3. SUMÁRIO
1 Proposta pedagógica ______________ 4
Concepção de ensino _______________________ 4
Objetivos__________________________________ 8
Avaliação__________________________________ 8
Organização didática _______________________ 9
Referências ________________________________ 12
2 Orientações metodológicas ________ 13
Somos especiais ___________________________ 13
Somos todos diferentes_____________________ 24
Como é bom ter lembranças_________________ 33
Olhando em volta __________________________ 39
Dayane
Raven.
2016.
Digital.
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LIVRO DO PROFESSOR
4. PROPOSTA PEDAGÓGICA
ENSINO RELIGIOSO
CONCEPÇÃO DE ENSINO
A coleção Passado, presente e fé para o Ensino Religioso tem por princípios a valorização e o
respeito à diversidade cultural, com vistas à promoção dos direitos humanos e da cultura da paz.
De acordo com a Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural (UNESCO, 2002), a cultura
adquire formas diversificadas no tempo e no espaço, o que se manifesta na originalidade e na
pluralidade dos grupos humanos, atuando como fonte de intercâmbios, de inovação e de criativi-
dade. Assim, a diversidade cultural constitui patrimônio comum da humanidade e deve, portanto,
ser reconhecida e respeitada em benefício das gerações presentes e futuras.
A pluralidade religiosa é um aspecto da diversidade cultural presente no mundo e também no
Brasil. Sua abordagem nos nove anos do Ensino Fundamental pode favorecer o aprimoramento da
pessoa humana e da convivência social. Nesse intuito, a escola mostra-se um espaço privilegiado
para a construção do conhecimento religioso e da tolerância por meio do diálogo, da reflexão e
do respeito mútuo.
Historicamente, o conhecimento religioso tem sido objeto de estudo de teologias e ciências,
como História, Sociologia, Psicologia, Antropologia, Geografia e, mais recentemente, Ciência da
Religião. O Ensino Religioso, por sua vez, permeia o espaço escolar desde o momento em que o
Estado passou a ocupar-se da educação dos cidadãos.
Assim, na Europa do século XVIII, organizou-se um sistema educacional em que o ensino da
religião era visto como meio de educar os cidadãos para valores como humildade, generosidade,
paciência, equilíbrio e piedade. O instrumento básico para tanto era o catecismo católico, por
meio do qual se realizavam a instrução religiosa e também a alfabetização.
No Brasil, a introdução oficial do Ensino Religioso no currículo escolar ocorreu em 1827, sendo,
então, conferida à escola a função de ensinar leitura, escrita, as quatro operações, os números
decimais, proporção, introdução à geometria, gramática da língua portuguesa, princípios da moral,
doutrina católica e História do Brasil, além de favorecer a leitura da Constituição do Império. Com
a Proclamação da República, em 1889, o Ensino Religioso foi retirado do currículo das escolas
públicas brasileiras e retornou apenas em 1931.
Nas Constituições posteriores, permaneceu como componente obrigatório para as escolas
e optativo para os estudantes, condição confirmada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDB, Lei nº 9.394/96) e, mais recentemente, pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC),
que lhe concede o status de área do conhecimento, juntamente com Linguagens, Matemática,
Ciências da Natureza e Ciências Humanas. Além disso, a BNCC afirma que o fenômeno religioso
constitui “um dos bens simbólicos resultantes da busca humana por respostas aos enigmas do
mundo, da vida e da morte” (BRASIL, 2017, p. 434).
4 PASSADO, PRESENTE E FÉ | VOLUME 1
5. Esses documentos demonstram a relevância do Ensino Religioso para os currículos escolares
do Ensino Fundamental, uma vez que se favorecem a compreensão e o respeito às diversidades
cultural e religiosa do povo brasileiro.
O artigo 32 da LDB estabelece como objetivo para o Ensino Fundamental a formação básica
do cidadão com base nos seguintes aspectos:
I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno do-
mínio da leitura, da escrita e do cálculo;
II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes
e dos valores em que se fundamenta a sociedade;
III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de co-
nhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores;
IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância
recíproca em que se assenta a vida social. (BRASIL, 1996)
A BNCC, por sua vez, defende para o Ensino Fundamental o desenvolvimento de competências
e habilidades que possibilitem concretizar os direitos de aprendizagem das crianças e dos jovens.
Esse documento propõe a organização dos componentes curriculares por meio das categorias:
competências, unidades temáticas, objetos de conhecimento e habilidades.
Assim, orienta um processo de ensino e aprendizagem do conhecimento histórico-cultural para
o desenvolvimento de valores humanos, ou seja, propõe o desenvolvimento da sensibilidade, do
diálogo, da tolerância e da convivência pacífica, respeitando as pluralidades cultural e religiosa
brasileira.
Também reconhece a relação do conhecimento religioso com a busca humana de respostas
para questões existenciais básicas: Quem sou? De onde vim? Para onde vou? Qual é o sentido da
existência?
Como principal referência para a abordagem do conhecimento religioso no Ensino Fundamental,
a BNCC elege a Ciência da Religião, uma vez que esta, como disciplina autônoma, “possibilita a
análise diacrônica e sincrônica do fenômeno religioso, a saber, o aprofundamento das questões de
fundo da experiência e das expressões religiosas, a exposição panorâmica das tradições religiosas
e as suas correlações socioculturais”(SOARES, 2009, p. 3).
Ao compreender o ser humano como um ser complexo, integrado, a BNCC define o indiví-
duo como ente constituído de “imanência (dimensão concreta, biológica) e de transcendência
(dimensão subjetiva, simbólica)”(BRASIL, 2017, p. 436). Ambas as dimensões, de forma associada,
propiciam a cada um relacionar-se com os demais, com a natureza e com o transcendente. Essas
relações, múltiplas e dialógicas, possibilitam ao indivíduo compreender-se como igual aos outros,
em sua humanidade, e como diferente deles, em sua singularidade.
5
LIVRO DO PROFESSOR
6. Portanto, as unidades temáticas previstas na BNCC e descritas a seguir contemplam uma
cosmovisão que favorece a compreensão da estrutura das religiões e de conceitos fundamentais
nelas presentes, bem como das formas de expressão que influenciam as relações sociais por meio
dos costumes, das tradições e da linguagem.
• A unidade temática Identidades e alteridades, especialmente contemplada nos Anos Iniciais,
promove o reconhecimento da singularidade e da importância de cada indivíduo (subjetivi-
dade). Ao mesmo tempo, é reforçada a compreensão de suas conexões com os outros seres
humanos (alteridade), identificando as semelhanças e as diferenças em uma perspectiva de
coexistência. Logo, essa unidade temática proporciona os primeiros reconhecimentos das
dimensões imanente e transcendente que integram o patrimônio cultural humano, o que se
realiza por meio da identificação de diversos costumes, crenças, formas de viver e símbolos.
• A unidade temática Manifestações religiosas possibilita a abordagem de informações
acerca de componentes do fenômeno religioso, como: espaços sagrados, símbolos, ritos,
representações religiosas, formas de expressão da espiritualidade (orações, cultos, gestos,
cantos, danças, meditações), práticas celebrativas, indumentárias, alimentos e objetos con-
siderados sagrados, bem como líderes religiosos e suas formas de atuação.
• A unidade temática Crenças religiosas e filosofias de vida, cuja abordagem se intensifica
nos Anos Finais, fomenta a compreensão, a valorização e o respeito em relação às diversas
experiências religiosas, possibilitando identificar, reconhecer, analisar e discutir o fenômeno
religioso com base em seus elementos estruturantes: os mitos (que estabelecem relações
entre a imanência e a transcendência), as crenças, as narrativas religiosas (orais e escritas),
as doutrinas religiosas (princípios e valores das diversas tradições), os códigos ético e moral
(balizadores de comportamento dos adeptos) e as ideias de imortalidade (como ancestrali-
dade, reencarnação, ressurreição e transmigração).Também integram essa unidade temática
as relações possíveis das tradições religiosas com a esfera pública (política, saúde, economia,
educação), as mídias e a tecnologia.
Os quadros a seguir destacam as unidades temáticas e os objetos de conhecimento previstos
pela BNCC para os nove anos do Ensino Fundamental. Além disso, ao final de cada volume anual,
as orientações didáticas trazem um mapa curricular integrado, que explicita os conteúdos e as
atividades propostos para a abordagem desses elementos, bem como as habilidades da BNCC
contempladas em relação a eles.
6 PASSADO, PRESENTE E FÉ | VOLUME 1
7. Anos Unidades temáticas Objetos de conhecimento
1.
º ano
Identidades e alteridades
O eu, o outro e o nós
Imanência e transcendência
Manifestações religiosas Sentimentos, lembranças, memórias e saberes
2.
º ano
Identidades e alteridades
O eu, a família e o ambiente de convivência
Memórias e símbolos
Símbolos religiosos
Manifestações religiosas Alimentos sagrados
3.
º ano
Identidades e alteridades Espaços e territórios religiosos
Manifestações religiosas
Práticas celebrativas
Indumentária religiosa
4.
º ano
Manifestações religiosas
Ritos religiosos
Representações religiosas na Arte
Crenças religiosas e filosofias de vida Ideia(s) de divindade(s)
5.
º ano Crenças religiosas e filosofias de vida
Narrativas religiosas
Mitos nas tradições religiosas
Ancestralidade e tradição oral
6.
º ano Crenças religiosas e filosofias de vida
Tradição escrita: registro dos ensinamentos sagrados
Ensinamentos da tradição escrita
Símbolos, ritos e mitos religiosos
7.
º ano
Manifestações religiosas
Místicas e espiritualidades
Lideranças religiosas
Crenças religiosas e filosofias de vida
Princípios éticos e valores religiosos
Liderança e direitos humanos
8.
º ano Crenças religiosas e filosofias de vida
Crenças, convicções e atitudes
Doutrinas religiosas
Crenças, filosofias de vida e esfera pública
Tradições religiosas, mídias e tecnologias
9.
