições fortalecidas,

sociedade melhor
LBV apoia debate sobre os rumos do Terceiro Setor no Brasil
Elvira Trindade |

B

elo Horizonte/MG foi palco
de um dos mais importantes
eventos do ano no Setor
Social: o 8o Encontro Nacional do
Terceiro Setor, realizado em 25 e
26 de julho. O evento é promovido
anualmente pelo Centro Mineiro de
Alianças Intersetoriais (CeMAIS) e
pela Federação Mineira de Fundações e Associações de Direito Privado (Fundamig), com a colaboração
do Centro de Apoio Operacional
às Alianças Intersetoriais do Ministério Público de Minas Gerais
(CAO-TS/MPMG).
20

BOA VONTADE

A partir do tema “Terceiro Setor no Brasil — Gestão e Participação Cidadã”, as palestras
discutiram tópicos centrais para as
organizações, como voluntariado,
sustentabilidade, comunicação, intersetorialidade e profissionalização
do setor. A Legião da Boa Vontade
estendeu esse importante debate a
toda a sociedade, por meio de rádio,
TV, internet e publicações.
O procurador de justiça e coordenador do CAO-TS Tomáz de
Aquino Resende, idealizador do
encontro, alertou para a necessida-

Fotos: Stella Souza

de de fortalecer as ações do setor.
“Florescem muito as organizações;
associações são criadas, fundações
são instituídas. Este Terceiro Setor
pujante, forte, precisa ter mais formação, capacitação, qualificação,
transparência, até para se posicionar de forma a se fazer respeitar
pelos outros setores
e a mídia”, explicou.
Essa mesma questão foi levantada pela
promotora de justiça Valma Leite da
Cunha. “É necessário Valma da Cunha
A Legião da Boa
Vontade é um exemplo
de mobilização, de
comprometimento. Está
presente em todos os
encontros, participativa,
atuante, colaborando para
esse processo de melhoria
das condições sociais e
ambientais.
Dr. Tomáz de Aquino Resende

Procurador de justiça

O procurador Tomáz de Aquino Resende recebe a BOA VONTADE, edição
especial, das mãos de Daniel Guimarães, apresentador do programa Sociedade
Solidária, da Boa Vontade TV (canal 23 da SKY).

Fundamig

capacitação não somente técnica, Comunicação
Para o dr. Tomáz de Aquino, o
mas também humana, profissional,
para que, dentro de um sentimento evento se mostrou bastante proveitoso. Segundo ele, propostas
de amor ao próximo, esse
foram encaminhadas aos
setor consiga transformar
governos federal, estadual
a sociedade”, destacou.
e municipal, assim como a
A essas expectativas
empresários e a instituições
somaram-se as da diretorado Terceiro Setor. “Mais
-presidente da Fundamig,
Sueli Baliza
de 20 Estados da federação
Sueli Baliza. Para ela, o
foram representados por
evento simbolizou uma
excelente oportunidade para as autoridades, assim como integraninstituições apresentarem os bons tes do Ministério Público, do Poder
Executivo, do Poder Legisresultados alcançados, além
lativo, da imprensa. Ou seja,
de fomentar nos dois dias de
reunimos aqui pessoas que
atividades, entre os cerca de
podem mudar a realidade
400 participantes, o debate
que nos incomoda”, disse
acerca do valor do voluno coordenador do CAO-TS.
tariado.
Célia Barroso
O papel da comuniA dra. Célia Barroso,
ouvidora-geral do Estado de Minas cação foi outro importante tema
Gerais, comentou a importância de discutido. Participaram do debate
renomados jornalistas da
a população estar próxicapital mineira, entre os
ma dos governantes: “Isso
quais o diretor-executivo
gera uma sensação boa
do grupo VB Comunicano cidadão e nos gestores.
ção, Carlos Lindenberg.
É um processo de cresciEm entrevista ao programento da democracia, do
exercício da cidadania”. Carlos Lindenberg ma Sociedade Solidária,

da Boa Vontade TV (canal 23
da SKY), o jornalista mostrou
confiança no diálogo entre mídia e Terceiro Setor:
“A semente lançada
cresceu e está dando
frutos bastante promissores”.
O painel temático
conduzido por Lin- Luiz Fernando Rocha
denberg contou com
a intervenção do chefe de redação
da rádio BandNews FM, Luiz
Fernando Rocha, que discorreu
sobre como veículos de comunicação tratam as ações do Terceiro
Setor. “A mídia, sobretudo a
televisiva, lida com
espetáculo e menos
com a notícia, com
a formação do cidadão.”
Em seguida, o jorEduardo Costa
nalista, apresentador
e repórter Eduardo Costa focou
a influência das redes sociais na
disseminação de debates sobre
questões relevantes do Terceiro
Setor.
BOA VONTADE

21
Esporte

Fotos: Nathália Valério

1

2

3

4

Entre as personalidades que prestigiaram a noite, destacam-se: (1) o presidente do Grupo Bandeirantes, João Carlos Saad; (2)
o ministro do Esporte, Aldo Rebelo; (3) o presidente do Banco Bradesco, Luiz Carlos Trabuco; e (4) o diretor de conteúdo da
emissora, José Carlos Araújo (E), que recebeu os cumprimentos do coordenador de esportes da Super Rádio Brasil (AM 940),
Marcelo Figueiredo.

O

Grupo
inaugura
emissora esportiva no RJ

Grupo Bandeirantes de Comunicação estreou, em
26 de setembro, a primeira rádio totalmente dedicada ao esporte no Rio de Janeiro/RJ. Já presente
nas capitais paulista, gaúcha e mineira, a Bradesco Esportes FM ganha, no Rio, o reforço do locutor esportivo
José Carlos Araújo, mais conhecido como Garotinho,
no comando da principal equipe da emissora carioca.
O Hotel Copacabana Palace foi o local escolhido para
o lançamento do veículo na capital fluminense. Para o
presidente do Grupo Bandeirantes, João Carlos Saad,
“não poderia ter um condutor melhor para essa rádio
que o Garotinho. Como diz o apelido dele, ele começou
muito garoto e fez uma carreira linda”.
O presidente da Band também agradeceu a presença
da equipe da LBV, ao mesmo tempo recordando sua
amizade com o dirigente da Instituição. “Eu queria
aproveitar para mandar um abraço para o Paiva, meu
amigo, e para toda a família LBV, que é tão querida,
tão amada por todos nós da Bandeirantes. Nós nos
sentimos parte, membro da LBV, e acompanhamos há
muitos e muitos anos esse trabalho bonito que vocês
fazem no Brasil inteiro.”

A rádio vai cobrir a programação nacional e local,
com atualização do noticiário a cada meia hora. É resultado de “uma parceria de sucesso”, conforme ressaltou
o empresário Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco. “São pessoas, entidades e instituições que têm
sua marca registrada, e o esporte acaba galvanizando
essa união de colaboração”, explicou.
Também presente à ocasião, o ministro do Esporte,
Aldo Rebelo, falou dos megaeventos esportivos que
ocorrerão no Brasil, em especial os Jogos Olímpicos:
“Que o país possa ter tranquilidade para continuar
confiando na organização da Olimpíada de 2016, de
forma a manter a credibilidade, já que nós somos o
país-sede, e isso aumenta muito a nossa responsabilidade”.
Garotinho afirmou considerar a atual fase da carreira
muito especial. “A rádio tem um projeto que oferece
oportunidade ao jovem que tem talento. Isso me faz sentir
orgulho de vestir essa camisa. (...) Esse desafio mexe
com o meu emocional, por transmitir minha experiência
aos mais jovens.” E completou: “Meu abraço ao Irmão
Paiva e a toda a equipe da Rádio Brasil*”.

* Emissora da Super Rede Boa Vontade de Rádio, AM 940, no Rio de Janeiro/RJ.

22

BOA VONTADE
Opinião Esportiva
José Carlos Araújo

Futebol, sim.
Violência, não.
José Carlos Araújo, diretor de conteúdo da Rádio Bradesco Esportes FM. É locutor esportivo e
apresentador no Grupo Bandeirantes de Comunicação. | Especial para a BOA VONTADE

E

ncerrados os Jogos Olímpicos
de Londres, estamos de volta
ao esporte mais apaixonante
do mundo. A janela de transferências no futebol, agora fechada,
fez muitos estragos, causando o
enfraquecimento de alguns times.
Mesmo assim, o Campeonato Brasileiro continua disputadíssimo. Atlético Mineiro, Fluminense, Grêmio e
Vasco seguem na dianteira.
O Atlético-MG mostra um futebol
vistoso, veloz, respaldado pela técnica
refinada de Ronaldinho Gaúcho,
que relembra em alguns lances o outrora craque do Barcelona. Também
merecem destaque o garoto Bernard
e o subestimado treinador Cuca, que
mais uma vez faz um bom trabalho,
apresentando novas ideias.
Já o tricolor carioca apresenta um
futebol de resultado. Não é plástico,
mas eficiente. A base da equipe na
temporada passada foi mantida.
Destacam-se o goleiro Cavalieri,
para muitos o melhor da posição; o
garoto Wellington Nem e a sua velocidade; o artilheiro Fred; o talento
de Thiago Neves e de Deco.

E que ninguém despreze o Grêmio, time bem montado por Vanderlei Luxemburgo. Apresenta
jogadores experientes e habilidosos
como o veterano Zé Roberto e o
jovem volante Sousa comandando
o meio-de-campo, os artilheiros
Kleber Gladiador, Marcelo Moreno e André Lima. Além disso, o
meia Elano, ex-Santos, está reencontrando o bom futebol agora no
tricolor gaúcho.
Já o Vasco da Gama, desde o campeonato passado no G4, passou por
problemas. Perdeu peças importantes
como Diego Souza, Rômulo, Fagner
e Allan. O rendimento caiu. As reposições não foram à altura, mas o clube
de São Januário sempre surpreende. E
um time que ainda conta com Juninho Pernambucano, Felipe e Dedé
nunca pode ser descartado.
Na briga por uma vaga no G4,
aparecem com força o São Paulo
do artilheiro Luís Fabiano e do
talentosíssimo Lucas; o Internacional de Forlán, Dagoberto e
Leandro Damião; o Botafogo do
craque holandês Seedorf; e o Cru-

zeiro do meia argentino Montillo.
Além disso, vemos o Corinthians
voltando a praticar o eficiente futebol de campeão das Américas.
A surpresa na parte de baixo da
tabela, na zona da degola, é o Palmeiras, atual campeão da Copa do
Brasil. Tem de abrir o olho! Aliás, é
preciso abrir o olho também com a
arbitragem e constantes erros.
O fato a ser lamentado é o ressurgimento de confrontos mortais entre
as torcidas organizadas nos clássicos
regionais. Para evitar conflitos, em
alguns Estados, como Minas Gerais
e Rio Grande do Sul, os clássicos
têm torcida única. Mesmo assim, no
jogo entre Cruzeiro e Galo, com o
mando de campo do primeiro, torcedores se comportaram mal, atirando
objetos no campo e paralisando a
partida. Isso é o fim do futebol. Ele é
movido pela paixão, pela festa e pela
irreverência das torcidas.
Espero que no próximo encontro possamos falar mais de gols
bonitos, novos talentos e muita
alegria e menos de sofrimento para
o torcedor!
BOA VONTADE

23
Samba & História
Sinônimo de resistência

Nelson Sargento
Memória viva do samba carioca
Hilton Abi-Rihan |

Especial para a BOA VONTADE

|

Fotos: Divulgação

Da velha guarda da
Mangueira, aos 88
anos, o artista relembra
momentos marcantes de
sua trajetória.

24

BOA VONTADE
Clayton Ferreira

Hilton
Abi-Rihan,
radialista,
jornalista e
apresentador
do programa
Samba &
História.*

A

inspiração é companheira
constante do compositor,
cantor, escritor e também
ator e artista plástico carioca
Nelson Sargento. Talentoso,
conhecido pela longa trajetória
no cenário musical, é criador de
mais de 400 canções, algumas
delas produzidas com Cartola,
Jair do Cavaquinho, Dona Ivone
Lara, Delcio Carvalho e Alfredo
Português, seu pai adotivo. Para
este, musicou inúmeros sambas, a
exemplo de Cântico à Natureza,
em parceria com Jamelão —
considerado ainda hoje um dos
10 melhores sambas-enredo da
Estação Primeira de Mangueira,
senão um dos mais belos de todos
os tempos.
Ao longo da carreira de cantor e compositor, foram muitos
sambas de sucesso. Entre a composição de uma canção e outra,
uma chama a atenção. “Sinfonia
Imortal tem uma história muito
boa. Quando eu a compus, fiz um
verso, coloquei música na letra,
que começa assim: ‘Quando o

amor desafina /As notas que predominam /Saudades e desilusão’.
Eu aprontei e descobri que aquilo
não era uma primeira parte, e
sim uma segunda; então, tentei
fazer uma segunda, mas não fiz”,
relembra.
Para resolver o problema,
recorreu a um grande amigo.
“Chamei o Agenor de Oliveira
e lhe disse: ‘Olha, eu vou te dar
a segunda parte pra você fazer
a primeira’. Ele olhou pra minha cara assustado e disse: ‘O
quê?’. E o cara fez! Sabe como
ele começou? ‘Nós dois somos
um naipe de orquestra /Raios de
sol pela fresta /Nas partituras do
amor’.”

Cântico à
Natureza — de
Nelson Sargento,
musicado em
parceria com
Jamelão — é
considerado
ainda hoje um
dos 10 melhores
sambas-enredo
da Estação
Primeira de
Mangueira.

* Programa Samba & História — Na Super Rede Boa Vontade de Rádio (Super RBV), você
pode acompanhar as entrevistas aos domingos, às 14 e às 20 horas. Já o telespectador
pode conferi-las pela — Rede Educação e Futuro de Televisão, aos sábados e às sextas-feiras, às 22 horas, e pela Boa Vontade TV (canal 23 da SKY), aos sábados, às 22 horas,
aos domingos, às 14 horas, e às quartas-feiras, às 21 horas.

Quando lhe perguntam de
onde vem tanta inspiração, a
resposta sai imediatamente. “Vem
do além, do tempo. É trazida pelo
vento, sei lá”, brinca Sargento,
apelido, aliás, que ganhou quando ele, Nelson Mattos, serviu o
Exército na década de 1940.
Algum tempo depois, o rock
and roll e outros ritmos e danças estrangeiros, como a rumba,
invadiram o país. A música dos
morros resistiu, e Nelson foi
nome importante no movimento
de valorização do samba carioca.
A principal arma dele? A música.
Compôs então o samba Agoniza
mas não morre. E explicou o
autor: “A ideia foi essa mesma.
Samba & História

Samba, /Agoniza
mas não morre,
Alguém sempre te
socorre,
/Antes do suspiro
derradeiro.
Trecho do samba Agoniza
mas não morre, de Nelson
Sargento.
Nelson Sargento cumprimenta o apresentador Hilton Abi-Rihan, durante o
programa Samba & História, da Boa Vontade TV.

Estávamos na década de 1960 e
estava despontado aqui o ‘iê, iê,
iê’, que seria assim um rock; e
tinha outra coisa que empolgava a juventude também, uma tal
de rumbeira”, lembra o cantor,
entoando os primeiros versos:
“Samba, /Agoniza mas não morre, /Alguém sempre te socorre,
/Antes do suspiro derradeiro”.
A partir de 1982, com a carreira
musical há muito já consolidada,

o compositor mangueirense mostrou talento também como artista
plástico. Sua atuação como pintor
de quadros lhe rendeu, em 1993,
prêmio do Museu da Imagem e do
Som. Outra premiação de grande
importância em sua trajetória profissional foi o Kikito, ganhado no
Festival de Cinema de Gramado,
como a melhor trilha sonora com
o documentário Nelson Sargento
da Mangueira (1997), do cineas­
ta Estêvão Ciavatta Pantoja.
“Acontece que na época não tinha prêmio para trilha sonora
de curta-metragem. Começou ali,
começou comigo”, comentou.

Recentemente, Nelson Sargento reuniu amigos e grandes
nomes da música brasileira, entre eles Beth Carvalho, Alcione,
Soraya Ravenle, Áurea Martins
e a bateria da velha guarda da
Mangueira (da época de Cartola),
Diogo Nogueira e Luiz Melodia,
para a gravação do CD e DVD
Nelson Sargento — Baluarte do
Samba, segundo título da série documental Memória do Samba. Sonho
de Bamba, Terreiro e Ministério da
Economia são alguns dos sucessos
presentes nesse trabalho, direcionado a escolas e bibliotecas e cujo
projeto inclui ainda um livro.

Ator e escritor
Paralelamente à carreira de cantor e compositor, Nelson Sargento
escreveu poemas (Prisioneiro do Mundo, 1994 — relançado em 2012),
contos (O samba e eu, 2003) e ensaios (Pensamentos, 2008); e é coautor
da biografia Um certo Geraldo Pereira (1983), sobre esse grande sambista brasileiro. No cinema, além de protagonizar o documentário Nelson
Sargento da Mangueira (1997), de Estêvão Pantoja, integrou o elenco de
O Primeiro Dia (1998), de Walter Salles e Daniela Thomas, e Orfeu
(1999), de Cacá Diegues.

26

BOA VONTADE
Opinião — Educação
Arnaldo Niskier

Linguagem popular,

sim ou não?

Divulgação

Arnaldo Niskier |

N

Arnaldo
Niskier,
doutor em
Educação,
membro da
Academia
Brasileira de
Letras (ABL) e
presidente do
CIEE–RJ.

o debate em torno de uma
conferência, na “Semana
de Arte”, promovida pela
Secretaria de Estado de Educação
do Rio de Janeiro, no Píer Mauá,
um aluno do interior perguntou se
deveríamos condenar a linguagem
popular, “pois esse pessoal fala de
forma inadequada”.
Primeiro, tivemos que esclarecer a diferença entre linguagem
popular e regionalismos. Os termos
utilizados por escritores como Guimarães Rosa, Rachel de Queiroz,
José Cândido de Carvalho, João
Ubaldo Ribeiro, Jorge Amado e
Dias Gomes, para ficar apenas
nesses exemplos, são típicos da
cultura local, que deve sempre ser
respeitada. Expressões inovadoras
podem vir a figurar em dicionários
e vocabulários de transmissão da
norma culta ou padrão, sem nenhuma dificuldade. Os regionalismos
são sempre aceitos.

Em segundo lugar, existe a
questão controvertida da chamada linguagem popular. O filólogo
Antônio Houaiss chegou a popularizar o verbete “mengo”, diminutivo
do clube mais popular do Brasil, o
Flamengo. Mas ele jamais aceitaria adotar a palavra “pobrema” ou
“areoporto” — e dar-lhes o status
de expressão legítima do português
contemporâneo.
Vê-se, pois, que há uma abissal
diferença entre linguagem popular
e regionalismos. A prosódia, que é
a forma de dizer a palavra, tem total
liberdade, não se devendo exigir
que um gaúcho fale com a mesma
pronúncia de um paraense. Ou que,
em virtude do Acordo de Unificação
da Língua Portuguesa, que é eminentemente ortográfico, passemos
a impor a Portugal ou a Angola,
por exemplo, o nosso gostoso e
incomparável sotaque. Cada povo
que cuide das suas peculiaridades
prosódicas. Mas escrever de uma
só forma é medida de inteligência
e simplificação, que já vem tarde.
O Museu da Língua Portuguesa, de São Paulo/SP, realizou uma
interessante e concorrida mostra,
intitulada “Menas — o certo do

Especial para a BOA VONTADE

errado, o errado do certo”, em que
todas essas questões foram debatidas por professores e especialistas.
É claro que o ex-presidente Lula foi
muito lembrado, pois no início do
seu primeiro mandato presidencial
era comum utilizar a palavra “menas”. Foi devidamente aconselhado
e abandonou o hábito.
Voltou à tona o “caso Jânio
Quadros”, quando se atribuiu ao
ex-presidente que renunciou a
expressão: “Fi-lo porque qui-lo”.
Uma vez, em sua residência, após
a renúncia, num papo agradável,
tivemos o ensejo de perguntar sobre
isso. Sua resposta foi peremptória:
“Senhor professor, eu nunca disse
isso. Foi invenção da imprensa. A
frase certa (e que eu disse) é: “Fi-lo
porque quis”. Quando essas coisas
se entranham e são exploradas politicamente, o que fazer? Procurei
sempre esclarecer o assunto, sem
muito êxito.
Os puristas, especialmente os
gramáticos, condenam esses equívocos, do tipo “ela está drumindo” ou
“o incêndio me trouxe perca total”.
São frutos da linguagem coloquial,
o que se admite na fala, mas se
condena na escrita.

BOA VONTADE

27
LBV é ação!
Prestação de contas

LBV amplia aten
Unidades beneficiam milhares de famílias em

A
Tonin

a/PA
Ananindeu

Vivian R. Fe

rreira

é

Leilla

Bo
LaçãV!

