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Escravo(a), servo(a) ou filho(a) de Maria?
Diálogo com Montfort
Ir. Afonso Murad
@afonsomurad
Uma leitura a partir da Bíblia
Maria nos Evangelhos
• Marcos: Jesus afirma que a nova família dos seus seguidores
(discípulos e discípulas) tem prioridade sobre a família
biológica: “minha mãe e meus irmãos são aqueles que
fazem a vontade de Deus” (Mc 3,31-35).
• Mateus: Maria é a mãe virginal do messias (Mt 1-2).
• Lucas: Maria é a perfeita discípula de Jesus, que ouve,
cultiva no coração e frutifica. Ela também é peregrina na
fé, profeta da libertação e ungida pelo Espírito Santo.
• João: Maria intercede no 1º sinal de Jesus e guia os servidores
para fazer sua vontade. Persevera na Cruz e recebe a
missão de ser a mãe da comunidade.
Escravidão no povo de Israel
• Há uma evolução na história de Israel.
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• A escravidão no Egito foi marcante para a memória bíblica.
Deus ouve o clamor do povo sofrido e os liberta. Faz uma
aliança com ele. Na caminhada do deserto, há a tentação de
idealizar a escravidão e não pagar o preço da liberdade.
• Em poucos casos, alguém perdia a liberdade e se tornava servo
ou escravo. No ano jubilar (7x7) todos voltariam a serem livres e
donos da terra dos antepassados.
• O cativeiro da Babilônia foi outra experiência terrível de perda
da autonomia dos judeus.
• Profetas e Salmos: Deus é o libertador e o criador.
A figura do “Servo de Javé”
Personagem enigmática, fiel à Deus, solidário ao sofrimento
dos outros. A comunidade cristão viu na vida, paixão e morte
de Jesus a realização da profecia de Isaías sobre o Servo.
1º cântico: Is 42.1-7;
2º cântico: Is 49.1-9;
3º cântico: Is 50.4-9;
4º cântico: Is 52.13-53.12
Jesus e seus seguidores(as)
• Jesus não trata seus seguidores nem como servos, nem como escravos.
• Ele os chama de discípulos (aprendizes na vida). Jesus associa os doze e
também os setenta e dois à sua missão de inaugurar o Reino de Deus e
anunciar que Deus é um pai bondoso, com traços maternos (misericórdia).
• No evangelho de João 15, 12-16 O meu mandamento é este: amem-se uns
aos outros, assim como eu amei vocês. Não existe amor maior do que dar
a vida pelos amigos. Vocês são meus amigos, se fizerem o que eu estou
mandando. Eu já não chamo vocês de servos, pois o servo não sabe o que
seu senhor faz; eu chamo vocês de amigos, porque eu comuniquei a vocês
tudo o que ouvi de meu Pai. Não foram vocês que me escolheram, mas fui
eu que escolhi vocês. Eu os destinei para ir e dar fruto, e para que o fruto
de vocês permaneça.
Paulo: escravo e livre
• Paulo evangeliza em comunidades de origem judaica e
pagã, que estão situadas em cidades sob o domínio do
império romano. Lá a escravidão é um fator cultural e
econômico.
• Paulo utiliza a figura do escravo que alcança a alforria
(liberdade) para explicar a ação salvífica de Cristo, na sua
paixão, morte e ressurreição -> Redenção
• Por vezes, Paulo diz que o cristão não é mais escravo do
Mal, mas sim escravo de Cristo.
• Diante dos que pediam a volta à Lei judaica, Paulo prega
a liberdade. Não somos mais escravos! (Gal 5,1; Rom 8,15)
Uma leitura a partir da história
e da teologia
O crescimento da devoção mariana na História
• No correr dos séculos, a figura de Maria ganhou importância na
devoção, na liturgia, na pregação e na doutrina.
• No cristianismo medieval, a figura dos santos, e especialmente
de Maria, ganha mais importância que o próprio Cristo.
• Lutero e a reforma protestante enfatizam a centralidade e a
exclusividade de Jesus Cristo.