º ano Crenças religiosas e filosofias de vida
Imanência e transcendência
Vida e morte
Princípios e valores éticos
7
LIVRO DO PROFESSOR
8. OBJETIVOS
No artigo 33, a LDB determina o “respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil”. Nessa pers-
pectiva, a coleção Passado, presente e fé tem como objetivo central promover o conhecimento e a
reflexão acerca do fenômeno religioso em âmbito mundial e, especialmente, em suas manifestações
no Brasil. Para isso, contempla os objetivos de ensino e aprendizagem indicados pela BNCC:
a) Proporcionar a aprendizagem dos conhecimentos religiosos, culturais e estéticos, a partir das
manifestações religiosas percebidas na realidade dos educandos;
b) Propiciar conhecimentos sobre o direito à liberdade de consciência e de crença, no constante
propósito de promoção dos direitos humanos;
c) Desenvolver competências e habilidades que contribuam para o diálogo entre perspectivas
religiosas e seculares de vida, exercitando o respeito à liberdade de concepções e o pluralismo
de ideias, de acordo com a Constituição Federal;
d) Contribuir para que os educandos construam seus sentidos pessoais de vida a partir de
valores, princípios éticos e da cidadania. (BRASIL, 2017, p. 436)
Caberessaltar,ainda,aimportânciaderespeitarefortaleceraidentidadereligiosadecadaeducando,
umavezqueodirecionamentoreligiosodecriançasejovenséprerrogativadasfamíliasedasinstituições
religiosas.Aescola,porsuavez,podecontribuirparaaformaçãocidadãdasnovasgeraçõespormeiodo
estímulo às compreensões reflexiva e analítica das manifestações religiosas, promovendo a cultura da
paz e a valorização dos direitos humanos, conforme o princípio constitucional da liberdade de crenças,
ideias e consciência. Nesse sentido, Aragão e Souza (2017, p. 19) apontam que o Ensino Religioso:“[...]
estáassumindoessaresponsabilidadedeoportunizaroacessoaossabereseconhecimentosproduzidos
pelasdiferentestradiçõesespirituaisecosmovisõesreligiosasenquantopatrimôniosdahistóriahumana.”“
AVALIAÇÃO
O conhecimento religioso é bastante complexo, pois, além das especificidades do seu objeto (o
transcendente), envolve elementos histórico-culturais e ainda a dimensão psíquico-afetiva de in-
divíduos e grupos identitários. Esse conhecimento demonstra que a experiência religiosa humana,
em sua diversidade, constitui um dos caminhos percorridos por diferentes grupos e sociedades em
busca de respostas para os problemas fundamentais da existência.
Ao defrontar-se com a finitude e com a possibilidade de conduzir a vida por variadas direções,
apresenta-se aos seres humanos a necessidade de encontrar uma explicação para a morte e um
sentido para a vida. Nesse contexto, as religiões despertam a esperança de superação da morte e
indicam valores para orientar a vida, conferindo-lhe uma finalidade e um significado. Além disso, a
experiência religiosa pode ser considerada “humanizante”, ou seja, capaz de tornar cada um mais
sensível aos outros e mais consciente da condição humana compartilhada com eles. Uma experiência
dessa natureza é, portanto, indissociável de uma consciência ética.
8 PASSADO, PRESENTE E FÉ | VOLUME 1
9. Dayane Raven. 2016. Digital.
Logo, os processos de ensino e aprendizagem do conhecimento religioso requerem metodologias
e estratégias capazes de ampliar a consciência e a valorização da identidade dos educandos, assim
como o respeito aos diversos grupos identitários que compõem o seu contexto sociocultural. Em
todas as etapas desse processo, inclusive na avaliação, deve-se ter presente o desenvolvimento das
seguintes competências, estabelecidas pela BNCC para o Ensino Religioso:
1. Conhecer os aspectos estruturantes das diferentes tradições/movimentos religiosos e filosofias
de vida, a partir de pressupostos científicos, filosóficos, estéticos e éticos.
2. Compreender, valorizar e respeitar as manifestações religiosas e filosofias de vida, suas expe-
riências e saberes, em diferentes tempos, espaços e territórios.
3. Reconhecer e cuidar de si, do outro, da coletividade e da natureza, enquanto expressão de
valor da vida.
4. Conviver com a diversidade de crenças, pensamentos, convicções, modos de ser e viver.
5. Analisar as relações entre as tradições religiosas e os campos da cultura, da política, da eco-
nomia, da saúde, da ciência, da tecnologia e do meio ambiente.
6. Debater, problematizar e posicionar-se frente aos discursos e práticas de intolerância, discri-
minação e violência de cunho religioso, de modo a assegurar os direitos humanos no constante
exercício da cidadania e da cultura de paz.
ORGANIZAÇÃO DIDÁTICA
A observação do(s) fenômeno(s) religioso(s) faz parte da realidade do educando antes mesmo
de seu ingresso no sistema escolar, seja por uma opção familiar, seja pelo contexto social que o
circunda. A coleção Passado, presente e fé parte desse pressuposto para oportunizar a compreensão
reflexiva e analítica de diferentes manifestações.
Com esse propósito, os con-
teúdos são explorados por meio
de textos e atividades, que, por
sua vez, organizam-se didati-
camente em seções e ícones,
considerando as especificidades
de cada nível de ensino.
9
LIVRO DO PROFESSOR
10. Para o Ensino Fundamental – Anos Iniciais
Ícones
Pesquisa
Caderno
Você sabia?
Atividade coletiva
Atividade oral
P
Apresenta diferentes recursos e atividades com o propósito de fazer um levantamento dos co-
nhecimentos prévios dos alunos acerca dos conteúdos que serão trabalhados no capítulo.
Por meio de propostas lúdicas, busca a interação entre os alunos, além de oportunizar reflexões
significativas e contextualizadas a respeito dos conteúdos desenvolvidos.
Incentiva os alunos a construir suas concepções, elaborar e sistematizar, de maneira individual
e coletiva, o conteúdo. É o momento da sistematização do conhecimento e de novas indagações.
Oportuniza a interação entre os alunos e com outras pessoas da convivência deles.Traz atividades
como rodas de conversa, entrevistas e diferentes propostas de trabalho em equipe.
Envolve os alunos em atividades voltadas ao desenvolvimento de valores, como empatia, soli-
dariedade, respeito e tolerância.
10 PASSADO, PRESENTE E FÉ | VOLUME 1
11. Para o Ensino Fundamental – Anos Finais
Ícones
Caderno
Glossário
Texto informativo
Atividade coletiva
Propõe atividades com o ob-
jetivo de exercitar a tolerância, a
compreensão e a harmonia nas
relações em família, na comuni-
dade escolar e nas demais esfe-
ras de convivência dos alunos.
Traz atividades, objetivas e
discursivas, com a finalidade de
sistematizar os conhecimentos
adquiridos ao longo do estudo
do capítulo.
Propõe o debate em sala
de aula, sempre mediado pelo
professor. Os temas sugeridos
são relacionados aos conteúdos
estudados e ao cotidiano dos
alunos, que serão estimulados
a compartilhar suas ideias e
seus posicionamentos, sempre
respeitando as opiniões dos
colegas.
Sugere atividades, indivi-
duais ou coletivas, de investiga-
ção e estudo acompanhadas de
orientação e roteiro para alunos
e professores com o objetivo
desenvolver a capacidade de
selecionar fontes, coletar dados
e produzir sínteses.
Apresenta atividades diversi-
ficadas que sistematizam e am-
pliam os conteúdos trabalhados
no capítulo.
Apresenta diversos gêneros
textuaiseverbo-visuaisparaque
os alunos realizem atividades
de análise de documentos, re-
lacionando-os aos conteúdos
estudados.
Possibilita diferentes olhares
sobre os temas tratados no ca-
pítulo com o objetivo de am-
pliar os assuntos abordados e
o contato com outras opiniões
e modos de viver e de pensar.
Aborda temas de grande
relevância para a convivência
harmônica em sociedade. São
incentivadas reflexões a respeito
de documentos importantes,
além de pronunciamentos ofi-
ciais de líderes religiosos e secu-
lares,quetratamdetemascomo
igualdade, direitos humanos e
liberdade.
11
LIVRO DO PROFESSOR
12. REFERÊNCIAS
ARAGÃO, Gilbraz S. Apresentação. In: JUNQUEIRA, Sérgio R. A.; BRANDENBURG, Laure E.;
KLEIN, Remí (Org.). Compêndio do Ensino Religioso. São Leopoldo: Sinodal; Vozes, 2017.
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Constituição
da República dos Estados Unidos do Brasil (de 24 de fevereiro de 1891). Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao91.htm>. Acesso em:
16 ago. 2018.
______. Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil (de 16 de julho de 1934).
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao34.htm>.
Acesso em: 16 ago. 2018.
______. Lei n.
º 9.394 de 20 de dezembro de 1996: estabelece as diretrizes e bases da
educação nacional. Brasília, 20 dez. 1996.
______. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Base Nacional Comum
Curricular. Versão final. Brasília: MEC/SEB, 2017.
GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC, 1989.
HOCK, Klaus. Introdução à Ciência da Religião. São Paulo: Loyola, 2017.
IMPÉRIO DO BRASIL. Documentos complementares do Império do Brasil (15 outubro 1827).
artig. 6. In: BONAVIDES, Paulo.; AMARAL, Roberto A. Textos políticos da História do Brasil.
Brasília, Senado Federal, 1996. v. I.
JUNQUEIRA, Sérgio B. A. O processo de escolarização do Ensino Religioso no Brasil.
Petrópolis: Vozes, 2002.
PASSOS, João D.; USARSKI, Frank. (Org.). Compêndio de Ciência da Religião. São Paulo:
Paulus, 2013.
REPÚBLICA DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL. Coleção de Leis. Rio de Janeiro: Senado
Federal, 1931. v. I.
SILVA, Eliane M. Religião, diversidade e valores culturais: conceitos teóricos e a educação
para a Cidadania. Disponível em: <https://www.pucsp.br/rever/rv2_2004/p_silva.pdf>.
Acesso em: 17 ago. 2018.
SOARES, Afonso M. L. Ciência da Religião, Ensino Religioso e formação docente. Disponível
em: <https://www.pucsp.br/rever/rv3_2009/t_soares.pdf>. Acesso em: 16 ago. 2018.
UNESCO. Cultura de paz: da reflexão à ação; balanço da década internacional da promoção
da cultura de paz e não violência em benefício das crianças do mundo. Brasília: UNESCO;
São Paulo: Associação Palas Athena, 2010.
______. Declaração Universal dos Direitos Humanos. Paris: Unesco, 1948.
______. Declaração Universal Sobre a Diversidade Cultural. Paris: Unesco, 2002.
USARSKI, Frank. Interações entre Ciência e Religião. Revista Espaço Acadêmico, Maringá,
v. 02, n. 17, 2002.
______. Os enganos sobre o sagrado: uma síntese da crítica ao ramo“clássico”da
Fenomenologia da Religião e seus conceitos-chave. Disponível em: <www.pucsp.br/rever/
rv4_2004/p_usarski.pdf>. Acesso em: 16 ago. 2018.
