1. O Homem, Deus e o Universo
9 – INDIVIDUALIDADE, UNICIDADE
INDIVIDUAL E O RAIO DA MÔNADA (I)
2. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
É necessário ao aspirante estudar cuidadosamente as
doutrinas ocultas concernentes aos três atributos da
alma humana que constituem o título deste capítulo.
Sem tais ideias bem claras e definidas, os esforços para
dominar a natureza inferior podem ser mal dirigidos e
resultar em perda de tempo e energia. O aspirante deve
saber o que é possível e o que não é, e como atingir o
que é possível.
Há grande confusão quanto a essas questões
importantes e somente no Ocultismo e nas doutrinas
que nele se baseiam pode-se encontrar conhecimento
fidedigno concernente à natureza da alma humana.
3. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
Aqueles que estão seriamente tentando compreender os
problemas mais profundos da vida não devem deixar
que os preconceitos e as concepções errôneas sobre o
Ocultismo, via de regra confundido com o pseudo-
ocultismo, os impeça de examinar e estudar a Ciência
Sagrada com seus conhecimentos reais e transcendentes
das mais altas verdades da natureza e da prática da
espiritualidade e do altruísmo.
Vamos, antes de tudo, esclarecer suscintamente o que se
entende por individualidade, unicidade individual e raio
da Mônada, de acordo com o Ocultismo.
4. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
Individualidade
centro da alma humana que age como um foco
indestrutível, através do qual a mente e a
consciência funcionam e as potencialidades nele
ocultas gradualmente se vão tornando poderes
ativos. A Mônada evolui sem cessar para uma
altura cada vez maior de conhecimento e poder.
Esse Centro Eterno de consciência, em torno do
qual a vida da Mônada gira e evolui pode ser
chamado de individualidade.
5. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
Unicidade individual
a natureza fundamental em cada Mônada,
determinando para sempre sua expressão e evolução na
manifestação e distinguindo-a da expressão e
manifestação de todas as outras Mônadas. Todas as
Mônadas são essencialmente da natureza da Realidade e
diferem somente no modo de expressão e pelos diversos
caminhos seguidos no desenvolvimento de sua
consciência e poder. Assim, cada alma desenvolve-se de
acordo com a lei de seu ser tendo um padrão de sua
natureza que é único e inexaurível, de modo a oferecer,
infinitamente e sempre, novas experiências, já que cada
Mônada está destina a tornar-se um Logos Solar e ainda
mais do que isso.
6. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
Embora individualmente únicas, as Mônadas estão
divididas em sete grupos ou “raios” de acordo com os
modos de expressão e caminhos seguidos ao longo de
seus desenvolvimentos.
As Mônadas de certo tipo mostram no começo de seus
desenvolvimentos certas características comuns e
representam papéis semelhantes em estágios mais
adiantados.
Vamos agora considerar a relação entre o raio monádico
e a unicidade individual. Para tanto relembremos o
estudo da dispersão da luz branca por um prisma (ver
figura I do Cap 1).
7. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
Sabemos que, embora haja sete cores, somente três são
primárias, sendo as sete produzidas por diferentes
combinações das três cores de acordo com a lei
setenária indicada pelos números: 1, 2, 3, 12, 13, 23,
123. Temos três cores primárias no espectro (azul,
vermelho e amarelo), três produzidas pela mistura de
duas primárias (verde, laranja e violeta) e uma produzida
pela combinação das três primárias (índigo).
8. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
Embora vejamos cores separadas no espectro, sabemos
que o espectro é realmente uma faixa contínua de
vibrações eletromagnéticas. Não há intervalo separando
uma vibração de outra ou uma irregularidade indicando
a transição de uma para outra cor. Isso nos leva a supor
que existe um número infinito de vibrações, um mistério
que a ciência ainda não decifrou.
Cada vibração tem seu comprimento de onda individual
que a caracteriza.
9. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
Devemos notar ainda que as sete cores do espectro,
derivadas das três cores primárias, são um fenômeno
puramente mental, produzido na mente, e essas divisões
e classificações não existem nas próprias vibrações que
formam uma série contínua.
Se considerarmos as vibrações objetivamente, como
entidades matemáticas, não veremos transição de uma
cor para outra ou divisão em sete grupos de cores que se
misturam entre si. Os aspectos objetivo e subjetivo do
fenômeno podem ser representados pela seguinte figura
em que as séries progressivas e contínuas são mostradas
lado a lado.
10. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
Espetro da Luz Visível
11. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
Assim, percebemos que um número infinito de vibrações
luminosas, cada uma com seu comprimento de onda
característico, é divisível em sete grupos derivados das
cores primárias. Verificamos também que o fato da
unicidade individual das vibrações é fundamental e mais
profundo. Cada vibração é basicamente única, mas
pertence a um dos sete grupos.
Esse exemplo é uma ilustração quase perfeita das duas
verdades que nos dizem que cada Mônada é
individualmente única e diferente de qualquer outra
Mônada e que cada uma pertence a um dos sete grupos,
que determina, no mais amplo sentido do termo, seu
caráter e a natureza do papel que ela representa no
drama da manifestação durante seu longo curso de
desenvolvimento espiritual.
12. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
Como os sete raios diferem entre si? Ainda que
misteriosa, é possível encontrar uma solução razoável
com base nos três aspectos da consciência, Sat-Cit-
Ânanda. Onde quer que encontremos um grupo de sete,
devemos procurar um grupo de três, primários, de que
os sete se derivam de acordo com a lei setenária.
Notamos que, no caso das sete cores do espectro, estas
cores relacionam-se com a consciência e são de caráter
subjetivo. Nada há nelas que justifique sua subdivisão
em sete grupos. Quando as vibrações afetam a
consciência e são convertidas em sensações é que
podem ser divididas em sete grupos. Temos assim que
procurar uma base para esse agrupamento em sete
cores ou sete raios no reino da consciência e
correlacioná-los com os três aspectos da consciência.
13. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
Os sete raios devem basear-se nas seguintes
combinações de Sat, Cit, Ânanda, de acordo com a
lei setenária:
1. Sat 4. Sat-Cit 5. Sat-Ânanda
2. Cit 6. Cit-Ânanda
3. Ânanda 7. Sat-Cit-Ânanda
14. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
Primeiros três raios: expressões do puro Sat, Cit ou Ânanda.
As Mônadas desses raios exibem as respectivas qualidades
de modo muito marcante. São as pessoas notadamente
caracterizadas pelo amor ao poder, pela sede de
conhecimento ou por uma natureza fortemente emocional
Três raios seguintes: mistura de dois aspectos. As Mônadas
mostras ambas as qualidades, algumas vezes predominando
um e outras vezes outro. Com relação a pessoas desses raios,
o que se pode dizer é que o terceiro aspecto é notadamente
fraco, já que os outros dois parecem bem misturados.
Último raio: os três aspectos estão inter-relacionados e cada
qualidade pode predominar de forma alternada, mas
nenhum expressando-se de forma marcante. Os que
pertencem a esse raio são as pessoas mais difíceis de serem
identificadas.
15. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
O raio da Mônada deve ser, por sua própria natureza,
inerente à natureza eterna da Mônada e não pode
ser alterado. O raio é uma característica da Mônada
eterna e não da individualidade ou personalidade
temporárias, ainda que possa refletir-se nessas
expressões. Somente quando a personalidade e a
individualidade se tornarem suficientemente
purificadas e úteis à Mônada e começarem a
expressá-la é que seu raio poderá ser considerado
como encontrando expressão nos planos inferiores. É
absurdo identificar e encontrar correspondências dos
raios com as fraquezas, temperamentos e
idiossincrasias humanas.
16. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
O mesmo se pode dizer da unicidade individual. A
unicidade individual, como o raio, é também
atributo da Mônada e não da individualidade
(Âtmâ-Buddhi-Manas) ou da personalidade. A
unicidade individual da Mônada começa a
influenciar o curso de sua evolução desde o
estágio primário, mas esta influencia não é muito
pronunciada enquanto a Mônada não tiver
adquirido controle atuante sobre seus veículos. O
florescimento da unicidade individual tem início
apenas quando a alma se libertou das ilusões e
limitações da vida inferior e se tornou um
Adepto.
17. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
Uma lição importante que devemos tirar de
nosso conhecimento sobre a unicidade individual
é não tentar imitar outras pessoas ao desenvolver
nossa natureza mental ou espiritual. Se assim o
fizermos iremos abafar nossa verdadeira natureza
e impedirmos nosso crescimento natural. Se
assim o fizermos, cedo ou tarde teremos que
destruir o molde artificial que criamos para,
enfim, permitir a criação de um veículo que
expresse nosso Eu, nossa unicidade individual.
18. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
Vimos que a Mônada está continuamente se
desenvolvendo de acordo com sua unicidade
individual. Mas não há permanência em qualquer
fase do desenvolvimento. A expressão da Mônada,
de acordo com sua unicidade individual, está
constantemente mudando no tempo e no espaço. Há
apenas duas coisas que não mudam. Uma é o centro
através do qual a expressão tem lugar. Este centro
permanece separado dos outros e é Auto-existente
ou indestrutível. A outra constante é o padrão
eterno, base da unicidade individual e determinante
da natureza e direção desse eterno desenvolvimento
no tempo e no espaço.
19. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
Vemos assim que a Mônada é um centro de Pura
Consciência ou Realidade através do qual sua
unicidade individual se manifesta numa série de
expressões eternamente mutáveis ou em
desenvolvimento. Sua individualidade pode, por
conseguinte, ser considerada uma expressão de
sua unicidade individual num determinado ponto
no tempo e no espaço. Tal como o momento
presente, uma divisão sempre em movimento
entre o passado e o futuro, esse ponto tem uma
existência momentânea.
20. O Homem, Deus e o Universo
Introdução
Mas, no verdadeiro desenvolvimento, que tem
lugar no reino do tempo e do espaço, ele
aparenta permanecer o mesmo por algum tempo
e assim ter numa continuidade de existência ou
estabilidade. Essa expressão, num certo período
em que a mudança é muito pequena para ser
notada, é que geralmente chamamos
individualidade de uma pessoa.