• A Igreja, em reação, intensifica as práticas e os argumentos em
favor da devoção filial a Maria. Esse é o contexto eclesial de
Montfort.
A origem da “escravidão a Maria”
• Montfort não criou a devoção à escravidão amorosa a
Maria. E sim, herdou de um movimento religioso medieval.
• Provavelmente na escola onde estudou ele conheceu a
devoção à “escravidão”, que era difundida por dois jesuítas.
• Padre Boudon, falecido em 1702, escreveu: “A santa
escravidão da admirável mãe de Deus”.
A santa escravidão para com Maria
• Montfort não criou a devoção à escravidão amorosa a Maria.
Herdou-a da espiritualidade de seu tempo.
• Origem: Associação de escravidão a Maria: fundada por Irmã
Inês Batista de São Paulo, franciscana concepcionista (1595).
• Escritos de Juan de los Angeles (1608) e Melchior de Cetina (1618)
-> Espalhou-se pela Espanha.
• Chega à França graças ao Cardeal Bérulle, que 1614 propõe o
duplo voto de servidão perpétua a Maria e a Jesus.
• Polêmica a respeito desse “quarto voto”.
• Henry Budon difunde-a na França. Escreve em 1667: “Somente
Deus, ou a santa escravidão da admirável Mãe de Deus”. Não
inclui a referência ao batismo.
Edição de 1751
A história continua...
• A devoção à santa escravidão à Maria se espalhou pela Bélgica,
Alemanha, Polônia e Itália. Muitas outras fórmulas devocionais
também se criaram e difundiram nessa época.
• João Eudes (+1680): propõe a doação a Jesus e a Maria, em
conformidade com o contrato de aliança firmado no batismo.
• Alguns livros que recomendavam o uso de cadeias ou correntes
(especialmente como forma de castigar o corpo ou de obrigação
constrangedora) são condenados pelo Santo Ofício em 1873.
• Isso não atinge Bérulle, Boudon e Montfort, “que propõem uma
escravidão de amor, voluntária e santa”.
• Montfort situa a escravidão amorosa no contexto da consagração a
Jesus pelas mãos de Maria.
• Outros santos e fundadores manterão o tema da consagração a
Maria, mas retiram o tema da escravidão. Ex: Claret, Kolbe.
Consagração à Imaculada (Maximiliano Kolbe)
Ó Imaculada, Rainha do céu e da terra, Refúgio dos pecadores e nossa Mãe amorosíssima,
a quem Deus quis confiar a inteira distribuição da misericórdia,
eu, indigno pecador, me prostro aos Teus pés,
suplicando-te humildemente de querer-me aceitar todo e completamente
como coisa e propriedade Tua e de fazer aquilo que Te agrada de mim e de todas as faculdades
da minha alma e do meu corpo, de toda a minha vida, morte e eternidade.
Disponha também, se queres, de todo meu ser, sem nenhuma reserva, para realizar aquilo que foi dito de Ti:
“Ela te esmagará a cabeça” (Gen 3,15),
como também: “Somente Tu destruíste todas as heresias do mundo inteiro” (Lit.),
a fim de que, nas Tuas mãos imaculadas e misericordiosíssimas,
eu me torne um instrumento útil para enxertar e incrementar o mais fortemente possível a Tua glória
em tantas almas desgarradas e indiferentes
e para estender de tal modo, quanto mais for possível, o bendito Reino do SS.Coração de Jesus.
Onde Tu entras, de fato, obténs a graça da conversão e santificação,
porque toda graça escorre através das Tuas mãos
do Coração dulcíssimo de Jesus até nós.
A escravidão amorosa em Montfort
A escravidão voluntária e amorosa, expressa na
Consagração, pode nos fazer livres, pois concede uma grande
liberdade interior, a dos filhos de Deus (cf. Rm 8,21).