12 PASSADO, PRESENTE E FÉ | VOLUME 1
13. ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS
Este é o primeiro volume da Coleção Ensino Religioso para
o Ensino Fundamental – Anos Iniciais. Em consonância com as
orientações da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para essa
etapa de estudos, ele dá início a um percurso didático delimitado
não só pela abordagem de conhecimentos acerca de fenômenos
religiosos, mas também sobre filosofias de vida (BRASIL, 2017).
O conceito de“fenômeno religioso”pode ser compreendido como a expressão cultural e social
da religiosidade por meio de gestos, palavras, atitudes, símbolos e ritos − elementos reveladores da
busca do ser humano por algum tipo de relacionamento com algo ou alguém que o transcenda. Já
as“filosofias de vida”são conjuntos de ideias e valores que orientam a conduta individual com base
em princípios éticos. Esses podem até apresentar semelhanças com alguns princípios religiosos,
todavia diferem deles por não dependerem da crença em uma esfera transcendente.
Ao proporcionar a compreensão dos fenômenos religiosos, cujas “múltiplas manifestações são
parte integrante do substrato da cultura humana”(BRASIL, 2017, p. 434), bem como dos valores que
norteiam as diferentes filosofias de vida, pretendemos favorecer a aprendizagem do diálogo e da
tolerância, fundamentais para a boa convivência social.
Assim, na construção do presente volume foram privilegiados os objetos de conhecimento e as
habilidades indicadas pela BNCC para o primeiro ano escolar dessa etapa de estudos. Além disso,
optamos por uma aproximação sutil e gradativa dos alunos em relação à temática religiosa propria-
mente dita. O objetivo é garantir que eles se sintam confortáveis, oportunizando que sigam ritmos
próprios no reconhecimento e nas reflexões acerca dos elementos religiosos. Além disso, ao estimular
os alunos a perceber o que há dentro de si e o que está ao seu redor, chamando a atenção deles
para o cuidado consigo, com os outros e para o respeito às diferenças, preparamos o caminho para a
construção do respeito às diversas tradições religiosas, bem como a quem não segue nenhuma delas.
A unidade temática estabelecida pela BNCC que norteará o primeiro capítulo é Identidades e
alteridades e o objeto de conhecimento abordado será O eu, o outro e o nós. Nessa abordagem,
privilegiamos habilidades voltadas ao reconhecimento e à valorização da identidade de cada aluno.
Tambémsãopropostasatividadesligadasàcompetênciadereconhecimentodooutroedogrupo.Esses
primeirospassossãoessenciaisparaqueascriançascompreendamanecessidadedeacolhererespeitar
adiversidadetalcomoelaseapresenta.Afinal,amparadoporprocessosreflexivosedeanálise,bemcomo
no diálogo e na convivência, o componente curricular Ensino Religioso pretende promover mudanças
de atitude com“o intuito de combater a intolerância, a discriminação e a exclusão”(BRASIL, 2017, p. 434).
Sugestão de número de aulas: 8
CAPÍTULO SOMOS ESPECIAIS
1
Veja o Mapa curricular
integrado no final
das Orientações
metodológicas.
13
LIVRO DO PROFESSOR
14. Orientações didáticas
Página 5
1 Ao iniciar o ano letivo, quando os alunos participam das primeiras aulas de Ensino Religioso,
é comum a apreensão de suas famílias quanto ao modo como o fenômeno religioso será tratado
na escola. Muitos pais sentem receio de que os conteúdos abordados em sala possam interferir na
identidade religiosa de seus filhos. Nesse sentido, é importante esclarecer à comunidade escolar que
o objetivo do Ensino Religioso é promover o conhecimento sem privilegiar uma crença ou tradição
religiosa e, ainda, sem realizar experiências religiosas de qualquer natureza com os alunos. Trata-se
de olhar para as manifestações religiosas que acontecem na sociedade, nas comunidades e nas di-
versas culturas e de tentar entendê-las. Trata-se, também, de identificar as crenças e os significados
das diferentes expressões religiosas a fim de melhorar as relações interpessoais e sociais.
O respeito à identidade religiosa de cada aluno começa pela atitude do professor, que deve abordar
as várias temáticas sem privilegiar ou desprezar nenhuma religião. Além disso, deve ser reservada
especial atenção à abordagem dos conteúdos frente à identidade dos alunos cujas famílias profes-
sam uma religião e concordam com alguns pontos de determinada crença, porém, não participam
de todas as atividades religiosas prescritas. O número de pessoas que pertencem a esse grupo é
expressivo no Brasil. Além disso, há um percentual elevado de pessoas que, mesmo sem se vincular
a uma religião, se apoiam em diversos sistemas de crenças, segundo convicções pessoais.
Por outro lado, há alunos cujas famílias se declaram “sem religião” ou que se reconhecem como
ateias. É importante que esses não se sintam pressionados nem excluídos nas atividades realizadas
em sala. Ainda que não tenham crenças religiosas nem realizem práticas dessa natureza, eles podem,
e devem, ser estimulados a compartilhar valores, experiências e princípios aprendidos em família.
Página 8
Ponto de partida
2 Os personagens apresentados nas páginas iniciais
são crianças da mesma faixa etária que os alunos e
que professam diferentes crenças religiosas. Eles esta-
rão presentes em todos os volumes desta coleção de
Ensino Religioso para o Ensino Fundamental – Anos
Iniciais. Particularidades de cada personagem e de suas
respectivas religiões serão reveladas de forma gradativa
no decorrer dos volumes, possibilitando o conheci-
mento religioso e também a construção do respeito e
da tolerância. Neste primeiro capítulo, é essencial aos
alunos que se familiarizem com os personagens e se
identifiquem com algumas características deles.
14 PASSADO, PRESENTE E FÉ | VOLUME 1
15. O objetivo dessa identificação é promover a empatia e o respeito à alteridade. Afinal, ainda que nem
todas as salas de aula tenham seguidores de todas as religiões representadas pelos personagens,
elas estão presentes na sociedade brasileira, marcada pelas diversidades cultural e religiosa.
Atividade 1
Oriente a formação das duplas. A seu critério, elas podem ser definidas por meio de escolha dos
próprios alunos, de indicação prévia ou de sorteio. Depois, leia em voz alta as regras descritas a
seguir e que devem ser respeitadas para a realização do jogo de memória com as peças (cartas) da
página 1 do material de apoio. Esclareça eventuais dúvidas a respeito das regras e ressalte que as
peças devem ser organizadas em 4 linhas e 4 colunas. Em seguida, estabeleça um tempo para que
os alunos joguem uma ou mais partidas.
Regras para o Jogo de memória
1. Misture as peças dos dois jogadores e organize-as com as ima-
gens voltadas para baixo (como na figura ao lado).
2. Escolha quem será o primeiro a jogar.
3. O primeiro a jogar deve virar 2 peças de cada vez. Se forem iguais,
ele ficará com as peças. Se forem diferentes, ele as devolve para
a mesa. Depois, será a vez do outro jogador.
4. O jogo terminará quando todos os pares de peças iguais forem
encontrados. Quem tiver mais pares, será o vencedor.
15
LIVRO DO PROFESSOR
16. Atividade 2
Após a realização do Jogo de memória, releia, com os alunos, as informações apresentadas pelos
personagens na página 5. Incentive a turma a expressar eventuais dúvidas a respeito da fala de cada
um deles e registre-as em forma de perguntas. Os elementos das falas com maior probabilidade
de gerar questionamentos são as pronúncias de certos nomes, os locais e os idiomas citados por
alguns personagens, as religiões deles, a função do cão-guia que acompanha a menina Dulce e o
fato de ela usar óculos escuros.
Ajude as crianças a esclarecer as dúvidas mais simples e pontuais. Aproveite a oportunidade para
propor pesquisas a respeito das questões de ordem étnica (referentes a locais e idiomas de origem).
Além disso, reúna as perguntas relacionadas às religiões, a fim de poder retomá-las em momentos
oportunos.
Quanto às indagações acerca dos óculos de Dulce e do cão-guia, incentive os alunos a apresentar
hipóteses de respostas e aguarde a realização das atividades propostas na página 9 para, então,
verificar essas hipóteses, a fim de confirmá-las ou corrigi-las. Ao realizar essas atividades, os alunos
devem concluir que a personagem tem uma deficiência visual. Além disso, poderão aprender sobre
a autonomia e os direitos das pessoas que têm esse tipo de deficiência, inclusive o de serem acom-
panhadas em quaisquer ambientes por cães-guia devidamente treinados.
Página 9
Atividades
3 As atividades propostas requerem a orientação do professor tanto para a realização da pesquisa
quanto para a exposição dos resultados obtidos.
Atividade 1
Os alunos podem realizar a pesquisa a respeito dos cães-guia como tarefa de casa, contando com a
ajuda de familiares adultos para a busca e o registro de informações. A pesquisa pode revelar diferentes
informações, como as tarefas realizadas por esses animais no apoio à pessoa com deficiência visual,
o direito assegurado de acompanhá-las em qualquer ambiente, o tipo de treinamento necessário,
as raças mais aptas a essa atividade, a aposentadoria dos animais, entre outras. Os registros escritos
podem ser feitos em folhas padronizadas, previamente distribuídas, ou no caderno e, ainda, podem
ser acompanhados por imagens. Agende uma data para a entrega dos resultados da pesquisa e,
então, organize um momento para que os alunos possam apresentá-los.
Como alternativa, a atividade pode ser realizada em sala, com o seu
apoio. Nesse caso, apresente à turma algumas informações e imagens a
respeito dos cães-guia e do trabalho que realizam. Elas podem ser facil-
mente encontradas na internet, especialmente em sites de organizações
dedicadas à inclusão social de pessoas com deficiência visual e à difusão
do cão-guia como facilitador desse processo inclusivo – por exemplo, a
Fundação Dorina Nowill, o Instituto Íris, entre outras.
D
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16 PASSADO, PRESENTE E FÉ | VOLUME 1
17. Atividade 2
Pergunte aos alunos o que mais chamou a atenção deles na pesquisa que realizaram e/ou nas infor-
mações que ouviram dos colegas. Em seguida, oriente-os a registrar um desses aspectos. O registro
pode ser realizado em forma de desenho ou por escrito, com a sua ajuda, se necessário.