Legião da Boa Vontade trabalha incansavelmente para
expandir o amparo às famílias
em situação de risco social no Brasil.
Nas palavras do diretor-presidente
da LBV, José de Paiva Netto, “a elite
de um país é o seu povo!”.
Recentemente, graças
à ajuda da sociedade, a
A
Instituição entregou ao
a/P
indeu
público novas unidades
n
Ana
de atendimento — Centros Comunitários de
Assistência Social
— em Campinas/SP
e Ananindeua/PA.
Além disso, segue
reformando espaços e ampliando
a prestação de
serviços, a fim
de aten-

der com qualidade um número cada
vez maior de crianças e jovens,
como ocorre nas unidades socioassistenciais da Organização em Nova
Friburgo/RJ e Manaus/AM.
Nessas localidades, os programas socioeducacionais Cidadão-Bebê, LBV — Criança: Futuro no
Presente!, Capacitação e Inclusão
Produtiva e Espaço de Convivência
beneficiam centenas de pessoas. Por
meio dessas ações, os atendidos
podem desenvolver capacidades,
talentos e valores, exercer direitos e
ter a autoestima melhorada; enfim,
vivenciam a cidadania.

Número de atendidos
triplica em Campinas

Uma das grandes forças econômicas do interior paulista, Campinas reúne atrativos culturais, além
de ter importante valor histórico. É
responsável por pelo menos 15% da
produção científica nacional e surge
como terceiro maior polo de pesquisa e desenvolvimento brasileiro.
Esse cenário de pujança levou o
município a um intenso crescimento
populacional — a cidade conta hoje
com mais de um milhão de habitan-

Em Ananindeua/PA, a LBV inaugurou um
moderno Centro Comunitário de Assistência
Social, na Av. Claudio Saunders, lote 173,
Centro, tel. (91) 3250-3192.

28

BOA VONTADE
dimento no país
situação de risco social no Norte e no Sudeste

João Miguel

Campinas/SP
João Miguel

tes, parte deles em situação de risco social. Por esse motivo, a LBV entregou à
população, em 14 de dezembro de 2011,
a segunda unidade do Centro Comunitário de Assistência Social, localizada
na região do Distrito Industrial de
Campinas (DIC). No lugar, registra-se
número significativo de pessoas que
vivem em “aglomerados subnormais”
(favelas, barracos, invasões), conforme o Censo Demográfico de 2010
do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE).
Durante a cerimônia de inauguração do Centro Comunitário, a
assistente social Neide Fernandes,
da prefeitura de Campinas, afirmou:
“Essa região tem muitas famílias
que vivem em situação de risco. Vejo
que o sonho se transformou em realidade. Este
é o melhor presente que
alguém poderia dar a este
povo tão sofrido”.
O espaço tem capacidade para atender diariamente 200 pessoas, o

Campinas/SP

O novo Centro Comunitário
de Assistência Social da
LBV em Campinas/SP tem
capacidade para atender
diariamente 200 pessoas;
somando-se o resultado
da unidade de Vila Rica,
a Instituição triplicou o
atendimento na cidade.
BOA VONTADE

29
Leilla Tonin

LBV é ação!

Manaus/am

Leilla Toni

n

s/am
Manau

Colabore
expansão na
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trabalhoeste
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Aces

se
www.eua
judoamu

dar.org

30

BOA VONTADE

Manaus/AM possui um moderno
Centro Comunitário de Assistência
Social. Tudo foi planejado para garantir
s.
comodidade e segurança aos atendido

que, somado ao resultado das novas
instalações da unidade de Vila Rica,
em atividade desde a década de 1950,
fez com que o serviço prestado pela
Instituição na cidade triplicasse. Dessa forma, contribui para melhorar a qualidade de vida
da população campineira.

Em Ananindeua,
foco na infância e
juventude

Segundo município mais
populoso do Pará, Ananindeua
ganhou da LBV nos primeiros

meses deste ano um moderno Centro
Comunitário de Assistência Social.
Ali são desenvolvidos, no contraturno escolar, os programas LBV
— Criança: Futuro no Presente! e
Espaço de Convivência.
Localizada em uma área de quase 500 metros quadrados, a unidade
abriga quadra esportiva, vestiários,
refeitório, cozinha e salas de atividade. Tudo foi planejado para garantir comodidade e segurança: da
instalação de piso antiderrapante
ao uso de salas arejadas, equipamentos modernos e adequados à
faixa etária do atendido.
A exemplo das demais unidades
socioassistenciais da LBV, em Ananindeua as crianças e adolescentes têm
acompanhamento de uma equipe multidisciplinar. Para a assistente social da
LBV Emara Corrêa,“os programas
desenvolvidos contribuem para o
“Na LBV tem tudo de bom!”

“A credibilidade
da LBV é muito grande.
Por isso, confiamos
plenamente nesse
trabalho frutífero, que
ajudará tantas pessoas.”

A rotina da família de Rosângela Aparecida de Oliveira Santos,
mãe de duas crianças, mudou para melhor depois que conheceu a
Legião da Boa Vontade, em Campinas/SP Vivendo em uma casa com
.
11 pessoas, incluindo filhos, cunhados e sobrinhos, a matriarca soube
desde o início que podia contar com o apoio da LBV na formação
dessas crianças.
O primeiro da família a conseguir atendimento na LBV foi seu
filho Victor Hugo, de 13 anos. Em seguida, veio o primo Júlio César,
de 12. Começava aí uma transformação no cotidiano dessa família.
“Consegui tirá-los da rua. Foi a melhor coisa que aconteceu. Na LBV
tem tudo de bom! Os meninos sempre comentam sobre a comida,
as atividades, o futebol na quadra, coisa que antes eles não tinham.
Estão gostando muito do novo espaço”, afirmou, satisfeita.
O apoio da Instituição tem reflexo até na renda familiar, segundo
Rosângela. “Os gastos em casa diminuíram. Eles chegam da escola
e já vão para a LBV. Os nossos filhos são muito bem tratados.”
Em Campinas, uma unidade da LBV está localizada na Rua Professora Maria Cecília Tozzi, 391, Vila Rica, tel. (19) 3227-3888;
e a outra, na Rua Tarsila do Amaral, 10, Jardim Profilurb, tel. (19)
3224-3033.

Ismênia Oki

Diretora do Departamento de
Operações de Assistência Social (Doas)

protagonismo deles e proporcionam
acolhimento social, melhorando o
convívio familiar desses jovens”.

Manaus: reforma e
ampliação

Para o bairro Cachoeirinha e
comunidades próximas em Manaus/
AM, uma boa notícia, especialmente
para crianças e adolescentes: as novas
instalações do Centro Comunitário de
Assistência Social da LBV. Desde a
década de 1980, a Instituição mantém
na capital do Amazonas essa unidade
socioeducativa, oferecendo auxílio
material e apoio psicológico a famílias de baixa renda.
Com a reforma, o Centro Comunitário passou a ter salas mais amplas e bem arejadas, novo refeitório,
um parque e uma quadra poliesportiva, para atividades recreativas, o
que possibilitou duplicar o número
de pessoas atendidas.

Nova Friburgo (1) Projeto gráfico da reforma do Centro Comunitário
de Assistência Social da LBV em Nova Friburgo/RJ. (2) Após a reforma do
Centro Comunitário de Assistência Social, a Instituição atenderá um número
ainda maior de crianças, jovens e adultos na cidade.

Nova Friburgo/RJ

2

Nathália Valério

1

BOA VONTADE

31
Cultura
Abrindo o coração

Distinção
ao

Brasil
echávamos esta edição quando recebemos a
grata notícia da nomeação da escritora carioca
Nélida Piñon para a função de Embaixadora
Ibero-Americana da Cultura. A honraria, concedida
pela Secretaria-Geral Ibero-Americana (sediada
em Madri), investe a autora brasileira da missão de
promover a cooperação cultural entre Estados latino-americanos, Portugal e Espanha. A cerimônia que
formalizou a nomeação da também jornalista e imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL) ocorreu
em Cádiz, na Andaluzia, sul da Espanha, em 21 de
setembro.
O título significa o reconhecimento ao trabalho
de uma autora que, como poucos na arte, personificou a alma de dois continentes unidos por duas
línguas e pela história.
Sobre a homenagem, declarou Nélida: “Não
esperava ser investida, em Cádiz, com o título de
Embaixadora Ibero-Americana da Cultura, em uma
cerimônia de rara transcendência e simbologia. Isto
é, ganhar uma representação que cobre as Américas
de língua espanhola e portuguesa, e ainda a Península
Ibérica, Portugal e Espanha. É uma honra, contudo,
que traz consigo encargos e desígnios, de que não me
32

BOA VONTADE

furtarei. Afinal as Américas somos nós, são o espelho
no qual nos refletimos. Quanto a mim, há muitos anos
perambulo por suas terras com o sentimento de lar”.
Nascida no bairro de Vila Isabel, Nélida Cuiñas
Piñon é a quinta ocupante da cadeira no 30 da ABL. Em
entrevista à BOA VONTADE, em julho, a escritora
relembrou fatos marcantes na vida, o início da carreira,
sem esquecer as ponderações sobre o próprio exercício
da profissão. Na conversa, também explicou como a
origem espanhola da família — vinda da Galiza — e
o amor pelo Brasil fizeram dela uma cidadã planetária.
Na história dessa renomada autora, destaca-se o
fato de ela ter sido a primeira mulher a presidir a ABL,
a Casa de Machado de Assis, em 1996-1997. Nélida
foi, ainda, a primeira escritora de língua portuguesa a
ganhar o prêmio Príncipe de Astúrias das Letras, na
Espanha, pelo conjunto da obra.
Durante a entrevista, a acadêmica enviou saudações
ao diretor-presidente da Legião da Boa Vontade, José
de Paiva Netto, cumprimentando-o pelos 56 anos de
trabalho na Instituição. Ao mesmo tempo, agradeceu o
apoio que sempre recebeu da LBV. “É um grande trabalho que ele faz e vocês fazem. E devo dizer em público
que ele, em sua presidência, participou muito e ativa-

Arquivo pessoal

F

A escritora Nélida Piñon é nomeada Embaixadora
Ibero-Americana da Cultura
BOA VONTADE

33
Cultura

Selmy Yassud

fundam esta Casa. Éramos tão pobres! Não havia dinheiro, não havia
nada. Então, a academia foi crescendo, de certo modo, sob o impulso do
amor de seus membros e o talento
excepcional desses acadêmicos.

CORDIAL ENCONTRO DE AMIGOS DA CULTURA: Paiva Netto cumprimenta
fraternalmente a então presidente da Academia Brasileira de Letras, ilustre
escritora Nélida Piñon, em 1997. Também confraternizam dois saudosos amigos:
jornalista dr. Barbosa Lima Sobrinho (à época, presidente da Associação
Brasileira de Imprensa) e sua simpática esposa, Dona Maria José.

mente da minha presidência, quando
coincidiu com o centenário da Casa.
Certas coisas que precisava, naquele
momento nós não tínhamos recursos,
eu solicitei e fui sempre atendida. De
modo que, para mim, é um prazer
especial estar aqui. Um abraço ao
doutor Paiva Netto, professor.”

BOA VONTADE — Como surgiu
a ABL?

Nélida Piñon — É uma instituição excepcional. A Academia
Brasileira de Letras surge em um
país pobre, sem grandes aspirações
culturais, com instituições frágeis...
De repente, alguns jovens decidem
que poderíamos ter uma academia,
uma réplica da francesa. Eles buscam
os grandes nomes da época, com
prestígio consolidado: Machado de
Assis, Joaquim Nabuco e outros; e

Autora lança Livro das Horas
Imaginar-se em meio a paisagens históricas e místicas, refletir intensamente sobre a vida, revolver confidências e inquietações da Alma, dialogar
com o pensamento de autores clássicos como Homero e Sófocles e, ao
mesmo tempo, trocar ideias com grandes escritores contemporâneos. Isso
tudo e um pouco mais o leitor encontra no Livro das Horas, de Nélida Piñon.
O lançamento da obra, em agosto no Rio de Janeiro/RJ, reuniu colegas
acadêmicos da escritora, atores e outras personalidades. Na oportunidade,
a autora encaminhou ao dirigente da LBV um exemplar do novo título,
com a dedicatória: “Ao querido Presidente Paiva Netto, sempre notável
homem de cultura e de causa humanística. Da admiradora Nélida Piñon.
Rio, 15/8/2012”.

34

BOA VONTADE

BV — A sua origem é espanhola,
galega...
Nélida — É verdade, sou de origem galega. Meu avô Daniel, gosto
muito dessa imagem, atravessou o
Atlântico para me oferecer de presente a majestade da língua portuguesa.
Isso me anima muito, agrada demais.
Nasci em uma casa espanhola... Hoje,
vejo claramente que sou uma mulher
de duas culturas, e mais do que duas
culturas, sinto que a minha cabeça
circula pelo mundo: é grega, é latina, é hebreia, é palestina, é árabe, é
tudo! Essa inclinação para as grandes
civilizações pretéritas me ajudou a
pensar o mundo, a contar até a minha
história. Ainda pequena, já me dava
conta disso... de que as comidas da
casa dos meus avós, dos meus pais,
eram diferentes da comida brasileira.
Também havia comida brasileira,
mas pensava: “Como que eu podia
ser igual a uma coleguinha se comia
polvo?”. (...) Tomo esse polvo como
símbolo de certa distinção, de uma
imaginação que fatalmente tinha de
ser diferente. Mas, em compensação, a família inteira passava longas
temporadas no sul de Minas Gerais.
BV — E a paixão pela literatura,
como nasceu?
Nélida — Eu tive esse lar muito
pródigo de histórias, narrativas, com
uma família amorosa. Então, com 9,
10 anos, na ânsia de contar os acontecimentos, escrevia umas historinhas.
BV — A senhora tem um interesse
especial pela Bíblia Sagrada?
Nélida — Muito! Fui sempre
uma grande leitora, desde menina.
Estudei em colégio alemão e, pelo
fato de ser da terra de Lutero, ensinavam muito a Bíblia, o Antigo e o
Novo Testamentos; eu me apaixonei
pela leitura. Acho o Antigo mais
narrativo. O Novo tem uma teologia
extraordinária. Meu Deus, eu não
posso me imaginar enveredar pelo
mundo, por seus mistérios, sem a
leitura da Bíblia! Porque é interessante que se pense que toda a cultura
ocidental tem fundamento nela e no
mundo grego; por eles, você entra no
coração da Humanidade.
BV — Depois do bem elaborado A
República dos Sonhos e sua metáfora do Brasil, enveredou pelos
caminhos do Oriente...
Nélida — Eu conhecia bastante
a literatura, a cultura e a civilização
árabes, frequentava o mundo da
Judeia pelo Antigo e Novo Testamentos; e diga-se de passagem, você
se torna um cidadão do mundo lendo
o Novo Testamento. Então, quando

Divulgação SEGIB/Madri/Manuel Fernández

Naquele tempo não havia grampea­
dor, então, costurava três, quatro
folhas, fazia uns desenhos péssimos,
bandeirinhas, e vendia para meu pai.
Eu combinava o desejo de que ele
me lesse com a questão dos direitos
autorais. Desde pequenininha queria
ser escritora, e o que me moveu foi a
paixão pelo meu ofício; a carreira é
consequência. Claro que tenho que
sobreviver, sou uma profissional,
mas sou, sobretudo, escritora que
amou, ama e vai amar, até os últimos
dias, a literatura.

A escritora carioca Nélida Piñon é nomeada Embaixadora Ibero-Americana da
Cultura, em cerimônia realizada em Cádiz, na Espanha, em 21 de setembro.

pretendi escrever um romance que
exaltasse a imaginação humana, escolhi o mundo árabe, do deserto, que
cria uma nova civilização, consolida
uma nova religião com muitos profetas. (...) Eu me dediquei muitíssimo,
com muita pesquisa; cheguei a ler o
Alcorão três vezes. Eu sabia tudo,
porque estava vivendo em função
daquele universo, daquela geografia
(...). Ganhei vários prêmios com esse
romance, o Vozes do Deserto.

BV — Que elementos compõem
um bom texto?
Nélida — O texto é uma arte.
Primeiro, aprender a escrever, tem de
saber como contar a história, torná-la
verossímil, aceitável, fazer com que
ela tenha eficácia, que o leitor seja
convencido e acredite que aquela
história é a única possível. É interessante criar estratégias, um mínimo
toque de melodramático. Os grandes
escritores têm repulsa pelo melodrama; eu não tenho, é o equilíbrio (...).
Aquele pequeno excesso vai mobilizar as emoções do leitor e as emoções

pungentes dos personagens, porque
passam a encarnar o ser, as pessoas.
O personagem não é uma ficção pura,
é uma ficção, mas encarna a comunidade humana. Ele tem plasma, carne,
detritos, tem tudo que nos envergonha
e tudo que nos honra.

BV — A primeira mulher a presidir a ABL. O que isso representou
para a senhora?
Nélida — No início, pareceu-me
tudo natural. Acho que foi muito
importante na minha vida, mas fui
vendo isso com o tempo. Senti de
perto certo peso da língua, como se
eu não tivesse vivido já o peso da
língua com a minha obra. Isso me
fez muito bem. Há uma frase que
desapareceu da minha vida após a
presidência, a qual, inclusive, assinalei em meu discurso de posse. Eu
começava dizendo: “Sou brasileira
recente”, uma frase de efeito. De
algum modo, em algum lugar do
meu coração, essa frase desapareceu,
e eu me sinto a brasileira mais antiga
de todos os tempos.
BOA VONTADE

35
Mônica Mendes

Acontece em Minas Gerais

Vista
parcial da
unidade da
LBV em BH

B e l o

h o r i z o n t e / M G

Trabalho
que faz a diferença
LBV recebe Medalha do Mérito Resgate da Cidadania
Elvira Trindade |

A

Representando o dirigente da Legião da Boa Vontade, Ronei
Ribeiro, responsável pela LBV em Minas Gerais, recebe a Medalha
do Mérito Resgate da Cidadania.

36

BOA VONTADE

Fotos: Stella Souza

Legião da Boa Vontade
recebeu a Medalha do Mérito Resgate da Cidadania,
concedida pela Rede Mineira da
Cidadania, durante sessão solene
da Câmara Municipal de Belo
Horizonte, em 2 de julho.
A honraria é uma homenagem a instituições, organizações
sociais, empresas,
líderes comunitários, educadores,
dirigentes e demais
Maria Amélia

Primeiros passos na arte

Lápis, pincel, tela, tinta e papel unidos ao dom e à técnica podem resultar em belas obras de arte, ainda que produzidas por mãos pequeninas.
Foi o que ocorreu com as meninas e meninos atendidos pela Legião da
Boa Vontade em Montes Claros/MG. Sob a orientação da professora Sibéria
Maria de Almeida, da Secretaria Municipal de Cultura e voluntária na LBV
na Oficina de Arte e Cultura realizada pela Instituição, como uma das ações
do programa LBV — Criança: Futuro no Presente!, a garotada produziu
peças que foram expostas, em junho, na galeria de artes do Centro Cultural
Hermes de Paula.
A mostra, que abordou a temática da Paz, exibiu trabalhos das crianças
nos quais elas brincaram com cores, linhas, pontos e simetrias. O objetivo
da oficina foi o de desenvolver nelas habilidades criativas e cognitivas,
percepção visual, imaginação e o gosto pela arte.
O artista plástico Walmir Alexandre, artesão e ceramista, apoiou a
iniciativa. “É uma honra participar dessa exposição de artes das crianças
da LBV, que realiza um trabalho de grande valor em todos os setores da
sociedade. Que o Divino Espírito Santo ilumine esta Instituição para que
continue nessa obra.”
A ação cultural também foi aplaudida por Aroldo Pereira, criador e
curador do Salão Nacional de Poesia Psiu Poético, realizado pela Secretaria
Municipal de Cultura. “A LBV está de parabéns por esta genial iniciativa.
Sem esse carinho, afeto e compromisso social, a Educação não avança,
o futuro acaba comprometido”, destacou.
Em Poços de Caldas/MG, o artista plástico
Marcelo Abuchalla conheceu, em
22 de maio, a unidade de atendimento
da LBV e o trabalho desenvolvido pela
Instituição no município. Dias depois
(foto), a garotada atendida pela LBV, a
convite do artista, visitou o Atelier e o
Espaço Cultural da Urca, onde Marcelo
organizou exposição em homenagem aos
100 anos de Bruno Filisbert, o primeiro
artista plástico da cidade.

Priscila Petreca

pessoas e órgãos que atuam de
maneira voluntária em projetos
que favorecem comunidades socialmente vulneráveis.
A indicação e a aprovação
dos nomes ficam a cargo do
Conselho de Agraciamento,
constituído de voluntários de
diversas classes sociais e profissões. Na
entrega da medalha, o
apresentador do programa Balanço Geral,
da TV Record Minas,
Mauro Tramonte
jornalista Mauro Tramonte, igualmente agraciado
com o prêmio, afirmou: “Tenho
uma admiração pelo trabalho
da LBV; pode ter certeza disso.
Ótimo trabalho, um voluntariado
maravilhoso, que é conhecido em
todo o Brasil e no exterior também. É inquestionável o trabalho
de vocês, e quem sou eu, pertinho
da Legião da Boa Vontade, para
falar alguma coisa?! Um grande
abraço à LBV”.
Presente à cerimônia, o vice-presidente da Associação Mineira
de Rádio e Televisão (Amirt),
Marcos André Carneiro Naves,
parabenizou a ação socioassistencial e educacional
desenvolvida, há mais
de 60 anos, pela Legião da Boa Vontade.
“A gente conhece bem
o trabalho da LBV. Eu
Marcos Naves
me sinto ainda mais
honrado em receber esta homenagem ao lado de instituições como
a LBV. Isto dá mais peso a esta
homenagem e deixa a gente cada
vez mais satisfeito. Muito obrigado!”, disse.