Devido à essa entrega amorosa, Jesus retira da pessoa todo
escrúpulo e temor servil, que a constrangem, escravizam e
perturbam; alarga o coração por uma santa confiança em
Deus, considerando-o como Pai; e inspira-lhe um amor terno
e filial (Tratado: 182)
A comparação Escravo-servo (Tvd 69-72)
Há duas maneiras, aqui na terra, de alguém pertencer a outrem
e de depender de sua autoridade. São a servidão e a escravidão,
donde a diferença entre servo e escravo.
Pela servidão, comum entre os cristãos, um homem se põe a
serviço de outro por um certo tempo, recebendo determinada
quantia ou recompensa.
Pela escravidão, um homem depende inteiramente de outro
durante toda a vida, e deve servir a seu senhor, sem esperar
salário nem recompensa alguma, como um dos animais sobre o
qual o dono tem direito de vida e morte (Tratado, 69).
Os argumentos....
(a) O escravo se dá integralmente a seu senhor, com tudo o que possui, mas
não o servo;
(b) Esse exige salário pelos serviços que presta a seu patrão, e o escravo nada
pede;
(c) O servo pode deixar o patrão quando quiser, mas o escravo não tem esse
direito;
(d) Se o patrão matar seu servo, comete homicídio, mas ele tem poder sobre
o escravo, de vende-lo ou matá-lo,
(e) O servo só fica por algum tempo a serviço de um patrão, enquanto o
escravo o é para sempre (Tratado 71).
Conclusão: “Só a escravidão, entre os homens, põe uma pessoa na posse e
dependência completa de outra. Nada há, do mesmo modo, que mais
absolutamente nos faça pertencer a Jesus Cristo e a sua Mãe Santíssima do
que a escravidão voluntária” (Tratado, 72).
A analogia da escravidão não é central
Montfort faz uma comparação idealizada, que não corresponde à
realidade de seu tempo, pois não havia mais escravos entre os
europeus.
Eles subjugavam os povos indígenas e africanos de outros
continentes -> colonialismo. Os escravos eram submissos porque não
lhes restava outra alternativa para sobreviver.
Os servos podiam ser bons ou maus. Não era a sua condição de
servos que os faziam interesseiros ou generosos.
Para Montfort, a questão fundamental não era ser escravo ou servo,
mas sobretudo a quem servir em liberdade: a Deus e ao diabo.
Maria é o exemplo da verdadeira e integral entrega a Deus.
Escravo(a), servo(a) e filho(a)
• Montfort usa a palavra “escravo” aproximadamente 70 vezes (incluindo
os escravos do demônio), e “servo/servidor” umas 50 vezes. E em servo
predomina o sentido positivo, de alguém que presta um serviço
generoso, e não do empregado descomprometido.
• Em vários parágrafos, são praticamente sinônimos “escravos amorosos”,
“servos fiéis” ou “filhos” e “ servos” (Tratado: 50, 52, 53, 54, 152, 153, 154,
183, 188, 200, 203, 204, 206, 209).
• Com diferentes termos, São Luís salienta a relação única de confiança e
de entrega. “Quem serão esses servidores/servos, esses escravos e filhos
de Maria? (Tratado: 56) E ainda: “Maria terá mais filhos, servos e
escravos de amor, como nunca houve” (Tratado: 113).
• A não ser na famosa comparação entre o servo mercenário e o escravo
amoroso (Tratado: 69-72), os termos, “servo/servidor”, “escravo” e
“filho” expressam a mesma realidade: uma relação amorosa com Jesus
e Maria.
Servidores e amigos de Jesus
• Em “Amor da Sabedoria eterna”(ASE), Montfort utiliza a imagem da
amizade. “Existe um vínculo de amizade” entre a Sabedoria e o ser
humano, pois fomos criados à sua imagem e semelhança (64 , 65, 69).
Ela nos conquista pela sua doçura, beleza e sabor (ASE 10, 11, 13, 17, 19,
32, 33, 53). Faz sua morada nos justos, “transformando-os em amigos e
profetas de Deus” (ASE 47, 51, 90).
• O filho de Deus se encarnou para testemunhar a sua amizade (168).
