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Meio Ambiente e Sustentabilidade
Mudanças climáticas assustam, destaca Paiva Netto

Voluntariado Instituto de Educação da LBV recebe
Selo Organização Parceira 2009/2010, do CVSP

Amor de Mãe
O carinho e a alegria
de dona Marisa
Letícia, primeira-dama
do Brasil, com as
crianças da LBV.

Isabel
Fillardis

Aos 86 anos, o consagrado ator,
roteirista e diretor diz que teatro
é para a vida toda e não esconde a
satisfação de poder inovar no palco.

Ivete
Sangalo

Carlos
Heitor Cony

Sérgio Britto

Hélio
Costa

Vera
Fischer

Rodolfo
Konder

Eva
Sopher

Gilberto
Amaral

Aparecida
Liberato

Marcos
Palmeira

Roberto
Menescal

Airton
Grazzioli

Educação em foco 7o Congresso Internacional, da LBV, reúne palestrantes e autoridades do Brasil e exterior
sos norte e Nordeste Mobilização emergencial da LBV distribui mais de 60 toneladas de
alimentos para desabrigados das recentes inundações
Sumário

6

21

22

28

40
44
Vírus Influenza A
avança pelo mundo

52

60

64

112

140

Marcos Palmeira

68	 Nações Unidas/Nova York (EUA)
73	 Nações Unidas/Genebra (Suíça)
75	 Acontece no Piauí
76 	Acontece em Goiás
78	 Educação em foco
88 	Especial
94 	Tudo pelo social
97 	Acontece em Santa Catarina

Carlos Heitor Cony

100	 Terceiro Setor
102	 Atualidades
107 Ecosoc — ONU/EUA
112 	Numerologia

	 6	 Mudanças climáticas assustam
Paiva Netto

10 Cartas, e-mails, livros e registros
2
	 1	 Opinião Esportiva
José Carlos Araújo

22	 Abrindo o coração
Isabel Fillardis

2
 8	 Televisão

Meio Ambiente e Sustentabilidade
Mudanças climáticas assustam, destaca Paiva Netto

Voluntariado Instituto de Educação da LBV recebe
Selo Organização Parceira 2009/2010, do CVSP

Amor de Mãe
O carinho e a alegria
de dona Marisa
Letícia, primeira-dama
do Brasil, com as
crianças da LBV.

Isabel
Fillardis

Sérgio Britto

Ivete
Sangalo

Carlos
Heitor Cony

Aos 86 anos, o consagrado ator,
roteirista e diretor diz que teatro
é para a vida toda e não esconde a
satisfação de poder inovar no palco.

Hélio
Costa

Vera
Fischer

Rodolfo
Konder

Eva
Sopher

Gilberto
Amaral

Aparecida
Liberato

Marcos
Palmeira

Roberto
Menescal

Airton
Grazzioli

Educação em foco 7o Congresso Internacional, da LBV, reúne palestrantes e autoridades do Brasil e exterior
SOS Norte e Nordeste Mobilização emergencial da LBV distribui mais de 60 toneladas de
alimentos para desabrigados das recentes inundações

créditos das Fotos de Capa:
Airton Grazzioli: Daniel Trevisan;
Aparecida Liberato: Leilla Tonin; Carlos
Heitor Cony: Ivan Souza; Eva Sopher:
João Preda; Gilberto Amaral: Arquivo
pessoal; Hélio Costa: Divulgação;
Isabel Fillardis: Clayton Ferreira;
Ivete Sangalo: Divulgação; Marcos
Palmeira: Jair Bertolucci; dona Marisa
Letícia: Ricardo Stuckert/ABr; Roberto
Menescal: Vivian Ribeiro; Rodolfo
Konder: Elias Paulo; Sérgio Britto:
João Periotto; Vera Fischer: Divulgação.

4

| BOA VONTADE

31	 Música
3
	 2	 Arte na Tela
3
	 5	 Acontece no Paraná
3
	 6	 Academia Brasileira de Letras
40	 Associação Brasileira de Imprensa
Rodolfo Konder

43	 Comunicação
46	 Homenagem
48	 Perfil
Arthur Virgílio

51	 Oportunidade
52	 LBV é Ação!

SOS Norte e Nordeste

57	 Amazônia em foco
58	 Acontece no Rio
60	 Teatro
Sérgio Britto

64	 Samba  História
Roberto Menescal

Raimundo Colombo

Aparecida Liberato

116 	Melhor Idade
117 	Memórias
122	 Notícias de Brasília
124	 Opinião Política
126	 Turismo
128	 Responsabilidade Social
130	 Opinião — Mídia Alternativa
133	 Acontece no mundo
136	 Internacional
138	 Acontece em Minas Gerais
140	 Saúde
142	 Soldadinhos de Deus
144	 Ação Jovem LBV
Ao leitor

Reflexão de BOA VONTADE
“Como escrevi em Dialética da Boa Vontade —
Reflexões e Pensamentos, lançado em 1987:
Num futuro que nós, civis, religiosos e militares
de bom senso desejamos próximo, não mais
se firmará a Paz sob as esteiras rolantes de
tanques ou ao troar de canhões; sobre pilhas
de cadáveres ou multidões de viúvas e órfãos;
nem mesmo sobre grandiosas realizações de
progresso material sem Deus. Isto é, sem o
correspondente avanço ético, moral e espiritual.
O Ser Humano descobrirá que não é somente
sexo e estômago. Há nele o Espírito eterno, que
lhe fala de outras vidas e outros mundos, que
procura pela Intuição ou pela Razão.”
 Paiva Netto, no livro Reflexões da Alma, lançado pela
Editora Elevação. A obra literária já vendeu
mais de 400 mil exemplares.

BOA VONTADE
Revista apolítica e apartidária da Espiritualidade Ecumênica
A N O 5 3 • N o 2 2 5 • M a r / a b r / ma i / J u n 2 0 0 9

Edição fechada em 14/7/2009
BOA VONTADE é uma publicação das IBVs, editada pela Editora Elevação. Registrada sob
o no 18166 no livro “B” do 9º Cartório de Registro de Títulos e Documentos de São Paulo.
Diretor e Editor-responsável: Francisco de Assis Periotto - MTE/DRTE/RJ

19.916 JP

Coordenação geral: Gerdeilson Botelho e Rodrigo de Oliveira
Jornalistas Colaboradores Especiais: Carlos Arthur Pitombeira, Hilton Abi-Rihan,

José Carlos Araújo e Mario de Moraes.

Equipe Elevação: Adriane Schirmer, Carla Luz, Cida Linares, Daiane Emerick, Danielly

Arruda, Débora Verdan, Felipe Tonin, Gizelle de Almeida, Jefferson Rodrigues, João
Miguel Neto, Joílson Nogueira, Jonny César, Leila Marco, Leilla Tonin, Letícia Rio, Maria
Aparecida da Silva, Mário Augusto Brandão, Natália Lombardi, Neuza Alves, Raquel
Bertolin, Rosana Bertolin, Sarah Jane, Silvia Ligieri, Simone Barreto, Vivian Ribeiro,
Walter Periotto, Wanderly Albieri Baptista e William Luz.
Projeto Gráfico: Helen Winkler
Impressão: Editora Parma
Endereço para correspondência: Rua Doraci, 90 • Bom Retiro • CEP 01134-050

• São Paulo/SP • Tel.: (11) 3358-6871 • Caixa Postal 13.833-9 • CEP 01216-970
Internet: www.boavontade.com / E-mail: info@boavontade.com

A revista BOA VONTADE não se responsabiliza por conceitos e opiniões em seus
artigos assinados.

A equipe da BOA
VONTADE reuniu nesta edição nomes dos mais
representativos do cenário
brasileiro. A entrevista com o
veterano ator e diretor Sérgio
Britto é um bom exemplo: com 86
anos, e conservando a mesma paixão
pelo teatro de quando jovem, mostra que se mantém
atualizado nos assuntos da dramaturgia e nos leva
ainda a revisitar o passado.
O leitor vai conhecer um pouco melhor a trajetória da atriz Isabel Fillardis: mulher guerreira
que, além das dificuldades próprias da profissão, é
exemplo de força e coragem na vida em família. Conta como enfrentou a grave doença de seu segundo
filho, Jamal, que comprometia o desenvolvimento
psicomotor dele, e soube reverter a experiência em
ânimo e informação para muitos outros pais que
passam pelo mesmo drama.
Confira ainda neste número entrevista com o
ator Marcos Palmeira, que cedo aprendeu a amar
a cultura indígena, tornando-se um defensor dela.
Falando em boas reportagens, destaca-se a do 7o
Congresso Internacional de Educação da LBV. Vale
ressaltar também a matéria que conta sobre a carreira
do talentoso Roberto Menescal, cuja vida como
compositor se confunde com a trajetória da própria
Bossa Nova; a reflexão do acadêmico Carlos Heitor
Cony sobre a história de JK; e a conversa com a
numeróloga e fonoaudióloga Aparecida Liberato.
Igualmente, chama a atenção o bate-papo com o
jornalista e escritor Rodolfo Konder, membro do
Conselho Deliberativo da Associação Brasileira de
Imprensa (ABI) e coordenador das atividades da Representação da Casa do Jornalista em São Paulo/SP.
Merece especial destaque o artigo do jornalista
Paiva Netto intitulado “Mudanças climáticas assustam”. Nele, o também escritor avalia as dramáticas
consequências previstas, em 2007, pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da
ONU. Nesta análise, defende o urgente e necessário
cuidado com o planeta.
Boa leitura!
BOA VONTADE |

5
Mudanças climáticas assustam
Paiva Netto

Mudanças climáticas
João Preda

assustam
José de Paiva Netto, jornalista,
radialista e escritor.
É diretor-presidente da LBV.

E

m 2007, durante o Painel
Intergovernamental sobre
Mudanças Climáticas (IPCC)
da ONU, as predições acerca
das consequências do aquecimento global foram dramáticas.
E hoje, dois anos depois, vozes
respeitáveis levantam-se para declarar que o assunto é muito mais
grave do que se pensa. No Polo
Sul, o derretimento das geleiras,
em um decênio, cresceu quase
80%. No fim deste ano, ocorrerá,
na capital da Dinamarca, impor6

| BOA VONTADE
As mudanças que estão
dificuldades —, pois, em
acontecendo no mundo,
última aná­ise, nosso elo
l
aqui no Brasil nós as nocomum e básico está em
tamos também, quando faz
todos nós habitarmos este
muita seca no lugar onde
planeta. Respiramos todos
não tinha seca, quando
o mesmo ar. Todos acariPlaneta Terra — a casa
Lula
chove demais no lugar
nhamos o futuro de nossos
de todos
No início da década de 1990, filhos. E todos somos mortais (...)”. onde não chovia. É para chamar a
Contudo, em muitas ocasiões, atenção da gente de que algumas
em uma série que fiz para rádio e
TV, denominada O Apocalipse de alguns até desfazem de tama- coisas estão mudando no mundo e
Jesus para os Simples de Cora- nho infortúnio anunciado. Parte que precisamos começar a olhar
dos ecologis­ as ainda é com muito mais atenção. Daí por
t
ção, comentei que o prep
apelidada de “ecochatos”. que a nossa ida a Co­ enhague  em
sidente John Fitzgerald
Importu­ o, porém, será o dezembro deste ano para discutir
n
Kennedy (1917-1963),
quadro com o qual a Huma- a questão do clima é muito impordos Estados Unidos, já
tante. E o Brasil vai jogar um peso
nidade irá deparar-se.
pressentira tal panorama
Mas, voltando aos dias muito grande na sua delegação”.
insensato provocado pelo
John Kennedy
atuais, referindo-se às sedesprezo ao nosso orbe,
O presidente dos
como se pode inferir de seu dis- cas e aos dilúvios que se têm derEstados Unidos,
curso proferido em 10 de junho ramado sobre o Brasil, o presidente
Barack Obama,
Lula, atento aos fatos, no seu prode 1963, em Washington, D.C.:
assumiu importan— “(...) Não seja­ os, pois, grama matinal das segundas-feiras,
m
tes compromissos
que mostram avancegos quanto a nossas diferenças, Café com o Presidente, no dia 11
ço na consciência
mas dirijamos também a atenção de maio, assim se manifestou, resBarack Obama
ecológica. Entre
para nossos interesses comuns e pondendo a uma pergunta que lhe
eles, reduzir as emissões de carbono
para os meios pelos quais as dife- fez o repórter Luciano Seixas, da
dos EUA em cerca de 80% até 2050 e
renças pos­ am ser resolvidas. Se Radiobrás:
s
participar ativamente na negociação
do tratado global que substituirá o
“Luciano, a avaliação é que alnão pudermos, agora, pôr paradeiProtocolo de Kyoto. Obama também se
ro a elas, poderemos, pelo menos, guma coisa está nos chamando
comprometeu a investir, nos próximos
auxiliar a propor­ ionar segurança a atenção para que a gente tome
c
dez anos, US$ 150 bilhões em fontes
ao mundo — não obstante nossas mais cuidado com o planeta Terra.
de energia renováveis.
Divulgação

Arquivo BV

Divulgação

tante reunião política com autoridades de diversos países.
A situação é realmente inquietante.

Lu Moral

Clayton Ferreira

O Brasil e os efeitos das mudanças climáticas O Nordeste brasileiro,
acostumado a severas estiagens, viveu situação oposta nos meses de abril e maio.
Chuvas intensas castigaram a região e também o Norte do país, provocando
enchentes que deixaram rastros de destruição. Para socorrer as vítimas desse
desastre natural, a LBV promoveu mobilização solidária que distribuiu mais de 60
toneladas de alimentos. Essa iniciativa é destaque na página 52 desta edição.

Cl

a

n
yto

ira

rre

Fe
O consagrado ator Moacyr Franco com
sua simpática esposa, Daniela.

Que assim seja, pois nosso país
tem muito a contribuir, desde o
seu natural sentimento de Solidariedade.

SOS Norte e Nordeste

De Salvador/BA chega-nos a informação, divulgada no portal Boa
Von­ade (www.boavontade.com),
t
de que “em parceria com a Defesa
Civil, a Legião da Boa Vontade

colocou à disposição do público
vários postos de atendimento para
arrecadar doações de remédios,
garrafas de água potável, cobertores e alimentos não-perecíveis, os
quais serão entregues às vítimas
das chuvas nas regiões Norte e
Nordeste. Todos os que puderem
participar da campanha devem
ligar para uma destas unidades da
LBV: Belém/PA: (91) 3225-0071;
Fortaleza/CE: (85) 3484-3533;
Natal/RN: (84) 3613-1655; Salvador/BA: (71) 3312-0555; São Luís/
MA: (98) 3214-1428; Teresina/PI:
(86) 3213-3099. Se preferir, pode
acessar o site www.lbv.org.br e
obter outras informações”.

Daniela e Moacyr Franco
— um destino traçado

Com satisfação, tenho comigo o simpático livro Me espere
até amanhã, acompanhado das
fraternas dedicatórias da autora,
Daniela Franco, e de seu esposo,
o consagrado ator, cantor e come-

diante brasileiro Moacyr Franco.
Moa, como carinhosamente é
chamado o Moacyr por Daniela,
escreveu-me: “Zé, se você nos
ler, obrigado”. E digo agora: Eu
é que agradeço a oportunidade de
apreciar a bela história de uma
construção de Amor, “um destino
que foi mesmo traçado para os
dois”, como afirma o primogênito
de Vocês, João Vitor, de 14 anos.
As narrativas de Daniela, em
que explica os numerosos bilhetinhos do Moa, correspondentes
a momentos especiais da vida do
casal, são um verdadeiro encanto.
Bonita a união de Vocês! Faz
bem ao leitor.
O Amor nos torna adolescentes, igualzinho ao Moacyr (rsrs).
Ou seja, nossa Alma se revigora
e somos capazes de transcender
em contagiante alegria e paz em
prol dos que nos cercam.
paivanetto@uol.com.br
www.boavontade.com

Liliane Cardoso

Clayton Ferreira

Mudanças climáticas assustam

Desde menino, com as histórias contadas pelo meu saudoso pai, Bruno Simões de Paiva — que na sua mocidade andou pelos pampas —, nutro carinho
especial pelo Rio Grande do Sul. Na maturidade, a graça divina premiou-me
com um filho nascido neste rincão. Povo hospitaleiro, ofertou-me amizades
leais. Uma delas, o professor, escritor e editor frei Rovílio Costa, deixou-nos
no sábado, 13 de junho. Seu amor pelos pobres e zelo com o desenvolvimento
da cultura sempre nos acompanharão.
Caro amigo, receba, onde estiver, pois Frei Rovílio Costa e Paiva Netto em
os mortos não morrem, as minhas fraterno encontro no sul do país.
sinceras homenagens e da Legião da No destaque, carinhosamente
abraça as crianças em
Boa Vontade. Sua vida prossegue em agradecimento pela
novos pagos e que, do seio do Criador, homenagem recebida, um
suas obras continuem a nos inspirar. quadro de São Francisco
de Assis, Patrono da LBV.
Deus o abençoe!
8

| BOA VONTADE

Elisa Rodrigues

Homenagem a frei Rovílio
Mário Soares destaca
Boa Vontade Mulher

Lula inaugura universidade
do Recôncavo Baiano

O dr. Mário Soares, estadista português, recebeu com entusiasmo um exemplar da Boa Vontade
Mulher. Ele conversou com integrantes da LBV de
Portugal durante evento realizado na cidade do Porto, em 1º de abril, e agradeceu a homenagem feita à
sua esposa, dra. Maria de Jesus Barroso Soa­ es,
r
destacada na revista, em texto biográfico
que descreve, entre outras realizações,
o trabalho dela em favor dos direitos
humanos.
Agradeceu também a menção de seu nome e o registro de
uma foto sua, na qual aparece recebendo a
Comenda da Ordem do Mérito da Fraternidade
Ecumênica, entregue por Paiva Netto, diretor-presidente da Instituição, em 1997, no ParlaMundi
da LBV, em Brasília/DF.

| BOA VONTADE

Ricardo Stuckert/PR

Ricardo Ribeiro

Carlos Barral (por celular)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugurou,
em 25 de maio, na cidade de Cachoeira/BA, o primeiro
câmpus da Universidade Federal do Recôncavo da
Bahia (UFRB). Participaram também da solenidade o
presidente do Senegal, Abdoulaye Wade; o ministro
da Educação, Fernando Haddad; o ministro da Cultura, Juca Ferreira; o governador da Bahia, Jaques
Wagner; e Luiz Fernando de Almeida, presidente
do Iphan.
Na ocasião, o superintendente da
Fundação José de Paiva Netto, Lu­
ciano Duarte Pereira, entregou
um exemplar da Boa Vontade ao
presidente Lula, que agradeceu e
mandou um abraço ao dirigente da
LBV, Paiva Netto.

José Saramago na Feira do Livro do Porto
Prêmio Nobel de Literatura, o escritor José Saramago
presenteou a Invicta, como também é conhecida a cidade do
Porto, com sua tradicional visita à Feira do Livro, realizando
uma sessão de autógrafos, no dia 2 de junho, da obra A
viagem do elefante. Na foto, o autor com o livro Reflexões
da Alma, do escritor Paiva Netto, lançado em Portugal pela
Editora Pergaminho.
10

Ricardo Stuckert/ABr

Marco Semblano

Lula recebe exemplar da revista Boa Vontade das mãos de
Luciano Duarte, da LBV.

Lula recebe prêmio da Unesco O presidente Luiz Inácio
Lula da Silva recebeu, no dia 7 de julho, em Paris, o Prêmio Félix
Houphouët-Boigny pela Busca da Paz, da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Lula
foi escolhido por suas ações em favor da Paz, da erradicação da
pobreza e da proteção dos direitos das minorias. Na foto, ao lado
do presidente do Brasil estão Koïchiro Matsuura (E), diretor-geral
da Unesco, e o estadista português Mário Soares (D).
Fotos: Ricardo Stuckert/ABr

1
(1) A simpática
dona Marisa
Letícia conversa
com crianças
da LBV. Nas
imagens 2 e
3, a ilustre
homenageada
posa com
alguns dos
alunos da
Instituição.
2

3

Primeira-dama do Brasil, dona Marisa Letícia,
recebe homenagem das crianças da LBV
Alunos da Escola de Educação
Infantil Alziro Zarur, da Legião
da Boa Vontade (QSD 8, Área
Especial 11), em Taguatinga/DF,
homenagearam a primeira-dama
do Brasil, dona Marisa Letícia

Lula da Silva, por ocasião do seu
aniversário, em 7 de abril.
Na oportunidade, as crianças
entregaram à dona Marisa um cartão
confeccionado por elas próprias e
uma camiseta com o coração da LBV,

toda desenhada com as mãos da garotada, além de um arranjo de orquídeas
e a revista Boa Vontade Mulher. Na
despedida, a primeira-dama declarou
que a alegria das crianças havia sido
o seu melhor presente.
BOA VONTADE |

11
Cartas, e-mails, livros e registros

Guia prático
de saúde

A simpática dra. Elaine Camargo, ao
lado dos doutores Leandro Dini (E) e
Amauri Dalacorte.

O livro Cuidando do doente em
casa, lançado recentemente durante
palestra e sessão de autógrafos na Livraria Cultura, do Shopping Bourbon
Country, de Porto Alegre/RS, é um guia
prático para auxiliar a família, cuidadores e profissionais na reabilitação de
pacientes neurológicos.
Organizada pelos neurocirurgiões
doutores Leandro Infantini Dini
e Amauri Dalacorte, a obra conta com colaboradores importantes,
entre os quais a odontóloga doutora
Elaine Camargo, autora do capítulo
“Cuidados com a saúde da boca”,
que enviou um exemplar ao diretor-presidente da LBV. Na oportunidade,
ela ressaltou a influência dos aspectos
de cunho psicológico e humanitário na
recuperação do doente e, na dedicatória
ao dirigente da Instituição, registrou:
“Ao querido mestre inspirador e
compadre Paiva Netto, ofereço esse
capítulo como um degrau conquistado
sob sua bandeira. Viva Jesus! Elaine”.
Os médicos Leandro Infantini Dini
e Amauri Dalacorte deixaram seu recado: “Ao ilustre e respeitado sr. Paiva
Netto, que comunga conosco do desejo
de que esta obra auxilie a muitos”.
12

| BOA VONTADE

Luiz Antônio Barcelos da Silva

Periodicamente a Agência Central de Inteligência (CIA), órgão
dos Estados Unidos, divulga o seu
relatório com previsões e perspectivas quanto à sociedade e suas
instituições políticas e econômicas
no mundo no futuro.
A versão em português desse
trabalho foi lançada recentemente
no Brasil. A tarde de autógrafos
ocorreu na capital paulista e teve a
presença do jornalista e historiador
Heródoto Barbeiro, que assina a
apresentação do livro, intitulado O
Novo Relatório da CIA: Como Será o Amanhã. Nele as previsões foram
atualizadas, estendendo-se até 2025, em relação ao título anterior: O
Relatório da CIA: Como Será o Mundo em 2020, também apresentado
por Barbeiro.
Heródoto — atualmente, gerente de jornalismo da Rádio CBN e
apresentador do Jornal da Cultura e do programa Roda Viva — destacou
que acompanha assiduamente, por meio da Boa Vontade, o “trabalho
vertiginoso da LBV e de seu dirigente”, para quem, inclusive, autografou
um exemplar da obra, com a seguinte mensagem: “José de Paiva Netto,
um abraço do Heródoto Barbeiro”.

Por uma família planetária
O lançamento do livro Família de
Alta Performance: conceitos contemporâneos na educação,
de autoria do psiquiatra, psicodramatista e
educador Içami Tiba,
ocorreu em 20 de maio,
em São Paulo/SP.
Comemorativa dos
40 anos de atividade
profissional, a obra é também resultado de extensa pesquisa, da prática
clínica e da consultoria familiar do
autor. Nela, Içami Tiba avalia que, para
Vinícius Bueno

Lucian Fagundes

Relatório da CIA traz
previsões para o mundo

melhorarmos a vida no planeta, em
todos os aspectos, é preciso haver uma
mudança de atitude por
parte de cada pessoa, a
fim de que possa fazer
parte de uma família de
alta performance.
Na oportunidade,
muito simpático e receptivo, o educador recebeu
os cumprimentos da LBV e dedicou um
exemplar do livro, com estas palavras:
“Ao mestre Paiva Netto a admiração e
o abraço do Tiba”.
Educação e voluntariado em alta
Instituto de Educação José de Paiva Netto, escola-modelo da LBV,
recebe Selo Organização Parceira 2009/2010, do Centro de Voluntariado
de São Paulo, presidido pela ilustre dra. Milú Villela

Fotos: Vinícius Bueno

Dra. Milú Villela,
presidente do Centro
de Voluntariado
de São Paulo,
em entrevista à
Super RBV de
Comunicação.

Da esquerda para a direita: Maria Lúcia Meirelles Reis, do CVSP, a pedagoga Suelí Periotto,
da LBV, a dra. Milú Villela, Aline Ferreira, da LBV, e Silvia Maria Louzã Naccache, do CVSP.

O Instituto de Educação José de
Paiva Netto, escola-modelo da Legião da Boa Vontade (LBV), localizado na capital paulista, foi premiado
com o Selo Organização Parceira
2009/2010, oferecido pelo Centro de
Voluntariado de São Paulo (CVSP).
O título, entregue em 14 de julho,
possui validade de dois anos e é
conferido a organizações
que mantêm parceria
ativa com o CVSP
e oferecem programa de voluntariado organizado, atuante e
transformador.