BOA VONTADE

37
Comunicação
Trabalho, família e automobilismo

Otavio

Mesquita

Décadas de jornalismo e bom humor
Mariane de Oliveira | Fotos: Vivian R. Ferreira

C

onsiderado um dos precursores do jornalismo informal
na televisão brasileira, o publicitário e apresentador Otavio
Mesquita comemora 28 anos de
carreira na televisão, sendo 25 deles
como apresentador. Ainda criança,
como quase todo menino de sua
geração, tinha o desejo de ser piloto
de Fórmula 1, sonho este que cedeu
lugar à comunicação.
Natural de Guarulhos/SP, 53
anos de idade, Otavio se formou
jornalista, mas ingressou na Band
— Rede Bandeirantes de Televisão
— como contato publicitário. Posteriormente, estreou como apresentador com o programa Perfil, no ar
durante uma década, passando pela
extinta TV Manchete, pelo SBT e
pela Rede TV!.
À frente, desde 2001, da atração
A Noite é uma Criança (atual Claquete), na Band, Otavio concilia o
trabalho com duas outras paixões:
a vida em família e o automo-

38

BOA VONTADE

bilismo — é piloto na categoria
turismo.
Esbanjando talento e bom humor
durante entrevista concedida à BOA
VONTADE, o dono da bem-sucedida Mesquita Marketing & Mídia recordou passagens marcantes de sua
trajetória profissional e em família.
Na oportunidade, também saudou o diretor-presidente da Legião
da Boa Vontade por seu trabalho
à frente da Instituição: “Primeiro
queria parabenizar o Paiva Netto,
essa figura tão querida por todos,
que só faz o Bem. Eu acompanho o
trabalho de vocês (...). Um abraço
e que Deus lhe dê saúde e, acima de
tudo, essa ética, essa postura que
você tem de ajudar os outros”.

BOA VONTADE — Antes de falarmos sobre a carreira na TV, conte
como começou a se interessar
pelo automobilismo.
Otavio Mesquita — Tenho

uma história muito bacana com o
automobilismo. Quando era criança, como todo moleque, desejava
ser piloto de Fórmula 1, tinha uma
paixão muito grande por esse esporte. Não consegui porque tinha de
trabalhar, era de uma família relativamente simples. Trabalhei como
empacotador em supermercado, fui
engraxate... não que eu precisasse,
mas queria ganhar um dinheirinho
para comprar as minhas coisinhas.
Mas tinha um plano B. Aliás, todos
deveriam ter um plano B em tudo na
vida. E o meu era ser “famosinho”.
Eu só estreei no automobilismo
aos 30 anos e, durante minha volta
de apresentação, agradeci a Deus:
“Obrigado, Senhor! Estou realizando parte do meu sonho, mas eu
preciso andar num Fórmula 1, custe
o que custar!”.

BV — E realizou esse sonho...
Otavio Mesquita — Quando
fiz 40 anos, viajei para a França. No
autódromo de Magny-Cours, aluguei
um Fórmula 1, o carro da Benetton
do Giancarlo Fisichella. Dei doze
voltas. Saí do carro aos prantos e
agradecendo a Deus o fato de ter
realizado o sonho de minha vida. De
repente, o próprio piloto do carro foi
lá ver quem era que estava andando
tão ruim. Expliquei a ele que se tratava de um sonho e que um dia teria
um carro dele na minha casa. Ele não
acreditou e falou assim para mim:
“Ah, nem eu tenho. Não acredito,
não!”. Quando fiz 47 anos, achei o
carro dele, que ganhou o GP Brasil
2003, trouxe para o Brasil e hoje está
pendurado na minha casa. É o maior
troféu que tenho, de perseverança, de
sonho, de busca... É o meu cantinho,
onde eu olho de vez em quando,
tomo um café e falo: “Você está aí,
obrigado!”. Sonho é uma coisa que
tem de ser conquistada.

BV — E o Fisichella?
Otavio Mesquita — Simplesmente, mandei uma foto para ele
dizendo que o carro estava aqui. Ele
estava atrás desse carro, e eu o achei
em Londres [Inglaterra]. Na época,
falei para o Fisichella que o carro
estava à venda, mas não estava. Só
queria que ele fosse à minha casa.
Quando ele chegou em casa, isso
em 2007, olhou para o automóvel e
disse: “La mia macchina! [La] più
bella macchina!” [O meu carro! O
carro mais bonito!]. Foi quando eu
falei: “Olha, tem um detalhe: não
vou te vender, não! Você não está
lembrando de mim? Eu sou aquela
pessoa que, em 2000, andou no seu
carro e falou que ia tê-lo um dia.
Então você errou, eu consegui, rea­
lizei um sonho”. Nunca mais ele

“Meu pai falava
que a maior
malandragem é a
honestidade, porque
sendo honesto você
conquista muita
coisa.”

BOA VONTADE

39
Comunicação

pegar uma credencial e havia faltado
um repórter no Rio de Janeiro; de repente, o diretor falou: “Otavio, você
não está fazendo jornalismo?”, e eu
confirmei: “Estou”. Foi quando ele
disse: “Então, você vai agora para
o Monte Líbano (clube do Rio de Janeiro), porque o repórter faltou e eu
preciso fazer uma chamada ao vivo
no Jornal da Band”, naquela época
apresentado pelo Joelmir Beting.
Eu estava no lugar certo, na hora
certa, com a pessoa certa, um pouco
de sorte, um pouquinho de talento e
vontade de trabalhar.

Apaixonado por Fórmula 1, Otavio Mesquita expõe em seu escritório, na capital
paulista, objetos de sua coleção: miniaturas de carros de corrida, troféus,
capacetes e macacões de piloto.

deixou de ser meu amigo. O carro
está autografado; foi uma grande
emoção em minha vida.

BV — Como concilia essa paixão
com as atribuições diárias de publicitário e apresentador de TV?
Otavio Mesquita — É muito
simples: transformei o meu hobby,
a minha paixão em negócio. Acho
que isso é uma qualidade que algumas pessoas deveriam ter, ou seja,
conseguir trabalhar naquilo que
realmente gostam. No meu business, 50% é televisão, meu negócio
principal; 25% é automobilismo; e
25% de outras atividades. Eu vendo desde biscoito amanteigado até
contratos multinacionais, faço de
tudo! Hoje me dedico ao esporte
nos fins de semana, quando tem,
e ao automobilismo uma vez por
mês... Tento administrar. Basicamente, você tem de ter organização.
40

BOA VONTADE

BV — E o início na TV?
Otavio Mesquita — A televisão
para mim é coisa séria. Lembro a primeira vez que quis fazer TV, estava
com 14 anos. Em Guarulhos, havia
uma loja de uma rede famosa, nós paramos em frente a ela e eu olhei para
uma televisão; era uma transmissão
ao vivo. De repente, todo mundo
disse: “Pô, Mesquita, que legal!”, e
aí falei: “Legal não é ver, legal é estar
lá dentro!”. Foi o primeiro ímpeto
que tive de querer fazer televisão.
Tudo começou com essa vontade.
Pus isso na cabeça, busquei trabalhar
no mercado, virei publicitário, trabalhei em agências, com personagens
infantis, até chegar à Bandeirantes
como contato publicitário.
BV — Foi quando surgiu uma
grande oportunidade?
Otavio Mesquita — Na década
de 1980, estava na emissora para

BV — É difícil fazer televisão no
Brasil?
Otavio Mesquita — Entrar para
a televisão é muito fácil, o duro é
permanecer nela. Hoje é complicado,
porque você tem de dar audiên­ ia e,
c
ao mesmo tempo, faturar e ter prestígio. Então, é difícil. Fazer humor
especificamente não é fácil, não, mas
estou muito atento às mudanças. A
cada dois anos e meio, três, tento me
reinventar, mudo o nome do programa, o formato é o mesmo, acrescento
colaborador, jornalista...
BV — Como é sua relação com a
família no dia a dia?
Otavio Mesquita — A família
para o homem é o alicerce de tudo.
Não consigo me imaginar sem a
minha. Tem que ter um porto seguro, sabe? Eu almoço em casa todos
os dias, já cancelei uma reunião de
negócio importante para levar meu
filho Pietro ao médico. A primeira
vez que o levei, ele olhou para mim
e disse a seguinte frase: “Bigado,
papai”; foi melhor do que se eu
tivesse ouvido: “O nosso negócio
BV — Você é muito ligado à
Espiritualidade, ao sentimento
de religiosidade...
Otavio Mesquita — Sim. Creio
em Deus, tenho fé... acredito numa
força superior incrível. O homem
sem fé não consegue se entender.
Essa fé eu tento levar para minha
família, e ela também me dá isso.
Minha mulher, Melissa Wilman,
também é muito espiritualizada.
A gente tem uma reunião de oração semanalmente... Eu não vou a
todas, porque estou fora às vezes,
mas é bem gostoso, é bem intenso.
É importante entender um pouco a
palavra de Deus.
BV — Que recado gostaria de dar
aos leitores da BOA VONTADE?
Otavio Mesquita — Primeiro,
quero agradecer demais a vocês.
Depois, quero dizer que não sou
nenhum dono da verdade, mas
acho que uma pessoa não consegue fazer nada dar certo se não
tiver algumas particularidades... é
o que procuro ensinar para meus
filhos pequenos: honestidade, éti-

ca, fazer o Bem, gentileza e amar
o planeta. Se o meu avô tivesse
ensinado ao meu pai a fechar a
torneira, a não desperdiçar água,
a não jogar lixo no chão, a separar
o plástico; e o meu pai tivesse me
dado essa educação, e todo mundo
tivesse educação, o nosso planeta

Creio em Deus,
tenho fé...
acredito numa força
superior incrível. O
homem sem fé não
consegue se entender.
Essa fé eu tento levar
para minha família, e
ela também me dá isso.
Minha mulher, Melissa
Wilman, também é muito
espiritualizada.
A gente tem uma
reunião de oração
semanalmente...

estaria um pouco melhor. Lembro
que meu pai falava que a maior
malandragem é a honestidade,
porque sendo honesto você conquista muita coisa. Acreditando
em Deus, você tem um porto, um
ombro amigo. Fazendo o Bem, faz
bem a si próprio.
Otavio
Mesquita
sempre apoia a
campanha de
Solidariedade
da LBV

Ivan Shupikov

está fechado”. Não sei se com 30
anos faria isso; aliás, muitas vezes
não fiz. Ser pai aos 50 me ajudou a
ter um conceito mais forte sobre a
família.

Em seu escritório, Otavio
recebe a reportagem da
BOA VONTADE, que o
presenteia com uma caneca
e um cartão confeccionado
pelas crianças da LBV. Em
agradecimento, o jornalista
ofereceu lembranças a elas
(no destaque).
BOA VONTADE

41
Acontece na Paraíba

Durante a visita, o monitor de física Jhonatham Kleber mostra como
funciona uma usina hidrelétrica.

J o ã o

P e s s o a / P B

Consciência
sustentável

Crianças da LBV aprendem sobre uso racional
e eficiente da energia elétrica

Texto e fotos: Jean Carlos

M

eninos e meninas atendidos pela Legião da Boa
Vontade na capital paraibana fizeram uma visita ao Espaço Energia, museu e complexo
42

BOA VONTADE

didático e interativo instalado na
Usina Cultural da Energisa, em
31 de julho. Acompanhadas pelo
supervisor do local, o físico José
Abdon, as crianças aprenderam,

de forma lúdica, sobre as teorias
de formação do Universo, os
princípios da Física e a história da
eletricidade e seu uso sustentável
e eficiente.
Menina atendida pela LBV participa de
experimento com energia elétrica

O passeio incluiu atividades práticas, como experiências com ele­
tricidade e demonstração de como
utilizar a energia elétrica de forma
racional. Também foi apresentada
a evolução de eletrodomésticos,
como o rádio, o video­ assete, o tec
levisor, a geladeira e o computador.
Sobre o objetivo do passeio, o
estagiário de história do Espaço
Energia, Inácio Luís, explicou:
“Essas atividades tentam conscientizar as crianças sobre o uso
eficiente da energia elétrica, por
meio de experimentos e da história
do uso doméstico da eletricidade
desde o século 19 até o 21”.
Na oportunidade, José Abdon
destacou a parceria da Energisa
com a LBV. “É uma forma de
criar vínculos de conscientização,
principalmente, com essa faixa
etária, que é o nosso futuro. O
museu [Espaço Energia] está à
disposição para esse tipo de contribuição para a formação de uma
mentalidade mais preservativa na
vida dessas crianças.”

Visite, apaixone-se

e ajude a LBV!

Palestra educativa
Crianças, adolescentes e famílias atendidas pela LBV na capital
paraibana acompanharam recentemente palestra ministrada por funcionários da Energisa. O tema foi o uso racional e seguro da energia
elétrica. A iniciativa faz parte do projeto Energisa Comunidades, que
beneficia famílias em situação de risco social.
Os atendidos da LBV receberam informações sobre o uso consciente da energia elétrica por meio de dicas básicas para o dia a dia.
A palestra ainda tratou da importância da preservação do meio ambiente e como isso contribui para a qualidade de vida na comunidade.
Por fim, os funcionários da Energisa doaram às famílias lâmpadas
fluorescentes, mais econômicas, para uso doméstico.
De acordo com o supervisor de projetos da empresa, Weber
Andrade, a parceria com a Legião da Boa Vontade atende plenamente
aos objetivos do projeto. “A LBV é reconhecida mundialmente pela
forma como atua em projetos e ações sociais com famílias de baixa
renda. Vejo com bons olhos essas ações com a comunidade local”,
afirmou.

Em João Pessoa/PB, o Centro Comunitário de Assistência Social da LBV está
localizado na Rua das Trincheiras, 703, Centro — tel. (83) 3198-1500.
BOA VONTADE

43
Saúde
Atenção aos primeiros sinais

shutterstock.com

Otorrinolaringologia:
Um dos maiores
especialistas do
país fala sobre os
cuidados com os
ouvidos

Como anda a sua

audição
Mariane de Oliveira

44

BOA VONTADE
BOA VONTADE — O que é a
síndrome de Ménière?
Dr. Jair de Castro — É uma
doença já muito bem estabelecida

depois de meados do século 19.
Caracteriza-se por uma tétrade, ou
seja, a perda de audição, o zumbido,
a tontura e a sensação de pressão no
ouvido. Essa é a imagem clássica
da doença. Às vezes, um [sintoma]
predomina mais do que o outro; às
vezes, mais surdez ou tontura, mais
zumbido ou pressão ou, então, eles
estão mais ou menos equilibrados.

BV — Que situação indica a hora
de ir ao médico?
Dr. Jair de Castro — Se a
pessoa apresenta um evento por
algumas horas e desaparece, não
tem mais, não há necessidade [de
ir ao médico]. Mas, se se repete ou
se mantém, vale a pena investigar.
Costumamos chamar a atenção
para o ouvido tanto a parte da audição quanto a parte do equilíbrio,
pois esse sistema funciona como
termômetro de nossa saúde. Se o
ouvido apitou, se diminuiu a audição ou há tontura, provavelmente
está ocorrendo alguma coisa a
distância... Cada paciente tem as
suas características, a doença é a
mesma.
BV — Existe procedimento específico para detectar a doença?
Dr. Jair de Castro — Na
otorrinolaringologia, temos uma
rotina bastante semelhante à de
outras especialidades. A gente
procura saber detalhes... o tempo,
a incidência, a frequência [dos
sintomas relatados], a profissão

Nathália Valério

Z

umbido, perda auditiva, tontura e sensação de pressão no
ouvido são sintomas indicativos de uma doença ainda pouco
conhecida: a síndrome de Ménière*. Embora não devidamente
divulgado, o problema precisa de
atenção aos primeiros sinais.
Em julho, na capital paulista,
essa doença foi tema de ampla discussão entre especialistas durante
o 2o Simpósio Internacional de
Otologia Starkey, que contou com
o apoio da Associação Brasileira
de Otorrinolaringologia e Cirurgia
Cérvico-Facial (ABORL-CCF),
entre outras instituições.
A convite da BOA VONTADE,
um dos mais renomados e respeitados otorrinolaringologistas do
Brasil esclareceu as principais
dúvidas a respeito dessa patologia. De acordo com o dr. Jair de
Carvalho e Castro, que chefia
o serviço de otorrinolaringologia
da 2a Enfermaria da Santa Casa
da Misericórdia do Rio de Janeiro, a síndrome de Ménière pode
ocorrer em qualquer idade, porém,
é mais frequente em adultos na
faixa de 40-50 anos, com pequena
preponderância em mulheres. Na
entrevista, o médico também alertou para os cuidados necessários
à manutenção da saúde auditiva.

Dr. Jair de Carvalho e Castro, chefe
do serviço de otorrinolaringologia
da 2a Enfermaria da Santa Casa da
Misericórdia do Rio de Janeiro.

do paciente, a idade, se tem algum
problema de saúde, se usa medicamentos em excesso etc. Tudo isso
é muito importante para entender
com que paciente se está lidando.
A partir dessas informações é
estabelecido, primeiro, um exame
físico, no qual a gente observa nariz, garganta, ouvido. O segundo
passo é a investigação por exames
complementares: a audiometria, a
imitanciometria, a eletrofisiologia
da audição e um mais específico
para a Ménière, que se chama eletrococleografia.

BV — Com isso é possível confirmar o diagnóstico?
Dr. Jair de Castro — Através
desses exames, a gente pode ter
uma informação bastante apurada de como está funcionando o

* A incidência e prevalência da doença de Ménière variam bastante, segundo muitas pesquisas: entre 3,5/100 mil e 513/100 mil. Um
amplo estudo com mais de 60 milhões de pessoas encontrou prevalência de 190 casos a cada 100 mil habitantes (1,89 mulheres para
cada homem), a qual aumenta com a idade. As limitações provocadas pela doença são substanciais, especialmente na qualidade de vida
(Alexander TH, Harris JP Current epidemiology of Meniere’s Syndrome. Otolaryngologic Clinics of North America. 2010 Oct; 43(5):965.
70 — fonte: Fisioterapia em Evidência, 27/8/2010, www.fisioterapiaemevidencia.com/2010/08/doença-demeniere.html).
BOA VONTADE

45
Saúde

É fundamental que
a relação entre
o profissional de
saúde e o paciente
seja de muita
confiança, amizade
e cordialidade. Isso
faz a diferença.

aparelho auditivo. Eventualmente,
na dependência desses resultados,
[serão solicitados] outros exames,
como uma rotina básica de sangue: hemograma, exame de gorduras, de açúcares, de hormônios...
Alguns pacientes ainda podem
precisar de exames de imagem:
tomografia ou ressonância magnética. Com esse conjunto de informações você já conhece o perfil do
paciente. Esses procedimentos são
feitos numa sequência e, conforme
vão chegando, nos abastecem de
informações que permitem fechar
o diagnóstico.

BV — Com o diagnóstico confirmado, qual o próximo passo?
Dr. Jair de Castro — Primeiramente, estabelecer uma relação
amigável entre médico e paciente.
46

BOA VONTADE

Tanto na clínica privada quanto na
Santa Casa da Misericórdia do Rio
de Janeiro, explicamos o que é a
doença... que apesar de ser desconfortável, não trará maiores
problemas para a vida dele. Nós
o orientamos sobre os exames feitos, conversamos um pouco sobre
sua saúde, hábitos alimentares, e
estabelecemos medicamentos dependendo de cada fase da síndrome.
(...) A doença de Ménière tem uma
característica, mas ela varia de
pessoa para pessoa, então, é necessário fazer um ajuste na dosagem
de medicamentos. Outro ponto importantíssimo está relacionado aos
hábitos de vida do paciente. Além
de diminuir a ingestão de sódio [sal
de cozinha], de cafeína, recomendamos que ele não fique mais de três
horas sem se alimentar.

BV — O acompanhamento deve
ser constante...
Dr. Jair de Castro — Isso
mesmo. A gente foca muito no paciente, na conversa. É fundamental
que a relação entre o profissional
de saúde e o paciente seja de muita
confiança, amizade e cordialidade.
Isso faz a diferença. A pessoa
sendo acolhida, tendo certeza de
que pode contar com o médico, já
é um passo importante no sucesso
da terapêutica.
BV — O que há de mais avançado
no tratamento dessa síndrome?
Dr. Jair de Castro — Aqui
no Brasil, culturalmente somos
pouco agressivos em relação ao
tratamento cirúrgico da doença
de Ménière. Nos Estados Unidos,
eles são bastante intervencionistas.

Nós fazemos a cirurgia, mas nossos critérios de indicação são bem
rígidos; nós a indicamos àqueles
pacientes com transtorno da audição ou do equilíbrio realmente
muito importante.