Jesus Cristo concede-nos “saborear e realizar” tudo o que nos deu a
conhecer (ASE 56). “A Sabedoria fez-se homem com a finalidade única
de atrair os corações à sua amizade” (ASE 117).
• O seguimento a Jesus exige assumir a sua cruz (ASE 169-180). O Espírito
Santo nos comunica a Sabedoria, derramando em nossos corações “a
alegria, a doçura e a paz indizíveis” (ASE 98).
• No final dessa obra e na fórmula da Consagração Montfort apresenta
a “ escravidão amorosa” (ASE 211, 219, 223, 226, 227)
Amor filial, mais do que escravidão
• Montfort se dirige a Maria de forma próxima, respeitosa e carinhosa.
Sua prática e suas palavras rompem com o esquema da escravidão.
Entre escravo e senhor(a) não existe a reciprocidade e a comunicação
interpessoal, que caracterizam a devoção em São Luís. Os termos
utilizados no tratado sinalizam isso.
• Além de “santíssima virgem”, típico da piedade popular francesa, São
Luís a chama de “maîtresse” (Tratado: 112, 121, 145, 151, 152, 159, 173, 197,
216, 217 e 26), que pode significar senhora, dona da casa, ou amada.
• Ao redor de 27 vezes denomina-a carinhosamente de “Mãe bondosa”
(bonne mère). Por mais de 15 vezes, a chama de “querida mãe” (chère
mère).
• Por 20 vezes considera-a a “Rainha” amorosa e condescendente.
• Este amor a Maria, não escravizador nem infantil, caracteriza-se pela
reciprocidade de uma relação livre e madura. Maria se volta para nós,
nos ajuda, nos acompanha e nos conduz a Jesus (Tratado: 201-207).
Até que ponto é conveniente utilizar ou enfatizar a
analogia da escravidão amorosa?
Como evitar que ela não seja usada de maneira
incoerente, justificando formas desumanas de
relacionamentos na Igreja, na família e na sociedade,
contrárias à fé cristã?
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Escravo, servo ou filho de Maria? Uma leitura da devoção mariana em Montfort

  • 1. Escravo(a), servo(a) ou filho(a) de Maria? Diálogo com Montfort Ir. Afonso Murad @afonsomurad
  • 2. Uma leitura a partir da Bíblia
  • 3. Maria nos Evangelhos • Marcos: Jesus afirma que a nova família dos seus seguidores (discípulos e discípulas) tem prioridade sobre a família biológica: “minha mãe e meus irmãos são aqueles que fazem a vontade de Deus” (Mc 3,31-35). • Mateus: Maria é a mãe virginal do messias (Mt 1-2). • Lucas: Maria é a perfeita discípula de Jesus, que ouve, cultiva no coração e frutifica. Ela também é peregrina na fé, profeta da libertação e ungida pelo Espírito Santo. • João: Maria intercede no 1º sinal de Jesus e guia os servidores para fazer sua vontade. Persevera na Cruz e recebe a missão de ser a mãe da comunidade.
  • 4. Escravidão no povo de Israel • Há uma evolução na história de Israel. • Patriarcas: tem escravos e escravas, servos e servas. • A escravidão no Egito foi marcante para a memória bíblica. Deus ouve o clamor do povo sofrido e os liberta. Faz uma aliança com ele. Na caminhada do deserto, há a tentação de idealizar a escravidão e não pagar o preço da liberdade. • Em poucos casos, alguém perdia a liberdade e se tornava servo ou escravo. No ano jubilar (7x7) todos voltariam a serem livres e donos da terra dos antepassados. • O cativeiro da Babilônia foi outra experiência terrível de perda da autonomia dos judeus. • Profetas e Salmos: Deus é o libertador e o criador.