Em entrevista à Super Rede Boa
Vontade de Comunicação, a presidente do CVSP e diretora-presidente
do Instituto Faça Parte, dra. Milú
Villela, ressaltou a importância do
voluntariado e do trabalho das organizações agraciadas com o Selo. “A
cada ano temos mais organizações
sociais participando. E é
com muito orgulho
que fazemos parte dessa causa.
Acreditamos
que, ao ser
voluntários,
realmente podemos fazer

uma mudança, uma transformação
no mundo”, afirmou.
A ilustre presidente do CVSP destacou, ainda, o perfil do trabalho voluntário no país: “O Brasil tem se expandido e dado uma amostra de que
o brasileiro é solidário, é voluntário”.
Ao finalizar, a dra. Milú parabenizou a
LBV pela ação socioeducativa que tem
realizado em parceria com o Centro de
Voluntariado de São Paulo.
Esta é a segunda vez que o Instituto de Educação da LBV recebe o
Selo Organização Parceira.
SAIBA MAIS:
www.voluntariado.org .br
BOA VONTADE |

13
Rogério Ceni
e os 18 anos de
carreira
Pedro Paulo Rodrigues

Goleiro titular do São
Paulo FC desde 1997,
Rogério Ceni lançou
em abril, em parceria com o jornalista
André Plihal, o
livro Maioridade
Penal: 18 anos de
histórias inéditas da
marca da cal. Considerado
oficialmente o maior goleiro artilheiro
de todos os tempos, Ceni presenteia os
fãs com histórias de vida emocionantes,
envolvendo os bastidores do futebol, a
trajetória profissional, as amizades, as
dificuldades e as conquistas.
Alunos da escola da Legião da Boa
Vontade na capital paulista prestigiaram o lançamento da obra e levaram
o abraço da Instituição ao consagrado
goleiro. Mesmo muito solicitado, Ceni
recebeu as crianças e disse o quão feliz
se sentiu com a presença delas.
Aproveitou a ocasião para dedicar
dois exemplares de seu livro: um para a
escola da LBV e o segundo para o líder
Instituição, com a seguinte dedicatória:
“Um abraço ao sr. Paiva Netto, felicidades fraternais. Um grande beijo a todos
da LBV. Rogério Ceni”.

Estou muito feliz com
a Boa Vontade nº 224. A
matéria cultural sobre o
Instituto e a nossa entrevista para a Boa Vontade TV
foram excelentes. A publi-

14

| BOA VONTADE

O Centro Comunitário e Educacional da Legião da Boa Vontade em
Natal/RN (Rua dos Caicós, 2.148,
Dix-Sept Rosado) recebeu, em 15 de
maio, a visita da senadora
Rosalba Ciarlini Ro­
sado. Na recepção
“Parabéns à LBV!
à parlamentar, o
O trabalho realizado em
Coral Ecumênico
todo o Brasil com milhares
paz, um Brasil
Infantil, formado
por crianças atende crianças e jovens é algo de mais forte. A
LBV trabalha
didas pela Instigrande valor.”
com crianças
tuição, interpretou
Rosalba Rosado
que estão na faimúsicas com temas
Senadora
xa de risco, trazenligados à Natureza, à
do apoio e educação
Educação e à Cultura de
integral, com mais esporte,
Paz. A garotada presenteou-a
também com um quadro, confeccio- cultura, ensino de qualidade”.
Depois de visitar todos os amnado pelas próprias crianças, e com
a apresentação da peça: Emília, a bientes do Centro Comunitário e
boneca-gente, dentro das atividades Educacional, Rosalba registrou no
das oficinas de cultura e musicali- livro de visitas a seguinte mensazação infantil, do programa LBV — gem: “Parabéns à LBV! O trabalho
realizado em todo o Brasil com miCriança: Futuro no Presente!
Visivelmente emocionada, a lhares de crianças e jovens é algo
senadora declarou: “Pude ver um de grande valor. O futuro dessas
trabalho que nos deixa entusiasma- crianças, com certeza, revelará
dos, pelo carinho, a forma como a meninos e meninas de Boa Vontade,
criança está sendo tratada. (…) Só que construirão uma civilização de
assim poderemos ter um mundo de paz (…)”.

cação é maravilhosa. Fiquei muito
feliz com todas as reportagens divulgadas. Agradeço
muito ao amigo Paiva Netto
a lembrança e a gentileza.
Muito obrigado! (Ricardo
Cravo Albin, jornalista,
Ricardo Cravo Albin escritor, produtor e crítico

Vivian Ribeiro

Instituto
Cravo Albin

Crianças da
LBV emocionam
senadora

Arivaldo Oliveira

Cartas, e-mails, livros e registros

musical, fundador do Instituto
Cultural Cravo Albin — ICCA, no
Rio de Janeiro/RJ)
Depois de tomar o caminho das
lembranças de infância para produzir seu primeiro livro, Pequena
Moisi, a atriz Vera Fischer, agora,
mergulha na vida adulta e publica
Um leão por dia, biografia recém-lançada no Rio de Janeiro. A artista
foi prestigiada na noite de autógrafos por amigos e colegas famosos,
como Maurício Mattar, Mara
Manzan, Isabelita dos Patins e
Rosane Gofman.
Também compareceram ao lançamento representantes da Legião
da Boa Vontade, que cumprimentaram a atriz em nome do diretor-presidente da LBV. Por sua vez, a
ex-Miss Brasil retribuiu com grande
simpatia a saudação: “Ah, o Paiva.
Que saudades dele! Mandem um
grande beijo para ele, e obrigada
pela presença”. Com o mesmo carinho, registrou em exemplar do livro
esta dedicatória: “Paiva, saudades e
beijos. Vera Fischer”.

Salvador na Copa de 2014
Durante comemoração, Ivete Sangalo enaltece trabalho da LBV
Em ritmo de axé, a cantora Ivete Sangalo comandou animada festa
no Estádio Manoel Barradas, o Barradão, em 31 de maio, antes da
partida entre Vitória e Grêmio, pela Série A do Campeonato Brasileiro
de futebol. Ao lado do cantor Tatau, a artista, à época grávida de cinco
meses, acompanhou o anúncio de Salvador na lista das cidades-sede da
Copa do Mundo de 2014, no Brasil.
Em entrevista à Super Rádio Cristal (AM 1.350), emissora da Super
Rede Boa Vontade de Rádio, Ivete Sangalo destacou a admiração dela
pelo trabalho da Legião da Boa Vontade. “Quanto mais se é bom, quanto
mais se ajuda o próximo, mais você se coloca na posição do outro que
está sendo ajudado, mais frutos terá; energicamente falando, mais filho
de Deus você será”, afirmou.
A amizade da cantora com a Instituição é antiga. Em 2004, ela recebeu
uma homenagem das crianças atendidas pela LBV, além de um quadro
com a Majestosa Estampa de Jesus, o Cristo Ecumênico, durante entrega
do título de Cidadã de Salvador, na Câmara Municipal. “O tempo de ser
bom é indeterminado. (...) Parabenizo a LBV! Sei do trabalho de vocês,
é um trabalho sério! Sou uma mulher da benevolência também, da filantropia, e sei que isso só nos traz grandes presentes na vida”, declarou.
A futura mamãe também ressaltou o valor de desde cedo despertar
na criança o sentimento de Solidariedade, uma prática que observa
nas ações da LBV: “Isso tem de partir de casa, do berço. O
pai e a mãe têm de mostrar que ser bom, compartilhar, ser
solidário, é um grande princípio, e aí a gente
vai levando e colaborando com quem precisa,
e sendo ajudado, porque o Amor das pessoas e
a gratidão são muito importantes”. E completou a artista baiana: “Boa sorte e continue com
esse trabalho lindo. Um beijo a toda a turma
da LBV. Parabéns por esse trabalho e ao
Paiva também, que é um querido! Obrigada
pelo carinho”.

trabalho de vocês,
“Parabenizo a LBV! Sei do
beijo a toda a
é um trabalho sério. (...) Um
r esse trabalho e
turma da LBV. Parabéns po
querido! (...)”
ao Paiva também, que é um
Sangalo
Ivete

Felipe Panfili/Ag. News/Agência O Dia

Vivian Ribeiro

Vera Fischer lança
nova biografia
Cartas, e-mails, livros e registros

ASCOM/TCE/MG

Boa Vontade Mulher

Leontina Maciel

Agradeço a iniciativa da Boa Vontade em apoiar a causa da mulher
e dar-lhe visibilidade. Em especial,
agradeço ao escritor, jornalista, poeta e
comunicador Paiva Netto, antes de tudo
um empreendedor social que mostrou,
desde cedo, seu envolvimento social
e optou por orientar suas
ações na luta pela dignidade humana. (Maria da
Penha, farmacêutica,
bioquímica aposentada
e símbolo da luta contra
Maria da Penha a violência doméstica, de
Fortaleza/CE)

Vivian Ribeiro

Principais personagens
do noticiário nacional

Edição bem cuidada da Boa Vontade, sob os aspectos gráfico e editorial.
Nessa edição 224, o jornalismo foi
mais uma vez tema de
destaque, mostrando aos
leitores os assuntos e os
personagens principais
do noticiário nacional. O
Sindicato dos Jornalistas
Ernesto Vianna
Profissionais agradece
16

| BOA VONTADE

No 44º aniversário de fundação
da TV Globo Minas, comemorado em 26 de abril, a emissora foi
homenageada pelas crianças atendidas pela Legião da Boa Vontade
na capital mineira. O coordenador
de Comunicação da TV, Paulo
Valadares, recebeu em nome dos
demais empregados uma lembrança confeccionada pela própria
garotada.
Paulo agradeceu a presença das
crianças e ressaltou o valor desse
gesto: “Essa homenagem da LBV é
muito importante, é mais um caminho
de aproximação, de relacionamento
e interlocução com as instituições

Mônica Mendes

Com meus cordiais cumprimentos, agradeço a revista Boa
Vontade (ano 53, no 224). Parabenizo a equipe envolvida
nesta publicação pela
excelência do trabalho
realizado. (Conselheiro Wanderley Ávila,
presidente do Tribunal
de Contas do Estado de
Minas Gerais)

Homenagem à TV Globo Minas

Paulo Valadares recebe quadro
confeccionado pelas crianças da LBV

que trabalham com a criança, a
educação, o idoso, e promovem a
melhoria da qualidade de vida de
nossa cidade, do nosso Estado”.

Caminhos da Educação integral
Em recente visita
ao Templo da Boa
Vontade, a Pirâmide
das Almas Benditas,
em Brasília/DF, o
sociólogo e escritor
Denizard de Souza,
conselheiro do Fórum
Mundial Permanente
Espírito e Ciência, da LBV, apresentou seu novo livro: Em Busca do ser
INTEGRAL, e autografou um exemplar especialmente para o diretor-presidente da LBV.
A obra aborda de forma transdis-

ciplinar a questão da
Educação integral, incluindo fatores como
saúde, violência juvenil e comunidades
virtuais. Na ocasião,
escreveu a seguinte dedicatória: “Ao
sublime idealizador
da Pedagogia Ecumênica, Paiva
Netto. Com votos de continuidade e
crescente universalidade do luminoso
trabalho educacional realizado pela
LBV há seis décadas junto à gente
brasileira. Denizard de Souza”.

a página dedicada à posse da nova
diretoria (triênio 2008/2011) e a
atenção que a equipe LBV tem com
a representação dos jornalistas fluminenses. Saudações cordiais. (Ernesto
Vianna, presidente do Sindicato dos

Jornalistas Profissionais do Estado
do Rio de Janeiro)

Lina Silva

Presidente do TCE de
Minas Gerais parabeniza
revista Boa Vontade

Mensagem encorajadora

Li, com muita alegria, a revista Boa
Vontade. Confesso que fiquei tocada
Fotos: Divulgação

Registro da aula inaugural do curso de
pós-graduação em Direitos da Criança e do
Adolescente. Na foto ao lado, os graduados
com o desembargador Siro Darlan (em
pé, o quinto a partir da esquerda), que
também é presidente do Conselho Estadual
de Defesa dos Direitos da Criança e do
Adolescente do Rio de Janeiro (CEDCA).
Na imagem acima, vista da aula inaugural.

Direitos da Criança e do Adolescente

Curso de pós-graduação da Unig, em Nova Iguaçu/RJ, visa à formação de conselheiros tutelares
Com o objetivo de expandir a
aplicação do Estatuto da Criança
e do Adolescente (ECA) e, desse
modo, tornar sua atuação cada
vez mais eficaz nas relações em
sociedade, a Universidade Iguaçu
(Unig), na cidade de Nova Iguaçu/
RJ, deu início ao curso de pós-graduação lato sensu em Direitos
da Criança e do Adolescente.
Coordenador do curso, o desem-

bargador Siro Darlan de Oliveira
apresentou a aula inaugural (foto),
em 30 de maio, tratando de temas
dis­ utidos na 8ª Conferência Nacional
c
dos Direitos da Criança e do Adolescente, que se realiza até o fim deste
ano nas etapas estadual e distrital.
O conteúdo programático compreende variadas disciplinas, entre as
quais: Estudos do Direito da Criança
e do Adolescente, A violência contra

infância e juventude e Ato Infracional do adolescente e as medidas
socioeducativas.
O curso é direcionado a graduados em Direito, Psicologia, Serviço
Social, Pedagogia, e a licenciados
em qualquer disciplina da área de
Educação e tem a duração de 18 meses. Outras informações podem ser
obtidas pelos telefones: (21) 27654000, 2765-4013 e 0800-212013.

pelo sentimento de fé expressado pelo
seu líder maior, José de Paiva Netto,
orientando, encorajando-me nesta difícil, mas gratificante tarefa de dirigir os
destinos do município. Tenho certeza,
vou precisar muito das orações de todo
o segmento representativo da Legião
da Boa Vontade. Um abraço carinhoso.
(Béia Savassi, prefeita de Patos de
Minas/MG)

as expectativas em termos de conteúdo. Reportagens de interesse
social primorosamente veiculadas
com a já tradicional qualidade da
publicação produzida pela LBV.
Muito me impressionou a matéria
nas páginas de responsabilidade social sobre a Revitalização
da Rua Larga. É com
trabalhos como este que
construímos um projeto de
qualidade como nossa cidade

merece. Obrigada e parabéns! (Rosalva Almeida, do Instituto Light,
Rio de Janeiro/RJ)

Responsabilidade social

A Boa Vontade nº 224 superou

Revista Boa Vontade Mulher,
em espanhol e inglês.

BOA VONTADE |

17
Fotos: Liliane Cardoso

Cartas, e-mails, livros e registros

A ilustre sra. Eva
Sopher é recebida
com festa pelo Coral
Ecumênico Infantil
LBV

U

Lar e Parque da LBV recebe
visita de dama da cultura

ma das grandes representantes da cultura gaúcha e
brasileira, sra. Eva Sopher,
presidente da Fundação
Theatro São Pedro, em 27 de
maio visitou o Lar e Parque Alziro
Zarur, da Legião da Boa Vontade — o Templo da Natureza e da
Criança, em Glorinha/RS.
A sra. Eva Sopher foi calorosamente recebida com o canto e a
alegria das crianças que integram
o Coral Ecumênico Infantil LBV,
composto por meninas e meninos

atendidos pela Instituição. Na oportunidade, esta dama da cultura foi
presenteada com um quadro artesanal confeccionado pelas próprias
crianças, além de uma cesta com
produtos coloniais ali produzidos.
Grata pela recepção, a sra. Eva
Sopher afirmou: “Fiquei surpresa,
encantada. Realmente o trabalho
da LBV é magnífico; a recepção
das crianças foi muito especial,
simpática. É sempre uma alegria ver as crianças com essas
carinhas queridas, como aqui

Emoções e Memórias

demonstraram e cantaram com
tão Boa Vontade”.
Ela fez questão de ressaltar
a beleza do local: “Realmente
é muito lindo! As acomodações
das crianças são maravilhosas, a
limpeza é 100%, a disciplina me
agrada muito; com certeza, daqui
sairão completamente diferentes
de quando entraram, o que é
muito positivo. Nada melhor do
que dar educação às crianças”.
Ao término da visita, essa importante incentivadora da cultura e

Dona Eva foi a anfitriã da “Noite Cultural Emoções e Memórias”, ocorrida no Theatro São Pedro em 20 de junho de
2006, em Porto Alegre/RS, da qual constou um concerto sob a regência do talentoso maestro Antônio Carlos Borges
Cunha. O evento iniciou as comemorações dos 50 anos de trabalho de Paiva Netto na Legião da Boa Vontade. O povo
superlotou a casa de espetáculo, que teve a presença de diversas personalidades gaúchas.
18

| BOA VONTADE
Eva Sopher

Presidente da Fundação Theatro São Pedro,
de Porto Alegre/RS

Liliane Cardoso

“Fiquei surpresa, encantada.
Realmente o trabalho da LBV
é magnífico; a recepção das
crianças foi muito especial,
simpática. É sempre uma alegria
ver as crianças com essas
carinhas queridas, como aqui
demonstraram e cantaram com
tão Boa Vontade.”

No Parque da Boa Vontade
Crianças da LBV desenvolvem talentos e novas habilidades

das artes declarou: “Estou aqui no
lugar certo para dizer da minha
certeza de que a educação dos
nossos jovens, a cultura, são as
bases para uma vida feliz, e aqui
neste chão da LBV é que a gente
sente esse recado. Vamos tratar
dos jovens, porque teremos um
futuro melhor”. E ainda escreveu
no Livro do Coração: “Encantada
com tudo que me foi mostrado,
recebam meu aplauso, minha
admiração e os votos de muito
sucesso sempre. Obrigada pela
carinhosa recepção. Eva Sopher”.

Diversas oficinas educativas, recreativas e culturais são realizadas no
Lar e Parque Alziro Zarur, da Legião
da Boa Vontade, em Glorinha/RS,
para despertar nas crianças atendidas
habilidades manuais e novos talentos,
além de desenvolver a concentração,
a convivência em grupo e a conscientização sobre os cuidados com o meio
ambiente.
As atividades fazem parte do
programa LBV — Criança: Futuro
no Presente!, o qual atende, no contraturno escolar, meninos e meninas
dos 6 aos 11 anos de idade que vivem
em situação de vulnerabilidade social e/ou pessoal, contribuindo para
o protagonismo infantil.

Em uma das atividades promovidas
pela Instituição, a Oficina dos Arteiros,
as crianças reaproveitam materiais
reciclados e os transformam em obras-de-arte. Aos poucos, embalagens,
jornais, garrafas PET, latas e outros
objetos ganham nova forma e cor. Deixam de ser apenas material descartável
para servir de objeto de apreciação e
admiração dos visitantes do Lar e Parque, onde ficam expostos os trabalhos
criados pelos arteiros mirins da Legião
da Boa Vontade.
Essa atividade das crianças da
LBV teve, recentemente, repercussão
na mídia impressa, com destaque nos
jornais Correio de Gravataí, Jornal
de Gravataí e Jornal de Glorinha.

As oficinas educativas foram pauta de diversos
jornais da região, a exemplo do Correio de
Gravataí, Jornal de Glorinha e Jornal de Gravataí.
Cartas, e-mails, livros e registros

20

| BOA VONTADE

Este é o título do mais
recente trabalho do escritor, sensitivo e orador
espírita Divaldo Franco,
lançado na capital baiana. Ditado pelo espírito
Joanna de Ângelis, o
livro dedica-se a trazer
ensinamentos que levem
a uma busca da verdade
interior, ressaltando o exemplo do
Cristo Jesus para a conquista de
uma vida mais feliz. Em entrevista
à Boa Vontade, o escritor classificou
a obra de “estudo psicológico da
parábola do filho pródigo, entre outras, demonstrando que a existência
atual está muito bem desenhada no
Evangelho de Jesus e que a maior
psicoterapia para a sociedade contemporânea é a compreensão dos
objetivos essenciais da vida”.
Divaldo Franco manifestou
também seu apreço pelo trabalho
da Legião da Boa Vontade e do
IN

MEM

dirigente da Instituição: “Ao nosso querido
amigo venerando Paiva
Netto, a quem a sociedade terrestre muito
deve, o nosso mais afetuoso abraço de carinho
e gratidão com votos de
progresso ininterrupto
na instalação do Reino
de Deus entre as criaturas da Terra. Tive a alta honra de conhecer
Alziro Zarur. Acompanho a obra da
LBV desde quando foi desenhada
no Mundo Espiritual. A voz inolvidável de Zarur permaneceu na
Terra como um guia que o nobre
amigo Paiva Netto tem sabido
honrar e ampliar”.
O veterano orador espírita
dedicou um exemplar ao diretor-presidente da LBV, com estas palavras: “Para o caro amigo Paiva
Netto com votos de Paz, Divaldo
Franco”.
Lucian Fagundes

Arquivo BV

O radialista e exdeputado Raul Bru­
nini voltou à Pátria
Espiritual no dia 13 de
junho, no Rio de Janeiro/RJ, por falência
múltipla dos órgãos.
Aos 90 anos, Brunini
lutava contra um câncer. Ele era
casado com Neusa Alves Brunini,
com quem teve um filho.
Nascido em 1919, em Rio
Claro, interior de São Paulo, o
jornalista ficou conhecido por seu
programa radiofônico, pioneiro na
apresentação de debates ao vivo.
Até 1945, participou de transmissões de rádio voltadas para o
entretenimento das tropas brasileiras enviadas à Itália, durante a
Segunda Guerra Mundial. Em sua
trajetória política, foi deputado
estadual e federal e chegou a ser
secretário de Estado, no Rio, no
governo de Carlos Lacerda. Também foi o vereador mais votado do
Distrito Federal no pleito de 1954.
Amigo da Legião da Boa Vontade de longa data, ressaltou o
radialista certa vez: “Tenho a
convicção de que Zarur, com sua
mensagem, está tendo um grande
sucessor: Paiva Netto, que prossegue engrandecendo mais ainda
a LBV,  essa Entidade que tem
feito tanto bem a tanta gente”.
Os sentimentos da Legião da
Boa Vontade aos familiares e amigos, e ao Espírito eterno de Raul
Brunini as melhores vibrações de
Paz, na certeza de que “os mortos
não morrem”.

Em Busca da Verdade

O

RIAM

Clodovil Hernandes
Desencarnou, no dia 17 de
março, o deputado federal Clodo­
vil Hernandes, em decorrência de um acidente
vascular cerebral (AVC).
Nascido em 17 de junho
de 1937, foi adotado por
Domingos Hernandes
e Izabel Sanches Her­
nandes, casal de origem
espanhola.
Ao longo da vida exerceu diversas atividades, sempre ligadas
Fabio Pozzebom/ABr

Homenagem a
Raul Brunini

à arte e à cultura: estilista, ator,
cantor e apresentador de TV. A incursão na política ocorreu
em 2005, sendo eleito, no
ano seguinte, para o cargo
de deputado federal, com
a terceira maior votação
do Estado de São Paulo.
Ao Espírito eterno de
Clodovil as vibrações de
Paz da Legião da Boa Vontade, que
se estendem igualmente a familiares
e amigos.
Opinião Esportiva
José Carlos Araújo

Arquivo pessoal

A saída para os clubes
José Carlos
Araújo,
comunicador
da Rádio
Globo do Rio
de Janeiro.

N

ão é segredo para ninguém
que a saúde financeira
da maioria dos clubes
brasileiros é preocupante.
Dívidas foram se acumulando,
ano após ano, e chegaram a níveis
absurdos. Em alguns casos, se
tornaram impagáveis, superando
em muito o patrimônio das instituições. Em outros, os dirigentes
nem sequer conseguem saber
quanto deve o clube.
Os processos contra os clubes
são de todos os tipos, principalmente trabalhistas, resultado
de salários atrasados, contratos
rompidos, acordos não cumpridos
e tudo o mais. Com isso, a todo
momento o patrimônio acaba
penhorado, assim como as rendas
dos jogos e o dinheiro de patrocínios, que deveriam ir para os
cofres do clube.
Em recente entrevista, o ex-lateral Leonardo, que jogou no
Flamengo e no São Paulo e foi
campeão mundial pela Seleção
Brasileira em 1994, abordou o
assunto. Atualmente exercendo
a função de técnico do Milan, da

Itália, ele surpreendeu ao afirmar
que o Flamengo deveria ser vendido. Citou o Flamengo, mas deixou
claro que outros grandes clubes do
futebol brasileiro deveriam seguir
o mesmo caminho.
A declaração provocou revolta
em vários dirigentes. Mas Leonardo não se abalou e manteve a
opinião. Explicou que a situação
financeira desses clubes exige
mudança radical na forma de
administrá-los. O ex-atleta, formado em administração esportiva,
lembrou que não há mais espaço
para o amadorismo.
Ele levantou uma situação
que, em lugar de revolta, deveria
gerar reflexão. Leonardo, com
a lucidez de sempre, está dando
mais uma contribuição ao futebol
brasileiro. Certo está quando afirma que é preciso administrar os
clubes profissionalmente, como
grandes empresas, tal e qual são,
na verdade.
Concordo com ele. É preciso
profissionalismo. Tudo tem
de ser transparente. Tudo
tem de ser muito bem
planejado, com metas
a serem alcançadas.
Não há mais espaço para curiosos,
mesmo que bem-intencionados. Todas as funções exigem profissionais
experientes.
Por que clubes ita-

lianos, ingleses, franceses e outros
menos poderosos têm condições
de investir em grandes jogadores
e os brasileiros não? Por que o
Brasil tem cinco títulos mundiais
e muitos outros continentais, mas
não consegue ter sucesso administrativo e financeiro?
A resposta pode estar na entrevista de Leonardo. Não digo que a
solução seja a venda dos grandes
clubes, mas, sim, a profissionalização de seus administradores.
Saídas existem. Apenas precisam
ser adaptadas a cada instituição,
de acordo com suas necessidades.
Todas as sugestões devem ser
avaliadas. Os clubes brasileiros
têm de encontrar seus caminhos.
Quem é o melhor dentro de
campo não pode estar falido fora
dele. Primeiro, é preciso saber
ouvir. Mas, acima de tudo, é fundamental mudar, tentar, buscar o
rumo certo.