Página 10
4 Leia em voz alta os versos do poema Nome da gente, de Pedro Bandeira. Em seguida, proponha
um breve exercício de imaginação: por alguns instantes, os alunos devem imaginar que as coisas e
as pessoas tiveram, de repente, seus nomes trocados. A troca pode ocorrer:
• apenas entre os membros de uma categoria, como objetos trocarem de nome com outros ob-
jetos, animais com outros animais e pessoas com outras pessoas;
• entre membros de categorias distintas, como uma pessoa trocar de nome com um objeto, um
animal trocar de nome com uma pessoa, e assim por diante.
Após esse exercício, indague a turma acerca das possíveis consequências das trocas imaginadas.
É provável que mencionem aspectos como confusão, dificuldade de distinguir e reconhecer cada
individualidade, em especial, no caso das pessoas, entre outras. Sendo assim, destaque a importância
que tem o nome de cada um.
Na sequência, leia em voz alta os versos da canção Gente tem sobrenome, de Toquinho e Elifas
Andreato. Se possível, execute a canção em sala para os alunos ouvirem. Depois, pergunte a eles por
que razões imaginam que as pessoas têm sobrenomes. Registre as hipóteses no quadro e retome-as
após a abordagem do conteúdo da página 11, em que os sobrenomes são associados aos diferentes
grupos familiares e às suas respectivas origens étnicas.
Nesse contexto, ressalte ainda a existência de homônimos (pessoas com nomes iguais) e explique
às crianças que os sobrenomes ajudam a diminuir esse tipo de ocorrência, mas que, ainda assim, há
pessoas homônimas tanto nos nomes, quanto nos sobrenomes. Explique que, todavia, cada uma
delas tem uma identidade própria, afinal, o nome individual e o sobrenome (ou nome de família)
contribuem para que sejamos reconhecidos pelas demais pessoas, mas outros aspectos de nossa
individualidade também fazem parte desse reconhecimento. É o caso das qualidades pessoais, que
serão abordadas na sequência do capítulo.
Página 12
Atividades
5 O objetivo das atividades propostas é favorecer a integração dos alunos. Sendo assim, é funda-
mental que todos exponham e expliquem seus registros.
Atividade 1
Para a realização do registro solicitado, ajude as crianças que tiverem alguma dificuldade em escrever
os próprios nomes e, especialmente, os sobrenomes.
17
LIVRO DO PROFESSOR
18. Atividade 2
Ao orientar essa atividade, enfatize a necessidade de incluir no desenho a representação de algo (ou
alguém) de que o aluno goste. Na atividade seguinte, esse será o principal elemento a ser exposto
aos colegas.
Atividade 3
Nessa atividade, convide a turma a realizar uma espécie de dramatização.Todos devem atuar como
se ainda não se conhecessem e, reunidos em uma roda, apresentar-se uns aos outros: cada criança
deve dizer o próprio nome, mostrar o desenho que fez e citar o elemento de que gosta, incluído
nesse desenho.
Como alternativa, organize os alunos em duplas, a fim de que cada um mostre e explique seu dese-
nho a um colega. Em seguida, reúna a turma e peça a cada criança que apresente aos demais o(a)
colega com quem fez dupla. Nessa apresentação, cada um deve dizer: “Este(a) é [citar o nome e o
sobrenome do(a) colega]. Ele(a) gosta de [citar o elemento desenhado pelo(a) colega]”.
Página 13
Conversar e fazer juntos
6 Oriente a pesquisa e o registro de informações acerca dos nomes e sobrenomes dos alunos.
Agende, também, a data para a exposição dos resultados, quando as informações obtidas devem ser
apresentadas e comentadas em uma roda de conversa, a fim de que todos tenham a oportunidade
de falar e de serem ouvidos pelos colegas.
Atividade1
Explique à turma que deverão solicitar ajuda a um familiar adulto para obter as informações soli-
citadas e registrá-las por escrito. Se julgar necessário, envie um comunicado às famílias com mais
orientações a respeito da atividade.
a) Cada família pode optar pelo registro de informações referentes à escolha do nome da criança
e/ou ao significado deste. O objetivo de oferecer mais de uma alternativa é não constranger
alunos que não tenham como obter informações a respeito da história do próprio nome – como
em casos de adoção posterior à escolha deste, de falecimento ou de ausência da pessoa que o
escolheu, e assim por diante. Nesses casos, é possível registrar somente o significado do nome.
Se ele não for conhecido pelos familiares da criança, poderá ser facilmente localizado em sites
que tratam do tema.
b) Os familiares podem registrar a origem étnica do(s) sobrenome(s) do aluno. Para isso, é possível
recorrer a informações já conhecidas a respeito dos locais de origem dos antepassados da família
ou consultar sites especializados no tema. Se os familiares das crianças tiverem conhecimento
de outras particularidades relativas à origem dos sobrenomes, elas podem ser acrescentadas ao
registro.
18 PASSADO, PRESENTE E FÉ | VOLUME 1
19. AS COISAS QUE EU AMO EM MIM
EU AMO SER EU MESMO
[...]
EU AMO SER RISONHO E FELIZ
PORQUE ISSO TORNA OS OUTROS
RISONHOS E FELIZES TAMBÉM
[...]
NINGUÉM NO
MUNDO INTEIRO
É MELHOR EM SER
EU DO QUE EU!
MORONEY, Trace. As coisas que eu amo em mim. São Paulo: Ciranda Cultural, 2013. Fragmentos.
Atividade 2
A roda de conversa possibilita a cada aluno manifestar a sua opinião, ouvir os colegas e receber
orientações do professor. Para organizá-la, explique à turma que eles deverão se sentar formando
um círculo, de modo que todos possam ver e ser vistos pelos demais. Nessa roda, cada um terá o seu
momento de falar e deve ser ouvido pelos colegas com atenção e respeito, sem ser interrompido.
Para facilitar o cumprimento dessa regra, pode ser empregada uma dinâmica: entregar um objeto
a quem estiver na vez de falar. Somente quem tiver esse objeto em mãos terá direito à palavra e,
quando concluir sua fala, deverá entregá-lo ao próximo a falar. Outra orientação importante é a de
que cada roda de conversa terá como tema um assunto específico, ou seja, assuntos diversos ao
tema deverão ser conversados em outros momentos.
Página 15
Brincar e aprender
7 Antes de iniciar as atividades propostas, leia para os alunos, em voz alta, o texto a seguir.
Em seguida, pergunte aos alunos quais qualidades o narrador reconhece ter. Ressalte que ser risonho
e feliz surte um efeito positivo: alegra outras pessoas. Depois, relembre as qualidades dos personagens
do livro, citadas nas páginas 14 e 15, as quais se referem a habilidades e comportamentos positivos
em relação a si, aos outros e ao ambiente. Finalmente, releia a última estrofe do texto e ofereça alguns
minutos para que, em silêncio, os alunos pensem em suas próprias qualidades.
É possível que alguns alunos tenham dificuldade para encontrar palavras capazes de designar as
próprias qualidades. Nesse caso, solicite à turma que, em conjunto, indique algumas qualidades
possíveis a qualquer pessoa e registre-as no quadro da sala como sugestões para todos. Também
pode ocorrer que, por diversos motivos, alguns ainda não enxerguem qualidades em si. Nesse con-
texto, cite uma característica positiva que perceba nesses alunos. Se julgar adequado, peça também
a contribuição dos colegas, a fim de melhorar a autoestima daqueles que expressarem tal nível de
dificuldade para valorizar a si mesmos.
19
LIVRO DO PROFESSOR
21. Página 16
8 Antes de ler o texto, pergunte aos alunos o que eles entendem por xulingo. Em seguida, explique
que se trata de um grupo de pessoas pequenas, feitas de madeira, imaginadas pelo autor do texto.
Destaque ainda que, na história, os xulingos foram criados por um carpinteiro bondoso, chamado
Eli. Depois desses esclarecimentos, os alunos podem realizar uma leitura silenciosa do texto, seguida
por uma nova leitura em voz alta e com as devidas pausas.
Página 18
Conversar e fazer juntos
9 Para essa aula, será necessário providenciar palitos de sorvete e papel de gramatura firme, como
cartolina ou similares.
Atividade 1
Os alunos devem recortar círculos de papel e decorá-los de acordo com a sua criatividade, a fim de
representar os personagens citados no texto: Lúcia, Marcinelo, outros xulingos e o carpinteiro Eli.
Cada personagem deve ser composto por meio da colagem de um círculo decorado, que represen-
tará seu rosto, em um palito. Sugira aos alunos que desenhem, pintem e recortem algumas estrelas
douradas e bolinhas cinzentas para representar os adesivos da história.
Quando os fantoches e as representações dos adesivos estiverem prontos, os alunos, reunidos em
duplas, poderão utilizá-los para recontar a história uns aos outros.
Outra possibilidade é dividir a turma em equipes que representem, respectivamente, Eli, Marcinelo,
Lúcia e outros xulingos. Nesse caso, a história pode ser recontada pelo professor e, à medida que
ele narra, as crianças dramatizam os fatos com os fantoches.
Página 19
Fazer o bem
10 Ajude os alunos a se organizarem em duplas, cujo critério de formação é que ambos não se
conheçam muito bem ou, pelo menos, que não sejam do grupo de amigos mais próximos. Em se-
guida, juntos, eles deverão montar o quebra-cabeça, cujas peças estão na página 3 do material de
apoio e que mostra a imagem de um grupo multiétnico de crianças expondo a frase“Toda pessoa
é especial!”. Ressalte a importância de que um ajude o outro em caso de dificuldade. No final, reúna
os alunos para que comentem a experiência, tanto em relação à imagem que formaram quanto à
oportunidade de convivência com novos colegas.
Sugestão de atividade
Se julgar adequado ao contexto da turma, proponha que, nesse dia, cada aluno permaneça durante
o intervalo em companhia de um ou mais colegas com quem ainda não tenha se reunido em outro
momento. Não é necessário que ninguém se sinta constrangido a permanecer em companhia de
alguém contra sua vontade. É importante que as crianças vejam a proposta como oportunidade de
conhecer melhor seus colegas e fazer novos amigos.
21
LIVRO DO PROFESSOR
23. Sugestões para o professor
Leitura
QUEM SÃO OS NOVOS buscadores espirituais? Disponível em: <http://www.ihu.unisinos.br/169-
noticias/noticias-2015/540073-quem-sao-os-novos-buscadores-espirituais>. Acesso em: 7 jan. 2019.
A expressão “buscadores espirituais”, empregada no âmbito de estudos a respeito dos fenômenos
religiosos, é pouco conhecida fora desse contexto. Todavia, sua compreensão pode ajudar na abor-
dagem metodológica dos conteúdos com relação aos alunos (ou às famílias) que se aproximem
dessa categoria.