  • 5. A figura do “Servo de Javé” Personagem enigmática, fiel à Deus, solidário ao sofrimento dos outros. A comunidade cristão viu na vida, paixão e morte de Jesus a realização da profecia de Isaías sobre o Servo. 1º cântico: Is 42.1-7; 2º cântico: Is 49.1-9; 3º cântico: Is 50.4-9; 4º cântico: Is 52.13-53.12
  • 6. Jesus e seus seguidores(as) • Jesus não trata seus seguidores nem como servos, nem como escravos. • Ele os chama de discípulos (aprendizes na vida). Jesus associa os doze e também os setenta e dois à sua missão de inaugurar o Reino de Deus e anunciar que Deus é um pai bondoso, com traços maternos (misericórdia). • No evangelho de João 15, 12-16 O meu mandamento é este: amem-se uns aos outros, assim como eu amei vocês. Não existe amor maior do que dar a vida pelos amigos. Vocês são meus amigos, se fizerem o que eu estou mandando. Eu já não chamo vocês de servos, pois o servo não sabe o que seu senhor faz; eu chamo vocês de amigos, porque eu comuniquei a vocês tudo o que ouvi de meu Pai. Não foram vocês que me escolheram, mas fui eu que escolhi vocês. Eu os destinei para ir e dar fruto, e para que o fruto de vocês permaneça.
  • 7. Paulo: escravo e livre • Paulo evangeliza em comunidades de origem judaica e pagã, que estão situadas em cidades sob o domínio do império romano. Lá a escravidão é um fator cultural e econômico. • Paulo utiliza a figura do escravo que alcança a alforria (liberdade) para explicar a ação salvífica de Cristo, na sua paixão, morte e ressurreição -> Redenção • Por vezes, Paulo diz que o cristão não é mais escravo do Mal, mas sim escravo de Cristo. • Diante dos que pediam a volta à Lei judaica, Paulo prega a liberdade. Não somos mais escravos! (Gal 5,1; Rom 8,15)
  • 8. Uma leitura a partir da história e da teologia
  • 9. O crescimento da devoção mariana na História • No correr dos séculos, a figura de Maria ganhou importância na devoção, na liturgia, na pregação e na doutrina. • No cristianismo medieval, a figura dos santos, e especialmente de Maria, ganha mais importância que o próprio Cristo. • Lutero e a reforma protestante enfatizam a centralidade e a exclusividade de Jesus Cristo. • A Igreja, em reação, intensifica as práticas e os argumentos em favor da devoção filial a Maria. Esse é o contexto eclesial de Montfort.
  • 10. A origem da “escravidão a Maria” • Montfort não criou a devoção à escravidão amorosa a Maria. E sim, herdou de um movimento religioso medieval. • Provavelmente na escola onde estudou ele conheceu a devoção à “escravidão”, que era difundida por dois jesuítas. • Padre Boudon, falecido em 1702, escreveu: “A santa escravidão da admirável mãe de Deus”.
  • 11. A santa escravidão para com Maria • Montfort não criou a devoção à escravidão amorosa a Maria. Herdou-a da espiritualidade de seu tempo. • Origem: Associação de escravidão a Maria: fundada por Irmã Inês Batista de São Paulo, franciscana concepcionista (1595). • Escritos de Juan de los Angeles (1608) e Melchior de Cetina (1618) -> Espalhou-se pela Espanha. • Chega à França graças ao Cardeal Bérulle, que 1614 propõe o duplo voto de servidão perpétua a Maria e a Jesus. • Polêmica a respeito desse “quarto voto”. • Henry Budon difunde-a na França. Escreve em 1667: “Somente Deus, ou a santa escravidão da admirável Mãe de Deus”. Não inclui a referência ao batismo.
  • 13. A história continua... • A devoção à santa escravidão à Maria se espalhou pela Bélgica, Alemanha, Polônia e Itália. Muitas outras fórmulas devocionais também se criaram e difundiram nessa época. • João Eudes (+1680): propõe a doação a Jesus e a Maria, em conformidade com o contrato de aliança firmado no batismo. • Alguns livros que recomendavam o uso de cadeias ou correntes (especialmente como forma de castigar o corpo ou de obrigação constrangedora) são condenados pelo Santo Ofício em 1873. • Isso não atinge Bérulle, Boudon e Montfort, “que propõem uma escravidão de amor, voluntária e santa”. • Montfort situa a escravidão amorosa no contexto da consagração a Jesus pelas mãos de Maria. • Outros santos e fundadores manterão o tema da consagração a Maria, mas retiram o tema da escravidão. Ex: Claret, Kolbe.