BOA VONTADE |

21
Abrindo o coração
Isabel Fillardis

Isabel
Fillardis:
guerreira
na arte e
no papel
de mãe
Leilla Tonin
Fotos: Arquivo pessoal

História de

sucesso

e

superação
22

| BOA VONTADE
A

inda bem jovem, a atriz
Isabel Fillardis já chamava
a atenção, e o talento da
menina despontava. Aos 11
anos fez as primeiras fotos como
modelo. Quatro anos depois, profissionalizou-se ao participar de
campanhas publicitárias para revistas. Nesses primeiros trabalhos,
a espontaneidade e improvisação
de Isabel encantavam fotógrafos
e gente ligada à dramaturgia. A
agenda de manequim, sempre lotada, tornou-se algo comum para
a jovem. Para chegar à televisão
“foi um pulo”, lembra.
Em 1992, aos 19 anos, Isabel
participou de um casting. Não era
essa a primeira opção — ela estudava para o magistério, para ser
professora —, todavia seu desempenho fez que fosse selecionada.
Hoje, com quase duas décadas
de carreira, coleciona numerosos
personagens de sucesso vividos
em novelas, no cinema e no teatro.
Esposa e mãe de dois filhos,
Analuz (8 anos) e Jamal Anuar
(6), ela ainda encontra tempo para se
engajar em causas sociais, aliando

a imagem de atriz a instituições e
eventos que beneficiem a população
menos favorecida. Um exemplo
dessa atitude é o apoio às Campanhas da Legião da Boa Vontade
(LBV). Também entre as ações
nessa área, fundou as entidades
Doe Seu Lixo (2003) e A Força do
Bem (2006), esta voltada a quem
necessita de cuidados especiais (deficientes visuais, mentais, auditivos
e/ou motores).
Sempre alinhada a projetos e
atividades sociais, Isabel viu o
sentimento de compromisso com
o próximo surgir ainda mais forte
nos primeiros meses de vida do
segundo filho. A artista percebera dificuldades do bebê na
sucção durante a amamentação:
o menino era portador de uma
doença rara chamada síndrome
de West (um padrão de ondas
cerebrais associadas a crises
epiléticas, o qual compromete o
desenvolvimento psicomotor da
criança), exigindo um tratamento caro e intensivo. Desde os 2
anos, Jamal está
livre da doença

“Quando o Jamal completou
2 anos, fez um eletroencefalograma.
E ele não tinha mais a síndrome.
(...) Foi quando resolvemos fundar
A Força do Bem, para dividir um
pouco dessa alegria, dizer que era
possível encurtar o caminho para
algumas crianças.”

e, no momento, continua no caminho da re­ uperação.
c
Atualmente, estima-se que haja
três milhões de portadores da síndrome no Brasil, de acordo com a
entidade presidida pela atriz, que
se acha à disposição do Ministério
Público do Trabalho para colocação dessas pessoas no mercado.
“É um número aproximado que a
gente tem para que haja políticas
de Estado para elas”, comenta.
Em entrevista à BOA VONTADE, Isabel Fillardis falou um pouco
da trajetória artística, da apreensão
ao descobrir a doença do filho, e
explicou por que comemorar cada
movimento, primeiros passos
ou palavras de uma criança com
necessidades especiais representa
conquistas emocionantes.
BOA VONTADE — Em seu trabalho, a família está muito presente.
Sua mãe, por exemplo, é também
empresária...
Isabel Fillardis — Isso foi a
melhor coisa que fiz. Claro que há
casos e casos. Acredito que existem
mães e filhas que não poderiam
Abrindo o coração

trabalhar juntas, por uma incompatibilidade de personalidades,
de pensamentos, mas quando dá
certo é muito mais seguro, prazeroso. Então, consegui unir o útil ao
agradável; minha mãe aprendeu a
ser empresária no pulso, porque
ela era dona de casa, mas não tinha
para onde correr. Foi um desafio
para ambas, na verdade. Meu
pai colocou para mim: “Você vai
terminar os estudos. Se quiser ir
trabalhar, tudo bem, pode ir, mas
as minhas condições são estas: sua
mãe acompanha e você termina os
estudos”. Foi difícil, porque estava
concluindo a escola e começando
na televisão. Foi uma loucura, mas
consegui.
BV — Da carreira de modelo para a
de atriz foi um pulo. Quais foram os
maiores desafios nessa transição?
Isabel — Acho que a técnica
de atuação. O Luiz Fernando de
Carvalho, que foi o meu primeiro
diretor, sempre dizia que eu tinha
muita espontaneidade, luz própria,
que jamais deveria fazer um curso
de interpretação, porque poderia
perder esta minha intuição. Hoje
dou razão a ele. Meus trabalhos
ao longo desses anos foram com
muita intuição e sensibilidade. Às
vezes, quando se é extremamente
técnico, perde-se um pouco disso.
E enfrentar isso perante os colegas... A grande maioria era formada, tinha anos de televisão. Viver
esse preconceito foi um pouquinho
complicado. Também foi a questão
ilusória da fama. Era uma menina
que saía de casa e ia para a escola,
fazia estágio e, de repente, comecei
a trabalhar na TV. Fui do Rio de
24

| BOA VONTADE

Janeiro até a Bahia, fiquei lá 15
dias, e quando voltei minha vida
estava completamente mudada:
todo mundo falava de mim nas ruas
ou, então, vinha pedir autógrafo. O
que era autógrafo? Eu nem sabia
o que era isso! Foi uma mudança
bastante radical.
BV — O ator não pode se iludir
com a fama?
Isabel — Não. Fama é realmente uma ilusão. Trabalha-se
muito. O ator tem de estudar, ler
para ter diversidade de ideias e
de conteúdo para desenvolver o
trabalho. Isso é constante. O artista
precisa estar sempre observando
o Ser Humano, a vida, enfim, um
eterno aprendizado. Esse glamour
é momentâneo; você é bajulado,
todo mundo diz que é maravilhoso, que é isso, aquilo. Daqui a
pouco faz um trabalho que é “mais
ou menos”, e ninguém fala nada;
aí é que fica o problema, onde é
que está o suporte? O meu veio da
minha criação, de casa, da família,
que nunca deixou essa realidade.
Sou atriz, mas não respiro isso 24

“Fama é realmente uma
ilusão. Trabalha-se muito.
O ator tem de estudar, ler
para ter diversidade de
ideias e de conteúdo para
desenvolver o trabalho.
(...) O artista precisa estar
sempre observando o Ser
Humano, a vida, enfim, um
eterno aprendizado.”

horas por dia. É preciso ter o pé
no chão, porque papel de protagonista não é garantia de sucesso.
Essa vida é uma montanha-russa.
É difícil lidar com o sucesso; tem
que se estar preparado para a descida também.
BV — Como é trabalhar em tantas
frentes: teatro, cinema, televisão,
ativismo social, família?
Isabel — Conto com um staff
enorme. Minha mãe me ajuda
demais e meu marido é superparceiro também, apesar de ter muito
trabalho. Todos nós atuamos nas
duas entidades. Minha irmã e meu
marido são mais atuantes do que
eu.
BV — Como reagiu quando soube
que seu segundo filho tinha a síndrome de West?
Isabel — Não foi legal. Não
esperávamos isso, mas, sim, um
filho perfeito, que fala, anda, se
comunica bem, tem uma evolução normal. Aí recebemos uma
criança completamente diferente,
com algo de que você nunca ouviu
falar. É a mesma coisa que traçar
um roteiro de viagem para a Europa no frio, por exemplo, e no
meio da viagem o avião se perde
e para no Havaí. (...) É muito assustador. O acesso à informação
não é tão grande, e isso poderia
salvar uma vida. A gente nunca
perdeu a fé de que ele pudesse ter
uma qualidade de vida melhor.
No início, o médico falou que, se
conseguíssemos evitar atitudes
compulsivas dele até uns 5 anos,
ele poderia até ficar normal. Então,
lutamos a favor disso o tempo
inteiro, com medicação, carinho e
atenção a tudo, procurando as melhores terapias possíveis. Era tudo
muito caro, importado. Quando o
Jamal completou 2 anos, fez um
eletroencefalograma. E ele não tinha mais a síndrome. A gente nem
acreditou. Fomos abençoados.
Foi quando resolvemos fundar A
Força do Bem, para dividir um
pouco dessa alegria, dizer que era
possível encurtar o caminho para
algumas crianças.
BV — O amor foi determinante, o
fator responsável pelos avanços
do Jamal?
Isabel — Foi sim, o amor, a
união em prol da melhora dele,
porque isso modifica tudo, sua
rotina, o jeito pelo qual vê a vida.
Mexeu com a família como um
todo. Ficamos todos voltados para
isso; a Analuz acabou amadurecendo um pouco, por conta de ver a
nossa luta diária, muito sofrimento,
principalmente nos dois primeiros
anos. Essa síndrome deixa sequelas
respiratórias, então ele tinha várias
internações, ficava uma semana
para poder curar um broncoespasmo... até pneumonia já chegou a ter
muito pequenininho; era muita luta,
pela vida mesmo, sabe? Esse tipo
de sofrimento amadurece qualquer
pessoa, faz olhar o Ser Humano
com outros olhos e ver quanta coisa
de errado existe no mundo.
BV — Qual mensagem tem para os
leitores da BOA VONTADE?
Isabel — Para resumir tudo, se
a gente for pensar, os problemas da
Humanidade também são nossos;
todos estamos interligados, faze-

“Tenho um carinho pela LBV.
Estava me lembrando outro
dia quantos lugares conheci
da Instituição. Conheci
a LBV de Portugal,
o Templo da Boa
Vontade... aquela
Pirâmide é um
lugar sério!”
mos parte de um mesmo planeta,
bebemos da mesma água, comemos os frutos da mesma terra,
somos irmãos! O que acontece
na vida de um interfere direta ou
indiretamente na existência do outro. As pessoas têm de ficar felizes
com a felicidade do próximo: essa
vibração de alegria é contagiante,
tem uma energia de cura grande.
O amor seria a pílula que estaria faltando na Humanidade
para que possamos caminhar
e evoluir sem destruir a família, os valores, o planeta.
Precisamos resgatar
coisas lá atrás, para
sobreviver, para que
os nossos filhos possam usufruir desta
Terra, porque ela não
é minha, ou sua, é
nossa enquanto estamos aqui, depois vamos
para outro lugar, ficar pertinho de Jesus Cristo. Um
Isabel Fillardis, o esposo, Júlio, e
os filhos, Jamal e Analuz, vestidos
com a camiseta da ONG
A Força do Bem, responsável pelo
cadastro nacional de pessoas com
a síndrome de West.

Em dezembro de 1996, os atores
Paulo Figueiredo e Isabel
Fillardis (no destaque)
participaram da festa
de Natal com crianças e
famílias atendidas pela LBV
de Portugal. A comemoração
ocorreu no Teatro Sá da
Bandeira, na cidade do Porto.

beijo para todos. Obrigada pela
oportunidade. (...) Tenho um carinho pela LBV. Estava me lembrando outro dia quantos lugares
conheci da Instituição. Conheci
a LBV de Portugal, o Templo da
Boa Vontade... aquela Pirâmide é
um lugar sério!
Acontece no Mato Grosso do Sul

CAM

P

O

GRANDE

/

MS

Respeito

às diferenças
Programa da LBV incentiva convivência entre culturas

Sarah Jane

E

ntre os propósitos do amplo
trabalho socioeducacional
desenvolvido pela Legião da
Boa Vontade está o de promover a valorização da mulher.
Nos Centros Comunitários e Educacionais da LBV são oferecidos
cursos de capacitação profissional e apoio especial a gestantes,
acompanhando-as desde o 4o mês
de gestação até o primeiro ano
de vida do bebê. Essa importante
ação da Pedagogia do Afeto e da
Pedagogia do Cidadão Ecumênico

Vista parcial da Aldeia
Urbana Marçal de Souza,
residência de famílias da
tribo terena, e do Memorial
da Cultura Indígena. No
destaque, crianças conhecem
o acervo do Museu.

26

| BOA VONTADE

Fotos: Analice Barcelá

viabiliza o bom resultado obtido
com as diversas atividades: mais
saúde para mãe e filho.
Em Campo Grande/MS, a
história de índias terenas — as
irmãs Sebastiana e Antônia e
a cunhada Jacira Marcelino —
expressa bem a importância desse tipo de atendimento da LBV.
Jacira tem oito filhos, Antônia
é mãe de cinco, e Sebastiana,
de seis.
As três estavam desempregadas e o fato de não terem

formação profissional específica
nem local para deixar os filhos
reduzia bastante as oportunidades
de colocação no mercado de trabalho. Por isso, a assistente social
da Instituição logo encaminhou-as
para a Oficina de Tecelagem em lã
de carneiro, na qual aprenderam a
confeccionar tapetes. Outra iniciativa foi matricular a garotada
no programa LBV – Criança:
Futuro no Presente!.

Pela diversidade

Quando começaram a participar das atividades, os meninos e
meninas terenas tiveram dificuldade de interação com as demais
crianças. Para vencer a barreira
cultural, foi decisiva a Pedagogia
do Afeto — proposta educacional
criada pelo diretor-presidente da
LBV, Paiva Netto — que, firmada
no amor fraterno e nos valores
éticos, espirituais e ecumênicos,
ensina o respeito às diferenças.
Nessa proposta, a equipe de
profissionais da Instituição pôs
em prática o projeto Diversidade
Cultural, com o tema: “Conhecendo nossa cidade e suas origens”. A ação resgatou a cultura
indígena e teve o objetivo de
sensibilizar as crianças e levá-las

a compreender que há diferenças
e todos têm os mesmos direitos e
deveres.
A atividade contemplou a história da capital sul-mato-grossense,
destacando que esta foi a primeira
cidade brasileira a possuir aldeia
indígena urbana. São 135 ocas de
alvenaria construídas pela prefeitura, localizadas em um dos pontos
mais visitados do município: a Aldeia Urbana Marçal de Souza, onde
residem famílias da tribo terena.
Ali, o projeto foi concluído com a
visita das crianças da LBV à aldeia
e ao Museu da Cultura Indígena.
A ação aproximou-as e aumentou a integração de mães e filhos.
“Somos testemunhas de uma mudança significativa na vida desses
meninos”, avaliou a assistente
social.
Para Sebastiana, a transformação
mais expressiva foi no comportamento dos filhos: “Eles não se
misturavam com as outras crianças.
Hoje estão bem mais entrosados,
brincam e conversam, tanto
na LBV quanto na escola”.

Jacira, por sua vez, ressaltou o
convívio familiar: “Com o apoio da
LBV melhorei bastante e meus filhos
também. Antes eles brigavam muito
e até se agrediam fisicamente, o que
já não acontece; eles ficam em paz.
Nós aprendemos a conversar mais
uns com os outros”.
Durante a realização do projeto, Jacira, Sebastiana e Antônia
contaram também com atendimento psicológico, o que as ajudou a entender melhor os próprios
filhos nos problemas de convívio.
“O resultado foi excelente. Era a
orientação de que precisávamos,
corrigimos as coisas erradas
que aconteciam em casa”, disse
Antônia.
Com o apoio que receberam
da LBV, a situação das três famílias transformou-se para melhor.
“Dou graças a Deus por ter
conhecido a LBV”, afirma Jacira.
Em Campo Grande/MS, a Legião da Boa Vontade está localizada na Avenida Marechal Deodoro,
5.055, Aero Rancho, tel.: (67)
3317-6300.

Reunida, a família Marcelino reflete a alegria de estar na LBV.

BOA VONTADE |

27
Du Santos

Televisão
O ator Marcos Palmeira

VISIBILIDADE

aos guardiões da floresta

28

| BOA VONTADE

Marcos Palmeira: um
entusiasta e defensor
da cultura indígena

Divulgação

Q

uando não está interpretando, ou antes de se preparar
para viver novo personagem, o ator Marcos Pal­
meira dedica seu tempo a uma
atividade pela qual também é
apaixonado: faz o registro histórico
de etnias indígenas. No dia 15 de
maio, durante evento na TV Cultura, comemorou um ano de sucesso
do programa A’Uwe, apresentado
por ele na emissora. Foram ao ar
38 documentários inéditos, com
o diferencial de retratar o índio da
maneira mais realista possível e,
ainda, contando na sua elaboração
com a participação indígena: do
total desses programas, 16 foram
dirigidos ou codirigidos por índios.
“Essa é uma forma de enxergar
melhor também os brasileiros, as
nossas origens estão todas ali; é

Débora Verdan e Leila Marco

uma janela muito rica nesse sentido. Fico feliz de o programa ser
um espaço diferente, verdadeiro”,
comenta Palmeira.

Na segunda temporada, iniciada em junho, A’Uwe — que
significa “povo indígena” —
passou a apresentar também vídeos internacionais. A presença
cultural de outros países é, na
opinião do apresentador, um
modo “de enriquecer e talvez
até aproximar mais todas as
comunidades”.
Palmeira defende uma política
indigenista que garanta a esses
grupos étnicos papel relevante na
conservação do meio ambiente.
“Se realizarmos uma pesquisa
no Brasil, [veremos que] as áreas
mais preservadas estão dentro de
comunidades indígenas. Então
eles poderiam ser os guardiões da
floresta, ganhar para isso, criar
o turismo étnico, para se viajar a
essas aldeias, podendo conhecê-
O sertanista Orlando Villas Boas,
pioneiro no contato com os indígenas, em
visita à Aldeia Kamayurá, em 1998. A
revista BOA VONTADE (no 200) publicou
a última entrevista com o saudoso
defensor dos índios.

visibilidade, estão
muito mais abertos do
que nós. Esse primeiro
olhar é importante”.

Batismo indígena

A ligação de Marcos Palmeira
com o tema não é recente. Em
1978, o pai dele, o cineasta Zeli­
to Viana, sempre lembrado com
muito carinho por Paiva Netto,
produziu e dirigiu o
documentário Terra
dos Índios, já naquela
época um verdadeiro
mergulho na cultura
indígena brasileira.
“E aí ele deixou o
Zelito Viana

“A vontade de todos os índios,
de modo geral, é a de resgatar a
cultura e, ao mesmo tempo,
serem aceitos, para que
possam participar da nossa
sociedade.”
BOA VONTADE |

29

Armando Kitamura

Quanto aos que criticam essa
aproximação, o artista lembra
que a situação representa um
imperativo, haja vista a expansão
das fronteiras agrícolas e das cidades, cada vez mais próximas de
territórios indígenas. Além disso,
boa parte dos índios se encontra
em processo de empobrecimento,
seja pelo contato com a cultura
branca, seja pelo modelo de desenvolvimento implantado em
suas terras, levando muitos a uma
condição de marginalidade
econômica.
Palmeira argumenta: “É um momento crucial de se
preservar as comunidades indígenas,
de olhar para eles
com outro olhar.
Eles estão muito carentes, querem

Arquivo BV

Momento crucial

Jair Bertolucci

-los, participar dos cantos, dos
rituais deles”, ressalta o ator em
entrevista à BOA VONTADE.
Para ele, a emoção sentida pelos
irmãos Orlando, Cláudio, Leo­
nardo e Álvaro Villas Boas nos
primeiros contatos com os índios,
ainda na década de 1940, existe
ainda hoje. No programa, o público tem também a oportunidade de
acompanhar o que é feito a partir
desse momento em que diferentes
culturas fazem contato. “Esses
registros me emocionam bastante
(...). É um trabalho típico
para as escolas, para se
acabar de vez com aquelas histórias básicas
da origem do Brasil; e
você vê que nós temos
muito mais deles do que
se imagina, até em termos espiri­uais”,
t
comenta.
O jornalista Paulo Markun, diretor-pre­
sidente da Fundação Padre Anchieta,
mantenedora da Rádio e TV Cultura.

Quando voltei, queria fazer algo
ligado aos índios.”
A oportunidade apareceria em
breve, graças ao convite do antropólogo e etnólogo Carlos Morei­
ra Neto para ingressar no Museu
do Índio, no Rio de Janeiro/RJ.
“Trabalhei na parte de imagem
com João Domingos de Lamônica, que tinha sido fotógrafo do
Marechal Rondon; foi um cara
que me ensinou muito. Depois,
eu e Luís Carlos Saldanha, que
cuidava dos vídeos, conseguimos
documentar os índios que tinham

acabado de ser descobertos na
época (1981).”
Após essa passagem pelo Museu do Índio, a carreira de ator
ganhou projeção, levando-o para
outros caminhos. Ele, porém, não
se esqueceu dos amigos indígenas.
Em 2004, 25 anos depois da primeira visita, a pedido dos próprios
xavantes, Marcos Palmeira voltou
ao coração de Mato Grosso com
o objetivo de fazer um registro
da situação da comunidade. Do
projeto, surgiu o documentário
A Expedição A’Uwe, a Volta de
Tsiwari. Nele, denuncia a precariedade da vida dos indígenas. “Eles
perderam terra, não têm comida,
frutas e peixe, e a [situação na]
fronteira com os fazendeiros está,
cada vez mais, acirrada.” Apesar
de tudo, ressalta Palmeira: “Há
muita esperança (...). A vontade
de todos os índios, de modo
geral, é a de resgatar a
cultura e, ao mesmo
tempo, serem aceitos, para que possam
participar da nossa
sociedade”.

“Se realizarmos uma pesquisa no Brasil, [veremos que]
as áreas mais preservadas estão dentro de comunidades
indígenas. Então eles poderiam ser os guardiões da
floresta, ganhar para isso, criar o turismo étnico.”

30

| BOA VONTADE

Luciano Piva

Laine Milan, diretora e roteirista do
programa A’Uwe.

Iberê Thenório

Guide Viaggi

nosso endereço na aldeia. Um
belo dia chegou uma Kombi lá
em casa, abarrotada de índios
da aldeia xavante [São Pedro, da
terra indígena de Parabubure].
O carro veio de Mato Grosso
cheia de artesanato. Eu tinha uns
15 anos e fiquei de cicerone, de
intérprete deles... E as pessoas
na rua achavam que eles eram
figurantes de novela. Foi muito
engraçado”, relembra.
O ator conta que aquela convivência o ligou definitivamente
à causa: “Ano-novo, carnaval,
todo esse período os índios xavantes passaram com a gente e
me convidaram para participar,
em julho, do ritual de passagem
de adolescente para adulto na
aldeia deles; peguei um ônibus
e fui”. A amizade com índios da
tribo se consolidou, e o jovem
Marcos foi batizado com o nome
xavante de Tsiwari, que significa
“sem medo”. “Morei com eles
cerca de dois meses, só voltei
porque fiquei doente. Ia mandar
notícia para o meu pai: ‘Eu me
achei, está tudo bem! (risos)’.

Jair Bertolucci

Televisão
Música

G

O

I

Â

NIA

/

G

O

Jorge  Mateus

sertanejo universitário
é uma das novidades da
música brasileira e cada
vez mais ganha espaço em
todo o país. Esse movimento, que
mescla axé, forró, rock e pop ao
estilo sertanejo, gera um ritmo
bem diferente daquele conhecido
desde a década de 1970.
Dentro do novo estilo, uma
das duplas de maior sucesso é a
dos goianos Jorge  Mateus, de
Itumbiara, de onde saíram para
apostar na carreira artística. Depois de dois anos se apresentando
em vários bares, festivais e casas
de show, alcançaram o sucesso
logo com o primeiro CD e DVD,
gravados ao vivo em Goiânia.
Nem a correria do dia-a-dia
nem a agenda lotada fazem com
que a dupla deixe para segundo
plano valores importantes, como
a Solidariedade. Recentemente,
conheceram o trabalho desenvolvido pela Legião da Boa Vontade
na capital do Estado, que beneficia
centenas de meninos e meninas
em situação de vulnerabilidade
social. Sensibilizados, doaram
cestas de chocolates para os que
participam do programa LBV —
Criança: Futuro no Presente!.
Em retribuição ao gesto dos

Joílson Nogueira

A dupla Jorge (D) e Mateus durante homenagem feita pelas crianças da LBV

cantores, a garotada preparou uma
surpresa para a dupla durante a gravação do programa de TV Odair
Terra: foi entregue aos amigos de
Boa Vontade o quadro de Mérito
à Solidariedade. Emocionado,
Jorge afirmou: “É uma alegria
muito grande, não sabíamos desta
homenagem. A LBV tem a nossa
dupla para o que der e vier. Estamos aí para dar força. Mais uma
vez, agradecemos a homenagem
das crianças”.
“Ficamos até sem voz”, acrescenta Mateus. “É legal ver o
sorriso de uma criança, é verdadeiro. Ser parceiro da LBV é muito
importante para a gente. Tudo que

Kássia Bernarde

O

Amigos de Boa Vontade

vem de coração é legal, e uma
coisa que faz bem para a alma.
Ver o trabalho sério que a LBV
faz e poder ajudar, fazer parte
disso, é muito importante, ficamos
honrados e emocionados.”
Ao término da gravação do
programa, os sertanejos se disseram encantados com o potencial
musical das crianças que integram o Coral Ecumênico Infantil
LBV e anunciaram outro importante apoio à Instituição: doarão
violões e contratarão músicos
profissionais para ensiná-las. Em
breve será inaugurada uma Sala
de Música no Centro Educacional
da LBV em Goiânia.

V I S I T E , A PA I X O N E - S E E A J U D E A L B V !
Centro Educacional da LBV — Rua Jamil Abraão, 645, Setor Rodoviário, tel.: (62) 3531-5000 — Goiânia/GO
BOA VONTADE |

31
Arte na Tela
Ações em defesa do patrimônio cultural do Brasil

Incentivo à

cultura
Criação do

abre novas perspectivas na área museológica

Marta Jabuonski

Vivian Ribiero

Vista do Museu Histórico Nacional,
no Rio de Janeiro/RJ.

32

| BOA VONTADE
Clayton Ferreira
Arquivo pessoal

A partir da esquerda: Luiz Fernando de Almeida, presidente do Iphan; o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim; o
presidente do Senado, José Sarney; o presidente Luiz Inácio Lula da Silva; o ministro da Cultura, Juca Ferreira; o ex-ministro da
Cultura Gilberto Gil; e José do Nascimento Júnior, presidente do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), na cerimônia de posse da
diretoria da entidade, no Palácio do Itamaraty.

C

Marta
Jabuonski,
curadora
da Galeria
de Arte do
Templo da
Boa Vontade.

onhecer um museu está longe de representar uma visita
a local empoeirado, repleto
de velharias, comprometido
em mostrar aspectos do poder de
uma época ou de classes sociais.
Antes, é um convite para grandes
aventuras e descobertas, capazes
até de levar à transformação dos
rumos da história atual. Cabe
então perguntar: mudaram os museus ou os conceitos? Ou talvez
o homem tenha descoberto que

não pode avançar sem primeiro
buscar no passado a reflexão para
fundamentar o presente e semear
o porvir.
O certo é que essas “grandes
escolas”, em quantidade considerável no Brasil e no mundo inteiro,
nos esperam dia a dia, boa parte
delas gratuitamente, para conosco “dialogar”. Trazem para nós
assuntos e formas diferentes, mas
em todas elas o protagonista é o
homem e sua história.
No Brasil, os primeiros meses
de 2003 foram fundamentais para
avanços no setor. Nesse período
começavam a ser difundidas as
diretrizes básicas da área museológica e, em 16 de maio daquele ano,
se implantava a Política Nacional
de Museus, em evento oficial no
Museu Histórico Nacional (MHN)
do Rio de Janeiro/RJ.