Filmes
Importante:
Professor, recomendamos que você assista aos filmes, avalie a adequação deles e
selecione os trechos de interesse antes de exibi-los aos alunos.
O MILAGRE de Anne Sullivan. Direção de Nadia Tass. EUA: Disney, 2000. 1 DVD (95 min), son., color.
Classificação indicativa: livre.
O filme, baseado em fatos reais, mostra a atuação da professora Anne Sullivan na educação de Helen
Keller, que era cega, surda e muda. Um dos principais objetivos dessa educação era oportunizar a
autonomia da garota, o que, de fato, se realizou.
PROCURANDO Nemo. Direção de Andrew Stanton e Lee Unkrich. Produção de John Lasseter. EUA:
Disney, Pixar, Buena Vista, 2003. 1 DVD (100 min), son., color.
Classificação indicativa: livre.
Nessa história, o peixe Nemo é superprotegido pelo pai, Marlin. Uma das razões para isso é a defi-
ciência em uma das nadadeiras do filho. Certo dia, envergonhado pela atitude do pai diante dos
colegas, Nemo reage desobedecendo-o e acaba sendo capturado. Então, Marlin enfrenta o mar
aberto em busca do filho. Nessa jornada, conhece Dory, um peixe fêmea, bastante sociável, que sofre
com a perda de memória recente. Juntos, ambos enfrentam inúmeros desafios para resgatar Nemo.
A seu critério, alguns trechos do filme podem ser empregados para estimular reflexões sobre as
diferenças entre os indivíduos e o respeito que se deve a cada um. Outro tema que pode ser abor-
dado é a busca de autonomia e de reconhecimento de capacidades das pessoas com deficiências.
23
LIVRO DO PROFESSOR
24. Neste capítulo, será mantida a aproximação sutil da criança em relação à temática religiosa pro-
priamente dita, enfatizando a interação dos alunos uns com os outros por meio da interculturali-
dade. Vamos abordar a unidade temática Identidades e alteridades e o objeto de conhecimento
Imanência e transcendência propostos pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do Ensino
Religioso para o primeiro ano escolar do Ensino Fundamental – Anos Iniciais (BRASIL, 2017, p. 436).
Sabemos que o ser humano vive em uma realidade que é chamada de imanência (significando
a realidade material sensível), mas ao mesmo tempo se projeta para a transcendência (a realidade
imaterial ou suprassensível). Quando a criança consegue unir imanência e transcendência, a partir
do desenvolvimento da compreensão de ambas, ela se percebe no mundo dialogando e intera-
gindo consigo mesma e com o outro. Esse “outro”pode ser entendido como um colega, a família,
a natureza, a comunidade ou o Transcendente. Quando essas relações se articulam, o ser humano
demonstra atitudes de cuidado e compaixão.
Sugestão de número de aulas: 8
Orientações didáticas
Páginas 24 e 25
Ponto de partida
1 Leia, em voz alta, o poema Crianças lindas!, enquanto os alunos acompanham o texto em seus
livros. Ressalte que ele descreve duas crianças distintas e que as características de cada uma delas
são apresentadas, pouco a pouco, ao longo dos versos. Depois, oriente a turma a fechar os olhos e
imaginar a aparência das crianças descritas no poema. Enquanto isso, repita a leitura de forma pau-
sada e com as devidas entonações. O objetivo desse exercício de imaginação é preparar os alunos
para realizar os desenhos solicitados a seguir.
Atividade 1
Os alunos devem fazer os desenhos de acordo com a aparência que imaginaram para cada criança,
enquanto ouviam a leitura do poema. O quadro a seguir destaca as características citadas no texto
para descrever cada criança (algumas estão acompanhadas de uma interpretação possível).
CAPÍTULO SOMOS TODOS DIFERENTES
2
24 PASSADO, PRESENTE E FÉ | VOLUME 1
27. Atividade 2
Esperamos que, após a experiência e o diálogo realizados na atividade anterior, os alunos tenham
aprendido que as diferenças entre as pessoas, simbolizadas pela variação nas cores, podem contribuir
para um mundo mais belo e rico.
Página 29
Conversar e fazer juntos
5 As atividades propostas têm como objetivos resgatar o que os alunos aprenderam no estudo do
capítulo anterior e consolidar a ideia de que cada pessoa tem qualidades próprias, ainda que todas
sejam diferentes. Ao orientar a turma, evite destacar apenas o que difere na aparência das crianças,
apontando também os detalhes em que se assemelham.
Atividade 1
Para essa atividade, os alunos podem ser reunidos em quartetos, a fim de que cada um represente o
rosto dos outros três colegas de equipe. Enquanto estiverem produzindo os desenhos, incentive-os
a observar detalhes, como os diferentes tipos e cores de cabelos, peles e olhos.
Atividade 2
Organize as crianças em círculo para uma roda de conversa que terá como pauta a observação e a
representação dos rostos de alguns colegas produzidas na atividade anterior. Oriente essa conversa
fazendo perguntas sobre as semelhanças e diferenças percebidas. Aproveite o momento para destacar
a beleza da turma como um todo formado por pessoas com diferentes características e qualidades.
Página 30
Atividades
6 No capítulo 1, ressaltamos que as pessoas são conhecidas por seus nomes e sobrenomes.
Afirmamos, ainda, que os sobrenomes frequentemente estão relacionados aos lugares de origem
dos antepassados de cada pessoa. Então, nas páginas 12 e 13, o aluno registrou seu(s) sobrenome(s)
e informações acerca da origem dele(s). Retome essas informações e, em seguida, oriente a realização
das atividades propostas.
Atividade 1
Essa atividade deve ser proposta como tarefa de casa. Se julgar necessário, envie indicações com-
plementares a fim de orientar os familiares na ajuda que prestarão aos alunos. Além disso, podem
ser solicitadas imagens relacionadas aos registros escritos. Ressalte, ainda, que as informações (e
possivelmente as imagens) serão objeto de exposição oral das crianças na aula seguinte.
a) Pode ser indicado às famílias que considerem os locais de origem das gerações dos avós e/ou
dos bisavós dos alunos.
b) As características mencionadas podem variar, referindo-se, por exemplo, a traços étnicos, religiões,
tradições, costumes e outros aspectos culturais.
27
LIVRO DO PROFESSOR
28. Atividade 2
Na aula seguinte à proposta da atividade 1, organize uma roda de conversa em que os alunos tenham
a oportunidade de expor as informações obtidas junto a seus familiares. Ressalte que elas dizem
respeito à história de cada criança e de cada família, sendo, portanto, de grande valor e importância
para eles. Então, oriente os alunos a prestar atenção nos relatos dos colegas oferecendo a apreciação
e a valorização que desejam receber quando for a vez deles falarem.
7 Na primeira ilustração apresentada, Felipe, que é evangélico, mostra a Manjari uma fotografia de
sua apresentação na igreja que frequenta com a família. Esse é um rito praticado nas igrejas cristãs,
denominadas protestantes e evangélicas, logo após o nascimento de uma criança. O batismo, por
sua vez, ocorre depois da infância, pois, nesse rito, a própria pessoa assume um compromisso de fé.
Já os católicos, também cristãos, recebem o batismo ainda bebês. Nesse momento, pais e padrinhos
pronunciam-se como representantes do compromisso de fé do indivíduo, o qual será confirmado
por ele próprio, depois da infância, em um novo rito denominado crisma.
Informações a respeito desses e de outros ritos religiosos serão transmitidas aos alunos em outros
volumes de acordo com as orientações da BNCC. Na atual etapa de estudo, a ilustração proposta
tem por objetivo motivar a turma a apresentar e comentar imagens (fotografias e/ou desenhos) que
retratem momentos importantes de suas próprias vidas. Com o mesmo objetivo, as demais ilustrações
exemplificam alguns momentos importantes da vida dos personagens em contextos não religiosos.
Dayane
Raven.
2016.
Digital.
28 PASSADO, PRESENTE E FÉ | VOLUME 1
29. Página 32
Conversar e fazer juntos
8 A atividade 1 deve ser proposta como tarefa de casa. As demais devem ser realizadas em sala,
na aula seguinte, com base nas informações registradas.
Atividade 1
O aluno deverá conversar com os familiares e, na aula seguinte, trazer os registros por escrito. Cada
um deles representará um momento da história da criança – lembrado por ela ou contado por al-
guém de sua família. Os alunos também podem trazer cópias de algumas fotos desses momentos.
Atividade 2
Os alunos deverão ouvir as histórias individuais dos colegas, pois essa escuta será fundamental na
realização da atividade seguinte. Oriente as apresentações de modo que os alunos tenham a oportu-
nidade de comentar sobre as histórias que chamarem a atenção deles. Nesse contexto, não permita
que haja qualquer tipo de comentário depreciativo em relação ao que está sendo compartilhado.
Ao contrário, as histórias individuais deverão ser valorizadas e apreciadas por todos.
Atividades 3 e 4
A principal orientação para essas atividades é que os alunos possam valorizar tanto as histórias que
se assemelharem à sua quanto aquelas que forem distintas. A BNCC, para o Ensino Religioso, ressalta
a necessidade de que o aluno do primeiro ano possa desenvolver as suas habilidades de acolhida às
semelhanças, mas também às diferenças, bem como o respeito às características físicas e subjetivas
de cada um. É nesse aspecto que o professor deverá vincular o respeito à acolhida, à tolerância, à
convivência, ao cuidado.
Página 33
Você sabia?
9 O professor deve verificar com a turma se todos compreendem o significado da palavra “res-
peito”. Se necessário, pode ser feita uma consulta a um dicionário para esclarecimento do conceito,
destacando-se aspectos como reconhecimento, apreciação, consideração e cuidado com o outro.
Brincar e aprender
10 As peças do material de apoio contêm algumas modificações em relação às que fazem parte
do jogo de dominó, tanto na quantidade quanto na forma. São 7 peças e, em vez de duas colunas
com diferentes quantidades e cores de pontos, cada peça traz uma imagem à esquerda e um texto
à direita. Além disso, as regras do jogo devem ser adaptadas como se segue.
29
LIVRO DO PROFESSOR
30. • Organize os alunos em duplas ou trios e estabeleça um critério para definir a sequência das jo-
gadas (por exemplo, sortear o primeiro jogador, que deverá passar a vez ao próximo no sentido
horário, e assim sucessivamente).