BV — A síndrome de Ménière
pode causar surdez total?
Dr. Jair de Castro — Pode
chegar à surdez quase total: não
só a perda de audição importante,
mas também a perda da compreen­
são da palavra. Além de ouvir mal,
não a compreende. A audição é
um sentido importantíssimo; o
deficiente auditivo sofre muito
em casa, no trabalho, na rua, aí ele
começa a se isolar, a recusar convites familiares, sociais... Então, a
mensagem que a gente quer deixar
é que todo deficiente auditivo tem
possibilidade de ajuda. Escutar é
fundamental não só para a vida
social, familiar ou profissional,
mas igualmente para o bem-estar
psíquico do paciente.
BV — O Brasil se destaca na
comunidade científica internacional?
Dr. Jair de Castro — De uns
30 anos para cá, a nossa comunidade otorrinolaringológica é extremamente respeitada no mundo
inteiro. Hoje, temos a Associação
Brasileira de Otorrinolaringologia, que possui mais de 8 mil
membros, uma revista com acreditação internacional, e trabalhos
publicados aqui são muito respeitados lá fora. Além disso, nossa
comunidade participa de todos os
eventos, não só da otologia, mas
de [ramos da medicina que estu-
BV — Qual é a altura-limite
adequada para o ouvido?
Dr. Jair de Castro — Seria
entre 85 e 90 decibéis. Você deve
colocar o som em um volume confortável. O que temos observado é
que a pessoa começa com o som
confortável e depois de um tempo aumenta, já mostrando algum
grau de perda auditiva. Esse processo não se instala de um dia para
o outro, é longo, e normalmente
quando ela procura ajuda, já possui uma lesão provavelmente de
caráter irreversível.
BV — Portanto, o cuidado com
a audição deve começar cedo?
Dr. Jair de Castro — Começa
na gestação. A mãe precisa de
cuidados, orientação pré-natal,
não tomar medicamentos, antibióticos — não todos, mas antibióticos que podem lesar o aparelho
auditivo. Não fumar, não beber,
não usar droga. A criança ao
nascer tem de fazer um teste de
audição, porque, se ela
não tiver, tem de
ser tratada. Se
não for diagnosticada até

os 24 meses, a reabilitação fica
extremamente difícil. Hoje, há
condição de colocar um implante coclear em uma criança que
nasce com zero de audição, para
que tenha o restabelecimento da
capacidade auditiva e uma vida
normal. A nossa profissão é para
ajudar as pessoas a viver melhor.

BV — Que orientação daria a
alguém que já apresenta problemas de audição?
Dr. Jair de Castro — Procure
ajuda. Você vai ter apoio, orientação, será tratado, medicado... terá
recurso para tornar a vida mais
agradável, prazerosa. Eu acho que
o objetivo da vida é viver melhor
mesmo, ter integração com as pessoas, com a família, com a comunidade. A saúde é um bem divino, por
isso devemos cuidar dela.
Clínica Doutor Jair de
Carvalho e Castro
Endereço: Rua Visconde
de Pirajá, 351, conj. 405,
Ipanema, Rio de Janeiro/RJ
Telefone: (21) 2522-4949

shutterstock.com

BV — Em geral, o brasileiro cuida bem do aparelho auditivo?
Dr. Jair de Castro — Eu diria que sim e não. Sim, porque a
comunidade médica está atenta a
isso. As campanhas da Sociedade
Brasileira de Otorrinolaringologia
procuram divulgar a importância da
audição, desde o recém-nascido até
o mais idoso. Às vezes, o paciente
não quer, mas a família, sabendo
que há chance de melhora, acaba
incentivando essa pessoa a procurar
um serviço para tratar-se. Por outro
lado, vemos também indivíduos
expostos a ruídos industriais, de trabalho, os que usam fones de ouvido,
vão a boates, por exemplo, onde
o som chega a 115, 120 decibéis,
e isso pode trazer transtorno para
a audição. A juventude hoje está
usando os fones de ouvido, que têm
uma qualidade de som espetacular,

cada vez mais alto... Isso, no futuro,
vai trazer problemas.

Divulgação

dam] nariz, cavidades paranasais,
voz, tumores... É uma população
médica competente, respeitada
internacionalmente, e o Brasil tem
se posicionado de maneira bonita,
orgulhosa. A população brasileira pode ter acesso a uma ótima
medicina otorrinolaringológica,
melhor do que em muitos países
com desenvolvimento econômico
e social superior ao nosso.
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Paiva Netto escreve sobre os efeitos do crack na vida de mulheres