Posse da diretoria do
Ibram

Em janeiro deste ano, outro
grande passo: a criação do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram),
cuja diretoria tomou posse em 11
de maio, em cerimônia realizada
no Palácio do Itamaraty, em Brasília/DF, com a presença do presidente da República, Luiz Inácio
Lula da Silva.
Tomaram posse no Ibram, além
de José do Nascimento Júnior,
na presidência, os diretores: Má­
rio Chagas, no Departamento de
Processos Museais; Eneida Bra­
ga, no Departamento de Difusão,
Fomento e Economia de Museus;
Rose Miranda, coordenadora
geral de Sistemas de Informação
Museal; e Cláudia Storino, assessora da presidência.
Em entrevista à BOA VON­
BOA VONTADE |

33
Arte na Tela

José Francisco Alves

Fachada do Museu de
Arte do Rio Grande
do Sul — MARGS.

TADE, Nascimento afirmou que
as sementes dessa política surgiram “no Rio Grande do Sul, no
Fórum Estadual de Museus, em
2002, quando profissionais da área
museo­ ógica reuniram-se para
l
discutir e preparar um documento
que foi entregue para candidatos a
presidente e governador. Como não
existia na época o Fórum Nacional,
o trabalho ganhou esta reper­
cussão”. Talvez tenha ali ocorrido
até por causa da tradição cultural
desse Estado, o segundo da federação em número de museus: 360.
O presidente do Ibram ponde34

| BOA VONTADE

ra sobre o caminho de sete anos
percorrido desde o lançamento da
ideia no Sul: “Menos rápido do
que gostaria, mas no tempo certo
de amadurecimento do setor, de
acordo com as condições que havia
na época”.
O Ibram será responsável por
gerenciar a política pública para a
área museológica, trabalhando pelo
aumento de visitação e arrecadação
dos museus e pelo fomento de políticas de aquisição e preservação de
acervos, de programas de capacitação e de legislação, integrando as
ações entre os museus brasileiros.

Esse modelo de gestão está
sendo copiado por outras nações, a
exemplo da Espanha, da Colômbia,
do Chile e da Argentina. A troca de
experiências com esses países é
gratificante e enriquece a nós, brasileiros; basta olhar a quantidade de
editais e projetos em curso.
Nessa marcha, o presidente do
Instituto Brasileiro de Museus relembra apoios importantes, como o
do ex-ministro da Cultura Gilberto
Gil, que acreditou no projeto e em
sua continuidade, e do atual ministro, Juca Ferreira. Para Nascimento, “o Ibram é o filho caçula do
Ministério e, como em toda família,
o mais novo é sempre o mais cuidado, o que ajuda bastante. O governo
enxerga a política de museus como
estratégica. Esse legado deixaremos
para as futuras gerações”.
Segundo ele, a estruturação
do novo órgão, do ponto de vista
administrativo, é mais do que
justificada. “Saímos de dentro do
Iphan [Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional]
com a tarefa de articular a Política Nacional de Museus e o
Sistema Brasileiro de Museus
como um todo: os 2.650 museus
que possui o país e um milhão de
itens a serem preservados. É uma
área que gera empregos, turismo,
desenvolvimento, educação.”
Além disso, garante, a equipe é
formada por profissionais de vários
ramos da cultura, o que dá consistência e experiência para enfrentar
a empreitada. Ele explica: “É um
time, cada um na sua posição, cumprindo o papel, buscando resultado.
Todo mundo está imbuído, remando
para o mesmo lado.
Acontece no Paraná

V
LBção!
éa

MARINGÁ

/

P

R

Pelo gosto de ler

Iniciativa da LBV mobiliza crianças na criação e interpretação de histórias, estimulando a criatividade
Paulo Araújo

Paulo Araújo

A partir da esquerda: Olga Agulhon, Nilsa Alves de Melo, Eliana Palma, Vandré
Fernando e Alberto Paco, com os alunos da LBV premiados: Bruno Pires Calixto, Rodrigo
Micheleto e Ingrid Pimenta.

D

espertar na criança o hábito
da leitura e, com isso, estimular o aprendizado por
meio do lúdico tem sido, nos
últimos anos, um dos grandes desafios dos educadores. No ano passado, o concurso Melhor Contador de
Histórias, promovido pela Legião
da Boa Vontade (LBV), convidou
dezenas de crianças a escolher um
livro de histórias infantis para, em
seguida, lê-lo e contar aos colegas
o que aprenderam.
O sucesso do evento foi tanto
que, agora em 2009, a Instituição
realizou a segunda edição do concurso reunindo, desta vez, um número
maior de participantes. Durante uma
semana, as crianças puderam viajar
pelo mundo da imaginação. “Elas
participam desse evento porque

gostam”, ressaltou a presidente da
Academia de Letras de Maringá
(ALM), Olga Agulhon. “Esta é
uma iniciativa maravilhosa. O incentivo à leitura tem que fazer
parte da pauta de trabalho de
todas as instituições. (...) A Academia estará presente”, confirmou.
Na fase classificatória, foram
selecionados doze pequenos para
a final do concurso. Os jurados que
atuaram na última etapa são membros da ALM: além da presidente,
participaram os acadêmicos Nilsa
Alves de Melo, Alberto Paco e
Eliana Palma, e o conselheiro tutelar Vandré Fernando Alvarenga.
“Parabéns à LBV por este evento
emocionante. Cumprimento todos
por mostrar que é possível oferecer
às nossas crianças opções saudá-

veis. O tempo mostrará os bons
frutos que a LBV está plantando”,
disse o conselheiro.
Os três contadores de histórias
mais bem colocados este ano foram,
respectivamente, Ingrid Sara Pi­
menta da Silva (9 anos), Rodrigo
Micheleto Marciano (6) e Bruno
Pires Calixto (11). Eles foram
premiados com livros da Editora
Elevação e uma coleção da ALM.
Outro aspecto positivo do concurso
é a participação espontânea de pais
e amigos. Por exemplo, entre os
finalistas, os familiares ajudaram na
composição do vestuário e de outros
acessórios usados pelas crianças
para dar mais vida ao conto.

Destaque na mídia Diversos veículos
de comunicação divulgaram o concurso
Melhor Contador de Histórias, promovido
pela LBV. Além do jornal O Diário do Norte
do Paraná, também o Jornal do Povo deu
destaque ao evento, inclusive, com chamada em primeira página. Os jornalistas
Ângelo Rigon (pelo seu blog), Verdelírio
Barbosa (colunista do Jornal do Povo) e
Joel Cardoso (colunista do Hoje Notícias)
igualmente exaltaram a iniciativa.
BOA VONTADE |

35
Academia Brasileira de Letras
Entrevista com Carlos Heitor Cony

JK por

Carlos Heitor Cony
Acadêmico conta um pouco de sua história, da
vocação de escritor e analisa a cassação de Juscelino
Divulgação

O

Carlos Heitor Cony e Enaildo Viana, da revista BOA VONTADE.
36

| BOA VONTADE

jornalista, escritor e imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL) Carlos Heitor Cony
já era prosador quando criança. A inclinação
para as letras veio de modo natural: foi, para
ele, o primeiro refúgio e vocação profissional. Um
defeito de dicção lhe dificultava o falar, então a solução do pequeno Cony foi valer-se de outra maneira de
se comunicar. “Minha carreira de escritor começou
lá atrás. Quando era criança, possuía um defeito
na língua, tinha uma dificuldade muito grande de
pronunciar certas palavras; tenho até hoje. Devido a
isso, era garotinho, tinha 6 ou 7 anos, comecei a me
expressar por bilhetes. Lembro-me de que mandava
bilhetes para minha mãe, pedindo: ‘Mamãe, quero
comer bife à milanesa com purê de batata’”, conta
o veterano jornalista.
Fotos: Rick Ligthelm

*¹ Demóstenes (384-322 a.C.), orador e político de
Atenas, praticava a oratória em frente do mar, declamando para as ondas com a boca cheia de pedrinhas.

Divulgação

Esse apego, explica ele, surgiu
também para evitar repreensões:
“Se falasse errado, minha mãe me
corrigia, então escrevia ao invés
de pedir. Conheci a literatura em
Minas Gerais e vi que seria o meu
destino, e estou nela até hoje”.
Em 1939 operou o freio da
língua e, inspirando-se no método
do brilhante orador grego Demós­
tenes*¹ (gago até a adolescência),
fez exercícios com bola de gude
na boca, a fim de dar mais mobilidade à língua. Aos poucos corrigiu
praticamente o problema. Depois,
seguindo os passos do pai, o jornalista Ernesto Cony Filho, esse
carioca de São Cristóvão começa
a trabalhar, em 1952, como redator
da rádio Jornal do Brasil.
Seis anos mais tarde, o jovem
jornalista lança O Ventre, o primeiro
dos 16 outros romances de sua lavra, entre os quais Quase Memória,
(1995) e A Casa do Poeta Trágico

“Juscelino tinha formação
religiosa. (...) Ele chegou
a fazer um cursilho para
apaziguar um pouco,
porque estava inquieto,
sofrendo muito, mas não
concretizava esse sofrimento
numa conspiração, numa
retaliação. Tomava como
modelo no exílio duas
figuras tutelares, que eram
D. Pedro II e José Bonifácio.”

(1997), escolhido o Livro do Ano,
e com o qual obteve o Prêmio Jabuti (categoria Ficção). Versátil em
outros gêneros literários, é autor
de diversos livros de crônicas e de
adaptações da literatura universal.
Com várias obras suas levadas
para o cinema, lançou-se a escrever
roteiros de filmes. Colaborou por
mais de 30 anos na revista Manchete e, como diretor de Teledramaturgia da extinta Rede Manchete, foi
responsável pelo projeto e sinopse
das novelas A Marquesa de Santos,
Dona Beija e Kananga do Japão.
Em 2000, foi eleito membro da
ABL, onde ocupa a cadeira nº 3.
Atualmente, é colunista da Folha
de S. Paulo e de vários jornais do
país, além de comentarista da rádio
CBN e da TV Band News.
No dia 30 de junho, o escritor
palestrou na sessão solene comemorativa do 45º aniversário de
fundação do Instituto Histórico
e Geográfico do Distrito Federal,
que fora criado em 3 de junho de
1964, cinco dias antes de o preBOA VONTADE |

37
Divulgação

Academia Brasileira de Letras

Coronel Affonso Heliodoro (D), amigo do
saudoso Juscelino Kubitschek e presidente
do Instituto Histórico e Geográfico do DF,
é cumprimentado por Enaildo Viana, da
LBV, pela passagem do 45o aniversário
da entidade.

sidente Juscelino Kubitschek,
o construtor de Brasília, ter o
mandato de senador cassado e da
suspensão dos seus direitos políticos por 10 anos. Profundo conhecedor da biografia de Juscelino,
inclusive com obras publicadas
sobre o assunto*², Cony comentou
importantes aspectos do episódio
que levou JK ao exílio voluntário
logo após a cassação.
No bate-papo com a reportagem
da BOA VONTADE, o renomado
escritor agradeceu o ensejo de falar à revista e recordou momentos
em comum com a Legião da Boa
Vontade. “O prazer é meu de dar
uma entrevista para a LBV. Quando
tomei posse na Academia Brasileira
de Letras, toda a diretoria da LBV
me apoiou. Paiva Netto, inclusive,
foi na minha posse na Academia”,
ressaltou.
E acrescentou Cony: “Recebo
material da LBV em casa e tenho
*² Carlos Heitor Cony é autor dos livros JK: Memorial
do Exílio (1982) e JK: Como nasce uma estrela (2002).

38

| BOA VONTADE

uma admiração muito grande pelo
movimento já do tempo do Alziro
Zarur. Eu admirava o trabalho
dele, porque toda pessoa que cria
uma mensagem, uma campanha
pela Boa Vontade, pela felicidade,
pela concórdia, pela paz, é um mérito, deve receber todo o prestígio
e aplauso”.
BOA VONTADE — Durante a palestra, o senhor disse que não foram
os militares que pressionaram
pela cassação de Juscelino. O que
ocorreu de fato?
Carlos Heitor Cony — A
cassação foi uma reivindicação,
uma exigência do empresariado paulista, civil. Podia ter um
ou outro apoio militar, mas não
foram eles que se levantaram
contra JK. Depois, realmente o
negócio mudou muito, e logo
depois do movimento militar de
março, abril de 1964, os militares
não pouparam Juscelino; apenas
não incluíram na primeira lista
que cassou João Goulart, Jânio
Quadros, Leonel Brizola e Luís
Carlos Prestes. O empresariado
paulista tinha compromissos com
a UDN e com Carlos Lacerda,
que precisava então limpar a barra.
JK já era candidato lançado pelo
PSD, homologado pelo partido
para concorrer às eleições de 1965.
Por isso, o empresariado paulista, o
Abreu Sodré, que era governador
[de São Paulo], e outros próximos
resolveram pressionar Castello
Branco, através do ministro Costa
e Silva, que levou Castello até São
Paulo, e lá falaram claramente a
ele: “Ou você cassa o Juscelino
ou São Paulo não apoia o plano

econômico-financeiro do governo”. Diante disso, não teve outro
jeito senão cassar JK.
BV — O que se temia?
Cony — As forças que manipularam os militares em março, abril
de 1964 eram muito ligadas ao Lacerda. Ele foi o grande insuflador do
golpe, da revolução, o conspirador
e candidato natural. Carlos Lacerda
mesmo dizia que o sonho dele era
ser presidente da República, e a
oportunidade estava ali, o campo
livre, mas havia um empecilho, e
era JK, uma peça do xadrez importantíssima, porque tinha tudo
para vencer: as pesquisas davam a
vitória a Juscelino tranquilamente
para 1965. Lacerda e o pessoal de
São Paulo acharam que removendo
Juscelino seria fácil para Lacerda. E
realmente ficaria (...) se a máquina
política não continuasse rodando;
e rodou tanto, que terminou também com o próprio Lacerda sendo
cassado.
BV — JK apoiava o parlamentarismo?
Cony — Ele não era parlamentarista. Porque tinha feito
o governo dele. A vida toda de
Juscelino foi de grande executivo,
em Minas Gerais, como prefeito de
Belo Horizonte, como governador
de Minas e presidente da República. Possuía na mão o poder de
realizar, de poder, de criar. Achava
que o parlamentarismo reduziria
o presidente. Que seria ele se
houvesse eleição? Uma rainha
da Inglaterra, ou seja, uma figura
decorativa. Então, JK era contra o
parlamentarismo.
BV — No exílio em Paris, JK chegou
a receber Lacerda?
Cony — Não. Já no fim,
quando Lacerda estava cassado e
a sociedade civil reclamava, pedindo liberdade, juntaram-se as três
lideranças civis mais importantes
daquela época na Frente Ampla:
Juscelino (que representava mais
ou menos o centro), João Goulart
(a esquerda) e Lacerda (a direita).
Os três líderes juntos davam 100%
do eleitorado, foi um movimento
que assustou os militares. Tanto
que eles dissolveram a Frente
Ampla. Depois, por coincidência
ou não, o fato é que os três membros da Frente (Jango, Juscelino e
Lacerda) morreram num espaço de
nove meses.

Ivan Sousa

BV — O senhor disse que JK era
um homem sem ressentimentos,
mesmo estando no exílio não fez
retaliação contra os perseguidores?
Cony — Juscelino tinha formação religiosa. Ele não tinha vocação para padre, mas foi seminarista. Até o fim da vida dele continuou
sendo homem de religião. Naquele
tempo havia uma mania de fazer
cursilho: reuniam-se pessoas de
vários segmentos — operários,
médicos, profissionais liberais —,
que ficavam numa espécie de retiro
espiritual. Ele chegou a fazer um
cursilho para apaziguar um pouco,
porque estava inquieto, sofrendo
muito, mas não concretizava esse
sofrimento numa conspiração,
numa retaliação. Tomava como
modelo no exílio duas figuras
tutelares, que eram D. Pedro II e
José Bonifácio.

Na ocasião de sua posse na ABL (em
2000), o veterano jornalista Carlos Heitor
Cony, acompanhado de sua simpática
esposa, dona Beatriz, é cumprimentado
pelo dr. Pedro Paulote de Paiva, da LBV.
À esquerda, o renomado jornalista Paulo
Parisi.

BV — Trabalhando na imprensa,
o senhor se mostrou contrário ao
golpe desde o início...
Cony — Eu nunca fui um
animal político, sempre evitei me
interessar pela política, mas em
1964 escrevia uma coluna num
jornal influente, o Correio da Manhã, no Rio de Janeiro, e tinha de
me manifestar sobre o que estava
havendo. Tomei conhecimento do
que se passava no Brasil e, evidentemente, comecei a criticar o
regime militar, que me levou seis
vezes à prisão.
BV — E a vida de acadêmico?
Cony — Completo 10 anos
como acadêmico. Relutei muito para
ser da ABL, mas, depois de muitas
pressões de amigos acadêmicos, um
dia me telefonam à noite insistindo:
“Olha, tem uma vaga, ela é tua, entra, é preciso. Fará bem para você e
para a Academia”. Então, atendi ao
apelo e fui; não estou arrependido.

“O prazer é meu de dar
entrevista para a LBV.
Quando tomei posse na
Academia Brasileira de
Letras, toda a diretoria
da LBV me apoiou.”
BV — O senhor chega bem aos 83
anos. Existe um segredo?
Cony — A função faz o homem.
Trabalhar no sentido lato, ou seja,
ter uma missão, não no sentido nobre, mas ter um encargo, um compromisso com a vida, aí realmente
o indivíduo supera-se e vai adiante.
Eu tinha um amigo que afirmava:
“Se tiver uma dívida para pagar
amanhã de um milhão de reais, e
não tiver dinheiro, posso atravessar a avenida de olhos fechados
e ninguém me atropela; agora, se
não tiver dívida nem trabalho, se
não tiver nada, uma carrocinha me
atropela e mata”.
BOA VONTADE |

39
Elias Paulo

Associação Brasileira de Imprensa
Liberdade de imprensa e Direitos Humanos

Rodolfo Konder,
um veterano
na defesa da
liberdade de
expressão e dos
Direitos Humanos

Jornalismo
M

militante

embro do Conselho Deliberativo da Associação
Brasileira de Imprensa
(ABI) desde abril de 2008,
em mandato de três anos, o jornalista e escritor Rodolfo Konder,
desde março, coordena as atividades da Representação da ABI
na capital paulista. Em entrevista
40

| BOA VONTADE

à BOA VONTADE, o experiente
profissional da comunicação — foi
repórter, editor, diretor de publicações, editorialista, articulista e cronista de jornais e revistas do Brasil
e do exterior — fala de liberdade
de imprensa e Direitos Humanos
com a autoridade de quem abraça
há décadas essas causas.

Nascido em Natal/RN e criado
no Rio de Janeiro/RJ, mudou-se
para São Paulo em 1968. Seu trabalho está voltado totalmente ao
jornalismo, à Educação e à Cultura:
autor de 20 livros, entre contos,
crônicas e memórias, recebeu em
2001 o Prêmio Jabuti pela obra
Hóspede da Solidão; foi secretário
BOA VONTADE — Com vasta
experiência no jornalismo (rádio,
televisão e meio impresso), o
senhor acrescenta a função de
professor e atua na defesa dos
Direitos Humanos...
Rodolfo Konder — Todas essas minhas experiências decorrem
essencialmente do fato de que estou
com mais de 70 anos. Aos 71 anos,
você tem já uma história marcada
por uma série de iniciativas e mudanças. O mundo à minha volta
sempre esteve em mudança. O Homem não se banha duas vezes nas
águas do mesmo rio, como nos ensinou Heráclito. E eu participei de
diversas situações... situações que
se transformaram e que ajudaram
a transformar o País também. Fui

Fotos: Arquivo pessoal

de Cultura de São Paulo/SP, diretor
do Masp e professor de Jornalismo
na Faap; fez parte do Conselho
da Fundação Padre Anchieta e da
diretoria da Bienal de São Paulo.
Antes de aceitar o convite da ABI,
era diretor cultural das Faculdades
Metropolitanas Unidas.
Duas vezes exilado, Konder
foi um dos fundadores da Seção
Brasileira da Anistia Internacional.
Costuma ressaltar a valorização da
diversidade. Para ele, o compromisso maior é com os princípios
e valores claramente universais:
a luta pela democracia, a garantia
da liberdade (de expressão, de
imprensa, da mulher) e a defesa
da ecologia. Na ocasião, Konder
retribuiu o abraço fraterno do
diretor-presidente da LBV, Paiva
Netto: “Muito obrigado. Eu retribuo o abraço e agradeço a vocês
pela atenção”.

1

3

2

4

(1) Rodolfo Konder com Fernando Henrique Cardoso, na década de 1980; (2) com
Tancredo Neves, em 1983; (3) com o atual secretário Estadual de Educação de São
Paulo, Paulo Renato Souza; (4) e com Teotônio Vilela, em 1983.

dirigente sindical, depois me tornei
jornalista ao voltar para o Brasil.
Trabalhei na Agência Reuters; eu
sabia ler e escrever, uma coisa
ainda rara, e sabia inglês, então fui
traduzir telegramas. Depois disso,
trabalhei em O Paiz.
BV — Alguma cena o marcou
nesse primeiro contato com o
jornalismo?
Konder — Bem, eu trabalhava (na Reuters) e quem chefiava
a redação era a dona Jane Braga,
uma americana alta, corpulenta.
Ela gostava de mim porque trabalhava direito, sempre muito
disciplinado, e acabou me pro-

movendo logo a chefe de redação; até pediu ao Itamaraty uma
credencial para que eu cobrisse
uma conferência da OEA [Organização dos Estados Americanos]
lá no Rio, no Hotel Glória. Entrei
em pânico e lhe disse: “O Itamaraty vai dizer: ‘Mas esse cara não
está no Brasil’”. Porque eu tinha
voltado clandestinamente pela
fronteira de Rivera [Uruguai] e
Santana do Livramento [Brasil].
Felizmente, o Itamaraty me deu a
credencial, ninguém reclamou, e
fiz a cobertura para a Reuters dessa conferência. Depois, trabalhei
no O Paiz, na área internacional,
uma área que sempre atraiu muito
BOA VONTADE |

41
Fotos: Arquivo pessoal

Associação Brasileira de Imprensa

Rodolfo Konder com Lygia Fagundes Telles, em 1995 (à esquerda),
e em conversa com Jorge Amado, em 1994; ao fundo, Jack Lang, então ministro da
Cultura da França.

a minha atenção. (...) Vivi intensamente também o período da
guerra fria, que foi um período
empobrecedor. Sabe por quê?
O maniqueísmo, o lado bom e o
lado mal, não existe isso. Depois,
o sonho que tive em relação ao
socialismo revelou-se um pesadelo, porque o que a gente descobriu
é que, em todos os lugares onde
o socialismo foi implantado, nós
acabamos com ditaduras ferozes,
sanguinárias.
BV — Como abraçou a causa dos
Direitos Humanos?
Konder — As mudanças me
levaram nessa direção. Já no meu
segundo exílio, em Nova York, eu
me tornei amigo de um dirigente
da Anistia Internacional e, quando
voltei ao Brasil, ajudei a organizar
a Seção Brasileira da Anistia Internacional. Acabei sendo eleito vice-presidente, depois presidente da
Seção Brasileira. (...) Enquanto isso,
trabalhei em rádio, em televisão.
Durante os dois anos em que estive
exilado no Canadá [de 1976 a 1978],
trabalhei na Rádio Canadá [de Montreal], em revistas e jornais...
42

| BOA VONTADE

BV — O senhor também é conhecido como pioneiro no jornalismo
multimídia... Dessas escolas da
comunicação, qual o atrai mais?
Konder — O meio que me
deu mais projeção e prestígio foi a
televisão. O rádio é um meio também muito importante, que soube
inclusive se adaptar às mudanças...
Quando a televisão nasceu e se desenvolveu, muita gente acreditava
que o rádio ia morrer, e o rádio não
morreu, continuou muito vivo.
Agora, como eu gosto de escrever,
estou publicando o meu vigésimo
livro, sempre me dei bem com o
jornalismo impresso, com o qual
eu mais me identifico.
BV — Sobre a ABI, que comemorou 101 anos, a principal bandeira
dela é a defesa da liberdade, da
democracia. Como vê o papel da
ABI hoje?
Konder — Veja, eu acho que
são gêmeos siameses, a liberdade
de imprensa e a democracia. Não
é possível desligar uma da outra.
Então, a defesa da liberdade, da
democracia, passa indispensavelmente pela defesa da liberdade de

imprensa. E até este slogan adotado
pela ABI, para comemorar o centenário, foi sugestão minha: “100
anos de luta pela liberdade”. (...)
Não admito falta de liberdade de
imprensa, seja em Cuba, seja na
Coreia do Norte, seja em qualquer
lugar onde as pessoas não podem
se ver... A imprensa é o espelho
em que a sociedade se vê, a sociedade descobre o seu próprio rosto
se olhando na imprensa livre e
na sua diversidade. Há órgãos
da imprensa que são melhores,
há outros que são piores; alguns
que dizem a verdade, há outros
que mentem, mas o retrato está ali.
BV — Imprensa livre reúne bons
profissionais e não raro vários ícones. Gostaria de citar alguns deles?
Konder — Convivi muito com
vários desses jornalistas, a partir
do Rio de Janeiro, com Alberto
Dines, Milton Coelho da Graça,
que depois reencontrei aqui em São
Paulo, Maurício Azêdo. Agora, lá
na ABI tenho tido contatos também
regulares com Tarcísio Holanda,
que foi eleito, na última reunião
do Conselho Deliberativo, vicepresidente da Casa. Tenho muitos
amigos na área jornalística; aqui
em São Paulo eu convoquei... “convoquei” é uma coisa assim meio
de velho militante. Mas eu convidei Luthero Maynard, James
Akel, Reginaldo Dutra e Fausto
Camunha a me ajudarem na divulgação e representação da ABI em
São Paulo; eles são hoje os meus
conselheiros consultivos.
Colaboração: Jefferson
Rodrigues
Comunicação
25 Congresso Brasileiro de Radiodifusão
o

Radiodifusão:

Photos.com

compromisso
O

com o Brasil.

compromisso da radiodifusão com o país foi justamente o tema central do
25° Congresso Brasileiro
de Radiodifusão, realizado em
Brasília/DF, entre os dias 19 e
21 de maio. Promovido pela Associação Brasileira de Emissoras
de Rádio e Televisão (Abert), o
encontro trouxe comunicadores,
técnicos, pesquisadores e em-

presários do setor para debater,
entre outros assuntos, a liberdade
de expressão, novas tecnologias,
o marco regulatório e a gestão
de empresas. O evento discutiu,
ainda, o combate à radiodifusão
ilegal e a participação na 1a Conferência Nacional de Comunicação (de 1º a 3 de dezembro).
A abertura foi feita pelo vice-presidente da República, José

Enaildo Viana

Alencar, no exercício da Presidência naquele ato. Alencar deu
os parabéns aos participantes,
desejando “votos de crescentes
sucessos para a classe, devido
aos relevantes serviços que presta ao país através da notícia, do
entretenimento, da música, da
cultura”. Entre as personalidades
que compareceram ao congresso,
destaque para o ministro das CoBOA VONTADE |

43
“Estamos num momento
de transição, num instante
em que saímos do modelo
analógico para o modelo
digital. Em poucos anos
teremos de desligar
o sistema analógico,
e o rádio digital está
aparecendo.”
Hélio Costa

O presidente em exercício, José Alencar,
abriu o 25o Congresso Brasileiro de
Radiodifusão.

| BOA VONTADE

Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr

José Cruz/ABr

44

José Roberto Arruda

O ministro das Comunicações, Hélio
Costa, durante entrevista a respeito das
decisões tomadas no evento.