• Cada equipe deve utilizar um único conjunto de peças, dispondo-as sobre a mesa, embaralhadas
e com as figuras voltadas para baixo. Cada aluno pega duas ou três peças de forma aleatória.
Aquela que restar, deve ser virada para dar início ao jogo.
• Se o primeiro jogador tiver a peça que contém a imagem correspondente ao texto daquela que
restou, ou a que contém o texto correspondente à ilustração dela, pode apresentar uma dessas
peças. Do contrário, passa a vez para o próximo.
• Vence o jogo quem apresentar primeiro todas as suas peças. Porém, as rodadas devem seguir até
que todas as peças tenham sido apresentadas e organizadas de acordo com o modelo a seguir
(aproximando os textos e as imagens que se correspondem). Isso determinará o segundo e, se
for o caso, o terceiro colocados na partida.
Após a brincadeira, abra uma roda de conversa e peça aos alunos exemplos de atitudes que de-
monstrem as formas de respeito indicadas nas peças do dominó: respeito aos pais, avós, professores,
colegas, animais e às regras de trânsito. Se houver alguma criança que não conheceu os avós ou
não convive com os pais, é possível citar atitudes que demonstrem o respeito perante os idosos ou
aos adultos responsáveis por ela.
30 PASSADO, PRESENTE E FÉ | VOLUME 1
31. Atividades
11 Essa atividade deve contar com a contribuição de todos para que os alunos reconheçam a frase
elaborada como resultante de um trabalho coletivo. Sugerimos a transcrição da frase para um cartaz,
que permanecerá afixado na sala, visível a todos, para enfatizar a importância de adotar atitudes
respeitosas uns com os outros.
Página 35
Brincar e aprender
12 Além de aprender a valorizar a si mesmo e a respeitar o outro, é importante que o aluno perceba
que cada indivíduo tem um papel importante na coletividade e deve desempenhá-lo com respon-
sabilidade. O jogo cooperativo proposto nessa seção ajudará a ressaltar a importância do papel de
cada um para a conquista de objetivos comuns. Considere as seguintes informações para orientar
o jogo, que deverá ser realizado em uma área externa da escola.
Fase 1 – Objetivo: manter a bola em cima do lençol.
• Formando uma roda, (em pé) as crianças devem segurar um lençol estendido com uma bola no
centro dele.
• O lençol deve ser sacudido para cima e para baixo para fazer a bola pular. Porém, todos devem
colaborar para que ela não caia.
• O lençol deve ser sacudido cada vez mais rápido, aumentando o esforço para evitar a queda da
bola.
Fase 2 – Objetivo: jogar a bola de cima do lençol para dentro de um balde.
• Os alunos devem balançar o lençol para a bola pular, tentando fazer com que ela caia dentro do
balde, que deverá estar colocado a uma certa distância de onde estão.
• O balde deve ser deslocado algumas vezes por você, professor, aumentando ou diminuindo a
distância, de modo que os alunos tenham que variar os movimentos e a força empregados para
realizar seu objetivo.
Conversar e fazer juntos
13 Organize uma roda de conversa para que a turma comente a experiência do jogo realizado por
meio das perguntas da atividade 1 e para que troquem ideias a respeito da questão da atividade 2
antes de realizarem individualmente o desenho solicitado.
31
LIVRO DO PROFESSOR
33. Neste capítulo, vamos abordar a unidade temática Manifestações religiosas e o objeto de
conhecimento Sentimentos, lembranças, memórias e saberes propostos pela Base Nacional
Comum Curricular (BNCC) do Ensino Religioso para o primeiro ano escolar do Ensino Fundamental –
Anos Iniciais.
Ao longo da vida, o ser humano registra em sua memória lembranças carregadas de sentimentos.
A família e a escola são os primeiros espaços sociais importantes para a construção da identidade do
ser. Olhar novamente,“des-velar”, a própria história auxilia o aluno a ressignificá-la e compreender o
papel dos sentimentos. Esse processo é construído na relação com o outro, compreendendo as suas
experiências e percebendo as diferenças e as semelhanças com ele. Ressignificando sua história, a
criança desenvolve o cuidado com suas próprias emoções e sentimentos, bem como em relação
àqueles com quem convive.
Sugestão de número de aulas: 8
Orientações didáticas
Páginas 36 e 37
1 É importante explorar com a turma as imagens de abertura do capítulo percebendo as reações
que provocam. Em uma roda de conversa, indague o que mais chamou a atenção dos alunos nessas
imagens. Incentive-os, também, a elaborar hipóteses a respeito delas. Que relação pode haver entre
as ilustrações e o título do capítulo? Como devem ser os relacionamentos entre as pessoas de cada
ilustração? O que elas parecem estar sentindo?
Esse é um bom momento para perceber como os alunos reagem com relação ao tema“sentimento”
ou com que facilidade podem falar de seus próprios sentimentos ou lembranças.
Página 38
Ponto de partida
2 A história de vida da criança contempla vivências de espaços sociais distintos, como a escola, a
família, entre outros. Além disso, é importante esclarecer que relembrar fatos significativos requer o
respeito de todos os colegas que expuserem suas lembranças.
Atividade 1
Destine alguns minutos para a realização individual dos desenhos, que não deverão ser comparti-
lhados nesse momento. Eles serão retomados na sequência, para a mímica proposta na página 39.
Atividade 2
Selecione, previamente, um conjunto de imagens relacionadas a diferentes contextos e situações
que fazem parte da vida das crianças. Por exemplo, comemorações, passeios, demonstrações de
afeto, brinquedos e brincadeiras, entre outras.
CAPÍTULO COMO É BOM TER LEMBRANÇAS
3
33
LIVRO DO PROFESSOR
34. O número de imagens deve ser o mesmo que o de alunos na turma. Organize as crianças em círculo
e, no centro, disponha as imagens. Cada um deverá pegar uma imagem que o faça lembrar de algo
em sua história que gostaria de contar para a turma. Dependendo da situação relatada, pergunte
como a criança se sentiu quando essa situação ocorreu. Esse momento é muito importante, pois,
além de se expressar, cada um poderá se identificar com as histórias dos colegas, fortalecendo a
própria identidade e também as relações interpessoais.
Sugestão de atividade
Escolha um espaço amplo na escola para a realização de uma atividade complementar. Organize
a turma em dois círculos concêntricos, com uma criança de frente para outra. Cada aluno deverá
contar para o colega à sua frente uma lembrança de sua história de vida e ouvir uma lembrança
desse colega. Ao som de suas palmas, professor, o círculo de fora deve girar para a direita, assim,
cada aluno encontrará um novo colega para contar sua lembrança. Finalize a brincadeira quando
as duplas iniciais se reunirem novamente.
Página 39
3 Ao iniciar esse conteúdo, é interessante buscar o entendimento da turma sobre o significado
de “sentimento” e procurar distingui-lo de “emoção”. Ao compreender que as emoções são mais
imediatas e os sentimentos mais duradouros, os alunos iniciam o processo de diferenciação e reco-
nhecimento de ambos. É possível que algumas crianças tenham dificuldades para expressar o que
sentem, portanto, é necessário que o tempo de cada uma seja respeitado.
Brincar e aprender
4 As atividades preveem dramatização, autopercepção e imitação.
Atividade 1
Reúna os alunos em trios e oriente-os a
• escolher a lembrança de um deles para dramatizar;
• definir o que será representado;
• combinar os gestos necessários para que a turma adivinhe qual é a lembrança;
• determinar os gestos que cada um irá fazer.
Depois de realizar a mímica e revelar a lembrança, o trio deve dizer que sentimento estava envolvido
nessa lembrança.
Atividade 2
Essa atividade tem como objetivo que o aluno reconheça seus próprios sentimentos diante das
várias situações apresentadas. Você, professor, poderá auxiliar na escolha dos emojis, por meio da
interpretação conjunta com os alunos sobre os sentimentos representados em cada um deles.
Atividade 3
Para essa brincadeira, prepare antecipadamente cartões com emojis representando diversas expres-
sões faciais. Se for viável, os alunos podem auxiliar na confecção. Os cartões podem ter o tamanho
de uma folha A4 para melhor visualização pelos alunos.
de u
34 PASSADO, PRESENTE E FÉ | VOLUME 1
36. Página 43
Fazer o bem
8 Ao orientar a confecção do cartão, converse com os alunos sobre a importância dos familiares e
da relação entre eles. Pode ser ainda mencionado que ter uma família é um direito de toda criança. A
convivência com a família é muito significativa para a criança. Entretanto, é possível que algum aluno
enfrente dificuldades familiares. Sendo assim, você, professor, deve ter sensibilidade de perceber se
há alguém na turma que necessite de uma atenção especial em relação a esse tema.
Página 44
Atividades
9 As atividades 1 e 2 podem ser enviadas como tarefas para casa. Na aula seguinte, organize uma
roda de conversa para que os alunos possam mostrar os desenhos de objetos que consideram
especiais e as imagens de objetos especiais para suas famílias. Nesse momento, oriente-os para a
escuta atenta e respeitosa daquilo que tem importância para os colegas.
Páginas 45 e 46
Brincar e aprender
10 Para essa brincadeira, esconda diferentes objetos em espaços significativos da escola. Para a
busca de cada objeto, você, professor, pode dar uma pista que ajude as crianças a encontrá-lo. Se
for possível, modifique algo da escola de lugar (não esconda o objeto nessa modalidade) para que
os alunos observem mais os espaços em que circulam e que fazem parte de sua história.
Conversar e fazer juntos
11 Solicite, previamente, às famílias dos alunos que enviem fotos deles no ambiente escolar, que
tenham sido tiradas ao longo do ano letivo.
Atividades 1 e 2
Organize os alunos em círculo. Coloque, ao centro, as fotos que eles trouxeram e as fotos antigas da
escola. Estabeleça um tempo para que eles explorem as fotografias. Se possível, procure ordená-las
cronologicamente, com a ajuda da turma, considerando, para isso, a aparência da escola e outros
detalhes.Também é importante observar nas fotos os momentos retratados nelas e, principalmente,
as pessoas que passaram pela escola no decorrer do tempo.
Atividade 3
A escolha da foto que mais chamou a atenção pode ser individual ou coletiva, neste caso deve ser
feita uma votação. Em caso de escolha coletiva, a justificativa a ser registrada será a mesma para
todos os alunos.
36 PASSADO, PRESENTE E FÉ | VOLUME 1
38. Sugestões para o professor
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Filmes
DIVERTIDAMENTE. Direção de Pete Docter. Produção de Jonas Rivera. EUA: Walt Disney; Pixar, 2015.