  • 14. Consagração à Imaculada (Maximiliano Kolbe) Ó Imaculada, Rainha do céu e da terra, Refúgio dos pecadores e nossa Mãe amorosíssima, a quem Deus quis confiar a inteira distribuição da misericórdia, eu, indigno pecador, me prostro aos Teus pés, suplicando-te humildemente de querer-me aceitar todo e completamente como coisa e propriedade Tua e de fazer aquilo que Te agrada de mim e de todas as faculdades da minha alma e do meu corpo, de toda a minha vida, morte e eternidade. Disponha também, se queres, de todo meu ser, sem nenhuma reserva, para realizar aquilo que foi dito de Ti: “Ela te esmagará a cabeça” (Gen 3,15), como também: “Somente Tu destruíste todas as heresias do mundo inteiro” (Lit.), a fim de que, nas Tuas mãos imaculadas e misericordiosíssimas, eu me torne um instrumento útil para enxertar e incrementar o mais fortemente possível a Tua glória em tantas almas desgarradas e indiferentes e para estender de tal modo, quanto mais for possível, o bendito Reino do SS.Coração de Jesus. Onde Tu entras, de fato, obténs a graça da conversão e santificação, porque toda graça escorre através das Tuas mãos do Coração dulcíssimo de Jesus até nós.
  • 15. A escravidão amorosa em Montfort A escravidão voluntária e amorosa, expressa na Consagração, pode nos fazer livres, pois concede uma grande liberdade interior, a dos filhos de Deus (cf. Rm 8,21). Devido à essa entrega amorosa, Jesus retira da pessoa todo escrúpulo e temor servil, que a constrangem, escravizam e perturbam; alarga o coração por uma santa confiança em Deus, considerando-o como Pai; e inspira-lhe um amor terno e filial (Tratado: 182)
  • 16. A comparação Escravo-servo (Tvd 69-72) Há duas maneiras, aqui na terra, de alguém pertencer a outrem e de depender de sua autoridade. São a servidão e a escravidão, donde a diferença entre servo e escravo. Pela servidão, comum entre os cristãos, um homem se põe a serviço de outro por um certo tempo, recebendo determinada quantia ou recompensa. Pela escravidão, um homem depende inteiramente de outro durante toda a vida, e deve servir a seu senhor, sem esperar salário nem recompensa alguma, como um dos animais sobre o qual o dono tem direito de vida e morte (Tratado, 69).
  • 17. Os argumentos.... (a) O escravo se dá integralmente a seu senhor, com tudo o que possui, mas não o servo; (b) Esse exige salário pelos serviços que presta a seu patrão, e o escravo nada pede; (c) O servo pode deixar o patrão quando quiser, mas o escravo não tem esse direito; (d) Se o patrão matar seu servo, comete homicídio, mas ele tem poder sobre o escravo, de vende-lo ou matá-lo, (e) O servo só fica por algum tempo a serviço de um patrão, enquanto o escravo o é para sempre (Tratado 71). Conclusão: “Só a escravidão, entre os homens, põe uma pessoa na posse e dependência completa de outra. Nada há, do mesmo modo, que mais absolutamente nos faça pertencer a Jesus Cristo e a sua Mãe Santíssima do que a escravidão voluntária” (Tratado, 72).
  • 18. A analogia da escravidão não é central Montfort faz uma comparação idealizada, que não corresponde à realidade de seu tempo, pois não havia mais escravos entre os europeus. Eles subjugavam os povos indígenas e africanos de outros continentes -> colonialismo. Os escravos eram submissos porque não lhes restava outra alternativa para sobreviver. Os servos podiam ser bons ou maus. Não era a sua condição de servos que os faziam interesseiros ou generosos. Para Montfort, a questão fundamental não era ser escravo ou servo, mas sobretudo a quem servir em liberdade: a Deus e ao diabo. Maria é o exemplo da verdadeira e integral entrega a Deus.