Ministro das Comunicações

(1) O diretor de Relações Institucionais da Abert, dr. Flávio Cavalcanti Júnior.
(2) O presidente da Abert, Daniel Slaviero (E), recebe a revista BOA VONTADE das
mãos de Celso de Oliveira, da Fundação José de Paiva Netto.

José Gonçalo

2

José Gonçalo

1

gresso. O ministro das
muito ativa. Apoiamos
Comunicações anunciou,
e entendemos que ela é
na ocasião, a assinatura da
importante, mas desde
portaria para a realização
que vise a nortear políde consulta pública que
ticas públicas com olhos
permitirá a concorrência
no futuro, no que será a
Cristovam Buarque
dos principais padrões
comunicação daqui para
digitais de rádio e, posteriormente,
a frente”.
A digitalização na televisão a definição do modelo a ser adoe, sobretudo no rádio, foi outra tado pelos milhares de emissoras
pauta muito discutida no con- brasileiras. Segundo o ministro
José Gonçalo

municações, Hélio Costa; o presidente da Câmara dos Deputados,
Michel Temer; o governador do
Distrito Federal, José Roberto
Arruda; o presidente da Abert,
Daniel Pimentel Slaviero; e o
senador Cristovam Buarque.
Otimista, o presidente da Abert
afirmou que as discussões daquele
acontecimento eram de máxima
importância para o futuro do país:
“Esse encontro, que reuniu mais de
1.400 empresários e profissionais
do setor, é a demonstração da radiodifusão com desenvolvimento
do Brasil”. Nesse contexto, Slaviero destacou a expectativa para a
Conferência Nacional das Comunicações: “Será um amplo fórum
de debates sobre a comunicação
social, e o setor terá uma posição

Michel Temer

José Gonçalo

Marlon Ferreira

Comunicação
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Mudanças climáticas preocupam