  • 1. Paiva Netto escreve “O crack e a mulher” e mostra os graves efeitos na vida de usuários Educação Prestigiado evento da LBV debate “Avaliação: uma visão além do intelecto” Leia Também: Sandra de Sá Paula Fernandes Nelson Sargento Otavio Mesquita Nélida Piñon abre o coração Nomeada Embaixadora Ibero-Americana da Cultura, a escritora relembra sua trajetória na literatura, que a imortaliza na Academia Brasileira de Letras. OTORRINOLARINGOLOGIA Um dos maiores especialistas, o dr. Jair de Carvalho e Castro esclarece as principais dúvidas sobre a síndrome de Ménière. Confira! Internacional LBV leva recomendações pela sustentabilidade no planeta a chefes de Estado e autoridades participantes na Rio+20, no Brasil, e na Reunião de Alto Nível do Ecosoc/ONU, em Nova York, Estados Unidos, que ganham visibilidade mundial em transmissão ao vivo pela TV ONU.
  • 2.
  • 3. JUNTO COM A CONTA DE ENERGIA, VEM MAIS CIDADANIA. A Tarifa Social de Energia Elétrica é um benefício para famílias de baixa renda. O programa, estabelecido por Lei Federal, gera descontos de até 65% na conta de energia. Uma economia que contribui para inclusão social e sustentabilidade das comunidades de baixo poder aquisitivo. Para mais informações sobre a Tarifa Social, ligue para 0800 081 3217 ou acesse www.celpe.com.br. É a Celpe trabalhando para oferecer mais cidadania aos seus clientes.
  • 4. Sumário 8 66 Paiva Netto escreve: “O crack e a mulher” 7 8 12 11o Congresso Internacional de Educação da LBV — Avaliação: uma visão além do intelecto in memoriam “O crack e a mulher” Paiva Netto Cartas, e-mails, livros e registros 20 Rede sociedade Solidária Instituições fortalecidas, sociedade melhor 12 Sônia Bridi e seu Diário do clima 12 Renata ceribelli e zeca camargo lançam Medida Certa 22 Esporte 3 Opinião Esportiva 2 por José Carlos Araújo Futebol, sim. Violência, não. 24 Samba & História por Hilton Abi-Rihan Nelson Sargento — Memória viva do samba carioca 27 Opinião — Educação por Arnaldo Niskier Linguagem popular, sim ou não? 28 LBV é ação! 32 13 Gleisi Hoffmann Saudação cultura Nélida Piñon — Abrindo o coração 36 Acontece em Minas Gerais 16 Paula Fernandes e Sandra de sá Amigas de Boa Vontade em festa 38 Comunicacão Otavio Mesquita — Décadas de jornalismo e bom humor 42 Acontece na paraíba 44 Saúde Como anda sua audição 48 17 Eliana Calmon escreve Receitas Especiais 4 BOA VONTADE 17 Tereza Campello Homenagem 17 Audálio Dantas Histórias do jornalismo notícias de brasília • Governo do DF anuncia: Templo da LBV é o monumento mais visitado da capital brasileira (p. 48) • Templo da Paz (p. 51) • Secretaria de Turismo divulga os 23 anos do TBV (p. 52) 54 Ação jovem LBV A Grande Família Humanidade 60 Acontece no rio grande do sul 62 Congresso em pauta por Paulo Kramer Educação profissional de qualidade
  • 5. 78 Comportamento e saúde — Os direitos do feto e o trágico impacto do aborto na saúde da mulher. 84 LBV leva recomendações pela sustentabilidade no planeta a chefes de Estado e autoridades participantes da Rio+20. 66 11O CONGRESSO INTERNACIONAL de Educação DA LBV Avaliação: uma visão além do intelecto 77 acontece no parlamundi da lbv 78 comportamento e Saúde Jornada pela Vida 84 Meio ambiente O legado da Rio+20 94 opinião — mídia alternativa por Carlos Arthur Pitombeira 98 lbv na onu Documento brasileiro 24 Nelson Sargento Ícone do samba carioca 32 27 nélida piñon Pela Cultura Arnaldo Niskier Linguagem popular, sim ou não? Consciência planetária 104 Acontece no SBT O maior brasileiro de todos os tempos 106 Literatura Brasil precisa ler mais 112 conhecendo museus Memória brasileira 116 Responsabilidade social • Sustentabilidade e bons negócios (p. 116) • Lixo que vira bônus (p. 119) 122 Melhor Idade por Walter Periotto Medicina e Fé 38 Otavio mesquita Décadas de jornalismo e bom humor 44 Dr. Jair de Castro Como anda sua audição? 62 Paulo Kramer Educação profissional de qualidade 124 Voluntariado Correr pelo próximo 128 Soldadinhos de deus 130 Aprendendo português por Adriane Schirmer Concordância com “um dos que” Canais da LBV na internet www.lbv.org.br Youtube: LBV Videos Facebook: LBV Brasil Orkut: LBV Twitter: @LBVBrasil Flickr: flickr.com/lbvbrasil 77 Dr. ubiratan aguiar Ex-ministro do TCU lança Estação da Palavra 78 Dra. Alice Ferreira e Dra. Marlene Nobre Em favor da Vida BOA VONTADE 5
  • 6. Ao leitor Em destaque nesta edição, uma das mais importantes ações sociais da Legião da Boa Vontade: a Campanha de Valorização da Vida. O dirigente da LBV, jornalista, radialista e escritor Paiva Netto, assina o artigo “O crack e a mulher”, um eloquente chamado à consciência daqueles que se expõem aos riscos da dependência química. Ao analisar o impacto devastador do vício no corpo e na Alma de quem a ele se escraviza, o autor também alerta para a crescente presença feminina entre os usuá­ ios e a constatação r de que, a fim de obterem a droga, muitas se prostituem sem nenhuma proteção especial, tornando-se assim foco de doenças sexualmente transmissíveis. Nessa mesma linha de respeito à dignidade humana, a revista traz reportagem na qual mostra que o tema aborto pede uma análise mais profunda, pois a Vida é anterior à fecundação. Sendo assim, o feto já possui direitos. Com apontamentos científicos, o leitor pode ver também o impacto da interrupção forçada da gravidez na saúde da mulher. Esse ato, além de abreviar a existência de um ser indefeso ainda no útero, pode levar a sérias complicações físicas e psicológicas — de problemas de infertilidade e quadros de depressão até o surgimento de tumores malignos mamários e uterinos. Sem mencionar as consequências espirituais. A seção “Saúde” apresenta reportagem com o dr. Jair de Carvalho e Castro, um dos principais otorrinolaringologistas do país. Além de informar os cuidados necessários com os ouvidos, ele esclarece as dúvidas mais frequentes sobre uma doença ainda pouco conhecida, a síndrome de Ménière. A nomeação da escritora Nélida Piñon para Embaixadora Ibero-Americana da Cultura é tema de capa da BOA VONTADE. O reconhecimento enche de orgulho os brasileiros e celebra a trajetória na literatura e na vida pessoal dessa grande romancista. O leitor ainda acompanha entrevista com o publicitário e apresentador de TV Otavio Mesquita, que abre o coração e ressalta a importância de Deus e da família em sua vida, bem como a paixão pelo trabalho e pelo automobilismo. Outros assuntos também ganham evidência, a exemplo dos desdobramentos da Rio+20 e da Reunião do Alto Nível do Ecosoc/ONU, em Nova York, e da seção dedicada à Terceira Idade. Esperamos que você, leitor, aprecie esta edição e, se desejar, nos envie suas opiniões, sugestões ou críticas, para que possamos trazer-lhe sempre o melhor. Boa leitura! 6 BOA VONTADE Reflexão de BOA VONTADE Pela Vida — (...) que lugar mais santo no mundo pode existir além da intimidade das criaturas de Deus, o coração, o cérebro, a Alma das pessoas? Deixo à reflexão principalmente daquelas que são mães e tiveram a oportunidade ímpar do emblemático contributo na geração da Vida: imaginem o útero materno!... Lugar sagrado e santo! Ele abriga a Vida, cuja existência preexiste à fecundação do óvulo pelo espermatozoide. Nossa origem encontra-se no Mundo Espiritual! É algo simples de ser compreendido por elas, porquanto nada há de mais potente e perscrutador que o coração materno. Paiva Netto Extraído do livro Jesus, o Profeta Divino, páginas 351 e 352, um dos títulos mais vendidos da Livraria Saraiva e o campeão de vendas no estande da Editora Elevação na 22a Bienal Internacional do Livro de São Paulo — de 9 a 19 de agosto de 2012. Revista apolítica e apartidária da Espiritualidade Ecumênica ANO 56 • No 233 • jun/jul/ago/SET 2012 Tiragem: 50 mil exemplares Edição fechada em 3/10/2012 BOA VONTADE é uma publicação da LBV, editada pela Editora Elevação. Registrada sob o no 18166 no livro “B” do 9º Cartório de Registro de Títulos e Documentos de São Paulo. Diretor e Editor-responsável: Francisco de Assis Periotto — MTE/DRTE/RJ 19.916 JP Coordenação geral: Gerdeilson Botelho e Rodrigo de Oliveira Superintendência de marketing e comunicação: Gizelle Tonin de Almeida Jornalistas Colaboradores Especiais: Arnaldo Niskier, Carlos Arthur Pitombeira, Hilton Abi-Rihan, José Carlos Araújo e Paulo Kramer. Equipe Elevação: Adriane Schirmer, Cida Linares, Diego Ciusz, Jefferson Rodrigues, Leila Marco, Leilla Tonin, Mariane de Oliveira, Mário Augusto Brandão, Neuza Alves, Silvia Fernanda Bovino, Vivian R. Ferreira, Walter Periotto, Wanderly Albieri Baptista e William Luz. Projeto Gráfico: Helen Winkler Capa e Diagramação: Felipe Tonin, Helen Winkler e Kátia Borba Impressão: Mundial Gráfica Crédito das fotos de capa: Jair de Carvalho e Castro: Nathália Valério; Nélida Piñon: Arquivo pessoal; Nelson Sargento: Divulgação; Otavio Mesquita: Ivan Shupikov; Paula Fernandes: Mônica Mendes e Sandra de Sá: Nathália Valério. Endereço para correspondência: Rua Doraci, 90 • Bom Retiro • CEP 01134-050 • São Paulo/SP • Tel.: (11) 3225-4971 • Caixa Postal 13.833-9 • CEP 01216-970 • Internet: www.boavontade.com / E-mail: info@boavontade.com A revista BOA VONTADE não se responsabiliza por conceitos e opiniões em seus artigos assinados.
  • 7. Marina Figueiredo In memoriam Hebe recebe em seu programa, no SBT, o Coral Ecumênico Infantil Boa Vontade e o cantor Peninha, em dezembro de 1999, para uma apresentação especial. Homenagem a Hebe, eterna rainha da TV brasileira A apresentadora Hebe Camargo voltou à Pátria Espiritual em 29 de setembro, sábado pela manhã, após sofrer parada cardíaca em sua casa, na capital paulista. Aos 83 anos, Hebe lutava contra um câncer no peritônio, diagnosticado em janeiro de 2010. Nascida em Taubaté, interior de São Paulo, em 8 de março de 1929, aos 11 anos já participava de progra­ mas de calouros em emissoras de rádio, a fim de ajudar a família. Em 1943, formou a dupla musical Rosalinda e Florisbela, ao lado da irmã Stella. Pioneira da televisão no Brasil, Hebe Camargo fez parte dos primeiros programas do novo meio de comunicação, inaugurado no país em 1950. A estreia como apresentadora veio ao substituir Ary Barroso em um programa de calouros. Mas foi com a apresentação de O Mundo é das Mulheres (antiga TV Paulista), o primeiro programa feminino da televisão brasileira, que ela ganhou maior visibilidade. Com mais de 60 anos de presença na TV, a querida apresentadora deixa um legado de alegria e profissionalismo. Dona de um estilo irreverente e amável com o público e os convidados, ela será sempre lembrada como a “eterna rainha da televisão brasileira”. Karine Salles Hebe também se destacou pelo apoio às causas solidárias. Sobre esse lado fraterno da apresentadora, registrou o diretor-presidente da Legião da Boa Vontade, José de Paiva Netto, no artigo “Seres humanos de Paz”, publicado no Jornal de Brasília, em 2 de outubro: “Guardo com carinho na memória as ocasiões em que nos recebeu. Uma delas foi na TV Bandeirantes, em 9 de julho de 1983. Com grande simpatia, disse-nos que seu programa era ‘de muita sintonia em torno do amor’. Estive lá convidando os telespectadores dela para o 8o Congresso Mundial da Mocidade Legionária e dos Soldadinhos de Deus, que se realizaria nos dias 15 e 16 de julho daquele ano, em Santo André/SP. No ensejo, tocada pela vibração de entusiasmo da plateia que nos acompanhava, comentou, com seu natural espírito incentivador: ‘A gente não pode perder a fé, tem que acreditar sempre no momento seguinte, na vida da gente. E acreditar muito no amor e na união entre as pessoas’. “Hebe, com sua permanente alma juvenil, irradiada durante 83 anos de vida entre nós, habita agora o Solar de Deus. “Ao seu filho, Marcello Camargo, familiares e amigos, a solidariedade da LBV”. BOA VONTADE 7
  • 8. O crack e a mulher 8 BOA VONTADE
  • 9. O CRACK ea José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor. É diretor-presidente da LBV. C onforme pesquisa do Insti- pela pedra de crack é disparado na tuto Brasileiro de Geografia primeira ocasião em que se acende e Estatística (IBGE, 2010), o cachimbo artesanal — poderia se o número de pessoas viciadas dizer infernal —, pois não arruína em crack no Brasil ultrapassa apenas a vida do usuário, mas a a impressionante marca de 1,2 de toda a família. A ilusória senmilhão de usuários. Especialistas sação de bem-estar e de euforia em saúde comparam a epidemia fica tragicamente evidenciada pela da aids na África à do crack em progressiva degradação do corpo e nosso país. Outro dado alarmante da Alma do dependente. é a média de idade dos que o exSegundo a dra. Solange Nappo, perimentam pela primeira vez: 13 pesquisadora do Centro Brasileiro de anos. Contudo, engana-se quem Informações sobre Drogas Psicotróacha que somente as camadas da picas (Cebrid), “no início da entrada sociedade em situação de pobreza do crack no Brasil, mais precisaestão à mercê desse perigo mente em São Paulo/SP, mortal. A droga também o perfil do usuário era do se faz presente nas classes sexo masculino. A presença sociais mais abastadas de de mulheres era pontual, modo devastador. algo raro. No princípio da O desastroso abalo fídécada de 2000, começasico e mental provocado Dra. Solange Nappo mos a receber indicativos e Vivian R. Ferreira Raquel Bertolin MULHER BOA VONTADE 9
  • 10. O crack e a mulher Crack: mais rápido e letal Inalado, o crack* leva, em média, de 8 a 15 segundos para chegar ao sistema nervoso e fazer efeito, enquanto outras drogas atingem o cérebro em cerca de 15 minutos. Por isso o crack provoca dependência mais rapidamente e é tão devastador. Depois da euforia, intensa e efêmera (dura entre 5 e 10 minutos), a urgência da repetição do consumo, muitas vezes, leva o usuário a se expor à violência e a outras situações de perigo, no envolvimento com o tráfico. Efeitos da dependência Físicos A fumaça tóxica expelida pela pedra de crack causa impacto devastador no organismo: desde doenças pulmonares e cardíacas e problemas digestivos até alterações na produção e captação de neurotransmissores. Seu uso contínuo pode levar também a degeneração irreversível de ossos e músculos esqueléticos. Fome e sono A dependência afeta diretamente o apetite e o sono da pessoa; quase não come ou dorme. Esse quadro leva a um rápido emagrecimento e à desnutrição. O dependente também deixa de lado hábitos básicos de higiene e cuidados com a aparência. Dano neurológico e psicológico O uso do crack pode prejudicar seriamente as funções cerebrais, afetando a memória e a concentração. As lesões no cérebro podem conduzir a oscilações de humor, com baixo limite para frustração e dificuldade maior de estabelecer relações sociais de qualidade. Vida social A perda progressiva das capacidades cognitivas e os problemas comportamentais, aliados à incapacidade física do usuário, contribuem para o abandono da escola e têm consequências negativas na vida profissional. Com isso, muitos dependentes acabam se afastando dos amigos e do próprio lar. Fonte: Portal Brasil — Campanha Crack, é possível vencer, do governo federal. Mais informações no site www.brasil.gov.br/enfrentandoocrack * Obtido da mistura da pasta-base da coca ou cocaína refinada com bicarbonato de sódio e água, o crack apresenta diferença de pureza de acordo com o seu refino. As pedras da droga podem conter vários tipos de substâncias tóxicas, como cimento, cal, querosene, ácido sulfúrico, acetona, amônia e soda cáustica. 10 BOA VONTADE
  • 11. Contaminação pelo HIV Para agravar a situação, a mulher, ao se prostituir a fim de conseguir a droga, vira foco de doenças sexualmente transmissíveis, principalmente do vírus HIV. Sobre isso, esclareceu a dra. Solange: “Uma mulher que faz programa por conta da compulsão pela droga o faz sem proteção, a qualquer hora e em qualquer lugar. Não fica num local aguardando que alguém passe. Ela vai em busca desse parceiro na tentativa de que ele, rapidamente, lhe dê o dinheiro que lhe possibilitará comprar a pedra de crack. Sem falar das que ficam grávidas sem nenhuma estrutura para ser mãe. Pedro R io Igor Salomão informações dos próprios usuários de que as mulheres aderiram à cultura do uso do crack”. Em entrevista ao programa Sociedade Solidária, transmitido pela Boa Vontade TV (canal 23 da SKY), a dra. Solange comentou que o fato de a mulher transformar-se em consumidora do entorpecente mudou toda a dinâmica do vício. “O usuário masculino tornou-se, em geral, um transgressor. Ele rouba para comprar a pedra. Não é um profissional do crime. Diante disso, com sua inexperiência, é facilmente preso e acaba criando um problema para o tráfico, que perde um cliente em potencial, na maioria das vezes já devedor da droga que consome. Quando a mulher é inserida no submundo do crack, ela passa a ser linha de frente, pois o risco de ser presa é bem menor. Ao invés de roubar, ela vai vender o seu corpo”, explicou. Viver é melhor! Para ajudar dependentes a vencer a difícil batalha contra as drogas, a Legião da Boa Vontade trabalha com o objetivo de formar pessoas das comunidades atendidas para o enfrentamento de problemas sociais decorrentes do vício. Por meio de sua pioneira Campanha Não use drogas. Viver é melhor!, a LBV engaja-se na luta contra o uso e a dependência de substâncias tóxicas, alertando para os riscos que oferecem à saúde. Entre outras ações, a iniciativa divulga conteúdo sobre o assunto na mídia e em palestras dirigidas a escolas. Exemplo recente desse serviço foi a ação promovida na Cracolândia, na região central da capital paulista, onde a Instituição promoveu atividades socioeducativas e culturais, beneficiando assim a população local. Às famílias, a Instituição recomenda insistentemente: não deixem de apoiar ética e solidariamente o ente querido que padece, contribuindo para sua recuperação. Essa situação de vulnerabilidade traz para a mulher complicações físicas, psíquicas e orgânicas de todos os tipos. Quando a mulher entra nessa cultura, traz com ela um problema social enorme. De um grupo de 80 mulheres que entrevistamos, pelo menos 40% delas eram portadoras do HIV”. Grato, dra. Solange, pelas elucidações. É uma triste realidade que não pode ser ignorada. Além das imprescindíveis políticas públicas de combate ao crack, urge fortalecer, com a Espiritualidade Ecumênica, os valores da Família. É nela que se encontra a solução de muitos problemas que hoje afligem a Humanidade. paivanetto@lbv.org.br www.paivanetto.com BOA VONTADE 11
  • 12. Sônia Bridi lança Diário do clima Durante seis meses, a jornalista Sônia Bridi e o repórter cinematográfico Paulo Zero, seu marido, viajaram por 14 países em busca de explicações e soluções para o problema do aquecimento global. Os bastidores dessa experiência — que resultou na série de reportagens “Terra, que tempo é esse?”, exibida no Fantástico, da TV Globo — estão no livro Diário do clima, de autoria da jornalista. Lançado em junho, o livro faz um alerta para as consequências do processo de aquecimento global sem deixar de trazer a esperança em possíveis mudanças. Em noite de autógrafos, o casal recebeu personalidades, amigos e admiradores em uma livraria da capital paulista. Na ocasião, ambos autografaram exemplar da obra ao diretor-presidente da LBV: “Ao José de Paiva Netto, com um grande abraço, Sônia Bridi e Paulo Zero”. 12 BOA VONTADE Divulgação Divulgação Cartas, e-mails, livros e registros Renata Ceribelli e Zeca Camargo na bienal Os jornalistas Renata Ceribelli e Zeca Camargo, apresentadores do programa Fantástico, da Rede Globo, promoveram palestra sobre o livro Medida Certa — Como chegamos lá! durante a 22a Bienal Internacional do Livro de São Paulo, em agosto. Na obra, ambos contam a experiência de perder peso e ganhar saúde. Esse desafio pessoal dos autores virou quadro de mesmo nome no programa de TV. Conversando com o público, Renata e Zeca lembraram as dificuldades enfrentadas durante 90 dias para emagrecer de modo saudável, sem dietas radicais, bem como o incentivo dos brasileiros para manterem o esforço. Na ocasião, os jornalistas autografaram exemplar da obra ao dirigente da LBV, com estas mensagens: “Paiva Netto, fiquei feliz em saber que você acompanhou nossa batalha. Com carinho, Renata Ceribelli”; e “Paiva Netto, mais uma jornada para você acompanhar com a gente! Abração, Zeca Camargo”. BOA VONTADE Mulher Interessantíssima a revista BOA VONTADE Mulher. Visual limpo e design gráfico que favorece a leitura. Matérias interessantes, objetivas e claras. Parabéns pela publicação, ex- tensivos a toda a equipe! Abraços fraternos de paz e luz. (Maiza Rodrigues da Silva, coordenadora e gestora da Defensoria Pública Especializada na Defesa dos Direitos das Mulheres em Si­tuação de Violência, Montes Claros/MG.)
  • 13. Fotos: Lucian Fagundes A ministra-chefe da Casa Civil recebe as crianças da LBV em seu gabinete, no Palácio do Planalto. Na oportunidade, a garotada entregou flores a Gleisi Hoffmann, com cumprimentos pela passagem de seu aniversário. Homenagem à ministra Gleisi Hoffmann O aniversário da ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, comemorado em 6 de setembro, foi prestigiado por um animado grupo de crianças atendidas pela Legião da Boa Vontade em Taguatinga/ DF. A homenagem teve lugar em seu gabinete, no Palácio do Planalto. A aniversariante agradeceu os parabéns e abra- Conteúdo de qualidade A BOA VONTADE está bonita e possui conteúdo de boa qualidade. Parabéns pelo trabalho e pela sensibilidade na escolha das fontes e dos temas! (Kelly Cristina de Aquino, jornalista, Montes Claros/MG.) Convicção na Alma Emociono-me profundamente quando leio as mensagens do jornalista Paiva Netto, pois a vibração de cada palavra expressa Amor pela Humanidade, algo empolgante e encorajador. Trata-se de uma Alma çou e beijou a garotada. Também fez questão de ler em voz alta a dedicatória do cartão confeccionado pelas crianças, no qual está destacado este pensamento do diretor-presidente da LBV: “Assim como o Sol nasce todos os dias, a Esperança — que não morre nunca — renova-se a cada manhã que desponta no horizonte”. convictamente envolvida pelo Cristo de Deus e que multiplica essa convicção a todos nós. Muito, muito obrigada! (Aline Cassuriaga Viana, Porto Alegre/RS.) Leitura permanente A revista BOA VONTADE traz um forte conteúdo editorial e excelente qualidade gráfica. Aliás, tudo o que a Legião da Boa Vontade faz tem qualidade. O amigo Paiva Netto é um grande jornalista, escreve sobre temas da atualidade sempre voltados ao cidadão e à família brasileira. (Ademir Arnon de Oliveira, presidente da Casa do Jornalista e da Associação Catarinense de Imprensa, Florianópolis/SC.) A Editora Elevação está de parabéns por editar há mais de 50 anos uma revista linda e de fácil leitura, com matérias enriquecedoras que vão ao encontro dos leitores. Se pudesse resumir em três palavras, diria: solidariedade, voluntariado e ecumenismo. (Ronaldo Horst, editor e fundador da RCV — Revista Social, Porto Alegre/RS.) BOA VONTADE 13
  • 14. Vivian R. Ferreira Cartas, e-mails, livros e registros Da esquerda para a direita: Claudio Chrisostimo, da LBV; Cassio Ricardo Lehmann, gerente de vendas de mercado corporativo da empresa Oi; Fellipe Gustavo Passos, da gerência de serviços a clientes da Oi; Anaí Harich Abrarpour, executiva de negócios corporativos da Oi; e Rafael Lombardi, da LBV, com as crianças do Coral Ecumênico Infantojuvenil Boa Vontade. Escola da LBV recebe equipe da A recepção aos representantes da empresa de telefonia Oi que visitaram recentemente a escola da Legião da Boa Vontade, na capital paulista, teve muita música e alegria. Cassio Ricardo Lehmann, gerente de vendas de mercado corporativo; Fellipe Gustavo Passos, da gerência de serviços a clientes; e Anaí Harich Abrarpour, executiva de negócios corporativos, foram recebidos pelo Coral Ecumênico Infantojuvenil Boa Vontade — composto de crianças e adolescentes atendidos pela LBV. No repertório, canções com mensagens de Paz e em favor do meio ambiente. Depois de conhecerem o trabalho desenvolvido pela Obra, os representantes da Oi registraram suas impressões no Livro do Coração: “Indescritível o exemplo que a LBV nos deixa nas questões de humanização da sociedade de forma ecumênica. Parabéns a todos! Anaí, Fellipe e Cassio”. Celso Antunes e o trabalho em sala de aula Vivian R. Ferreira A lide do professor não se limita a transmitir conteúdos. No dia a dia, o educador precisa ir além, se quiser cumprir bem o seu papel; e conquistar a atenção do estudante exige planejamento e estratégias que permitam avaliar integralmente o educando. O professor Celso Antunes desenvolve esse e outros pontos em sua recente obra Na sala de aula. Em agosto, na capital paulis­a, o escritor recebeu educat dores, familiares e amigos para o lançamento do livro. Em um exemplar, o educador anotou esta dedicatória ao dirigente da LBV: “A Paiva Netto, pela obra que dignifica uma vida admirável. Celso Antunes”. 14 BOA VONTADE