1 DVD (95 min) son., color.
Riley é uma menina de 11 anos que se muda com a família para uma nova cidade. O cérebro da
garota fica muito agitado com essa mudança e uma confusão de sentimentos começa a ocorrer na
cabeça da menina. Excelente filme para entender as emoções e os sentimentos.
Leitura
WIGAND, Molly. Por que ter medo? 32 ed. São Paulo: Paulus, 2017.
O livro ensina a enfrentar medos, que podem não ser relevantes para os adultos, mas tornam o
mundo assustador para as crianças. Há também outros livros da coleção, os quais auxiliam no de-
senvolvimento da inteligência emocional.
BUITRAGO, Jairo; YOCKTENG, Rafael. Eloísa e os bichos. Tradução de Márcia Leite. São Paulo: Pulo do
Gato, 2013.
O livro conta a história de uma menina (Eloísa) que se muda para uma grande cidade com seu pai e
sente-se como um“bicho estranho”nesse novo“mundo”. A leitura poderá ser utilizada para atividades
que visem à acolhida de uma realidade que pode ser considerada diferente, estranha.
Importante:
Professor, recomendamos que você assista aos filmes, avalie a adequação deles e
selecione os trechos de interesse antes de exibi-los aos alunos.
Anotações:
38 PASSADO, PRESENTE E FÉ | VOLUME 1
39. No quarto capítulo, vamos abordar a unidade temática Manifestações religiosas e o objeto
de conhecimento Sentimentos, lembranças, memórias e saberes previstos na Base Nacional
Comum Curricular (BNCC) do Ensino Religioso para o primeiro ano escolar do Ensino Fundamental –
Anos Iniciais.
Identificar as diferentes maneiras pelas quais as pessoas manifestam sentimentos, ideias, memó-
rias, gostos e crenças em diferentes espaços é a habilidade a ser desenvolvida neste capítulo. Além
do respeito ao novo e ao diferente, a criança inicia um processo mais complexo de compreensão
dessas variadas manifestações. Essa compreensão perpassa o olhar que tem consigo mesma, com
os outros e a inter-relação de ambos em um contexto social.
Sugestão de número de aulas: 8
Orientações didáticas
Páginas 50 e 51
1 Ao iniciar o capítulo, explore as imagens apresentadas e busque os conhecimentos prévios dos
alunos sobre o que“está à nossa volta”, principalmente no que diz respeito às relações. Em uma roda
de conversa, faça perguntas que os instiguem a levantar hipóteses acerca das ilustrações: O que
chamou a atenção de vocês? O que são esses objetos? Que relação tem o título com as ilustrações?
Página 52
Ponto de partida
2 Oriente os alunos em relação ao comportamento adequado para visitar cada espaço da escola
durante a busca pelas pessoas que serão entrevistadas. Nomeie, em conjunto com a turma, as crian-
ças que irão realizar as entrevistas e oriente-as a respeito do registro das respostas, que pode ser
feito com base na gravação das entrevistas por meio de um celular – caso isso seja possível. Outra
opção é incentivar as crianças a ouvir com atenção as respostas dos entrevistados, de tal forma que
possam resumi-las em sala de aula. Essa modalidade irá exercitar a escuta atenta por parte da turma,
a memorização e o trabalho em grupo, a fim de sintetizar as respostas.
A seu critério, a entrevista pode contemplar outras questões a respeito do brincar, além daquelas
sobre os cuidados que as crianças devem ter enquanto brincam. Por exemplo: O adulto entrevistado
gostava de brincar quando era criança? O brincar é importante para a vida de uma pessoa? Brincar
ajuda no desenvolvimento das crianças? Brincar é um direito das crianças? Por quê?
CAPÍTULO OLHANDO EM VOLTA
4
39
LIVRO DO PROFESSOR
40. 3 No decorrer do capítulo, apresentamos o cuidado como atitude de atenção e abordamos questões
sobre o autocuidado. Porém, nesse momento, busque, por meio de exemplos, qual o entendimento
dos alunos sobre o significado de cuidar de si. Na sequência, tratamos ainda do cuidado com relação
aos outros e à natureza, que compõem o entorno de cada indivíduo.
Página 54
Atividades
4 O objetivo das atividades é que os alunos reconheçam o ambiente que os cerca, desenvolvendo
a capacidade de distinguir objetos e lugares seguros de objetos e lugares perigosos. Essas distin-
ções, com base em situações concretas, poderão auxiliá-los, mais tarde, no discernimento de suas
vivências como adolescentes e jovens. Sendo assim, ajude-os a exercitar e ampliar a observação e
a atenção, além de orientá-los quanto a possíveis perigos em ambientes como a casa, a escola, a
rua, etc. Outro aspecto que pode ser abordado é a diferença de importância que devemos dar às
pessoas e aos objetos. Ressalte que, ao contrário dos objetos, as pessoas são únicas e não podem
ser substituídas. Por isso a relevância do autocuidado, para preservar a integridade e evitar perigos.
Atividade 1
A pesquisa de imagens pode ser realizada como tarefa de casa, com o apoio dos familiares, ou em
sala, com base em materiais pré-selecionados por você, professor, como revistas ou tabloides de
farmácias e supermercados, entre outros.
Atividades 2 e 3
Promova um passeio de pesquisa para que os alunos possam localizar elementos e detalhes ainda
não observados nos diversos ambientes da escola, auxiliando-osna identificação desses. Por exemplo:
taças, prêmios (quadros), bandeiras, flores, placas, extintores, quadra, escadas, salas, etc. Incentive-os,
ainda, a analisar os possíveis perigos relacionados a cada objeto e a cada espaço que observarem.
Ao final do passeio, discuta com a turma sobre a importância da observação em nosso cotidiano.
Nessa conversa, mencione o fato de que uma criança pode se ver exposta a diferentes perigos em
outros ambientes − fora da escola. Ressalte, ainda, que a observação atenta é fundamental para
evitar esses perigos.
Página 55
5 Apresentamos, a seguir, algumas informações a respeito dos bonecos citados no Livro do aluno.
É oportuno investigar um pouco da história e entender o contexto em que foram criados.
• BONECOS SUPER-HERÓIS – Em 1935, nos Estados Unidos, os jovens Joe Shuster e Jerry Siegel
foram responsáveis pela criação do Super-Homem. Assim, teve início a“indústria dos super-he-
róis”, que continua crescendo e abarcando diferentes linguagens (literatura, quadrinhos, cinema,
televisão), bem como diversos produtos comercializáveis, entre os quais, os bonecos.
40 PASSADO, PRESENTE E FÉ | VOLUME 1
41. • BONECOS ADULTOS – A boneca Barbie é de inspiração alemã e foi criada nos Estados Unidos,
em 1955. Apesar das proporções físicas irreais, a boneca tornou-se um modelo de perfeição para
muitas crianças e adolescentes. Após discussões a respeito dos problemas decorrentes disso, no-
ta-se um esforço para que essa boneca e suas“amigas”representem outros tipos físicos, tons de
pele e de cabelo. Além disso, a Barbie já se apresentou com adereços de mais de 100 profissões.
• BONECOS BEBÊS – Estima-se que as bonecas tenham surgido na Pré-História, permanecendo
em diversas sociedades ao longo do tempo. Os materiais de que são feitas e suas funções po-
dem variar no tempo e no espaço. As bonecas em forma de bebê estão presentes em diversas
culturas e períodos.
• BONECAS DE PANO – Considera-se que as bonecas de pano têm origem na antiga civilização
babilônica. Ainda na Antiguidade, há registros de sua presença em diferentes culturas, como as
do Egito, da Grécia, de Roma, da China e do Japão. No Brasil, elas também estão presentes, como
herança da cultura indígena nativa e também das culturas ibéricas e africanas, trazidas no processo
de colonização. No período colonial, de acordo com as classes sociais, as bonecas podiam ser pro-
duzidas com materiais diversos, de finos tecidos importados a sobras de sacos de estopa.
• BONECOS(AS) ABAYOMI – A palavra“abayomi”, de origem iorubá, significa“encontro precioso”.
Nomeia bonecos(as) feitos(as) de pano sem costuras. Uma versão corrente diz que, nas viagens
que transportavam africanos para serem escravizados no Brasil, as mulheres rasgavam retalhos
das saias para criar pequenas bonecas, feitas de tranças ou nós, para acalentar seus filhos. No en-
tanto, sabe-se que essas bonecas foram criadas pela artista maranhense e ativista do movimento
negro, Lena Martins, com o objetivo de representar as mulheres negras. Sendo assim, as bonecas
Abayomi relacionam-se a aspectos da história e da cultura afro-brasileiras.
• BONECAS KARAJÁS – As bonecas Ritxòkò, produzidas pelos indígenas Karajá, são consideradas
patrimônio imaterial brasileiro. Têm papel importante na educação das crianças da etnia Karajá
e na manutenção das tradições desse povo. Representam crianças com características físicas in-
dígenas e o corpo adornado com os grafismos utilizados por esse povo. Os saberes e as técnicas
de produção dessas bonecas, em argila, são transmitidos de uma geração a outra.
• BONECAS MATRIOSKA – Conhecidas como “bonecas russas”, costumam ser feitas de madeira
e têm o corpo inteiriço (sem braços ou pernas). São compostas por até sete bonecas do mesmo
formato, em tamanhos diferentes, colocadas uma dentro da outra.Todas são ocas, exceto a menor.
Na cultura russa, as Matrioskas simbolizam fertilidade, maternidade, amor e amizade. Cada boneca
representa uma mãe dando à luz, depois a filha dando à luz, e assim sucessivamente.
Além dos bonecos citados no Livro do aluno, se houver bonecos típicos da região em que a escola
se localiza, traga informações a respeito para compartilhar com a turma. Aproveite, ainda, para ques-
tionar os alunos a respeito da representação que os bonecos fazem do ser humano, bem como da
sua utilidade, das possíveis formas de brincar com eles, etc.
41
LIVRO DO PROFESSOR
42. Página 56
Conversar e fazer juntos
6 A seu critério, o desenho da atividade 1, bem como a pesquisa e o desenho da atividade 2, podem
ser feitos em casa e apresentados na aula seguinte em uma roda de conversa. Outra possibilidade
é que a atividade 2 seja realizada em sala, sendo você, professor, o adulto entrevistado.