  • 1. Meio Ambiente e Sustentabilidade Mudanças climáticas assustam, destaca Paiva Netto Voluntariado Instituto de Educação da LBV recebe Selo Organização Parceira 2009/2010, do CVSP Amor de Mãe O carinho e a alegria de dona Marisa Letícia, primeira-dama do Brasil, com as crianças da LBV. Isabel Fillardis Aos 86 anos, o consagrado ator, roteirista e diretor diz que teatro é para a vida toda e não esconde a satisfação de poder inovar no palco. Ivete Sangalo Carlos Heitor Cony Sérgio Britto Hélio Costa Vera Fischer Rodolfo Konder Eva Sopher Gilberto Amaral Aparecida Liberato Marcos Palmeira Roberto Menescal Airton Grazzioli Educação em foco 7o Congresso Internacional, da LBV, reúne palestrantes e autoridades do Brasil e exterior sos norte e Nordeste Mobilização emergencial da LBV distribui mais de 60 toneladas de alimentos para desabrigados das recentes inundações
  • 2.
  • 3.
  • 4. Sumário 6 21 22 28 40 44 Vírus Influenza A avança pelo mundo 52 60 64 112 140 Marcos Palmeira 68 Nações Unidas/Nova York (EUA) 73 Nações Unidas/Genebra (Suíça) 75 Acontece no Piauí 76 Acontece em Goiás 78 Educação em foco 88 Especial 94 Tudo pelo social 97 Acontece em Santa Catarina Carlos Heitor Cony 100 Terceiro Setor 102 Atualidades 107 Ecosoc — ONU/EUA 112 Numerologia 6 Mudanças climáticas assustam Paiva Netto 10 Cartas, e-mails, livros e registros 2 1 Opinião Esportiva José Carlos Araújo 22 Abrindo o coração Isabel Fillardis 2 8 Televisão Meio Ambiente e Sustentabilidade Mudanças climáticas assustam, destaca Paiva Netto Voluntariado Instituto de Educação da LBV recebe Selo Organização Parceira 2009/2010, do CVSP Amor de Mãe O carinho e a alegria de dona Marisa Letícia, primeira-dama do Brasil, com as crianças da LBV. Isabel Fillardis Sérgio Britto Ivete Sangalo Carlos Heitor Cony Aos 86 anos, o consagrado ator, roteirista e diretor diz que teatro é para a vida toda e não esconde a satisfação de poder inovar no palco. Hélio Costa Vera Fischer Rodolfo Konder Eva Sopher Gilberto Amaral Aparecida Liberato Marcos Palmeira Roberto Menescal Airton Grazzioli Educação em foco 7o Congresso Internacional, da LBV, reúne palestrantes e autoridades do Brasil e exterior SOS Norte e Nordeste Mobilização emergencial da LBV distribui mais de 60 toneladas de alimentos para desabrigados das recentes inundações créditos das Fotos de Capa: Airton Grazzioli: Daniel Trevisan; Aparecida Liberato: Leilla Tonin; Carlos Heitor Cony: Ivan Souza; Eva Sopher: João Preda; Gilberto Amaral: Arquivo pessoal; Hélio Costa: Divulgação; Isabel Fillardis: Clayton Ferreira; Ivete Sangalo: Divulgação; Marcos Palmeira: Jair Bertolucci; dona Marisa Letícia: Ricardo Stuckert/ABr; Roberto Menescal: Vivian Ribeiro; Rodolfo Konder: Elias Paulo; Sérgio Britto: João Periotto; Vera Fischer: Divulgação. 4 | BOA VONTADE 31 Música 3 2 Arte na Tela 3 5 Acontece no Paraná 3 6 Academia Brasileira de Letras 40 Associação Brasileira de Imprensa Rodolfo Konder 43 Comunicação 46 Homenagem 48 Perfil Arthur Virgílio 51 Oportunidade 52 LBV é Ação! SOS Norte e Nordeste 57 Amazônia em foco 58 Acontece no Rio 60 Teatro Sérgio Britto 64 Samba História Roberto Menescal Raimundo Colombo Aparecida Liberato 116 Melhor Idade 117 Memórias 122 Notícias de Brasília 124 Opinião Política 126 Turismo 128 Responsabilidade Social 130 Opinião — Mídia Alternativa 133 Acontece no mundo 136 Internacional 138 Acontece em Minas Gerais 140 Saúde 142 Soldadinhos de Deus 144 Ação Jovem LBV
  • 5. Ao leitor Reflexão de BOA VONTADE “Como escrevi em Dialética da Boa Vontade — Reflexões e Pensamentos, lançado em 1987: Num futuro que nós, civis, religiosos e militares de bom senso desejamos próximo, não mais se firmará a Paz sob as esteiras rolantes de tanques ou ao troar de canhões; sobre pilhas de cadáveres ou multidões de viúvas e órfãos; nem mesmo sobre grandiosas realizações de progresso material sem Deus. Isto é, sem o correspondente avanço ético, moral e espiritual. O Ser Humano descobrirá que não é somente sexo e estômago. Há nele o Espírito eterno, que lhe fala de outras vidas e outros mundos, que procura pela Intuição ou pela Razão.”  Paiva Netto, no livro Reflexões da Alma, lançado pela Editora Elevação. A obra literária já vendeu mais de 400 mil exemplares. BOA VONTADE Revista apolítica e apartidária da Espiritualidade Ecumênica A N O 5 3 • N o 2 2 5 • M a r / a b r / ma i / J u n 2 0 0 9 Edição fechada em 14/7/2009 BOA VONTADE é uma publicação das IBVs, editada pela Editora Elevação. Registrada sob o no 18166 no livro “B” do 9º Cartório de Registro de Títulos e Documentos de São Paulo. Diretor e Editor-responsável: Francisco de Assis Periotto - MTE/DRTE/RJ 19.916 JP Coordenação geral: Gerdeilson Botelho e Rodrigo de Oliveira Jornalistas Colaboradores Especiais: Carlos Arthur Pitombeira, Hilton Abi-Rihan, José Carlos Araújo e Mario de Moraes. Equipe Elevação: Adriane Schirmer, Carla Luz, Cida Linares, Daiane Emerick, Danielly Arruda, Débora Verdan, Felipe Tonin, Gizelle de Almeida, Jefferson Rodrigues, João Miguel Neto, Joílson Nogueira, Jonny César, Leila Marco, Leilla Tonin, Letícia Rio, Maria Aparecida da Silva, Mário Augusto Brandão, Natália Lombardi, Neuza Alves, Raquel Bertolin, Rosana Bertolin, Sarah Jane, Silvia Ligieri, Simone Barreto, Vivian Ribeiro, Walter Periotto, Wanderly Albieri Baptista e William Luz. Projeto Gráfico: Helen Winkler Impressão: Editora Parma Endereço para correspondência: Rua Doraci, 90 • Bom Retiro • CEP 01134-050 • São Paulo/SP • Tel.: (11) 3358-6871 • Caixa Postal 13.833-9 • CEP 01216-970 Internet: www.boavontade.com / E-mail: info@boavontade.com A revista BOA VONTADE não se responsabiliza por conceitos e opiniões em seus artigos assinados. A equipe da BOA VONTADE reuniu nesta edição nomes dos mais representativos do cenário brasileiro. A entrevista com o veterano ator e diretor Sérgio Britto é um bom exemplo: com 86 anos, e conservando a mesma paixão pelo teatro de quando jovem, mostra que se mantém atualizado nos assuntos da dramaturgia e nos leva ainda a revisitar o passado. O leitor vai conhecer um pouco melhor a trajetória da atriz Isabel Fillardis: mulher guerreira que, além das dificuldades próprias da profissão, é exemplo de força e coragem na vida em família. Conta como enfrentou a grave doença de seu segundo filho, Jamal, que comprometia o desenvolvimento psicomotor dele, e soube reverter a experiência em ânimo e informação para muitos outros pais que passam pelo mesmo drama. Confira ainda neste número entrevista com o ator Marcos Palmeira, que cedo aprendeu a amar a cultura indígena, tornando-se um defensor dela. Falando em boas reportagens, destaca-se a do 7o Congresso Internacional de Educação da LBV. Vale ressaltar também a matéria que conta sobre a carreira do talentoso Roberto Menescal, cuja vida como compositor se confunde com a trajetória da própria Bossa Nova; a reflexão do acadêmico Carlos Heitor Cony sobre a história de JK; e a conversa com a numeróloga e fonoaudióloga Aparecida Liberato. Igualmente, chama a atenção o bate-papo com o jornalista e escritor Rodolfo Konder, membro do Conselho Deliberativo da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e coordenador das atividades da Representação da Casa do Jornalista em São Paulo/SP. Merece especial destaque o artigo do jornalista Paiva Netto intitulado “Mudanças climáticas assustam”. Nele, o também escritor avalia as dramáticas consequências previstas, em 2007, pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU. Nesta análise, defende o urgente e necessário cuidado com o planeta. Boa leitura! BOA VONTADE | 5
  • 6. Mudanças climáticas assustam Paiva Netto Mudanças climáticas João Preda assustam José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor. É diretor-presidente da LBV. E m 2007, durante o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU, as predições acerca das consequências do aquecimento global foram dramáticas. E hoje, dois anos depois, vozes respeitáveis levantam-se para declarar que o assunto é muito mais grave do que se pensa. No Polo Sul, o derretimento das geleiras, em um decênio, cresceu quase 80%. No fim deste ano, ocorrerá, na capital da Dinamarca, impor6 | BOA VONTADE
  • 7. As mudanças que estão dificuldades —, pois, em acontecendo no mundo, última aná­ise, nosso elo l aqui no Brasil nós as nocomum e básico está em tamos também, quando faz todos nós habitarmos este muita seca no lugar onde planeta. Respiramos todos não tinha seca, quando o mesmo ar. Todos acariPlaneta Terra — a casa Lula chove demais no lugar nhamos o futuro de nossos de todos No início da década de 1990, filhos. E todos somos mortais (...)”. onde não chovia. É para chamar a Contudo, em muitas ocasiões, atenção da gente de que algumas em uma série que fiz para rádio e TV, denominada O Apocalipse de alguns até desfazem de tama- coisas estão mudando no mundo e Jesus para os Simples de Cora- nho infortúnio anunciado. Parte que precisamos começar a olhar dos ecologis­ as ainda é com muito mais atenção. Daí por t ção, comentei que o prep apelidada de “ecochatos”. que a nossa ida a Co­ enhague  em sidente John Fitzgerald Importu­ o, porém, será o dezembro deste ano para discutir n Kennedy (1917-1963), quadro com o qual a Huma- a questão do clima é muito impordos Estados Unidos, já tante. E o Brasil vai jogar um peso nidade irá deparar-se. pressentira tal panorama Mas, voltando aos dias muito grande na sua delegação”. insensato provocado pelo John Kennedy atuais, referindo-se às sedesprezo ao nosso orbe, O presidente dos como se pode inferir de seu dis- cas e aos dilúvios que se têm derEstados Unidos, curso proferido em 10 de junho ramado sobre o Brasil, o presidente Barack Obama, Lula, atento aos fatos, no seu prode 1963, em Washington, D.C.: assumiu importan— “(...) Não seja­ os, pois, grama matinal das segundas-feiras, m tes compromissos que mostram avancegos quanto a nossas diferenças, Café com o Presidente, no dia 11 ço na consciência mas dirijamos também a atenção de maio, assim se manifestou, resBarack Obama ecológica. Entre para nossos interesses comuns e pondendo a uma pergunta que lhe eles, reduzir as emissões de carbono para os meios pelos quais as dife- fez o repórter Luciano Seixas, da dos EUA em cerca de 80% até 2050 e renças pos­ am ser resolvidas. Se Radiobrás: s participar ativamente na negociação do tratado global que substituirá o “Luciano, a avaliação é que alnão pudermos, agora, pôr paradeiProtocolo de Kyoto. Obama também se ro a elas, poderemos, pelo menos, guma coisa está nos chamando comprometeu a investir, nos próximos auxiliar a propor­ ionar segurança a atenção para que a gente tome c dez anos, US$ 150 bilhões em fontes ao mundo — não obstante nossas mais cuidado com o planeta Terra. de energia renováveis. Divulgação Arquivo BV Divulgação tante reunião política com autoridades de diversos países. A situação é realmente inquietante. Lu Moral Clayton Ferreira O Brasil e os efeitos das mudanças climáticas O Nordeste brasileiro, acostumado a severas estiagens, viveu situação oposta nos meses de abril e maio. Chuvas intensas castigaram a região e também o Norte do país, provocando enchentes que deixaram rastros de destruição. Para socorrer as vítimas desse desastre natural, a LBV promoveu mobilização solidária que distribuiu mais de 60 toneladas de alimentos. Essa iniciativa é destaque na página 52 desta edição. Cl a n yto ira rre Fe
  • 8. O consagrado ator Moacyr Franco com sua simpática esposa, Daniela. Que assim seja, pois nosso país tem muito a contribuir, desde o seu natural sentimento de Solidariedade. SOS Norte e Nordeste De Salvador/BA chega-nos a informação, divulgada no portal Boa Von­ade (www.boavontade.com), t de que “em parceria com a Defesa Civil, a Legião da Boa Vontade colocou à disposição do público vários postos de atendimento para arrecadar doações de remédios, garrafas de água potável, cobertores e alimentos não-perecíveis, os quais serão entregues às vítimas das chuvas nas regiões Norte e Nordeste. Todos os que puderem participar da campanha devem ligar para uma destas unidades da LBV: Belém/PA: (91) 3225-0071; Fortaleza/CE: (85) 3484-3533; Natal/RN: (84) 3613-1655; Salvador/BA: (71) 3312-0555; São Luís/ MA: (98) 3214-1428; Teresina/PI: (86) 3213-3099. Se preferir, pode acessar o site www.lbv.org.br e obter outras informações”. Daniela e Moacyr Franco — um destino traçado Com satisfação, tenho comigo o simpático livro Me espere até amanhã, acompanhado das fraternas dedicatórias da autora, Daniela Franco, e de seu esposo, o consagrado ator, cantor e come- diante brasileiro Moacyr Franco. Moa, como carinhosamente é chamado o Moacyr por Daniela, escreveu-me: “Zé, se você nos ler, obrigado”. E digo agora: Eu é que agradeço a oportunidade de apreciar a bela história de uma construção de Amor, “um destino que foi mesmo traçado para os dois”, como afirma o primogênito de Vocês, João Vitor, de 14 anos. As narrativas de Daniela, em que explica os numerosos bilhetinhos do Moa, correspondentes a momentos especiais da vida do casal, são um verdadeiro encanto. Bonita a união de Vocês! Faz bem ao leitor. O Amor nos torna adolescentes, igualzinho ao Moacyr (rsrs). Ou seja, nossa Alma se revigora e somos capazes de transcender em contagiante alegria e paz em prol dos que nos cercam. paivanetto@uol.com.br www.boavontade.com Liliane Cardoso Clayton Ferreira Mudanças climáticas assustam Desde menino, com as histórias contadas pelo meu saudoso pai, Bruno Simões de Paiva — que na sua mocidade andou pelos pampas —, nutro carinho especial pelo Rio Grande do Sul. Na maturidade, a graça divina premiou-me com um filho nascido neste rincão. Povo hospitaleiro, ofertou-me amizades leais. Uma delas, o professor, escritor e editor frei Rovílio Costa, deixou-nos no sábado, 13 de junho. Seu amor pelos pobres e zelo com o desenvolvimento da cultura sempre nos acompanharão. Caro amigo, receba, onde estiver, pois Frei Rovílio Costa e Paiva Netto em os mortos não morrem, as minhas fraterno encontro no sul do país. sinceras homenagens e da Legião da No destaque, carinhosamente abraça as crianças em Boa Vontade. Sua vida prossegue em agradecimento pela novos pagos e que, do seio do Criador, homenagem recebida, um suas obras continuem a nos inspirar. quadro de São Francisco de Assis, Patrono da LBV. Deus o abençoe! 8 | BOA VONTADE Elisa Rodrigues Homenagem a frei Rovílio
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  • 10. Mário Soares destaca Boa Vontade Mulher Lula inaugura universidade do Recôncavo Baiano O dr. Mário Soares, estadista português, recebeu com entusiasmo um exemplar da Boa Vontade Mulher. Ele conversou com integrantes da LBV de Portugal durante evento realizado na cidade do Porto, em 1º de abril, e agradeceu a homenagem feita à sua esposa, dra. Maria de Jesus Barroso Soa­ es, r destacada na revista, em texto biográfico que descreve, entre outras realizações, o trabalho dela em favor dos direitos humanos. Agradeceu também a menção de seu nome e o registro de uma foto sua, na qual aparece recebendo a Comenda da Ordem do Mérito da Fraternidade Ecumênica, entregue por Paiva Netto, diretor-presidente da Instituição, em 1997, no ParlaMundi da LBV, em Brasília/DF. | BOA VONTADE Ricardo Stuckert/PR Ricardo Ribeiro Carlos Barral (por celular) O presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugurou, em 25 de maio, na cidade de Cachoeira/BA, o primeiro câmpus da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Participaram também da solenidade o presidente do Senegal, Abdoulaye Wade; o ministro da Educação, Fernando Haddad; o ministro da Cultura, Juca Ferreira; o governador da Bahia, Jaques Wagner; e Luiz Fernando de Almeida, presidente do Iphan. Na ocasião, o superintendente da Fundação José de Paiva Netto, Lu­ ciano Duarte Pereira, entregou um exemplar da Boa Vontade ao presidente Lula, que agradeceu e mandou um abraço ao dirigente da LBV, Paiva Netto. José Saramago na Feira do Livro do Porto Prêmio Nobel de Literatura, o escritor José Saramago presenteou a Invicta, como também é conhecida a cidade do Porto, com sua tradicional visita à Feira do Livro, realizando uma sessão de autógrafos, no dia 2 de junho, da obra A viagem do elefante. Na foto, o autor com o livro Reflexões da Alma, do escritor Paiva Netto, lançado em Portugal pela Editora Pergaminho. 10 Ricardo Stuckert/ABr Marco Semblano Lula recebe exemplar da revista Boa Vontade das mãos de Luciano Duarte, da LBV. Lula recebe prêmio da Unesco O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu, no dia 7 de julho, em Paris, o Prêmio Félix Houphouët-Boigny pela Busca da Paz, da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Lula foi escolhido por suas ações em favor da Paz, da erradicação da pobreza e da proteção dos direitos das minorias. Na foto, ao lado do presidente do Brasil estão Koïchiro Matsuura (E), diretor-geral da Unesco, e o estadista português Mário Soares (D).
  • 11. Fotos: Ricardo Stuckert/ABr 1 (1) A simpática dona Marisa Letícia conversa com crianças da LBV. Nas imagens 2 e 3, a ilustre homenageada posa com alguns dos alunos da Instituição. 2 3 Primeira-dama do Brasil, dona Marisa Letícia, recebe homenagem das crianças da LBV Alunos da Escola de Educação Infantil Alziro Zarur, da Legião da Boa Vontade (QSD 8, Área Especial 11), em Taguatinga/DF, homenagearam a primeira-dama do Brasil, dona Marisa Letícia Lula da Silva, por ocasião do seu aniversário, em 7 de abril. Na oportunidade, as crianças entregaram à dona Marisa um cartão confeccionado por elas próprias e uma camiseta com o coração da LBV, toda desenhada com as mãos da garotada, além de um arranjo de orquídeas e a revista Boa Vontade Mulher. Na despedida, a primeira-dama declarou que a alegria das crianças havia sido o seu melhor presente. BOA VONTADE | 11
  • 12. Cartas, e-mails, livros e registros Guia prático de saúde A simpática dra. Elaine Camargo, ao lado dos doutores Leandro Dini (E) e Amauri Dalacorte. O livro Cuidando do doente em casa, lançado recentemente durante palestra e sessão de autógrafos na Livraria Cultura, do Shopping Bourbon Country, de Porto Alegre/RS, é um guia prático para auxiliar a família, cuidadores e profissionais na reabilitação de pacientes neurológicos. Organizada pelos neurocirurgiões doutores Leandro Infantini Dini e Amauri Dalacorte, a obra conta com colaboradores importantes, entre os quais a odontóloga doutora Elaine Camargo, autora do capítulo “Cuidados com a saúde da boca”, que enviou um exemplar ao diretor-presidente da LBV. Na oportunidade, ela ressaltou a influência dos aspectos de cunho psicológico e humanitário na recuperação do doente e, na dedicatória ao dirigente da Instituição, registrou: “Ao querido mestre inspirador e compadre Paiva Netto, ofereço esse capítulo como um degrau conquistado sob sua bandeira. Viva Jesus! Elaine”. Os médicos Leandro Infantini Dini e Amauri Dalacorte deixaram seu recado: “Ao ilustre e respeitado sr. Paiva Netto, que comunga conosco do desejo de que esta obra auxilie a muitos”. 12 | BOA VONTADE Luiz Antônio Barcelos da Silva Periodicamente a Agência Central de Inteligência (CIA), órgão dos Estados Unidos, divulga o seu relatório com previsões e perspectivas quanto à sociedade e suas instituições políticas e econômicas no mundo no futuro. A versão em português desse trabalho foi lançada recentemente no Brasil. A tarde de autógrafos ocorreu na capital paulista e teve a presença do jornalista e historiador Heródoto Barbeiro, que assina a apresentação do livro, intitulado O Novo Relatório da CIA: Como Será o Amanhã. Nele as previsões foram atualizadas, estendendo-se até 2025, em relação ao título anterior: O Relatório da CIA: Como Será o Mundo em 2020, também apresentado por Barbeiro. Heródoto — atualmente, gerente de jornalismo da Rádio CBN e apresentador do Jornal da Cultura e do programa Roda Viva — destacou que acompanha assiduamente, por meio da Boa Vontade, o “trabalho vertiginoso da LBV e de seu dirigente”, para quem, inclusive, autografou um exemplar da obra, com a seguinte mensagem: “José de Paiva Netto, um abraço do Heródoto Barbeiro”. Por uma família planetária O lançamento do livro Família de Alta Performance: conceitos contemporâneos na educação, de autoria do psiquiatra, psicodramatista e educador Içami Tiba, ocorreu em 20 de maio, em São Paulo/SP. Comemorativa dos 40 anos de atividade profissional, a obra é também resultado de extensa pesquisa, da prática clínica e da consultoria familiar do autor. Nela, Içami Tiba avalia que, para Vinícius Bueno Lucian Fagundes Relatório da CIA traz previsões para o mundo melhorarmos a vida no planeta, em todos os aspectos, é preciso haver uma mudança de atitude por parte de cada pessoa, a fim de que possa fazer parte de uma família de alta performance. Na oportunidade, muito simpático e receptivo, o educador recebeu os cumprimentos da LBV e dedicou um exemplar do livro, com estas palavras: “Ao mestre Paiva Netto a admiração e o abraço do Tiba”.
  • 13. Educação e voluntariado em alta Instituto de Educação José de Paiva Netto, escola-modelo da LBV, recebe Selo Organização Parceira 2009/2010, do Centro de Voluntariado de São Paulo, presidido pela ilustre dra. Milú Villela Fotos: Vinícius Bueno Dra. Milú Villela, presidente do Centro de Voluntariado de São Paulo, em entrevista à Super RBV de Comunicação. Da esquerda para a direita: Maria Lúcia Meirelles Reis, do CVSP, a pedagoga Suelí Periotto, da LBV, a dra. Milú Villela, Aline Ferreira, da LBV, e Silvia Maria Louzã Naccache, do CVSP. O Instituto de Educação José de Paiva Netto, escola-modelo da Legião da Boa Vontade (LBV), localizado na capital paulista, foi premiado com o Selo Organização Parceira 2009/2010, oferecido pelo Centro de Voluntariado de São Paulo (CVSP). O título, entregue em 14 de julho, possui validade de dois anos e é conferido a organizações que mantêm parceria ativa com o CVSP e oferecem programa de voluntariado organizado, atuante e transformador. Em entrevista à Super Rede Boa Vontade de Comunicação, a presidente do CVSP e diretora-presidente do Instituto Faça Parte, dra. Milú Villela, ressaltou a importância do voluntariado e do trabalho das organizações agraciadas com o Selo. “A cada ano temos mais organizações sociais participando. E é com muito orgulho que fazemos parte dessa causa. Acreditamos que, ao ser voluntários, realmente podemos fazer uma mudança, uma transformação no mundo”, afirmou. A ilustre presidente do CVSP destacou, ainda, o perfil do trabalho voluntário no país: “O Brasil tem se expandido e dado uma amostra de que o brasileiro é solidário, é voluntário”. Ao finalizar, a dra. Milú parabenizou a LBV pela ação socioeducativa que tem realizado em parceria com o Centro de Voluntariado de São Paulo. Esta é a segunda vez que o Instituto de Educação da LBV recebe o Selo Organização Parceira. SAIBA MAIS: www.voluntariado.org .br BOA VONTADE | 13
  • 14. Rogério Ceni e os 18 anos de carreira Pedro Paulo Rodrigues Goleiro titular do São Paulo FC desde 1997, Rogério Ceni lançou em abril, em parceria com o jornalista André Plihal, o livro Maioridade Penal: 18 anos de histórias inéditas da marca da cal. Considerado oficialmente o maior goleiro artilheiro de todos os tempos, Ceni presenteia os fãs com histórias de vida emocionantes, envolvendo os bastidores do futebol, a trajetória profissional, as amizades, as dificuldades e as conquistas. Alunos da escola da Legião da Boa Vontade na capital paulista prestigiaram o lançamento da obra e levaram o abraço da Instituição ao consagrado goleiro. Mesmo muito solicitado, Ceni recebeu as crianças e disse o quão feliz se sentiu com a presença delas. Aproveitou a ocasião para dedicar dois exemplares de seu livro: um para a escola da LBV e o segundo para o líder Instituição, com a seguinte dedicatória: “Um abraço ao sr. Paiva Netto, felicidades fraternais. Um grande beijo a todos da LBV. Rogério Ceni”. Estou muito feliz com a Boa Vontade nº 224. A matéria cultural sobre o Instituto e a nossa entrevista para a Boa Vontade TV foram excelentes. A publi- 14 | BOA VONTADE O Centro Comunitário e Educacional da Legião da Boa Vontade em Natal/RN (Rua dos Caicós, 2.148, Dix-Sept Rosado) recebeu, em 15 de maio, a visita da senadora Rosalba Ciarlini Ro­ sado. Na recepção “Parabéns à LBV! à parlamentar, o O trabalho realizado em Coral Ecumênico todo o Brasil com milhares paz, um Brasil Infantil, formado por crianças atende crianças e jovens é algo de mais forte. A LBV trabalha didas pela Instigrande valor.” com crianças tuição, interpretou Rosalba Rosado que estão na faimúsicas com temas Senadora xa de risco, trazenligados à Natureza, à do apoio e educação Educação e à Cultura de integral, com mais esporte, Paz. A garotada presenteou-a também com um quadro, confeccio- cultura, ensino de qualidade”. Depois de visitar todos os amnado pelas próprias crianças, e com a apresentação da peça: Emília, a bientes do Centro Comunitário e boneca-gente, dentro das atividades Educacional, Rosalba registrou no das oficinas de cultura e musicali- livro de visitas a seguinte mensazação infantil, do programa LBV — gem: “Parabéns à LBV! O trabalho realizado em todo o Brasil com miCriança: Futuro no Presente! Visivelmente emocionada, a lhares de crianças e jovens é algo senadora declarou: “Pude ver um de grande valor. O futuro dessas trabalho que nos deixa entusiasma- crianças, com certeza, revelará dos, pelo carinho, a forma como a meninos e meninas de Boa Vontade, criança está sendo tratada. (…) Só que construirão uma civilização de assim poderemos ter um mundo de paz (…)”. cação é maravilhosa. Fiquei muito feliz com todas as reportagens divulgadas. Agradeço muito ao amigo Paiva Netto a lembrança e a gentileza. Muito obrigado! (Ricardo Cravo Albin, jornalista, Ricardo Cravo Albin escritor, produtor e crítico Vivian Ribeiro Instituto Cravo Albin Crianças da LBV emocionam senadora Arivaldo Oliveira Cartas, e-mails, livros e registros musical, fundador do Instituto Cultural Cravo Albin — ICCA, no Rio de Janeiro/RJ)
  • 15. Depois de tomar o caminho das lembranças de infância para produzir seu primeiro livro, Pequena Moisi, a atriz Vera Fischer, agora, mergulha na vida adulta e publica Um leão por dia, biografia recém-lançada no Rio de Janeiro. A artista foi prestigiada na noite de autógrafos por amigos e colegas famosos, como Maurício Mattar, Mara Manzan, Isabelita dos Patins e Rosane Gofman. Também compareceram ao lançamento representantes da Legião da Boa Vontade, que cumprimentaram a atriz em nome do diretor-presidente da LBV. Por sua vez, a ex-Miss Brasil retribuiu com grande simpatia a saudação: “Ah, o Paiva. Que saudades dele! Mandem um grande beijo para ele, e obrigada pela presença”. Com o mesmo carinho, registrou em exemplar do livro esta dedicatória: “Paiva, saudades e beijos. Vera Fischer”. Salvador na Copa de 2014 Durante comemoração, Ivete Sangalo enaltece trabalho da LBV Em ritmo de axé, a cantora Ivete Sangalo comandou animada festa no Estádio Manoel Barradas, o Barradão, em 31 de maio, antes da partida entre Vitória e Grêmio, pela Série A do Campeonato Brasileiro de futebol. Ao lado do cantor Tatau, a artista, à época grávida de cinco meses, acompanhou o anúncio de Salvador na lista das cidades-sede da Copa do Mundo de 2014, no Brasil. Em entrevista à Super Rádio Cristal (AM 1.350), emissora da Super Rede Boa Vontade de Rádio, Ivete Sangalo destacou a admiração dela pelo trabalho da Legião da Boa Vontade. “Quanto mais se é bom, quanto mais se ajuda o próximo, mais você se coloca na posição do outro que está sendo ajudado, mais frutos terá; energicamente falando, mais filho de Deus você será”, afirmou. A amizade da cantora com a Instituição é antiga. Em 2004, ela recebeu uma homenagem das crianças atendidas pela LBV, além de um quadro com a Majestosa Estampa de Jesus, o Cristo Ecumênico, durante entrega do título de Cidadã de Salvador, na Câmara Municipal. “O tempo de ser bom é indeterminado. (...) Parabenizo a LBV! Sei do trabalho de vocês, é um trabalho sério! Sou uma mulher da benevolência também, da filantropia, e sei que isso só nos traz grandes presentes na vida”, declarou. A futura mamãe também ressaltou o valor de desde cedo despertar na criança o sentimento de Solidariedade, uma prática que observa nas ações da LBV: “Isso tem de partir de casa, do berço. O pai e a mãe têm de mostrar que ser bom, compartilhar, ser solidário, é um grande princípio, e aí a gente vai levando e colaborando com quem precisa, e sendo ajudado, porque o Amor das pessoas e a gratidão são muito importantes”. E completou a artista baiana: “Boa sorte e continue com esse trabalho lindo. Um beijo a toda a turma da LBV. Parabéns por esse trabalho e ao Paiva também, que é um querido! Obrigada pelo carinho”. trabalho de vocês, “Parabenizo a LBV! Sei do beijo a toda a é um trabalho sério. (...) Um r esse trabalho e turma da LBV. Parabéns po querido! (...)” ao Paiva também, que é um Sangalo Ivete Felipe Panfili/Ag. News/Agência O Dia Vivian Ribeiro Vera Fischer lança nova biografia
  • 16. Cartas, e-mails, livros e registros ASCOM/TCE/MG Boa Vontade Mulher Leontina Maciel Agradeço a iniciativa da Boa Vontade em apoiar a causa da mulher e dar-lhe visibilidade. Em especial, agradeço ao escritor, jornalista, poeta e comunicador Paiva Netto, antes de tudo um empreendedor social que mostrou, desde cedo, seu envolvimento social e optou por orientar suas ações na luta pela dignidade humana. (Maria da Penha, farmacêutica, bioquímica aposentada e símbolo da luta contra Maria da Penha a violência doméstica, de Fortaleza/CE) Vivian Ribeiro Principais personagens do noticiário nacional Edição bem cuidada da Boa Vontade, sob os aspectos gráfico e editorial. Nessa edição 224, o jornalismo foi mais uma vez tema de destaque, mostrando aos leitores os assuntos e os personagens principais do noticiário nacional. O Sindicato dos Jornalistas Ernesto Vianna Profissionais agradece 16 | BOA VONTADE No 44º aniversário de fundação da TV Globo Minas, comemorado em 26 de abril, a emissora foi homenageada pelas crianças atendidas pela Legião da Boa Vontade na capital mineira. O coordenador de Comunicação da TV, Paulo Valadares, recebeu em nome dos demais empregados uma lembrança confeccionada pela própria garotada. Paulo agradeceu a presença das crianças e ressaltou o valor desse gesto: “Essa homenagem da LBV é muito importante, é mais um caminho de aproximação, de relacionamento e interlocução com as instituições Mônica Mendes Com meus cordiais cumprimentos, agradeço a revista Boa Vontade (ano 53, no 224). Parabenizo a equipe envolvida nesta publicação pela excelência do trabalho realizado. (Conselheiro Wanderley Ávila, presidente do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais) Homenagem à TV Globo Minas Paulo Valadares recebe quadro confeccionado pelas crianças da LBV que trabalham com a criança, a educação, o idoso, e promovem a melhoria da qualidade de vida de nossa cidade, do nosso Estado”. Caminhos da Educação integral Em recente visita ao Templo da Boa Vontade, a Pirâmide das Almas Benditas, em Brasília/DF, o sociólogo e escritor Denizard de Souza, conselheiro do Fórum Mundial Permanente Espírito e Ciência, da LBV, apresentou seu novo livro: Em Busca do ser INTEGRAL, e autografou um exemplar especialmente para o diretor-presidente da LBV. A obra aborda de forma transdis- ciplinar a questão da Educação integral, incluindo fatores como saúde, violência juvenil e comunidades virtuais. Na ocasião, escreveu a seguinte dedicatória: “Ao sublime idealizador da Pedagogia Ecumênica, Paiva Netto. Com votos de continuidade e crescente universalidade do luminoso trabalho educacional realizado pela LBV há seis décadas junto à gente brasileira. Denizard de Souza”. a página dedicada à posse da nova diretoria (triênio 2008/2011) e a atenção que a equipe LBV tem com a representação dos jornalistas fluminenses. Saudações cordiais. (Ernesto Vianna, presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro) Lina Silva Presidente do TCE de Minas Gerais parabeniza revista Boa Vontade Mensagem encorajadora Li, com muita alegria, a revista Boa Vontade. Confesso que fiquei tocada