  • 15. Felipe Tonin Da esquerda para a direita: Claudio Chrisostimo, da LBV, e Silmar de Almeida, diretor-executivo da LBV; Eberval Antonio da Silva, diretor de Faturamento da Telefônica/Vivo; Nelson Verpa Junior, executivo de Negócios da Telefônica/Vivo; Shirlei de Lazari, da LBV; Tatiana Lopes, coordenadora de Faturamento da Telefônica/Vivo; Giselle Salles de Faria, gerente de Faturamento da Telefônica/Vivo; e Sidemar de Almeida, da LBV. Representantes da visitam a Legião da Boa Vontade O Conjunto Educacional da LBV em São Paulo/ SP recebeu a visita de representantes da Telefônica/Vivo, em 24 de julho. O grupo — Eberval Antonio da Silva, diretor de faturamento; Nelson Verpa Junior, executivo de negócios; Tatiana Lopes, coordenadora de faturamento; e Giselle Salles de Faria, gerente de faturamento — percorreu os ambientes da escola e mostrou-se entusiasmado com as condições de ensino oferecidas no local. Eles também conheceram um pouco dos resultados da aplicação da Pedagogia do Afeto e da Pedagogia do Cidadão Ecumênico, preconizadas pelo educador Paiva Netto. (Saiba mais sobre essa proposta pedagógica na p. 66.) Padre Antonio Maria conta sua trajetória em livro A leitura de Pescadores de corações, do padre Antonio Maria, apresentado ao público da 22a Bienal Internacional do Livro de São Paulo, em 11 de agosto, oferece relatos emocionantes de fé e superação. Na obra, o autor descreve situações que marcaram sua vida desde a juventude, quando decidiu pelo sacerdócio. Mostra também como ele e outros “pescadores” ultrapassam os obstáculos da trajetória humana para cumprir a vocação. Em tarde de autógrafos, o padre recebeu os cumprimentos de amigos e admiradores de seu trabalho. Na ocasião, dedicou exemplar para o diretor-presidente da Legião da Boa Vontade: “Ao grande pescador de corações, Paiva Netto, meu irmão, com o carinho do Pe. Antonio Maria”. Amigo de longa data da Instituição, o religioso reiterou na oportunidade seu respeito pela Obra: “Nós temos um carinho, uma admiração tão grande, por essa família linda que é a LBV. (...) Ao meu irmão e amigo Paiva Netto, um grande abraço. Que Deus o abençoe! Peça por mim a Deus também nas suas orações”. BOA VONTADE 15
  • 16. Cartas, e-mails, livros e registros Nathália Valério Amigos de Boa Vontade em festa “Gostei muito de receber o carinho das crianças. A LBV é parceira de longas datas. Com certeza, estaremos juntos apoiando a campanha de Natal da Legião da Boa Vontade. Um abraço ao meu amigo Paiva Netto!” Sandra de Sá Mônica Mendes Poucos dias antes de seu aniversário, comemorado em 28 de agosto, a cantora e compositora Paula Fernandes recebeu das crianças da LBV, em Belo Horizonte/MG, um quadro de felicitações e livro preparado por elas, que conta um pouco da trajetória musical dessa mineira de Sete Lagoas. Contente com a grata surpresa, comentou: “É um momento muito especial. Agradeço a homenagem; tudo lindo, benfeito. Adorei os desenhos e vou ler a historinha. Estou feliz, honrada. O fato de atingir este público infantil também é uma grande responsabilidade como formadora de opinião”. A homenagem da LBV teve repercussão imediata nas mídias sociais, entre os fã-clubes da cantora, além de veículos de comunicação, a exemplo da revista Caras. 16 BOA VONTADE Juliana Bortolin Cantora e compositora, após receber homenagem das crianças da LBV, no Rio de Janeiro/RJ, por ocasião de seu aniversário, em 27 de julho. Crianças atendidas pela Legião da Boa Vontade em Londrina/PR homenagearam a dupla sertaneja Fernando & Sorocaba, pela passagem do Dia do Artista, em 24 de agosto. Os cantores foram presenteados com um quadro e cartão feito pelos pequeninos. “Queria mandar um beijo especial para toda essa criançada que está batalhando, estudando, com esse time de pessoas que realmente cuida da criança e do adolescente... e parabenizar o time da LBV, que faz um trabalho muito bacana. Tem que estudar, batalhar, sonhar, acreditar, ter Deus em primeiro lugar”, afirmou Sorocaba. Contente com a homenagem, Fernando completou: “Obrigado pelo carinho de vocês, a toda a molecada que veio aqui cantar pra gente. Obrigado de coração e parabéns pela iniciativa!”.
  • 17. GF fotografias Lucian Fagundes Ministra Eliana Calmon escreve Receitas Especiais Alunos da Escola de Educação Infantil Alziro Zarur, da Legião da Boa Vontade, em Taguatin­ a/DF, g parabenizaram a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, pelo seu aniversário, comemorado em 12 de agosto. A homenagem das crianças foi feita no gabinete da ministra, em Brasília/DF. Durante a visita da garotada, no dia 13 de agosto, a aniversariante foi presenteada com uma orquídea e um cartão confeccionado pelos próprios alunos da LBV, que ainda cantaram parabéns e apresentaram, em cântico, a prece ecumênica do Pai-Nosso. A dra. Eliana Calmon, ministra do Superior Tribunal de Justiça, publicou recentemente, em Brasília/DF, a 9a edição do livro Receitas Especiais. No trabalho, a autora apresenta uma série de iguarias salgadas, doces, light, diet e sugestões de pratos sem glúten. A renda com a venda da obra segue para uma entidade beneficente de Uberaba/MG. Corregedora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e membro da Corte Especial e do Conselho de Administração, a dra. Eliana Calmon autografou um exemplar do título ao dirigente da LBV: “Dr. José de Paiva Netto, com satisfação oferecemos ao senhor as nossas melhores receitas, porque simples. Com a minha admiração pelo belo trabalho à frente da LBV”. Audálio Dantas e histórias do jornalismo Nathália Valério Parabéns à ministra Tereza Campello Para comemorar oito décadas de vida, completadas em 8 de julho, o jornalista e escritor Audálio Dantas lançou, em São Paulo/SP o livro Tempo de reportagem , — Histórias que marcaram época no jornalismo brasileiro. A obra reúne alguns dos melhores trabalhos de Dantas. São textos publicados entre o fim da década de 1950 e meados dos anos 1970, em revistas populares. Neles, o autor faz uma reflexão sobre os bastidores da apuração dos fatos e sobre os desafios de transformar vida em texto jornalístico — escolhas, erros e dúvidas. Ao receber as felicitações da equipe da LBV, o jornalista, que atualmente é conselheiro da União Brasileira de Escritores (UBE) e do Instituto Vladimir Herzog, registrou em um exemplar do título a seguinte mensagem ao dirigente Os jornalistas Audálio Dantas e Juca Kfouri, em noite de autógrafos da Instituição: “Para José de Paiva Netto, com admiração pelo trabalho de unir do livro Tempo de reportagem. pessoas. Grande abraço, Audálio Dantas”. BOA VONTADE 17
  • 18. Cartas, e-mails, livros e registros Tatiane Silva Bastidores da TV Pela passagem do Dia da Televisão (11 de agosto), meninas e meninos atendidos pela Legião da Boa Vontade visitaram sedes de emissoras de TV em diversas cidades brasileiras. O objetivo do passeio foi mostrar aos pequenos a rotina de profissionais desse meio de comunicação eletrônico. As crianças aprenderam, por exemplo, como são feitos os telejornais e a produção de reportagens, além das etapas que envolvem a veiculação da informação de maneira rápida e precisa. Jean Carlos Mônica Mendes Crianças da LBV visitam a TV Bahia e aprendem sobre como funcionam os bastidores de um telejornal. Meninas e meninos atendidos pela LBV em Belo Horizonte/MG visitam a Record Minas, em comemoração do Dia da TV. Alunos do Centro de Educação Infantil da LBV em Curitiba/PR homenagearam a TV Bandeirantes pelos 30 anos de atuação da emissora na região, completados em 22 de agosto. Durante a visita, as crianças participaram do programa Boa Tarde Paraná, apresentado por Winny Amorim (foto), e entregaram à jornalista um quadro e cartões confeccionados por elas próprias. Vinicius Ramão 18 Crianças da LBV conhecem estúdio da TV Itararé, afiliada da TV Cultura, de Campina Grande/PB, e posam com a equipe da TV. Na oportunidade, os pequeninos vivenciaram a profissão de apresentador por alguns minutos. BOA VONTADE
  • 19. O cirurgião-dentista e implantodontista Ariel Apelbaum doou à Legião da Boa Vontade, no Rio de Janeiro/RJ, cinco equipamentos odontológicos, entre cadeiras, lavatórios e outros utensílios. A doação beneficiará os alunos do Centro Educacional da LBV, na capital fluminense, além das famílias atendidas nos centros comunitários de assistência social da Instituição nas cidades do Rio e de Niterói. A assistência odontológica também será feita no posto de atendimento da Obra na Comunidade dos Macacos (Vila Isabel). Em agosto, o dr. Ariel gentilmente encaminhou ao dirigente da LBV exemplar do título Samuel Rawet — fortuna crítica em jornais e revistas, organizado por Francisco Venceslau dos Santos, com a dedicatória: “Ao Irmão Paiva Netto, com carinho do amigo Ariel Apelbaum”. A obra contém entrevistas, depoimentos e textos do escritor, dramaturgo e ensaísta de origem judaica Samuel Rawet (19291984), reunidos a partir de pesquisa em jornais, suplementos literários e revistas. Fotos: Lucian Fagundes Lucian Fagundes Divulgação Dr. Ariel Apelbaum doa equipamentos odontológicos à LBV O ministro conheceu os ambientes da Pirâmide da Paz: acima, em frente ao painel A Evolução da Humanidade e, ao lado, bebe da Água Fluidificada na Nave do TBV. Ministro da Previdência Garibaldi Alves visita Templo da Paz O ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho, visitou, no dia 3 de setembro, o Templo da Boa Vontade, em Brasília/DF. Esteve acompanhado pelo chefe de gabinete do ministério, Lindolfo Sales. Na ocasião, ambos foram recebidos pelo diretor-executivo da LBV, Silmar de Almeida, e por José Eugênio Natalino e Paulo Medeiros, também representantes da Instituição. O grupo percorreu todos os ambientes do TBV, o monumento mais visitado da capital do Brasil, segundo a Secretaria de Estado de Turismo do Distrito Federal (Setur-DF). Nessa visita, o ministro reservou um tempo para conhecer, em especial, a Nave do Templo, o painel A Evolução da Humanidade (Salão Nobre) e o Memorial José de Paiva Netto. BOA VONTADE 19
  • 20. Rede Sociedade Solidária Formação profissional e humana Instituições fortalecidas, sociedade melhor LBV apoia debate sobre os rumos do Terceiro Setor no Brasil Elvira Trindade | B elo Horizonte/MG foi palco de um dos mais importantes eventos do ano no Setor Social: o 8o Encontro Nacional do Terceiro Setor, realizado em 25 e 26 de julho. O evento é promovido anualmente pelo Centro Mineiro de Alianças Intersetoriais (CeMAIS) e pela Federação Mineira de Fundações e Associações de Direito Privado (Fundamig), com a colaboração do Centro de Apoio Operacional às Alianças Intersetoriais do Ministério Público de Minas Gerais (CAO-TS/MPMG). 20 BOA VONTADE A partir do tema “Terceiro Setor no Brasil — Gestão e Participação Cidadã”, as palestras discutiram tópicos centrais para as organizações, como voluntariado, sustentabilidade, comunicação, intersetorialidade e profissionalização do setor. A Legião da Boa Vontade estendeu esse importante debate a toda a sociedade, por meio de rádio, TV, internet e publicações. O procurador de justiça e coordenador do CAO-TS Tomáz de Aquino Resende, idealizador do encontro, alertou para a necessida- Fotos: Stella Souza de de fortalecer as ações do setor. “Florescem muito as organizações; associações são criadas, fundações são instituídas. Este Terceiro Setor pujante, forte, precisa ter mais formação, capacitação, qualificação, transparência, até para se posicionar de forma a se fazer respeitar pelos outros setores e a mídia”, explicou. Essa mesma questão foi levantada pela promotora de justiça Valma Leite da Cunha. “É necessário Valma da Cunha
  • 21. A Legião da Boa Vontade é um exemplo de mobilização, de comprometimento. Está presente em todos os encontros, participativa, atuante, colaborando para esse processo de melhoria das condições sociais e ambientais. Dr. Tomáz de Aquino Resende Procurador de justiça O procurador Tomáz de Aquino Resende recebe a BOA VONTADE, edição especial, das mãos de Daniel Guimarães, apresentador do programa Sociedade Solidária, da Boa Vontade TV (canal 23 da SKY). Fundamig capacitação não somente técnica, Comunicação Para o dr. Tomáz de Aquino, o mas também humana, profissional, para que, dentro de um sentimento evento se mostrou bastante proveitoso. Segundo ele, propostas de amor ao próximo, esse foram encaminhadas aos setor consiga transformar governos federal, estadual a sociedade”, destacou. e municipal, assim como a A essas expectativas empresários e a instituições somaram-se as da diretorado Terceiro Setor. “Mais -presidente da Fundamig, Sueli Baliza de 20 Estados da federação Sueli Baliza. Para ela, o foram representados por evento simbolizou uma excelente oportunidade para as autoridades, assim como integraninstituições apresentarem os bons tes do Ministério Público, do Poder Executivo, do Poder Legisresultados alcançados, além lativo, da imprensa. Ou seja, de fomentar nos dois dias de reunimos aqui pessoas que atividades, entre os cerca de podem mudar a realidade 400 participantes, o debate que nos incomoda”, disse acerca do valor do voluno coordenador do CAO-TS. tariado. Célia Barroso O papel da comuniA dra. Célia Barroso, ouvidora-geral do Estado de Minas cação foi outro importante tema Gerais, comentou a importância de discutido. Participaram do debate renomados jornalistas da a população estar próxicapital mineira, entre os ma dos governantes: “Isso quais o diretor-executivo gera uma sensação boa do grupo VB Comunicano cidadão e nos gestores. ção, Carlos Lindenberg. É um processo de cresciEm entrevista ao programento da democracia, do exercício da cidadania”. Carlos Lindenberg ma Sociedade Solidária, da Boa Vontade TV (canal 23 da SKY), o jornalista mostrou confiança no diálogo entre mídia e Terceiro Setor: “A semente lançada cresceu e está dando frutos bastante promissores”. O painel temático conduzido por Lin- Luiz Fernando Rocha denberg contou com a intervenção do chefe de redação da rádio BandNews FM, Luiz Fernando Rocha, que discorreu sobre como veículos de comunicação tratam as ações do Terceiro Setor. “A mídia, sobretudo a televisiva, lida com espetáculo e menos com a notícia, com a formação do cidadão.” Em seguida, o jorEduardo Costa nalista, apresentador e repórter Eduardo Costa focou a influência das redes sociais na disseminação de debates sobre questões relevantes do Terceiro Setor. BOA VONTADE 21
  • 22. Esporte Fotos: Nathália Valério 1 2 3 4 Entre as personalidades que prestigiaram a noite, destacam-se: (1) o presidente do Grupo Bandeirantes, João Carlos Saad; (2) o ministro do Esporte, Aldo Rebelo; (3) o presidente do Banco Bradesco, Luiz Carlos Trabuco; e (4) o diretor de conteúdo da emissora, José Carlos Araújo (E), que recebeu os cumprimentos do coordenador de esportes da Super Rádio Brasil (AM 940), Marcelo Figueiredo. O Grupo inaugura emissora esportiva no RJ Grupo Bandeirantes de Comunicação estreou, em 26 de setembro, a primeira rádio totalmente dedicada ao esporte no Rio de Janeiro/RJ. Já presente nas capitais paulista, gaúcha e mineira, a Bradesco Esportes FM ganha, no Rio, o reforço do locutor esportivo José Carlos Araújo, mais conhecido como Garotinho, no comando da principal equipe da emissora carioca. O Hotel Copacabana Palace foi o local escolhido para o lançamento do veículo na capital fluminense. Para o presidente do Grupo Bandeirantes, João Carlos Saad, “não poderia ter um condutor melhor para essa rádio que o Garotinho. Como diz o apelido dele, ele começou muito garoto e fez uma carreira linda”. O presidente da Band também agradeceu a presença da equipe da LBV, ao mesmo tempo recordando sua amizade com o dirigente da Instituição. “Eu queria aproveitar para mandar um abraço para o Paiva, meu amigo, e para toda a família LBV, que é tão querida, tão amada por todos nós da Bandeirantes. Nós nos sentimos parte, membro da LBV, e acompanhamos há muitos e muitos anos esse trabalho bonito que vocês fazem no Brasil inteiro.” A rádio vai cobrir a programação nacional e local, com atualização do noticiário a cada meia hora. É resultado de “uma parceria de sucesso”, conforme ressaltou o empresário Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco. “São pessoas, entidades e instituições que têm sua marca registrada, e o esporte acaba galvanizando essa união de colaboração”, explicou. Também presente à ocasião, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, falou dos megaeventos esportivos que ocorrerão no Brasil, em especial os Jogos Olímpicos: “Que o país possa ter tranquilidade para continuar confiando na organização da Olimpíada de 2016, de forma a manter a credibilidade, já que nós somos o país-sede, e isso aumenta muito a nossa responsabilidade”. Garotinho afirmou considerar a atual fase da carreira muito especial. “A rádio tem um projeto que oferece oportunidade ao jovem que tem talento. Isso me faz sentir orgulho de vestir essa camisa. (...) Esse desafio mexe com o meu emocional, por transmitir minha experiência aos mais jovens.” E completou: “Meu abraço ao Irmão Paiva e a toda a equipe da Rádio Brasil*”. * Emissora da Super Rede Boa Vontade de Rádio, AM 940, no Rio de Janeiro/RJ. 22 BOA VONTADE
  • 23. Opinião Esportiva José Carlos Araújo Futebol, sim. Violência, não. José Carlos Araújo, diretor de conteúdo da Rádio Bradesco Esportes FM. É locutor esportivo e apresentador no Grupo Bandeirantes de Comunicação. | Especial para a BOA VONTADE E ncerrados os Jogos Olímpicos de Londres, estamos de volta ao esporte mais apaixonante do mundo. A janela de transferências no futebol, agora fechada, fez muitos estragos, causando o enfraquecimento de alguns times. Mesmo assim, o Campeonato Brasileiro continua disputadíssimo. Atlético Mineiro, Fluminense, Grêmio e Vasco seguem na dianteira. O Atlético-MG mostra um futebol vistoso, veloz, respaldado pela técnica refinada de Ronaldinho Gaúcho, que relembra em alguns lances o outrora craque do Barcelona. Também merecem destaque o garoto Bernard e o subestimado treinador Cuca, que mais uma vez faz um bom trabalho, apresentando novas ideias. Já o tricolor carioca apresenta um futebol de resultado. Não é plástico, mas eficiente. A base da equipe na temporada passada foi mantida. Destacam-se o goleiro Cavalieri, para muitos o melhor da posição; o garoto Wellington Nem e a sua velocidade; o artilheiro Fred; o talento de Thiago Neves e de Deco. E que ninguém despreze o Grêmio, time bem montado por Vanderlei Luxemburgo. Apresenta jogadores experientes e habilidosos como o veterano Zé Roberto e o jovem volante Sousa comandando o meio-de-campo, os artilheiros Kleber Gladiador, Marcelo Moreno e André Lima. Além disso, o meia Elano, ex-Santos, está reencontrando o bom futebol agora no tricolor gaúcho. Já o Vasco da Gama, desde o campeonato passado no G4, passou por problemas. Perdeu peças importantes como Diego Souza, Rômulo, Fagner e Allan. O rendimento caiu. As reposições não foram à altura, mas o clube de São Januário sempre surpreende. E um time que ainda conta com Juninho Pernambucano, Felipe e Dedé nunca pode ser descartado. Na briga por uma vaga no G4, aparecem com força o São Paulo do artilheiro Luís Fabiano e do talentosíssimo Lucas; o Internacional de Forlán, Dagoberto e Leandro Damião; o Botafogo do craque holandês Seedorf; e o Cru- zeiro do meia argentino Montillo. Além disso, vemos o Corinthians voltando a praticar o eficiente futebol de campeão das Américas. A surpresa na parte de baixo da tabela, na zona da degola, é o Palmeiras, atual campeão da Copa do Brasil. Tem de abrir o olho! Aliás, é preciso abrir o olho também com a arbitragem e constantes erros. O fato a ser lamentado é o ressurgimento de confrontos mortais entre as torcidas organizadas nos clássicos regionais. Para evitar conflitos, em alguns Estados, como Minas Gerais e Rio Grande do Sul, os clássicos têm torcida única. Mesmo assim, no jogo entre Cruzeiro e Galo, com o mando de campo do primeiro, torcedores se comportaram mal, atirando objetos no campo e paralisando a partida. Isso é o fim do futebol. Ele é movido pela paixão, pela festa e pela irreverência das torcidas. Espero que no próximo encontro possamos falar mais de gols bonitos, novos talentos e muita alegria e menos de sofrimento para o torcedor! BOA VONTADE 23
  • 24. Samba & História Sinônimo de resistência Nelson Sargento Memória viva do samba carioca Hilton Abi-Rihan | Especial para a BOA VONTADE | Fotos: Divulgação Da velha guarda da Mangueira, aos 88 anos, o artista relembra momentos marcantes de sua trajetória. 24 BOA VONTADE
  • 25. Clayton Ferreira Hilton Abi-Rihan, radialista, jornalista e apresentador do programa Samba & História.* A inspiração é companheira constante do compositor, cantor, escritor e também ator e artista plástico carioca Nelson Sargento. Talentoso, conhecido pela longa trajetória no cenário musical, é criador de mais de 400 canções, algumas delas produzidas com Cartola, Jair do Cavaquinho, Dona Ivone Lara, Delcio Carvalho e Alfredo Português, seu pai adotivo. Para este, musicou inúmeros sambas, a exemplo de Cântico à Natureza, em parceria com Jamelão — considerado ainda hoje um dos 10 melhores sambas-enredo da Estação Primeira de Mangueira, senão um dos mais belos de todos os tempos. Ao longo da carreira de cantor e compositor, foram muitos sambas de sucesso. Entre a composição de uma canção e outra, uma chama a atenção. “Sinfonia Imortal tem uma história muito boa. Quando eu a compus, fiz um verso, coloquei música na letra, que começa assim: ‘Quando o amor desafina /As notas que predominam /Saudades e desilusão’. Eu aprontei e descobri que aquilo não era uma primeira parte, e sim uma segunda; então, tentei fazer uma segunda, mas não fiz”, relembra. Para resolver o problema, recorreu a um grande amigo. “Chamei o Agenor de Oliveira e lhe disse: ‘Olha, eu vou te dar a segunda parte pra você fazer a primeira’. Ele olhou pra minha cara assustado e disse: ‘O quê?’. E o cara fez! Sabe como ele começou? ‘Nós dois somos um naipe de orquestra /Raios de sol pela fresta /Nas partituras do amor’.” Cântico à Natureza — de Nelson Sargento, musicado em parceria com Jamelão — é considerado ainda hoje um dos 10 melhores sambas-enredo da Estação Primeira de Mangueira. * Programa Samba & História — Na Super Rede Boa Vontade de Rádio (Super RBV), você pode acompanhar as entrevistas aos domingos, às 14 e às 20 horas. Já o telespectador pode conferi-las pela — Rede Educação e Futuro de Televisão, aos sábados e às sextas-feiras, às 22 horas, e pela Boa Vontade TV (canal 23 da SKY), aos sábados, às 22 horas, aos domingos, às 14 horas, e às quartas-feiras, às 21 horas. Quando lhe perguntam de onde vem tanta inspiração, a resposta sai imediatamente. “Vem do além, do tempo. É trazida pelo vento, sei lá”, brinca Sargento, apelido, aliás, que ganhou quando ele, Nelson Mattos, serviu o Exército na década de 1940. Algum tempo depois, o rock and roll e outros ritmos e danças estrangeiros, como a rumba, invadiram o país. A música dos morros resistiu, e Nelson foi nome importante no movimento de valorização do samba carioca. A principal arma dele? A música. Compôs então o samba Agoniza mas não morre. E explicou o autor: “A ideia foi essa mesma.