Atividade 1
Ofereça algum tempo para a realização dos desenhos dos brinquedos. Em seguida, organize os
alunos em círculo, sentados no chão, para uma roda de conversa. Quando um deles apresentar seu
desenho e contar a história de seu brinquedo, ele estará expondo algo da própria identidade. Sendo
assim, é importante relembrá-los de que a roda de conversa exige o respeito entre os participantes
e que, portanto, devem se manter em silêncio enquanto um colega estiver falando. Desse modo, a
atividade possibilita o autodesenvolvimento e também o desenvolvimento interpessoal. As crianças
poderão ter alguma dificuldade em identificar os sentimentos e emoções relacionados ao brinquedo
que consideram especial. É fundamental que você, professor, auxilie nessa identificação para que o
aluno consiga desenvolver sua inteligência intrapessoal.
Como alternativa aos desenhos, você, professor, pode orientá-los a trazer um brinquedo de que
gostam, ressaltando que ele deve ser simples e resistente. Se desejar, traga também um brinquedo
de sua infância para mostrar aos alunos. Em um primeiro momento, coloque todos os brinquedos
no meio do círculo para serem observados e analisados. Em seguida, na sua vez de falar, cada aluno
deve pegar o próprio brinquedo para mostrá-lo aos colegas e contar por que o considera especial.
É importante que haja cuidado se ocorrer o manuseio de brinquedos alheios, além de atenção por
parte do professor para que nenhum brinquedo se perca ou seja avariado. Afinal, apesar da reco-
mendação prévia, pode ser que alguns tragam brinquedos frágeis e valiosos, que tenham grande
valor afetivo para elas.
Atividade 2
O desenho servirá como registro das entrevistas. Deve ser compartilhado em uma roda de conversa.
Assim, cada aluno poderá explicar o que desenhou e relatar aos colegas o que ouviu na entrevista
realizada a respeito dos brinquedos do passado
Página 57
Brincar e aprender
7 Antecipadamente, solicite aos alunos o material necessário para a realização da tarefa. Depois
de confeccionarem os bonecos e bonecas, preveja um tempo para que eles brinquem com suas
produções. Aproveite o momento para observar os diálogos e o jogo simbólico das brincadeiras.
Se houver necessidade, converse com os alunos sobre situações que observou, mas não exponha
as crianças nem suas brincadeiras.
42 PASSADO, PRESENTE E FÉ | VOLUME 1
43. Página 58
Fazer o bem
8 Ao orientar essa atividade, incentive os alunos a atribuir a seus bonecos algumas características
pessoais e um nome. Dessa maneira, poderão exercitar o simbolismo e a imaginação, considerando
os temas Identidade e alteridade. Proponha aos alunos que registrem, por meio de fotos, desenhos
ou escrita, alguns momentos que passarem com seus bonecos. Se for necessário, ajude-os a registrar
a experiência, com textos e imagens, na página 15 do material de apoio. O objetivo da atividade é
que a turma possa brincar e se divertir, vivenciando o simbolismo infantil ligado a diferentes culturas.
Página 59
Brincar e aprender
9 As atividades 1 e 2 têm por objetivo oportunizar ao aluno que expresse suas preferências. Na
atividade 3, contextualize para a turma que a brincadeira Passa-anel é antiga e pode ser realizada
em roda ou em fila. Um aluno escolhido deverá ter consigo um anel (na falta de um anel, poderá ser
uma pedra, uma concha, até mesmo uma borracha escolar). Ele esconderá o objeto entre as mãos,
unidas em forma de concha para que ninguém possa vê-lo. Os colegas deverão fechar os olhos e
manter as mãos da mesma forma (concha). O aluno escolhido deverá passar por todos os colegas
colocando suas mãos entre as mãos de todos eles, como se fosse passar o anel; porém depositará o
objeto somente nas mãos de um colega, sem que os outros percebam. Depois, todos juntos deverão
tentar adivinhar quem está com o objeto. Você, professor, poderá entrar na brincadeira.
Sugestão de atividade
Motive a turma a construir um cata-vento. Escolha um lugar aberto e espaçoso para que possam
brincar com ele. Depois, conversem sobre as brincadeiras e sensações pela atividade. Os materiais
necessários para a confecção de cada brinquedo são: papel, 1 palito de churrasco e 1 percevejo. A
seguir, temos um modelo e um passo a passo para a montagem.
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43
LIVRO DO PROFESSOR
44. Página 60
10 Ao falar sobre a natureza, esperamos que os alunos se aproximem afetivamente dela e também
percebam que o cuidado com a natureza é fundamental em diferentes culturas (oriental, indígena,
africana). Se possível, promova a interação dos alunos com a natureza, em ambiente externo (um
jardim, uma horta, um bosque, etc.). Incentive-os a perceber a delicadeza da natureza e as relações
que existem entre os seres vivos. Outra possibilidade é propiciar em sala de aula um momento de
escuta de diferentes sons da natureza (pássaros, cachoeira, rios, etc.) e convidar os alunos a identifi-
cá-los. Depois, converse com eles sobre o que sentem quando estão junto à natureza. Relembre os
sons, os seres vivos e as sensações vivenciadas nessa atividade.
Outra abordagem possível é conversar sobre a necessidade dos cuidados que todos devemos ter
em relação ao meio ambiente, comentando que nem todos os seres humanos cuidam dos espaços
nos quais vivem. Nessa conversa, incentive-os a realizar pequenos gestos ecologicamente corretos,
os quais podem ser escolhidos com base em exemplos trazidos pelas próprias crianças.
Brincar e aprender
11 Relembre, com os alunos, os diferentes tipos de flores conhecidos por eles. Mencione a diver-
sidade de cores, formas, texturas e aromas representados por elas e destaque a beleza das flores.
Em seguida, ofereça aos alunos o molde de uma flor, desenhado em papel fino, com o formato da
primeira figura apresentada a seguir. Incentive-os a escrever, em cada pétala, o que sentem junto
à natureza. Depois, oriente-os a recortar a flor e dobrar as pétalas de acordo com a segunda e a
terceira figuras apresentadas a seguir.
Prepare alguns recipientes com água, dispondo-os em sala ou em um espaço ao ar livre. As crian-
ças devem colocar suas flores sobre a água. O contato do papel com a água fará com que as flores
“desabrochem”(daí a importância de utilizar um papel fino). Se o“desabrochar”não acontecer ime-
diatamente, é só movimentar um pouco a água que as flores se abrirão.
Convide cada aluno a pegar uma flor que não seja a sua e ler o que o colega escreveu. Depois, in-
dague a turma a respeito das impressões causadas por essa experiência.
Evandro Pissaia. 2019. Digital.
44 PASSADO, PRESENTE E FÉ | VOLUME 1
45. Páginas 61 e 62
Atividades
12 A seção apresenta representações visuais da natureza em forma de fotografias e de uma obra
de arte, a fim de solicitar a análise, reflexão e produção dos alunos.
Atividades 1 e 2
Nas imagens da atividade 1, os alunos podem observar fotografias de crianças em contato harmo-
nioso com a natureza. Na atividade 2, devem ser incentivados a refletir sobre atitudes de cuidado
que eles próprios tenham condições de adotar em prol da natureza.
Atividades 3 e 4
A obra que norteia as atividades é uma tela da pintora paulista Tarsila do Amaral. Sua primeira obra
foi produzida em Barcelona, onde estudou. A composição presente no Livro do aluno, produzida
na fase antropofágica da pintora, representa, de forma estilizada, elementos da paisagem do Rio de
Janeiro. A análise do aluno, solicitada na atividade 3, será pessoal. Em seguida, relembre as atividades
já realizadas sobre o “cuidado com a natureza” e oriente a produção solicitada na atividade 4. Para
realizá-la, os alunos podem empregar diferentes linguagens, técnicas e materiais (desenho, pintura,
colagem, modelagem, etc.). As obras podem incluir elementos da natureza, como folhas, ramos,
terra, pedras, etc. Sugerimos que as obras sejam apresentadas em uma exposição.
Página 63
Brincar e aprender
13 Gabarito da atividade do material de apoio, página 15.
Dayane
Raven.
2019.
Digital.
2019
Di
it
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D
D
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LIVRO DO PROFESSOR
46. Página 64
Fazer o bem
14 Uma maneira significativa de exemplificar o cuidado é orientar os alunos a cultivar uma planta,
pois isso requer a identificação e o respeito às necessidades de um ser vivo. Nessa proposta, os alu-
nos devem verificar com frequência se a planta necessita de água, ventilação ou calor, luz solar ou
sombra, sempre observando o seu desenvolvimento e adequando os cuidados às suas necessidades.
A experiência de cuidar de algo pode concretizar a aprendizagem construída ao longo do capítulo.
Sugestões para o professor
Leitura
ARIÈS, Philippe. História social da criança e da família. Rio de Janeiro: LTC, 1981.
A obra relata que no século XVIII o conceito de infância não existia e as crianças eram consideradas
mini-adultos. Mostra, ainda, que no decorrer do tempo a criança vai se tornando um ser distinto do
adulto, com o reconhecimento de valores, fantasias e brincadeiras próprias da infância.
BELÉM, Valéria. O cabelo de Lelê. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2007.
A autora, agraciada com o título de“Jornalista amiga da criança”pela Agência de Notícias dos Direitos
da Infância (ANDI), apresenta Lelê, menina que vive a perguntar: De onde vêm tantos cachinhos? A
resposta ela encontra em um livro, que revela sua história e a beleza da herança africana.
BIASOLI, Márcio M. Os novos amiguinhos: uma aventura da indiazinha Tiçá. Rio de Janeiro: Ed. do
Autor, 2012.
A obra transmite ensinamentos de humildade, simplicidade, respeito à natureza, valorização da
cultura ancestral e fraternidade. De forma lúdica, destaca o legado indígena para a sociedade brasi-
leira, bem como a importância de conviver em harmonia com a natureza e de respeitar o próximo.
______. Os novos amiguinhos: o nascer da lagoa luz azul. Rio de Janeiro: do Autor, 2012.
A fábula se passa na aldeia Tabaçá e trata de mitos indígenas. Mostra que, apesar de terem culturas,
hábitos e idiomas diversificados, os povos indígenas têm alguns valores comuns, como o respeito
pelos caminhos da terra, pela natureza e pelos mais velhos.
Série
VOLK-WEISS, Brian. Brinquedos que marcam época. Direção Tom Stern. Distribuído por Netflix: EUA,
2017 (1.
ª temporada); 2018 (2.
ª temporada).
Documentário com duas temporadas, que traz relatos de criadores de brinquedos das décadas de
70, 80 e 90. Esses relatos se referem à criação, ao desenho, aos protótipos e à colocação no mercado.
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