  • 17. Fotos: Divulgação Registro da aula inaugural do curso de pós-graduação em Direitos da Criança e do Adolescente. Na foto ao lado, os graduados com o desembargador Siro Darlan (em pé, o quinto a partir da esquerda), que também é presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente do Rio de Janeiro (CEDCA). Na imagem acima, vista da aula inaugural. Direitos da Criança e do Adolescente Curso de pós-graduação da Unig, em Nova Iguaçu/RJ, visa à formação de conselheiros tutelares Com o objetivo de expandir a aplicação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e, desse modo, tornar sua atuação cada vez mais eficaz nas relações em sociedade, a Universidade Iguaçu (Unig), na cidade de Nova Iguaçu/ RJ, deu início ao curso de pós-graduação lato sensu em Direitos da Criança e do Adolescente. Coordenador do curso, o desem- bargador Siro Darlan de Oliveira apresentou a aula inaugural (foto), em 30 de maio, tratando de temas dis­ utidos na 8ª Conferência Nacional c dos Direitos da Criança e do Adolescente, que se realiza até o fim deste ano nas etapas estadual e distrital. O conteúdo programático compreende variadas disciplinas, entre as quais: Estudos do Direito da Criança e do Adolescente, A violência contra infância e juventude e Ato Infracional do adolescente e as medidas socioeducativas. O curso é direcionado a graduados em Direito, Psicologia, Serviço Social, Pedagogia, e a licenciados em qualquer disciplina da área de Educação e tem a duração de 18 meses. Outras informações podem ser obtidas pelos telefones: (21) 27654000, 2765-4013 e 0800-212013. pelo sentimento de fé expressado pelo seu líder maior, José de Paiva Netto, orientando, encorajando-me nesta difícil, mas gratificante tarefa de dirigir os destinos do município. Tenho certeza, vou precisar muito das orações de todo o segmento representativo da Legião da Boa Vontade. Um abraço carinhoso. (Béia Savassi, prefeita de Patos de Minas/MG) as expectativas em termos de conteúdo. Reportagens de interesse social primorosamente veiculadas com a já tradicional qualidade da publicação produzida pela LBV. Muito me impressionou a matéria nas páginas de responsabilidade social sobre a Revitalização da Rua Larga. É com trabalhos como este que construímos um projeto de qualidade como nossa cidade merece. Obrigada e parabéns! (Rosalva Almeida, do Instituto Light, Rio de Janeiro/RJ) Responsabilidade social A Boa Vontade nº 224 superou Revista Boa Vontade Mulher, em espanhol e inglês. BOA VONTADE | 17
  • 18. Fotos: Liliane Cardoso Cartas, e-mails, livros e registros A ilustre sra. Eva Sopher é recebida com festa pelo Coral Ecumênico Infantil LBV U Lar e Parque da LBV recebe visita de dama da cultura ma das grandes representantes da cultura gaúcha e brasileira, sra. Eva Sopher, presidente da Fundação Theatro São Pedro, em 27 de maio visitou o Lar e Parque Alziro Zarur, da Legião da Boa Vontade — o Templo da Natureza e da Criança, em Glorinha/RS. A sra. Eva Sopher foi calorosamente recebida com o canto e a alegria das crianças que integram o Coral Ecumênico Infantil LBV, composto por meninas e meninos atendidos pela Instituição. Na oportunidade, esta dama da cultura foi presenteada com um quadro artesanal confeccionado pelas próprias crianças, além de uma cesta com produtos coloniais ali produzidos. Grata pela recepção, a sra. Eva Sopher afirmou: “Fiquei surpresa, encantada. Realmente o trabalho da LBV é magnífico; a recepção das crianças foi muito especial, simpática. É sempre uma alegria ver as crianças com essas carinhas queridas, como aqui Emoções e Memórias demonstraram e cantaram com tão Boa Vontade”. Ela fez questão de ressaltar a beleza do local: “Realmente é muito lindo! As acomodações das crianças são maravilhosas, a limpeza é 100%, a disciplina me agrada muito; com certeza, daqui sairão completamente diferentes de quando entraram, o que é muito positivo. Nada melhor do que dar educação às crianças”. Ao término da visita, essa importante incentivadora da cultura e Dona Eva foi a anfitriã da “Noite Cultural Emoções e Memórias”, ocorrida no Theatro São Pedro em 20 de junho de 2006, em Porto Alegre/RS, da qual constou um concerto sob a regência do talentoso maestro Antônio Carlos Borges Cunha. O evento iniciou as comemorações dos 50 anos de trabalho de Paiva Netto na Legião da Boa Vontade. O povo superlotou a casa de espetáculo, que teve a presença de diversas personalidades gaúchas. 18 | BOA VONTADE
  • 19. Eva Sopher Presidente da Fundação Theatro São Pedro, de Porto Alegre/RS Liliane Cardoso “Fiquei surpresa, encantada. Realmente o trabalho da LBV é magnífico; a recepção das crianças foi muito especial, simpática. É sempre uma alegria ver as crianças com essas carinhas queridas, como aqui demonstraram e cantaram com tão Boa Vontade.” No Parque da Boa Vontade Crianças da LBV desenvolvem talentos e novas habilidades das artes declarou: “Estou aqui no lugar certo para dizer da minha certeza de que a educação dos nossos jovens, a cultura, são as bases para uma vida feliz, e aqui neste chão da LBV é que a gente sente esse recado. Vamos tratar dos jovens, porque teremos um futuro melhor”. E ainda escreveu no Livro do Coração: “Encantada com tudo que me foi mostrado, recebam meu aplauso, minha admiração e os votos de muito sucesso sempre. Obrigada pela carinhosa recepção. Eva Sopher”. Diversas oficinas educativas, recreativas e culturais são realizadas no Lar e Parque Alziro Zarur, da Legião da Boa Vontade, em Glorinha/RS, para despertar nas crianças atendidas habilidades manuais e novos talentos, além de desenvolver a concentração, a convivência em grupo e a conscientização sobre os cuidados com o meio ambiente. As atividades fazem parte do programa LBV — Criança: Futuro no Presente!, o qual atende, no contraturno escolar, meninos e meninas dos 6 aos 11 anos de idade que vivem em situação de vulnerabilidade social e/ou pessoal, contribuindo para o protagonismo infantil. Em uma das atividades promovidas pela Instituição, a Oficina dos Arteiros, as crianças reaproveitam materiais reciclados e os transformam em obras-de-arte. Aos poucos, embalagens, jornais, garrafas PET, latas e outros objetos ganham nova forma e cor. Deixam de ser apenas material descartável para servir de objeto de apreciação e admiração dos visitantes do Lar e Parque, onde ficam expostos os trabalhos criados pelos arteiros mirins da Legião da Boa Vontade. Essa atividade das crianças da LBV teve, recentemente, repercussão na mídia impressa, com destaque nos jornais Correio de Gravataí, Jornal de Gravataí e Jornal de Glorinha. As oficinas educativas foram pauta de diversos jornais da região, a exemplo do Correio de Gravataí, Jornal de Glorinha e Jornal de Gravataí.
  • 20. Cartas, e-mails, livros e registros 20 | BOA VONTADE Este é o título do mais recente trabalho do escritor, sensitivo e orador espírita Divaldo Franco, lançado na capital baiana. Ditado pelo espírito Joanna de Ângelis, o livro dedica-se a trazer ensinamentos que levem a uma busca da verdade interior, ressaltando o exemplo do Cristo Jesus para a conquista de uma vida mais feliz. Em entrevista à Boa Vontade, o escritor classificou a obra de “estudo psicológico da parábola do filho pródigo, entre outras, demonstrando que a existência atual está muito bem desenhada no Evangelho de Jesus e que a maior psicoterapia para a sociedade contemporânea é a compreensão dos objetivos essenciais da vida”. Divaldo Franco manifestou também seu apreço pelo trabalho da Legião da Boa Vontade e do IN MEM dirigente da Instituição: “Ao nosso querido amigo venerando Paiva Netto, a quem a sociedade terrestre muito deve, o nosso mais afetuoso abraço de carinho e gratidão com votos de progresso ininterrupto na instalação do Reino de Deus entre as criaturas da Terra. Tive a alta honra de conhecer Alziro Zarur. Acompanho a obra da LBV desde quando foi desenhada no Mundo Espiritual. A voz inolvidável de Zarur permaneceu na Terra como um guia que o nobre amigo Paiva Netto tem sabido honrar e ampliar”. O veterano orador espírita dedicou um exemplar ao diretor-presidente da LBV, com estas palavras: “Para o caro amigo Paiva Netto com votos de Paz, Divaldo Franco”. Lucian Fagundes Arquivo BV O radialista e exdeputado Raul Bru­ nini voltou à Pátria Espiritual no dia 13 de junho, no Rio de Janeiro/RJ, por falência múltipla dos órgãos. Aos 90 anos, Brunini lutava contra um câncer. Ele era casado com Neusa Alves Brunini, com quem teve um filho. Nascido em 1919, em Rio Claro, interior de São Paulo, o jornalista ficou conhecido por seu programa radiofônico, pioneiro na apresentação de debates ao vivo. Até 1945, participou de transmissões de rádio voltadas para o entretenimento das tropas brasileiras enviadas à Itália, durante a Segunda Guerra Mundial. Em sua trajetória política, foi deputado estadual e federal e chegou a ser secretário de Estado, no Rio, no governo de Carlos Lacerda. Também foi o vereador mais votado do Distrito Federal no pleito de 1954. Amigo da Legião da Boa Vontade de longa data, ressaltou o radialista certa vez: “Tenho a convicção de que Zarur, com sua mensagem, está tendo um grande sucessor: Paiva Netto, que prossegue engrandecendo mais ainda a LBV,  essa Entidade que tem feito tanto bem a tanta gente”. Os sentimentos da Legião da Boa Vontade aos familiares e amigos, e ao Espírito eterno de Raul Brunini as melhores vibrações de Paz, na certeza de que “os mortos não morrem”. Em Busca da Verdade O RIAM Clodovil Hernandes Desencarnou, no dia 17 de março, o deputado federal Clodo­ vil Hernandes, em decorrência de um acidente vascular cerebral (AVC). Nascido em 17 de junho de 1937, foi adotado por Domingos Hernandes e Izabel Sanches Her­ nandes, casal de origem espanhola. Ao longo da vida exerceu diversas atividades, sempre ligadas Fabio Pozzebom/ABr Homenagem a Raul Brunini à arte e à cultura: estilista, ator, cantor e apresentador de TV. A incursão na política ocorreu em 2005, sendo eleito, no ano seguinte, para o cargo de deputado federal, com a terceira maior votação do Estado de São Paulo. Ao Espírito eterno de Clodovil as vibrações de Paz da Legião da Boa Vontade, que se estendem igualmente a familiares e amigos.
  • 21. Opinião Esportiva José Carlos Araújo Arquivo pessoal A saída para os clubes José Carlos Araújo, comunicador da Rádio Globo do Rio de Janeiro. N ão é segredo para ninguém que a saúde financeira da maioria dos clubes brasileiros é preocupante. Dívidas foram se acumulando, ano após ano, e chegaram a níveis absurdos. Em alguns casos, se tornaram impagáveis, superando em muito o patrimônio das instituições. Em outros, os dirigentes nem sequer conseguem saber quanto deve o clube. Os processos contra os clubes são de todos os tipos, principalmente trabalhistas, resultado de salários atrasados, contratos rompidos, acordos não cumpridos e tudo o mais. Com isso, a todo momento o patrimônio acaba penhorado, assim como as rendas dos jogos e o dinheiro de patrocínios, que deveriam ir para os cofres do clube. Em recente entrevista, o ex-lateral Leonardo, que jogou no Flamengo e no São Paulo e foi campeão mundial pela Seleção Brasileira em 1994, abordou o assunto. Atualmente exercendo a função de técnico do Milan, da Itália, ele surpreendeu ao afirmar que o Flamengo deveria ser vendido. Citou o Flamengo, mas deixou claro que outros grandes clubes do futebol brasileiro deveriam seguir o mesmo caminho. A declaração provocou revolta em vários dirigentes. Mas Leonardo não se abalou e manteve a opinião. Explicou que a situação financeira desses clubes exige mudança radical na forma de administrá-los. O ex-atleta, formado em administração esportiva, lembrou que não há mais espaço para o amadorismo. Ele levantou uma situação que, em lugar de revolta, deveria gerar reflexão. Leonardo, com a lucidez de sempre, está dando mais uma contribuição ao futebol brasileiro. Certo está quando afirma que é preciso administrar os clubes profissionalmente, como grandes empresas, tal e qual são, na verdade. Concordo com ele. É preciso profissionalismo. Tudo tem de ser transparente. Tudo tem de ser muito bem planejado, com metas a serem alcançadas. Não há mais espaço para curiosos, mesmo que bem-intencionados. Todas as funções exigem profissionais experientes. Por que clubes ita- lianos, ingleses, franceses e outros menos poderosos têm condições de investir em grandes jogadores e os brasileiros não? Por que o Brasil tem cinco títulos mundiais e muitos outros continentais, mas não consegue ter sucesso administrativo e financeiro? A resposta pode estar na entrevista de Leonardo. Não digo que a solução seja a venda dos grandes clubes, mas, sim, a profissionalização de seus administradores. Saídas existem. Apenas precisam ser adaptadas a cada instituição, de acordo com suas necessidades. Todas as sugestões devem ser avaliadas. Os clubes brasileiros têm de encontrar seus caminhos. Quem é o melhor dentro de campo não pode estar falido fora dele. Primeiro, é preciso saber ouvir. Mas, acima de tudo, é fundamental mudar, tentar, buscar o rumo certo. BOA VONTADE | 21
  • 22. Abrindo o coração Isabel Fillardis Isabel Fillardis: guerreira na arte e no papel de mãe Leilla Tonin Fotos: Arquivo pessoal História de sucesso e superação 22 | BOA VONTADE
  • 23. A inda bem jovem, a atriz Isabel Fillardis já chamava a atenção, e o talento da menina despontava. Aos 11 anos fez as primeiras fotos como modelo. Quatro anos depois, profissionalizou-se ao participar de campanhas publicitárias para revistas. Nesses primeiros trabalhos, a espontaneidade e improvisação de Isabel encantavam fotógrafos e gente ligada à dramaturgia. A agenda de manequim, sempre lotada, tornou-se algo comum para a jovem. Para chegar à televisão “foi um pulo”, lembra. Em 1992, aos 19 anos, Isabel participou de um casting. Não era essa a primeira opção — ela estudava para o magistério, para ser professora —, todavia seu desempenho fez que fosse selecionada. Hoje, com quase duas décadas de carreira, coleciona numerosos personagens de sucesso vividos em novelas, no cinema e no teatro. Esposa e mãe de dois filhos, Analuz (8 anos) e Jamal Anuar (6), ela ainda encontra tempo para se engajar em causas sociais, aliando a imagem de atriz a instituições e eventos que beneficiem a população menos favorecida. Um exemplo dessa atitude é o apoio às Campanhas da Legião da Boa Vontade (LBV). Também entre as ações nessa área, fundou as entidades Doe Seu Lixo (2003) e A Força do Bem (2006), esta voltada a quem necessita de cuidados especiais (deficientes visuais, mentais, auditivos e/ou motores). Sempre alinhada a projetos e atividades sociais, Isabel viu o sentimento de compromisso com o próximo surgir ainda mais forte nos primeiros meses de vida do segundo filho. A artista percebera dificuldades do bebê na sucção durante a amamentação: o menino era portador de uma doença rara chamada síndrome de West (um padrão de ondas cerebrais associadas a crises epiléticas, o qual compromete o desenvolvimento psicomotor da criança), exigindo um tratamento caro e intensivo. Desde os 2 anos, Jamal está livre da doença “Quando o Jamal completou 2 anos, fez um eletroencefalograma. E ele não tinha mais a síndrome. (...) Foi quando resolvemos fundar A Força do Bem, para dividir um pouco dessa alegria, dizer que era possível encurtar o caminho para algumas crianças.” e, no momento, continua no caminho da re­ uperação. c Atualmente, estima-se que haja três milhões de portadores da síndrome no Brasil, de acordo com a entidade presidida pela atriz, que se acha à disposição do Ministério Público do Trabalho para colocação dessas pessoas no mercado. “É um número aproximado que a gente tem para que haja políticas de Estado para elas”, comenta. Em entrevista à BOA VONTADE, Isabel Fillardis falou um pouco da trajetória artística, da apreensão ao descobrir a doença do filho, e explicou por que comemorar cada movimento, primeiros passos ou palavras de uma criança com necessidades especiais representa conquistas emocionantes. BOA VONTADE — Em seu trabalho, a família está muito presente. Sua mãe, por exemplo, é também empresária... Isabel Fillardis — Isso foi a melhor coisa que fiz. Claro que há casos e casos. Acredito que existem mães e filhas que não poderiam
  • 24. Abrindo o coração trabalhar juntas, por uma incompatibilidade de personalidades, de pensamentos, mas quando dá certo é muito mais seguro, prazeroso. Então, consegui unir o útil ao agradável; minha mãe aprendeu a ser empresária no pulso, porque ela era dona de casa, mas não tinha para onde correr. Foi um desafio para ambas, na verdade. Meu pai colocou para mim: “Você vai terminar os estudos. Se quiser ir trabalhar, tudo bem, pode ir, mas as minhas condições são estas: sua mãe acompanha e você termina os estudos”. Foi difícil, porque estava concluindo a escola e começando na televisão. Foi uma loucura, mas consegui. BV — Da carreira de modelo para a de atriz foi um pulo. Quais foram os maiores desafios nessa transição? Isabel — Acho que a técnica de atuação. O Luiz Fernando de Carvalho, que foi o meu primeiro diretor, sempre dizia que eu tinha muita espontaneidade, luz própria, que jamais deveria fazer um curso de interpretação, porque poderia perder esta minha intuição. Hoje dou razão a ele. Meus trabalhos ao longo desses anos foram com muita intuição e sensibilidade. Às vezes, quando se é extremamente técnico, perde-se um pouco disso. E enfrentar isso perante os colegas... A grande maioria era formada, tinha anos de televisão. Viver esse preconceito foi um pouquinho complicado. Também foi a questão ilusória da fama. Era uma menina que saía de casa e ia para a escola, fazia estágio e, de repente, comecei a trabalhar na TV. Fui do Rio de 24 | BOA VONTADE Janeiro até a Bahia, fiquei lá 15 dias, e quando voltei minha vida estava completamente mudada: todo mundo falava de mim nas ruas ou, então, vinha pedir autógrafo. O que era autógrafo? Eu nem sabia o que era isso! Foi uma mudança bastante radical. BV — O ator não pode se iludir com a fama? Isabel — Não. Fama é realmente uma ilusão. Trabalha-se muito. O ator tem de estudar, ler para ter diversidade de ideias e de conteúdo para desenvolver o trabalho. Isso é constante. O artista precisa estar sempre observando o Ser Humano, a vida, enfim, um eterno aprendizado. Esse glamour é momentâneo; você é bajulado, todo mundo diz que é maravilhoso, que é isso, aquilo. Daqui a pouco faz um trabalho que é “mais ou menos”, e ninguém fala nada; aí é que fica o problema, onde é que está o suporte? O meu veio da minha criação, de casa, da família, que nunca deixou essa realidade. Sou atriz, mas não respiro isso 24 “Fama é realmente uma ilusão. Trabalha-se muito. O ator tem de estudar, ler para ter diversidade de ideias e de conteúdo para desenvolver o trabalho. (...) O artista precisa estar sempre observando o Ser Humano, a vida, enfim, um eterno aprendizado.” horas por dia. É preciso ter o pé no chão, porque papel de protagonista não é garantia de sucesso. Essa vida é uma montanha-russa. É difícil lidar com o sucesso; tem que se estar preparado para a descida também. BV — Como é trabalhar em tantas frentes: teatro, cinema, televisão, ativismo social, família? Isabel — Conto com um staff enorme. Minha mãe me ajuda demais e meu marido é superparceiro também, apesar de ter muito trabalho. Todos nós atuamos nas duas entidades. Minha irmã e meu marido são mais atuantes do que eu. BV — Como reagiu quando soube que seu segundo filho tinha a síndrome de West? Isabel — Não foi legal. Não esperávamos isso, mas, sim, um filho perfeito, que fala, anda, se comunica bem, tem uma evolução normal. Aí recebemos uma criança completamente diferente, com algo de que você nunca ouviu falar. É a mesma coisa que traçar um roteiro de viagem para a Europa no frio, por exemplo, e no meio da viagem o avião se perde e para no Havaí. (...) É muito assustador. O acesso à informação não é tão grande, e isso poderia salvar uma vida. A gente nunca perdeu a fé de que ele pudesse ter uma qualidade de vida melhor. No início, o médico falou que, se conseguíssemos evitar atitudes compulsivas dele até uns 5 anos, ele poderia até ficar normal. Então, lutamos a favor disso o tempo
  • 25. inteiro, com medicação, carinho e atenção a tudo, procurando as melhores terapias possíveis. Era tudo muito caro, importado. Quando o Jamal completou 2 anos, fez um eletroencefalograma. E ele não tinha mais a síndrome. A gente nem acreditou. Fomos abençoados. Foi quando resolvemos fundar A Força do Bem, para dividir um pouco dessa alegria, dizer que era possível encurtar o caminho para algumas crianças. BV — O amor foi determinante, o fator responsável pelos avanços do Jamal? Isabel — Foi sim, o amor, a união em prol da melhora dele, porque isso modifica tudo, sua rotina, o jeito pelo qual vê a vida. Mexeu com a família como um todo. Ficamos todos voltados para isso; a Analuz acabou amadurecendo um pouco, por conta de ver a nossa luta diária, muito sofrimento, principalmente nos dois primeiros anos. Essa síndrome deixa sequelas respiratórias, então ele tinha várias internações, ficava uma semana para poder curar um broncoespasmo... até pneumonia já chegou a ter muito pequenininho; era muita luta, pela vida mesmo, sabe? Esse tipo de sofrimento amadurece qualquer pessoa, faz olhar o Ser Humano com outros olhos e ver quanta coisa de errado existe no mundo. BV — Qual mensagem tem para os leitores da BOA VONTADE? Isabel — Para resumir tudo, se a gente for pensar, os problemas da Humanidade também são nossos; todos estamos interligados, faze- “Tenho um carinho pela LBV. Estava me lembrando outro dia quantos lugares conheci da Instituição. Conheci a LBV de Portugal, o Templo da Boa Vontade... aquela Pirâmide é um lugar sério!” mos parte de um mesmo planeta, bebemos da mesma água, comemos os frutos da mesma terra, somos irmãos! O que acontece na vida de um interfere direta ou indiretamente na existência do outro. As pessoas têm de ficar felizes com a felicidade do próximo: essa vibração de alegria é contagiante, tem uma energia de cura grande. O amor seria a pílula que estaria faltando na Humanidade para que possamos caminhar e evoluir sem destruir a família, os valores, o planeta. Precisamos resgatar coisas lá atrás, para sobreviver, para que os nossos filhos possam usufruir desta Terra, porque ela não é minha, ou sua, é nossa enquanto estamos aqui, depois vamos para outro lugar, ficar pertinho de Jesus Cristo. Um Isabel Fillardis, o esposo, Júlio, e os filhos, Jamal e Analuz, vestidos com a camiseta da ONG A Força do Bem, responsável pelo cadastro nacional de pessoas com a síndrome de West. Em dezembro de 1996, os atores Paulo Figueiredo e Isabel Fillardis (no destaque) participaram da festa de Natal com crianças e famílias atendidas pela LBV de Portugal. A comemoração ocorreu no Teatro Sá da Bandeira, na cidade do Porto. beijo para todos. Obrigada pela oportunidade. (...) Tenho um carinho pela LBV. Estava me lembrando outro dia quantos lugares conheci da Instituição. Conheci a LBV de Portugal, o Templo da Boa Vontade... aquela Pirâmide é um lugar sério!
  • 26. Acontece no Mato Grosso do Sul CAM P O GRANDE / MS Respeito às diferenças Programa da LBV incentiva convivência entre culturas Sarah Jane E ntre os propósitos do amplo trabalho socioeducacional desenvolvido pela Legião da Boa Vontade está o de promover a valorização da mulher. Nos Centros Comunitários e Educacionais da LBV são oferecidos cursos de capacitação profissional e apoio especial a gestantes, acompanhando-as desde o 4o mês de gestação até o primeiro ano de vida do bebê. Essa importante ação da Pedagogia do Afeto e da Pedagogia do Cidadão Ecumênico Vista parcial da Aldeia Urbana Marçal de Souza, residência de famílias da tribo terena, e do Memorial da Cultura Indígena. No destaque, crianças conhecem o acervo do Museu. 26 | BOA VONTADE Fotos: Analice Barcelá viabiliza o bom resultado obtido com as diversas atividades: mais saúde para mãe e filho. Em Campo Grande/MS, a história de índias terenas — as irmãs Sebastiana e Antônia e a cunhada Jacira Marcelino — expressa bem a importância desse tipo de atendimento da LBV. Jacira tem oito filhos, Antônia é mãe de cinco, e Sebastiana, de seis. As três estavam desempregadas e o fato de não terem formação profissional específica nem local para deixar os filhos reduzia bastante as oportunidades de colocação no mercado de trabalho. Por isso, a assistente social da Instituição logo encaminhou-as para a Oficina de Tecelagem em lã de carneiro, na qual aprenderam a confeccionar tapetes. Outra iniciativa foi matricular a garotada
  • 27. no programa LBV – Criança: Futuro no Presente!. Pela diversidade Quando começaram a participar das atividades, os meninos e meninas terenas tiveram dificuldade de interação com as demais crianças. Para vencer a barreira cultural, foi decisiva a Pedagogia do Afeto — proposta educacional criada pelo diretor-presidente da LBV, Paiva Netto — que, firmada no amor fraterno e nos valores éticos, espirituais e ecumênicos, ensina o respeito às diferenças. Nessa proposta, a equipe de profissionais da Instituição pôs em prática o projeto Diversidade Cultural, com o tema: “Conhecendo nossa cidade e suas origens”. A ação resgatou a cultura indígena e teve o objetivo de sensibilizar as crianças e levá-las a compreender que há diferenças e todos têm os mesmos direitos e deveres. A atividade contemplou a história da capital sul-mato-grossense, destacando que esta foi a primeira cidade brasileira a possuir aldeia indígena urbana. São 135 ocas de alvenaria construídas pela prefeitura, localizadas em um dos pontos mais visitados do município: a Aldeia Urbana Marçal de Souza, onde residem famílias da tribo terena. Ali, o projeto foi concluído com a visita das crianças da LBV à aldeia e ao Museu da Cultura Indígena. A ação aproximou-as e aumentou a integração de mães e filhos. “Somos testemunhas de uma mudança significativa na vida desses meninos”, avaliou a assistente social. Para Sebastiana, a transformação mais expressiva foi no comportamento dos filhos: “Eles não se misturavam com as outras crianças. Hoje estão bem mais entrosados, brincam e conversam, tanto na LBV quanto na escola”. Jacira, por sua vez, ressaltou o convívio familiar: “Com o apoio da LBV melhorei bastante e meus filhos também. Antes eles brigavam muito e até se agrediam fisicamente, o que já não acontece; eles ficam em paz. Nós aprendemos a conversar mais uns com os outros”. Durante a realização do projeto, Jacira, Sebastiana e Antônia contaram também com atendimento psicológico, o que as ajudou a entender melhor os próprios filhos nos problemas de convívio. “O resultado foi excelente. Era a orientação de que precisávamos, corrigimos as coisas erradas que aconteciam em casa”, disse Antônia. Com o apoio que receberam da LBV, a situação das três famílias transformou-se para melhor. “Dou graças a Deus por ter conhecido a LBV”, afirma Jacira. Em Campo Grande/MS, a Legião da Boa Vontade está localizada na Avenida Marechal Deodoro, 5.055, Aero Rancho, tel.: (67) 3317-6300. Reunida, a família Marcelino reflete a alegria de estar na LBV. BOA VONTADE | 27
  • 28. Du Santos Televisão O ator Marcos Palmeira VISIBILIDADE aos guardiões da floresta 28 | BOA VONTADE Marcos Palmeira: um entusiasta e defensor da cultura indígena Divulgação Q uando não está interpretando, ou antes de se preparar para viver novo personagem, o ator Marcos Pal­ meira dedica seu tempo a uma atividade pela qual também é apaixonado: faz o registro histórico de etnias indígenas. No dia 15 de maio, durante evento na TV Cultura, comemorou um ano de sucesso do programa A’Uwe, apresentado por ele na emissora. Foram ao ar 38 documentários inéditos, com o diferencial de retratar o índio da maneira mais realista possível e, ainda, contando na sua elaboração com a participação indígena: do total desses programas, 16 foram dirigidos ou codirigidos por índios. “Essa é uma forma de enxergar melhor também os brasileiros, as nossas origens estão todas ali; é Débora Verdan e Leila Marco uma janela muito rica nesse sentido. Fico feliz de o programa ser um espaço diferente, verdadeiro”, comenta Palmeira. Na segunda temporada, iniciada em junho, A’Uwe — que significa “povo indígena” — passou a apresentar também vídeos internacionais. A presença cultural de outros países é, na opinião do apresentador, um modo “de enriquecer e talvez até aproximar mais todas as comunidades”. Palmeira defende uma política indigenista que garanta a esses grupos étnicos papel relevante na conservação do meio ambiente. “Se realizarmos uma pesquisa no Brasil, [veremos que] as áreas mais preservadas estão dentro de comunidades indígenas. Então eles poderiam ser os guardiões da floresta, ganhar para isso, criar o turismo étnico, para se viajar a essas aldeias, podendo conhecê-
  • 29. O sertanista Orlando Villas Boas, pioneiro no contato com os indígenas, em visita à Aldeia Kamayurá, em 1998. A revista BOA VONTADE (no 200) publicou a última entrevista com o saudoso defensor dos índios. visibilidade, estão muito mais abertos do que nós. Esse primeiro olhar é importante”. Batismo indígena A ligação de Marcos Palmeira com o tema não é recente. Em 1978, o pai dele, o cineasta Zeli­ to Viana, sempre lembrado com muito carinho por Paiva Netto, produziu e dirigiu o documentário Terra dos Índios, já naquela época um verdadeiro mergulho na cultura indígena brasileira. “E aí ele deixou o Zelito Viana “A vontade de todos os índios, de modo geral, é a de resgatar a cultura e, ao mesmo tempo, serem aceitos, para que possam participar da nossa sociedade.” BOA VONTADE | 29 Armando Kitamura Quanto aos que criticam essa aproximação, o artista lembra que a situação representa um imperativo, haja vista a expansão das fronteiras agrícolas e das cidades, cada vez mais próximas de territórios indígenas. Além disso, boa parte dos índios se encontra em processo de empobrecimento, seja pelo contato com a cultura branca, seja pelo modelo de desenvolvimento implantado em suas terras, levando muitos a uma condição de marginalidade econômica. Palmeira argumenta: “É um momento crucial de se preservar as comunidades indígenas, de olhar para eles com outro olhar. Eles estão muito carentes, querem Arquivo BV Momento crucial Jair Bertolucci -los, participar dos cantos, dos rituais deles”, ressalta o ator em entrevista à BOA VONTADE. Para ele, a emoção sentida pelos irmãos Orlando, Cláudio, Leo­ nardo e Álvaro Villas Boas nos primeiros contatos com os índios, ainda na década de 1940, existe ainda hoje. No programa, o público tem também a oportunidade de acompanhar o que é feito a partir desse momento em que diferentes culturas fazem contato. “Esses registros me emocionam bastante (...). É um trabalho típico para as escolas, para se acabar de vez com aquelas histórias básicas da origem do Brasil; e você vê que nós temos muito mais deles do que se imagina, até em termos espiri­uais”, t comenta.
  • 30. O jornalista Paulo Markun, diretor-pre­ sidente da Fundação Padre Anchieta, mantenedora da Rádio e TV Cultura. Quando voltei, queria fazer algo ligado aos índios.” A oportunidade apareceria em breve, graças ao convite do antropólogo e etnólogo Carlos Morei­ ra Neto para ingressar no Museu do Índio, no Rio de Janeiro/RJ. “Trabalhei na parte de imagem com João Domingos de Lamônica, que tinha sido fotógrafo do Marechal Rondon; foi um cara que me ensinou muito. Depois, eu e Luís Carlos Saldanha, que cuidava dos vídeos, conseguimos documentar os índios que tinham acabado de ser descobertos na época (1981).” Após essa passagem pelo Museu do Índio, a carreira de ator ganhou projeção, levando-o para outros caminhos. Ele, porém, não se esqueceu dos amigos indígenas. Em 2004, 25 anos depois da primeira visita, a pedido dos próprios xavantes, Marcos Palmeira voltou ao coração de Mato Grosso com o objetivo de fazer um registro da situação da comunidade. Do projeto, surgiu o documentário A Expedição A’Uwe, a Volta de Tsiwari. Nele, denuncia a precariedade da vida dos indígenas. “Eles perderam terra, não têm comida, frutas e peixe, e a [situação na] fronteira com os fazendeiros está, cada vez mais, acirrada.” Apesar de tudo, ressalta Palmeira: “Há muita esperança (...). A vontade de todos os índios, de modo geral, é a de resgatar a cultura e, ao mesmo tempo, serem aceitos, para que possam participar da nossa sociedade”. “Se realizarmos uma pesquisa no Brasil, [veremos que] as áreas mais preservadas estão dentro de comunidades indígenas. Então eles poderiam ser os guardiões da floresta, ganhar para isso, criar o turismo étnico.” 30 | BOA VONTADE Luciano Piva Laine Milan, diretora e roteirista do programa A’Uwe. Iberê Thenório Guide Viaggi nosso endereço na aldeia. Um belo dia chegou uma Kombi lá em casa, abarrotada de índios da aldeia xavante [São Pedro, da terra indígena de Parabubure]. O carro veio de Mato Grosso cheia de artesanato. Eu tinha uns 15 anos e fiquei de cicerone, de intérprete deles... E as pessoas na rua achavam que eles eram figurantes de novela. Foi muito engraçado”, relembra. O ator conta que aquela convivência o ligou definitivamente à causa: “Ano-novo, carnaval, todo esse período os índios xavantes passaram com a gente e me convidaram para participar, em julho, do ritual de passagem de adolescente para adulto na aldeia deles; peguei um ônibus e fui”. A amizade com índios da tribo se consolidou, e o jovem Marcos foi batizado com o nome xavante de Tsiwari, que significa “sem medo”. “Morei com eles cerca de dois meses, só voltei porque fiquei doente. Ia mandar notícia para o meu pai: ‘Eu me achei, está tudo bem! (risos)’. Jair Bertolucci Televisão