  • 26. Samba & História Samba, /Agoniza mas não morre, Alguém sempre te socorre, /Antes do suspiro derradeiro. Trecho do samba Agoniza mas não morre, de Nelson Sargento. Nelson Sargento cumprimenta o apresentador Hilton Abi-Rihan, durante o programa Samba & História, da Boa Vontade TV. Estávamos na década de 1960 e estava despontado aqui o ‘iê, iê, iê’, que seria assim um rock; e tinha outra coisa que empolgava a juventude também, uma tal de rumbeira”, lembra o cantor, entoando os primeiros versos: “Samba, /Agoniza mas não morre, /Alguém sempre te socorre, /Antes do suspiro derradeiro”. A partir de 1982, com a carreira musical há muito já consolidada, o compositor mangueirense mostrou talento também como artista plástico. Sua atuação como pintor de quadros lhe rendeu, em 1993, prêmio do Museu da Imagem e do Som. Outra premiação de grande importância em sua trajetória profissional foi o Kikito, ganhado no Festival de Cinema de Gramado, como a melhor trilha sonora com o documentário Nelson Sargento da Mangueira (1997), do cineas­ ta Estêvão Ciavatta Pantoja. “Acontece que na época não tinha prêmio para trilha sonora de curta-metragem. Começou ali, começou comigo”, comentou. Recentemente, Nelson Sargento reuniu amigos e grandes nomes da música brasileira, entre eles Beth Carvalho, Alcione, Soraya Ravenle, Áurea Martins e a bateria da velha guarda da Mangueira (da época de Cartola), Diogo Nogueira e Luiz Melodia, para a gravação do CD e DVD Nelson Sargento — Baluarte do Samba, segundo título da série documental Memória do Samba. Sonho de Bamba, Terreiro e Ministério da Economia são alguns dos sucessos presentes nesse trabalho, direcionado a escolas e bibliotecas e cujo projeto inclui ainda um livro. Ator e escritor Paralelamente à carreira de cantor e compositor, Nelson Sargento escreveu poemas (Prisioneiro do Mundo, 1994 — relançado em 2012), contos (O samba e eu, 2003) e ensaios (Pensamentos, 2008); e é coautor da biografia Um certo Geraldo Pereira (1983), sobre esse grande sambista brasileiro. No cinema, além de protagonizar o documentário Nelson Sargento da Mangueira (1997), de Estêvão Pantoja, integrou o elenco de O Primeiro Dia (1998), de Walter Salles e Daniela Thomas, e Orfeu (1999), de Cacá Diegues. 26 BOA VONTADE
  • 27. Opinião — Educação Arnaldo Niskier Linguagem popular, sim ou não? Divulgação Arnaldo Niskier | N Arnaldo Niskier, doutor em Educação, membro da Academia Brasileira de Letras (ABL) e presidente do CIEE–RJ. o debate em torno de uma conferência, na “Semana de Arte”, promovida pela Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro, no Píer Mauá, um aluno do interior perguntou se deveríamos condenar a linguagem popular, “pois esse pessoal fala de forma inadequada”. Primeiro, tivemos que esclarecer a diferença entre linguagem popular e regionalismos. Os termos utilizados por escritores como Guimarães Rosa, Rachel de Queiroz, José Cândido de Carvalho, João Ubaldo Ribeiro, Jorge Amado e Dias Gomes, para ficar apenas nesses exemplos, são típicos da cultura local, que deve sempre ser respeitada. Expressões inovadoras podem vir a figurar em dicionários e vocabulários de transmissão da norma culta ou padrão, sem nenhuma dificuldade. Os regionalismos são sempre aceitos. Em segundo lugar, existe a questão controvertida da chamada linguagem popular. O filólogo Antônio Houaiss chegou a popularizar o verbete “mengo”, diminutivo do clube mais popular do Brasil, o Flamengo. Mas ele jamais aceitaria adotar a palavra “pobrema” ou “areoporto” — e dar-lhes o status de expressão legítima do português contemporâneo. Vê-se, pois, que há uma abissal diferença entre linguagem popular e regionalismos. A prosódia, que é a forma de dizer a palavra, tem total liberdade, não se devendo exigir que um gaúcho fale com a mesma pronúncia de um paraense. Ou que, em virtude do Acordo de Unificação da Língua Portuguesa, que é eminentemente ortográfico, passemos a impor a Portugal ou a Angola, por exemplo, o nosso gostoso e incomparável sotaque. Cada povo que cuide das suas peculiaridades prosódicas. Mas escrever de uma só forma é medida de inteligência e simplificação, que já vem tarde. O Museu da Língua Portuguesa, de São Paulo/SP, realizou uma interessante e concorrida mostra, intitulada “Menas — o certo do Especial para a BOA VONTADE errado, o errado do certo”, em que todas essas questões foram debatidas por professores e especialistas. É claro que o ex-presidente Lula foi muito lembrado, pois no início do seu primeiro mandato presidencial era comum utilizar a palavra “menas”. Foi devidamente aconselhado e abandonou o hábito. Voltou à tona o “caso Jânio Quadros”, quando se atribuiu ao ex-presidente que renunciou a expressão: “Fi-lo porque qui-lo”. Uma vez, em sua residência, após a renúncia, num papo agradável, tivemos o ensejo de perguntar sobre isso. Sua resposta foi peremptória: “Senhor professor, eu nunca disse isso. Foi invenção da imprensa. A frase certa (e que eu disse) é: “Fi-lo porque quis”. Quando essas coisas se entranham e são exploradas politicamente, o que fazer? Procurei sempre esclarecer o assunto, sem muito êxito. Os puristas, especialmente os gramáticos, condenam esses equívocos, do tipo “ela está drumindo” ou “o incêndio me trouxe perca total”. São frutos da linguagem coloquial, o que se admite na fala, mas se condena na escrita. BOA VONTADE 27
  • 28. LBV é ação! Prestação de contas LBV amplia aten Unidades beneficiam milhares de famílias em A Tonin a/PA Ananindeu Vivian R. Fe rreira é Leilla Bo LaçãV! Legião da Boa Vontade trabalha incansavelmente para expandir o amparo às famílias em situação de risco social no Brasil. Nas palavras do diretor-presidente da LBV, José de Paiva Netto, “a elite de um país é o seu povo!”. Recentemente, graças à ajuda da sociedade, a A Instituição entregou ao a/P indeu público novas unidades n Ana de atendimento — Centros Comunitários de Assistência Social — em Campinas/SP e Ananindeua/PA. Além disso, segue reformando espaços e ampliando a prestação de serviços, a fim de aten- der com qualidade um número cada vez maior de crianças e jovens, como ocorre nas unidades socioassistenciais da Organização em Nova Friburgo/RJ e Manaus/AM. Nessas localidades, os programas socioeducacionais Cidadão-Bebê, LBV — Criança: Futuro no Presente!, Capacitação e Inclusão Produtiva e Espaço de Convivência beneficiam centenas de pessoas. Por meio dessas ações, os atendidos podem desenvolver capacidades, talentos e valores, exercer direitos e ter a autoestima melhorada; enfim, vivenciam a cidadania. Número de atendidos triplica em Campinas Uma das grandes forças econômicas do interior paulista, Campinas reúne atrativos culturais, além de ter importante valor histórico. É responsável por pelo menos 15% da produção científica nacional e surge como terceiro maior polo de pesquisa e desenvolvimento brasileiro. Esse cenário de pujança levou o município a um intenso crescimento populacional — a cidade conta hoje com mais de um milhão de habitan- Em Ananindeua/PA, a LBV inaugurou um moderno Centro Comunitário de Assistência Social, na Av. Claudio Saunders, lote 173, Centro, tel. (91) 3250-3192. 28 BOA VONTADE
  • 29. dimento no país situação de risco social no Norte e no Sudeste João Miguel Campinas/SP João Miguel tes, parte deles em situação de risco social. Por esse motivo, a LBV entregou à população, em 14 de dezembro de 2011, a segunda unidade do Centro Comunitário de Assistência Social, localizada na região do Distrito Industrial de Campinas (DIC). No lugar, registra-se número significativo de pessoas que vivem em “aglomerados subnormais” (favelas, barracos, invasões), conforme o Censo Demográfico de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Durante a cerimônia de inauguração do Centro Comunitário, a assistente social Neide Fernandes, da prefeitura de Campinas, afirmou: “Essa região tem muitas famílias que vivem em situação de risco. Vejo que o sonho se transformou em realidade. Este é o melhor presente que alguém poderia dar a este povo tão sofrido”. O espaço tem capacidade para atender diariamente 200 pessoas, o Campinas/SP O novo Centro Comunitário de Assistência Social da LBV em Campinas/SP tem capacidade para atender diariamente 200 pessoas; somando-se o resultado da unidade de Vila Rica, a Instituição triplicou o atendimento na cidade. BOA VONTADE 29
  • 30. Leilla Tonin LBV é ação! Manaus/am Leilla Toni n s/am Manau Colabore expansão na d trabalhoeste . Aces se www.eua judoamu dar.org 30 BOA VONTADE Manaus/AM possui um moderno Centro Comunitário de Assistência Social. Tudo foi planejado para garantir s. comodidade e segurança aos atendido que, somado ao resultado das novas instalações da unidade de Vila Rica, em atividade desde a década de 1950, fez com que o serviço prestado pela Instituição na cidade triplicasse. Dessa forma, contribui para melhorar a qualidade de vida da população campineira. Em Ananindeua, foco na infância e juventude Segundo município mais populoso do Pará, Ananindeua ganhou da LBV nos primeiros meses deste ano um moderno Centro Comunitário de Assistência Social. Ali são desenvolvidos, no contraturno escolar, os programas LBV — Criança: Futuro no Presente! e Espaço de Convivência. Localizada em uma área de quase 500 metros quadrados, a unidade abriga quadra esportiva, vestiários, refeitório, cozinha e salas de atividade. Tudo foi planejado para garantir comodidade e segurança: da instalação de piso antiderrapante ao uso de salas arejadas, equipamentos modernos e adequados à faixa etária do atendido. A exemplo das demais unidades socioassistenciais da LBV, em Ananindeua as crianças e adolescentes têm acompanhamento de uma equipe multidisciplinar. Para a assistente social da LBV Emara Corrêa,“os programas desenvolvidos contribuem para o
  • 31. “Na LBV tem tudo de bom!” “A credibilidade da LBV é muito grande. Por isso, confiamos plenamente nesse trabalho frutífero, que ajudará tantas pessoas.” A rotina da família de Rosângela Aparecida de Oliveira Santos, mãe de duas crianças, mudou para melhor depois que conheceu a Legião da Boa Vontade, em Campinas/SP Vivendo em uma casa com . 11 pessoas, incluindo filhos, cunhados e sobrinhos, a matriarca soube desde o início que podia contar com o apoio da LBV na formação dessas crianças. O primeiro da família a conseguir atendimento na LBV foi seu filho Victor Hugo, de 13 anos. Em seguida, veio o primo Júlio César, de 12. Começava aí uma transformação no cotidiano dessa família. “Consegui tirá-los da rua. Foi a melhor coisa que aconteceu. Na LBV tem tudo de bom! Os meninos sempre comentam sobre a comida, as atividades, o futebol na quadra, coisa que antes eles não tinham. Estão gostando muito do novo espaço”, afirmou, satisfeita. O apoio da Instituição tem reflexo até na renda familiar, segundo Rosângela. “Os gastos em casa diminuíram. Eles chegam da escola e já vão para a LBV. Os nossos filhos são muito bem tratados.” Em Campinas, uma unidade da LBV está localizada na Rua Professora Maria Cecília Tozzi, 391, Vila Rica, tel. (19) 3227-3888; e a outra, na Rua Tarsila do Amaral, 10, Jardim Profilurb, tel. (19) 3224-3033. Ismênia Oki Diretora do Departamento de Operações de Assistência Social (Doas) protagonismo deles e proporcionam acolhimento social, melhorando o convívio familiar desses jovens”. Manaus: reforma e ampliação Para o bairro Cachoeirinha e comunidades próximas em Manaus/ AM, uma boa notícia, especialmente para crianças e adolescentes: as novas instalações do Centro Comunitário de Assistência Social da LBV. Desde a década de 1980, a Instituição mantém na capital do Amazonas essa unidade socioeducativa, oferecendo auxílio material e apoio psicológico a famílias de baixa renda. Com a reforma, o Centro Comunitário passou a ter salas mais amplas e bem arejadas, novo refeitório, um parque e uma quadra poliesportiva, para atividades recreativas, o que possibilitou duplicar o número de pessoas atendidas. Nova Friburgo (1) Projeto gráfico da reforma do Centro Comunitário de Assistência Social da LBV em Nova Friburgo/RJ. (2) Após a reforma do Centro Comunitário de Assistência Social, a Instituição atenderá um número ainda maior de crianças, jovens e adultos na cidade. Nova Friburgo/RJ 2 Nathália Valério 1 BOA VONTADE 31
  • 32. Cultura Abrindo o coração Distinção ao Brasil echávamos esta edição quando recebemos a grata notícia da nomeação da escritora carioca Nélida Piñon para a função de Embaixadora Ibero-Americana da Cultura. A honraria, concedida pela Secretaria-Geral Ibero-Americana (sediada em Madri), investe a autora brasileira da missão de promover a cooperação cultural entre Estados latino-americanos, Portugal e Espanha. A cerimônia que formalizou a nomeação da também jornalista e imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL) ocorreu em Cádiz, na Andaluzia, sul da Espanha, em 21 de setembro. O título significa o reconhecimento ao trabalho de uma autora que, como poucos na arte, personificou a alma de dois continentes unidos por duas línguas e pela história. Sobre a homenagem, declarou Nélida: “Não esperava ser investida, em Cádiz, com o título de Embaixadora Ibero-Americana da Cultura, em uma cerimônia de rara transcendência e simbologia. Isto é, ganhar uma representação que cobre as Américas de língua espanhola e portuguesa, e ainda a Península Ibérica, Portugal e Espanha. É uma honra, contudo, que traz consigo encargos e desígnios, de que não me 32 BOA VONTADE furtarei. Afinal as Américas somos nós, são o espelho no qual nos refletimos. Quanto a mim, há muitos anos perambulo por suas terras com o sentimento de lar”. Nascida no bairro de Vila Isabel, Nélida Cuiñas Piñon é a quinta ocupante da cadeira no 30 da ABL. Em entrevista à BOA VONTADE, em julho, a escritora relembrou fatos marcantes na vida, o início da carreira, sem esquecer as ponderações sobre o próprio exercício da profissão. Na conversa, também explicou como a origem espanhola da família — vinda da Galiza — e o amor pelo Brasil fizeram dela uma cidadã planetária. Na história dessa renomada autora, destaca-se o fato de ela ter sido a primeira mulher a presidir a ABL, a Casa de Machado de Assis, em 1996-1997. Nélida foi, ainda, a primeira escritora de língua portuguesa a ganhar o prêmio Príncipe de Astúrias das Letras, na Espanha, pelo conjunto da obra. Durante a entrevista, a acadêmica enviou saudações ao diretor-presidente da Legião da Boa Vontade, José de Paiva Netto, cumprimentando-o pelos 56 anos de trabalho na Instituição. Ao mesmo tempo, agradeceu o apoio que sempre recebeu da LBV. “É um grande trabalho que ele faz e vocês fazem. E devo dizer em público que ele, em sua presidência, participou muito e ativa- Arquivo pessoal F A escritora Nélida Piñon é nomeada Embaixadora Ibero-Americana da Cultura
  • 34. Cultura Selmy Yassud fundam esta Casa. Éramos tão pobres! Não havia dinheiro, não havia nada. Então, a academia foi crescendo, de certo modo, sob o impulso do amor de seus membros e o talento excepcional desses acadêmicos. CORDIAL ENCONTRO DE AMIGOS DA CULTURA: Paiva Netto cumprimenta fraternalmente a então presidente da Academia Brasileira de Letras, ilustre escritora Nélida Piñon, em 1997. Também confraternizam dois saudosos amigos: jornalista dr. Barbosa Lima Sobrinho (à época, presidente da Associação Brasileira de Imprensa) e sua simpática esposa, Dona Maria José. mente da minha presidência, quando coincidiu com o centenário da Casa. Certas coisas que precisava, naquele momento nós não tínhamos recursos, eu solicitei e fui sempre atendida. De modo que, para mim, é um prazer especial estar aqui. Um abraço ao doutor Paiva Netto, professor.” BOA VONTADE — Como surgiu a ABL? Nélida Piñon — É uma instituição excepcional. A Academia Brasileira de Letras surge em um país pobre, sem grandes aspirações culturais, com instituições frágeis... De repente, alguns jovens decidem que poderíamos ter uma academia, uma réplica da francesa. Eles buscam os grandes nomes da época, com prestígio consolidado: Machado de Assis, Joaquim Nabuco e outros; e Autora lança Livro das Horas Imaginar-se em meio a paisagens históricas e místicas, refletir intensamente sobre a vida, revolver confidências e inquietações da Alma, dialogar com o pensamento de autores clássicos como Homero e Sófocles e, ao mesmo tempo, trocar ideias com grandes escritores contemporâneos. Isso tudo e um pouco mais o leitor encontra no Livro das Horas, de Nélida Piñon. O lançamento da obra, em agosto no Rio de Janeiro/RJ, reuniu colegas acadêmicos da escritora, atores e outras personalidades. Na oportunidade, a autora encaminhou ao dirigente da LBV um exemplar do novo título, com a dedicatória: “Ao querido Presidente Paiva Netto, sempre notável homem de cultura e de causa humanística. Da admiradora Nélida Piñon. Rio, 15/8/2012”. 34 BOA VONTADE BV — A sua origem é espanhola, galega... Nélida — É verdade, sou de origem galega. Meu avô Daniel, gosto muito dessa imagem, atravessou o Atlântico para me oferecer de presente a majestade da língua portuguesa. Isso me anima muito, agrada demais. Nasci em uma casa espanhola... Hoje, vejo claramente que sou uma mulher de duas culturas, e mais do que duas culturas, sinto que a minha cabeça circula pelo mundo: é grega, é latina, é hebreia, é palestina, é árabe, é tudo! Essa inclinação para as grandes civilizações pretéritas me ajudou a pensar o mundo, a contar até a minha história. Ainda pequena, já me dava conta disso... de que as comidas da casa dos meus avós, dos meus pais, eram diferentes da comida brasileira. Também havia comida brasileira, mas pensava: “Como que eu podia ser igual a uma coleguinha se comia polvo?”. (...) Tomo esse polvo como símbolo de certa distinção, de uma imaginação que fatalmente tinha de ser diferente. Mas, em compensação, a família inteira passava longas temporadas no sul de Minas Gerais. BV — E a paixão pela literatura, como nasceu? Nélida — Eu tive esse lar muito pródigo de histórias, narrativas, com uma família amorosa. Então, com 9, 10 anos, na ânsia de contar os acontecimentos, escrevia umas historinhas.
  • 35. BV — A senhora tem um interesse especial pela Bíblia Sagrada? Nélida — Muito! Fui sempre uma grande leitora, desde menina. Estudei em colégio alemão e, pelo fato de ser da terra de Lutero, ensinavam muito a Bíblia, o Antigo e o Novo Testamentos; eu me apaixonei pela leitura. Acho o Antigo mais narrativo. O Novo tem uma teologia extraordinária. Meu Deus, eu não posso me imaginar enveredar pelo mundo, por seus mistérios, sem a leitura da Bíblia! Porque é interessante que se pense que toda a cultura ocidental tem fundamento nela e no mundo grego; por eles, você entra no coração da Humanidade. BV — Depois do bem elaborado A República dos Sonhos e sua metáfora do Brasil, enveredou pelos caminhos do Oriente... Nélida — Eu conhecia bastante a literatura, a cultura e a civilização árabes, frequentava o mundo da Judeia pelo Antigo e Novo Testamentos; e diga-se de passagem, você se torna um cidadão do mundo lendo o Novo Testamento. Então, quando Divulgação SEGIB/Madri/Manuel Fernández Naquele tempo não havia grampea­ dor, então, costurava três, quatro folhas, fazia uns desenhos péssimos, bandeirinhas, e vendia para meu pai. Eu combinava o desejo de que ele me lesse com a questão dos direitos autorais. Desde pequenininha queria ser escritora, e o que me moveu foi a paixão pelo meu ofício; a carreira é consequência. Claro que tenho que sobreviver, sou uma profissional, mas sou, sobretudo, escritora que amou, ama e vai amar, até os últimos dias, a literatura. A escritora carioca Nélida Piñon é nomeada Embaixadora Ibero-Americana da Cultura, em cerimônia realizada em Cádiz, na Espanha, em 21 de setembro. pretendi escrever um romance que exaltasse a imaginação humana, escolhi o mundo árabe, do deserto, que cria uma nova civilização, consolida uma nova religião com muitos profetas. (...) Eu me dediquei muitíssimo, com muita pesquisa; cheguei a ler o Alcorão três vezes. Eu sabia tudo, porque estava vivendo em função daquele universo, daquela geografia (...). Ganhei vários prêmios com esse romance, o Vozes do Deserto. BV — Que elementos compõem um bom texto? Nélida — O texto é uma arte. Primeiro, aprender a escrever, tem de saber como contar a história, torná-la verossímil, aceitável, fazer com que ela tenha eficácia, que o leitor seja convencido e acredite que aquela história é a única possível. É interessante criar estratégias, um mínimo toque de melodramático. Os grandes escritores têm repulsa pelo melodrama; eu não tenho, é o equilíbrio (...). Aquele pequeno excesso vai mobilizar as emoções do leitor e as emoções pungentes dos personagens, porque passam a encarnar o ser, as pessoas. O personagem não é uma ficção pura, é uma ficção, mas encarna a comunidade humana. Ele tem plasma, carne, detritos, tem tudo que nos envergonha e tudo que nos honra. BV — A primeira mulher a presidir a ABL. O que isso representou para a senhora? Nélida — No início, pareceu-me tudo natural. Acho que foi muito importante na minha vida, mas fui vendo isso com o tempo. Senti de perto certo peso da língua, como se eu não tivesse vivido já o peso da língua com a minha obra. Isso me fez muito bem. Há uma frase que desapareceu da minha vida após a presidência, a qual, inclusive, assinalei em meu discurso de posse. Eu começava dizendo: “Sou brasileira recente”, uma frase de efeito. De algum modo, em algum lugar do meu coração, essa frase desapareceu, e eu me sinto a brasileira mais antiga de todos os tempos. BOA VONTADE 35
  • 36. Mônica Mendes Acontece em Minas Gerais Vista parcial da unidade da LBV em BH B e l o h o r i z o n t e / M G Trabalho que faz a diferença LBV recebe Medalha do Mérito Resgate da Cidadania Elvira Trindade | A Representando o dirigente da Legião da Boa Vontade, Ronei Ribeiro, responsável pela LBV em Minas Gerais, recebe a Medalha do Mérito Resgate da Cidadania. 36 BOA VONTADE Fotos: Stella Souza Legião da Boa Vontade recebeu a Medalha do Mérito Resgate da Cidadania, concedida pela Rede Mineira da Cidadania, durante sessão solene da Câmara Municipal de Belo Horizonte, em 2 de julho. A honraria é uma homenagem a instituições, organizações sociais, empresas, líderes comunitários, educadores, dirigentes e demais
  • 37. Maria Amélia Primeiros passos na arte Lápis, pincel, tela, tinta e papel unidos ao dom e à técnica podem resultar em belas obras de arte, ainda que produzidas por mãos pequeninas. Foi o que ocorreu com as meninas e meninos atendidos pela Legião da Boa Vontade em Montes Claros/MG. Sob a orientação da professora Sibéria Maria de Almeida, da Secretaria Municipal de Cultura e voluntária na LBV na Oficina de Arte e Cultura realizada pela Instituição, como uma das ações do programa LBV — Criança: Futuro no Presente!, a garotada produziu peças que foram expostas, em junho, na galeria de artes do Centro Cultural Hermes de Paula. A mostra, que abordou a temática da Paz, exibiu trabalhos das crianças nos quais elas brincaram com cores, linhas, pontos e simetrias. O objetivo da oficina foi o de desenvolver nelas habilidades criativas e cognitivas, percepção visual, imaginação e o gosto pela arte. O artista plástico Walmir Alexandre, artesão e ceramista, apoiou a iniciativa. “É uma honra participar dessa exposição de artes das crianças da LBV, que realiza um trabalho de grande valor em todos os setores da sociedade. Que o Divino Espírito Santo ilumine esta Instituição para que continue nessa obra.” A ação cultural também foi aplaudida por Aroldo Pereira, criador e curador do Salão Nacional de Poesia Psiu Poético, realizado pela Secretaria Municipal de Cultura. “A LBV está de parabéns por esta genial iniciativa. Sem esse carinho, afeto e compromisso social, a Educação não avança, o futuro acaba comprometido”, destacou. Em Poços de Caldas/MG, o artista plástico Marcelo Abuchalla conheceu, em 22 de maio, a unidade de atendimento da LBV e o trabalho desenvolvido pela Instituição no município. Dias depois (foto), a garotada atendida pela LBV, a convite do artista, visitou o Atelier e o Espaço Cultural da Urca, onde Marcelo organizou exposição em homenagem aos 100 anos de Bruno Filisbert, o primeiro artista plástico da cidade. Priscila Petreca pessoas e órgãos que atuam de maneira voluntária em projetos que favorecem comunidades socialmente vulneráveis. A indicação e a aprovação dos nomes ficam a cargo do Conselho de Agraciamento, constituído de voluntários de diversas classes sociais e profissões. Na entrega da medalha, o apresentador do programa Balanço Geral, da TV Record Minas, Mauro Tramonte jornalista Mauro Tramonte, igualmente agraciado com o prêmio, afirmou: “Tenho uma admiração pelo trabalho da LBV; pode ter certeza disso. Ótimo trabalho, um voluntariado maravilhoso, que é conhecido em todo o Brasil e no exterior também. É inquestionável o trabalho de vocês, e quem sou eu, pertinho da Legião da Boa Vontade, para falar alguma coisa?! Um grande abraço à LBV”. Presente à cerimônia, o vice-presidente da Associação Mineira de Rádio e Televisão (Amirt), Marcos André Carneiro Naves, parabenizou a ação socioassistencial e educacional desenvolvida, há mais de 60 anos, pela Legião da Boa Vontade. “A gente conhece bem o trabalho da LBV. Eu Marcos Naves me sinto ainda mais honrado em receber esta homenagem ao lado de instituições como a LBV. Isto dá mais peso a esta homenagem e deixa a gente cada vez mais satisfeito. Muito obrigado!”, disse. BOA VONTADE 37