  • 19. Escravo(a), servo(a) e filho(a) • Montfort usa a palavra “escravo” aproximadamente 70 vezes (incluindo os escravos do demônio), e “servo/servidor” umas 50 vezes. E em servo predomina o sentido positivo, de alguém que presta um serviço generoso, e não do empregado descomprometido. • Em vários parágrafos, são praticamente sinônimos “escravos amorosos”, “servos fiéis” ou “filhos” e “ servos” (Tratado: 50, 52, 53, 54, 152, 153, 154, 183, 188, 200, 203, 204, 206, 209). • Com diferentes termos, São Luís salienta a relação única de confiança e de entrega. “Quem serão esses servidores/servos, esses escravos e filhos de Maria? (Tratado: 56) E ainda: “Maria terá mais filhos, servos e escravos de amor, como nunca houve” (Tratado: 113). • A não ser na famosa comparação entre o servo mercenário e o escravo amoroso (Tratado: 69-72), os termos, “servo/servidor”, “escravo” e “filho” expressam a mesma realidade: uma relação amorosa com Jesus e Maria.
  • 20. Servidores e amigos de Jesus • Em “Amor da Sabedoria eterna”(ASE), Montfort utiliza a imagem da amizade. “Existe um vínculo de amizade” entre a Sabedoria e o ser humano, pois fomos criados à sua imagem e semelhança (64 , 65, 69). Ela nos conquista pela sua doçura, beleza e sabor (ASE 10, 11, 13, 17, 19, 32, 33, 53). Faz sua morada nos justos, “transformando-os em amigos e profetas de Deus” (ASE 47, 51, 90). • O filho de Deus se encarnou para testemunhar a sua amizade (168). Jesus Cristo concede-nos “saborear e realizar” tudo o que nos deu a conhecer (ASE 56). “A Sabedoria fez-se homem com a finalidade única de atrair os corações à sua amizade” (ASE 117). • O seguimento a Jesus exige assumir a sua cruz (ASE 169-180). O Espírito Santo nos comunica a Sabedoria, derramando em nossos corações “a alegria, a doçura e a paz indizíveis” (ASE 98). • No final dessa obra e na fórmula da Consagração Montfort apresenta a “ escravidão amorosa” (ASE 211, 219, 223, 226, 227)
  • 21. Amor filial, mais do que escravidão • Montfort se dirige a Maria de forma próxima, respeitosa e carinhosa. Sua prática e suas palavras rompem com o esquema da escravidão. Entre escravo e senhor(a) não existe a reciprocidade e a comunicação interpessoal, que caracterizam a devoção em São Luís. Os termos utilizados no tratado sinalizam isso. • Além de “santíssima virgem”, típico da piedade popular francesa, São Luís a chama de “maîtresse” (Tratado: 112, 121, 145, 151, 152, 159, 173, 197, 216, 217 e 26), que pode significar senhora, dona da casa, ou amada. • Ao redor de 27 vezes denomina-a carinhosamente de “Mãe bondosa” (bonne mère). Por mais de 15 vezes, a chama de “querida mãe” (chère mère). • Por 20 vezes considera-a a “Rainha” amorosa e condescendente. • Este amor a Maria, não escravizador nem infantil, caracteriza-se pela reciprocidade de uma relação livre e madura. Maria se volta para nós, nos ajuda, nos acompanha e nos conduz a Jesus (Tratado: 201-207).
  • 22. Até que ponto é conveniente utilizar ou enfatizar a analogia da escravidão amorosa? Como evitar que ela não seja usada de maneira incoerente, justificando formas desumanas de relacionamentos na Igreja, na família e na sociedade, contrárias à fé cristã?
  • 23. Texto disponível para reflexão pessoal ou em grupo