  • 31. Música G O I Â NIA / G O Jorge Mateus sertanejo universitário é uma das novidades da música brasileira e cada vez mais ganha espaço em todo o país. Esse movimento, que mescla axé, forró, rock e pop ao estilo sertanejo, gera um ritmo bem diferente daquele conhecido desde a década de 1970. Dentro do novo estilo, uma das duplas de maior sucesso é a dos goianos Jorge Mateus, de Itumbiara, de onde saíram para apostar na carreira artística. Depois de dois anos se apresentando em vários bares, festivais e casas de show, alcançaram o sucesso logo com o primeiro CD e DVD, gravados ao vivo em Goiânia. Nem a correria do dia-a-dia nem a agenda lotada fazem com que a dupla deixe para segundo plano valores importantes, como a Solidariedade. Recentemente, conheceram o trabalho desenvolvido pela Legião da Boa Vontade na capital do Estado, que beneficia centenas de meninos e meninas em situação de vulnerabilidade social. Sensibilizados, doaram cestas de chocolates para os que participam do programa LBV — Criança: Futuro no Presente!. Em retribuição ao gesto dos Joílson Nogueira A dupla Jorge (D) e Mateus durante homenagem feita pelas crianças da LBV cantores, a garotada preparou uma surpresa para a dupla durante a gravação do programa de TV Odair Terra: foi entregue aos amigos de Boa Vontade o quadro de Mérito à Solidariedade. Emocionado, Jorge afirmou: “É uma alegria muito grande, não sabíamos desta homenagem. A LBV tem a nossa dupla para o que der e vier. Estamos aí para dar força. Mais uma vez, agradecemos a homenagem das crianças”. “Ficamos até sem voz”, acrescenta Mateus. “É legal ver o sorriso de uma criança, é verdadeiro. Ser parceiro da LBV é muito importante para a gente. Tudo que Kássia Bernarde O Amigos de Boa Vontade vem de coração é legal, e uma coisa que faz bem para a alma. Ver o trabalho sério que a LBV faz e poder ajudar, fazer parte disso, é muito importante, ficamos honrados e emocionados.” Ao término da gravação do programa, os sertanejos se disseram encantados com o potencial musical das crianças que integram o Coral Ecumênico Infantil LBV e anunciaram outro importante apoio à Instituição: doarão violões e contratarão músicos profissionais para ensiná-las. Em breve será inaugurada uma Sala de Música no Centro Educacional da LBV em Goiânia. V I S I T E , A PA I X O N E - S E E A J U D E A L B V ! Centro Educacional da LBV — Rua Jamil Abraão, 645, Setor Rodoviário, tel.: (62) 3531-5000 — Goiânia/GO BOA VONTADE | 31
  • 32. Arte na Tela Ações em defesa do patrimônio cultural do Brasil Incentivo à cultura Criação do abre novas perspectivas na área museológica Marta Jabuonski Vivian Ribiero Vista do Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro/RJ. 32 | BOA VONTADE
  • 33. Clayton Ferreira Arquivo pessoal A partir da esquerda: Luiz Fernando de Almeida, presidente do Iphan; o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim; o presidente do Senado, José Sarney; o presidente Luiz Inácio Lula da Silva; o ministro da Cultura, Juca Ferreira; o ex-ministro da Cultura Gilberto Gil; e José do Nascimento Júnior, presidente do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), na cerimônia de posse da diretoria da entidade, no Palácio do Itamaraty. C Marta Jabuonski, curadora da Galeria de Arte do Templo da Boa Vontade. onhecer um museu está longe de representar uma visita a local empoeirado, repleto de velharias, comprometido em mostrar aspectos do poder de uma época ou de classes sociais. Antes, é um convite para grandes aventuras e descobertas, capazes até de levar à transformação dos rumos da história atual. Cabe então perguntar: mudaram os museus ou os conceitos? Ou talvez o homem tenha descoberto que não pode avançar sem primeiro buscar no passado a reflexão para fundamentar o presente e semear o porvir. O certo é que essas “grandes escolas”, em quantidade considerável no Brasil e no mundo inteiro, nos esperam dia a dia, boa parte delas gratuitamente, para conosco “dialogar”. Trazem para nós assuntos e formas diferentes, mas em todas elas o protagonista é o homem e sua história. No Brasil, os primeiros meses de 2003 foram fundamentais para avanços no setor. Nesse período começavam a ser difundidas as diretrizes básicas da área museológica e, em 16 de maio daquele ano, se implantava a Política Nacional de Museus, em evento oficial no Museu Histórico Nacional (MHN) do Rio de Janeiro/RJ. Posse da diretoria do Ibram Em janeiro deste ano, outro grande passo: a criação do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), cuja diretoria tomou posse em 11 de maio, em cerimônia realizada no Palácio do Itamaraty, em Brasília/DF, com a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Tomaram posse no Ibram, além de José do Nascimento Júnior, na presidência, os diretores: Má­ rio Chagas, no Departamento de Processos Museais; Eneida Bra­ ga, no Departamento de Difusão, Fomento e Economia de Museus; Rose Miranda, coordenadora geral de Sistemas de Informação Museal; e Cláudia Storino, assessora da presidência. Em entrevista à BOA VON­ BOA VONTADE | 33
  • 34. Arte na Tela José Francisco Alves Fachada do Museu de Arte do Rio Grande do Sul — MARGS. TADE, Nascimento afirmou que as sementes dessa política surgiram “no Rio Grande do Sul, no Fórum Estadual de Museus, em 2002, quando profissionais da área museo­ ógica reuniram-se para l discutir e preparar um documento que foi entregue para candidatos a presidente e governador. Como não existia na época o Fórum Nacional, o trabalho ganhou esta reper­ cussão”. Talvez tenha ali ocorrido até por causa da tradição cultural desse Estado, o segundo da federação em número de museus: 360. O presidente do Ibram ponde34 | BOA VONTADE ra sobre o caminho de sete anos percorrido desde o lançamento da ideia no Sul: “Menos rápido do que gostaria, mas no tempo certo de amadurecimento do setor, de acordo com as condições que havia na época”. O Ibram será responsável por gerenciar a política pública para a área museológica, trabalhando pelo aumento de visitação e arrecadação dos museus e pelo fomento de políticas de aquisição e preservação de acervos, de programas de capacitação e de legislação, integrando as ações entre os museus brasileiros. Esse modelo de gestão está sendo copiado por outras nações, a exemplo da Espanha, da Colômbia, do Chile e da Argentina. A troca de experiências com esses países é gratificante e enriquece a nós, brasileiros; basta olhar a quantidade de editais e projetos em curso. Nessa marcha, o presidente do Instituto Brasileiro de Museus relembra apoios importantes, como o do ex-ministro da Cultura Gilberto Gil, que acreditou no projeto e em sua continuidade, e do atual ministro, Juca Ferreira. Para Nascimento, “o Ibram é o filho caçula do Ministério e, como em toda família, o mais novo é sempre o mais cuidado, o que ajuda bastante. O governo enxerga a política de museus como estratégica. Esse legado deixaremos para as futuras gerações”. Segundo ele, a estruturação do novo órgão, do ponto de vista administrativo, é mais do que justificada. “Saímos de dentro do Iphan [Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional] com a tarefa de articular a Política Nacional de Museus e o Sistema Brasileiro de Museus como um todo: os 2.650 museus que possui o país e um milhão de itens a serem preservados. É uma área que gera empregos, turismo, desenvolvimento, educação.” Além disso, garante, a equipe é formada por profissionais de vários ramos da cultura, o que dá consistência e experiência para enfrentar a empreitada. Ele explica: “É um time, cada um na sua posição, cumprindo o papel, buscando resultado. Todo mundo está imbuído, remando para o mesmo lado.
  • 35. Acontece no Paraná V LBção! éa MARINGÁ / P R Pelo gosto de ler Iniciativa da LBV mobiliza crianças na criação e interpretação de histórias, estimulando a criatividade Paulo Araújo Paulo Araújo A partir da esquerda: Olga Agulhon, Nilsa Alves de Melo, Eliana Palma, Vandré Fernando e Alberto Paco, com os alunos da LBV premiados: Bruno Pires Calixto, Rodrigo Micheleto e Ingrid Pimenta. D espertar na criança o hábito da leitura e, com isso, estimular o aprendizado por meio do lúdico tem sido, nos últimos anos, um dos grandes desafios dos educadores. No ano passado, o concurso Melhor Contador de Histórias, promovido pela Legião da Boa Vontade (LBV), convidou dezenas de crianças a escolher um livro de histórias infantis para, em seguida, lê-lo e contar aos colegas o que aprenderam. O sucesso do evento foi tanto que, agora em 2009, a Instituição realizou a segunda edição do concurso reunindo, desta vez, um número maior de participantes. Durante uma semana, as crianças puderam viajar pelo mundo da imaginação. “Elas participam desse evento porque gostam”, ressaltou a presidente da Academia de Letras de Maringá (ALM), Olga Agulhon. “Esta é uma iniciativa maravilhosa. O incentivo à leitura tem que fazer parte da pauta de trabalho de todas as instituições. (...) A Academia estará presente”, confirmou. Na fase classificatória, foram selecionados doze pequenos para a final do concurso. Os jurados que atuaram na última etapa são membros da ALM: além da presidente, participaram os acadêmicos Nilsa Alves de Melo, Alberto Paco e Eliana Palma, e o conselheiro tutelar Vandré Fernando Alvarenga. “Parabéns à LBV por este evento emocionante. Cumprimento todos por mostrar que é possível oferecer às nossas crianças opções saudá- veis. O tempo mostrará os bons frutos que a LBV está plantando”, disse o conselheiro. Os três contadores de histórias mais bem colocados este ano foram, respectivamente, Ingrid Sara Pi­ menta da Silva (9 anos), Rodrigo Micheleto Marciano (6) e Bruno Pires Calixto (11). Eles foram premiados com livros da Editora Elevação e uma coleção da ALM. Outro aspecto positivo do concurso é a participação espontânea de pais e amigos. Por exemplo, entre os finalistas, os familiares ajudaram na composição do vestuário e de outros acessórios usados pelas crianças para dar mais vida ao conto. Destaque na mídia Diversos veículos de comunicação divulgaram o concurso Melhor Contador de Histórias, promovido pela LBV. Além do jornal O Diário do Norte do Paraná, também o Jornal do Povo deu destaque ao evento, inclusive, com chamada em primeira página. Os jornalistas Ângelo Rigon (pelo seu blog), Verdelírio Barbosa (colunista do Jornal do Povo) e Joel Cardoso (colunista do Hoje Notícias) igualmente exaltaram a iniciativa. BOA VONTADE | 35
  • 36. Academia Brasileira de Letras Entrevista com Carlos Heitor Cony JK por Carlos Heitor Cony Acadêmico conta um pouco de sua história, da vocação de escritor e analisa a cassação de Juscelino Divulgação O Carlos Heitor Cony e Enaildo Viana, da revista BOA VONTADE. 36 | BOA VONTADE jornalista, escritor e imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL) Carlos Heitor Cony já era prosador quando criança. A inclinação para as letras veio de modo natural: foi, para ele, o primeiro refúgio e vocação profissional. Um defeito de dicção lhe dificultava o falar, então a solução do pequeno Cony foi valer-se de outra maneira de se comunicar. “Minha carreira de escritor começou lá atrás. Quando era criança, possuía um defeito na língua, tinha uma dificuldade muito grande de pronunciar certas palavras; tenho até hoje. Devido a isso, era garotinho, tinha 6 ou 7 anos, comecei a me expressar por bilhetes. Lembro-me de que mandava bilhetes para minha mãe, pedindo: ‘Mamãe, quero comer bife à milanesa com purê de batata’”, conta o veterano jornalista.
  • 37. Fotos: Rick Ligthelm *¹ Demóstenes (384-322 a.C.), orador e político de Atenas, praticava a oratória em frente do mar, declamando para as ondas com a boca cheia de pedrinhas. Divulgação Esse apego, explica ele, surgiu também para evitar repreensões: “Se falasse errado, minha mãe me corrigia, então escrevia ao invés de pedir. Conheci a literatura em Minas Gerais e vi que seria o meu destino, e estou nela até hoje”. Em 1939 operou o freio da língua e, inspirando-se no método do brilhante orador grego Demós­ tenes*¹ (gago até a adolescência), fez exercícios com bola de gude na boca, a fim de dar mais mobilidade à língua. Aos poucos corrigiu praticamente o problema. Depois, seguindo os passos do pai, o jornalista Ernesto Cony Filho, esse carioca de São Cristóvão começa a trabalhar, em 1952, como redator da rádio Jornal do Brasil. Seis anos mais tarde, o jovem jornalista lança O Ventre, o primeiro dos 16 outros romances de sua lavra, entre os quais Quase Memória, (1995) e A Casa do Poeta Trágico “Juscelino tinha formação religiosa. (...) Ele chegou a fazer um cursilho para apaziguar um pouco, porque estava inquieto, sofrendo muito, mas não concretizava esse sofrimento numa conspiração, numa retaliação. Tomava como modelo no exílio duas figuras tutelares, que eram D. Pedro II e José Bonifácio.” (1997), escolhido o Livro do Ano, e com o qual obteve o Prêmio Jabuti (categoria Ficção). Versátil em outros gêneros literários, é autor de diversos livros de crônicas e de adaptações da literatura universal. Com várias obras suas levadas para o cinema, lançou-se a escrever roteiros de filmes. Colaborou por mais de 30 anos na revista Manchete e, como diretor de Teledramaturgia da extinta Rede Manchete, foi responsável pelo projeto e sinopse das novelas A Marquesa de Santos, Dona Beija e Kananga do Japão. Em 2000, foi eleito membro da ABL, onde ocupa a cadeira nº 3. Atualmente, é colunista da Folha de S. Paulo e de vários jornais do país, além de comentarista da rádio CBN e da TV Band News. No dia 30 de junho, o escritor palestrou na sessão solene comemorativa do 45º aniversário de fundação do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal, que fora criado em 3 de junho de 1964, cinco dias antes de o preBOA VONTADE | 37
  • 38. Divulgação Academia Brasileira de Letras Coronel Affonso Heliodoro (D), amigo do saudoso Juscelino Kubitschek e presidente do Instituto Histórico e Geográfico do DF, é cumprimentado por Enaildo Viana, da LBV, pela passagem do 45o aniversário da entidade. sidente Juscelino Kubitschek, o construtor de Brasília, ter o mandato de senador cassado e da suspensão dos seus direitos políticos por 10 anos. Profundo conhecedor da biografia de Juscelino, inclusive com obras publicadas sobre o assunto*², Cony comentou importantes aspectos do episódio que levou JK ao exílio voluntário logo após a cassação. No bate-papo com a reportagem da BOA VONTADE, o renomado escritor agradeceu o ensejo de falar à revista e recordou momentos em comum com a Legião da Boa Vontade. “O prazer é meu de dar uma entrevista para a LBV. Quando tomei posse na Academia Brasileira de Letras, toda a diretoria da LBV me apoiou. Paiva Netto, inclusive, foi na minha posse na Academia”, ressaltou. E acrescentou Cony: “Recebo material da LBV em casa e tenho *² Carlos Heitor Cony é autor dos livros JK: Memorial do Exílio (1982) e JK: Como nasce uma estrela (2002). 38 | BOA VONTADE uma admiração muito grande pelo movimento já do tempo do Alziro Zarur. Eu admirava o trabalho dele, porque toda pessoa que cria uma mensagem, uma campanha pela Boa Vontade, pela felicidade, pela concórdia, pela paz, é um mérito, deve receber todo o prestígio e aplauso”. BOA VONTADE — Durante a palestra, o senhor disse que não foram os militares que pressionaram pela cassação de Juscelino. O que ocorreu de fato? Carlos Heitor Cony — A cassação foi uma reivindicação, uma exigência do empresariado paulista, civil. Podia ter um ou outro apoio militar, mas não foram eles que se levantaram contra JK. Depois, realmente o negócio mudou muito, e logo depois do movimento militar de março, abril de 1964, os militares não pouparam Juscelino; apenas não incluíram na primeira lista que cassou João Goulart, Jânio Quadros, Leonel Brizola e Luís Carlos Prestes. O empresariado paulista tinha compromissos com a UDN e com Carlos Lacerda, que precisava então limpar a barra. JK já era candidato lançado pelo PSD, homologado pelo partido para concorrer às eleições de 1965. Por isso, o empresariado paulista, o Abreu Sodré, que era governador [de São Paulo], e outros próximos resolveram pressionar Castello Branco, através do ministro Costa e Silva, que levou Castello até São Paulo, e lá falaram claramente a ele: “Ou você cassa o Juscelino ou São Paulo não apoia o plano econômico-financeiro do governo”. Diante disso, não teve outro jeito senão cassar JK. BV — O que se temia? Cony — As forças que manipularam os militares em março, abril de 1964 eram muito ligadas ao Lacerda. Ele foi o grande insuflador do golpe, da revolução, o conspirador e candidato natural. Carlos Lacerda mesmo dizia que o sonho dele era ser presidente da República, e a oportunidade estava ali, o campo livre, mas havia um empecilho, e era JK, uma peça do xadrez importantíssima, porque tinha tudo para vencer: as pesquisas davam a vitória a Juscelino tranquilamente para 1965. Lacerda e o pessoal de São Paulo acharam que removendo Juscelino seria fácil para Lacerda. E realmente ficaria (...) se a máquina política não continuasse rodando; e rodou tanto, que terminou também com o próprio Lacerda sendo cassado. BV — JK apoiava o parlamentarismo? Cony — Ele não era parlamentarista. Porque tinha feito o governo dele. A vida toda de Juscelino foi de grande executivo, em Minas Gerais, como prefeito de Belo Horizonte, como governador de Minas e presidente da República. Possuía na mão o poder de realizar, de poder, de criar. Achava que o parlamentarismo reduziria o presidente. Que seria ele se houvesse eleição? Uma rainha da Inglaterra, ou seja, uma figura decorativa. Então, JK era contra o parlamentarismo.
  • 39. BV — No exílio em Paris, JK chegou a receber Lacerda? Cony — Não. Já no fim, quando Lacerda estava cassado e a sociedade civil reclamava, pedindo liberdade, juntaram-se as três lideranças civis mais importantes daquela época na Frente Ampla: Juscelino (que representava mais ou menos o centro), João Goulart (a esquerda) e Lacerda (a direita). Os três líderes juntos davam 100% do eleitorado, foi um movimento que assustou os militares. Tanto que eles dissolveram a Frente Ampla. Depois, por coincidência ou não, o fato é que os três membros da Frente (Jango, Juscelino e Lacerda) morreram num espaço de nove meses. Ivan Sousa BV — O senhor disse que JK era um homem sem ressentimentos, mesmo estando no exílio não fez retaliação contra os perseguidores? Cony — Juscelino tinha formação religiosa. Ele não tinha vocação para padre, mas foi seminarista. Até o fim da vida dele continuou sendo homem de religião. Naquele tempo havia uma mania de fazer cursilho: reuniam-se pessoas de vários segmentos — operários, médicos, profissionais liberais —, que ficavam numa espécie de retiro espiritual. Ele chegou a fazer um cursilho para apaziguar um pouco, porque estava inquieto, sofrendo muito, mas não concretizava esse sofrimento numa conspiração, numa retaliação. Tomava como modelo no exílio duas figuras tutelares, que eram D. Pedro II e José Bonifácio. Na ocasião de sua posse na ABL (em 2000), o veterano jornalista Carlos Heitor Cony, acompanhado de sua simpática esposa, dona Beatriz, é cumprimentado pelo dr. Pedro Paulote de Paiva, da LBV. À esquerda, o renomado jornalista Paulo Parisi. BV — Trabalhando na imprensa, o senhor se mostrou contrário ao golpe desde o início... Cony — Eu nunca fui um animal político, sempre evitei me interessar pela política, mas em 1964 escrevia uma coluna num jornal influente, o Correio da Manhã, no Rio de Janeiro, e tinha de me manifestar sobre o que estava havendo. Tomei conhecimento do que se passava no Brasil e, evidentemente, comecei a criticar o regime militar, que me levou seis vezes à prisão. BV — E a vida de acadêmico? Cony — Completo 10 anos como acadêmico. Relutei muito para ser da ABL, mas, depois de muitas pressões de amigos acadêmicos, um dia me telefonam à noite insistindo: “Olha, tem uma vaga, ela é tua, entra, é preciso. Fará bem para você e para a Academia”. Então, atendi ao apelo e fui; não estou arrependido. “O prazer é meu de dar entrevista para a LBV. Quando tomei posse na Academia Brasileira de Letras, toda a diretoria da LBV me apoiou.” BV — O senhor chega bem aos 83 anos. Existe um segredo? Cony — A função faz o homem. Trabalhar no sentido lato, ou seja, ter uma missão, não no sentido nobre, mas ter um encargo, um compromisso com a vida, aí realmente o indivíduo supera-se e vai adiante. Eu tinha um amigo que afirmava: “Se tiver uma dívida para pagar amanhã de um milhão de reais, e não tiver dinheiro, posso atravessar a avenida de olhos fechados e ninguém me atropela; agora, se não tiver dívida nem trabalho, se não tiver nada, uma carrocinha me atropela e mata”. BOA VONTADE | 39
  • 40. Elias Paulo Associação Brasileira de Imprensa Liberdade de imprensa e Direitos Humanos Rodolfo Konder, um veterano na defesa da liberdade de expressão e dos Direitos Humanos Jornalismo M militante embro do Conselho Deliberativo da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) desde abril de 2008, em mandato de três anos, o jornalista e escritor Rodolfo Konder, desde março, coordena as atividades da Representação da ABI na capital paulista. Em entrevista 40 | BOA VONTADE à BOA VONTADE, o experiente profissional da comunicação — foi repórter, editor, diretor de publicações, editorialista, articulista e cronista de jornais e revistas do Brasil e do exterior — fala de liberdade de imprensa e Direitos Humanos com a autoridade de quem abraça há décadas essas causas. Nascido em Natal/RN e criado no Rio de Janeiro/RJ, mudou-se para São Paulo em 1968. Seu trabalho está voltado totalmente ao jornalismo, à Educação e à Cultura: autor de 20 livros, entre contos, crônicas e memórias, recebeu em 2001 o Prêmio Jabuti pela obra Hóspede da Solidão; foi secretário
  • 41. BOA VONTADE — Com vasta experiência no jornalismo (rádio, televisão e meio impresso), o senhor acrescenta a função de professor e atua na defesa dos Direitos Humanos... Rodolfo Konder — Todas essas minhas experiências decorrem essencialmente do fato de que estou com mais de 70 anos. Aos 71 anos, você tem já uma história marcada por uma série de iniciativas e mudanças. O mundo à minha volta sempre esteve em mudança. O Homem não se banha duas vezes nas águas do mesmo rio, como nos ensinou Heráclito. E eu participei de diversas situações... situações que se transformaram e que ajudaram a transformar o País também. Fui Fotos: Arquivo pessoal de Cultura de São Paulo/SP, diretor do Masp e professor de Jornalismo na Faap; fez parte do Conselho da Fundação Padre Anchieta e da diretoria da Bienal de São Paulo. Antes de aceitar o convite da ABI, era diretor cultural das Faculdades Metropolitanas Unidas. Duas vezes exilado, Konder foi um dos fundadores da Seção Brasileira da Anistia Internacional. Costuma ressaltar a valorização da diversidade. Para ele, o compromisso maior é com os princípios e valores claramente universais: a luta pela democracia, a garantia da liberdade (de expressão, de imprensa, da mulher) e a defesa da ecologia. Na ocasião, Konder retribuiu o abraço fraterno do diretor-presidente da LBV, Paiva Netto: “Muito obrigado. Eu retribuo o abraço e agradeço a vocês pela atenção”. 1 3 2 4 (1) Rodolfo Konder com Fernando Henrique Cardoso, na década de 1980; (2) com Tancredo Neves, em 1983; (3) com o atual secretário Estadual de Educação de São Paulo, Paulo Renato Souza; (4) e com Teotônio Vilela, em 1983. dirigente sindical, depois me tornei jornalista ao voltar para o Brasil. Trabalhei na Agência Reuters; eu sabia ler e escrever, uma coisa ainda rara, e sabia inglês, então fui traduzir telegramas. Depois disso, trabalhei em O Paiz. BV — Alguma cena o marcou nesse primeiro contato com o jornalismo? Konder — Bem, eu trabalhava (na Reuters) e quem chefiava a redação era a dona Jane Braga, uma americana alta, corpulenta. Ela gostava de mim porque trabalhava direito, sempre muito disciplinado, e acabou me pro- movendo logo a chefe de redação; até pediu ao Itamaraty uma credencial para que eu cobrisse uma conferência da OEA [Organização dos Estados Americanos] lá no Rio, no Hotel Glória. Entrei em pânico e lhe disse: “O Itamaraty vai dizer: ‘Mas esse cara não está no Brasil’”. Porque eu tinha voltado clandestinamente pela fronteira de Rivera [Uruguai] e Santana do Livramento [Brasil]. Felizmente, o Itamaraty me deu a credencial, ninguém reclamou, e fiz a cobertura para a Reuters dessa conferência. Depois, trabalhei no O Paiz, na área internacional, uma área que sempre atraiu muito BOA VONTADE | 41
  • 42. Fotos: Arquivo pessoal Associação Brasileira de Imprensa Rodolfo Konder com Lygia Fagundes Telles, em 1995 (à esquerda), e em conversa com Jorge Amado, em 1994; ao fundo, Jack Lang, então ministro da Cultura da França. a minha atenção. (...) Vivi intensamente também o período da guerra fria, que foi um período empobrecedor. Sabe por quê? O maniqueísmo, o lado bom e o lado mal, não existe isso. Depois, o sonho que tive em relação ao socialismo revelou-se um pesadelo, porque o que a gente descobriu é que, em todos os lugares onde o socialismo foi implantado, nós acabamos com ditaduras ferozes, sanguinárias. BV — Como abraçou a causa dos Direitos Humanos? Konder — As mudanças me levaram nessa direção. Já no meu segundo exílio, em Nova York, eu me tornei amigo de um dirigente da Anistia Internacional e, quando voltei ao Brasil, ajudei a organizar a Seção Brasileira da Anistia Internacional. Acabei sendo eleito vice-presidente, depois presidente da Seção Brasileira. (...) Enquanto isso, trabalhei em rádio, em televisão. Durante os dois anos em que estive exilado no Canadá [de 1976 a 1978], trabalhei na Rádio Canadá [de Montreal], em revistas e jornais... 42 | BOA VONTADE BV — O senhor também é conhecido como pioneiro no jornalismo multimídia... Dessas escolas da comunicação, qual o atrai mais? Konder — O meio que me deu mais projeção e prestígio foi a televisão. O rádio é um meio também muito importante, que soube inclusive se adaptar às mudanças... Quando a televisão nasceu e se desenvolveu, muita gente acreditava que o rádio ia morrer, e o rádio não morreu, continuou muito vivo. Agora, como eu gosto de escrever, estou publicando o meu vigésimo livro, sempre me dei bem com o jornalismo impresso, com o qual eu mais me identifico. BV — Sobre a ABI, que comemorou 101 anos, a principal bandeira dela é a defesa da liberdade, da democracia. Como vê o papel da ABI hoje? Konder — Veja, eu acho que são gêmeos siameses, a liberdade de imprensa e a democracia. Não é possível desligar uma da outra. Então, a defesa da liberdade, da democracia, passa indispensavelmente pela defesa da liberdade de imprensa. E até este slogan adotado pela ABI, para comemorar o centenário, foi sugestão minha: “100 anos de luta pela liberdade”. (...) Não admito falta de liberdade de imprensa, seja em Cuba, seja na Coreia do Norte, seja em qualquer lugar onde as pessoas não podem se ver... A imprensa é o espelho em que a sociedade se vê, a sociedade descobre o seu próprio rosto se olhando na imprensa livre e na sua diversidade. Há órgãos da imprensa que são melhores, há outros que são piores; alguns que dizem a verdade, há outros que mentem, mas o retrato está ali. BV — Imprensa livre reúne bons profissionais e não raro vários ícones. Gostaria de citar alguns deles? Konder — Convivi muito com vários desses jornalistas, a partir do Rio de Janeiro, com Alberto Dines, Milton Coelho da Graça, que depois reencontrei aqui em São Paulo, Maurício Azêdo. Agora, lá na ABI tenho tido contatos também regulares com Tarcísio Holanda, que foi eleito, na última reunião do Conselho Deliberativo, vicepresidente da Casa. Tenho muitos amigos na área jornalística; aqui em São Paulo eu convoquei... “convoquei” é uma coisa assim meio de velho militante. Mas eu convidei Luthero Maynard, James Akel, Reginaldo Dutra e Fausto Camunha a me ajudarem na divulgação e representação da ABI em São Paulo; eles são hoje os meus conselheiros consultivos. Colaboração: Jefferson Rodrigues
  • 43. Comunicação 25 Congresso Brasileiro de Radiodifusão o Radiodifusão: Photos.com compromisso O com o Brasil. compromisso da radiodifusão com o país foi justamente o tema central do 25° Congresso Brasileiro de Radiodifusão, realizado em Brasília/DF, entre os dias 19 e 21 de maio. Promovido pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), o encontro trouxe comunicadores, técnicos, pesquisadores e em- presários do setor para debater, entre outros assuntos, a liberdade de expressão, novas tecnologias, o marco regulatório e a gestão de empresas. O evento discutiu, ainda, o combate à radiodifusão ilegal e a participação na 1a Conferência Nacional de Comunicação (de 1º a 3 de dezembro). A abertura foi feita pelo vice-presidente da República, José Enaildo Viana Alencar, no exercício da Presidência naquele ato. Alencar deu os parabéns aos participantes, desejando “votos de crescentes sucessos para a classe, devido aos relevantes serviços que presta ao país através da notícia, do entretenimento, da música, da cultura”. Entre as personalidades que compareceram ao congresso, destaque para o ministro das CoBOA VONTADE | 43
  • 44. “Estamos num momento de transição, num instante em que saímos do modelo analógico para o modelo digital. Em poucos anos teremos de desligar o sistema analógico, e o rádio digital está aparecendo.” Hélio Costa O presidente em exercício, José Alencar, abriu o 25o Congresso Brasileiro de Radiodifusão. | BOA VONTADE Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr José Cruz/ABr 44 José Roberto Arruda O ministro das Comunicações, Hélio Costa, durante entrevista a respeito das decisões tomadas no evento. Ministro das Comunicações (1) O diretor de Relações Institucionais da Abert, dr. Flávio Cavalcanti Júnior. (2) O presidente da Abert, Daniel Slaviero (E), recebe a revista BOA VONTADE das mãos de Celso de Oliveira, da Fundação José de Paiva Netto. José Gonçalo 2 José Gonçalo 1 gresso. O ministro das muito ativa. Apoiamos Comunicações anunciou, e entendemos que ela é na ocasião, a assinatura da importante, mas desde portaria para a realização que vise a nortear políde consulta pública que ticas públicas com olhos permitirá a concorrência no futuro, no que será a Cristovam Buarque dos principais padrões comunicação daqui para digitais de rádio e, posteriormente, a frente”. A digitalização na televisão a definição do modelo a ser adoe, sobretudo no rádio, foi outra tado pelos milhares de emissoras pauta muito discutida no con- brasileiras. Segundo o ministro José Gonçalo municações, Hélio Costa; o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer; o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda; o presidente da Abert, Daniel Pimentel Slaviero; e o senador Cristovam Buarque. Otimista, o presidente da Abert afirmou que as discussões daquele acontecimento eram de máxima importância para o futuro do país: “Esse encontro, que reuniu mais de 1.400 empresários e profissionais do setor, é a demonstração da radiodifusão com desenvolvimento do Brasil”. Nesse contexto, Slaviero destacou a expectativa para a Conferência Nacional das Comunicações: “Será um amplo fórum de debates sobre a comunicação social, e o setor terá uma posição Michel Temer José Gonçalo Marlon Ferreira Comunicação