  • 38. Comunicação Trabalho, família e automobilismo Otavio Mesquita Décadas de jornalismo e bom humor Mariane de Oliveira | Fotos: Vivian R. Ferreira C onsiderado um dos precursores do jornalismo informal na televisão brasileira, o publicitário e apresentador Otavio Mesquita comemora 28 anos de carreira na televisão, sendo 25 deles como apresentador. Ainda criança, como quase todo menino de sua geração, tinha o desejo de ser piloto de Fórmula 1, sonho este que cedeu lugar à comunicação. Natural de Guarulhos/SP, 53 anos de idade, Otavio se formou jornalista, mas ingressou na Band — Rede Bandeirantes de Televisão — como contato publicitário. Posteriormente, estreou como apresentador com o programa Perfil, no ar durante uma década, passando pela extinta TV Manchete, pelo SBT e pela Rede TV!. À frente, desde 2001, da atração A Noite é uma Criança (atual Claquete), na Band, Otavio concilia o trabalho com duas outras paixões: a vida em família e o automo- 38 BOA VONTADE bilismo — é piloto na categoria turismo. Esbanjando talento e bom humor durante entrevista concedida à BOA VONTADE, o dono da bem-sucedida Mesquita Marketing & Mídia recordou passagens marcantes de sua trajetória profissional e em família. Na oportunidade, também saudou o diretor-presidente da Legião da Boa Vontade por seu trabalho à frente da Instituição: “Primeiro queria parabenizar o Paiva Netto, essa figura tão querida por todos, que só faz o Bem. Eu acompanho o trabalho de vocês (...). Um abraço e que Deus lhe dê saúde e, acima de tudo, essa ética, essa postura que você tem de ajudar os outros”. BOA VONTADE — Antes de falarmos sobre a carreira na TV, conte como começou a se interessar pelo automobilismo. Otavio Mesquita — Tenho uma história muito bacana com o automobilismo. Quando era criança, como todo moleque, desejava ser piloto de Fórmula 1, tinha uma paixão muito grande por esse esporte. Não consegui porque tinha de trabalhar, era de uma família relativamente simples. Trabalhei como empacotador em supermercado, fui engraxate... não que eu precisasse, mas queria ganhar um dinheirinho para comprar as minhas coisinhas. Mas tinha um plano B. Aliás, todos deveriam ter um plano B em tudo na vida. E o meu era ser “famosinho”. Eu só estreei no automobilismo aos 30 anos e, durante minha volta de apresentação, agradeci a Deus: “Obrigado, Senhor! Estou realizando parte do meu sonho, mas eu preciso andar num Fórmula 1, custe o que custar!”. BV — E realizou esse sonho... Otavio Mesquita — Quando fiz 40 anos, viajei para a França. No
  • 39. autódromo de Magny-Cours, aluguei um Fórmula 1, o carro da Benetton do Giancarlo Fisichella. Dei doze voltas. Saí do carro aos prantos e agradecendo a Deus o fato de ter realizado o sonho de minha vida. De repente, o próprio piloto do carro foi lá ver quem era que estava andando tão ruim. Expliquei a ele que se tratava de um sonho e que um dia teria um carro dele na minha casa. Ele não acreditou e falou assim para mim: “Ah, nem eu tenho. Não acredito, não!”. Quando fiz 47 anos, achei o carro dele, que ganhou o GP Brasil 2003, trouxe para o Brasil e hoje está pendurado na minha casa. É o maior troféu que tenho, de perseverança, de sonho, de busca... É o meu cantinho, onde eu olho de vez em quando, tomo um café e falo: “Você está aí, obrigado!”. Sonho é uma coisa que tem de ser conquistada. BV — E o Fisichella? Otavio Mesquita — Simplesmente, mandei uma foto para ele dizendo que o carro estava aqui. Ele estava atrás desse carro, e eu o achei em Londres [Inglaterra]. Na época, falei para o Fisichella que o carro estava à venda, mas não estava. Só queria que ele fosse à minha casa. Quando ele chegou em casa, isso em 2007, olhou para o automóvel e disse: “La mia macchina! [La] più bella macchina!” [O meu carro! O carro mais bonito!]. Foi quando eu falei: “Olha, tem um detalhe: não vou te vender, não! Você não está lembrando de mim? Eu sou aquela pessoa que, em 2000, andou no seu carro e falou que ia tê-lo um dia. Então você errou, eu consegui, rea­ lizei um sonho”. Nunca mais ele “Meu pai falava que a maior malandragem é a honestidade, porque sendo honesto você conquista muita coisa.” BOA VONTADE 39
  • 40. Comunicação pegar uma credencial e havia faltado um repórter no Rio de Janeiro; de repente, o diretor falou: “Otavio, você não está fazendo jornalismo?”, e eu confirmei: “Estou”. Foi quando ele disse: “Então, você vai agora para o Monte Líbano (clube do Rio de Janeiro), porque o repórter faltou e eu preciso fazer uma chamada ao vivo no Jornal da Band”, naquela época apresentado pelo Joelmir Beting. Eu estava no lugar certo, na hora certa, com a pessoa certa, um pouco de sorte, um pouquinho de talento e vontade de trabalhar. Apaixonado por Fórmula 1, Otavio Mesquita expõe em seu escritório, na capital paulista, objetos de sua coleção: miniaturas de carros de corrida, troféus, capacetes e macacões de piloto. deixou de ser meu amigo. O carro está autografado; foi uma grande emoção em minha vida. BV — Como concilia essa paixão com as atribuições diárias de publicitário e apresentador de TV? Otavio Mesquita — É muito simples: transformei o meu hobby, a minha paixão em negócio. Acho que isso é uma qualidade que algumas pessoas deveriam ter, ou seja, conseguir trabalhar naquilo que realmente gostam. No meu business, 50% é televisão, meu negócio principal; 25% é automobilismo; e 25% de outras atividades. Eu vendo desde biscoito amanteigado até contratos multinacionais, faço de tudo! Hoje me dedico ao esporte nos fins de semana, quando tem, e ao automobilismo uma vez por mês... Tento administrar. Basicamente, você tem de ter organização. 40 BOA VONTADE BV — E o início na TV? Otavio Mesquita — A televisão para mim é coisa séria. Lembro a primeira vez que quis fazer TV, estava com 14 anos. Em Guarulhos, havia uma loja de uma rede famosa, nós paramos em frente a ela e eu olhei para uma televisão; era uma transmissão ao vivo. De repente, todo mundo disse: “Pô, Mesquita, que legal!”, e aí falei: “Legal não é ver, legal é estar lá dentro!”. Foi o primeiro ímpeto que tive de querer fazer televisão. Tudo começou com essa vontade. Pus isso na cabeça, busquei trabalhar no mercado, virei publicitário, trabalhei em agências, com personagens infantis, até chegar à Bandeirantes como contato publicitário. BV — Foi quando surgiu uma grande oportunidade? Otavio Mesquita — Na década de 1980, estava na emissora para BV — É difícil fazer televisão no Brasil? Otavio Mesquita — Entrar para a televisão é muito fácil, o duro é permanecer nela. Hoje é complicado, porque você tem de dar audiên­ ia e, c ao mesmo tempo, faturar e ter prestígio. Então, é difícil. Fazer humor especificamente não é fácil, não, mas estou muito atento às mudanças. A cada dois anos e meio, três, tento me reinventar, mudo o nome do programa, o formato é o mesmo, acrescento colaborador, jornalista... BV — Como é sua relação com a família no dia a dia? Otavio Mesquita — A família para o homem é o alicerce de tudo. Não consigo me imaginar sem a minha. Tem que ter um porto seguro, sabe? Eu almoço em casa todos os dias, já cancelei uma reunião de negócio importante para levar meu filho Pietro ao médico. A primeira vez que o levei, ele olhou para mim e disse a seguinte frase: “Bigado, papai”; foi melhor do que se eu tivesse ouvido: “O nosso negócio
  • 41. BV — Você é muito ligado à Espiritualidade, ao sentimento de religiosidade... Otavio Mesquita — Sim. Creio em Deus, tenho fé... acredito numa força superior incrível. O homem sem fé não consegue se entender. Essa fé eu tento levar para minha família, e ela também me dá isso. Minha mulher, Melissa Wilman, também é muito espiritualizada. A gente tem uma reunião de oração semanalmente... Eu não vou a todas, porque estou fora às vezes, mas é bem gostoso, é bem intenso. É importante entender um pouco a palavra de Deus. BV — Que recado gostaria de dar aos leitores da BOA VONTADE? Otavio Mesquita — Primeiro, quero agradecer demais a vocês. Depois, quero dizer que não sou nenhum dono da verdade, mas acho que uma pessoa não consegue fazer nada dar certo se não tiver algumas particularidades... é o que procuro ensinar para meus filhos pequenos: honestidade, éti- ca, fazer o Bem, gentileza e amar o planeta. Se o meu avô tivesse ensinado ao meu pai a fechar a torneira, a não desperdiçar água, a não jogar lixo no chão, a separar o plástico; e o meu pai tivesse me dado essa educação, e todo mundo tivesse educação, o nosso planeta Creio em Deus, tenho fé... acredito numa força superior incrível. O homem sem fé não consegue se entender. Essa fé eu tento levar para minha família, e ela também me dá isso. Minha mulher, Melissa Wilman, também é muito espiritualizada. A gente tem uma reunião de oração semanalmente... estaria um pouco melhor. Lembro que meu pai falava que a maior malandragem é a honestidade, porque sendo honesto você conquista muita coisa. Acreditando em Deus, você tem um porto, um ombro amigo. Fazendo o Bem, faz bem a si próprio. Otavio Mesquita sempre apoia a campanha de Solidariedade da LBV Ivan Shupikov está fechado”. Não sei se com 30 anos faria isso; aliás, muitas vezes não fiz. Ser pai aos 50 me ajudou a ter um conceito mais forte sobre a família. Em seu escritório, Otavio recebe a reportagem da BOA VONTADE, que o presenteia com uma caneca e um cartão confeccionado pelas crianças da LBV. Em agradecimento, o jornalista ofereceu lembranças a elas (no destaque). BOA VONTADE 41
  • 42. Acontece na Paraíba Durante a visita, o monitor de física Jhonatham Kleber mostra como funciona uma usina hidrelétrica. J o ã o P e s s o a / P B Consciência sustentável Crianças da LBV aprendem sobre uso racional e eficiente da energia elétrica Texto e fotos: Jean Carlos M eninos e meninas atendidos pela Legião da Boa Vontade na capital paraibana fizeram uma visita ao Espaço Energia, museu e complexo 42 BOA VONTADE didático e interativo instalado na Usina Cultural da Energisa, em 31 de julho. Acompanhadas pelo supervisor do local, o físico José Abdon, as crianças aprenderam, de forma lúdica, sobre as teorias de formação do Universo, os princípios da Física e a história da eletricidade e seu uso sustentável e eficiente.
  • 43. Menina atendida pela LBV participa de experimento com energia elétrica O passeio incluiu atividades práticas, como experiências com ele­ tricidade e demonstração de como utilizar a energia elétrica de forma racional. Também foi apresentada a evolução de eletrodomésticos, como o rádio, o video­ assete, o tec levisor, a geladeira e o computador. Sobre o objetivo do passeio, o estagiário de história do Espaço Energia, Inácio Luís, explicou: “Essas atividades tentam conscientizar as crianças sobre o uso eficiente da energia elétrica, por meio de experimentos e da história do uso doméstico da eletricidade desde o século 19 até o 21”. Na oportunidade, José Abdon destacou a parceria da Energisa com a LBV. “É uma forma de criar vínculos de conscientização, principalmente, com essa faixa etária, que é o nosso futuro. O museu [Espaço Energia] está à disposição para esse tipo de contribuição para a formação de uma mentalidade mais preservativa na vida dessas crianças.” Visite, apaixone-se e ajude a LBV! Palestra educativa Crianças, adolescentes e famílias atendidas pela LBV na capital paraibana acompanharam recentemente palestra ministrada por funcionários da Energisa. O tema foi o uso racional e seguro da energia elétrica. A iniciativa faz parte do projeto Energisa Comunidades, que beneficia famílias em situação de risco social. Os atendidos da LBV receberam informações sobre o uso consciente da energia elétrica por meio de dicas básicas para o dia a dia. A palestra ainda tratou da importância da preservação do meio ambiente e como isso contribui para a qualidade de vida na comunidade. Por fim, os funcionários da Energisa doaram às famílias lâmpadas fluorescentes, mais econômicas, para uso doméstico. De acordo com o supervisor de projetos da empresa, Weber Andrade, a parceria com a Legião da Boa Vontade atende plenamente aos objetivos do projeto. “A LBV é reconhecida mundialmente pela forma como atua em projetos e ações sociais com famílias de baixa renda. Vejo com bons olhos essas ações com a comunidade local”, afirmou. Em João Pessoa/PB, o Centro Comunitário de Assistência Social da LBV está localizado na Rua das Trincheiras, 703, Centro — tel. (83) 3198-1500. BOA VONTADE 43
  • 44. Saúde Atenção aos primeiros sinais shutterstock.com Otorrinolaringologia: Um dos maiores especialistas do país fala sobre os cuidados com os ouvidos Como anda a sua audição Mariane de Oliveira 44 BOA VONTADE
  • 45. BOA VONTADE — O que é a síndrome de Ménière? Dr. Jair de Castro — É uma doença já muito bem estabelecida depois de meados do século 19. Caracteriza-se por uma tétrade, ou seja, a perda de audição, o zumbido, a tontura e a sensação de pressão no ouvido. Essa é a imagem clássica da doença. Às vezes, um [sintoma] predomina mais do que o outro; às vezes, mais surdez ou tontura, mais zumbido ou pressão ou, então, eles estão mais ou menos equilibrados. BV — Que situação indica a hora de ir ao médico? Dr. Jair de Castro — Se a pessoa apresenta um evento por algumas horas e desaparece, não tem mais, não há necessidade [de ir ao médico]. Mas, se se repete ou se mantém, vale a pena investigar. Costumamos chamar a atenção para o ouvido tanto a parte da audição quanto a parte do equilíbrio, pois esse sistema funciona como termômetro de nossa saúde. Se o ouvido apitou, se diminuiu a audição ou há tontura, provavelmente está ocorrendo alguma coisa a distância... Cada paciente tem as suas características, a doença é a mesma. BV — Existe procedimento específico para detectar a doença? Dr. Jair de Castro — Na otorrinolaringologia, temos uma rotina bastante semelhante à de outras especialidades. A gente procura saber detalhes... o tempo, a incidência, a frequência [dos sintomas relatados], a profissão Nathália Valério Z umbido, perda auditiva, tontura e sensação de pressão no ouvido são sintomas indicativos de uma doença ainda pouco conhecida: a síndrome de Ménière*. Embora não devidamente divulgado, o problema precisa de atenção aos primeiros sinais. Em julho, na capital paulista, essa doença foi tema de ampla discussão entre especialistas durante o 2o Simpósio Internacional de Otologia Starkey, que contou com o apoio da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), entre outras instituições. A convite da BOA VONTADE, um dos mais renomados e respeitados otorrinolaringologistas do Brasil esclareceu as principais dúvidas a respeito dessa patologia. De acordo com o dr. Jair de Carvalho e Castro, que chefia o serviço de otorrinolaringologia da 2a Enfermaria da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, a síndrome de Ménière pode ocorrer em qualquer idade, porém, é mais frequente em adultos na faixa de 40-50 anos, com pequena preponderância em mulheres. Na entrevista, o médico também alertou para os cuidados necessários à manutenção da saúde auditiva. Dr. Jair de Carvalho e Castro, chefe do serviço de otorrinolaringologia da 2a Enfermaria da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro. do paciente, a idade, se tem algum problema de saúde, se usa medicamentos em excesso etc. Tudo isso é muito importante para entender com que paciente se está lidando. A partir dessas informações é estabelecido, primeiro, um exame físico, no qual a gente observa nariz, garganta, ouvido. O segundo passo é a investigação por exames complementares: a audiometria, a imitanciometria, a eletrofisiologia da audição e um mais específico para a Ménière, que se chama eletrococleografia. BV — Com isso é possível confirmar o diagnóstico? Dr. Jair de Castro — Através desses exames, a gente pode ter uma informação bastante apurada de como está funcionando o * A incidência e prevalência da doença de Ménière variam bastante, segundo muitas pesquisas: entre 3,5/100 mil e 513/100 mil. Um amplo estudo com mais de 60 milhões de pessoas encontrou prevalência de 190 casos a cada 100 mil habitantes (1,89 mulheres para cada homem), a qual aumenta com a idade. As limitações provocadas pela doença são substanciais, especialmente na qualidade de vida (Alexander TH, Harris JP Current epidemiology of Meniere’s Syndrome. Otolaryngologic Clinics of North America. 2010 Oct; 43(5):965. 70 — fonte: Fisioterapia em Evidência, 27/8/2010, www.fisioterapiaemevidencia.com/2010/08/doença-demeniere.html). BOA VONTADE 45
  • 46. Saúde É fundamental que a relação entre o profissional de saúde e o paciente seja de muita confiança, amizade e cordialidade. Isso faz a diferença. aparelho auditivo. Eventualmente, na dependência desses resultados, [serão solicitados] outros exames, como uma rotina básica de sangue: hemograma, exame de gorduras, de açúcares, de hormônios... Alguns pacientes ainda podem precisar de exames de imagem: tomografia ou ressonância magnética. Com esse conjunto de informações você já conhece o perfil do paciente. Esses procedimentos são feitos numa sequência e, conforme vão chegando, nos abastecem de informações que permitem fechar o diagnóstico. BV — Com o diagnóstico confirmado, qual o próximo passo? Dr. Jair de Castro — Primeiramente, estabelecer uma relação amigável entre médico e paciente. 46 BOA VONTADE Tanto na clínica privada quanto na Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, explicamos o que é a doença... que apesar de ser desconfortável, não trará maiores problemas para a vida dele. Nós o orientamos sobre os exames feitos, conversamos um pouco sobre sua saúde, hábitos alimentares, e estabelecemos medicamentos dependendo de cada fase da síndrome. (...) A doença de Ménière tem uma característica, mas ela varia de pessoa para pessoa, então, é necessário fazer um ajuste na dosagem de medicamentos. Outro ponto importantíssimo está relacionado aos hábitos de vida do paciente. Além de diminuir a ingestão de sódio [sal de cozinha], de cafeína, recomendamos que ele não fique mais de três horas sem se alimentar. BV — O acompanhamento deve ser constante... Dr. Jair de Castro — Isso mesmo. A gente foca muito no paciente, na conversa. É fundamental que a relação entre o profissional de saúde e o paciente seja de muita confiança, amizade e cordialidade. Isso faz a diferença. A pessoa sendo acolhida, tendo certeza de que pode contar com o médico, já é um passo importante no sucesso da terapêutica. BV — O que há de mais avançado no tratamento dessa síndrome? Dr. Jair de Castro — Aqui no Brasil, culturalmente somos pouco agressivos em relação ao tratamento cirúrgico da doença de Ménière. Nos Estados Unidos, eles são bastante intervencionistas. Nós fazemos a cirurgia, mas nossos critérios de indicação são bem rígidos; nós a indicamos àqueles pacientes com transtorno da audição ou do equilíbrio realmente muito importante. BV — A síndrome de Ménière pode causar surdez total? Dr. Jair de Castro — Pode chegar à surdez quase total: não só a perda de audição importante, mas também a perda da compreen­ são da palavra. Além de ouvir mal, não a compreende. A audição é um sentido importantíssimo; o deficiente auditivo sofre muito em casa, no trabalho, na rua, aí ele começa a se isolar, a recusar convites familiares, sociais... Então, a mensagem que a gente quer deixar é que todo deficiente auditivo tem possibilidade de ajuda. Escutar é fundamental não só para a vida social, familiar ou profissional, mas igualmente para o bem-estar psíquico do paciente. BV — O Brasil se destaca na comunidade científica internacional? Dr. Jair de Castro — De uns 30 anos para cá, a nossa comunidade otorrinolaringológica é extremamente respeitada no mundo inteiro. Hoje, temos a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia, que possui mais de 8 mil membros, uma revista com acreditação internacional, e trabalhos publicados aqui são muito respeitados lá fora. Além disso, nossa comunidade participa de todos os eventos, não só da otologia, mas de [ramos da medicina que estu-
  • 47. BV — Qual é a altura-limite adequada para o ouvido? Dr. Jair de Castro — Seria entre 85 e 90 decibéis. Você deve colocar o som em um volume confortável. O que temos observado é que a pessoa começa com o som confortável e depois de um tempo aumenta, já mostrando algum grau de perda auditiva. Esse processo não se instala de um dia para o outro, é longo, e normalmente quando ela procura ajuda, já possui uma lesão provavelmente de caráter irreversível. BV — Portanto, o cuidado com a audição deve começar cedo? Dr. Jair de Castro — Começa na gestação. A mãe precisa de cuidados, orientação pré-natal, não tomar medicamentos, antibióticos — não todos, mas antibióticos que podem lesar o aparelho auditivo. Não fumar, não beber, não usar droga. A criança ao nascer tem de fazer um teste de audição, porque, se ela não tiver, tem de ser tratada. Se não for diagnosticada até os 24 meses, a reabilitação fica extremamente difícil. Hoje, há condição de colocar um implante coclear em uma criança que nasce com zero de audição, para que tenha o restabelecimento da capacidade auditiva e uma vida normal. A nossa profissão é para ajudar as pessoas a viver melhor. BV — Que orientação daria a alguém que já apresenta problemas de audição? Dr. Jair de Castro — Procure ajuda. Você vai ter apoio, orientação, será tratado, medicado... terá recurso para tornar a vida mais agradável, prazerosa. Eu acho que o objetivo da vida é viver melhor mesmo, ter integração com as pessoas, com a família, com a comunidade. A saúde é um bem divino, por isso devemos cuidar dela. Clínica Doutor Jair de Carvalho e Castro Endereço: Rua Visconde de Pirajá, 351, conj. 405, Ipanema, Rio de Janeiro/RJ Telefone: (21) 2522-4949 shutterstock.com BV — Em geral, o brasileiro cuida bem do aparelho auditivo? Dr. Jair de Castro — Eu diria que sim e não. Sim, porque a comunidade médica está atenta a isso. As campanhas da Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia procuram divulgar a importância da audição, desde o recém-nascido até o mais idoso. Às vezes, o paciente não quer, mas a família, sabendo que há chance de melhora, acaba incentivando essa pessoa a procurar um serviço para tratar-se. Por outro lado, vemos também indivíduos expostos a ruídos industriais, de trabalho, os que usam fones de ouvido, vão a boates, por exemplo, onde o som chega a 115, 120 decibéis, e isso pode trazer transtorno para a audição. A juventude hoje está usando os fones de ouvido, que têm uma qualidade de som espetacular, cada vez mais alto... Isso, no futuro, vai trazer problemas. Divulgação dam] nariz, cavidades paranasais, voz, tumores... É uma população médica competente, respeitada internacionalmente, e o Brasil tem se posicionado de maneira bonita, orgulhosa. A população brasileira pode ter acesso a uma ótima medicina otorrinolaringológica, melhor do que em muitos países com desenvolvimento econômico e social superior ao nosso.